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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Sumário
Apresentação................................................................................................................................................3
Objetivo.........................................................................................................................................................3
Tópico 1 - Vantagens de atuar por meio de Projetos................................................................................4
1.1 Identificar o problema...........................................................................................................................8
1.2 Realizar o diagnóstico..........................................................................................................................13
1.2.1 - Realizar o estudo de ambiente.....................................................................................................14
1.2.1.1 - Estudo de necessidade/demanda..........................................................................................15
1.3 - Estabelecer os objetivos gerais ou de impacto................................................................................16
1.4 - Selecionar as alternativas..................................................................................................................18
1.4.1 - Descrição geral de cada alternativa..............................................................................................19
1.4.2 - Realizar estudos complementares................................................................................................19
1.5 - Estabelecer os objetivos de produto.................................................................................................21
1.6 - Selecionar os indicadores..................................................................................................................23
1.7 - Estabelecer as metas..........................................................................................................................25
1.8 - Especificar as premissas....................................................................................................................27
Tópico 2 - Avaliação: análise da eficiência e da eficácia das alternativas selecionadas......................28
2.1 - Calcular os custos de cada alternativa (análise da eficiência).......................................................28
2.1.1 - Fluxo de custos............................................................................................................................31
2.2 - Realizar a análise de resultado de cada alternativa (análise da eficácia).....................................32
Tópico 3 - Roteiro para a Elaboração do Projeto..................................................................................34
3.1 - Roteiro para elaboração do projeto.................................................................................................35
3.1.1 - Capa.............................................................................................................................................35
3.1.2 - Resumo do Projeto.......................................................................................................................36
3.1.3 - Diagnóstico..................................................................................................................................36
3.1.3.1 - Diagnóstico prévio...............................................................................................................36
3.1.3.2 - O diagnóstico deve apresentar..............................................................................................38
3.1.4 - Objetivos do projeto.....................................................................................................................40
3.1.5 - Composição e formação de equipe..............................................................................................41
3.1.6 - Metodologia.................................................................................................................................42
3.1.7 - Avaliação......................................................................................................................................43
3.1.7.1 - Matriz de Avaliação..............................................................................................................43
3.1.8 - Sustentabilidade do projeto e continuidade das ações.................................................................45
3.1.9 - Cronograma de execução.............................................................................................................46
3.1.10 - Orçamento..................................................................................................................................47
3.1.11 - Outras informações....................................................................................................................47
Tópico 4 - REDAÇÃO DO PROJETO....................................................................................................49
4.1 - Organização lógica.............................................................................................................................49
4.2 - Cinco passos até o bom texto............................................................................................................50
4.2.1 - Primeiro Passo - Compreender o tema.........................................................................................50
4.2.2 - Segundo Passo - Fazer rascunho..................................................................................................50
4.2.3 - Terceiro Passo - Organizar ideias.................................................................................................50
4.2.4 - Quarto Passo - Corrigir a gramática.............................................................................................51
4.2.5 - Quinto Passo - Versão definitiva..................................................................................................51
Referências..................................................................................................................................................52

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Apresentação

A Escola de Gestão Pública da Secretaria de Planejamento e Gestão do


Governo do Estado do Ceará e o Ministério da Economia apresentam o curso de
Elaboração de Projetos Sociais.

O Brasil possui 5.570 municípios com processos de ocupação,


infraestrutura urbana, concentração de renda e demandas sociais distintos,
todavia, uma realidade une esse quantitativo continental de cidades: todas
possuem recursos limitados para o atendimento das necessidades sociais
diversas da pluralidade de seus habitantes.

Entre as diversas possibilidades de enfrentamento das questões urbanas e


rurais, os projetos sociais são importantes ferramentas de transformação social,
na busca por melhoria de qualidade de vida das pessoas e comunidades.

Este curso destina-se a orientar a elaboração de projetos sociais, guiando


seu leitor por suas etapas iniciais, as quais passam pela avaliação de viabilidade,
elaboração do projeto propriamente dito, por fim adentrar em algumas das mais
importantes possibilidades de captação de recursos para o custeio da proposta.

Objetivo

Levantar informações necessárias e conhecer o roteiro de elaboração de


projetos sociais que atendam de forma efetiva às necessidades do cidadão.

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Curso: Elaboração de Projetos Sociais

Autoria: Ministério da Economia

Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Tópico 1 - Vantagens de atuar por meio de Projetos


As cidades, em nível de território, concentram as maiores demandas
sociais, por serem as faixas de terra onde as pessoas vivem, trabalham, estudam,
ou seja, constituem-se em seres sociais.

Nesse sentido, a máxima da estrutura social pode ser resumida da seguinte


forma: onde há gente, há necessidade de oferta de serviços e infraestrutura
públicos.

As responsabilidades constitucionais e legais e as distribuições de papéis


no atendimento das demandas públicas são variadas. Certo é que União,
Estados/Distrito Federal e Municípios somam “a maior fatia do bolo”, quando o
assunto exige o desenvolvimento de estratégias para redução da estratificação
social, fornecimento de infraestrutura urbana e rural de educação, lazer,
segurança pública e saúde, além de outros serviços ou produtos de interesse
público, essenciais no dia a dia da população em geral.

Nesse contexto aparece, a figura das ações sociais. Aqui, conceituaremos


ação social como toda iniciativa voltada para a construção de uma vida mais
digna aos habitantes de determinado lugar.

Para a implementação de uma ação social, precisamos seguir um roteiro:


primeiro utilizamos técnicas de mapeamento de uma problemática social, para,
em seguida, materializarmos uma possível solução para a questão. É aqui que
entra a figura do Projeto Social.

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Afinal, o que é um Projeto Social?

O Projeto Social é importante ferramenta metodológica na busca pela


implementação de políticas públicas. Mais especificamente, constitui-se
planejamento racionalizado, com definição de ações que serão executadas,
estimativa de custos e consecução em período previamente determinado,
visando melhorar algum ou alguns aspecto(s) da sociedade.

Segundo o dicionário Aurélio, Projeto pode ser entendido como:

ideia que se forma para empreendimento a ser


redação ou esboço
executar no futuro plano, realizado dentro de
provisório de um texto.
intento, desígnio. determinado esquema.

esboço ou risco de obra a


se realizar.

Você já se perguntou:

De onde nasce um Projeto?

Um projeto nasce de uma ideia, desejo, interesse. Toma forma e se estrutura


por meio de esquema (lógico). Nasce sempre como um esboço provisório.

Instrumentalizar uma ação social por meio da metodologia de um projeto


traz benefícios às pessoas e/ou comunidades, que possuem maior chance de
usufruir de uma vida social mais digna e plena.

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Apontamos como contribuições de um Projeto Social

Participação na vida política e social;

Recuperação de autoestima e dignidade humana de setores excluídos;

Defesa de direitos adquiridos ou criação de novos direitos.

Vantagens de atuar por meio de projetos

Legitimidade e credibilidade = melhores resultados e menores custos;

Produção coletiva de conhecimento = progressiva reflexão sobre a


experiência durante a execução;

Eficácia = ações com objetivos e atividades bem definidas, gerenciadas de


forma sistemática;

Eficiência = promove parceria, motiva o grupo participante, facilitando a


administração racional e transparente do recurso;

Maior limitação/risco na atuação por meio de um projeto.

Pense em todas as possibilidades que significam riscos para a realização do


projeto: as que são evidentes, as que podem acontecer e devem ser controladas
e finalmente pense de forma inusitada!

Para que um projeto social efetive as contribuições mencionadas, temos


que levar em consideração que sua realização possui a finalidade de responder
às necessidades reais de seus destinatários, para tanto, algumas reflexões
precisam ser consideradas.

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Reflita!

Como nosso grupo ou organização pode contribuir para as


transformações sociais?

Se nosso grupo terminasse agora, quem, além de nós, sentiria


nossa ausência?

O que deveríamos estar fazendo para “fazer a diferença”? Onde


podemos melhorar?

Se é verdade que os projetos se traduzem em programas e tais


programas balizam os eixos estratégicos da política, como
considerar a diversidade cultural brasileira?

Quais as necessidades da população?

Que necessidades se traduzem em demandas?

Quais as prioridades?

Quais as potencialidades de organização?

Como podem ser organizadas as reivindicações?

Que atores podem apoiar nossas ações?

Quais atores se opõem ao nosso projeto?

Quem pode ser conquistado para o projeto?

Até que ponto somos transparentes?

Qual é a nossa estratégia para alcançar transparência?

Você realiza o controle permanente de todos os recursos?

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Lembre-se: não basta ser honesto, tem que parecer honesto.

Saiba Mais
Segundo o Portal de Transferências Abertas do Governo Federal, atualmente,
menos de 20% das propostas cadastradas no Portal de Convênios –
Plataforma + Brasil são efetivamente assinadas.

Essa porcentagem extremamente baixa aumenta a importância da


capacitação na temática.

"A maior condenação a que todos estamos sujeitos no futuro será a omissão,
porque meios para se fazer muitas coisas lindas e impossíveis existem."
- Amyr Klink

1.1 Identificar o problema


A identificação do problema constitui, talvez, o exercício mais complexo da
elaboração dada a quantidade de variáveis inter-relacionadas que influenciam
seu contexto. Sua definição clara e precisa é o primeiro requisito para alcançar o
objetivo desejado.

Observe as imagens a seguir

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Imagem 1: Autor: Desconhecido


Fonte: Pixabay

Imagem 2: Autor: Desconhecido


Fonte: Pixabay

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Que tal resumir em uma palavra o que cada uma das imagens lhe suscitou?

Aqui são particularmente relevantes os conceitos de problema e de


necessidade, que determinam os objetivos do projeto e que permitem
estabelecer ordenadamente os meios e as alternativas para satisfazer tais
necessidades.

Para identificar o problema, temos que recolher e analisar toda a


informação disponível. Devemos combinar os dados que permitem identificar a
situação em que se encontram os beneficiários nas áreas definidas como
prioritárias dentro da política social, com a percepção que tem essa população
sobre suas próprias necessidades e a importância relativa dada a cada uma delas.

Importante

Nessa fase, é recomendável efetuar uma detalhada observação da realidade e


obter a maior quantidade possível de dados antecedentes. O ideal é dispor
de um estudo de base da população a ser beneficiada, no qual cada
entrevistado associe uma pontuação, segundo a importância atribuída a cada
um dos problemas destacados pela mesma população.

Nesse sentido, um procedimento adequado é realizar um censo que inclua


uma pergunta de qualificação de importância, a fim de que cada pessoa associe
uma pontuação a cada problema tratado, em uma escala, por exemplo, de 1 a 5
pontos. Se não se dispomos de um estudo de base, é possível trabalhar com
dados secundários, revisão bibliográfica, consultas a especialistas e informações-
chave, entre outros.

O processo de definição do problema deve responder às seguintes


perguntas:

Existe um problema?

Qual é o problema?

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Quais são os elementos essenciais do problema?

Quem está(ão) afetado(s) pelo problema? Ou seja, quais são os


beneficiários?

Qual é a magnitude atual do problema e suas consequências?

Conta-se com toda a informação relevante acerca do problema


para realizar um estudo acabado?

Dispõe-se de uma visão clara e definida do meio geográfico,


econômico e social do problema?

Quais são as principais dificuldades para resolução do problema?

Uma das muitas técnicas que permite sistematizar de maneira ágil e


ordenada a informação coletada é a Árvore de Problemas (causas e efeitos).
Vejamos um exemplo.

Imagem 3: Modelo – Árvore do Problema Imagem 4: Árvore do Problema


Fonte: Programa Gestão Empresarial – PME, Portugal Fonte: Programa Gestão Empresarial – PME, Portugal
(2008) (2008)

Percebemos, assim, que a Árvore do Problema exemplo trata-se de uma


técnica participativa que apoia o trabalho de gerar ideias criativas na busca do
problema, suas causas e consequências. Ainda que seja um esquema
simplificado, serve para identificar dificuldades e possibilita chegar a um
consenso sobre suas causas e seus efeitos.

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A partir da identificação do problema, é possível determinar o objetivo


geral. Consiste em colocar o problema em termos de ação positiva com o fim de
contar com um guia na definição de objetivos mais específicos e na busca das
possíveis alternativas de solução dos mesmos.

Problema: Alta incidência de mortalidade infantil na zona rural


da cidade de Porto Alegre.
Exemplo 01
Objetivo Geral: Diminuir a mortalidade infantil da área rural da
cidade de Porto Alegre.

Problema: Baixo rendimento escolar nas escolas públicas do


Exemplo 02 país.

Objetivo Geral: Aumentar o rendimento escolar dos alunos das


escolas públicas do país.

Cabe ressaltar que, ao definir cada alternativa do projeto, é preciso


trabalhar mais profundamente na determinação dos objetivos específicos.

Exercício

Imagine um problema em sua realidade social ou em uma comunidade de


que você tenha conhecimento, e tente identificar suas causas e
consequências na Árvore do Problema.

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1.2 Realizar o diagnóstico


O diagnóstico se realiza uma vez identificado o problema e,
consequentemente a partir da identificação do problema, o objetivo geral do
projeto. Tem como funções básicas:

Descrição
Descreve e caracteriza o problema, sua incidência e distribuição na
população atingida pelo problema. Essa descrição estrutura as variáveis que
determinam o problema de forma quantitativa.

Explicação
A explicação apresenta a estrutura causal quantitativa das variáveis que
determinam o problema. Isso permite estabelecer qual é a quantidade de
produto ou serviço que se deve entregar para modificar as variáveis
dependentes especificadas nos objetivos. Um projeto entrega produtos e/ou
serviços, que devem produzir o efeito buscado. Se não está claro quais são
os produtos e/ou serviços e suas quantidades, que permitem modificar a
situação-problema, é impossível formular adequadamente o projeto.

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As funções anteriormente expostas se complementam com a identificação


dos grupos relevantes para o projeto e o papel que podem cumprir, ou seja, com
a identificação de todos os grupos de interessados (pessoas, entidades etc.) que
possam influenciar no problema, favorável ou desfavoravelmente (que apoiem as
ações de mudança que formam parte do projeto ou que estejam contra elas).
Essa informação serve de orientação para conhecer o apoio ou rejeição que o
projeto pode obter.

Problema: Melhoramento da educação primária da Região


Rural.
Exemplo
Grupos relevantes: Ministério da Educação, prefeitura,
professores, centro de pais, estudantes e organizações de
desenvolvimento educacional.

A quantidade de recursos e tempo utilizados para realizar o diagnóstico


deve ser compatível com a escala do projeto. O diagnóstico não deve ser maior
que o projeto, pois pode perder a utilidade para solucionar o problema concreto
que o originou, desperdiçando recursos.

1.2.1 - Realizar o estudo de ambiente


Uma vez que foi estabelecido claramente o problema e se dispõe de um
diagnóstico adequado, deve-se complementá-lo com informações do ambiente,
onde o problema acontece.

Dica

Essas informações descrevem o lugar, a população, dimensão territorial etc. A


principal fonte de dados, dentre outras, para o estudo do ambiente está
disponível no site https://cidades.ibge.gov.br/

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1.2.1.1 - Estudo de necessidade/demanda

Busca conhecer o tamanho da necessidade/demanda existente para a


solução de um problema, tanto para a situação atual como para o intervalo de
tempo de duração do projeto. Responde à pergunta de quantos produtos e/ou
serviços deve o projeto entregar para que, somadas as soluções já existentes,
satisfaça-se à necessidade/demanda. Se as alternativas consideram a entrega de
diversos produtos e/ou serviços, que podem incidir na necessidade/demanda,
temos que revisar esses antecedentes para formular adequadamente o projeto e,
eventualmente, retificar seu diagnóstico. Devemos especificar claramente as
carências reais, assim como o custo total que têm os beneficiários para satisfazer
suas necessidades.

Esse estudo deve abranger todo o horizonte do projeto, o que exige


dimensionar a situação atual e estimar seus custos.

Na análise da demanda, é fundamental a participação da comunidade. O


contato direto com os grupos afetados é essencial para interpretar e priorizar os
problemas que enfrentam.

Exercício

Sobre o diagnóstico e o estudo de ambiente é correto afirmar:


a) Na realização do diagnóstico, há a participação da comunidade beneficiária
e no estudo de ambiente não há essa participação.

b) A realização do estudo de demanda permite aferir a quantidade de


produtos e/ou serviços que o projeto deve entregar na fase de diagnóstico,
isso é previsto de forma mais abrangente.

c) Ouvir o público-alvo de um projeto social desde a sua fase de análise de


demanda é fundamental para a efetividade do produto e/ou serviço que se
pretende entregar, uma vez que a população diretamente afetada pelo
problema do projeto é a mais apta a auxiliar na construção de suas possíveis

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soluções.

d) O diagnóstico é complementar ao estudo de ambiente, muitas vezes se


confundindo com ele, porém o diagnóstico é mais abrangente, trazendo
maiores informações em relação ao tamanho da demanda/necessidade do
ambiente.

RESPOSTA CORRETA: Item C

1.3 - Estabelecer os objetivos gerais ou de impacto


É preciso determinar os efeitos que se pretende provocar, isto é, a
magnitude da modificação que o projeto pretende produzir no problema que
enfrentam os beneficiários, qualquer que seja a alternativa implantada. O
objetivo último de um projeto social não é a entrega de bens ou serviços,
mas a modificação social que ele produz, eliminando ou diminuindo o
problema. Para definir um ou mais objetivos de impacto, devem ser
considerados a Árvore de Problemas e o diagnóstico.

O objetivo geral deve ser:

Quem se beneficiará com o projeto?

Que benefício trará?

Qual é o impacto que se deseja alcançar?

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Há recursos disponíveis para contemplar os objetivos?

É possível alcançar os objetivos dentro do horizonte


do projeto?

Existem instrumentos que permitirão medir o efeito


dos objetivos estabelecidos?

Trabalhar os objetivos em conjunto permite diminuir


custos ou aumentar seu impacto?

A complementaridade deve ser determinada mediante


a combinação de modelos teóricos e considerações
técnicas:
a) Os modelos teóricos resultam de diversas áreas de
conhecimento e permitem determinar as relações entre
objetivos.
b) As considerações técnicas se referem às vantagens
derivadas de considerar complementaridades práticas.

A entrega de alimentos (objetivo nutricional) numa


escola (que tem um objetivo educacional) se
minimiza o custo do beneficiário para acessar os
Exemplo
serviços, se assegura a entrega dos bens e serviços
e se aumenta a utilização da capacidade instalada
na escola.

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a) Diminuir a incidência da mortalidade infantil na população


rural, ao nível da existente no meio urbano.

b) Diminuir a incidência de doenças infecto contagiosas nas


zonas alagadas do Rio Jacuí (RS) a valores equivalentes a zonas
Exemplos de
secas, ausente de alagamentos.
Objetivos
Gerais ou de c) Melhorar o nível nutricional das crianças entre 6-14 anos da
Impacto
cidade de Triunfo (RS) a nível equivalente ao da média nacional.

d) Diminuir a taxa de desemprego dos jovens do distrito de


Forquetinha (RS) a 15% da PEA jovem, no máximo.

No caso da definição de objetivos, podemos aplicar a mesma lógica da


árvore de problema, mas nesse caso, a árvore de objetivos teria o objetivo
central (tronco da árvore) e seus meios (raiz) e fins (galhos e folhas).

Mediante a técnica da árvore de objetivos (meios e fins), transforma-se


cada elemento da Árvore de Problemas em um objetivo. Assim, as causas
passam a serem meios para produzir mudanças nos objetivos de impacto e os
efeitos (consequências) se convertem nos fins buscados pelo projeto.

Uma vez estabelecidos o objetivo geral ou de impacto do projeto, é


preciso determinar a importância de cada um, o que resulta das prioridades
expressadas pelos beneficiários do projeto.

1.4 - Selecionar as alternativas


Definido o objetivo geral ou de impacto, com base no diagnóstico, podem
ser estabelecidas as áreas de intervenção, ou seja, os meios viáveis para o
alcance dos objetivos desejados. A partir delas, desenvolvem-se as diferentes
alternativas do projeto.

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1.4.1 - Descrição geral de cada alternativa


Devemos levar em consideração as prioridades, limitações e probabilidade
de êxito de cada alternativa, tendo em vista a capacidade institucional existente e
as vantagens comparativas que apresentam.

A árvore de objetivos possibilita desenhar as diferentes áreas de


intervenção e, a partir delas, estruturar as alternativas do projeto.

Sempre deve ser considerada como alternativa a otimização da situação de


base. Isso supõe atividades de baixo custo, que visam a aumentar a eficiência e a
eficácia dos serviços existentes. Num projeto de saúde, em que se estuda a
construção de um novo centro de atenção primária, a otimização da situação de
base implica mudanças na administração atual do(s) consultório(s)
preexistente(s), ampliando a cobertura ou melhorando a qualidade dos serviços,
para alcançar os objetivos procurados. Definidas as alternativas, deve-se elaborar
uma breve descrição de cada uma delas.

1.4.2 - Realizar estudos complementares


Em função dos recursos disponíveis e do caráter do projeto (com ou sem
investimento fixo), devem-se realizar estudos complementares nas seguintes
áreas:

Para determinar a viabilidade legal da implantação da


alternativa.

Selecionar para o projeto a localização, que gere o maior


nível de melhorias para os beneficiários e para a
comunidade, ao menor custo. Na localização de um projeto
influem:

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a posição geográfica dos beneficiários;

os acessos às matérias primas ou insumos;

as facilidades de infraestrutura e serviços públicos


básicos;

as vias de comunicação e meios de transporte;

a qualidade e/ou preço do terreno;

as tendências de desenvolvimento do município;

a preservação do patrimônio histórico-cultural;

as condições climáticas;

o controle ecológico e do meio ambiente.

Fixa a escala de entrega de produtos ou serviços


necessários para eliminar o deficit detectado. Deve
contemplar, especialmente, a relação entre custos fixos e as
variáveis do projeto para otimizar a utilização e os efeitos.

Identifica os requerimentos de profissionais e técnicos


e os custos associados, necessários para implantar a
alternativa proposta.

A complementaridade deve ser determinada mediante


a combinação de modelos teóricos e considerações
técnicas:

Se o projeto inclui processo produtivo, devem-se


efetuar estudos de:

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• Processo de produção

Ou seja, a sucessão de atividades mediante as quais se


transformam os insumos em produtos ou serviços. Deve
responder à pergunta de como produzir com eficiência a
quantidade de produtos ou serviços previstos.

• Requerimentos para a produção

Selecionado o processo técnico, devem-se descrever as


funções dos diferentes meios de produção requeridos e as
dificuldades que podem vir a surgir com cada um deles:
terreno, edifícios, móveis e equipamentos; mão de obra;
matérias-primas e auxiliares; serviços de água, energia,
transporte; assistência técnica e licenças.

1.5 - Estabelecer os objetivos de produto


O produto ou serviço proposto por cada alternativa é o meio através do
qual se espera produzir o impacto desejado. Cada alternativa pode entregar um
ou mais produtos ou serviços (consultas, subsídios, entre outros) diferentes,
porém todos orientados a contemplar os mesmos objetivos de impacto.

É preciso especificar com clareza os produtos ou serviços que cada uma


das alternativas entregará e os beneficiários, para determinar se serão afetados
de algum modo os resultados dos estudos realizados. Se isso ocorre, devem ser
feitas novas análises incluindo os efeitos previstos da alternativa considerada.

Os objetivos a seguir descritos se referem aos tipos de produtos e/ou


serviços que cada alternativa entrega aos beneficiários. Portanto, cada alternativa
pode ter seus próprios e diferentes objetivos. A definição desses objetivos é
básica para a programação e o monitoramento.

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Tais objetivos devem ser:

Precisos – Determinados com exatidão;


Quantificáveis – Possível de se determinar um valor em termos numéricos;
que se pode calcular, medir, mensurar;
Realistas – Real, voltado a realidade em concreto, dentro das
possibilidades;
Alcançáveis – No prazo estabelecido.

Centro de Pais integrados às atividades extracurriculares das


escolas.

a) Pais e responsáveis trabalhando nos programas educativos


das escolas públicas.

b) Jovens capacitados em:


• carpintaria;
• encanamento;
• soldagem.
Exemplos
c) Mães da Região capacitadas em prevenção de desidratação
infantil.

d) Obras de canalização e tratamento de águas em


funcionamento:

• mosquiteiros entregues;

• tratamentos radicais realizados a pessoas afetadas pela


doença.

e) Incremento na oferta de alimentos nutritivos nas escolas


públicas:

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• selecionar alimentos nutritivos;

• sensibilizar sobre a importância de uma alimentação


nutritiva.

Os objetivos definidos em cada alternativa podem requerer um conjunto


de insumos e atividades, dependendo de quão complexa seja a realização de
cada ação.

A oferta de alimentos nutritivos nas escolas públicas exigirá a


Exemplo construção de refeitórios e cozinhas, equipamento de
refeitório e fogões, insumos alimentícios, pessoal etc.

1.6 - Selecionar os indicadores


Os indicadores definem o sentido e o alcance de um projeto e medem o
sucesso dos objetivos em cada uma de suas etapas. Tem-se que definir
indicadores para cada um dos objetivos gerais e específicos. Cada alternativa
pode ter diferentes indicadores de produto, porém não haverá variação do
indicador de impacto, já que devem ser iguais para todas as alternativas
selecionadas.

Tais indicadores devem ser:

Diferentes avaliadores devem obter os mesmos resultados,


Confiáveis
ao medir um mesmo projeto com os indicadores propostos.

Válidos Devem permitir medir realmente o que se deseja medir.

Medir mudanças específicas, atribuíveis ao projeto e não


Quantificáveis
outras variáveis.

Claros Explicar-se de forma clara e precisa.

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Apresentação independente para cada objetivo e fase do


Independentes projeto. Por exemplo, não selecionar indicadores
operacionais para medir impacto.

Objetivo geral: Elevar a qualidade da educação pública à


média nacional.

Indicadores:

1. Resultados na Prova Nacional de Rendimento Escolar;


2. Taxa de repetência;
3. Taxa de abandono escolar.
Exemplo de
Objetivos x Objetivo específico 1: Uso de técnicas de aprendizado ativo-
Indicadores participativas.

Indicador
• Quantidade de alunos educados com esta técnica.

Objetivo específico 2: Nova escola pública funcionando.

Indicador
• Quantidade de alunos formados na escola.

Se um objetivo tem mais de um indicador, como no exemplo anterior,


deve-se estabelecer o peso de cada um.

Objetivo geral: Elevar a qualidade da educação pública à


média nacional.

Indicadores e seu Peso (Ponderação)


Exemplos
1. Resultados na Prova Nacional de Rendimento Escolar 50%;
2. Taxa de repetência 30%;
3. Taxa de abandono escolar 20%.

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Cada indicador deve especificar os meios de verificação, explicitando as


fontes de onde a informação foi obtida. Estas podem ser primárias, isto é,
internas ao projeto ou secundárias, como os dados estatísticos oficiais.

Indicador: Fontes de Verificação Primária.

Indicadores e seu Peso (Ponderação)

1. Resultados na Prova Nacional de Rendimento Escolar

Fonte: Dados oficiais do Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP;

2. Taxa de repetência
Exemplos
Fonte: internas ao projeto.

• Alunos formados;

• Taxa de mortalidade por malária

Fonte:Registros do Ministério de Saúde;

• Taxa de repetência

Fonte: Estatística do Ministério de Educação.

Saiba Mais
Leia o “Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio”, disponível na Biblioteca do nosso curso.

1.7 - Estabelecer as metas


As metas são estimativas a respeito do efeito que produz cada alternativa e
a quantidade de cada produto que entrega. As metas se definem em termos de
quantidade, qualidade e tempo, utilizando como base os indicadores
selecionados para medir cada objetivo.

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Se o objetivo geral é melhorar o nível nutricional de crianças


entre 6-14 anos, procede utilizar indicadores antropométricos
(medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano),
que permitam quantificar a taxa de desnutrição por tipo (I, II,
e III) e estabelecer metas de redução desses tipos em
Exemplos
períodos de tempo definidos. As metas devem ser claras,
precisas e realistas. As metas devem ser fixadas em relação às
necessidades insatisfeitas estabelecidas no estudo do
ambiente, mas como nem sempre é possível cobrir o deficit
total, as metas podem ser inferiores à demanda insatisfeita.

Por exemplo,
As metas de impacto devem explicitar:

Que variável ou fenômeno se modifica?


Em que sentido se modifica a variável?
Quanto se modifica essa variável?

Diminuir a taxa de desnutrição dos tipos I e II em 50%,


em 2 anos.

Diminuir em 20% a taxa de mortalidade infantil, em 4


Exemplos de
Metas de
anos.
Objetivo Geral
Aumentar em 12% o número de jovens de 18-24 anos
que entram ao mercado de trabalho formal, em 1 ano.

Diminuir os casos de malária em 80%, em 3 anos.

As metas dos Objetivos Específicos devem especificar:

Que produto ou serviço entrega?


Quantos produtos ou serviços entregam?
Quem se beneficia com o produto?

26
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Metas de resultado: entregar 800 rações alimentícias, ao mês.

Aumentar em 25% a quantidade diária de atendimentos de


Exemplos
saúde nos consultórios.

Capacitar 500 microempresários, em 1 ano.

Eliminar 50 focos de mosquitos, em 3 anos.

Ao estabelecer as metas de um objetivo que tem mais de um indicador,


deve-se ter presente que seu efeito supõe modificar os valores desses
indicadores, cuja ponderação está determinada pela magnitude da sua
incidência ao contemplar o objetivo.

1.8 - Especificar as premissas


Ao estabelecer as metas, é preciso explicitar as premissas consideradas. As
premissas ou suposições são as condições externas que afetam o projeto, mas
que estão fora do seu controle.

Alcançar uma cobertura de 70% dos alunos de escolas


Exemplo de públicas entre 12 e 17 anos que recebem cursos de educação
Meta
sexual.

A política de educação sexual do Ministério é estável.


Exemplo de A posição das Igrejas não interfere no desenvolvimento do
Premissas projeto.
Os diretores dos colégios mantêm seu apoio ao projeto.

Quando uma premissa é imprescindível para a implantação do projeto, e é


improvável que se cumpra, estamos diante de um projeto que não é realista e
convém mudar de estratégia.

Não é necessário explicitar todas as premissas associadas à concretização


das metas, só aquelas que são críticas e prováveis.

27
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Curso: Elaboração de Projetos Sociais

Autoria: Ministério da Economia

Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Tópico 2 - Avaliação: análise da eficiência e da eficácia


das alternativas selecionadas

Definidas e descritas as alternativas, elas devem ser avaliadas para


identificar qual tem a melhor relação entre os custos implicados e o resultado
que produz. A análise custo-resultado, que permite identificar a alternativa que
tem a melhor relação entre eficiência e eficácia, seleciona a opção que apresenta
o menor custo por unidade de resultado. A análise de custo-resultado requer
dois tipos de análise, a de custos (eficiência) e a de resultado (eficácia), para
depois avaliar a relação entre ambas.

2.1 - Calcular os custos de cada alternativa (análise da


eficiência)
Para cada uma das alternativas propostas, deve-se identificar os custos
relevantes que se tem que incorrer durante a vida do projeto.

Os custos podem ser divididos em três categorias:

Custo de Capital Custo de Manutenção Custo de Operação

São aqueles destinados a adquirir bens cuja duração para o projeto é


superior a um ano. Normalmente, os desembolsos devem ser feitos durante a
execução do projeto para que os bens possam ser utilizados na etapa de
operação. Mas, durante a operação costuma ser necessário repô-los ou efetuar
ampliações. Os custos de reposição ou de ampliação também formam parte dos
custos de capital. Os custos de capital mais comuns nos projetos sociais são os
de terreno, construção, equipamentos e investimentos complementares.

28
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Custo de Capital Custo de Manutenção Custo de Operação

São os relativos a materiais e serviços que se adquirem para o cuidado dos


bens de capital, com o fim de manter tanto a quantidade como a qualidade da
entrega de produtos e/ou serviços. Por exemplo, manutenção e reparação de
equipamentos, de edifícios etc. Normalmente, calculam-se como uma proporção
fixa dos custos de capital do projeto para cada período.

Custo de Capital Custo de Manutenção Custo de Operação

Derivam-se da compra de bens e/ou serviços cuja vida útil é inferior a um


ano. Nesse item, contemplam-se os necessários, para que o projeto funcione e
se entregue o produto ou serviço desejado.

Nos custos de operação se distinguem:

Custos Diretos - derivados de insumos e pessoal imprescindíveis para a


realização do projeto.

Num projeto de refeitórios escolares são os alimentos,


Exemplo
salários de pessoal e combustível.

Custos Indiretos - não são imprescindíveis, porém permitem aumentar a


eficiência do projeto.

Nesse mesmo projeto, os custos indiretos seriam


Exemplo
administração, supervisão e treinamento.

Custos adicionais dos usuários: nos projetos sociais é preciso considerar os


custos que devem incorrer aos beneficiários para receber os serviços e/ou os
produtos que o projeto entrega, tais como: os custos de transporte; o valor do

29
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

tempo da viagem e de espera (medido em horas homem, dividindo o salário-


mínimo mensal por 240 horas de trabalho ao mês) etc. É importante considerar
os custos alternativos ou de oportunidade. Estes se referem, por um lado, ao
valor que têm as doações e o trabalho voluntário. Se não são incluídos como
custo, assume-se que os recursos aportados são infinitos. Esses custos
alternativos devem ser considerados ou nos custos de capital ou nos de
operação, conforme seja o caso. Por outro lado, o capital também tem um custo
de oportunidade que deriva do que poderia render se fosse destinado a
investimentos alternativos, tais como: aplicações financeiras, ações ou outro tipo
de projeto. Nesses cálculos, consideram-se os custos relevantes. Os gastos
menores, como materiais de escritório e utensílios, devem ser agrupados como
um item genérico. Os custos devem ser considerados em termos de preço de
mercado. Isso permite transferir o custo dos insumos e bens ao longo do tempo
considerando somente a inflação. Porém, os preços de mercado devem ser
ajustados, determinando os preços reais que deve pagar a sociedade.

Esses ajustes têm duas origens:

Impostos Distorções de Mercado

Do ponto de vista privado, os impostos correspondem a custos, mas para a


sociedade não o são e, portanto, não devem considerados. O projeto paga os
preços de mercado; porém os impostos incluídos no preço são arrecadados para
serem utilizados pelo setor público em fins prioritários, dentre os quais, a
realização de projetos sociais. Portanto, para fazer os cálculos da avaliação,
devem-se considerar os preços de mercado, descontados os impostos.

Impostos Distorções de Mercado

Distorções do mercado. Os preços-sombra são aqueles através dos quais o


setor público (Ministério da Economia) trata de determinar a verdadeira escassez
relativa que têm os bens e serviços utilizados pelo projeto.

30
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

2.1.1 - Fluxo de custos


O fluxo de custos é uma matriz que contém todos os custos, que devem
incorrer no projeto em cada período (em geral, anuais), separados por itens (de
capital, de operação e de manutenção).

Na construção de um fluxo de custos, deve-se considerar o seguinte:

Os períodos começam no ano zero, que corresponde à etapa de


investimento do projeto. Os períodos seguintes incluem os custos de
operação, de manutenção e de reposição ou ampliação do investimento.
No último período do projeto, deve-se incluir, como receita, o valor
residual do investimento, que é a estimativa do preço, pelo qual se pode
vender os bens de capital ao término do projeto.

Os valores utilizados nos fluxos devem ser expressos em valores


constantes, por exemplo: reais com base na cotação do dia 31/01/2014,
dólares com base na cotação do dia 1 de janeiro de 2013.

Os bens de capital se alocam na proporção em que serão utilizados para as


atividades do projeto.

Para implementar um projeto de educação para adultos,


utiliza-se em certos horários uma escola primária já existente,
Exemplo e se considera como custo de capital no projeto só a
proporção que se ocupa da infraestrutura mencionada. Esse é
o valor que deve ser incluído no fluxo de custos.

A vida útil dos bens de capital são os anos esperados de sua duração
produtiva. Ela depende das especificações técnicas de cada bem, incluindo
sua obsolescência (técnica e econômica). Para as construções, por
exemplo, costuma-se considerar 30 anos. Se o projeto dura mais que a vida
útil de algum dos bens de capital que utiliza, será necessário fazer um
investimento de reposição. Caso contrário, existirá um valor residual
equivalente ao tempo de vida útil que lhe resta. Antes de construir o fluxo,

31
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

é conveniente abrir todos os custos do projeto, detalhando preço unitário,


quantidade, vida útil e valor residual.

2.2 - Realizar a análise de resultado de cada alternativa


(análise da eficácia)
A eficiência na geração de produtos ou serviços de um projeto social não
implica, necessariamente, eficácia no alcance de seus objetivos. Para isso, tem-se
que realizar a análise dos resultados desejados. Esta visa a:

determinar se a alternativa provoca mudanças nos objetivos eleitos.

medir a magnitude das mudanças.

Em uma avaliação anterior, o resultado esperado de cada alternativa é uma


estimativa, derivada dos objetivos propostos.

Pratique

01. Considerando o texto, a seguir, das técnicas para identificação do


problema no desenvolvimento de um projeto social, complete os espaços
com a alternativa que contempla as palavras corretas:

A identificação do problema constitui, talvez, o exercício mais complexo da


elaboração do projeto social, devido à quantidade de variáveis inter-
relacionadas. Uma técnica muito utilizada para identificação de problemas e
coleta sistematizada de informações sobre o mesmo ______________. Na árvore de
problemas, há uma ________________ entre causas e consequências, dessa forma,
atuando nas causas resolvemos as________________ que elas produzem.

a) Projeto; desvinculação; problemática.


b) Problema; inter-relação; consequências.
c) Projeto; variação; consequência.
d) Problema; desvinculação; variáveis.

32
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

02. Assinale a alternativa correta:

Na realização do diagnóstico de um projeto:

a) Não é necessário demonstrar as fontes que levaram à identificação do


problema.
b) Entre os membros dos grupos relevantes para o projeto não se pode incluir
as pessoas beneficiárias, pois, mesmo que esse público não concorde com a
execução do projeto, não possui qualquer poder de influenciar negativamente
em sua consecução.

c) Não há necessidade de apresentação de dados socioeconômicos ou outros


dados que demonstrem a situação social do público-alvo.

d) Em nenhuma hipótese, podemos realizar um projeto sem a definição de seu


objetivo geral.

03. Acerca dos indicadores, assinale a alternativa correta.

a) O indicador de impacto deve ser variável.

b) Os indicadores definem o sentido e o alcance de um projeto e aferem o


sucesso dos objetivos em cada uma de suas etapas.

c) Deve-se definir indicadores apenas para os objetivos específicos do projeto.


d) Nos objetivos com mais de um indicador a soma dos pesos estabelecidos a
cada um deles não equivale à porcentagem alcançada do indicador.

RESPOSTA CORRETA:
1 – ITEM B
2 – ITEM D
3 – ITEM B

33
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Curso: Elaboração de Projetos Sociais

Autoria: Ministério da Economia

Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Tópico 3 - Roteiro para a Elaboração do Projeto


Visando orientar e aperfeiçoar as informações que deverão constar no
projeto, os seguintes itens são imprescindíveis para compreensão e apresentação
de uma proposta.

01. Capa
02. Resumo do Projeto (Identificar o problema)
03. Diagnóstico (Estudo do ambiente)
04. Objetivos do Projeto (Selecionar as alternativas)
05. Composição e Formação de Equipe (Capacidade técnica)
06. Metodologia (Cronograma de Execução + Orçamento)
07. Avaliação (Indicadores operacionais)
08. Sustentabilidade e Continuidade das ações
09. Cronograma de execução
10. Orçamento

Esse roteiro pretende contribuir para nortear a elaboração do projeto,


propiciando um momento de construção coletiva entre agentes públicos,
agentes sociais e comunidades. Todos os itens desse roteiro são obrigatórios. O
proponente pode, ainda, incluir outras informações que considerar necessárias
nos anexos.

34
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Atenção

Os pontos desse roteiro visam à elaboração do projeto, portanto, não podem


ser considerados como um questionário. A equipe, pautada por esses itens,
deve apresentar um texto objetivo, coerente e consistente.

3.1 - Roteiro para elaboração do projeto


O projeto deve ter os seguintes tópicos: Capa, Resumo do Projeto,
Diagnóstico, Objetivos do Projeto, Composição e Formação de Equipe,
Metodologia, Avaliação, Sustentabilidade do Projeto e Continuidade das Ações,
Cronograma de Execução, Orçamento e Outras Informações.

3.1.1 - Capa
Título do Projeto

Nome do município ou localidade de atuação / UF

Telefone (com DDD) e e-mail para contato

35
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Atenção

O nome do projeto é fundamental para identidade do grupo e da


comunidade. Por isso, aconselha-se que seja definido com a equipe, para que
seja um título interessante e informativo.

3.1.2 - Resumo do Projeto


Em 15 linhas, no máximo, descreva o projeto incluindo, obrigatoriamente, a
metodologia utilizada, os objetivos específicos e os resultados esperados dentro
do período de execução. Ele deve apresentar a proposta integral do projeto. Seja
claro e objetivo, incluindo as informações essenciais ao entendimento do
projeto.

Importante

O resumo também será utilizado para fins de divulgação. Certifique-se de


que ele apresenta as informações básicas do projeto, tais como: onde ele
acontece, quais os beneficiários, qual o problema identificado a ser
trabalhado, qual a solução proposta (objetivos), como ele será implantado
(metodologia), em quanto tempo e quais os resultados esperados.

3.1.3 - Diagnóstico
Inicialmente deve ser realizado um diagnóstico prévio e observar o
conteúdo que o diagnóstico deve apresentar.

3.1.3.1 - Diagnóstico prévio

Indique quais as características principais dos beneficiários que ajudam a


justificar a relevância do seu projeto no local. Inclua também as informações
quantitativas e qualitativas, citando as fontes que subsidiaram a identificação do

36
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

problema a ser solucionado, incluindo, dentre eles, mapeamento


socioeconômico dos beneficiários diretos, que servirão como base referencial à
avaliação processual de resultados e à construção de marco zero (início
operacional do projeto).

Atenção

O diagnóstico apresentado deve ser resultado de contato prévio com a


comunidade e não presumível ou baseado somente em resultado de
pesquisa em banco de dados. Deve refletir a situação real da comunidade,
aquela que motivou a proposição do Projeto e deve, obrigatoriamente, ser
construído junto com os beneficiários de forma a traduzir a percepção e o
entendimento dos envolvidos.

Reflita!

Quantas pessoas há na comunidade?

Como ela é formada e como se organiza?

Quais suas oportunidades de trabalho de renda?

Como se insere no município ou região onde se localiza.

Quais as políticas ou ações públicas existentes para esta comunidade?

Qual seu grau de vulnerabilidade?

37
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

3.1.3.2 - O diagnóstico deve apresentar

As demandas, fragilidades e potenciais da comunidade que subsidiaram a


elaboração da proposta.

A descrição da situação que pretende enfrentar e transformar e quais os


elementos que têm contribuído para a sua manutenção:

Reflita!

Qual o problema a ser enfrentado?

Qual seu contexto histórico e quais os elementos que contribuíram para


sua configuração atual?

Qual sua dimensão geográfica e populacional?

Qual seu contexto cultural?

Qual o perfil econômico e social da comunidade?

Quais os principais atores envolvidos locais, regionais e nacionais, tanto do


setor público como da sociedade civil?

3.1.3.2.1 - A justificativa para a escolha dos beneficiários

Os projetos deverão privilegiar comunidades que apresentem carências


socioeconômicas e/ou tecnológicas. Indique por que foi escolhida essa
comunidade, dentre outras que possivelmente têm carências semelhantes.

38
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

3.1.3.2.2 - A descrição, com precisão, de como pretende alterar a situação


diagnosticada e quais as melhorias esperadas como resultado do projeto

Descreva as ações que pretende desenvolver e como poderão transformar


a situação, evidenciando coerência entre o diagnóstico da realidade local e as
atividades relativas ao tripé da sustentabilidade. Enumere detalhadamente as
alterações (qualitativas) esperadas, na ordem social, econômica e ambiental.

3.1.3.2.3 - As potencialidades locais e qualidades dos beneficiários que poderão


contribuir para o sucesso do projeto

Enumere qualidades ou características da realidade local e dos


beneficiários que poderão contribuir, para que as ações planejadas alcancem os
resultados esperados. Essas características podem ser relacionadas com as
formas de envolvimento, a participação e o papel que os beneficiários vão
desempenhar, na qualidade de sujeito da ação, durante a execução do projeto.

3.1.3.2.4 - Beneficiários

Detalhar o perfil socioeconômico atual dos beneficiários (gênero, grau de


escolaridade, renda familiar, faixa etária e outras características, que servirão de
base referencial à avaliação processual de resultados e à construção de marco
zero, início operacional do projeto).

3.1.3.2.5 - Descrever e quantificar o público que participa do projeto

Detalhar o perfil socioeconômico atual dos beneficiários (gênero, grau de


escolaridade, renda familiar, faixa etária e outras características, que servirão de
base referencial à avaliação processual de resultados e à construção de marco
zero, início operacional do projeto).

Beneficiários Diretos Beneficiários Indiretos

Indivíduos que participam das atividades desenvolvidas no âmbito do


projeto ou que receberão apoio direto do projeto.

39
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Merendeiras capacitadas em nutrição e guias turísticos


Exemplo treinados nas oficinas (envolvidos em atividades no âmbito
do projeto).

Artesãos que receberão equipamentos novos (apoio direto do


Exemplo
projeto).

Beneficiários Diretos Beneficiários Indiretos

São os relativos a materiais e serviços que se adquirem para o cuidado dos


bens de capital, com o fim de manter tanto a quantidade como a qualidade da
entrega de produtos e/ou serviços. Por exemplo, manutenção e reparação de
equipamentos, de edifícios etc. Normalmente, calculam-se como uma proporção
fixa dos custos de capital do projeto para cada período.

Familiares que passam a ter uma renda maior, outros


Exemplo trabalhadores que buscam agora capacitação, escolas que
agora têm computadores para treinamento de seu pessoal.

3.1.4 - Objetivos do projeto


Devem ter como princípios as diretrizes das políticas públicas, seus
programas e planos plurianuais.

Objetivo Geral
Deve refletir o resultado transformador das ações propostas que, em seu
conjunto, constituem os objetivos específicos.

Objetivo Específico
Devem ser indicadores de resultados parciais, obtidos através das diferentes
ações estabelecidas na metodologia do projeto, os quais se complementam 40
dando dimensão e consistência ao objetivo geral.
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

As ações a serem desenvolvidas na obtenção dos objetivos específicos,


respondem a questionamentos como:

Quais são os aspectos a serem trabalhados que contribuirão para avanços


no projeto?

Quais as mudanças que se espera?

De quanto será essa mudança?

Quando se espera que ocorram?

Esses objetivos referem-se às etapas intermediárias, que deverão ser


cumpridas ao longo da execução do projeto, e devem estar vinculados ao
objetivo geral, contribuindo para que ele seja atingido.

3.1.5 - Composição e formação de equipe


Descreva o número de participantes, indique as áreas de formação, e suas
respectivas competências técnicas e pessoais necessárias ao
desenvolvimento do projeto.

Indique o perfil e os critérios de seleção dos participantes.

Apresente o plano de capacitação dos membros da equipe executora do


projeto contendo: temas abordados, carga horária e metodologia a ser
aplicada.

Importante

41
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

A equipe deve ser multidisciplinar e conter número de pessoas suficiente


para as ações propostas.

3.1.6 - Metodologia
Descreva detalhadamente como pretende executar o projeto. A
metodologia, contendo as diferentes etapas do trabalho, deve ser
explicitada e estar intimamente vinculada aos objetivos e aos resultados
esperados.

Informe a base científica em que se sustenta, informando, se for o caso, se


replica ou se vale de metodologia já validada, indicando a fonte.

Apresente os procedimentos a serem adotados, como ações, etapas a


serem alcançadas, atribuições de competência, locais de trabalho, parcerias
obtidas, carga de trabalho, envolvimento dos beneficiários e todas as
demais atribuições necessárias, para atingir os objetivos propostos, devem
ser convenientemente descritas.

Justifique e explicite a necessidade e a aplicabilidade da aquisição de


material permanente ou equipamentos de pequeno porte.

Reflita!

Qual o método que será utilizado e por quê?

Que referências, pesquisas e/ou experiências científicas embasam o


método?

Ele é replicável em outras comunidades?

42
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

3.1.7 - Avaliação
Avaliação é entendida como ferramenta de gestão que possibilita analisar
em que medida as ações desenvolvidas estão sendo efetivas. Realizada de forma
colaborativa, a avaliação permite:

acompanhar e aprimorar as ações desenvolvidas;


construir metodologias;
mensurar e comunicar resultados dos projetos em execução, corrigir rumos
e planejar o futuro.
Nesse sentido, o processo de acompanhamento e de avaliação baseia-se
nos objetivos e indicadores de resultados.

Para organizar as informações e alinharmos o processo de avaliação do


projeto, a equipe deverá apresentar um plano de avaliação.

Importante

É fundamental que o coordenador do projeto discuta com a equipe esse


âmbito da avaliação. Como se dará esse processo, quem irá fazer e de que
forma, e quais as perguntas avaliativas que nortearam as ações.

3.1.7.1 - Matriz de Avaliação

Objetivo geral;
Objetivos específicos do projeto;
Ações do projeto;
Fontes de informação;
Meios de verificação;
Responsáveis;
Empoderamento dos beneficiários (beneficiários);
Melhoria na qualidade de vida (trabalho, saúde e educação) (beneficiários);
Novas parcerias estratégicas que não envolveram aporte financeiro
(beneficiários);
Ampliação das competências no gerenciamento da organização (do

43
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

negócio) – dimensão empreendedora (beneficiários);


Aprimoramento das habilidades profissionais (beneficiários);
Beneficiários do projeto que atuam na capacitação de outros participantes
do projeto (beneficiários);
Melhores condições de segurança e salubridade (beneficiários/ iniciativas);
Apropriação das práticas e tecnologias por parte da comunidade
(beneficiários/ comunidade);
Contribuição do projeto para o aprimoramento das práticas institucionais;
Grau de comprometimento com o projeto (realizadores);
Envolvimento em outras iniciativas sociais (realizadores);
Capacitação para o trabalho em projetos sociais (realizadores);
Construção da identidade profissional: influência do projeto na formação
profissional (realizadores);
Incremento de renda (realizadores);
Mudanças de hábitos – consumo de produtos fruto das atividades do
projeto (beneficiários/comunidade);
Acesso a financiamentos (governamentais ou não)
(beneficiários/iniciativas);
Concretização de novas oportunidades de negócio
(beneficiários/iniciativas);
Formalização das iniciativas (em cooperativas e associações)
(beneficiários/iniciativas);
Melhoria da comercialização (distribuição, comunicação)
(beneficiários/iniciativas);
Melhoria da qualidade dos produtos (beneficiários/iniciativas);
Melhoria na infraestrutura para a produção (beneficiários/iniciativas);
Melhoria na produtividade (beneficiários/iniciativas);
Ampliação da consciência socioambiental (beneficiários/iniciativas).

44
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Importante

Aspectos a serem observados:

Beneficiários relacionam-se ao público-alvo direto do projeto.


Relação dos indicadores com os objetivos específicos do projeto (um
mesmo objetivo específico pode também relacionar-se a mais de um
indicador).
Relação das ações do projeto com os objetivos específicos do projeto e
com os indicadores (uma mesma ação pode também relacionar-se a
mais de um indicador).

Reflita!

Quais instrumentos/ documentos possibilitarão esse registro?

Como serão feitos o registro e a sistematização dessas informações e


dados?

Quem irá levantar e sistematizar as informações e os dados?

Importante

Levar em conta: indicadores ambientais, indicadores econômicos e


indicadores sociais.

3.1.8 - Sustentabilidade do projeto e continuidade das ações


Descreva os elementos abaixo e outros que favoreçam a continuidade do
projeto e de seus resultados em longo prazo.

45
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Financeiro Técnico Comunitários


Presença de outras fontes Metodologias, estratégias Apropriação pela
de financiamento ou e planejamento. comunidade das
empreendimento de tecnologias aplicadas no
autofinanciamento, projeto.
recursos provenientes de
venda de produtos
gerados pelo projeto.

A equipe responsável visualiza fontes adicionais de recursos para o projeto?

Quais?

Descreva a estratégia de atração de apoios e outros parceiros.

Descreva a preparação da comunidade para garantir a sustentabilidade do


projeto.

Descreva o papel dos realizadores após a implantação do projeto.

Caso o projeto já conte com outros parceiros financiadores (públicos ou


privados), eles estarão dispostos a manter futuramente as atuais
contrapartidas oferecidas?

3.1.9 - Cronograma de execução


Descreva as etapas e ações do projeto, considerando o período de vigência
do projeto.

Importante

Os cronogramas apresentados (financeiro e de atividades) devem ser


compatíveis com as atividades a serem desenvolvidas e com os objetivos a
serem alcançados, considerando o tempo previsto de execução.

46
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Pratique

Descreva as premissas e os riscos envolvidos no projeto. Discuta com a equipe


as variáveis e os fatos, que podem alterar os planos e atrasar o cronograma.

Reflita!

Há atrasos no repasse dos recursos?

Há diferenças entre o orçamento previsto e o custo real do projeto?

Há diferenças entre o cronograma previsto e o tempo consumido pelas


atividades programadas?

Há dificuldades para mobilizar e manter o público-alvo no projeto?

3.1.10 - Orçamento
O repasse dos recursos acontecerá conforme plano de trabalho previsto no
cronograma de desembolso e autorizado no plano de aplicação detalhado. As
aquisições atenderão às determinações previstas no edital ou programa, sendo
precedidas de cotação prévia ou instrumento equivalente como projeto básico
ou termo de referência.

3.1.11 - Outras informações


Espaço reservado para informações que a equipe julgar relevantes e que
não foram contempladas nos itens anteriores.

47
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Saiba Mais
Leia o Consulte o “Guia para Elaboração de Projetos Sociais”, disponível na
Biblioteca do nosso curso.

Pratique

1. Em relação aos beneficiários, julgue a assertiva, a seguir, como verdadeira ou


falsa:
A parcela da população diretamente impactada pelo projeto é considerada seu
público-alvo. Contudo, indiretamente os projetos também podem levar
benefícios a outros grupos, os quais são considerados beneficiários indiretos.

a) Verdadeira

b) Falsa

RESPOSTA CORRETA: ITEM A

48
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Curso: Elaboração de Projetos Sociais

Autoria: Ministério da Economia

Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Tópico 4 - REDAÇÃO DO PROJETO


Um bom projeto deve:

Ter começo, meio e fim;


Ser claro, objetivo e conciso;
Ser autossustentável;
Ter objetivos quantificáveis;
Ter orçamento real.

4.1 - Organização lógica


Tradução Conceito
Quem? Quem vai realizar o projeto
O quê? O que será feito
Por que? Por que deve ser feito
Para quem? Quem serão os beneficiários
Para quê? Que diferença o projeto vai fazer
Quando? Quando o projeto acontecerá
Onde? Onde o projeto acontecerá
Como? Como o projeto acontecerá
Quanto custa? Quanto custará realizá-lo
Quantos? Quais são as metas do projeto

49
Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

4.2 - Cinco passos até o bom texto


É necessário para elaborar um bom texto: compreender o tema, fazer
rascunho, organizar ideias, corrigir a gramática e, por último, redigir uma versão
definitiva.

4.2.1 - Primeiro Passo - Compreender o tema


Entender a proposta da redação é fundamental e, para desenvolvê-la, é
necessário conhecer bem o tema;

Busque leituras sobre o assunto que lhe trarão ideias contextualizadas.


Uma ótima alternativa é promover debates com amigos ou colegas de
trabalho, pois neles costumam surgir novos pontos para explorar;

Lembre-se de fazer uma reflexão individual sobre o que foi discutido para
identificar posicionamentos, a que você poderia responder.

4.2.2 - Segundo Passo - Fazer rascunho


Antes de sair escrevendo o texto, organize as ideias;
Planejar a redação é importante porque, depois de debater e refletir, você
teve contato com uma série de ideias – e não há espaço para falar de
todas;
Para não transformar seu texto em uma “colcha de retalhos”, selecione um
ou dois pontos para desenvolver na argumentação;
Esquematize sua redação com flechas e palavras-chave para indicar o
ponto de partida de seus argumentos.

4.2.3 - Terceiro Passo - Organizar ideias


É hora de começar a escrever o texto, conforme o esquema que você
preparou anteriormente;

Use o rascunho para testar exemplos e argumentos. Como você vai cortar e
reescrever, é o momento mais demorado.

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Importante

As ideias não ficam boas simplesmente do jeito que “saem”!


Um bom texto é resultado de um bom rascunho.

4.2.4 - Quarto Passo - Corrigir a gramática


Depois de finalizar o rascunho, é o momento de bancar o professor de
português e corrigir os aspectos gramaticais do seu texto:

Verifique a pontuação (vírgulas, pontos), a acentuação (não esqueça das


novas regras) e os parágrafos;
Confira se os verbos estão conjugados corretamente (fique atento a
variações de singular e plural, bem como concordâncias verbo-nominal).

4.2.5 - Quinto Passo - Versão definitiva


Redigir a versão definitiva da sua redação exige muita atenção aos
aspectos formais do texto;

Fique atento à abertura dos novos parágrafos, ao alinhamento da escrita,


às margens e à separação de sílabas;

Não rasure, no caso de escrever, e nem esqueça de colocar título.

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

Curso: Elaboração de Projetos Sociais

Autoria: Ministério da Economia

Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos


Sociais

Referências
ALMEIDA, M. C. S. Roteiro para elaboração de projeto. Disponível em
www.fibrj.com.br/projetos_sociais.htm, s/d. Acesso em: 05 abril 2014.

ARMANI, D. Como elaborar projetos: guia prático para elaboração e gestão de


projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2009.

CARVALHO, I. C.; MULLER, L. H.; STEPHANOU, L. Guia para a elaboração de


projetos sociais. Porto Alegre: Editora Sinodal e Fundação Luterana de Diaconia,
2003.

GOLDSMITH, S.; EGGERS, W. D. Governar em rede: o novo formato do setor


público. Brasília: ENAP, 2006.

Instituto Ecoar para a Cidadania. Oficina de Futuro. Disponível em


www.ecoar.org.br/website/edu_oficina.asp, 2010. Acesso em: 05 abril 2014.

MAXIMIANO, A. C. A. Administração de Projetos: como transformar ideias em


resultados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras,


2010.

SCHUCKAR, M. Captação de recursos para projetos sociais. Disponível em


www.usc.br/assecom/encontropsm1.ppt. 2005. Acesso em: 05 abril 2014.

SILVA, M. J. P. Elaboração de projetos sociais. Artigo publicado na Revista Carta


na Escola. 2010. Disponível em www.acaoeducativa.org.br. Acessado em: 05 abril
2014.

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Módulo: 01 - Estudo da Viabilidade e a Elaboração de Projetos Sociais

TCU. Resumo do relatório do grupo de trabalho TCU-CGU-MP.


Oportunidades de melhoria na gestão das transferências discricionárias.
Disponível em https://portal.tcu.gov.br/fiscalizacao-e-controle/prestacao-de-
contas/tomada-de-contas-especial/estudos/,2016. Acesso em: 27 ago 2018.

V Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento


do Milênio. Brasília, 2014. Disponível em
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?
option=com_content&view=article&id=22538. Acesso em: 27 ago 2018.

Referências das imagens utilizadas no curso online.


Imagem 1: https://www.pexels.com/photo/person-holding-black-pen-and-
book-near-pink-ceramic-mug-908295/
Imagem 2: https://pixabay.com/pt/photos/filipinas-favelas-manila-321674/
Imagem 3: https://pixabay.com/pt/photos/sucata-suja-lixo-despejo-dumping-
166495/
Imagem 6: https://br.freepik.com/fotos-gratis/mao-segurando-caneta-
preta_1179303.htm

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