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OS NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E SUAS VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Escolha do tema
A escolha do tema requer conciliar necessidades de ensino – previstas no currículo – e
desejos de aprendizagem expressos pelos próprios estudantes. Além disso, é precisa
identificar uma questão-problema com potência suficiente para gerar ricos processos de
exploração, isto é, um ponto de partida que tenha relevância e abrangência suficiente
para gerar boas situações de aprendizagem. Pensando na prática pedagógica
desenvolvida por você, responda:

 • Por que e como surgiu a ideia de desenvolver este trabalho com seus alunos ?
 • Qual a situação-problema que identificou ?
 • O que se levou em consideração para escolher o tema ?

Definição dos conteúdos de ensino e das expectativas de aprendizagem


Após eleger o tema, foi precisa escolher recortes para definir o conteúdo – traçando-os
paralelamente à definição das expectativas de aprendizagem. Para descrever como se
deram essas escolhas, responda:

 • Dentro do tema escolhido, que recortes você fez?


 • Que oportunidade de aprendizagem esses recortes poderiam favorecer?
 • Quais foram suas metas de aprendizagem (geral e específicas)?

Pesquisa e organização geral do estudo


Estabelecidas as metas, o planejamento aborda um esboço das etapas a serem trilhadas.
Isso dá condições para mergulhar no objeto de ensino e pensar, mais detalhadamente,
em como abordá-lo, o que implica em trabalho de pesquisa para o professor. Durante a
realização dessa tarefa, além de aprender mais sobre o assunto de seu projeto, é possível
selecionar algumas fontes de informação (textos, vídeos, imagens, canções, pessoas
etc.) a serem compartilhadas com os alunos e pensar em que atividades desenvolver.

 • Quais etapas de trabalhos foram definidas?


 • Que materiais, dentre os pesquisados por você professor(a), puderam ser
compartilhados com os alunos?
 • Quais recursos materiais foram necessários?
 • Você contou com a colaboração de mais algum profissional ou parceiro?

Certamente você conhece alguns autores e estudos que o auxiliaram, mesmo que


indiretamente, no planejamento dessa experiência. Procure indicá-los no
texto. Essas referências auxiliarão os avaliadores a compreenderem a consistência
pedagógica do seu trabalho.
Elabore um texto de aproximadamente uma página com as informações relativas ao
planejamento das atividades. Você pode fazer isso num editor e depois copiar no
espaço abaixo.
Lembre-se que os avaliadores não conhecem sua escola tampouco sua experiência;
procure escrever com objetividade e clareza. Se for o caso, peça a um colega que leia
seu texto para garantir que nele constam as informações mais relevantes para a
compreensão do contexto, da origem do trabalho e da forma como planejou sua
execução. (O espaço para redação é de até 6000 caracteres).
Na contemporaneidade, o avanço das tecnologias digitais intensificou-se e tem alcançado
as mais variadas convivências sociais, influenciando e até mesmo transformando as
formas de pensamento, ação e interação. Para Palfrey (2011), os nativos digitais estão
vivendo grande parte de suas vidas em sites de relacionamentos públicos e têm um saber
digital que foi adquirido fora da escola, e, assim, tornou-se imperativo utilizar uma
metodologia que considere esses saberes que os estudantes trazem para a sala de aula.
Diante das atuais demandas socioeducativas, foi incluído no currículo do 9º ano do Ensino
Fundamental II da Bahia, na parte diversificada, o eixo temático Ciência e Tecnologia, cujo
objetivo geral é sensibilizar os estudantes quanto a temas e atividades de Ciência,
Tecnologia e Inovação (CT&I), valorizando a criatividade, a atitude científica e a interface
entre pesquisa e transformação social. Como docente desse componente curricular, me
deparei com inúmeros desafios, a saber: sala de informática com equipamentos em eterna
manutenção ou à espera de técnicos enviados pela Secretaria do Estado da Bahia para
colocar as máquinas em funcionamento, numa burocracia excessiva e obsoleta, que trava
constantemente o avanço da educação; os conflitos com os estudantes sobre usar ou não
seus celulares em sala de aula; os empecilhos causados pela ausência de recursos na
escola para a realização de ações pedagógicas relativas ao mundo virtual, sem contar com
a indisciplina dos alunos. Nesse sentido, a situação-problema encontrada foram: a
dicotomia entre a visão dos professores e dos alunos quanto ao uso do celular em sala de
aula; a falta de suporte do Estado para a Educação Tecnológica Digital, principalmente
para as escolas do interior da Bahia. Tais angústias me fizerem refletir como seria possível
atingir os objetivos do processo de ensino e aprendizagem estando frente a frente com
tantas dificuldades, pois me recuso a dar aulas enfadonhas, sem significado para os
estudantes contemporâneos, considerando que muitos deles não veem valor algum na
escola, principalmente se ela não se atualiza com o uso das Tecnologias Digitais. Todas
essas situações me inquietam muito no sentido de proporcionar aulas mais atrativas para
meus alunos. A partir deste contexto, tive a ideia de trabalhar o seguinte projeto: OS
NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E SUAS VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS. Dentro do projeto
foram contemplados os seguintes conteúdos: 1) Tecnologia e sociedade ao longo da
história; 2) Tecnologia e sociedade atuais; 3) Benefícios da Tecnologia nos vários ramos
das ciências; 4) Aspectos positivos e negativos das Tecnologias. Tais conteúdos estão
atrelados às seguintes expectativas de aprendizagem: que os estudantes sejam capazes
de diferenciar as Tecnologias gerais das Tecnologias Digitais; que possam ser sujeitos
mais críticos e reflexivos sobre os aspectos positivos e negativos das Tecnologias,
especialmente sobre o uso da Internet; que considerem o potencial de criação e invenções
tecnológicas que possuem; que produzam conhecimento para as gerações vindouras ao
registrarem locais importantes e suas ações que são desenvolvidas na cidade com o uso
das Tecnologias Digitais; que acessem as tecnologias antigas para se apropriarem de um
aparato científico que os antecedeu, entre outros aprendizados que são subjetivos. Os
recortes foram os seguintes: O que são Tecnologias; A evolução das Tecnologias da
Informação e Comunicação; Produções audiovisuais; Tecnologias Assistivas; Robótica; A
Tecnologias à serviço do ser humano nos diversos espaços da cidade; Linha histórica das
Tecnologias Digitais, usuais e comunicacionais; Internet e Redes Sociais; Espaços
Tecnológicos para conhecer um pouco sobre o Universo de Galileu Galilei; Tecnologias na
Cultura Global e Local. As metas de aprendizagens foram: geral - analisar como as
Tecnologias Digitais, usuais e comunicacionais evoluíram e estão presentes em diversos
contextos sociais. Específicas: a) reconhecer as diversas tecnologias e suas evoluções; b)
comparar as Tecnologias da Informação e Comunicação antigas, obsoletas com as atuais
e de ponta, alguns itens que foram criados/extintos antes do nascimentos dos estudantes;
c) diferenciar tecnologias diversas das tecnologias digitais; d) visitar espaços que usam
aparatos tecnológicos digitais ou não, a fim de avaliar a sua importância para a população
da cidade; e) aguçar o senso crítico sobre os aspectos que englobam o uso das redes
sociais; f) observar que Tecnologia envolve vários dispositivos/objetos que não são apenas
celulares, computadores e demais eletrônicos; g) conhecer as Tecnologias Assistivas, a
Internet das Coisas, a Robótica e suas contribuições para a sociedade. Assim, ao longo do
ano de 2017, além das aulas expositivas e dialogadas, desenvolvi as seguintes atividades:
I Mostra Tecnológica do CEAB; Produções audiovisuais com os celulares dos estudantes,
com a tarefa de produzirem vídeos sobre a Rádio Sisal; a UNEB; uma Gráfica; um Museu
da Cultura Local; o cotidiano da escola e Aspectos da Cultura Local; Visita ao Museu
Tecnológico Parque do Saber, na cidade de Feira de Santana (que dista 100Km da nossa)
e Peças Teatrais com temas sobre Tecnologias Digitais e Redes Sociais. A pesquisa e
organização do estudo contou com as seguintes etapas: a) diagnóstico inicial, traçando o
perfil do alunos e seus saberes por meio de um desenho em que cada estudante deveria
expressar o que é Tecnologia na opinião deles/delas; b) realização da I Mostra
Tecnológica do CEAB; c) realização da I Expovídeos do CEAB, com pesquisas de campo;
d) Viagem ao Museu Tecnológico Parque do Saber; e) Tecnologias em Cena. Os materiais
que foram compartilhados foram vídeos, músicas e objetos sobre as temáticas
trabalhadas. Foram utilizados os poucos recursos disponibilizados pela escola e objetos
tecnológicos dos alunos para a I Mostra Tecnológica. Foi possível contar com o apoio de
alguns colegas e um profissional da área de Comunicação.

Diagnóstico
A elaboração de um diagnóstico requer olha para todos os aspectos que configuram um
contexto. Então, é preciso apresentar informações relevantes sobre a escola, a
comunidade que é atendida por ela, os alunos com os quais trabalhou; de modo a deixar
claro para o avaliador quem é o público, o que se pretendeu realizar e a organização para
tornar isto possível.
Reflita sobre as perguntas listadas abaixo elabore um texto que contemple essas
informações.
Contextualização

 Em linhas gerais, como é o território onde sua escola está inserida? Como é a
comunidade? Como é a escola? Ela oferece as condições necessárias à
realização do seu trabalho?
 Como é a turma com a qual você desenvolver o projeto?
 Há dificuldade para o ensino-aprendizagem? O que é considerado prioritário
modificar a curto e médio prazo? Quais as principais potencialidades diz alunos e
da turma que você gostaria de desenvolver?

Conhecimentos prévios

Logo no início do trabalho, o contato com os conhecimentos da turma acerca de algumas


questões permite que o professor valide ou faça ajustes em, seu planejamento,
adequando-o às possibilidades diz alunos e às necessidades do ensino.

- Foi realizado um diagnóstico da aprendizagem dos alunos? Como isso foi feito?
(Se sim, reserve este documento para inserir como anexo mais a frente no processo de
inscrição)
- Que estratégias utilizou para investigar os conhecimentos prévios dos alunos?
- O diagnóstico cumpriu o propósito de verificar/fazer ajustes no planejamento inicial?
- Quanto tempo do trabalho como um todo foi dedicado ao diagnóstico?
- Como se realizou o registro do diagnóstico inicial? (Observações do professor, produções
iniciais dos alunos ou falas que eles tenham expressado oralmente).
Elabore um texto de até uma página com as informações relativas ao diagnóstico inicial
realizado com a turma.
Lembramos que você pode fazer isso em um editor de texto e depois copiar no espaço
abaixo. (O espaço para a redação é de até 5000 caracteres)

 Em linhas gerais, como é o território onde sua escola está inserida? Como é a
comunidade? Como é a escola? Ela oferece as condições necessárias à
realização do seu trabalho?
 Como é a turma com a qual você desenvolver o projeto?
 Há dificuldade para o ensino-aprendizagem? O que é considerado prioritário
modificar a curto e médio prazo? Quais as principais potencialidades diz alunos e
da turma que você gostaria de desenvolver?

• Há dificuldade para o ensino-aprendizagem? O que é considerado prioritário


modificar a curto e médio prazo? Quais as principais potencialidades diz alunos e da
turma que você gostaria de desenvolver?
O município de Conceição do Coité está situado no Território do Sisal da Bahia - Brasil.
Segundo o Portal da Cidadania, o Território do Sisal, conhecido como região sisaleira da
Bahia, abrange uma área de 21.256,50 Km² e é composto por 20 municípios. Conceição
do Coité dista 210 km de Salvador, capital da Bahia e compõe a Região Nordeste do Brasil
e do semiárido do Nordeste da Bahia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE Cidades), sua área territorial é de 1.016,006, com 62.040 habitantes,
com estimativa de 68.146 para 2015. Em divisão territorial datada de 2014, o município é
constituído de seis distritos: Conceição do Coité, Aroeiras, Bandiaçu, Juazeirinho, São
João e Salgadália. A comunidade é composta por uma diversidade de pessoas que moram
no campo e na sede; desenvolvem trabalhos nos campos, na feira, nas roças, nas fábricas
e nos comércios. Os coiteenses desenvolvem as mais variadas formas de produção de
vida, de cultura. São pessoas que produzem vida com inventividade, criatividade, com
estratégias inteligentes, criando inúmeras possibilidades de viverem em sua terra. Em
Conceição do Coité não há salas de cinema, museus, nem teatros, apesar da garantia de
terem direito ao acesso a tais espaços. Todavia, muitos moradores da cidade têm sítios,
chácaras, pequenas roças e utilizam esses espaços para compartilharem alegrias e
saberes. São pessoas hospitaleiras e solidárias, que, de mãos-largas, entre partilhas, está
a raça, que transforma sonhos em ação, mãos que, no dia a dia, labutam com fé e graça
erguendo este sertão. Brava gente que sabe ser de fibra, honrando este pedacinho de
chão (LAGO, 2014). O Colégio Estadual Antônio Bahia (CEAB) está localizado no centro
da cidade, é uma das escolas mais antigas do município. É um colégio de porte médio,
com estrutura física térrea, rampa para acessibilidade de pessoas com deficiências
locomotoras com 06 amplas salas de aula arejadas, com carteiras e cadeiras suficientes
para todos os estudantes; um porão; um longo corredor; um banheiro masculino e um
feminino para os estudantes e um banheiro para os professores e gestores; uma pequena
biblioteca; uma secretaria; uma sala da direção; não possui auditório; uma cozinha com
geladeira, fogão, utensílios etc.; possui televisores, aparelhos de DVD; dois projetores
multimídia, 17 computadores e acesso à internet, que, de acordo com a vice-diretora,
naquele período, o equipamento que distribui o sinal estava com defeito, e eles estavam
tentando resolver o problema; 4 notebooks dos quais 3 estão com defeitos um microfone e
uma caixa amplificada. Entretanto, no final do ano de 2017, o colégio sofreu dois assaltos,
tendo assim, todos os seus equipamentos roubados. Para a realização do trabalho obtive
as mínimas condições necessárias para tal, pois tratamos também das Tecnologias
Digitais, exigindo assim o uso delas no processo de construção de muitas atividades.
Realizei o projeto nas três turmas do 9º ano matutino, totalizando 105 estudantes, pois
todos os estudantes possuíam celulares, detalhe importante, pois uma das ações envolveu
o uso de tais aparelhos. Cada turma tinha suas características e os estudantes suas
especificidades e a maioria foi de adolescentes. De modo geral, tive que lidar com a
questão da indisciplina dos alunos, uma problemática que atinge a todos os docentes da
escola. Entretanto, as propostas apresentadas foram bem aceitas pelos alunos, que
realizaram as atividades de modo satisfatório a muito bom. Vale destacar que havia uma
turma, o 9º B matutino, onde a maioria dos estudantes se comprometiam de forma
exemplar, acima do esperado. Sempre realizam as atividades com muita dedicação,
apresentando excelentes trabalhos em todas as disciplinas, conforme informavam os
colegas. No ano em curso estou realizando o mesmo projeto no CEAB e gostaria de
aproveitar as potencialidades de lidar com as Tecnologias Digitais que os estudantes do 9º
têm (esse ano estou com as turmas da disciplina Ciência e Tecnologia da manhã e da
tarde) para desenvolver projetos tecnológicos, a médio prazo, envolvendo a criação de
espaços virtuais de estudo a partir da ludicidade no ambiente virtual. O diagnóstico inicial
foi realizado por meio de um desenho sobre o entendimento deles sobre o que é
Tecnologias e todos os alunos, unânimes, apontaram as Tecnologias Digitais como
exemplos de Tecnologias. As estratégias foram os diálogos, com perguntas e respostas
entre professora e alunos, e também por meio de desenhos, que foram suficientes para o
início do projeto. Ao longo das atividades, foi possível verificar as outras habilidades que
eles possuíam com as Tecnologias usuais e digitais. As primeiras quatro aulas da unidade
serviram para o diagnóstico e no decorrer do projeto, fui adequando-o às necessidades e
características dos estudantes para que fosse possível os êxitos que obtivemos.

Avaliação
Uma prática pedagógica só tem seu ciclo completo quando realizamos a avaliação.
Os anos de experiência de um(a) professor(a) vão se enriquecendo quando a avaliação é
parte intrínseca de qualquer prática educativa que desenvolva. É esse olhar reflexivo que
possibilita a sistematização do que foi realizado, e a extração do que foi aprendido – não
só no que se refere à aprendizagem dos alunos, mas também das etapas de trabalho –
para segui avançando nos ciclos seguintes. Consideramos imprescindível que haja clareza
quanto ao que foi assimilado pela turma e por cada um dos estudantes ao final de um
processo de ensino-aprendizagem.
Retome seus objetivos iniciais – e as expectativas de aprendizagem – para iniciar essa
reflexão. Dedique um tempo especial à escrita dessa parte do relato. Abaixo estão
algumas perguntas que ajudarão a direcionar suas reflexões:
A avaliação compõe a lista de prioridades dentro do universo escolar. Entretanto, ela não
pode ser “a tirana da prática educativa” e precisa considerar a diversidade de estudantes e
seus saberes. Dessa maneira, como trabalhar com uma invariante pedagógica que é a
avaliação, realizando-a sem prejudicar/excluir os sujeitos aprendizes do processo de
ensino/aprendizagem? Ao longo da execução do projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO
CEAB E SUAS VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS, foram aplicados diversos instrumentos
avaliativos na tentativa de comprovar que os saberes adquiridos no cotidiano escolar,
especificamente do componente curricular “Ciências e Tecnologias” foram
absorvidos/internalizados. Em busca desse ideal, as expectativas de aprendizagem
consistem em: que os estudantes sejam capazes de diferenciar as Tecnologias gerais das
Tecnologias Digitais; que possam ser sujeitos mais críticos e reflexivos sobre os aspectos
positivos e negativos das Tecnologias, especialmente sobre o uso da Internet; que
considerem o potencial de criação e invenções tecnológicas que possuem; que produzam
conhecimento para as gerações vindouras ao registrarem locais importantes e suas ações
que são desenvolvidas na cidade com o uso das Tecnologias Digitais; que acessem as
tecnologias antigas para se apropriarem de um aparato científico que os antecedeu, entre
outros aprendizados que são subjetivos. As metas de aprendizagens foram: geral -
analisar como as Tecnologias Digitais, usuais e comunicacionais evoluíram e estão
presentes em diversos contextos sociais. Específicas: a) reconhecer as diversas
tecnologias e suas evoluções; b) comparar as Tecnologias da Informação e Comunicação
antigas, obsoletas com as atuais e de ponta, alguns itens que foram criados/extintos antes
do nascimentos dos estudantes; c) diferenciar tecnologias diversas das tecnologias
digitais; d) visitar espaços que usam aparatos tecnológicos digitais ou não, a fim de avaliar
a sua importância para a população da cidade; e) aguçar o senso crítico sobre os aspectos
que englobam o uso das redes sociais; f) observar que Tecnologia envolve vários
dispositivos/objetos que não são apenas celulares, computadores e demais eletrônicos; g)
conhecer as Tecnologias Assistivas, a Internet das Coisas, a Robótica e suas
contribuições para a sociedade. A partir dos objetivos acima relatados, os resultados foram
considerados exitosos ao se observar a maneira como os estudantes se envolveram nas
atividades, expressando alegria e empolgação diante dos novos aprendizados. Na I Mostra
Tecnológica do CEAB foi muito recompensador presenciar a curiosidade dos estudantes
frente aos objetos que nunca tinham visto antes, como a máquina de escrever; de ver
como eles interagiam entre eles e conversavam comigo sobre as “novidades”
(antiguidades para mim!) que estavam expostas na I Mostra. Posteriormente, cada
estudante produziu um relato de experiência, contando como e o que eles aprenderam
durante a atividade. Nesse sentido, foi possível avaliar que o resultados estiveram mais
próximos dos objetivos propostos, sendo possível mensurar tal proximidade devido às
atividades dos estudantes: realizaram a produção dos vídeos como dedicação, o que
resultou em vídeos de qualidade e criatividade; expressaram o quanto aprenderam sobre
os temas estudados; do envolvimento de praticamente todos os estudantes na I Mostra
Tecnológica do CEAB; na dedicação (apesar dos obstáculos encontrados ao longo do
percurso) na realização das peças teatrais, com a temática das tecnologias em cena. Os
meios utilizados para avaliação dos alunos foram diversificados, adequando-os aos
objetivos estabelecidos, a saber: para a I Mostra Tecnológica realizada nos dias 08 e 09
de março de 2017, a avaliação teve três dimensões: preparação, participação e atenção,
de forma que eles tiveram que apresentar um objeto e se prepararem para mostrarem as
utilidades dos mesmos na exposição e no momento oportuno, prestarem atenção nas
apresentações dos colegas, para fazerem perguntas relacionadas ao objeto. Durante as
apresentações, fiz inferências e contribui com outras informações não apresentadas pelos
estudantes. Para a I Expovídeos, formamos uma banca avaliadora com duas professoras
da escola e um Comunicólogo da UNEB para avaliarem os três melhores vídeos dentre os
treze vídeos produzidos, baseados em critérios pré-estabelecidos, de maneira tal que não
privilegiasse a nenhuma equipe. No dia 24 de agosto de 2017 realizamos a I Expovídeos
no pátio da escola, onde todos os estudantes do turno matutino assistiram às produções
das turmas do 9º ano matutino e a banca elegeu os três melhores. A escola forneceu as
premiações para os três melhores vídeos, que foram agendas e chocolates. As
premiações foram simples, porém dentro das possibilidades dos recursos disponíveis. E
para as demais temáticas trabalhadas cotidianamente, estabeleci avaliações diversificadas
e diárias, como: participação dos alunos, conhecimentos seus prévios compartilhados em
sala de aula; atividades e pesquisas realizadas em casa; produções textuais; criações de
charges e histórias em quadrinhos (HQ); atividades em grupos; leituras compartilhadas;
debates de temas polêmicos como o jogo virtual “baleia azul”; Marco Civil da Internet;
Aspectos positivos e negativos das redes sociais; Ciberbullyng, entre outros. Vale destacar
que, para avaliar o aluno como um todo (VASCONCELLOS 2009) as avaliações foram
qualitativas e também quantitativas, já que o sistema educacional exige que algumas
sejam quantitativas, ou seja, que se atribua notas ao processo de aprendizagem dos
alunos. Portanto, em determinadas atividades propostas atribui um peso numérico para
elas e assim compor a nota final de cada estudante. Foi possível notar que a prática
pedagógica em questão gerou aprendizagens estruturantes para a maioria dos estudantes,
incluindo aqueles que apresentavam dificuldades e interesse em aprender. Não foi
possível alcançar a todos, pois existiriam os estudantes que se recusaram a participar das
atividades por não gostarem, por não apresentarem interesse algum pelos estudos,
problemática que vai além do domínio do ensino de um professor de escola pública. Se a
nota dá conta de avaliarmos se o aluno realmente aprendeu, posso afirmar que as notas
foram acima da média e outras excelentes, com exceção dos faltosos e de um aluno com
necessidade especial, que não foi aprovado (em termos numéricos) em uma das unidades
apesar dos meus esforços em ensiná-lo e dos colegas em acolhê-lo na equipe.
Avalio a minha prática inovadora porém inconclusa no sentido freireano. Um proposta
inovadora para o contexto escolar em que estou inserida, diante das dificuldades
anteriormente apresentadas e dos depoimentos das colegas que ministraram a mesma
disciplina em anos anteriores, afirmando que a disciplina não seria mais a mesma após a
minha prática, e muitos outros colegas expressam que o meu fazer docente tem sido muito
profícuo para os alunos. Ao longo desses três anos na escola, tenho me esforçado para
efetivar uma prática docente que extrapole os muros da escola e que faça sentido na vida
dos meus alunos. Não tem sido uma tarefa fácil, mas tenho escutado relatos que me
incentivam bastante e outros que me instigam a melhorar. Ainda assim considero
inconclusa, pois tenho como base a práxis (ação-reflexão-ação) pedagógica e reconheço
que é possível ser mais, numa dialógica constante, na constante tentativa de superar os
obstáculos que a Educação e o fazer docente nos impõe.

Em síntese, avaliar é um ato pelo qual, através de uma disposição acolhedora,


qualificamos alguma coisa (um objeto, ação ou pessoa), tendo em vista, de alguma forma,
tomar uma decisão sobre ela. Quando atuamos junto a pessoas, a qualificação e a
decisão necessitam ser dialogadas. O ato de avaliar não é um ato impositivo, mas sim um
ato dialógico, amoroso e construtivo. Desse modo, a avaliação é uma auxiliar de uma vida
melhor, mais rica e mais plena, em qualquer de seus setores, desde que constata,
qualifica e orienta possibilidades novas e, certamente, mais adequadas, porque
assentadas nos dados do presente. (LUCKESI, 2000, p.10)

Conforme nos afirma Luckesi (2000), estamos sujeitos a constantes avaliações, em todos
os âmbitos da vida. Dentro do contexto escolar nos encontramos envoltos no desafio de
avaliar sem excluir, de quantificar para qualificar o aluno, sem abrir mão do
comprometimento de sua formação integral, considerando os aportes e suportes que o
sistema oferece ao professor, já que pertencemos a uma engrenagem e o nosso fazer não
está solto, desconectado de outros fatores que contribuem (ou não) para os êxitos no
processo de ensino/aprendizagem.

Considero que os desafios propostos aos alunos estavam de acordo com as suas
possibilidades de aprendizagem. Obviamente, existem os medos de que talvez todos não
consigam atingir os objetivos que traçamos, pois julgamos que eles não têm maturidade
suficiente para dizerem o que querem e precisam aprender, e assim estabelecemos alvos
que podem não ser interessante para todos, e nessa conjuntura complexa, seguimos,
acertando e errando também. As estratégias e atividades propiciaram que o objetivo geral
do projeto fosse suficientemente trabalhado, mas para que isso acontecesse foi necessário
fazer alguns ajustes aos longo do processo para a realização de algumas atividades, como
rever alguns critérios de organização das equipes, datas de visitas ao locais de filmagem,
reorganização de datas de apresentações; uma equipe teve que voltar ao local da
gravação pois apagaram toda a filmagem do celular, entre outras pequenas dificuldades.

Atualmente continuo em sala de aula da Educação Básica, dando continuidade ao trabalho


com Tecnologias, desta vez com todas as turmas do 9º ano (matutino e vespertino),
comprovação de que o trabalho realizado em 2017, apenas com as turmas do matutino,
foram significativos e deve, então, contemplar todos os estudantes do 9º do CEAB. Já
estabeleci algumas modificações no Projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E SUAS
VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS, a saber: menor tempo de duração dos vídeos, de dez para
cinco minutos e assim os alunos possam participar de um projeto estruturante da rede
estadual da Bahia, chamado de Produção de Vídeos Estudantis (Prove) e maior
participação dos estudantes da escola, que votarão nos vídeos produzidos pelos colegas;
ampliação da II Mostra Tecnológica do CEAB, já que teremos mais alunos e professores
envolvidos; montagem do stand “Na Terra dos Nativos Digitais”, com uma cabine com
Realidade Virtual; novos temas sobre o universo tecnológico, já que o avanço das
Tecnologias Digitais tem sido muito acelerado. A ideia de uma nova extensão do projeto é
a I Expofoto do CEAB, que será uma exposição das fotografias feitas pelos estudantes de
uma turma do matutino com o tema “Vamos ver o pôr do sol”. Como a ação é experimental
no campo da fotografia, com celulares e câmeras dos estudantes, pois a escola não
dispõe desses aparelhos, após passar por avaliações, verei se é possível ampliar para as
demais turmas, ainda no ano de 2018. E penso também em criar uma projeto que envolva
Tecnologias e Música na escola.

Durante a aplicação desse projeto aprendi, principalmente, a não me conformar (não tomar
a forma) com situações-problema, com discursos do tipo “já perdeu” e a insistência
perversa e superficial de afirmar não ter mais soluções para a Educação no Brasil.
Conforme relatei no planejamento, me deparei com muitas dificuldades no contexto
escolar mas tenho procurado soluções viáveis para superá-las. A vivacidade dos
estudantes, a esperança de que eles podem ter mais oportunidades e acesso a um
sistema educacional com mais opções de aprendizados, mais do que a minha geração
pode experimentar e vivenciar, a consciência de que eles têm o direito de uma educação
digna, com qualidade, e que isso não está restrito ao ambiente da escola privada, pois
pagamos impostos e merecemos ter o retorno em bens e serviços. Tais argumentos me
fortalecem e com o projeto foi possível provar isso na minha prática.

Ainda há muitos desafios presentes: ainda não tenho acesso, com os estudantes, à sala
de informática da escola e não temos internet nas salas de aula; ainda temos
pouquíssimos recursos tecnológicos na escola; ainda temos poucos recursos financeiros
para desenvolvermos os projetos; gostaria muito de ensinar aos estudantes como fazer
robôs, pois estudamos robótica só na teoria; ainda não consegui conquistar todos os
estudantes para que se comprometam com seus estudos e ainda labutamos com alguns
casos dramáticos de indisciplina e violência no ambiente escolar; ainda lido com a questão
da minha permanência na rede estadual no próximo ano, quando o meu contrato Reda se
encerrará no mês de novembro, ou seja, tenho que lidar com as injustiças de um sistema
excludente, que não estabelece outros mecanismos para manter um quadro docente
permanente (vale destacar que tenho Mestrado em Educação de Jovens e Adultos/UNEB,
tenho mais de cinco anos de docência e ainda não consegui provar para o Estado, por
meio de seus exames desonestos e excludentes, que sou profissional, que sou uma
professora que gosta do que faz, que luta pela Educação pública de qualidade!). Apesar
dos dessabores descritos, sigo minha carreira fazendo o que aprendo de melhor em
espaços acadêmicos, em diálogos com meus pares (e ímpares), com meus alunos e
alunas, com a minha própria prática, em busca de um ideal aparentemente utópico, dentro
dos princípios que estabeleci como basilares e que servem para que eu realize,
primeiramente, a avaliação de mim mesma.

Nas palavras de Luckesi (2000), a qualidade de vida deve estar sempre posta à nossa
frente. Ela é o objetivo. Não vale a pena o uso de tantos atalhos e tantos recursos, caso a
vida não seja alimentada tendo em vista o seu florescimento livre, espontâneo e criativo. A
prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a
busca do melhor de todos os educandos [...]. Sigo concretizando esse alvo.

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Para finalizar a reflexão sobre a avaliação da sua experiência, escreva – em alguns
parágrafos – respostas para as questões abaixo.

 • A experiência vivida por você pode ser replicada por outros professores que
vivem realidades similares?
 • O que é preciso para que essa replicação aconteça?
 • Quais seriam as dificuldades numa eventual replicação?
 • O que os professores, que se inspirarem em sua prática, poderão esperar em
relação ao aprendizado dos alunos?

A experiência que vivo, pois continuo realizando o projeto, agora com um número maior de
estudantes, na mesma escola, certamente pode ser replicada por outros professores. As
condições que encontrei na escola são semelhantes às vividas por muitas escolas nas
cidades do interior do Brasil. Posso afirmar que os professores de algumas escolas
poderão fazer o projeto funcionar e ser ainda melhor, se disponibilizarem de maiores
recursos tecnológicos e financeiros.

Os princípios e as etapas para a execução do projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E


SUAS VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS são exequíveis para um contexto escolar em
qualquer escola brasileira, basta adequá-lo ao seu contexto e retirar a o nome CEAB
(Colégio Estadual Antonio Bahia) e colocar o nome de sua escola. A adequação a qual me
refiro diz respeito às especificidades de cada local. Por exemplo, é preciso estabelecer os
locais de visita para a produção dos vídeos; pode-se incluir outros temas relevantes sobre
Tecnologias digitais, usuais e comunicacionais; pode-se visitar outros espaços
tecnológicos que houver na região; pode-se replicar a Mostra Tecnológica, pois todas as
pessoas possuem um ou mais objetos tecnológicos em suas casas; podem ser feitas
peças teatrais com a Tecnologia em Cena; podem realizar exposições fotográficas e
realizar atividades cotidianas com tais temáticas, conforme listei.

As eventuais dificuldades estão, inicialmente deve haver o desejo de querer fazer para
então superar os desafios encontrados ao longo do processo. Outras dificuldades são: a
falta de apoio da gestão escolar e dos colegas; falta de vontade de alguns estudantes; o
mínimo de recursos, como alguns equipamentos tecnológicos e verba para algumas
ações. A junção de todos esses elementos torna inviável a execução do projeto.
Os professores que se inspirarem na minha prática podem esperar alunos mais dispostos
a aprenderem, pois a metodologia do projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E SUAS
VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS provoca os estudantes a conhecerem mais o que eles
julgam já dominarem, que são as Tecnologias Digitais. Porém, apresentamos para eles
multimídias, múltiplos espaços tecnológicos, e múltiplos saberes e olhares são
despertados. Os estudantes participam ativamente do processo, que deixa de ser bancária
e passa a ser dialógica, compartilhada. A maioria consegue ver sentido no que propomos
pois buscamos aguçar a curiosidade de cada um/uma estudante.

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