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SOCIOCULTURAL
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
Professor Esp. Paulino Augusto Peres de Souza
Professor Me. Paulo Vitor Palma Navasconi
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
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AUTOR
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo.
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Professor Me. Paulo Vitor Palma Navasconi
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
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fazendo assim uma comparação entre passado e presente, semelhanças e diferenças,
entre várias culturas que compõem esse povo, sobretudo seus aspectos religiosos.
Quase no fim de nossa jornada debateremos sobre as questões de Gênero e suas
vertentes. Vale ressaltar que abordaremos alguns conceitos chaves para que possamos
compreender um pouco melhor o termo gênero e sexualidade. Vamos apresentar e expla-
nar os conceitos de heterossexualidade compulsória, heteronormatividade e naturalização.
Assim, chegaremos ao fim dessa viagem. Espero que seu horizonte de expectativas
seja modificado, uma vez que todos nós, brasileiros, somos fruto de uma herança multiétnica
de vários povos, desta forma, a humanização das relações entre esses povos só é possível
quando os conhecemos melhor e possamos ver que o outro é igualzinho a mim.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
História e Cultura Africana
UNIDADE 2
O Negro no Brasil: Abolição
e Seu Legado.
UNIDADE 3
História e Cultura Indígena
UNIDADE 4
A Compreensão Sobre Questões de
Gênero e Direitos Humanos
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UNIDADE
HISTÓRIA E CULTURA
AFRICANA
Plano de Estudos
• O ainda mal compreendido negro no Brasil
• Africanos são todos iguais? De onde veio a população negra no Brasil?
• O que foi a escravização?
• O africano no Brasil
• A Resistência Negra
• Os quilombos como sinônimo de resistência negra
Objetivos da Aprendizagem
• Contextualizar a história do africano no Brasil a fim de perceber que sua existência
hoje se dá através de muita luta, e que sua cultura está presente no nosso dia a dia.
• Compreender que a africanidade no Brasil é composta de diversas etnias
africanas e não de apenas um povo chamado africano, pois não existe um povo
africano, mas povos africanos.
• Estabelecer a importância da compreensão da escravização negra no Brasil como ponto
de partida para entender a existência do próprio negro no Brasil contemporâneo.
• Entender que os escravizados não aceitavam passivamente sua escravidão, mas
resistiam de diversas formas, sobretudo na forma de concentração quilombolas.
INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos ao nosso curso de Formação Sociocultural e Ética. A partir de
agora, seguiremos para uma viagem no tempo em busca das nossas experiências históricas,
algumas explicações para o que ocorre no Brasil contemporâneo e, claro, olhar para um ho-
rizonte futurístico, depositando nele nossa aprendizagem como uma forma de expectativa.
Em nossa viagem ao passado, em busca desses espaços de experiências do Brasil
e, consequentemente, de nós mesmos, primeiro iremos compreender que, durante toda a
nossa história, os detentores do poder no nosso país criaram mecanismos para manutenção
de seu próprio poder, mantendo nas camadas mais baixas a população indígena, a branca
mais empobrecida e, claro, a população negra. Em seguida, você entenderá como funcionou
a escravidão no mundo em vários períodos históricos para logo após compreender como foi
a escravidão moderna no Oceano Atlântico. Também compreenderá como era a vida do afri-
cano no Brasil através da biografia de um ex-escravizado chamado Mahommah G. Baquaqua
e, por fim, entenderá como esses escravizados no Brasil resistiam à escravidão para então
ter contato com o maior exemplo de resistência negra no Brasil, o quilombo dos Palmares.
Ao fim dessa viagem, espero que seu horizonte de expectativas seja modificado,
uma vez que todos nós, brasileiros, somos fruto de uma herança multiétnica de vários
povos; desta forma, a humanização das relações entre esses povos só é possível quando
os conhecemos melhor e possamos ver que o outro é igualzinho a mim.
O AINDA MAL
COMPREENDIDO
NEGRO NO BRASIL
Segundo Alencastro (2000) entre 1551 e 1575, cerca de 25 mil africanos foram
trazidos ao Brasil. Entre 1576 e 1600, houve um salto considerável para quase 200 mil
africanos. Entre 1676 e 1700 houve um pequeno recuo para cerca de 175 mil pessoas
trazidas da África e mais de 350 mil entre 1741 e 1760. A maior parte dos africanos trazidos
ao nosso país era da costa oeste africana, sobretudo dos povos sudaneses e banto.
Da África Setentrional, no norte do continente, vieram ao Brasil povos de Castelo
da Mina, Costa da Mina, povos Ajudá, Bissau, Oorin, Calabar e Cameron. Calcula-se que
entre 1812 a 1820 17.691 escravizados tenham sido trazidos em 68 navios. Já da África
Meridional ao sul do continente, 20.841 africanos foram trazidos em 69 navios negreiros ao
país do Congo, Zaire, Cabinda, Angola, Moçambique, Quillemani, Cabo Lopes, Malambo,
Rio Ambriz e Zanzibar. Esta estatística não nos diz a nacionalidade dos negros trazidos ao
Brasil, mas nos apresenta que os navios negreiros vinham da costa oeste africana, entre
povos bantos e sudaneses.
Os dados, ainda que limitados, nos mostram a procedência dessas pessoas trazi-
das para o trabalho escravo no Brasil. O governo inglês proibiu o comércio de escravos,
tornando, assim, a atividade portuguesa em tráfico negreiro, e para despistar os ingleses,
muitos documentos foram destruídos, outros nunca chegaram a existir com a intenção de
enganar os britânicos.
O contingente de pessoas trazidas do Oeste da África fora chamado de “ouro negro”
pelos mercantilistas europeus. Portugueses, franceses, holandeses e ingleses disputavam
o comércio de escravos bantos e sudaneses no Oceano Atlântico. Reginaldo Prandi diz o
seguinte sobre esses povos:
Brandi (2000) afirma que bantos e sudaneses são definições genéricas e imprecisas,
produzidas no contexto da apropriação europeia do continente e dos povos da África. Sendo
assim, afirmações sobre a origem dos africanos no Brasil são quase sempre imprecisas.
Os bantos dividiam-se em dois grupos, os angola-congoleses e os moçambiques e
tinham como destino o Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo. Os
sudaneses também se dividiam em três subgrupos: yorubás, jejes e fanti-ashantis e seu des-
tino principal era a Bahia. E, ao contrário do imaginário popular, esses povos falavam línguas
diferentes, muitas vezes dentro de uma mesma fazenda, existiam escravizados de várias etnias
e, desta forma, não conseguiam se organizar devido a impossibilidade trazida pela linguagem.
O QUE FOI A
ESCRAVIZAÇÃO?
Para compreender a história do nosso país é essencial entender o que foi a ampla
escravidão de pessoas no Brasil. Os primeiros registros de escravidão de pessoas são de
mais de cinco mil anos atrás, na região da Mesopotâmia, basicamente no mesmo tempo
das primeiras civilizações sedentárias. O Código de Hamurabi estabelecia os parâmetros
da escravização de pessoas, incluindo condições de vida e origem daquele escravizado da
seguinte forma: a compra de um escravizado em mercados portuários; a escravização de
prisioneiros de guerra e pessoas endividadas livres que poderiam ser levadas à escravidão.
Essas motivações para a escravidão levavam as sociedades a terem múltiplos estratos
sociais e estiveram presentes em diversas civilizações em diferentes regiões e diferentes
períodos de tempo como na Grécia e Roma antiga.
No Império Romano, a escravidão estava presente nas mesmas possibilidades,
incluindo o cenário em que um escravizado poderia conquistar ou comprar, não apenas a
sua liberdade, mas também sua cidadania, por exemplo, pelo serviço militar. É importante
notar que esses mecanismos eram universais, sem restrições étnicas e geográficas. Em
Roma, as pessoas escravizadas poderiam ser romanas, germânicas, cartagineses, celtas,
trácias, etíopes, basicamente todas as etnias dentro das fronteiras da República ou do
Império. Entre os povos indígenas americanos, a escravidão pela guerra ou por dívidas era
praticada, dentre outros, pelos povos mesoamericanos, pelos caribe, pelos comanches e
os tupinambás. Sociedades chinesas, nórdicas, mongóis e japonesas também mantinham
a prática da escravidão. Na África, praticamente todas as culturas e sociedades tinham o
costume da escravidão por guerras ou por dívidas, como no Reino do Congo.
O AFRICANO
NO BRASIL
As coisas iam de mal a pior e estava muito ansioso para trocar de senhor, en-
tão tentei fugir, mas logo fui apanhado, atado e restituído a ele. [...] fui muito
severamente espancado. Eu disse a ele que não deveria mais me açoitar e
fiquei com tanta raiva que me veio à cabeça a ideia de matá-lo e, em seguida,
suicidar-me. [...]. (LARA, 1988, p. 62).
Diante da tentativa de suicídio foi vendido a outro proprietário, que fazia viagens
marítimas pelo litoral brasileiro. Numa viagem a Nova York, em 1847, ele conseguiu fugir
com ajuda de religiosos abolicionistas dos Estados Unidos. Ele já sabia falar diversas lín-
guas, incluindo o árabe, o português e o francês e aprendeu a escrever em inglês. Mudou-se
para o Canadá, onde escreveu seu livro, depois foi para o Haiti, que era o único país do
continente onde os negros chegaram ao poder. O final de sua vida não é conhecido, mas
seus planos eram de retornar ao continente africano.
Essa história tem algo em comum com as demais histórias dos sobreviventes do tráfi-
co negreiro, seja pela fuga, pela revolta ou pela negociação e busca de alforria: a resistência.
A RESISTÊNCIA
NEGRA
OS QUILOMBOS
COMO SINÔNIMO
DE RESISTÊNCIA NEGRA
A palavra quilombo existe no Brasil há quase 450 anos e já estava presente em textos
escritos pelos colonizadores portugueses desde 1559. Nos textos escritos pelos portugueses
a palavra quilombo tinha um significado muito simples: “um grupo de escravos fugidos que
cabia às autoridades capturar ou exterminar” de acordo com as leis da época. Para os que
viviam em quilombos, a palavra tinha um significado muito mais profundo, era uma forma de
organização social para a defesa da liberdade. Na formação do Brasil a escravidão estava
por toda a parte, nos engenhos, nas vilas e cidades criadas pela colonização europeia e os
quilombos eram uma negação deste mundo em uma busca pela emancipação.
Em cartas, relatórios, leis e outras fontes portuguesas temos acesso a diversas
informações sobre como eram os quilombos e quem eram seus habitantes. Nessas fontes
são descritas as habitações, as roças plantadas, o tempo de permanência da comunidade
no local, as tecnologias que elas dominavam e as pessoas capturadas ou mortas. Nem sem-
pre os portugueses destacavam o nome dos escravizados, costumavam anotar as idades,
sexo, locais de origem, etc. Essas informações eram importantes para as estratégias dos
colonizadores que buscavam entender a resistência dos negros para melhor combatê-la e
hoje servem para que conheçamos suas histórias, lutas e como era viver em um quilombo.
Para a historiadora, Maria Beatriz Nascimento, pioneira nos estudos dos quilombos, brasi-
leira, trabalhou em Angola onde investigou o que significa quilombo na época em que essa
palavra atravessou o oceano e chegou ao Brasil. Sua pesquisa concluiu que quilombo é um
conceito que tem origem nos povos bantos, habitantes da África Centro-Ocidental e Leste.
Precisamente, a palavra é usada durante os séculos XVI e XVII para definir os
acampamentos dos guerreiros Jagas que resistiram por muito tempo aos colonizadores
graças à sua forma de organização guerreira, mas acabaram se aliando aos europeus
Fonte: MANZANO, Juan Francisco, A Autobiografia do poeta-escravo. São Paulo: Hedra, 2015.
“Oh! a repugnância e a imundície daquele lugar horrível (navio negreiro) nunca serão apagadas de minha
memória. Não: enquanto a memória mantiver seu posto nesse cérebro distraído, lembrarei daquilo. Meu
coração até hoje adoece ao pensar nisto.”
LIVRO
• Título: Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua
• Autor(a): Silvia Hunold Lara
• Editora: Revista História Brasileira, São Paulo, v. 8, n. 16, p. 269-
284, 1988.
• Link do site: https://www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3686
WEB
Canal Revisão. Tráfico Negreiro. Apresentação de Pirula. Tópicos
abordados: Os africanos na formação do Brasil, para além da
escravidão; História do tráfico de pessoas escravizadas na África,
e da África para a América; O predomínio português e brasileiro
no mercado atlântico de escravos; O processo de escravização
da perspectiva de um africano (Mahommah Gardo Baquaqua); As
experiências e as estratégias para a conquista da liberdade.
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=TjcQTVLQDF0
FILME/VÍDEO
• Título: Amistad
• Diretor: Steven Spielberg
• Ano: 1997
• Sinopse: Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se
libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La
Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem
navegação e se veem obrigados a confiar em dois tripulantes sobre-
viventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses, sejam
capturados por um navio americano, quando desordenadamente na-
vegavam até a costa de Connecticut. Os africanos são inicialmente
julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o
presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha
ser reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos
estados do Sul e também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a
jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin) alega que tanto os escravos
quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Mas os abolicio-
nistas vencem, e, no entanto, o governo apela e a causa chega a
Suprema Corte Americana. Este quadro faz o ex-presidente John
Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não assumido,
sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos.
O NEGRO
NO BRASIL:
ABOLIÇÃO E SEU
LEGADO
Professor Doutor Raphael Menechini Neto
Plano de Estudos
• Os agentes da abolição da escravidão no brasil
• O maior legado da escravidão: o racismo
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender o processo de abolição no Brasil e evidenciar o movimento
abolicionista para destacar que foram os negros que lideraram esse
processo e não uma princesa branca ou grupos brancos como se está
no imaginário popular.
• Contextualizar o racismo no Brasil como um fenômeno que surge com a
escravidão e não acaba com o fim da mesma, pois vários mecanismos de
desprezo a população negra no Brasil ocorrem durante a nossa história
pós fim da escravatura.
• Compreender os dois tipos de preconceitos categorizados por Oracy
Nogueira, o de marca e o de origem para que o aluno possa compreender que
o racismo se apresenta de diversas formas em diversos locais do mundo.
• Estabelecer a importância de entendermos que o Brasil é um país racista
e que esse racismo é camuflado, escondido e que se torna evidente em
momentos de conflito de forma cruel
INTRODUÇÃO
Olá, caros alunos. Tudo bem? Vamos dar continuação a nossa viagem histórica.
Preparado? Vale ressaltar que no módulo anterior iniciamos nossa viagem ao passado para
compreendermos como foi a escravidão e a forma de resistência em nosso país. A partir de
agora damos prosseguimento a nossa viagem, partindo do suspiro de liberdade que nasce
da abolição da escravatura no nosso país.
Em uma de nossas paradas nessa viagem, perceberemos que a abolição da escra-
vidão no Brasil não teve grande participação de movimentos brancos. Então entenderemos
que abolicionismo em si foi liderado por negros. Perceberemos ainda que a princesa Isabel,
abolicionista, era apenas uma personagem na abolição e os principais protagonistas foram
os negros em si.
Daremos prosseguimento a nossa jornada através de uma comparação realizada pelo
sociólogo Oracy Nogueira sobre o preconceito nos Estados Unidos e Brasil. Sendo assim,
conheceremos a diferença entre preconceito de origem e no Brasil e preconceito de marca.
Espero que você compreenda o racismo como legado da escravidão negra no
Brasil durante mais de 300 anos.
Espero que esteja entusiasmado com e apreensivo com nossa viagem. Entusias-
mado para que se encante nesse processo de ensino-aprendizagem e apreensivo para
compreender a origem do racismo em nosso país.
Vamos lá?
OS AGENTES DA ABOLIÇÃO
DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Em 2018 tivemos o aniversário de 130 anos da assinatura da lei áurea que encerrou
escravidão de pessoas negras no Brasil. Costumamos ver essa lei nas escolas como se tives-
se acontecido de repente com uma assinatura e fim. A Lei Imperial nº 3.353, nome oficial da
Lei Áurea, foi apresentada à Câmara Geral, atual Câmara dos Deputados, pelo então ministro
da agricultura no dia 8 de maio de 1888. Foi aprovada e levada ao Senado que também a
aprovou no dia 13 de maio e após foi assinada pela princesa Isabel como regente do Brasil.
A luta pela abolição, entretanto, tinha começado bem antes. Os primeiros movimentos
abolicionistas no Brasil foram sociedades religiosas como os jesuítas que protestavam contra
a escravidão de indígenas ainda no século XVII. O modelo de escravidão indígena já estava
em declínio, substituído pela escravidão negra africana, mais lucrativa e geralmente aceita.
Oficialmente a escravidão indígena foi proibida em 1757 por meio de um decreto
do Marquês de Pombal, então Secretário de Estado do Reino de Portugal. Alguns anos
depois em 1761 o mesmo Marquês de Pombal decretou o fim da escravidão negra, porém,
isso foi implementado apenas na metrópole europeia, territórios na Índia e depois à ilha
de madeira. Para a Coroa, abolir a escravidão negra na América seria um grande impacto
econômico tanto na queda de produção nos territórios quanto no fim do tráfico de pessoas.
Em 1822 o Brasil quase foi fundado como um país sem escravidão e teria sido o
primeiro país da América do Sul, mas foi a do Chile que aboliu toda forma de escravidão
em 1823 logo após a sua independência. Nessa época o abolicionismo já era discutido
mundialmente por movimentos abolicionistas ingleses e estados que já haviam abolido a
escravidão nos Estados Unidos.
Fonte: PERES, Paulino. (2018). A Escravidão e os reflexos do desenvolvimento humano nos Estados Unidos.
No primeiro mapa dos Estados Unidos, quanto mais clara a cor do mapa menor o
IDH. No segundo mapa vemos onde era e não era legal a escravidão nos Estados Unidos
em 1861. Perceba que os antigos estados escravistas são hoje os estados com menor IDH.
Também esses estados são os que possuem o menor índice de mobilidade social, onde
a chance de alguém melhorar sua condição de vida por seus próprios esforços é menor.
Estes estados também estão entre os com maior índice de pobreza nos Estados Unidos.
Esse exemplo americano é para percebermos que a escravidão gerou o seu legado
na sociedade contemporânea, não só nos EUA, mas também em todos os países que
tiveram a escravidão como instrumento de mão-de-obra em seu território, entre ele o Brasil.
Esse legado da escravidão e seus modelos de sociedade autoritária e de economia pouco
liberal dura até hoje, inclusive no Brasil.
O MAIOR LEGADO
DA ESCRAVIDÃO:
O RACISMO
“Não é de bom tom puxar o assunto da cor”, pois, afinal de contas, “em casa
de enforcado não se fala em corda”. Oracy Nogueira.
Nos Estados Unidos [...] o branqueamento, pela miscigenação, por mais com-
pleto que seja, não implica incorporação do mestiço ao grupo branco. Mesmo
de cabelos sedosos e loiros, pele [branca], nariz afilado, lábios finos, olhos
verdes, sem nenhum [traço] característico que se possa considerar como ne-
groide e, mesmo, lhe sendo impossível, biologicamente, produzir uma des-
cendência negroide, ‘por mais esforço que faça, para todos os efeitos sociais,
o mestiço continuará sendo um ‘negro’. (NOGUEIRA, 1998, p. 43).
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denomi-
nação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal,
provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;
[...]
Art. 403. No caso de reincidência será aplicada à capoeira, no grau máximo, a pena do art. 400. Com a pena
de um a três anos.
Em 1935 a capoeira deixou de constar como arte proibida com a queda do Decreto de 11 de outubro de
1890. Posteriormente, em 1937, a então Secretaria da Educação conseguiu um registro oficial que quali-
ficava seu curso de capoeira como Curso de Educação Física. Em 26 de dezembro de 1972 a capoeira foi
homologada pelo Ministério da Educação e Cultura como modalidade desportiva.
“Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados” (Makota Valdina).
Fonte: MATA, Lídice. Pronunciamento de Lídice da Mata em 24/11/2016. Disponível em: <https://www25.
senado.leg.br/web/atividade/pronunciamentos/-/p/texto/427635>. Acesso em 19 jan. 2021.
“O quilombo [...] constituía-se ‘em polo de resistência que fazia convergir para o seu centro os diversos
níveis de descontentamento e opressão de uma sociedade que tinha como forma de trabalho fundamental
a escravidão’ e por estar ‘dentro da situação de negação à ordem escravista, tinha de se defender
constantemente da repressão dos senhores’ (Moura, 1987, p. 44).
Fonte: MOURA, Clóvis. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo, Brasiliense, 1987.
FILME/VÍDEO
• Título: Ó Paí, Ó.
• Ano: 2007
• Sinopse: O filme conta a história dos moradores de um animado cortiço
do centro histórico do Pelourinho em Salvador. Tudo se passa no último
dia do Carnaval, em meio a muita música, dança e alegria. Até que Dona
Joana, uma evangélica, incomodada com a farra dos condôminos, deci-
de acabar com a festa, fechando o registro de água do prédio. Embora
contenha um tom de comédia, este filme revela um lado desconhecido
da cidade de Salvador, do seu carnaval e o contraste social. Toca em
assuntos como violência, drogas, mídia, preconceito e racismo.
WEB
Abolicionismo e fim da escravidão:
HISTÓRIA E CUL-
TURA INDIGENA
Plano de Estudos
• História e cultura indígena;
• História e cultura indígena: o início na visão eurocêntrica e a lei 11.645;
• História e cultura indígena: a cultura e a atividade socioeconômica das tribos;
• História e cultura indígena: a religiosidade indígena e a aculturação imposta
pelos portugueses;
• História e cultura indígena: atualidade dos povos indígenas e de sua cultura.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer a cultura indígena e sua influência na formação da sociedade brasi-
leira;
• Conhecer a lei 11.645 de 11 de março de 2008 e sua importância para manu-
tenção da cultura indígena;
• Contextualizar todo o processo de colonização reconhecendo o etnocentrismo
existente ontem e hoje;
• Estabelecer a importância da cultura e da historiografia indígena na construção
das identidades do povo brasileiro;
• Compreender os desafios da cultura indígena na sociedade atual.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a)!
HISTÓRIA
E CULTURA
INDÍGENA
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa
alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons
ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será
salvar esta gente. (TUFANO, 1999, p. 19).
Assim podemos afirmar que a discussão nas instituições educacionais sobre essas
duas culturas, principalmente a indígena, tem resgatado as grandes contribuições que forma-
ram nossa história, promovendo um pensamento crítico sobre esses povos, evitando precon-
ceitos e discriminação com um material didático renovado e com tolerância em sua essência.
Se a situação atual dos índios, para muitos, não é digna nem aceitável, o que se dirá do seu futuro? Se atentarmos
para a História do Brasil e quisermos projetá-la no futuro, em uma média ponderada pelo pensamento e pelas
atitudes do seu povo e das elites políticas, certamente não poderemos nos dar ao luxo de sermos otimistas
sobre o destino dos índios. Se quisermos ser otimistas em relação a uma tendência de que a humanidade
está progredindo e o povo brasileiro está se tornando mais aberto e tolerante, só poderemos considerar-nos
ingênuos de que isso seja uma tendência permanente que venha a trazer novos benefícios para as minorias
étnicas. Não é por esses motivos que a história marcha, mas, ainda assim, é por outros reais motivos que
podemos ter esperanças pelos índios. (GOMES, 2012. p. 271.).
Fonte: Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/3523
Fonte: MURALT, Maliu Von. A árvore que se tornou país. São Paulo: Revista-USP. 2006. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/13560/15378/16535
A grande aventura histórica que estamos vivendo nessa disciplina inicia-se quando
você percebe aos poucos que estamos conhecendo e retomando a vida e cultura indíge-
na no Brasil do antes e depois, do passado e do presente, ou seja, vamos relacionar os
acontecimentos e a cultura com a atualidade dos mesmos. Vale ressaltar que agora você
vai conhecer a vida em sociedade do índio, pois assim que ocorreu a chegada do Portu-
guês, percebemos que nossos índios viviam em uma sociedade quase que pré-histórica,
pois os mesmos viviam basicamente da caça, da pesca e da agricultura de milho, feijão,
amendoim, batata-doce e principalmente a chamada de mandioca. Vale ressaltar que para
que ocorresse a prática dessa agricultura, os índios faziam a técnica da “Coivara”, que era
basicamente a derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio, fazendo
assim uma limpeza no território para que se pudesse produzir e trabalhar na terra. Vale
destacar ainda que os índios também praticavam o chamado “Couvade”, onde o homem
acompanhava sua esposa durante todo o período do resguardo dentro da “Oca” (casa)
ajudando e auxiliando nos cuidados do recém-nascido.
Nas tribos indígenas existia uma divisão de trabalho por sexo, ou seja, trabalho
dividido entre homens e mulheres. A caça, a pesca, as habitações, o preparo da terra para o
plantio e a proteção da aldeia ficavam a cargo dos homens, já coleta de frutos, a agricultura,
o cuidado das crianças ficava a cargo das mulheres. Além disso, os índios domesticavam
pequenos animais como, capivaras e porco do mato. Servia tanto para convivência tribal
como para a alimentação. Talvez você se pergunte o porquê de não domesticar animais
como cavalos e galinhas, e a resposta é simples: O cavalo e a galinha vieram para cá com a
“Nós, povos indígenas do Brasil, percorremos um longo caminho de reconstrução dos nossos territórios
e das nossas comunidades. Com essa história firmemente agarrada por nossas mãos coletivas, temos a
certeza de que rompemos com o triste passado e nos lançamos, com confiança, em direção ao futuro.”
Documento final da Conferência dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil. Coroa Vermelha,
Bahia, 21 de abril de 2000
A religiosidade indígena está presente a milhares de anos atrás, pois foi encontrado
vestígios arqueológicos de rituais e cerimônias de sepultamento ou uma espécie de mumi-
ficação / defumação de corpos na América, além de sacrifícios humanos na américa central
acima. Vale ressaltar que no Brasil atual existe uma religião intitulada de Santo Daime, que
absorve, que tem uma miscigenação de várias religiões, do espiritismo ao catolicismo, mas
o que chama a atenção de seus seguidores é o chamado “Ayahuasca”, que na língua qué-
chua, “aya” significa “espírito ou ancestral” e “huasca” significa “vinho ou chá, ou seja, “chá
dos espíritos”, uma bebida indígena das tribos amazônicas que provoca alucinações. Vale
ressaltar que a primeira descrição histórica sobre o consumo desse chá no ano de 1855,
por Richard Spruce, onde percebe-se uma formação interessante para produção desse chá,
que é realizado pela folha de uma planta chamada Chacrona que possui a propriedade
alucinógena, no entanto se a consumirmos pura não ocorre o efeito, pois é provado cien-
tificamente que o corpo humano tem uma enzima que destrói essa propriedade, mas não
se sabe como os índios descobriram que se misturassem a folha da Chacrona com o cipó
chamado Jagube chegariam a um chá alucinógeno, pois cientistas provaram que o cipó
tem propriedades que destroem as enzimas e com isso temos esse chá comercializado na
atualidade, seja em folhas, cipó e mudas das plantas que podem ser encontradas facilmente
na internet, pois se for para fins religiosos é permitido a venda e o consumo no Brasil. Outro
ponto a ser ressaltado é que existem estudos iniciais que apontam que o consumo do chá
do Ayahuasca pode ser utilizado para tratamentos de depressão, pois o mesmo ativa áreas
do cérebro que estão relacionados a atividade e ação do indivíduo.
Em essência, o índio é um ser humano que teceu e desenvolveu sua cultura e ci-
vilização intimamente ligado à natureza. A partir dela elaborou suas tecnologias,
teologias, cosmologias, sociedades que nasceram e se desenvolveram de ex-
periências, vivências e interações com a floresta, cerrado, rios, montanhas e as
respectivas vidas dos reinos animal, mineral e vegetal. (JECUPÉ, 1998, p. 33).
Mesmo com sua religiosidade demonstrada em toda sua história, gestos, pinturas
corporais, o índio passou por um processo de aculturação onde ocorre o desprezo de sua
ligação com a natureza e impõe a religião europeia herdada do período medieval. Sabemos
que o Catecismo e Ordem jesuíta liderada por Inácio de Loyola, nasceram no contexto da
contrarreforma e refletiu-se no Brasil, pois de sua descoberta a esquadra de Cabral já era
acompanhada pelo “exército de Cristo”, que por sua vez começou o processo de evan-
gelização dos índios, liderado por José de Anchieta os Jesuítas passaram a aculturar os
nativos, ensinando-lhes também a cultura europeia com a intenção de aproximar o território
brasileiro do território português, pois assim facilitariam o processo colonial e criaram um
abismo entre a fé católica e a crescente fé protestante.
A Religiosidade indígena mesmo com tanta riqueza acaba sendo miscigenada com a cristandade que foi
absorvida pelos nativos que chegaram a morrer de doenças oriundas do homem Branco:
” Os índios Paranaobí, que foram buscados por tantos anos (…) desceram para a igreja. Viviam 130 léguas
metidos pelo sertão (…) Postos a caminho, começaram a sentir os trabalhos rigorosos e os perigos deles
[os rios encachoeirados0). Até que enfim chegaram todos com saúde e alegria na Aldeia dos Reis Magos.
Mas como acharam esta aldeia infestada de bexigas, ateou a peste delas nos novamente chegados e pouco
a pouco começaram a morrer.” (FAUSTO, 2008, p. 52).
Como apresentado acima é uma declaração errônea, pois contraria inclusive a es-
sência das leis 10.639/03 e 11.645/08 que abordamos em todo nosso processo de ensino/
aprendizagem da disciplina. Vale ressaltar que esse pensamento faz parte do senso comum
de um grande número de brasileiros, podendo ser até mesmo você antes de conhecer e
estudar essas leis e essa disciplina. Outro ponto ressaltado é que esse pensamento de
senso comum se faz presente até mesmo por desconhecimento que o índio dedica grande
parte do seu tempo a atividades consideradas sem importância como o cuidado com o
corpo, o convívio familiar e as atividades na floresta. Vale ressaltar que o documentário
Índio Presente se foi ao ar no dia 27/04/2008 às 05:30 na TV Brasil, com produção: Amazon
Picture e dirigido por Bruno Villela e Sérgio Lobato afirma:
• Será que é a maioria dos índios que estão vendendo seu artesanato nos sinais?
• Será que querem estar naquele local, passando por humilhações, fome, sede e
exposição ao perigo iminente do trânsito e do roubo e assaltos?
• O que você fez quando presenciou ou quando presenciar a cena?
“Enquanto o Brasil real não assumir, com a devida lucidez e honestidade, sua trajetória indígena e
indigenista-antindígena secularmente, na política oficial-este país, pluricultural, pluriétnico, plurinacional,
não estará em paz com sua consciência, ignorará sua identidade e carregará a maldição de ser oficialmente-
etnocida, genocida, suicida.” Dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix, do Araguaia.
Obrigado!
LIVRO
• Título: “A carta de Pero Vaz de Caminha” – Comentado por
Douglas Tufano.
• Autor: TUFANO, Douglas.
• Editora: Moderna; Edição: 1 (1 de janeiro de 1999)
• Sinopse: Edição comentada e ilustrada da carta de Pero Vaz de
Caminha ao rei de Portugal por ocasião do “achamento” do Brasil.
Texto integral reescrito em português contemporâneo. O projeto
objetiva comemorar os quinhentos anos do descobrimento ofere-
cendo ao aluno de primeiro grau cujo currículo prevê a leitura da
carta e ao público em geral um texto de compreensão acessível.
Informações subsidiárias como fotos, mapas e ilustrações comple-
mentarão as notas ao texto.
LIVRO
• Título: ADORADORES do SOL: Reflexões sobre a Religiosidade
indígena. Coleção: Subsídios Pedagógicos.
• Autor: Lucio Paiva Flores.
• Editora: Vozes, 2003.
• Sinopse: O livro descortina a riqueza, beleza e magia da reli-
giosidade indígena, misteriosa e milagrosamente preservadas ao
longo desses 500 anos. São experiências vivenciadas dentro de
aldeias, entre diversos povos, participando de diferentes rituais,
com o olhar, a alma e o sangue de um índio.
FILME/VÍDEO
• Título: 1492 A Conquista do Paraíso.
• Ano: 1992.
• Diretor: Ridley Scott.
• Sinopse: Vinte anos da vida de Colombo, desde quando se con-
venceu de que o mundo era redondo, passando pelo empenho em
conseguir apoio financeiro da Coroa Espanhola para sua expedição,
o descobrimento em si da América, o desastroso comportamento
que os europeus tiveram com os habitantes do Novo Mundo e a
luta de Colombo para colonizar um continente que ele descobriu
por acaso, além de sua decadência na velhice.
FILME/VÍDEO
• Título: THE MISSION: A Missão.
• Ano: 1986.
• Diretor: Rolland Joffé.
• Roteiro: Robert Bolt.
• Sinopse: No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro),
um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter
matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se
envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado
por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacio-
namento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna
um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem-in-
tencionado que luta para defender os índios, mas se depara com
interesses econômicos.
Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE
CONCEITOS
CHAVES
GLOSSÁRIO DA DIVERSIDADE
A
Agênero ou não-binária: pessoa que não se identifica nem como pertencente ao
gênero masculino nem ao feminino.
Androcentrismo: visão de mundo que situa o homem, seu modo de ser e interes-
ses no centro do mundo e, por omissão, condena ao silêncio e a invisibilidade as mulheres.
Em um universo androcêntrico a terra gira ao redor do homem.
Assexual: pessoas que não têm atração e interesse na atividade sexual. Alguns
especialistas reconhecem a assexualidade como orientação sexual, outros discordam.
Assexual romântico: pessoa que não tem interesse na atividade sexual, porém
gosta de trocar afetos, incluindo namorar, desde que não haja atividade sexual.
Assexualidade: é uma forma de viver a sexualidade caracterizada pelo desinteres-
se sexual, podendo vir acompanhada ou não de interesse amoroso. É diferente do celibato,
uma vez que no celibato a falta de interesse/prática sexual não é uma escolha.
Assimetria de Gênero: distribuição desigual de tratamento, recursos, acesso e
poder em um determinado contexto entre os gêneros.
C
Cis/Cisgênero: pessoa cuja identidade de gênero é a mesma do seu sexo biológico.
Cultura da violência: sistema no qual a violência, apesar de ser considerada um
problema social, se sustenta pela normalização da mesma e sua aceitação na sociedade na
qual se reproduz. Os mecanismos que fomentam a cultura da violência são a culpabilização
da vítima, a normalização, a erotização da violência sexual e o alto nível de despreocupação
frente às agressões sofridas pelas mulheres.
Cultura do estupro: maneira em que a sociedade culpa as vítimas de assédio
sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens.
Culpabilização da vítima: atitude de se considerar, frente a um crime de abuso
sexual, que as vítimas de violência são parciais ou totalmente responsáveis pela mesma
quer seja pela sua maneira de se vestir, ou de se comportar.
D
Desconstrução: exercício pessoal no qual a pessoa se esforça para desaprender,
identificar e eliminar atitudes e/ou valores que tenha aprendido ao longo de sua vida.
Drag: são personagens criados por artistas performáticos que se travestem, fanta-
siando-se com o intuito geralmente profissional artístico. Chama-se drag queen a pessoa
que se veste com roupas femininas estilizadas e drag king a pessoa que se veste como
homem. A transformação em drag queen (ou king) geralmente envolve, por parte do artista,
a criação de um personagem caracteristicamente cômico e/ou exagerado.
E
Empoderamento: do inglês empowerment, é o processo pelo qual as pessoas
ganham confiança, visão e protagonismo para fazer trocas positivas em situação de desi-
gualdade que vivem.
F
Feminismo: movimento social e política iniciado no final do século XVIII que defen-
de que as mulheres devem ter os mesmos direitos dos homens.
Feminismo interseccional: ele procura conciliar as demandas de gênero com as
de outras minorias, considerando classe social, raça, orientação sexual, deficiência física.
Por exemplo, feminismo negro.
Feminicídio: assassinato de mulher, motivado por esta ser mulher.
G
Gênero: conjunto de valores socialmente construídos que definem as diferentes
características (emocionais, afetivas, intelectuais ou físicas) e os comportamentos que
cada sociedade designa para homens e mulheres. Diferente do sexo, que vem determinado
como o nascimento, o gênero se aprende e se pode modificar, sendo, portanto, cultural e
socialmente construído.
Gay: palavra inglesa utilizada para designar o indivíduo (homem ou mulher) ho-
mossexual. Embora, algumas vezes, gay seja usado para designar homens e mulheres
homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido constantemente rejeitado por implicar na inivi-
sibilidade da Lesbianidade e da bissexualidade. Sendo assim, a palavra gay é utilizada no
senso comum, para se referir a homens que sentem atração afetivo/sexual por outro homem.
H
Heteronormatividade: sistema que normaliza a heterossexualidade e os compor-
tamentos tradicionalmente ligados a ela, mostrando-os como única opção válida, tornando
marginal qualquer forma de relação fora dos padrões/ideais heterossexuais, da monogamia
e da conformidade de gênero.
Homofobia: aversão, ódio, atitudes e sentimentos negativos a pessoas homossexuais.
Homossexual: pessoa que sente atração física e afetiva por pessoa do mesmo
sexo ou gênero.
I
Identidade sexual: refere-se à percepção de si mesmo como homem ou mulher,
diferentemente da orientação sexual que se refere à atração por um sexo ou outro ou ainda
ambos os sexos.
Identidade de Gênero: refere-se ao gênero com o qual a pessoa se identifica (se
ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê a si como fora do “pa-
drão” convencional). Esse gênero com o qual ela se identifica pode ou não concordar com o
gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. Identidade de gênero e orientação
sexual são dimensões diferentes e que não se confundem. Pessoas transexuais podem ser
heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais, tanto quanto as pessoas cisgênero.
Interseccionalidade: termo cunhado em 1989 pela ativista e acadêmica Kimberlé
Williams Crenshaw ao dizer que as opressões da sociedade (racismo, sexismo, capacitis-
mo, homofobia, xenofobia, classicismo) não atuam de maneira independente e que estas
formas de exclusão estão inter-relacionadas e não podem ser examinadas de forma sepa-
rada, pois suas interações podem potencializar a opressão e a desigualdade.
Intersexual: pessoa que possui variação de caracteres sexuais incluindo cromos-
somos, gônadas e/ou órgãos genitais que dificultam sua identificação como totalmente
feminino ou masculino. Essa variação pode envolver ambiguidade genital, combinações de
fatores genéticos e aparência.
Intergênero: a diferença entre intergênero e transexual é que os intergêneros não
se identificam nem como homens nem como mulheres. Podem ver-se como homens ou
mulheres. Algumas pessoas têm características do sexo oposto em junção com caracterís-
ticas do mesmo sexo. Alguns veem a sua identidade como uma junção entre masculino e o
feminino. Intergênero não designa uma orientação sexual, mas sim um conceito relacionado
com a identidade de gênero.
L
Lesbianidade: refere-se ao amor romântico e/ou prática sexual entre mulheres.
Lésbica: mulher que experimenta amor romântico e/ou atração sexual por outras
mulheres.
Lesbofobia: aversão, ódio, atitudes e sentimentos negativos a pessoas lésbicas.
Linguagem sexista: linguagem discriminatória que coloca as mulheres em subor-
dinação, às excluem ou mesmo invisibilizam, ocultando-as.
O
Orientação sexual: diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos. Ela
geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais. Ela pode ser
assexual (nenhuma), bissexual (atração por mais de um gênero – ou por dois gêneros), hete-
rossexual (atração pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero oposto),
homossexual (atração pelo mesmo gênero) ou pansexual (atração por todos os gêneros).
P
Panssexualidade: também denominada como omnissexualidade, polissexuali-
dade ou trissexualidade é caracterizada pela atração sexual ou romântica por pessoas
independente do sexo ou gênero das mesmas. Podem sentir-se atraídas/os por homens,
mulheres ou também por pessoas que não se sentem identificadas com o seu gênero
incluindo intersexuais, transsexuais e intergêneros.
Panssexual: diz-se daquela/e que sente atração sexual por pessoas, independen-
temente de sua identidade/orientação sexual.
Patriarcado: desigualdade de poder entre homens e mulheres que se traduz na
superioridade do homem em todos os aspectos da sociedade.
Pessoa não binária (nb): é a pessoa cuja identidade não cabe nem como homem
nem como mulher ou ainda que está entre um gênero e outro (masculino ou feminino) poden-
do também ser uma combinação dos dois. São pessoas que não necessariamente optam
por fazer processos de readequação de gênero, por meio de medicamentos e cirurgias.
Pessoa trans: pessoa transexual.
T
Transfobia: ódio ou intolerância as pessoas transexuais e a diversidade de gênero
a partir da crença de que a identidade/expressão sexual de uma pessoa deve corresponder
ao seu sexo biológico.
Transexual: pessoa que possui uma identidade de gênero oposta ao sexo designa-
do (normalmente no nascimento). Geralmente usa hormônios, mas há exceções. Nem toda
pessoa transexual deseja fazer cirurgia para mudança de sexo.
Transhomem: pessoa que possui sexo biológico de mulher, mas se identifica como
homem.
Transmulher: pessoa que possui sexo biológico de homem, mas se identifica como
mulher.
Transexualidade: refere-se à condição do indivíduo cuja identidade de gênero
difere daquela designada no nascimento.
Travesti: identidade histórico-política, construída sócio culturalmente, da pessoa
que é designada como sendo do sexo masculino, transaciona do masculino ao feminino e
vive 24 horas no gênero feminino. Geralmente usa hormônios e faz modificações no corpo
através de intervenções cirúrgicas, não sendo as mesmas uma regra. Em reconhecimento
e respeito a esta identidade deve-se sempre dizer a travesti e nunca o travesti.
1.1.2. Heteronormatividade
O conceito busca dar conta de uma nova ordem social, isto é, se antes essa ordem
exigia que todos fossem heterossexuais, hoje a ordem sexual exige que todos, heteros-
A LINGUAGEM COMO
CONSTRUÇÃO DE
SENTIDOS:
Para existir o diferente é necessário existir o outro, contudo, ambos são construções
e produtos de interações sociais. Segundo Silva (2009) deparamo-nos então, com uma
sociedade que visivelmente cria estereótipos por meio da naturalização/normalização de
identidades, definindo e reforçando valores, conceitos, sentidos, regras e comportamentos.
Por exemplo, antes de nascermos somos envolvidos por inúmeras expectativas, em
relação ao nosso sexo, isto é, a identidade de gênero já vai se delineando no útero de nossas
mães. Expectativas são depositadas para ser menina ou menino. Sinais, ditados e crenças
populares surgem, logo se a barriga for pontuda é sinal que nascerá um menino, está e dentre
outras crenças vão surgindo e assim passa-se a delinear identidades, valores e sentidos.
Neste processo verificamos que ao nascer o bebê já têm uma educação direciona-
da, ou seja, os pais já têm mentalmente delineado o modelo de educação para o menino
e para a menina (modelo que foram aprendendo ao longo do processo de socialização),
cores definidas, nomes, desenho, orientação sexual e entre outras.
Nesse entendimento, a criança aprende a andar como homem ou como mulher e,
da mesma forma, a falar e a portar-se segundo o seu sexo, ou seja, a maior valorização do
bebê de sexo masculino e a diminuição de autoestima das meninas, atribuídas às crianças
ainda no útero materno (SILVA, 2009).
Fonte: Wordpress. Target Is Getting Rid Of Gender Signage And It Is An Exciting Time To Parent Disponível em:
https://prisblossom.wordpress.com/tag/gendering/ Acesso em: S/D
Essa discussão é ampla e complexa, posto que há movimentos teóricas que vão
sinalizar que ambos são construções sociais, ou seja, que sexo e gênero seriam produtos
sociais, como também há perspectivas que vão compreender que sexo é um dado biológico
e gênero uma construção social.
Contudo, considerar o gênero como uma contingência do sexo biológico é uma
postura reducionista (CARVALHO; TORTATO, 2009), uma vez que, torna limitado o desen-
volvimento total das pessoas, direcionando-as aos ditames da natureza, levando a interpre-
tações universais que não cabem nos fatos próprios da cultura. Gênero é produto social,
pois é aprendido, representado, institucionalizado e transmitido ao longo das gerações.
Para além disso, compreender gênero enquanto um produto social (construção social)
possibilita entender este fenômeno para além de uma perspectiva dicotômica. O gênero não diz
respeito apenas aos tipos de papéis (masculinos e femininos) socialmente determinados. Mas
é de suma importância pontuar que compreender este fenômeno a partir de uma perspectiva
social é poder compreender que gênero diz respeito a produção de subjetividade, e consequen-
temente encontra-se relacionado a relações de poder, isto é, “(...) a sociedade impõe certos
papéis para os homens e outros para as mulheres e que vão determinar a forma como homens
e mulheres se vêem e como se relacionam uns com os outros” (SIMIÃO, 2005, p.10).
Sendo assim, é nas relações interpessoais que passa-se a construir categorias
de diferenciação entre papéis atribuídos ao masculino e papéis femininos, e por de trás
dessas diferenciações encontramos relações de poder, posto que, socialmente é produzido
discursos que nos fazem crer que essas diferenças seriam inatas, ou seja, que mulheres
seriam mais emotivas e homens mais agressivos, e assim passa-se a construir estereótipos
e signos que passarão a produzir subjetividades e identidades.
Algumas das características baseadas em estereótipos atribuídos ao masculino e
ao feminino estão representadas sinteticamente pela tabela abaixo:
Fonte: Wordpress. Identidade de Gênero X Plano Nacional da Educação Disponível em: https://
meuspequenosvenenos.wordpress.com/2015/06/16/identidade-de-genero-x-plano-nacional-da-educacao/
[...] tem duas partes e diversas subpartes. Elas são ligadas entre si, mas deveriam
ser distinguidas na análise. O núcleo essencial da definição repousa sobre a re-
lação fundamental entre duas proposições: o gênero é um elemento constitutivo
de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos e o
gênero é um primeiro modo de dar significado às relações de poder. (1990, p. 86).
01. Gênero faz parte das relações sociais, assim como classe e raça, e conse-
quentemente este marcador/fenômeno influenciará na constituição de subjetivi-
dades/identidades.
02. Gênero é construção, isto é, não é algo que vem internamente ou que venha
da natureza, ele não está pré-determinado quando a pessoa nasce, embora haja
expectativas sobre o sexo, gênero não é natural.
03. Gênero encontra-se estritamente relacionado à cultura, à história e à forma-
ção social, isto é, aspectos ditos masculinos, femininos, ou até mesmo neutros
dependem de cada cultura, sociedade e do tempo histórico.
04. Não devemos compreender ou falar “os gêneros”, como se fosse equivalente
a “os sexos”, haja vista que não há um gênero masculino por si só, ou um “femini-
no”, e sim um sistema relacional de classificação no qual certos comportamentos,
roupas, maneiras e atividades são consideradas masculinas, femininas ou neu-
tras, dependendo de onde e quando estamos nos referindo.
05. É de suma importância compreendermos que gênero é poder, ou seja, as
sociedades estabelecem lugares sociais que são demarcados em termos de
gênero, raça, classe, geração, religião e entre outros marcadores.
GRUPOS
MINORITÁRIOS E
DIREITOS HUMANOS
Vamos começar esse tema com a seguinte afirmação: “Todos somos iguais” perante
a lei! Porém, a discriminação e o preconceito existem e estão disfarçados de várias formas.
O conceito de atitude está relacionado com questões sociais. Podemos começar com o pre-
conceito com relação ao poder ou riqueza que divide a sociedade em classes A, B, C..., em
seguida o preconceito contra negros, homossexuais, judeus, portadores de necessidades.
Falamos que não temos preconceito, porém muitas vezes nossas atitudes nos desmentem:
Vale destacar que o preconceito é uma atitude com três componentes principais:
01. Racismo Universal: O homem é racista por natureza e que a nossa estrutu-
ra mental se baseia no etnocentrismo, uma tendência emocional que nos leva a
julgar outras sociedades tomando como norma os costumes e valores da nossa
comunidade.
02. Racismo Moderno: Baseia-se na crença de que o racismo é uma caracterís-
tica aprendida culturalmente pelo homem.
LIVRO
• Título: Performatividades Reguladas - Heteronormatividade,
Narrativas Biográficas e Educação
• Autor: Marcio Caetano
• Editora: Appris
• Sinopse: As alterações que vivemos no século XXI nos inserem
em um contexto social em que críticas feministas ao sujeito uni-
versal reinventaram discursos e dispositivos de análise científica,
política e jurídica dos séculos anteriores a respeito de sexualidade
e gênero. Entre outros fatores, as biotecnologias, os recursos mi-
diáticos, a internet e suas redes sociais, as alterações nas dinâmi-
cas capitalistas, a proliferação de uso das instituições integradoras
e a emergência dos movimentos sociais identitários, sem esquecer
as implicações ocorridas no pós-aids, resultaram em uma com-
plexa rede pedagógica em que se formam, conformam e regulam
os sujeitos. Nessa perspectiva, o corpo foi tomado como o efeito
criativo que, considerando as marcas sexuais, raciais e de classe,
performatizam inúmeras possibilidades. Com isso, os marcadores
identitários tradicionais, a exemplo dos sexuais, foram problema-
tizados e desestabilizados por inúmeras formas de vivê-los. Este
livro, portanto, apresenta os discursos sobre gênero e sexualidade
que interpelaram as narrativas biográficas e os movimentos curri-
culares de professoras e professores que transitam na ilegibilidade
ou incoerência heteronormativa, produzindo performatividades,
acordos e negociações nas escolas.
LIVRO
• Título: “Relações étnico-raciais para o ensino da identidade e da
diversidade cultural brasileira”.
• Autor: MICHALISZYN, Mario Sergio.
• Editora: INTERSABERES, 2014.
• Sinopse: A pluralidade de crenças, costumes e conhecimentos no
Brasil exige um constante aprendizado de respeito às diferenças e
de percepção da riqueza cultural. Por isso, é indispensável que os
profissionais envolvidos com a educação discutam as relações étni-
cas e raciais. Com o propósito de oferecer subsídios para o acom-
panhamento e a compreensão dos conteúdos acerca das relações
étnico-raciais, esta obra aborda os aspectos relacionados à cultura,
ao imaginário social e à construção de representações sociais.
FILME/VÍDEO
• Título: Tomboy
• Ano: 2012
• Sinopse: Em uma cidade do interior da França, Laure, 10 anos,
muda com sua família, durante as férias de verão, para um novo
bairro. Laure passa os dias brincando com sua irmã mais nova, ao
lado do pai e da mãe, grávida de um irmãozinho. Aos poucos, vai
se enturmando com as outras crianças do condomínio, dedicadas
a uma rotina de brincadeiras e descobertas. Tudo perfeito se não
fosse por um detalhe: Laure não se identifica como menina, mas
como menino e se apresenta aos novos colegas como Michael. Os
pais, ainda que bastante afetuosos, não conseguem lidar com a
complexidade da situação.
FILME/VÍDEO
• Título: “Cores e Botas”.
• Ano: São Paulo, (2010).
• Diretor: Juliana Vicente.
• Sinopse: Joana tem um sonho comum a muitas meninas dos
anos 80: ser Paquita. Sua família é bem-sucedida e a apoia em seu
sonho. Porém, Joana é negra, e nunca se viu uma paquita negra
no programa da Xuxa.
91
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ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
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