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Faculdade de Educação

Departamento de Organização e Gestão de Educação

Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Educação

Módulo: Desenvolvimento Comunitário

4̊ ano, Pós -laboral

Tema : Programas de intervenção comunitária

Discentes:

Olga Bié

Sarifa Salência

Docentes:

Dr. Carlos Manhiça


Prof. Doutora Alzira Manuel

Maputo, Junho de 2023


Índice
1. Introdução........................................................................................................................................3
1.1. Objectivos.........................................................................................................................................3
a) Geral............................................................................................................................................3
b) Objectivos Específicos.................................................................................................................3
2. Perguntas de pesquisa......................................................................................................................4
3. Justificativa......................................................................................................................................4
4. Metodologia.....................................................................................................................................4
5. Resultados.......................................................................................................................................5
5.1.1. Conceito............................................................................................................................................5
Programa de intervenção comunitária..................................................................................................5
5.2.1. Fases de um Modelo de Desenvolvimento Comunitário............................................................5
5.3.1. Modelo lógico de um programa de intervenção comunitária.....................................................7
5.3. Modelo de Aplicação do Orçamento Participativo........................................................................8
6. Conclusão..........................................................................................................................................11
7. Referências Bibliográficas.................................................................................................................12
1. Introdução
O presente trabalho insere se no módulo de Desenvolvimento Comunitário e tem como tema
central Programas de intervenção comunitária onde iremos abordar os seguintes aspectos:
Analisar o conceito Programas de intervenção comunitária, definir o conceito de Programas de
intervenção comunitária, descrever as fases de um modelo de Desenvolvimento Comunitário,
Apresentar o Modelo Lógico de intervenção comunitária e o modelo de aplicação do Orçamento
Participativo.

Assim, o problema de pesquisa central é expresso na seguinte pergunta: Como conceituar


Programas de intervenção comunitária?

1.1. Objectivos

a) Geral
 Analisar o conceito Programas de intervenção comunitária.

b) Objectivos Específicos
 Definir o conceito de Programas de intervenção comunitária;
 Descrever as fases de um modelo de Desenvolvimento Comunitário;
 Apresentar o Modelo Lógico de intervenção comunitária e o modelo de aplicação do
Orçamento Participativo.

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2. Perguntas de pesquisa
1. Como definir Programas de intervenção comunitária?
2. Quais são as fases de um modelo de Desenvolvimento Comunitário?
3. Qual é o Modelo Lógico de intervenção comunitária e o modelo de aplicação do Orçamento
Participativo?

3. Justificativa
Devido à importância do tema, é importante para nós como estudantes e para nossas
comunidades, estudar os Programas de intervenção comunitária se faz necessário para entender
todo o contexto em que vivemos. Este trabalho contribuirá para uma maior compreensão de
Programas de intervenção comunitária, com intuito contribuir para área.

4. Metodologia
Para a materialização do presente trabalho, pautou-se pela técnica de análise bibliográfica. A
pesquisa bibliográfica feita com base em livros, teses, sítios eletrônicos e documentários,
buscando trabalhar com as principais teorias e autores especializados sobre o tema. Permitindo
uma análise mais profunda do problema, além de admitir maior precisão no diagnóstico dos
aspectos pertinentes aos Programas de intervenção comunitária, e quanto a natureza o estudo é
qualitativo.

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5. Resultados
5.1. Como definir Programas de intervenção comunitária?

5.1.1. Conceito

Programa de intervenção comunitária


O Programa de intervenção comunitária destina-se a trabalhar em colaboração e parceria com as
comunidades para abordar as preocupações locais ou esperanças de melhoria (Trickett, 2009).
Este tipo de intervenção pode ser definida como sendo as influências planificadas na vida de um
pequeno grupo, organização ou comunidade, com o objectivo de prevenir/reduzir a
desorganização social ou pessoal e promover o bem-estar da comunidade (Kelly, Snowden, &
Munoz, 1977).

Ainda, Trickett (2009) destaca a importância da compreensão do contexto da comunidade como


prelúdio para a intervenção comunitária. Essa ênfase vai incentivar um reconhecimento de que as
comunidades não são, muitas vezes, culturalmente homogéneas, que alguns costumes locais
podem ser considerados prejudiciais ou em oposição aos valores da intervenção.

O Programa de intervenção comunitária tem como objectivo específico provocar uma mudança
na comunidade. No campo da intervenção comunitária, realça-se a criação dos recursos
comunitários com as acções concretizadas pela própria comunidade com maior ou menor índice
de apoio externo, partindo-se do princípio que as comunidades possuem os potenciais recursos
para gerarem o seu próprio desenvolvimento.

5.2. Quais são as fases de um modelo de Desenvolvimento Comunitário?

5.2.1. Fases de um Modelo de Desenvolvimento Comunitário


O Modelo de Desenvolvimento Comunitário pode ser visto como uma sucessão de 5 fases:

a) Informação geral e dinamização da colectividade;


b) Prospecção da necessidades e recursos potenciais;
c) Descoberta e formação dos líderes locais;
d) Elaboração de um plano;
e) Avaliação dos resultados.

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Informação geral e dinamização da colectividade

A informação procura antes de mais despertar a iniciativa, criar o gosto por novas condições de
vida, mostrando paralelamente como estas poderão tornar-se reais,o segundo objectivo da
informação é provocar uma reacção favorável ao desenvolvimento por parte da população.

Prospecção das necessidades e recursos potenciais

A prospecção das necessidades feita pela população tem como fim primário não tanto a recolha
dos dados (que técnicas adequadas permitiriam conhecer eventualmente com maior rigor), mas
sobretudo a tomada de consciência da situação presente de uma dada colectividade e a sua
dinamização em ordem a tomar parte activa no processo de desenvolvimento.

A prospecção feita pela população tem ainda duas outras vantagens: primeiro, permite identificar
as necessidades sentidas, isto é, aquelas que a população reconhece, segundo, proporciona a
transmissão de um conjunto de conhecimentos muito apreciáveis, consciencializa a
colectividlade, empenha os interessados na solução das siuas dificuldades, cria elementos de
solidariedade na colectividade e processa pressões estimulantes de uns sobre os outros, reduz
eventuais tensões na colectividade pondo em condições ãe colaborar pessoas pertencentes a
diferentes grupos.

Descoberta e formação dos líderes locais

Quando se fala em organização, tem-se logo em mente os serviços existentes e a hierarquia com
que dentro deles se estabelecem os diferentes quadros, os órgãos que detêm a autoridade civil,
religiosa ou política dentro da colectividade, as instituições que detêm funções bem delimitadas
na colectividade.

Elaboração de um plano.

Quando se fala em plano em termos de desenvolvimento comunitário, tem-se presente um


determinado conceito de plano, que importa agora precisar, enumerando as suas principais
características:

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 Visa a satisfação das necessidiade reais de uma dada colectividade (não importa a sua
extensão: aldeia ou município, região geográfica, país ou até região internacional);
 Elabora-se a partir do reconhecimento feito pela população das suas necessidades e recursos
potenciais;
 Tem o acordo final da população, directa ou indirectamente manifestado a partir dos seus
representantes mais autênticos;
 E realizado, avaliado e controlado pela própria população.

A avaliação dos resultados

A avaliação dos resultados situa-se logicamente no termo de qualquer projecto, muito embora se
possa igualmente fazer a avaliação no fim das diferentes fases do desenvolvimento comunitário,
a avaliação deve incidir não só sobre os resultados materiais obtidos como também sobre as
transformações de mentalidade operadas.

5.3. Qual é o Modelo Lógico de intervenção comunitária e o modelo de aplicação do


Orçamento Participativo?

5.3.1. Modelo lógico de um programa de intervenção comunitária


Os modelos lógicos são uma maneira concisa de mostrar como um programa é concebido e
planeado, pois numa folha de papel, resumem-se os principais elementos de um programa. Os
modelos lógicos fazem a articulação entre os resultados do programa (a curto, médio e longo
prazo), com actividades, outputs e inputs (ou recursos) e também podem incluir a teoria e os
pressupostos subjacentes ao programa, os modelos lógicos têm inúmeros usos e benefícios.
(Noaa, 2004).

Assim, de acordo com Watson (2000), um modelo lógico pode ser utilizado para:

1) Planeamento Estratégico e Desenvolvimento de um Programa – este processo fará com


que se identifique a visão do programa, os princípios subjacentes ao programa, assim como o
funcionamento do programa;

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2) Comunicações eficazes – o modelo lógico permite que se forneça uma imagem rápida do
programa e os resultados desejados aos investidores, à equipa de trabalho, aos políticos, aos
meios de comunicação;
3) Planeamento da Avaliação – um modelo lógico fornece uma estrutura de base para uma
avaliação, ao identificar os resultados esperados baseados no design do programa e coloca
esses resultados de um modo mensurável;
4) Aprendizagem e Melhoria Contínua – o modelo lógico fornece um ponto de referência,
através do qual os progressos alcançados na obtenção dos resultados desejados podem ser
medidos, de uma forma contínua.

Um modelo lógico pode ter, dez componentes, são: Missão, Recursos, Objectivos Gerais e
Específicos, Actividades, Cronograma, Resultados, Indicadores, Medidas, Sustentabilidade, e
Avaliação.

5.3. Modelo de Aplicação do Orçamento Participativo


O orçamento participativo permite a participação de cidadãos não eleitos na elaboração e/ou
alocação das finanças públicas. Porém, outros cinco critérios precisam ser adicionados para
possibilitar uma comparação transnacional (Sintomer et al, 2012):

1. A dimensão financeira e/ou orçamentária deve ser discutida, o orçamento participativo lida
com recursos escassos;
2. O nível municipal deve estar envolvido ou, então, pelo menos, um distrito (descentralizado)
com órgão representativo eleito e algum poder na administração pública (o âmbito de bairro
não é suficiente);
3. O processo deve ser recorrente (uma única reunião ou um referendo sobre questões
financeiras não são exemplos de orçamento participativo);
4. O processo deve incluir alguma forma de deliberação pública no âmbito de encontros/fóruns
específicos (a abertura de reuniões administrativas ou instâncias representativas clássicas
para cidadãos “comuns” não é orçamento participativo);
5. Deve haver algum grau de prestação de contas com relação aos resultados.

Sintomer et al, (2012) Apresentam seis modelos do Orçamento Participativo:

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Democracia participativa

Nesse modelo, a participação tem repercussões reais em termos de justiça social e de relações
entre a sociedade civil e o sistema político.

Esse modelo implica a participação da classe trabalhadora ou dos grupos vulnerabilizados e não
apenas das classes médias, bem como o surgimento de uma esfera pública .

Democracia de proximidade

A democracia de proximidade é baseada em escuta selectiva, sua lógica é a de que quem tem o
poder de decisão escolhe a dedo as ideias dos cidadãos. A democracia de proximidade é baseada
em regras informais e confere à sociedade civil autonomia meramente marginal.

Modernização participativa

A característica chave do terceiro modelo é que a participação é geralmente um aspecto das


novas estratégias de gestão, num contexto em que o estado está tentando se modernizar para
tornar-se mais eficiente e legítimo e, em alguns casos, para resistir a pressões por privatização.
Os desafios implicados incluem: Como aumentar a participação e autonomia da sociedade civil e
desenvolver uma dimensão política genuína.

Participação de múltiplos actores

A principal característica do quarto modelo é que os cidadãos que participam constituem apenas
um entre múltiplos actores, que incluem empresas privadas e governo local. Nesse modelo, a
política local tem espaço de manobra limitado frente às forças econômicas, e são os doadores que
mandam.

Desenvolvimento comunitário

A característica dominante do quinto modelo é que a participação está voltada fundamentalmente


à fase de implementação de projecto, num contexto que desvincula a política municipal de um
forte processo participativo conduzido tanto por uma dinâmica ascendente quanto uma
descendente. As margens para política representativa são bastante pequenas neste modelo ideal.

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Esse modelo participativo apresenta vantagens evidentes em um contexto em que o governo
local é fraco e onde, de modo oposto, a sociedade civil tem efectiva independência e tradição de
organização as quais possibilitam ao sector comunitário gerir projetos locais.

Neo-corporativismo

Neste modelo, o governo visa a estabelecer um âmplo processo de consulta e procura chegar a
um consenso social através da mediação de interesses, valores e demandas por reconhecimento
de diversos segmentos da sociedade. Países onde os governos estaduais e locais são fracos,
aparentemente, não seriam muito receptivos ao modelo neo-corporativista, devido à sua pouca
flexibilidade.

Neste modelo, as inclinações políticas dos governos locais variam, assim como as dinâmicas de
modernização da gestão pública. Os marcos normativos estão vinculados ao neo-corporativismo
e a certas variações do conceito de governança. No modelo “neo-corporativista”, as regras de
participação podem ser formalizadas, ao passo que a qualidade do debate é variável. Na maioria
dos casos, processos corporativistas locais são fundamentalmente consultivos.

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6. Conclusão
Chegado ao fim do trabalho concluímos que o Programa de intervenção comunitária incentiva
um reconhecimento de que as comunidades não são, muitas vezes, culturalmente homogéneas,
que alguns costumes locais podem ser considerados prejudiciais ou em oposição aos valores da
intervenção, e que forças em diferentes níveis ecológicas e segmentos do contexto da
comunidade podem estar em conflito e mesmo em oposição sobre a forma de lidar com questões
locais, e que o modelo lógico é um modo de compreender as ligações entre os vários
componentes do programa. Os seis modelos propostos (democracia participativa, democracia de
proximidade, modernização participativa, participação de múltiplos atores, desenvolvimento
comunitário e neo-corporativismo) revelam diferenças marcantes, muito influenciadas pelas
tradições políticas de participação e de democracia existentes. O orçamento participativo é
apenas um exemplo importante de uma propagação mais ampla de inovações democráticas.

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7. Referências Bibliográficas
 Carvalhosa, S. et al, (2010). Modelo Lógico de um Programa de Intervenção Comunitária –
GerAcções. Análise Psicológica,3(xxviii), 479-490.
 Kelly, J. et al, (1977). Social and community intervention. Annual Review of Psychology, 38,
323-361.
 Noaa (2004). Logic model development. South Carolina: Author.
 Sintomer, Y. et al, (2012). Modelos transnacionais de participação cidadã: o caso do
Orçamento Participativo. Sociologias,14(30),70-116.
 Silva, M. (2014). Fases de um Processo de Desenvolvimento Comunitário.
 Trickett, E. (2009). Multilevel community-based culturally situated interventions and
community impact: An ecological perspective. American Journal of Community Psychology,
43, 257-266. Vido, B.
 Watson, S. (2000). Using results to improve the lives of children and families: A guide for
public-private child care partnerships. Child Care Partnership Project, available at
nccic.org/ccpartnerships/ results.pdf.

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