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Sociocultural
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
Professor Esp. Paulino Augusto Peres de Souza
Professor Me. Paulo Vitor Palma Navasconi
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Eduardo Santini
UNIFATECIE Unidade 3
Web Designer Rua Pernambuco, 1.169,
Thiago Azenha Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FICHA CATALOGRÁFICA UNIFATECIE Unidade 4
FACULDADE DE TECNOLOGIA E BR-376 , km 102,
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Saída para Nova Londrina
Núcleo de Educação a Distância;
KOJO, Cleber Henrique Sanitá.
Paranavaí-PR
DE SOUZA, Paulino Augusto Peres. (44) 3045 9898
NAVASCONI, Paulo Vitor Palma
para uma viagem ao tempo para buscar nas nossas experiências históricas algumas expli-
cações para o que ocorre no Brasil contemporâneo e claro, olhar para um horizonte futurís-
sequentemente, de nós mesmos, primeiro iremos compreender que durante toda a nossa
seu próprio poder, mantendo nas camadas mais baixas a população indígena, a branca
mais empobrecida e claro, a população negra. Em seguida, você entenderá como funcio-
nou a escravidão no mundo em vários períodos históricos para após compreender como
foi a escravidão moderna no Oceano Atlântico. Também compreenderá como era a vida
Baquaqua e por fim, entenderá como esses escravizados no Brasil resistiam à escravidão
para então ter contato com o maior exemplo de resistência negra no Brasil, o quilombo dos
Palmares.
Nas Unidades III e IV retomaremos o fascínio sobre o assunto desta disciplina, observando,
lendo ou estudando as unidades I e II, pois é o início de um grande desafio em que vamos
triunfar juntos. Proponho, uma construção conjunta sobre a História e Cultura dos primeiros
moradores desse “Gigante pela própria natureza”, nossa querida terra, uma terra próspera,
cheia de riquezas naturais e tão diversificada culturalmente, fazendo assim uma viagem
temporal, desde a descoberta do Brasil até a atualidade. Vamos explorar a Lei 11.645/2008,
que iremos verificar a visão eurocêntrica e os desafios de desmistificar essa ideia retrógra-
da, devemos assim elevar a história e a cultura indígena ao patamar que a mesma merece.
Dentro desse desafio, iremos conhecer muito além da lei 11.645/2008, pois observamos
os seus impactos na sociedade, conhecendo assim um pouco da história e da cultura indí-
“Índio” na sociedade atual. Vale destacar que vamos reconhecer a sociodiversidade indíge-
Ressalta-se ainda que não se deve desprezar o Índio na historiografia brasileira, fazendo
assim uma comparação entre passado e presente, semelhanças e diferenças, entre várias
Quase no fim de nossa jornada debateremos sobre as questões de Gênero e suas verten-
tes. Vale ressaltar que abordaremos alguns conceitos chaves para que possamos com-
Assim, chegaremos ao fim dessa viagem. Espero que seu horizonte de expectativas seja
modificado, uma vez que todos nós, brasileiros, somos fruto de uma herança multiétnica de
vários povos, desta forma, a humanização das relações entre esses povos só é possível
UNIDADE I....................................................................................................... 8
História e Cultura Africana
UNIDADE II.................................................................................................... 35
O Negro no Brasil: Abolição e seu Legado
UNIDADE III................................................................................................... 54
História e Cultura Indígena
UNIDADE IV................................................................................................... 74
A Compreensão sobre Questões de Gênero e Direitos Humanos
UNIDADE I
História e Cultura Africana
Professor Especialista Cleber Henrique Sanita Kojo
Professor Especialista Paulino Augusto Peres
Plano de Estudo:
● O ainda mal compreendido negro no Brasil
● Africanos são todos iguais? De onde veio a população negra no Brasil?
● O que foi a escravização?
● O africano no Brasil
● A Resistência Negra
● Os quilombos como sinônimo de resistência negra
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar a história do africano no Brasil afim de perceber que sua existência
hoje se dá através de muita luta, e que sua cultura está presente no nosso dia a dia.
● Compreender que a africanidade no Brasil é composta de diversas etnias africanas e
não de apenas um povo chamado africano, pois não existe um povo africano, mas povos
africanos.
● Estabelecer a importância da compreensão da escravização negra no Brasil como
ponto de partida para entender a existência do próprio negro no Brasil contemporâneo.
● Entender que os escravizados não aceitavam passivamente sua escravidão, mas
resistiam de diversas formas, sobretudo na forma de concentração quilombolas.
8
INTRODUÇÃO
Segundo Alencastro (2000) entre 1551 e 1575, cerca de 25 mil africanos foram
trazidos ao Brasil. Entre 1576 e 1600, houve um salto considerável para quase 200 mil
africanos. Entre 1676 e 1700 houve um pequeno recuo para cerca de 175 mil pessoas
trazidas da África e mais de 350 mil entre 1741 e 1760. A maior parte dos africanos trazidos
ao nosso país era da costa oeste africana, sobretudo dos povos sudaneses e banto.
Da África Setentrional, no norte do continente, vieram ao Brasil povos de Castelo
da Mina, Costa da Mina, povos Ajudá, Bissau, Oorin, Calabar e Cameron. Calcula-se que
entre 1812 a 1820 17.691 escravizados tenham sido trazidos em 68 navios. Já da África
Meridional ao sul do continente, 20.841 africanos foram trazidos em 69 navios negreiros ao
país do Congo, Zaire, Cabinda, Angola, Moçambique, Quillemani, Cabo Lopes, Malambo,
Rio Ambriz e Zanzibar. Esta estatística não nos diz a nacionalidade dos negros trazidos ao
Brasil, mas nos apresenta que os navios negreiros vinham da costa oeste africana, entre
povos bantos e sudaneses.
Os dados, ainda que limitados, nos mostram a procedência dessas pessoas trazi-
das para o trabalho escravo no Brasil. O governo inglês proibiu o comércio de escravos,
tornando, assim, a atividade portuguesa em tráfico negreiro, e para despistar os ingleses,
muitos documentos foram destruídos, outros nunca chegaram a existir com a intenção de
enganar os britânicos.
Brandi (2000) afirma que bantos e sudaneses são definições genéricas e impreci-
sas, produzidas no contexto da apropriação europeia do continente e dos povos da África.
Sendo assim, afirmações sobre a origem dos africanos no Brasil são quase sempre impre-
cisas.
Os bantos dividiam-se em dois grupos, os angola-congoleses e os moçambiques e
tinham como destino o Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os sudaneses também se dividiam em três subgrupos: yorubás, jejes e fanti-ashantis e seu
destino principal era a Bahia. E, ao contrário do imaginário popular, esses povos falavam
línguas diferentes, muitas vezes dentro de uma mesma fazenda, existiam escravizados de
várias etnias e, desta forma, não conseguiam se organizar devido a impossibilidade trazida
pela linguagem.
Para compreender a história do nosso país é essencial entender o que foi a ampla
escravidão de pessoas no Brasil.
Os primeiros registros de escravidão de pessoas são de mais de cinco mil anos
atrás, na região da Mesopotâmia, basicamente no mesmo tempo das primeiras civilizações
sedentárias. O Código de Hamurabi estabelecia os parâmetros da escravização de pessoas,
incluindo condições de vida e origem daquele escravizado da seguinte forma: a compra de
um escravizado em mercados portuários; a escravização de prisioneiros de guerra e pes-
soas endividadas livres que poderiam ser levadas à escravidão. Essas motivações para a
escravidão levavam as sociedades a terem múltiplos estratos sociais e estiveram presentes
em diversas civilizações em diferentes regiões e diferentes períodos de tempo como na
Grécia e Roma antiga.
No Império Romano, a escravidão estava presente nas mesmas possibilidades,
incluindo o cenário em que um escravizado poderia conquistar ou comprar, não apenas a
sua liberdade, mas também sua cidadania, por exemplo, pelo serviço militar. É importante
notar que esses mecanismos eram universais, sem restrições étnicas e geográficas. Em
Roma, as pessoas escravizadas poderiam ser romanas, germânicas, cartagineses, celtas,
trácias, etíopes, basicamente todas as etnias dentro das fronteiras da República ou do
Império. Entre os povos indígenas americanos, a escravidão pela guerra ou por dívidas era
praticada, dentre outros, pelos povos mesoamericanos, pelos caribe, pelos comanches e
O papa era a maior autoridade política na Europa naquele período, por isso, uma
bula papal tinha importância não somente na Europa, mas nos novos territórios que esses
países conquistavam. Nesta Bula os portugueses eram autorizados a conquistar territórios
não cristianizados e consignar a escravatura perpétua aos sarracenos e pagãos que cap-
turassem como forma de defesa, uma vez que estes vinham perseguindo e ameaçando
cristãos da época. Esse documento é considerado frequentemente como o advento do
comércio e tráfico europeu de escravos na África Ocidental.
Nesse contexto de guerra, entre os séculos XVI e XIX até um milhão de europeus
foram escravizados por reinos muçulmanos, especialmente para servirem como remadores
em galés, foram escravizados espanhóis, gregos, italianos e até islandeses. É importante
notar, entretanto, que esse caráter de guerra religiosa com escravização foi restrito ao
mediterrâneo e à Europa, não afetando o Brasil e nossa sociedade. Nenhuma expedição
para captura de pessoas foi realizada por muçulmanos ao solo do continente americano.
Esse é o primeiro motivo que invalidade a comparação entre a escravização realizada aos
africanos com as demais escravizações.
Foi a África a região que mais sofreu com a escravização de pessoas de diferentes
regiões e etnias. Até treze milhões de africanos foram escravizados por reinos muçulmanos,
outros quatro milhões foram escravizados por povos ocidentais e árabes pelo Oceano Índico
e outros vinte milhões escravizados pelo Atlântico, destes, entre 11 e 12 milhões foram trazi-
dos para as américas, principalmente para territórios onde hoje são Brasil, Estados Unidos
da América, além do Caribe e destes, algo entre dois e quatro milhões morreram durante
o tráfico antes de chegar ao destino final. No Brasil, os primeiros africanos escravizados
chegaram em 1538. No total, quatro milhões e oitocentos mil africanos chegaram ao litoral
brasileiro, fora os que, propositadamente, não foram contabilizados no século XIX. Com
a cada vez maior presença portuguesa no continente africano e sua posição geográfica
privilegiada, Portugal se torna no maior centro mercador de escravizados da Europa. No
século XVI, mesmo indo além dos territórios muçulmanos, Portugal já está totalmente com-
Diante da tentativa de suicídio foi vendido a outro proprietário, que fazia viagens
marítimas pelo litoral brasileiro. Numa viagem a Nova York, em 1847, ele conseguiu fugir
com ajuda de religiosos abolicionistas dos Estados Unidos. Ele já sabia falar diversas lín-
guas, incluindo o árabe, o português e o francês e aprendeu a escrever em inglês. Mudou-se
para o Canadá, onde escreveu seu livro, depois foi para o Haiti, que era o único país do
continente onde os negros chegaram ao poder. O final de sua vida não é conhecido, mas
seus planos eram de retornar ao continente africano.
Essa história tem algo em comum com as demais histórias dos sobreviventes do
tráfico negreiro, seja pela fuga, pela revolta ou pela negociação e busca de alforria: a resis-
tência.
Fonte: MANZANO, Juan Francisco, A Autobiografia do poeta-escravo. São Paulo: Hedra, 2015.
REFLITA
“Oh! a repugnância e a imundície daquele lugar horrível (navio negreiro) nunca serão
apagadas de minha memória. Não: enquanto a memória mantiver seu posto nesse cé-
rebro distraído, lembrarei daquilo. Meu coração até hoje adoece ao pensar nisto.”
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: O Trato dos Viventes: Formação do Brasil
no Atlântico Sul – Séculos XVI e XVII.
Autor(a): Luiz Felipe de Alencastro.
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: O padre Antônio Vieira escrevia: “Angola... de cujo triste
sangue, negras e infelizes almas se nutrem, anima, sustenta, ser-
ve e conserva o Brasil”. Em O trato dos viventes, o historiador Luiz
Felipe de Alencastro mostra que a colonização portuguesa, ba-
seada no escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social
bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no
litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de escravos
centrada em Angola.
FILME/VÍDEO
Título: Amistad
Diretor: Steven Spielberg
Ano: 1997
Sinopse: Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se
libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La
Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem
navegação e se veem obrigados a confiar em dois tripulantes so-
breviventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses,
sejam capturados por um navio americano, quando desordenada-
mente navegavam até a costa de Connecticut. Os africanos são
inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso
toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Haw-
thorn), que sonha ser reeleito, tenta a condenação dos escravos,
pois agradaria aos estados do Sul e também fortaleceria os laços
com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin)
alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser
devolvidos. Mas os abolicionistas vencem, e, no entanto, o governo
apela e a causa chega a Suprema Corte Americana. Este quadro
faz o ex-presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins), um
abolicionista não assumido, sair da sua aposentadoria voluntária,
para defender os africanos.
Plano de Estudo:
● Os agentes da abolição da escravidão no Brasil
● O maior legado da escravidão: o racismo
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o processo de abolição no Brasil e evidenciar o movimento
abolicionista para destacar que foram os negros que lideraram esse processo e não uma
princesa branca ou grupos brancos como se está no imaginário popular.
● Contextualizar o racismo no Brasil como um fenômeno que surge com a escravidão
e não acaba com o fim da mesma, pois vários mecanismos de desprezo a população
negra no Brasil ocorrem durante a nossa história pós fim da escravatura.
● Compreender os dois tipos de preconceitos categorizados por Oracy Nogueira, o de
marca e o de origem para que o aluno possa compreender que o racismo se apresenta de
diversas formas em diversos locais do mundo.
● Estabelecer a importância de entendermos que o Brasil é um país racista e que esse
racismo é camuflado, escondido e que se torna evidente
em momentos de conflito de forma cruel.
35
INTRODUÇÃO
Olá, caros alunos. Tudo bem? Vamos dar continuação a nossa viagem histórica.
Preparado? Vale ressaltar que no módulo anterior iniciamos nossa viagem ao passado para
compreendermos como foi a escravidão e a forma de resistência em nosso país. A partir de
agora damos prosseguimento a nossa viagem, partindo do suspiro de liberdade que nasce
da abolição da escravatura no nosso país.
Em uma de nossas paradas nessa viagem, perceberemos que a abolição da escra-
vidão no Brasil não teve grande participação de movimentos brancos. Então entenderemos
que abolicionismo em si foi liderado por negros. Perceberemos ainda que a princesa Isabel,
abolicionista, era apenas uma personagem na abolição e os principais protagonistas foram
os negros em si.
Daremos prosseguimento a nossa jornada através de uma comparação realizada
pelo sociólogo Oracy Nogueira sobre o preconceito nos Estados Unidos e Brasil. Sendo
assim, conheceremos a diferença entre preconceito de origem e no Brasil e preconceito de
marca.
Espero que você compreenda o racismo como legado da escravidão negra no
Brasil durante mais de 300 anos.
Espero que esteja entusiasmado com e apreensivo com nossa viagem. Entusias-
mado para que se encante nesse processo de ensino-aprendizagem e apreensivo para
compreender a origem do racismo em nosso país.
Vamos lá?
Em 2018 tivemos o aniversário de 130 anos da assinatura da lei áurea que encer-
rou escravidão de pessoas negras no Brasil. Costumamos ver essa lei nas escolas como
se tivesse acontecido de repente com uma assinatura e fim. A Lei Imperial nº 3.353, nome
oficial da Lei Áurea, foi apresentada à Câmara Geral, atual Câmara dos Deputados, pelo
então ministro da agricultura no dia 8 de maio de 1888. Foi aprovada e levada ao Senado
que também a aprovou no dia 13 de maio e após foi assinada pela princesa Isabel como
regente do Brasil.
A luta pela abolição, entretanto, tinha começado bem antes. Os primeiros movimen-
tos abolicionistas no Brasil foram sociedades religiosas como os jesuítas que protestavam
contra a escravidão de indígenas ainda no século XVII. O modelo de escravidão indígena já
estava em declínio, substituído pela escravidão negra africana, mais lucrativa e geralmente
aceita.
Oficialmente a escravidão indígena foi proibida em 1757 por meio de um decreto
do Marquês de Pombal, então Secretário de Estado do Reino de Portugal. Alguns anos
depois em 1761 o mesmo Marquês de Pombal decretou o fim da escravidão negra, porém,
isso foi implementado apenas na metrópole europeia, territórios na Índia e depois à ilha de
madeira.
Para a Coroa abolir a escravidão negra na América seria um grande impacto eco-
nômico tanto na queda de produção nos territórios quanto no fim do tráfico de pessoas.
Fonte: PERES, Paulino .(2018). A Escravidão e os reflexos do desenvolvimento humano nos Estados Unidos.
“Não é de bom tom puxar o assunto da cor”, pois, afinal de contas, “em casa de
enforcado não se fala em corda”. Oracy Nogueira.
SAIBA MAIS
De 1890 a 1937 a Capoeira foi “proibida” por lei por ser uma manifestação de re-
sistência negra.
Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil (Decreto número 847, de 11
de outubro de 1890)
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal co-
nhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumen-
tos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando
pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;
[...]
Art. 403. No caso de reincidência será aplicada à capoeira, no grau máximo, a pena do
art. 400. Com a pena de um a três anos.
Em 1935 a capoeira deixou de constar como arte proibida com a queda do Decreto de 11
de outubro de 1890. Posteriormente, em 1937, a então Secretaria da Educação conse-
guiu um registro oficial que qualificava seu curso de capoeira como Curso de Educação
Física. Em 26 de dezembro de 1972 a capoeira foi homologada pelo Ministério da Edu-
cação e Cultura como modalidade desportiva.
REFLITA
“Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escra-
vizados” (Makota Valdina).
Fonte: MATA, Lídice. Pronunciamento de Lídice da Mata em 24/11/2016. Disponível em: <https://www25.
“O quilombo [...] constituía-se ‘em polo de resistência que fazia convergir para o seu
centro os diversos níveis de descontentamento e opressão de uma sociedade que tinha
como forma de trabalho fundamental a escravidão’ e por estar ‘dentro da situação de
negação à ordem escravista, tinha de se defender constantemente da repressão dos
senhores’ (Moura, 1987, p. 44).
Fonte: MOURA, Clóvis. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo, Brasiliense, 1987.
Mais uma unidade chega ao fim. A abolição fora contemplada não pelos olhos de
princesas, mas a partir dos olhos dos negros brasileiros que foram escravizados ou tiveram
ancestrais escravizados para que através dessa abolição percebêssemos que nossos espí-
ritos não haviam sido emancipados junto com os negros. A abolição deu fim à escravatura,
mas, não ao racismo.
O racismo existe e está presente entre nós brasileiros. Herança da escravidão.
Ele permanece sorrateiro no Brasil. Se esconde, se camufla, se espreita, dentro da men-
talidade do Brasileiro que acredita que racismo é o que existe nos Estados Unidos, um
racismo explícito. O brasileiro não vê o preconceito racial explícito, portanto, considera-o
não existente ou de pouca relevância por aqui. Engana-se.
Para mostrar o equívoco do brasileiro a respeito das questões raciais, Oracy No-
gueira foi evocado para apresentar a diferença do preconceito racial nos EUA e Brasil para
que venhamos perceber, que, não importa se o racismo é de marca ou origem, é tudo
racismo.
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. “As geografias oficial e invisível do Brasil: al-
gumas refe- rências”. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 19, n. 2, p. 375-391, 2015.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/geousp/article/viewFile/102810/105686
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça
na sociabilidade brasileira
Autora: Lilia Moritz Schwarcz
Editora: Claro Enigma
Ano: 2013
Sinopse: No Brasil, a questão do preconceito racial é tão complexa
que parece desafiar a própria objetividade dos números. Em uma
pesquisa realizada em 1988, 97% dos entrevistados afirmaram não
serem racistas, mas 98% deles declararam conhecer alguém que
fosse. E nem mesmo as análises mais biológicas, que apostam
num DNA fixo para a nossa pele parecem resistir à ambiguidade
das relações sociais brasileiras, já que, como se diz popularmente,
“preto rico no Brasil é branco, assim como branco pobre é preto”.
Nesse contexto, a determinação da própria cor se torna critério
tão subjetivo que em questionário recente do IBGE, pautado na
autoavaliação, foram detectadas mais de uma centena de colora-
ções diferentes de pele. Em “Nem preto nem branco, muito pelo
contrário”, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz revela um país mar-
cado por um tipo de racismo muito peculiar - negado publicamente,
praticado na intimidade. Para isso, volta às origens de um Brasil
recém-descoberto e apresenta ao leitor os primeiros relatos dos
viajantes e as principais teorias a respeito dos “bárbaros gentios”,
desse povo sem “F, sem L e sem R: sem fé, sem lei, sem rei”, teorias
estas fundamentais para o leitor moderno entender a complexida-
de de uma nação miscigenada e com tantas nuances. Passando
pelos modelos deterministas raciais de finais do XIX, pelas teorias
de branqueamento do início do século XX, depois pelas ideias da
mestiçagem dos anos 1930, ou de estudos que datam da década
de 1950, que queriam usar o “caso brasileiro” como propaganda,
pois acreditava-se que o Brasil seria um exemplo de democracia
racial, a autora nos mostra que, por trás do mito da convivência
pacífica e da exaltação da miscigenação como fator determinante
para a construção da identidade nacional, na prática, a velha má-
xima do “quanto mais branco melhor” nunca foi totalmente deixada
de lado. Se por um lado a autora traça um panorama histórico,
por outro joga luz sobre as sutilezas perversas do cotidiano. Seja
na literatura, como no conto de fadas “A princesa negrina”, em
que os pais desejam ver a sua filha negra transformada em garota
branca, seja na boneca loira como modelo de beleza, é também
nos detalhes que a ideia de uma nação destituída de preconceitos
raciais cai por terra. Com um texto engenhoso e claro, este ensaio,
mais do que propor análises conclusivas, convida o leitor para uma
grande reflexão sobre a questão racial no país.
FILME/VÍDEO
Título: Ó paí ó.
Ano: 2007
Sinopse: O filme conta a história dos moradores de um animado
cortiço do centro histórico do Pelourinho em Salvador. Tudo se
passa no último dia do Carnaval, em meio a muita música, dança
e alegria. Até que Dona Joana, uma evangélica, incomodada com
a farra dos condôminos, decide acabar com a festa, fechando o
registro de água do prédio.
Embora contenha um tom de comédia, este filme revela um lado
desconhecido da cidade de Salvador, do seu carnaval e o con-
traste social. Toca em assuntos como violência, drogas, mídia,
preconceito e racismo.
Plano de Estudo:
● História e cultura indígena
● História e cultura indígena: o início na visão eurocêntrica e a lei 11.645.
● História e cultura indígena: a cultura e a atividade socioeconômica das tribos.
● História e cultura indígena: a religiosidade indígena e a aculturação imposta pelos
portugueses.
● História e cultura indígena: atualidade dos povos indígenas e de sua cultura.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a cultura indígena e sua influência na formação da sociedade brasileira.
● Conhecer a lei 11.645 de 11 de março de 2008 e sua
importância para manutenção da cultura indígena.
● Contextualizar todo o processo de colonização
reconhecendo o etnocentrismo existente
● Estabelecer a importância da cultura e da historiografia indígena na construção das
identidades do povo brasileiro.
● Compreender os desafios da cultura indígena na sociedade atual.
54
INTRODUÇÃO
Assim podemos afirmar que a discussão nas instituições educacionais sobre essas
duas culturas, principalmente a indígena, tem resgatado as grandes contribuições que
formaram nossa história, promovendo um pensamento crítico sobre esses povos, evitando
preconceitos e discriminação com um material didático renovado e com tolerância em sua
essência.
REFLITA
Se a situação atual dos índios, para muitos, não é digna nem aceitável, o que se dirá do
seu futuro? Se atentarmos para a História do Brasil e quisermos projetá-la no futuro, em
uma média ponderada pelo pensamento e pelas atitudes do seu povo e das elites polí-
ticas, certamente não poderemos nos dar ao luxo de sermos otimistas sobre o destino
dos índios. Se quisermos ser otimistas em relação a uma tendência de que a humani-
dade está progredindo e o povo brasileiro está se tornando mais aberto e tolerante, só
poderemos considerar-nos ingênuos de que isso seja uma tendência permanente que
venha a trazer novos benefícios para as minorias étnicas. Não é por esses motivos que
a história marcha, mas, ainda assim, é por outros reais motivos que podemos ter espe-
ranças pelos índios. (GOMES, 2012. p. 271.).
Nosso território foi chamado pelos europeus como Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa
Cruz e por fim, Brasil. Vale ressaltar que o nome atual é devido a primeira riqueza en-
contrada para exploração em nosso país, o chamado Pau-Brasil, uma árvore que servia
para os portugueses construírem móveis, embarcações e principalmente para tingir rou-
pas, pois o mesmo solta uma coloração avermelhada como brasa de fogo.
No entanto muito antes desses nomes escolhidos pelo explorador, esse território tinha
um nome adotado pelos moradores (índios) que era PINDORAMA, que em tupi-guarani
era: “ou pindó-retama”, “terra/lugar/região das palmeiras”, ou seja, o primeiro nome
do Brasil foi Pindorama devido a suas riquezas naturais.
Fonte: MURALT, Maliu Von. A árvore que se tornou país. São Paulo: Revista-USP. 2006. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/13560/15378/16535
A grande aventura histórica que estamos vivendo nessa disciplina inicia-se quando
você percebe aos poucos que estamos conhecendo e retomando a vida e cultura indíge-
na no Brasil do antes e depois, do passado e do presente, ou seja, vamos relacionar os
acontecimentos e a cultura com a atualidade dos mesmos. Vale ressaltar que agora você
vai conhecer a vida em sociedade do índio, pois assim que ocorreu a chegada do Portu-
guês, percebemos que nossos índios viviam em uma sociedade quase que pré-histórica,
pois os mesmos viviam basicamente da caça, da pesca e da agricultura de milho, feijão,
amendoim, batata-doce e principalmente a chamada de mandioca. Vale ressaltar que para
que ocorresse a prática dessa agricultura, os índios faziam a técnica da “Coivara”, que era
basicamente a derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio, fazendo
assim uma limpeza no território para que se pudesse produzir e trabalhar na terra. Vale
destacar ainda que os índios também praticavam o chamado “Couvade”, onde o homem
acompanhava sua esposa durante todo o período do resguardo dentro da “Oca” (casa)
ajudando e auxiliando nos cuidados do recém-nascido.
Nas tribos indígenas existia uma divisão de trabalho por sexo, ou seja, trabalho
dividido entre homens e mulheres. A caça, a pesca, as habitações, o preparo da terra para o
plantio e a proteção da aldeia ficavam a cargo dos homens, já coleta de frutos, a agricultura,
o cuidado das crianças ficava a cargo das mulheres. Além disso, os índios domesticavam
SAIBA MAIS
A religiosidade indígena está presente a milhares de anos atrás, pois foi encon-
trado vestígios arqueológicos de rituais e cerimônias de sepultamento ou uma espécie de
mumificação / defumação de corpos na América, além de sacrifícios humanos na américa
central acima. Vale ressaltar que no Brasil atual existe uma religião intitulada de Santo
Daime, que absorve, que tem uma miscigenação de várias religiões, do espiritismo ao
catolicismo, mas o que chama a atenção de seus seguidores é o chamado “Ayahuasca”,
que na língua quéchua, “aya” significa “espírito ou ancestral” e “huasca” significa “vinho ou
chá, ou seja, “chá dos espíritos”, uma bebida indígena das tribos amazônicas que provoca
alucinações. Vale ressaltar que a primeira descrição histórica sobre o consumo desse chá
no ano de 1855, por Richard Spruce, onde percebe-se uma formação interessante para
produção desse chá, que é realizado pela folha de uma planta chamada Chacrona que
possui a propriedade alucinógena, no entanto se a consumirmos pura não ocorre o efeito,
pois é provado cientificamente que o corpo humano tem uma enzima que destrói essa
propriedade, mas não se sabe como os índios descobriram que se misturassem a folha da
Chacrona com o cipó chamado Jagube chegariam a um chá alucinógeno, pois cientistas
provaram que o cipó tem propriedades que destroem as enzimas e com isso temos esse
chá comercializado na atualidade, seja em folhas, cipó e mudas das plantas que podem
ser encontradas facilmente na internet, pois se for para fins religiosos é permitido a venda
Mesmo com sua religiosidade demonstrada em toda sua história, gestos, pinturas
corporais, o índio passou por um processo de aculturação onde ocorre o desprezo de sua
ligação com a natureza e impõe a religião europeia herdada do período medieval. Sabemos
que o Catecismo e Ordem jesuíta liderada por Inácio de Loyola, nasceram no contexto da
contrarreforma e refletiu-se no Brasil, pois de sua descoberta a esquadra de Cabral já era
acompanhada pelo “exército de cristo”, que por sua vez começou o processo de evan-
REFLITA
A Religiosidade indígena mesmo com tanta riqueza acaba sendo miscigenada com a
cristandade que foi absorvida pelos nativos que chegaram a morrer de doenças oriun-
das do homem Branco:
” Os índios Paranaobí, que foram buscados por tantos anos(…) desceram para a igreja.
Viviam 130 léguas metidos pelo sertão(…) Postos a caminho, começaram a sentir os
trabalhos rigorosos e os perigos deles [os rios encachoeirados0). Até que enfim che-
garam todos com saúde e alegria na Aldeia dos Reis Magos. Mas como acharam esta
aldeia infestada de bexigas, ateou a peste delas nos novamente chegados e pouco a
pouco começaram a morrer.” (FAUSTO, 2008, p. 52).
Como apresentado acima é uma declaração errônea, pois contraria inclusive a es-
sência das leis 10.639/03 e 11.645/08 que abordamos em todo nosso processo de ensino/
aprendizagem da disciplina. Vale ressaltar que esse pensamento faz parte do senso comum
de um grande número de brasileiros, podendo ser até mesmo você antes de conhecer e
estudar essas leis e essa disciplina. Outro ponto ressaltado é que esse pensamento de
senso comum se faz presente até mesmo por desconhecimento que o índio dedica grande
parte do seu tempo a atividades consideradas sem importância como o cuidado com o
corpo, o convívio familiar e as atividades na floresta. Vale ressaltar que o documentário
Índio Presente se foi ao ar no dia 27/04/2008 às 05:30 na TV Brasil, com produção: Amazon
Picture e dirigido por Bruno Villela e Sérgio Lobato afirma:
Em Mato Grosso do Sul, os Guarani-Kaiowa refletem sobre a importância do
Bem Viver, ou teko porã, que exprime uma vida pautada pela reciprocidade,
benevolência e a generosidade. Em Rondônia, os Suruí apresentam as dinâ-
micas de manejo do território que emergem no diálogo entre o modo de vida
tradicional e as novas estratégias de gestão do seu território. (EBC, On-line,
2018).
● Será que é a maioria dos índios que estão vendendo seu artesanato nos sinais?
● Será que querem estar naquele local, passando por humilhações, fome, sede e
exposição ao perigo iminente do trânsito e do roubo e assaltos?
● O que você fez quando presenciou ou quando presenciar a cena?
● Onde está sua cultura se está inserido no processo de aquisição de capital, di-
nheiro?
“Enquanto o Brasil real não assumir, com a devida lucidez e honestidade, sua trajetó-
ria indígena e indigenista-antindígena secularmente, na política oficial-este país, pluri-
cultural, pluriétnico, plurinacional, não estará em paz com sua consciência, ignorará
sua identidade e carregará a maldição de ser oficialmente-etnocida, genocida, suicida.”
Dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia.
vida-lucidez-e-honestidade-sua-trajetoria-indigena-e-indigenista-antindigena-secularmente-na-politica-
oficial-este-pais-pluricultural-plurietni/
Caro acadêmico (a), chegamos ao final dessa unidade e no decorrer dela con-
templamos diversas temáticas sobre a relação cultural colonizador/colonizado, ou seja,
Português/Índio/nativo desde o início de nossa história até a atualidade. Você consegue
se lembrar? Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem você esteja
encantado ou fascinado pela cultura indígena, pois tivemos uma construção conjunta sobre
a História e Cultura dos nativos brasileiros, podendo assim compreender a construção da
identidade brasileira com a influência indígena em todo o processo de evolução de nosso
povo. Vale ressaltar que assim entendemos a importância da lei 11.645 de 11 de março
de 2008 para a compreensão e manutenção da cultura indígena em um país que ainda
despreza a cultura e a influência dos nativos em nosso processo civilizatório e principal-
mente na sociedade moderna, onde um grande número de cidadãos de bem os veem com
preguiçosos e indolentes.
Você conheceu e entendeu que vamos enfrentar um desafio cotidiano na supera-
ção do etnocentrismo que vem de longa data. Demonstramos que a religiosidade indígena
está presente em cerimônias atuais e que essa mesma religiosidade por muitas vezes é
considerada indolência por brasileiros desinformados de sua cultura.
Acredito que ao ver e ler trechos de documentos históricos sobre o índio acarretou
em você uma compreensão do papel fundamental dos nativos na formação de nossa so-
ciedade.
Por fim, quero agradecer a você por esse tempo de estudos que passamos juntos e
com a certeza que o conhecimento adquirido da sociedade e cultura indígena vai promover
em você uma corrente de expansão dessa cultura, pois durante o processo foi descortinado
toda beleza e riqueza desse povo.
Enfim, sucesso e nos vemos no próximo capítulo.
Obrigado!
Leia também:
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 1
Título: “A carta de Pero Vaz de Caminha” – Comentado por
Douglas Tufano.
Autor: TUFANO, Douglas.
Editora: Moderna; Edição: 1 (1 de janeiro de 1999)
Sinopse: Edição comentada e ilustrada da carta de Pero Vaz de
Caminha ao rei de Portugal por ocasião do “achamento” do Brasil.
Texto integral reescrito em português contemporâneo. O projeto
objetiva comemorar os quinhentos anos do descobrimento ofere-
cendo ao aluno de primeiro grau cujo currículo prevê a leitura da
carta e ao público em geral um texto de compreensão acessível.
Informações subsidiárias como fotos, mapas e ilustrações comple-
mentarão as notas ao texto.
LIVRO 2
Título: “BRASIL: Terra a vista”.
Autor: BUENO, Eduardo.
Editora: L&PM EDITORES.
Sinopse: BUENO, EDUARDO, especialista em história colonial
brasileira, inova o modo de contar o passado do nosso país neste
Brasil: Terra à vista! A aventura ilustrada do Descobrimento. A
expedição de Pedro Álvares Cabral, a carta de Pero Vaz Caminha,
o primeiro contato com os indígenas da costa litorânea brasileira,
a importância do legado de Bartolomeu Dias, Américo Vespúcio e
Vasco da Gama para esta empreitada, a relevância que o Brasil
adquiriu para a coroa portuguesa após sua descoberta e todo
o contexto histórico do Descobrimento são abordados de modo
atrativo nesta narrativa. Seguro de que conhecer a História é uma
viagem emocionante, o escritor e jornalista domina o leitor com
uma prosa tão instigante quanto direta e informativa, destrinchando
detalhes técnicos como informações geográficas, de navegação,
etc. e explicando causas e conexões que fizeram história, mas que
LIVRO 3
Título: ADORADORES do SOL : Reflexões sobre a Religiosidade
indígena. Coleção: Subsídios Pedagógicos.
Autor: Lucio Paiva Flores.
Editora: Vozes, 2003.
Sinopse: O livro descortina a riqueza, beleza e magia da religiosi-
dade indígena, misteriosa e milagrosamente preservadas ao longo
desses 500 anos. São experiências vivenciadas dentro de aldeias,
entre diversos povos, participando de diferentes rituais, com o
olhar, a alma e o sangue de um índio.
LIVRO 4
FILME/VÍDEO
Título: O Descobrimento do Brasil.
Ano: 1937.
Diretor: Humberto Mauro.
Roteirista: Humberto Mauro.
Sinopse: Clássico do cinema nacional que narra a chegada do
navegador português Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Uma das
características do filme foi a reconstituição, em tamanho natural,
da nau capitânia de Cabral, construída dentro dos estúdios da
Cinédia. Já as miniaturas foram feitas por José Queiroz, que ante-
riormente desenvolveu o mesmo trabalho técnico em ‘Bonequinha
de Seda’.
LIVRO 6
Título: THE MISSION: A Missão.
Ano: 1986.
Diretor: Rolland Joffé.
Roteiro: Robert Bolt.
Sinopse: No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro),
um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter
matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe
se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixo-
nado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um
relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se
torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem
intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com
interesses econômicos.
Plano de Estudo:
● Conceitos Chaves.
● A Linguagem Como Construção de Sentidos.
● Grupos Minoritários e Direitos Humanos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer e estudar criticamente e analiticamente os conceitos.
● Definições da categoria gênero.
.
74
INTRODUÇÃO
A
Agênero ou não-binária: pessoa que não se identifica nem como pertencente ao
gênero masculino nem ao feminino.
Androcentrismo: visão de mundo que situa o homem, seu modo de ser e interes-
ses no centro do mundo e, por omissão, condena ao silêncio e a invisibilidade as mulheres.
Em um universo androcêntrico a terra gira ao redor do homem.
Assexual: pessoas que não têm atração e interesse na atividade sexual. Alguns
especialistas reconhecem a assexualidade como orientação sexual, outros discordam.
Assexual romântico: pessoa que não tem interesse na atividade sexual, porém
gosta de trocar afetos, incluindo namorar, desde que não haja atividade sexual.
Assexualidade: é uma forma de viver a sexualidade caracterizada pelo desinteres-
se sexual, podendo vir acompanhada ou não de interesse amoroso. É diferente do celibato,
uma vez que no celibato a falta de interesse/prática sexual não é uma escolha.
Assimetria de Gênero: distribuição desigual de tratamento, recursos, acesso e
poder em um determinado contexto entre os gêneros.
C
Cis/Cisgênero: pessoa cuja identidade de gênero é a mesma do seu sexo biológico.
Cultura da violência: sistema no qual a violência, apesar de ser considerada um
problema social, se sustenta pela normalização da mesma e sua aceitação na sociedade na
qual se reproduz. Os mecanismos que fomentam a cultura da violência são a culpabilização
da vítima, a normalização, a erotização da violência sexual e o alto nível de despreocupação
frente às agressões sofridas pelas mulheres.
Cultura do estupro: maneira em que a sociedade culpa as vítimas de assédio
sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens.
Culpabilização da vítima: atitude de se considerar, frente a um crime de abuso
sexual, que as vítimas de violência são parciais ou totalmente responsáveis pela mesma
quer seja pela sua maneira de se vestir, ou de se comportar.
D
Desconstrução: exercício pessoal no qual a pessoa se esforça para desaprender,
identificar e eliminar atitudes e/ou valores que tenha aprendido ao longo de sua vida.
Drag: são personagens criados por artistas performáticos que se travestem, fanta-
siando-se com o intuito geralmente profissional artístico. Chama-se drag queen a pessoa
que se veste com roupas femininas estilizadas e drag king a pessoa que se veste como
homem. A transformação em drag queen (ou king) geralmente envolve, por parte do artista,
a criação de um personagem caracteristicamente cômico e/ou exagerado.
F
Feminismo: movimento social e política iniciado no final do século XVIII que defen-
de que as mulheres devem ter os mesmos direitos dos homens.
Feminismo interseccional: ele procura conciliar as demandas de gênero com as
de outras minorias, considerando classe social, raça, orientação sexual, deficiência física.
Por exemplo, feminismo negro.
Feminicídio: assassinato de mulher, motivado por esta ser mulher.
G
Gênero: conjunto de valores socialmente construídos que definem as diferentes
características (emocionais, afetivas, intelectuais ou físicas) e os comportamentos que
cada sociedade designa para homens e mulheres. Diferente do sexo, que vem determinado
como o nascimento, o gênero se aprende e se pode modificar, sendo, portanto, cultural e
socialmente construído.
Gay: palavra inglesa utilizada para designar o indivíduo (homem ou mulher) ho-
mossexual. Embora, algumas vezes, gay seja usado para designar homens e mulheres
homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido constantemente rejeitado por implicar na
inivisibilidade da Lesbianidade e da bissexualidade. Sendo assim, a palavra gay é utilizada
no senso comum, para se referir a homens que sentem atração afetivo/sexual por outro
homem.
I
Identidade sexual: refere-se à percepção de si mesmo como homem ou mulher,
diferentemente da orientação sexual que se refere à atração por um sexo ou outro ou ainda
ambos os sexos.
Identidade de Gênero: refere-se ao gênero com o qual a pessoa se identifica (se
ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê a si como fora do “pa-
drão” convencional). Esse gênero com o qual ela se identifica pode ou não concordar com o
gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. Identidade de gênero e orientação
sexual são dimensões diferentes e que não se confundem. Pessoas transexuais podem ser
heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais, tanto quanto as pessoas cisgênero.
Interseccionalidade: termo cunhado em 1989 pela ativista e acadêmica Kimberlé
Williams Crenshaw ao dizer que as opressões da sociedade (racismo, sexismo, capacitis-
mo, homofobia, xenofobia, classicismo) não atuam de maneira independente e que estas
formas de exclusão estão inter-relacionadas e não podem ser examinadas de forma sepa-
rada, pois suas interações podem potencializar a opressão e a desigualdade.
Intersexual: pessoa que possui variação de caracteres sexuais incluindo cromos-
somos, gônadas e/ou órgãos genitais que dificultam sua identificação como totalmente
feminino ou masculino. Essa variação pode envolver ambiguidade genital, combinações de
fatores genéticos e aparência.
Intergênero: a diferença entre intergênero e transexual é que os intergêneros não
se identificam nem como homens nem como mulheres. Podem ver-se como homens ou
mulheres. Algumas pessoas têm características do sexo oposto em junção com caracterís-
L
Lesbianidade: refere-se ao amor romântico e/ou prática sexual entre mulheres.
Lésbica: mulher que experimenta amor romântico e/ou atração sexual por outras
mulheres.
Lesbofobia: aversão, ódio, atitudes e sentimentos negativos a pessoas lésbicas.
Linguagem sexista: linguagem discriminatória que coloca as mulheres em subor-
dinação, às excluem ou mesmo invisibilizam, ocultando-as.
M
Machismo: crença de que o homem é superior à mulher e, portanto, esta deve
estar sempre submissa/sujeita ao homem.
Machismo internalizado: termo relativo às mulheres ou alidas/os que, tendo sido
educadas/os e socializadas/os em culturas machistas, perpetuam ou adquirem certos valo-
res, mensagens e atitudes típicas do machismo.
Micromaschismo: termo que descreve todas aquelas ações de caráter machista
cotidianas, sutis e inconscientes que estão normalizadas na sociedade: Exemplo: o garçom
apresenta a conta sempre ao homem.
Misoginia: ódio ou depreciação das mulheres e, por extensão, de que está asso-
ciado com os estereótipos tradicionalmente femininos.
O
Orientação sexual: diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos. Ela
geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais. Ela pode ser
assexual (nenhuma), bissexual (atração por mais de um gênero – ou por dois gêneros),
heterossexual (atração pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero
oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero) ou pansexual (atração por todos os
gêneros).
S
Sexismo: é o preconceito ou discriminação baseada no sexo ou gênero de uma
pessoa. O sexismo pode afetar qualquer gênero, mas é particularmente documentado
como afetando mulheres. Tem sido ligado a estereótipos e papéis de gênero e pode incluir
a crença de que um sexo ou gênero é intrinsecamente superior a outro.
Sororidade: solidariedade e aliança entre mulheres para defender-se, apoiar-se e
lutar contra a discriminação e os problemas vivenciados por serem mulheres.
T
Transfobia: ódio ou intolerância as pessoas transexuais e a diversidade de gênero
a partir da crença de que a identidade/expressão sexual de uma pessoa deve corresponder
ao seu sexo biológico.
Transexual: pessoa que possui uma identidade de gênero oposta ao sexo designa-
do (normalmente no nascimento). Geralmente usa hormônios, mas há exceções. Nem toda
pessoa transexual deseja fazer cirurgia para mudança de sexo.
Transhomem: pessoa que possui sexo biológico de mulher, mas se identifica como
homem.
De acordo com Butler (2003) o sexo não funciona apenas como uma norma, mas
opera nas práticas sociais como padrão de normalidade, ou seja, o sexo não se refere a
uma questão entre macho e fêmea. Assim, o sexo atua como parte de um ideal regulatório,
não é apenas um corpo estático, mas um processo que reitera as normas e faz o sexo se
materializar através dessas normas, ou seja, “a construção do sexo deve ser entendida
como uma norma cultural que governa a materialização dos corpos” (BUTLER, 2003, p. 22).
Com isto, passa-se a construir normas referente ao que se entende por corpos
normais e corpos anormais, por exemplo, as normas de gênero nos colocam em linhas a
serem seguidas e qualquer passo fora dessa forma retilínea será percebida como desvian-
te. Essa linha pode ser entendida como binária, pois, ou você encontra-se na normalidade
ou na anormalidade.
Por exemplo, corpos trans (pessoas trans) que não se adequam ao binarismo e
que não se incluem nas normas do gênero são vistos como anormais (abjetos) e excluídos.
Segundo Butler (2003) isso acontece por conta da heterossexualidade compulsória.
Mas afinal: O que é isso?
1.2. Heteronormatividade
O conceito busca dar conta de uma nova ordem social, isto é, se antes essa ordem
exigia que todos fossem heterossexuais, hoje a ordem sexual exige que todos, heteros-
sexuais, homossexuais, e outros indivíduos organizem suas vidas conforme o modelo
“supostamente coerente” da heterossexualidade.
Enquanto na heterossexualidade compulsória todos os sujeitos devem ser hete-
rossexuais para serem considerados normais, na heteronormatividade todos os sujeitos
devem organizar suas vidas conforme o modelo heterossexual seja heterossexual ou não.
Com isso entendemos que a heterossexualidade não é apenas uma orientação sexual, mas
um modelo político que organiza a vida das pessoas.
Se na heterossexualidade compulsória todos os sujeitos que não são heterosse-
xuais são considerados doentes e precisam ser explicados, estudados e problematizados,
na heteronormatividade esses sujeitos tornam-se coerentes desde que se identifiquem com
a heterossexualidade como modelo, isto é, mantenham a linearidade de gênero: os homens
devem se comportar como machos, másculos.
Para existir o diferente é necessário existir o outro, contudo, ambos são construções
e produtos de interações sociais. Segundo Silva (2009) deparamo-nos então, com uma
sociedade que visivelmente cria estereótipos por meio da naturalização/normalização de
identidades, definindo e reforçando valores, conceitos, sentidos, regras e comportamentos.
Por exemplo, antes de nascermos somos envolvidos por inúmeras expectativas,
em relação ao nosso sexo, isto é, a identidade de gênero já vai se delineando no útero de
nossas mães. Expectativas são depositadas para ser menina ou menino. Sinais, ditados e
crenças populares surgem, logo se a barriga for pontuda é sinal que nascerá um menino,
REFLITA
Fonte: O Autor.
Essa discussão é ampla e complexa, posto que há movimentos teóricas que vão
sinalizar que ambos são construções sociais, ou seja, que sexo e gênero seriam produtos
sociais, como também há perspectivas que vão compreender que sexo é um dado biológico
e gênero uma construção social.
Contudo, considerar o gênero como uma contingência do sexo biológico é uma
postura reducionista (CARVALHO; TORTATO, 2009), uma vez que, torna limitado o desen-
volvimento total das pessoas, direcionando-as aos ditames da natureza, levando a interpre-
MASCULINO FEMININO
Objetividade Senso Comum
Universalidade Localidade
Racionalidade Sensibilidade
Neutralidade Emoção
Dominação Passividade
Cérebro Coração
Controle Descontrole
Conhecimento Natureza
Público Privado
Fonte: O autor.
Vamos começar esse tema com a seguinte afirmação: “Todos somos iguais” pe-
rante a lei! Porém, a discriminação e o preconceito existem e estão disfarçados de várias
formas. O conceito de atitude está relacionado com questões sociais. Podemos começar
com o preconceito com relação ao poder ou riqueza que divide a sociedade em classes
A, B, C..., em seguida o preconceito contra negros, homossexuais, judeus, portadores de
necessidades. Falamos que não temos preconceito, porém muitas vezes nossas atitudes
nos desmentem:
Vale destacar que o preconceito é uma atitude com três componentes principais:
Caro acadêmico (a), chegamos ao final dessa unidade e no decorrer dela contem-
plamos diversas temáticas sobre as questões de gênero. Acredito que com esta unidade,
você tenha encontrado algumas respostas sobre a diferenciação de gênero, identidade e
sexualidade. Lembra do biscoito sexual?
Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem você esteja
encantado e fascinado pelo tema, pois tivemos uma construção conjunta e exemplificando
todas as dúvidas possíveis.
Nesta unidade, conhecemos também os conceitos chaves para compreensão
do fenômeno da sexualidade, explicitando a importância de compreender a sexualidade
enquanto produto social e assim nos posicionamos com propriedade sobre o tema, e, com-
preendemos as discussões de gênero enquanto categoria sócio histórica.
Conhecemos a linguagem estrutura gêneros e sexualidades, além do processo de
socialização de gênero nas diferentes instituições relacionadas aos direitos humanos.
Por fim, quero agradecer a você por esse tempo de estudos que passamos juntos
e com a certeza que o conhecimento adquirido de todo o tema abordado possa promover
em você a construção de um cidadão compreensivo, respeitoso, tolerante em relação ao
tema abordado.
Leia também:
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Performatividades Reguladas - Heteronormatividade,
Narrativas Biográficas e Educação
Autor: Marcio Caetano
Editora: Appris
Sinopse: As alterações que vivemos no século XXI nos inserem
em um contexto social em que críticas feministas ao sujeito univer-
sal reinventaram discursos e dispositivos de análise científica, po-
lítica e jurídica dos séculos anteriores a respeito de sexualidade e
gênero. Entre outros fatores, as biotecnologias, os recursos midiá-
ticos, a internet e suas redes sociais, as alterações nas dinâmicas
capitalistas, a proliferação de uso das instituições integradoras e
a emergência dos movimentos sociais identitários, sem esquecer
as implicações ocorridas no pós-aids, resultaram em uma com-
plexa rede pedagógica em que se formam, conformam e regulam
os sujeitos.Nessa perspectiva, o corpo foi tomado como o efeito
criativo que, considerando as marcas sexuais, raciais e de classe,
performatizam inúmeras possibilidades. Com isso, os marcadores
identitários tradicionais, a exemplo dos sexuais, foram problema-
tizados e desestabilizados por inúmeras formas de vivê-los. Este
livro, portanto, apresenta os discursos sobre gênero e sexualidade
que interpelaram as narrativas biográficas e os movimentos curri-
culares de professoras e professores que transitam na ilegibilidade
ou incoerência heteronormativa, produzindo performatividades,
acordos e negociações nas escolas.
LIVRO 2
Título: Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-es-
truturalista
Autor: Guacira Lopes Louro
Editora: Educação Pós-Crítica
Sinopse: Este livro tem o caráter de introdução aos estudos de
gênero. A obra apresenta conceitos e teorias recentes no campo
dos estudos feministas e suas relações com a educação, estuda
as relações do gênero com a sexualidade, as redes do poder, raça,
classe, a busca de diferenciação e identificação pessoal e suas
implicações com as práticas educativas atuais.
FILME/VÍDEO
Título: Tomboy
Ano: 2012
Sinopse: Em uma cidade do interior da França, Laure, 10 anos,
muda com sua família, durante as férias de verão, para um novo
bairro. Laure passa os dias brincando com sua irmã mais nova, ao
lado do pai e da mãe, grávida de um irmãozinho. Aos poucos, vai
se enturmando com as outras crianças do condomínio, dedicadas
a uma rotina de brincadeiras e descobertas. Tudo perfeito se não
fosse por um detalhe: Laure não se identifica como menina, mas
como menino e se apresenta aos novos colegas como Michael.
Os pais, ainda que bastante afetuosos, não conseguem lidar com
a complexidade da situação.
FILME/VÍDEO 2
Título: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Ano: 2014.
Diretor: Daniel Ribeiro.
Sinopse: Leonardo, um adolescente cego, tenta lidar com a mãe
superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independên-
cia. Quando Gabriel chega em seu colégio, novos sentimentos
começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra
mais sobre si mesmo e sua sexualidade.
ALENCASTRO, Luiz Felipe de Alencastro. O trato dos viventes. Companhia das Letras.
São Paulo. 2000.
ALMEIDA, Rita Heloisa de. O Diretório dos Índios: um projeto de civilização no século XVII.
Brasilia. Editora: Universidade de Brasilia. 1997.
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. “As geografias oficial e invisível do Brasil: algumas refe-
rências”. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 19, n. 2, p. 375-391, 2015. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/geousp/article/viewFile/102810/105686
BUENO, Eduardo. Brasil: Uma história: cinco séculos de um país em construção. Rio de
Janeiro. LEYA, 2012.
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a el-rei d. Manuel. Lisboa: Imprensa nacional – Casa da
Moeda, 1974.
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GOMES, Flávio dos Santos; REIS, João José. Liberdade por um fio. São Paulo. Companhia
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Gomes. — 1. ed. — São Paulo : Contexto, 2012.
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102
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TUFANO, Douglas. A carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Editora. Moderna;
Edição: 1 (1 de janeiro de 1999).
VIEIRA, Antônio. Cartas do Brasil. HANSEN, Adolfo (Org.). Sermões. vol. 1. São Paulo:
Hedra, 2003. São Paulo: Hedra, 2001.
104
No fim de nossa jornada debatemos as questões de Gênero e suas vertentes.
Abordamos alguns conceitos chaves para que possamos compreender o termo gênero e
sexualidade. Apresentamos e explanar os conceitos de heterossexualidade compulsória,
heteronormatividade e naturalização.
Portanto, ao fim dessa viagem espero que seu horizonte de expectativa tenha sido
alterado, pois somos fruto de uma herança multiétnica e, desta forma, a humanização das
relações entre os povos se torna possível quando os conhecemos melhor e possamos ver
que o outro é igualzinho a mim.
105