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DA EDUCAÇÃO
Professor(a) Me. Sonia Maria de Campos
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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AUTOR
Professor(a) Me. Sonia Maria de Campos
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), convido você a compreender a educação pela psicologia da
educação. Partindo do pressuposto que o homem é um ser social e por isso, constituído
dos aspectos culturais, políticos, econômicos e educacionais, portanto, o homem é um ser
construído pelo meio.
Para entender essas relações determinantes que o livro Psicologia da Educação se
dispõe a demonstrar os caminhos percorridos na formação do ser humano e os aspectos
da educação. Mais do que entender a Psicologia da Educação e seus feitos, esse estudo
nos fará entender a educação e o quanto somos influenciados pelo meio que nos cercam,
na medida em que somos herdeiros de tudo que foi criado até então.
Na Unidade I vamos conhecer o que reflete o Comportamentalismo e as Relações
com a Educação. Em que, no primeiro momento você vai compreender sobre o comporta-
mentalismo de Watson, que traz a compreensão dos comportamentos reflexos ou respon-
dentes, os quais são explicados pela relação entre um estímulo antecedente, estímulos
eliciadores a uma resposta involuntária do organismo como salivar, sudorese, taquicardia.
Em seguida você irá saber mais sobre a construção do conhecimento para Guthrie,
influenciado por Watson. Em sua teoria, entende que se houver uma combinação de estímulos
que levou a um movimento ocorrer outra vez, tenderá a ser seguida por este movimento. Na
sequência, falaremos a respeito da aprendizagem para Thorndike, além das Leis criadas por
ele, outro aspecto estava nos comportamentos observáveis e mensuráveis do ser humano.
E finalizando esse primeiro momento de estudo com os conhecimentos de Skinner
e desenvolvimento humano, que entende que a aprendizagem ocorre por meio de estímulos
externos que levam a pessoa agir por conta de seus comportamentos. Ou ainda uma neces-
sidade em que leve a uma ação/resposta/comportamento que satisfaça o indivíduo, e o que
satisfaz ou diminui a necessidade serve como um reforço da resposta, deixando-a mais forte.
Já na Unidade II você irá saber mais sobre o Construtivismo e os Processos Edu-
cacionais. A unidade foi organizada no primeiro momento abordando sobre a educação nos
aspectos do construtivismo de Piaget, que trata dos progressos cognitivos como uma capa-
cidade maior de pensar de maneira abstrata, denominado pensamento operacional formal,
em que se pode alcançar a capacidade de compreender e lidar com conceitos abstratos,
especular a respeito de possibilidades e alternativas e ainda raciocinar em termos hipotéticos.
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Seguindo, buscou-se compreender o construtivismo de Vygotsky, que entende que
a prática educativa possibilita e permite à criança aprendiz envolver-se nas atividades de
forma independente, apesar de estar contando com a ajuda de outros. Bem como a teoria
construtivista do ensino de Bruner, que entende ser possível ensinar qualquer assunto de
maneira coerente a qualquer criança, em qualquer estágio de seu desenvolvimento
E o construtivismo de Ausubel, que traz que caso conseguíssemos separar um úni-
co fator como o mais relevante na aprendizagem cognitiva, ele destaca ser o que o aprendiz
já sabe, ou o conhecimento que está na estrutura cognitiva com clareza, estabilidade e
diferenciação. Com isso, o ensino deveria reconhecer tal conhecimento e, para isso, seria
necessário averiguá-lo previamente. Vergnaud traz como referência a relevância do próprio
conteúdo do conhecimento e faz ainda uma análise conceitual do domínio do conhecimento
do indivíduo. Para Johnson-Laird, o modelo mental é uma representação que pode ser
totalmente ou parcialmente analógica, e ainda parcialmente proposicional, que pode tanto
ser distinta de uma imagem, mas relacionada a ela.
Na sequência, na Unidade III, falaremos a respeito do Humanismo e a Educação.
Iniciamos pela teoria de Rogers, que ficou conhecida como humanista por se embasar na
visão otimista do homem, acreditando que o organismo humano entende o que é melhor
para ele e, para isso, usa dos sentidos aprimorados ao longo da evolução da espécie.
Em seguida, a teoria humanista de Novak, que entendia que educação pertence
a um conjunto de experiências, como: as questões cognitivas, efetivas e psicomotoras,
que auxiliam no engrandecimento do ser humano e, com isso, apresenta uma proposta
em que a aprendizagem significativa subjaz à integração construtiva entre pensamentos,
sentimentos e ações que conduzem ao crescimento do ser humano.
Outro teórico relevante para esse estudo é Gowin. Para o teórico, o ensino se
consolida quando o significado do material captado pelo aluno é o significado que o docente
almeja que esse material reflita para o aluno, que é o significado compartilhado no meio
da matéria de ensino. Gowin é conhecido por um instrumento heurístico denominado Vê.
Ainda se tem a teoria de Freire, que se destacou por trazer uma pedagogia libertadora, por
uma educação política, que entende ser saberes necessários à prática educativa.
Em nossa Unidade IV vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com a Teoria
Histórico-Cultural e a Construção do Conhecimento, em que destaca a Periodização do
desenvolvimento psíquico estabelecido por Freud, que define as zonas do funcionamento
mental do ser humano.
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As Práticas educativas à luz da concepção humanizadora de homem, que destaca
que, para o humanismo, a educação não deveria se limitar aos saberes necessários para
um exercício profissional específico. O humanismo aparece inserido em quase todas as con-
cepções pedagógicas do século XX e que se faz presente em muitas ações educacionais.
A Psicologia histórico-cultural em diálogo com a pedagogia trata dos processos
mentais e entende o indivíduo a partir de seus processos sociais. Entende que o desen-
volvimento desses processos é mediado por instrumentos e signos construídos social,
histórica e culturalmente no meio social em que ele está situado.
Finalizamos com a aprendizagem na concepção da teoria histórico-cultural, que não
se trata, no entanto, somente de considerar o meio social como uma variável importante no
desenvolvimento cognitivo, como muitos pensam ser. É abordagem embasada nos estudos
de muitos autores, entre eles Vygotsky, que defende que o desenvolvimento cognitivo do
ser humano é a conversão de relações sociais em funções mentais.
Desejo que no decorrer de seus estudos tenha um momento de reflexão sobre
todos os aspectos aqui tratados.
Muito obrigada e bom estudo!
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
Comportamentalismo e as
Relações com a Educação
UNIDADE 2
Entendendo o Construtivismo
e os Processos Educacionais
UNIDADE 3
Humanismo e a Educação
UNIDADE 4
Teoria Histórico-Cultural e a
Construção do Conhecimento
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UNIDADE
COMPORTAMENTALISMO
E AS RELAÇÕES COM A
EDUCAÇÃO
Plano de Estudos
• O comportamentalismo Watson;
• A construção do conhecimento para Guthrie;
• A aprendizagem para Thorndike;
• Skinner e desenvolvimento humano.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar as teorias comportamentais;
• Compreender os tipos e os padrões evolutivos normais e patológicos
do processo de aprendizagem;
• Estabelecer a importância de compreender as teorias e a
aprendizagem humana;
• Contextualizar as teorias comportamentais e a relação com a
educação.
INTRODUÇÃO
Para estudarmos o Comportamentalismo e as Relações com a Educação, precisamos
entender, primeiramente, as teorias comportamentalista, que é embasada no condicionamento,
de estímulo–resposta e tem como estudiosos Pavlov, Watson, Guthrie, Thorndike e Skinner.
Vamos iniciar pelos estudos da teoria comportamental Pavlov, Watson. Watson é con-
siderado o pai do comportamentalismo, ou behaviorismo. Pavlov era seguidor de Watson, e em
seus estudos explica os comportamentos reflexos aprendidos ou respondentes aprendidos.
Tratamos sobre a construção do conhecimento do qual, para Guthrie, entende-se
que uma combo da aquisição de novos comportamentos, que são incorporados ao repertório
individual de cada ser, capacita e habilita o indivíduo para adquirir novos comportamentos,
e é por meio da aprendizagem, que poderá modificar comportamentos anteriormente já
adquiridos. Inação de estímulos que ocorreram uma vez e foram acompanhados de uma
resposta que viesse ocorrer novamente, tenderia a ser seguida por essa mesma resposta.
No terceiro tópico vamos analisar a aprendizagem para Thorndike traz um conceito
conhecido como a Lei do Efeito, ou seja, as consequências do comportamento como deter-
minantes das conexões estímulo-resposta E-R, do que que é aprendido.
Por fim, finalizamos com Skinner e o desenvolvimento humano que visa compreender
o que ocorre após a resposta, ou seja, da consequência que pode ser reforçadora ou não.
Nesse momento, você pode estar se perguntando: por que estudarmos justamente
as teorias comportamentalistas? Para essa teoria, a aprendizagem ocorre por meio
Bons estudos!
O COMPORTAMENTALISMO
WATSON
Vamos imaginar as teorias como uma grande árvore que em cada lado os galhos mani-
festam o vento em suas folhas de maneiras diversas, com o mesmo objetivo, o conhecimento.
Vejam!
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/%C3%A1rvore-floresta-tronco-natureza-576847/
A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
PARA GUTHRIE
A APRENDIZAGEM
PARA THORNDIKE
A primeira Lei é a do Efeito: que pode ser observada que em uma conexão é se-
guida de uma consequência e sendo satisfatória se fortalece, como também, enfraquecida
Partindo dessas teorias que se teve sucessivas outras teorias de grande influência
no ensino e nos recursos utilizados em sala de aula, ainda está muito presente na escola
da atualidade.
SKINNER E
DESENVOLVIMENTO
HUMANO
1. Os seres humanos têm uma potencialidade natural para aprender. As pessoas são
curiosas e têm uma tendência natural e um desejo para descobrir, ampliar o conhecimento e
a experiência. Estas características são facilmente observadas em disciplinas de ciências que
utilizam a aprendizagem através da experimentação científica. Segundo Moreira (2011, op. cit.),
este primeiro princípio “[...] reflete a característica básica do enfoque rogeriano à educação: o
aluno tem um desejo natural de aprender, e esta é uma tendência na qual se pode confiar”.
2. A aprendizagem significante ocorre quando a matéria de ensino é percebida pelo alu-
no como relevante para seus próprios objetivos. O aluno aprende de forma mais rápida quando
percebe que um determinado conteúdo é relevante para atingir seus próprios objetivos pessoais
(autorrealização). Rogers cita neste caso o exemplo de dois estudantes de um curso de estatís-
tica: um deles desenvolvendo um projeto no qual necessita utilizar o conteúdo de determinada
disciplina para esta finalidade, e outro aluno apenas assistindo às aulas, para obtenção de
créditos. Não há dúvida quanto à diferença na aprendizagem neste exemplo dos dois alunos.
3. A aprendizagem que envolve uma modificação da organização pessoal – na
percepção de si mesmo – é ameaçadora e tende a suscitar resistência. Para a maioria das
pessoas, parece que na medida que outros estão certos, elas estão erradas. Neste caso,
a aceitação de valores externos pode ser profundamente ameaçadora aos valores que a
pessoa já tem, nascendo uma resistência a esta aprendizagem.
4. As aprendizagens que ameaçam o eu (self) são mais facilmente percebidas e
assimiladas quando estas ameaças externas são minimizadas. Rogers ilustra este princípio
através do exemplo de um aluno com dificuldade em leitura, e que por isso, sente-se amea-
çado e desajustado perante seus colegas. Quando é forçado a ler em voz alta na frente
de toda turma, quando é ridicularizado, quando recebe notas baixas, não progride nesta
dificuldade. Ao contrário, se este aluno estiver em um ambiente de apoio e compreensão,
sem exposição ridicularizadora, sem avaliação por notas e, ao contrário, fizer sua autoava-
liação, estas ameaças externas se reduzirão a um mínimo, fazendo-o progredir.
5. Quando é pequena a ameaça ao eu, pode-se perceber a experiência de maneira
diferenciada. Quando o aluno se sente seguro e não ameaçado, a diferenciação crescente
dos componentes da experiência e a assimilação dos seus significados pode ser percebida,
e a aprendizagem pode prosseguir.
6. Grande parte da aprendizagem ocorre através da ação. Um dos meios mais eficazes
de promover a aprendizagem consiste em colocar o aluno em confronto experiencial direto
Fonte: KONOPKA, Clóvis Luís. A Aprendizagem na concepção humanista de Carl Rogers e sua contribuição para
o desenvolvimento das atitudes dos estudantes de graduação em medicina da UFSM. Universidade Federal de
Santa Maria. Tese de doutorada, Santa Maria, RS. 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/
handle/1/3548/KONOPKA%2C%20CLOVIS%20LUIS.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 02 jun. 2020.
FILME/VÍDEO
• Título: Gênio Indomável
• Ano: 1997
• Sinopse: O jovem Will Hunting, servente de uma universidade,
revela-se um gênio em matemática. Com algumas passagens pela
polícia, ele é obrigado a fazer terapia. O tratamento só começa a
dar certo quando ele se identifica com o terapeuta Sean Maguire.
• Comentário: Neste filme, o protagonista, interpretado por Matt
Damon, é um rapaz com uma uma inteligência extraordinária, po-
rém precisa da ajuda de um mentor comprometido para orientá-lo
a explorar o seu potencial infinito.
WEB
Caro(a) aluno(a) vou sugerir a leitura do artigo Facilitar a aprendizagem:
ajudar aos alunos a aprender e a pensar vai auxiliar na compreensão
da importância do desenvolvimento da aprendizagem, é um texto in-
teressante que expõe as responsabilidades da escola, da família e do
próprio educando na sua maneira de adquirir conhecimentos.
• Web: http://www.scielo.br/pdf/pee/v6n2/v6n2a06.pdf
ENTENDENDO O
CONSTRUTIVISMO
E OS PROCESSOS
EDUCACIONAIS
Professor(a) Me. Sonia Maria de Campos
Plano de Estudos
• O construtivismo de Piaget;
• O construtivismo de Vygotsky;
• A teoria de ensino de Bruner;
• O construtivismo de Ausubel, Vergnaud e Johnson-Laird.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender as especificidades da psicologia cognitiva de Piaget;
• Analisar os aspectos cognitivos por Vygotsky;
• Compreender o comportamento humano na visão de Bruner;
• Compreender como ocorrem os processos mentais.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), a aprendizagem é um processo fundamental para a vida humana,
portanto se tornou alvo de preocupação da humanidade. Muitos cientistas pesquisaram,
o estudo da subjetividade que vem organizando meios para tornar o processo de apren-
dizagem mais eficiente. Aí reside a justificativa para a importância que se dá ao estudo
da aprendizagem para a psicologia e para a educação. A natureza do ensino e da apren-
dizagem está relacionada à maneira como planejamos nossa intervenção educacional e
pedagógica, tanto do ponto vista da educação formal, quanto da educação não formal.
Para tanto, esta unidade foi organizada tratando a educação nos aspectos do cons-
trutivismo de Piaget, que aborda dos progressos cognitivos como uma capacidade maior
de pensar de maneira abstrata, denominado pensamento operacional formal em que pode
se alcançar a capacidade de compreender e lidar com conceitos abstratos, especular a
respeito de possibilidades e alternativas e ainda raciocinar em termos hipotéticos.
Do construtivismo de Vygotsky (1988), que entende que a prática educativa pos-
sibilita e permite à criança aprendiz envolver-se nas atividades de forma independente,
apesar de estar contando com a ajuda de outros.
A teoria construtivista do ensino de Bruner (1990) entende ser possível ensinar
qualquer assunto, de maneira coerente, a qualquer criança, em qualquer estágio de seu
desenvolvimento.
E no construtivismo de Ausubel (1963), que traz que, caso conseguíssemos separar
um único fator como o mais relevante na aprendizagem cognitiva, ele destaca ser o que o
aprendiz já sabe ou o conhecimento que está na estrutura cognitiva com clareza, estabili-
dade e diferenciação; com isso, o ensino deveria reconhecer tal conhecimento, então, seria
necessário averiguá-lo previamente. Vergnaud (1990) traz como referência a relevância
do próprio conteúdo do conhecimento e faz uma análise conceitual do domínio do conhe-
cimento do indivíduo. E para Johnson-Laird (1983) o modelo mental é uma representação
que pode ser totalmente ou parcialmente analógica, e ainda parcialmente proposicional,
que pode tanto ser distinta de uma imagem, mas relacionada a ela.
Então, temos um desafio pela frente, convido você a segui-lo comigo.
O CONSTRUTIVISMO
DE PIAGET
Para entender a teoria de Piaget (1896 -1980), vamos iniciar observando o que traz
em relação a sala de aula. Como bem sabemos, é um espaço que faz parte da escola, ou
ainda, o local onde os sujeitos se reúnem para aprender. Porém, sabemos que a sala de
aula é compreendida como espaço destinado à aprendizagem, mas não o único.
O espaço da escola é constituído pelas mudanças sociais com fins próprios e es-
pecíficos e, com isso, podemos notar que a escola, bem como os modos de ensinar, vem
passando por mudanças no decorrer dos tempos e tomando “modelagens”. É por meio das
diferentes “modelagens” da sala de aula e a relação com a percepção epistemológica que,
para cada momento, se embasa na verdade do momento histórico.
Com isso, a forma de entender a construção do conhecimento também precisa
mudar. Pois se o conhecimento é compreendido a partir de uma perspectiva epistemológica
empirista, o que podemos entender sendo uma réplica da realidade, ou “[...] que ele vem
de fora, está na sociedade, os outros os possuem e nos transmitem, enquanto que nós nos
limitamos a nos apoderar dele e incorporá-lo [...]” (DELVAL, 2007, p. 116), evidenciando,
com isso, que a sala de aula, por ser um espaço de construção de conhecimentos e de
trocas, precisa acompanhar as mudanças e estar aberta para compartilhar outros assuntos
para que se alcance o desenvolvimento cognitivo do sujeito.
Mas, se analisar que o “[...] conhecimento provém do sujeito e não pode vir da
experiência. A própria capacidade de aprender não pode ser resultado de nossa experiên-
cia. [...]” (DELVAL, 2007, p. 117), pode-se notar que se trata da epistemologia de cunho
elitista, quando traz que a sala de aula é um espaço para aprender, não será a mesma
daquela defendida na epistemologia empírica. Isso ocorre pelo fato de o conhecimento
Até aqui, você já deve ter percebido, portanto, que a partir do que Piaget (1998)
traz em relação às direções que as ações pedagógicas podem tomar vai depender da
corrente epistemológica eleita, e ainda de como ocorre o entendimento psicológico do de-
senvolvimento cognitivo que se manifesta como verdadeiro, mas que, tanto a epistemologia
empírica e a inatista, por si só, não conseguem explicar todo o processo de conhecer
realizado pelo sujeito cognoscente.
A Epistemologia piagetiana entende que é preciso depositar importância na expe-
riência para que ocorra o conhecimento, assim como dar oportunidade ao sujeito como parte
fundamental para esse processo cognitivo acontecer. Podemos perceber a diferença entre
o empirismo e o inatismo ao analisar a radicalidade e a força que designam à experiência,
assim como para o sujeito do conhecimento, respectivamente.
Vamos para a terceira direção epistemológica de Piaget (1998), sendo a sua própria
epistemologia, que tem uma natureza construtivista.
O conhecimento não inicia no sujeito, nem tão pouco no objeto, mas no resultado entre a interação do
sujeito e objeto pela ação do sujeito, ou seja, é um ponto invisível aos olhos, mas seria como se estivesse
em um intervalo entre a ação e objeto. É nesse ponto que ocorre a aprendizagem humana.
O período Sensório Motor é o estágio dos reflexos, refere-se aos primeiros dias de
vida e vai aos dois anos de idade. É caracterizado pelo conhecimento da realidade por meio
da exploração motora. Nessa fase, a criança utiliza dos órgãos sensoriais para explorar o
mundo a sua volta, por isso é comum nesta fase morder, jogar e pegar objetos.
[...] todas as suas ações são construídas a partir de reflexos inatos que vão
se modificando e se diferenciando tornando-se mais complexos e maleáveis.
Dentre as principais aquisições do período sensório-motor, destaca-se a no-
ção do “eu” através do qual a criança diferencia o mundo externo do seu
próprio corpo (PIAGET, 1998, p. 40).
Para Piaget e Inhelder (2003), o bebê ainda não apresenta pensamento e a sua
afetividade ainda não está ligada a representações, neste sentido, não sente necessidade
de chamar as pessoas ou pedir certos objetos na ausência destes. Em resumo:
• Essa fase é caracterizada pelo comportamento motor;
Essas etapas não são pré-estabelecidas, sendo somente uma média de idade em
que predominam determinadas construções de pensamento, mas pode ocorrer antes ou um
pouco depois das idades descritas, os pais podem observar cada uma com características
próprias, constituindo um determinado tipo de equilíbrio. Assim, a epistemologia piagetiana
é de cunho construtivista por designar que o “[...] conhecimento se dá por um processo
de interação radical entre o sujeito e o objeto, entre o indivíduo e a sociedade, entre o
organismo e o meio” (BECKER, 2001, p. 36).
Com isso, cada etapa do desenvolvimento da criança é importante para compreender
os processos da aprendizagem. Dessa forma, cabe a todos os envolvidos em sua formação
e entre eles os seus familiares a respeitar o processo de maturação de cada fase da criança,
estimulando e oferecendo atividades que possibilita o desenvolvimento cognitivo.
CONSTRUTIVISMO
DE VYGOTSKY
Entretanto, para Vygotsky (1998), para gerar aprendizagem efetiva, podemos con-
tar com o próprio movimento de aprender e acessar conhecimento. Sendo uma ação que
deve ocorrer de fora para dentro, ou seja, do meio social para o indivíduo.
A pergunta que fazemos a você é: como podem ser convertidas no indivíduo as relações sociais em funções
psicológicas?
Fonte: A autora. (2021)
Para Vygotsky (1998), isso se dá por meio da mediação ou atividade mediada indi-
reta. Ou seja, é pela mediação que o sujeito internaliza, e isso ocorre através da “reconstru-
As funções mentais superiores são de origem das relações entre seres humanos.
Fonte: Vygotsky (1988).
A TEORIA DE
ENSINO DE
BRUNER
Para a teoria Bruner, o que importa são os fatores intrínsecos, racionais do indiví-
duo. Como ser humano racional, é que vai decidir o que deseja ou não aprender. Como
também, “sem os signos externos, principalmente a linguagem, não seriam possíveis a
internalização e a construção das funções superiores” (RUSSO, 2015, p. 72).
Elaborada inicialmente por Dewey (1959) e seguido por Bruner, a teoria entende a
aprendizagem como solução de problemas. Com isso, concebe que é por meio da solução
dos problemas no dia a dia que os seres humanos se ajustam a seu ambiente. Do mesmo
modo deve proceder no ambiente escolar, levando o pleno desenvolvimento do aluno para
que consiga melhorar sua capacidade para resolver problemas do cotidiano, sendo
A aprendizagem coincide com as maneiras que a pessoa resolve problemas, para isso,
Dewey (1959) entende que é preciso que o sujeito capaz de provocar um tipo de inquirição que
é o pensamento reflexivo, o qual se caracteriza “por um ativo, prolongado e cuidadoso exame
de toda crença ou espécie hipotética de conhecimento” (DEWEY, 1959, p. 18), em que no
processo de formação do pensamento a pessoa precisa passar por etapas de tratamento, que
são: ter uma dúvida; noção de problema; esclarecimento do problema; seleção da hipótese
mais provável; verificar a hipótese ou refletir; generalização, dar significado à resposta e crer.
Para tanto, a teoria entende que o papel da escola para esse desenvolvimento no
aluno de resoluções de problemas precisa ser compreendido e trabalhado respeitando as
Esse processo é uma espécie de rede que ocorre sempre, em que cada elemento
é relevante ao próximo passo, que leva ao crescimento após passar por isso e vai desen-
volvendo o seu modo de “Aprender a Aprender” (DEWEY, 1959, p. 48).
“Uma amiga, ao visitar uma escola, recebeu um convite para examinar os alunos de geografia. Depois de
olhar um pouco o livro, perguntou:
- Suponha que você abra um buraco no chão e chegue a uma grande profundidade. Como seria o fundo do
buraco? Seria mais quente ou mais frio que a superfície?
Como ninguém na classe respondeu, a professora disse:
- Eu estou certa de que eles sabem, mas você não perguntou corretamente. Vou experimentar.
Pegou então o livro e perguntou:
- Em que condição está o interior do globo?
Recebeu a imediata resposta de metade da classe:
- O interior do globo está numa condição de fusão ígnea”
Fonte: Mouly (1973, p. 310).
O CONSTRUTIVISMO DE
AUSUBEL, VERGNAUD E
JOHNSON-LAIRD
Com isso, compreender um evento é entender como ele é causado, o que resulta
dele como provocá-lo, influenciá-lo, evitá-lo. Na linguagem de Johnson-Laird (1983), é ter
um modelo de trabalho, um análogo estrutural mental, desse evento.
FILME/VÍDEO
• Título: Escola da Vida
• Ano: 2005
• Sinopse: O Sr. D. (Ryan Reynolds) é o novo professor da cidade,
ele é bonito, simpático e adorado por todos os alunos da Escola Fall-
brook Middle. Ele também faz sucesso com os colegas mestres, com
exceção de Matt Warner (David Paymer), o professor de biologia do
colégio. Werner está determinado a ganhar o Prêmio de Professor do
Ano, mas teme perder sua chance para o novo, e admirado, educador.
WEB
Inspirado nas ideias do cientista suíço Jean Piaget, o método cons-
trutivista estabelece que o processo de aprendizado é desenvolvido
e construída nas ações do sujeito por meio do contato ativo com o
conhecimento. Assim, o professor deve criar contextos, conceber
ações e desafiar os alunos para que a aprendizagem ocorra. Nes-
se método, o aluno participa ativamente do próprio aprendizado,
mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a
dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedi-
mentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades
dos objetos e construindo as características do mundo. O método
enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um
trampolim na rota da aprendizagem.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=zXLEF_WV0hA
HUMANISMO E
A EDUCAÇÃO
Plano de Estudos
• Teoria de Rogers;
• O Conhecimento para Novak;
• A aprendizagem para Gowin;
• O ensino e aprendizagem para Freire.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender a série de princípios de aprendizagem;
• Analisar a teoria de educação;
• Conhecer o que Gowin trata sendo uma relação triádica entre
professor, materiais educativos e aluno, cujo produto é o
compartilhar significados;
• Compreender o ensinar como uma especificidade humana.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade serão apresentados os principais aspectos das
teorias da aprendizagem humanista que são importantes na compreensão do processo de
aprendizagem do ser humano. No decorrer deste estudo será possível verificar que cada
teórico traz uma forma de entender como ocorre a aprendizagem. Esse estudo vai te levar a se
questionar: “será que é possível que todas as pessoas consigam aprender do mesmo modo,
em quantidade e qualidade?”, ainda: “será que a aprendizagem acontece de acordo com a
idade cronológica?” e “será que a aprendizagem ocorre de dentro para fora do ser humano?”
Vamos em busca das respostas desses questionamentos e notamos que não po-
demos nos igualar a ninguém, pois cada ser humano possui seus modos de processar a
aprendizagem diferente.
Iniciamos pela teoria de Rogers, que ficou conhecida como humanista por se em-
basar na visão otimista do homem, acreditando que o organismo humano entende o que é
melhor para ele e, para isso, usa dos sentidos aprimorados ao longo da evolução da espécie.
Em seguida vamos compreender a teoria humanista de Novak, que entendia que
educação pertence a um conjunto de experiências, como: as questões cognitivas, afetivas
e psicomotoras que auxiliam no engrandecimento do ser humano, com isso, apresenta
uma proposta em que a aprendizagem significativa subjaz à integração construtiva entre
pensamentos, sentimentos e ações que conduzem ao crescimento do ser humano.
Outro teórico relevante para este estudo é Gowin. Para o teórico, o ensino se con-
solida quando o significado do material captado pelo aluno é o significado que o docente
almeja que esse material reflita para o aluno, que é o significado compartilhado no meio da
matéria de ensino. Gowin é conhecido por um instrumento heurístico denominado como ‘Vê’.
Por fim, finalizamos compreendendo a teoria de Freire, este se destacou por trazer
uma pedagogia libertadora, por uma educação política, que entende ser saberes necessá-
rios à prática educativa.
Desejo que no decorrer de seus estudos tenha um momento de reflexão sobre esta
teoria!
TEORIA DE ROGERS
Neste momento dos estudos você deve chegar a compreensão de que as teorias
da aprendizagem apresentaram que, até certo tempo, alguns estudiosos defendiam que a
aprendizagem estava ligada a uma inteligência interior do indivíduo e se medeia por meio
de estruturas que tinha sua ênfase. Para isso, isolava o indivíduo para conseguir mensurar
suas respostas dentro de um contexto específico.
Atualmente, esse pensamento é contestado. Estudiosos defendem que pertence-
mos ao mesmo grupo de seres vivos, mas o que nos difere são nossas diversas culturas.
Ou seja, tudo depende de como interagimos com o meio que vivemos, pois, ao nascer,
recebemos uma carga de cultura, informações advindas de nossos familiares, que nos
impulsionam em direção a um objetivo traçado previamente; deixando claro, com isso, que
os tipos de aprendizagens e a forma como aprendemos, ou seja, a nossa inteligência cons-
truída nesses meios, irão conduzir a formação e o desenvolvimento futuro. Para Gardner
(1995, p. 189) “na melhor das hipóteses, as inteligências, são potenciais ou inclinações,
que são realizadas ou não, dependendo do contexto cultural em que são encontradas”.
O CONHECIMENTO
PARA NOVAK
Ou seja, a humanidade pensa, sente, age, faz e atua de maneira integral, mas essa
integração pode ser negativa, positiva ou estar de modo intermediário nesse contínuo. Para No-
vak (1981), a aprendizagem significativa subjacente à integração positiva, construtiva, que eleva
a maneira, do pensar, do sentir e do agir. Qual for o evento “educativo é, um meio para mudar
significados (pensar) e sentimentos entre o aprendiz e o professor” (NOVAK, 1981, p. 20). Quer
dizer, tem-se em uma ação educativa que venha sempre acompanhada de experiências afetivas.
Ausubel sustenta o ponto de vista de que cada disciplina acadêmica tem uma
estrutura articulada e hierarquicamente organizada de conceitos que constitui
o sistema de informações dessa disciplina. [...] Esses conceitos estruturais
podem ser identificados e ensinados ao estudante, constituindo para ele um
sistema de processamento de informações, um verdadeiro mapa intelectual
que pode ser usado para analisar o domínio particular da disciplina e nela
resolver problemas (MOREIRA; MASINI, 2006, p. 42).
É preciso destacar que o mapa conceitual possui três elementos importantes para
ser respeitado em seu desenvolvimento: os conceitos, nada mais é que manter a regulari-
dade no assunto; as relações são as proposições que possuem dois ou mais conceitos que
se ligam por um verbo; a questão focal, que é o questionamento que deve ser respondido
no decorrer do mapa conceitual (NOVAK; GOWIN, 1996).
A APRENDIZAGEM
PARA GOWIN
Para Gowin (1981), o ensino se consolida quando o aluno interagir com o material
e conseguir compreender o conteúdo que o professor realmente deseja passar, que é o
significado compartilhado no contexto da matéria de ensino.
Vamos compreender o modelo triádico!
Essas questões, conhecidas como cinco questões de Gowin, são um modo mais
simples, porém não tão completo, de compreender a produção de conhecimentos. Elas
nasceram em virtude do Vê.
Mas se as condições para que ocorra a aprendizagem significativa está nos materiais com níveis
potencialmente significativos e o aluno tem uma predisposição para aprender, se essas condições estiverem
perfeitamente alinhadas, e se o professor trabalhar os conteúdos de modo a mediar os conhecimentos e,
REFLITA
ainda, se a aprendizagem significativa, de fato, acontecer. Então, como podemos notar a importância dos
diagramas V nesse processo?
Fonte: A autora. (2021)
O ENSINO E
APRENDIZAGEM
PARA FREIRE
Você já ouviu falar da Pedagogia da autonomia? Ela é defendida por Freire (1996)
e se destacou por defender uma pedagogia libertadora, por entender que as pessoas só
podem mudar por meio de uma educação que tenha, entre outras, fontes a política. Freire
(1996) define os princípios da docência como sendo:
Freire (1996) entendia que a formação docente não deve ser dissociada ou alheia
do ser humano, ou do que é ser humano, pois, de um lado, está o que designa o exercício
da criticidade que implica a promoção da curiosidade sem o conhecimento científico para
um interesse epistemológico e, de outro, “sem o reconhecimento do valor das emoções, da
sensibilidade, da efetividade, da intuição ou adivinhação” (FREIRE, 1996, p. 45).
O segundo princípio da pedagogia da autonomia é de entender que ensinar não é
transferir conhecimento, mas levar o aluno por meio de várias possibilidades, compreender
a sua própria produção ou construção de conhecimentos. Ou seja, “[...] o educador que,
ensinando qualquer matéria, ‘castra’ a curiosidade do educando em nome da eficácia da
memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua
capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica” (FREIRE, 1996, p. 56).
Podemos notar que o terceiro princípio geral da pedagogia freireana destaca que en-
sinar é uma especificidade humana, e que está subordinado a outros, tais como Freire (1996):
• Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade;
• Ensinar exige comprometimento;
• Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no
mundo;
• Ensinar exige liberdade e autoridade;
• Ensinar exige tomada consciente de decisões;
• Ensinar exige saber escutar;
• Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica;
• Ensinar exige disponibilidade para o diálogo;
• Ensinar exige querer bem aos educandos.
Diante disso, podemos notar que, para Freire (1996), na formação do professor
necessita ocorrer por meio dos valores, das emoções, da sensibilidade, da afetividade,
da intuição ou adivinhação. E nunca parar, como se já soubesse o suficiente, mas sim, se
submeter a novos desafios.
FILME/VÍDEO
• Título: O clube do imperador
• Ano: 2002
• Sinopse: William Hundert é professor de uma escola preparatória
para rapazes que recebe como alunos a classe alta da sociedade
americana. Lá, Hundert dá lições de moral para serem aprendidas
por meio do estudo de filósofos gregos e romanos. Sedgewick Bell,
o filho de um influente senador, entra em choque com as posições
de Hundert, questionando a importância do que é ensinado. Po-
rém, apesar desta rebeldia, Hundert considera o aluno inteligente
e acha que pode colocá-lo no caminho certo.
WEB
• Diagramas V de Gowin
• O vídeo é bem didático e explica as funcionalidades do uso do
diagrama V de Gowin. É importante que assista, pois é mais uma
forma de analisar a construção do conhecimento do aluno.
• Link do site. https://www.youtube.com/watch?v=W-mUScbWvf8
TEORIA HISTÓRICO-
CULTURAL E A
CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
Professor(a) Me. Sonia Maria de Campos
Plano de Estudos
• Periodização do desenvolvimento psíquico;
• Práticas educativas à luz da concepção humanizadora de homem;
• Psicologia histórico-cultural em diálogo com a pedagogia;
• A aprendizagem na concepção da teoria histórico-cultural.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender os processos mentais e o psiquismo humano;
• Compreender os fundamentos científicos da educação e da prática
pedagógica;
• Analisar as contribuições da psicologia histórico-cultural com a
educação;
• Entender os processos cognitivos e as ações por meio de uma
teoria histórico-cultural.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), no decorrer dos estudos vamos notando que o desenvolvimento
cognitivo não pode ser compreendido sem referência ao contexto social, histórico e cultural
que ocorre. Esse é o primeiro destacar da pedagogia e psicologia histórico-social que va-
mos abordar nesta unidade.
No primeiro momento vamos analisar a Periodização do desenvolvimento psíquico
estabelecido por Freud, que define as zonas do funcionamento mental do ser humano.
Na sequência trataremos das Práticas educativas à luz da concepção humaniza-
dora de homem, que destaca que, para o humanismo, a educação não deveria se limitar
aos saberes necessários para um exercício profissional específico. O humanismo aparece
inserido em quase todas as concepções pedagógicas do século XX e que se faz presente
em muitas ações educacionais.
Seguindo nossos estudos vamos buscar compreender a Psicologia histórico-cultu-
ral em diálogo com a pedagogia. Em que trata dos processos mentais e entende o indivíduo
a partir de seus processos sociais. E que o desenvolvimento desses processos é mediado
por instrumentos e signos construídos social, histórica e culturalmente no meio social em
que ele está situado.
E finalizaremos com a aprendizagem na concepção da teoria histórico-cultural, que
não se trata, no entanto, de tão somente considerar o meio social como uma variável im-
portante no desenvolvimento cognitivo, como muitos pensam ser. É abordagem embasada
nos estudos de muitos autores, entre eles Vygotsky, que defende que o desenvolvimento
cognitivo do ser humano é a conversão de relações sociais em funções mentais.
Diante disso, temos um desafio para enfrentar juntos!
E vamos lá compreender as ideias de que o ser humano não se desenvolve cogni-
tivamente e se torna capaz de socializar sozinho, mas sim por meio da socialização que se
dá o desenvolvimento dos processos mentais superiores.
PERIODIZAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO
PSÍQUICO
A prática de Freud (1976) traz para a Psicologia uma grande contribuição com a
recuperação da importância da afetividade. Freud acreditava que a personalidade surgia
após a resolução de conflitos inconscientes e das crises do desenvolvimento. Freud distin-
guiu três zonas do funcionamento mental:
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/psicologia-virtual-realidade-psique-4440671/
É preciso observar que para algumas pessoas é doloroso ou até não é possível
superar um estágio para partir a outro. E isso pode estar relacionado às necessidades do
A fixação está relacionada à noção teórica que uma parcela da libido do sujeito é investida permanente-
mente em um (ou mais) estágio particular de seu desenvolvimento. Com isso, é possível notar que a pessoa
vai manifestar comportamentos característicos da infância.
Fonte: A autora. (2021)
Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4198621/mod_resource/content/4/Moreira-MC-2013.pdf
Isso quer dizer que a tarefa do professor é facilitar o aprendizado que o aluno
conduz ao seu modo. Rogers (1971) propunha ainda uma aprendizagem significativa,
que ocorre quando o conteúdo é percebido como relevante pelo aluno. Desse modo, as
experiências pessoais e subjetivas são fundamentais para o conhecimento no processo de
ensino e aprendizagem.
Rogers (1971 p. 157) destaca que “Seres humanos têm uma potencialidade natural
para aprender”, as pessoas já nascem predestinadas a aprender, pois o educado é aquele
indivíduo que aprendeu a aprender, que aprendeu a se adaptar e mudar, que aprendeu que
não existe o fim da busca pelo conhecimento, e que só o processo de busca do conheci-
mento provê base para segurança.
PSICOLOGIA HISTÓRICO-
CULTURAL EM DIÁLOGO
COM A PEDAGOGIA
O interesse pela educação, suas condições e seus problemas foi sempre uma constante entre filósofos,
políticos, educadores e psicólogos.
Fonte: a autora.
Sendo assim, é pelo movimento ambiente social e os sígnicos, que cada indivíduo
se torna um ser humano. Ou seja, o uso de signos como ferramenta mediadoras, auxiliares
na composição do funcionamento psicológico humano, muda a atividade natural que são as
funções psicológicas elementares, em prática social e, consequentemente, surgem as formas
complexas de pensamento e de comportamento. Em que constrói se nesse movimento, não
somente a cognição tipicamente humana, mas a própria personalidade (VYGOTSKY, 1989).
A APRENDIZAGEM NA
CONCEPÇÃO DA TEORIA
HISTÓRICO-CULTURAL
No caso do Humanismo, o homem passa ser o mais importante, o centro das atenções.
Fonte: A autora. (2021)
FILME/VÍDEO
• Título: Escritores da Liberdade
• Ano: 2007
• Sinopse: Uma jovem e idealista professora chega a uma esco-
la de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade
e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de
aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, para
fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas
complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão
de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão reto-
mando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento,
e reconhecendo valores como a tolerância e o respeito ao próximo.
WEB
• Título: A Teoria Histórico Cultural de Vigotsky
• Resumo: A professora Zoia Prestes define teoria histórico cultu-
ral de Vigotski, os conceitos fundamentais desta teoria, bem como
as suas contribuições para a área da educação. Além disso, ela
faz apontamentos sobre certos equívocos na tradução de alguns
conceitos nas obras de Vigotski. Comenta também sobre a impor-
tância desta teoria para a formação do professor.
• Link do site. https://www.youtube.com/watch?v=i6NQ1S_SDUw
88
que se materializa numa Didática como instrumento significativo de elaboração do conhe-
cimento científico, com objetivo da transformação social.
Diante disso, o objetivo principal com este estudo, caro(a) aluno(a), é de que possa
ter compreendido um pouco da relevância da PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO e dos teóricos
que destacamos em relação aos processos de aprendizagem humana. Espero, com isso,
que com este estudo possibilite a você a compreensão do seu papel no processo de ensino
e aprendizagem à luz destas teorias, que se aproprie dos conhecimentos científicos e da
formação humana do futuro da educação.
Esse estudo é claramente uma primeira aproximação, um apoio teórico inicial.
Poder-se-ia dizer que não se deve parar por aqui.
Obrigada pela sua atenção.
Abraços.
89
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VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed., São Paulo: Livraria Martins Fontes,
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WATSON, J. B. Psychology as the behaviorist sees it. Psychological Review, 20, pp. 158-177
[publicado também na obra organizada por R. J. Herrstein e E. G. Boring Textos Básicos
de História da Psicologia. São Paulo: Herder/EDUSP, 1971.
97
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