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Discentes:
Sarifa Sales Salência
Docentes:
dra. Raquel Bonifácio
dra. Jofina Mubate
1. Objectivos
a) Geral
Fazer uma análise crítica das relações existentes entre as práticas de Orientações
Profissionais e a evolução das relações de trabalho na sociedade capitalista.
a) Específicos
Definir conceitos;
Descrever a evolução da orientação profissional; e
Reflectir sobre as repercussões na Orientação Profissional brasileira e
moçambicana na actualidade.
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2. Conceitos
Para facilitar o entendimento do que ocorre no actual mundo do trabalho, com respeito
ao seu processo bem como as relações que se estabelecem, fez-se uma breve análise das
concepções sobre o trabalho que embasam o enfoque do presente capítulo, e como
decorrerão na segunda Revolução Industrial.
O autor concebe o trabalho em duas dimensões: sob o ponto de vista do valor de uso e
do valor de troca das mercadorias.
Max, efectua uma crítica, apontado as relações de produção capitalistas como relações
de valores de troca, objectivando acumulação de capital.
Segundo Liedke, em Cattani (1997 pág. 271), “a vida da força de trabalho tornar-se-á
única alternativa do trabalhador livre para obter, através do salário, sua sobrevivência”.
O autor, chama atenção para a questão da posição do trabalho na esfera social como
alguém que além de vender a sua força de trabalho, se situa em uma posição inferior
quanto as possibilidades de acesso não somente aos bens de consumo como quanto ao
nível de vida, enquanto social.
Na chamada era moderna, após o advento das grandes navegações, o mundo ocidental
centrou-se na expansão dos mercados e na manufactura, com base nos princípios de
liberdade de mercado, autodeterminação individual e racionalidade científica.
No final do séc. XVIII, os ingleses deram início a um dos mais espectáculos processos
de transformação da humanidade. Com os grandes lucros obtidos no comércio e na
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expansão territorial e com abundância em carvão mineral e ferro, a Inglaterra criou um
ambiente favorável à industrialização e deu início à chamada Revolução Industrial.
Segundo Liedke citado por Marilu (2002) Foi neste período que o conceito de trabalho
começou a ser formulado como uma dimensão física, como esforço e energia
despendida por seres humanos, animais ou máquinas, postos a serviços de necessidades
humanas.
O período de maiores avanços foi entre o fim do séc. XIX e início do séc. XX. A
segunda Revolução Industrial foi simbolizada pela criação da locomotiva a vapor
(1814), pelo inglês George Stephenson, pouco depois, a Europa e os EUA estavam
cobertos de ferrovias o barco a vapor (1807), foi criado pelo norte-americano Robert
Fulton. Os ingleses Farada e Henry (1831), respectivamente, descobriram o motor
eléctrico, que seriam largamente empregados na indústria no fim do séc. XIX. As
comunicações puderam viajar na velocidade da luz quando o norte-americano Morse
inventou o telégrafo (1844).
A fotografia foi inventada pelo francês Daguerre (1839). O cimento foi criado na
Inglaterra pelo pedreiro Aspdin. A bicicleta foi invenção do operário inglês
Macmmillan (1839). A borracha extraída da seiva de uma árvore pôde ser utilizada na
indústria, como na fabricação de pneus, após a descoberta da vulcanização pelo norte-
americano Goodyear (1839). A medicina também foi beneficiada com as novas
descobertas, o estetoscópio foi criado pelo francês Laennec (1816). A anestesia surgiu
nos Estados Unidos (1842).a síntese da codeína, uma substância extraída da papoula,
virou remédio contra dores a partir de uma criação do francês Jean Pierre Robiquet
(1830).
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A utilização do petróleo como combustível do motor à combustão representou um
grande avanço no campo da química. Mais tarde, o alemão Carl Benz utilizaria esse
motor na criação do primeiro carro (1886). Albornoz 1992 citado em Abrantes (2018).
No campo dos transportes surgiram sistemas avançadas como a navegação por barco a
vapor, a criação das ferrovias e do carro. O tempo de viagem encurtou radicalmente, o
que significa que as pessoas poderiam sair para trabalhar ou procurar outras
oportunidades em locais mais distantes, assim sendo naturalmente a quantidade de
pessoas e cargas transportadas nos comboios e nos barcos passou a aumentar
constantemente. No quotidiano, as pessoas deixaram as áreas rurais e foram morar nas
cidades, que era onde se concentrava a máquina de produção. Assim, surgiram as
grandes metrópoles. O ritmo da vida passou a ser ditado pelo relógio. O tempo não era
mais o tempo da natureza mas sim o tempo ligado ao trabalho ou a produção.
De acordo com Pena (2007), houve uma tendência crescente em terciarizar a economia,
em que a maior parte dos empregos gerados passou a se concentrar no sector de
comércio e serviços. Tal processo, aliado à crise flexibilização do trabalho, contribuiu
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para a precarização das condições do trabalho, para a crise das representações sindicais
e para a perda de direitos trabalhistas.
O trabalho, tanto no meio urbano quanto no meio rural, passou a ser exigido muito mais
em sua qualificação técnica, uma vez que a operação das novas tecnologias exige
determinados conhecimentos específicos que não podem ser realizados por um
profissional que não possui uma determinada formação. Tal contexto contribui para a
emergência da contradição: “aumento do número de empregos e aumento do número de
desempregos” uma vez que a massa de trabalhadores que não consegue se adequar às
novas condições de trabalho não alcança oportunidades, Pena (2007)
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6. Actual cenário do mundo do trabalho: enfoque na situação do Brasil
Marilu (2002), defende que é fundamental uma discussão com vista a buscar conclusões
e buscar soluções plausíveis na perspectiva de chamar a consciência dos orientadores
profissionais para as questões inquietantes do actual momento. A autora prosseguiu
fazendo menção dos problemas relativos ao mundo do trabalho vividos no Brasil de
forma grave e com perspectivas ameaçadoras, de tal forma que muitos economistas
denominaram este período como a década perdida. Aliando ao facto de que anualmente
1,5 milhões ingressavam no mercado de trabalho, assim sendo em uma década seria 15
milhões de desempregados que se juntaram aos primeiros ou seja mais desempregados e
sob desempregados.
Antunes citado em Marilu (2002) faz mensão de algumas instituições que relevam de
forma clara até que ponto esta situação atingiu contornos alarmantes, como por exemplo
a empresa VW Brasil já teve 44 mil trabalhadores e hoje conta com apenas 17 mil,
mesmo acontece com a ABC paulista que tinha mais de 230 mil trabalhadores e hoje
tem menos de 100 mil e tantas outras empresas.
Segundo Baltazar citado por Marilu (2002) são várias as razões que agravaram esta
realidade cruel, como por exemplo: A privatização e a focalização das actividades do
Estado em conjunto com uma maior exposição da economia nacional a concorrência
internacional, e a diversidade e a redução da gama de mercados operados por grupos do
sector de bens de capital com redução do contingente de empregados.
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Dados em poder da OTM indicam que o sector privado emprega cerca de 32,7 por
cento da força de trabalho. O sector público ocupa cerca de 23,3 por cento de mão-de-
obra, enquanto as organizações não-governamentais eassociações empregam 4,5 por
cento. Com 39,5 por cento da força do trabalho, o sector informal “confirma-se ser a
alternativa imediata para os problemas de falta de emprego no sector formal”.
Esta mesma escolha não é profunda e alinhada, pois muitas das vezes é limitada por
objectivos que vão desde as expectativas dos familiares até o que existe de mais viável
dentro da sua realidade, sendo muita das vezes contraditório com seus desejos e
possibilidades pessoais.
Existe algo muito importante que não tem sido considerado pela sociedade, inclusive
pelos profissionais da área, que é o conhecimento mais profundo do que realmente vem
acontecendo no que se refere ao mundo do trabalho presente e futuro, com base numa
análise histórica e económica dessa realidade, ou seja preocupação em conhecer o que
determina a maior ou menor possibilidade de inserção do orientado no contexto
profissional, Marilu (2002). Ora vejamos neste ponto reside o grande papel da
orientação profissional, que é o tratamento em uma abrangência maior a escolha no
sentido de sair do individual, do que diz respeito apenas ao que é importante para a
pessoa, e se apropria igualmente pelo externo como por exemplo: como estão as
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profissões no mercado do trabalho, o que cada profissão oferece, suas exigências, suas
propostas.
Segundo Prof. Dr. Watts (1999), tem debatido com relação ao papel da Orientação
Profissional, enquanto preocupação dos orientadores nos países europeus no inicio
desse novo século, propomos com as questões concernentes às mudanças no mundo do
trabalho e suas consequências na sociedade. Ela está sendo concebida e exercida
enquanto ajuda as pessoas no sentido de ampliarem-se suas possibilidades na carreira,
enfrentando melhor os problemas de género. Classe social, faixa etária e outros que
circundam o papel de trabalhador. Assim, os orientadores profissionais têm procurado
trabalhar através dos indivíduos, e não nos indivíduos.
A Orientação Profissional não está a serviço da escolha de carreiras, mas, muito mais do
que isso, da construção de carreiras.
No entanto, na Europa, assim como em outros continentes, embora muitas vezes por
motivo diferentes, o papel das escolas é muito importante. E no momento actual, está
sendo considerado crucial, na Europa, a melhora da qualidade desse sector da
sociedade, já que se pretende trabalhar com educação permanente. Podemos começar a
considerar o político. Segundo Watts (1999), não temos uma prática.
Teremos, sim, que construí-la, estamos habituando somente a executar a OP, devemos
ter consciência das políticas governamentais do momento e depois ampliar nosso papel,
procurando influir nas políticas do País, isto é, teremos que trabalhar com pressão sobre
os governos. Em suma, cada um deve contribuir com o seu grão de areia, necessitamos
pensar desde a base e, por minúsculo que seja, qualquer resultado deve ser valorizado e
registado. E isso se obtém através da organização da classe dos orientadores
profissionais.
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9. A título de Proposta para a realidade Brasileira
Acreditamos que todas questões devem ser contempladas como possibilidades para que
a OP ocupe um lugar mais expressivo na sociedade, com o objectivo de construir como
mais um fórum promotor de mudança na questão dos desmandos do mundo do trabalho.
Necessitam ser trabalhados em princípio nos seguintes âmbitos:
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11. Conclusão
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Referencia Bibliográficas
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