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Escolha do tema
A escolha do tema requer conciliar necessidades de ensino – previstas no currículo – e
desejos de aprendizagem expressos pelos próprios estudantes. Além disso, é precisa
identificar uma questão-problema com potência suficiente para gerar ricos processos de
exploração, isto é, um ponto de partida que tenha relevância e abrangência suficiente
para gerar boas situações de aprendizagem. Pensando na prática pedagógica
desenvolvida por você, responda:
• Por que e como surgiu a ideia de desenvolver este trabalho com seus alunos ?
• Qual a situação-problema que identificou ?
• O que se levou em consideração para escolher o tema ?
Diagnóstico
A elaboração de um diagnóstico requer olha para todos os aspectos que configuram um
contexto. Então, é preciso apresentar informações relevantes sobre a escola, a
comunidade que é atendida por ela, os alunos com os quais trabalhou; de modo a deixar
claro para o avaliador quem é o público, o que se pretendeu realizar e a organização para
tornar isto possível.
Reflita sobre as perguntas listadas abaixo elabore um texto que contemple essas
informações.
Contextualização
Em linhas gerais, como é o território onde sua escola está inserida? Como é a
comunidade? Como é a escola? Ela oferece as condições necessárias à
realização do seu trabalho?
Como é a turma com a qual você desenvolver o projeto?
Há dificuldade para o ensino-aprendizagem? O que é considerado prioritário
modificar a curto e médio prazo? Quais as principais potencialidades diz alunos e
da turma que você gostaria de desenvolver?
Conhecimentos prévios
- Foi realizado um diagnóstico da aprendizagem dos alunos? Como isso foi feito?
(Se sim, reserve este documento para inserir como anexo mais a frente no processo de
inscrição)
- Que estratégias utilizou para investigar os conhecimentos prévios dos alunos?
- O diagnóstico cumpriu o propósito de verificar/fazer ajustes no planejamento inicial?
- Quanto tempo do trabalho como um todo foi dedicado ao diagnóstico?
- Como se realizou o registro do diagnóstico inicial? (Observações do professor, produções
iniciais dos alunos ou falas que eles tenham expressado oralmente).
Elabore um texto de até uma página com as informações relativas ao diagnóstico inicial
realizado com a turma.
Lembramos que você pode fazer isso em um editor de texto e depois copiar no espaço
abaixo. (O espaço para a redação é de até 5000 caracteres)
Em linhas gerais, como é o território onde sua escola está inserida? Como é a
comunidade? Como é a escola? Ela oferece as condições necessárias à
realização do seu trabalho?
Como é a turma com a qual você desenvolver o projeto?
Há dificuldade para o ensino-aprendizagem? O que é considerado prioritário
modificar a curto e médio prazo? Quais as principais potencialidades diz alunos e
da turma que você gostaria de desenvolver?
Avaliação
Uma prática pedagógica só tem seu ciclo completo quando realizamos a avaliação.
Os anos de experiência de um(a) professor(a) vão se enriquecendo quando a avaliação é
parte intrínseca de qualquer prática educativa que desenvolva. É esse olhar reflexivo que
possibilita a sistematização do que foi realizado, e a extração do que foi aprendido – não
só no que se refere à aprendizagem dos alunos, mas também das etapas de trabalho –
para segui avançando nos ciclos seguintes. Consideramos imprescindível que haja clareza
quanto ao que foi assimilado pela turma e por cada um dos estudantes ao final de um
processo de ensino-aprendizagem.
Retome seus objetivos iniciais – e as expectativas de aprendizagem – para iniciar essa
reflexão. Dedique um tempo especial à escrita dessa parte do relato. Abaixo estão
algumas perguntas que ajudarão a direcionar suas reflexões:
A avaliação compõe a lista de prioridades dentro do universo escolar. Entretanto, ela não
pode ser “a tirana da prática educativa” e precisa considerar a diversidade de estudantes e
seus saberes. Dessa maneira, como trabalhar com uma invariante pedagógica que é a
avaliação, realizando-a sem prejudicar/excluir os sujeitos aprendizes do processo de
ensino/aprendizagem? Ao longo da execução do projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO
CEAB E SUAS VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS, foram aplicados diversos instrumentos
avaliativos na tentativa de comprovar que os saberes adquiridos no cotidiano escolar,
especificamente do componente curricular “Ciências e Tecnologias” foram
absorvidos/internalizados. Em busca desse ideal, as expectativas de aprendizagem
consistem em: que os estudantes sejam capazes de diferenciar as Tecnologias gerais das
Tecnologias Digitais; que possam ser sujeitos mais críticos e reflexivos sobre os aspectos
positivos e negativos das Tecnologias, especialmente sobre o uso da Internet; que
considerem o potencial de criação e invenções tecnológicas que possuem; que produzam
conhecimento para as gerações vindouras ao registrarem locais importantes e suas ações
que são desenvolvidas na cidade com o uso das Tecnologias Digitais; que acessem as
tecnologias antigas para se apropriarem de um aparato científico que os antecedeu, entre
outros aprendizados que são subjetivos. As metas de aprendizagens foram: geral -
analisar como as Tecnologias Digitais, usuais e comunicacionais evoluíram e estão
presentes em diversos contextos sociais. Específicas: a) reconhecer as diversas
tecnologias e suas evoluções; b) comparar as Tecnologias da Informação e Comunicação
antigas, obsoletas com as atuais e de ponta, alguns itens que foram criados/extintos antes
do nascimentos dos estudantes; c) diferenciar tecnologias diversas das tecnologias
digitais; d) visitar espaços que usam aparatos tecnológicos digitais ou não, a fim de avaliar
a sua importância para a população da cidade; e) aguçar o senso crítico sobre os aspectos
que englobam o uso das redes sociais; f) observar que Tecnologia envolve vários
dispositivos/objetos que não são apenas celulares, computadores e demais eletrônicos; g)
conhecer as Tecnologias Assistivas, a Internet das Coisas, a Robótica e suas
contribuições para a sociedade. A partir dos objetivos acima relatados, os resultados foram
considerados exitosos ao se observar a maneira como os estudantes se envolveram nas
atividades, expressando alegria e empolgação diante dos novos aprendizados. Na I Mostra
Tecnológica do CEAB foi muito recompensador presenciar a curiosidade dos estudantes
frente aos objetos que nunca tinham visto antes, como a máquina de escrever; de ver
como eles interagiam entre eles e conversavam comigo sobre as “novidades”
(antiguidades para mim!) que estavam expostas na I Mostra. Posteriormente, cada
estudante produziu um relato de experiência, contando como e o que eles aprenderam
durante a atividade. Nesse sentido, foi possível avaliar que o resultados estiveram mais
próximos dos objetivos propostos, sendo possível mensurar tal proximidade devido às
atividades dos estudantes: realizaram a produção dos vídeos como dedicação, o que
resultou em vídeos de qualidade e criatividade; expressaram o quanto aprenderam sobre
os temas estudados; do envolvimento de praticamente todos os estudantes na I Mostra
Tecnológica do CEAB; na dedicação (apesar dos obstáculos encontrados ao longo do
percurso) na realização das peças teatrais, com a temática das tecnologias em cena. Os
meios utilizados para avaliação dos alunos foram diversificados, adequando-os aos
objetivos estabelecidos, a saber: para a I Mostra Tecnológica realizada nos dias 08 e 09
de março de 2017, a avaliação teve três dimensões: preparação, participação e atenção,
de forma que eles tiveram que apresentar um objeto e se prepararem para mostrarem as
utilidades dos mesmos na exposição e no momento oportuno, prestarem atenção nas
apresentações dos colegas, para fazerem perguntas relacionadas ao objeto. Durante as
apresentações, fiz inferências e contribui com outras informações não apresentadas pelos
estudantes. Para a I Expovídeos, formamos uma banca avaliadora com duas professoras
da escola e um Comunicólogo da UNEB para avaliarem os três melhores vídeos dentre os
treze vídeos produzidos, baseados em critérios pré-estabelecidos, de maneira tal que não
privilegiasse a nenhuma equipe. No dia 24 de agosto de 2017 realizamos a I Expovídeos
no pátio da escola, onde todos os estudantes do turno matutino assistiram às produções
das turmas do 9º ano matutino e a banca elegeu os três melhores. A escola forneceu as
premiações para os três melhores vídeos, que foram agendas e chocolates. As
premiações foram simples, porém dentro das possibilidades dos recursos disponíveis. E
para as demais temáticas trabalhadas cotidianamente, estabeleci avaliações diversificadas
e diárias, como: participação dos alunos, conhecimentos seus prévios compartilhados em
sala de aula; atividades e pesquisas realizadas em casa; produções textuais; criações de
charges e histórias em quadrinhos (HQ); atividades em grupos; leituras compartilhadas;
debates de temas polêmicos como o jogo virtual “baleia azul”; Marco Civil da Internet;
Aspectos positivos e negativos das redes sociais; Ciberbullyng, entre outros. Vale destacar
que, para avaliar o aluno como um todo (VASCONCELLOS 2009) as avaliações foram
qualitativas e também quantitativas, já que o sistema educacional exige que algumas
sejam quantitativas, ou seja, que se atribua notas ao processo de aprendizagem dos
alunos. Portanto, em determinadas atividades propostas atribui um peso numérico para
elas e assim compor a nota final de cada estudante. Foi possível notar que a prática
pedagógica em questão gerou aprendizagens estruturantes para a maioria dos estudantes,
incluindo aqueles que apresentavam dificuldades e interesse em aprender. Não foi
possível alcançar a todos, pois existiriam os estudantes que se recusaram a participar das
atividades por não gostarem, por não apresentarem interesse algum pelos estudos,
problemática que vai além do domínio do ensino de um professor de escola pública. Se a
nota dá conta de avaliarmos se o aluno realmente aprendeu, posso afirmar que as notas
foram acima da média e outras excelentes, com exceção dos faltosos e de um aluno com
necessidade especial, que não foi aprovado (em termos numéricos) em uma das unidades
apesar dos meus esforços em ensiná-lo e dos colegas em acolhê-lo na equipe.
Avalio a minha prática inovadora porém inconclusa no sentido freireano. Um proposta
inovadora para o contexto escolar em que estou inserida, diante das dificuldades
anteriormente apresentadas e dos depoimentos das colegas que ministraram a mesma
disciplina em anos anteriores, afirmando que a disciplina não seria mais a mesma após a
minha prática, e muitos outros colegas expressam que o meu fazer docente tem sido muito
profícuo para os alunos. Ao longo desses três anos na escola, tenho me esforçado para
efetivar uma prática docente que extrapole os muros da escola e que faça sentido na vida
dos meus alunos. Não tem sido uma tarefa fácil, mas tenho escutado relatos que me
incentivam bastante e outros que me instigam a melhorar. Ainda assim considero
inconclusa, pois tenho como base a práxis (ação-reflexão-ação) pedagógica e reconheço
que é possível ser mais, numa dialógica constante, na constante tentativa de superar os
obstáculos que a Educação e o fazer docente nos impõe.
Conforme nos afirma Luckesi (2000), estamos sujeitos a constantes avaliações, em todos
os âmbitos da vida. Dentro do contexto escolar nos encontramos envoltos no desafio de
avaliar sem excluir, de quantificar para qualificar o aluno, sem abrir mão do
comprometimento de sua formação integral, considerando os aportes e suportes que o
sistema oferece ao professor, já que pertencemos a uma engrenagem e o nosso fazer não
está solto, desconectado de outros fatores que contribuem (ou não) para os êxitos no
processo de ensino/aprendizagem.
Considero que os desafios propostos aos alunos estavam de acordo com as suas
possibilidades de aprendizagem. Obviamente, existem os medos de que talvez todos não
consigam atingir os objetivos que traçamos, pois julgamos que eles não têm maturidade
suficiente para dizerem o que querem e precisam aprender, e assim estabelecemos alvos
que podem não ser interessante para todos, e nessa conjuntura complexa, seguimos,
acertando e errando também. As estratégias e atividades propiciaram que o objetivo geral
do projeto fosse suficientemente trabalhado, mas para que isso acontecesse foi necessário
fazer alguns ajustes aos longo do processo para a realização de algumas atividades, como
rever alguns critérios de organização das equipes, datas de visitas ao locais de filmagem,
reorganização de datas de apresentações; uma equipe teve que voltar ao local da
gravação pois apagaram toda a filmagem do celular, entre outras pequenas dificuldades.
Durante a aplicação desse projeto aprendi, principalmente, a não me conformar (não tomar
a forma) com situações-problema, com discursos do tipo “já perdeu” e a insistência
perversa e superficial de afirmar não ter mais soluções para a Educação no Brasil.
Conforme relatei no planejamento, me deparei com muitas dificuldades no contexto
escolar mas tenho procurado soluções viáveis para superá-las. A vivacidade dos
estudantes, a esperança de que eles podem ter mais oportunidades e acesso a um
sistema educacional com mais opções de aprendizados, mais do que a minha geração
pode experimentar e vivenciar, a consciência de que eles têm o direito de uma educação
digna, com qualidade, e que isso não está restrito ao ambiente da escola privada, pois
pagamos impostos e merecemos ter o retorno em bens e serviços. Tais argumentos me
fortalecem e com o projeto foi possível provar isso na minha prática.
Ainda há muitos desafios presentes: ainda não tenho acesso, com os estudantes, à sala
de informática da escola e não temos internet nas salas de aula; ainda temos
pouquíssimos recursos tecnológicos na escola; ainda temos poucos recursos financeiros
para desenvolvermos os projetos; gostaria muito de ensinar aos estudantes como fazer
robôs, pois estudamos robótica só na teoria; ainda não consegui conquistar todos os
estudantes para que se comprometam com seus estudos e ainda labutamos com alguns
casos dramáticos de indisciplina e violência no ambiente escolar; ainda lido com a questão
da minha permanência na rede estadual no próximo ano, quando o meu contrato Reda se
encerrará no mês de novembro, ou seja, tenho que lidar com as injustiças de um sistema
excludente, que não estabelece outros mecanismos para manter um quadro docente
permanente (vale destacar que tenho Mestrado em Educação de Jovens e Adultos/UNEB,
tenho mais de cinco anos de docência e ainda não consegui provar para o Estado, por
meio de seus exames desonestos e excludentes, que sou profissional, que sou uma
professora que gosta do que faz, que luta pela Educação pública de qualidade!). Apesar
dos dessabores descritos, sigo minha carreira fazendo o que aprendo de melhor em
espaços acadêmicos, em diálogos com meus pares (e ímpares), com meus alunos e
alunas, com a minha própria prática, em busca de um ideal aparentemente utópico, dentro
dos princípios que estabeleci como basilares e que servem para que eu realize,
primeiramente, a avaliação de mim mesma.
Nas palavras de Luckesi (2000), a qualidade de vida deve estar sempre posta à nossa
frente. Ela é o objetivo. Não vale a pena o uso de tantos atalhos e tantos recursos, caso a
vida não seja alimentada tendo em vista o seu florescimento livre, espontâneo e criativo. A
prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a
busca do melhor de todos os educandos [...]. Sigo concretizando esse alvo.
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Para finalizar a reflexão sobre a avaliação da sua experiência, escreva – em alguns
parágrafos – respostas para as questões abaixo.
• A experiência vivida por você pode ser replicada por outros professores que
vivem realidades similares?
• O que é preciso para que essa replicação aconteça?
• Quais seriam as dificuldades numa eventual replicação?
• O que os professores, que se inspirarem em sua prática, poderão esperar em
relação ao aprendizado dos alunos?
A experiência que vivo, pois continuo realizando o projeto, agora com um número maior de
estudantes, na mesma escola, certamente pode ser replicada por outros professores. As
condições que encontrei na escola são semelhantes às vividas por muitas escolas nas
cidades do interior do Brasil. Posso afirmar que os professores de algumas escolas
poderão fazer o projeto funcionar e ser ainda melhor, se disponibilizarem de maiores
recursos tecnológicos e financeiros.
As eventuais dificuldades estão, inicialmente deve haver o desejo de querer fazer para
então superar os desafios encontrados ao longo do processo. Outras dificuldades são: a
falta de apoio da gestão escolar e dos colegas; falta de vontade de alguns estudantes; o
mínimo de recursos, como alguns equipamentos tecnológicos e verba para algumas
ações. A junção de todos esses elementos torna inviável a execução do projeto.
Os professores que se inspirarem na minha prática podem esperar alunos mais dispostos
a aprenderem, pois a metodologia do projeto OS NATIVOS DIGITAIS DO CEAB E SUAS
VIVÊNCIAS TECNOLÓGICAS provoca os estudantes a conhecerem mais o que eles
julgam já dominarem, que são as Tecnologias Digitais. Porém, apresentamos para eles
multimídias, múltiplos espaços tecnológicos, e múltiplos saberes e olhares são
despertados. Os estudantes participam ativamente do processo, que deixa de ser bancária
e passa a ser dialógica, compartilhada. A maioria consegue ver sentido no que propomos
pois buscamos aguçar a curiosidade de cada um/uma estudante.
Para escrever este trecho, não utilize mais de uma página. (O espaço para redação é de até
4000 caracteres)