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A Orientação Profissional e as Transformações no Mundo do Trabalho

Seu nascimento foi demarcado pela criação dos Centros de Orientação Profissional na Europa e nos
Estados Unidos, na primeira década do século XX, que tinham como principal objetivo identificar
trabalhadores inaptos para determinadas tarefas industriais a fim de evitar acidentes de trabalho e garantir
a produtividade
A Orientação Profissional nasceu para resolver problemas práticos da sociedade industrial da época e a
sua história está intimamente ligada à história das relações de trabalho do mundo ocidental
Até o fim da Idade Média, o trabalho era visto como castigo e sofrimento e a profissionalização era
determinada por nascimento ou por conveniência.
Esta noção do trabalho perdurou nas sociedades ocidentais até o início do século XV, sofrendo
significativas alterações com o advento da Idade Moderna a Reforma Religiosa trouxe consigo a idéia de
que o trabalho é salvação, é virtude; o ócio passou a ser condenado em seu lugar. O Renascimento
Cultural promoveu o desenvolvimento das artes e da ciência e contribuiu com a idéia do trabalho como
libertação, como possibilidade de domínio do homem sobre a natureza. As Grandes Navegações e o
Mercantilismo trouxeram o desenvolvimento do comércio e promoveram a ascensão da burguesia
enquanto classe social. Com o Iluminismo vieram avanços científicos e tecnológicos inovadores. Todos
estes movimentos históricos trouxeram consigo o germe da futura sociedade industrial, contribuíram para
a idéia de trabalho como um valor positivo e permitiram a possibilidade de ascensão social através do
exercício laboral.
o desenvolvimento da sociedade industrial passou por três momentos distintos. O primeiro deles
corresponde à chamada Primeira Revolução Industrial, que foi impulsionada pela invenção da máquina a
vapor. A sociedade capitalista industrial nasceu na Europa do final do século XVIII, centrada na produção
manufatureira em larga escala. A partir deste momento, a vida laboral separou-se da vida doméstica e o
trabalho foi mecanizado e segmentado em tarefas especializadas. Um grande contingente de agricultores e
artesãos passou a vender sua força de trabalho para a indústria em troca de salários. Duas classes sociais
emergiram neste novo cenário: a burguesia, detentora dos meios de produção industrial, rica e ávida de
consumo, e o proletariado, mão-de-obra necessária para a produção de bens e serviços.
No final do século XIX, ocorreu a Segunda Revolução Industrial, na esteira da descoberta da eletricidade.
Carl Marx e Friedrich Engels foram seus contemporâneos e apontaram as perversidades das relações de
trabalho engendradas pela sociedade industrial do seu tempo, marcada pela exploração do trabalho
assalariado e pela alienação do trabalhador . A Terceira Revolução Industrial ocorreu nas primeiras
décadas do século XX, com o desenvolvimento da automação (De Masi, 1999b). Teve sua maior
expressão nos Estados Unidos, através das idéias da organização científica do trabalho de Taylor, que
visavam ao aumento da produção com a diminuição do trabalho, e da criação das linhas de montagem na
indústria automobilística
O movimento taylorista-fordista deu origem à sociedade capitalista de produção e consumo em massa,
que atingiu seu auge na década de 1920, começou a mostrar sinais de decadência com a Primeira Guerra
Mundial e a Crise de 1929 e chegou ao seu fim, de acordo com De Masi (1999a, 1999b), na década de
1960. Foi nesta fase que a sociedade industrial atingiu seu auge de desenvolvimento. A produção
industrial, ou setor secundário da economia, ocupou lugar de destaque no desenvolvimento de riquezas e
na geração de postos de trabalho dentro da sociedade capitalista.
A Orientação Profissional nasceu como prática neste contexto sócio-econômico da Terceira Revolução
Industrial, A Orientação Profissional caracteriza-se, neste momento, como atividade diretamente
vinculada à indústria e à ordem sócio-econômica vigente, com o objetivo de garantir o aumento da
produtividade industrial. Os primeiros processos de intervenção desenvolvidos foram influenciados pelos
mesmos princípios de cientificidade e pela bandeira da eficiência que balizavam a produção industrial.
Neste momento, enquanto o teylorismo-fordismo prosperava na indústria norte-americana, a Orientação
Profissional, que nasceu como uma prática cujo objetivo era garantir a eficiência industrial, foi
influenciada pela Psicologia Diferencial e pela Psicometria nascentesEsta influência culminou com o
desenvolvimento da Teoria do Traço e Fator, que passou a servir como paradigma para a realização de
processos de Orientação Profissional baseados na utilização de testes de aptidões, habilidades e interesses
e cujo baluarte era o ajustamento do homem à ocupação, com vistas na excelência da eficiência industrial.
O foco desta atividade era a busca da eficiência através do ajustamento da pessoa à função, a partir da
avaliação das habilidades e competências, independentemente da autopercepção do sujeito quanto aos
seus interesses e perspectivas de satisfação e auto-realização. Durante a segunda metade do século XX,
com a decadência da sociedade industrial e a revalorização da criatividade, a Orientação Profissional
tomou novos rumos. Em primeiro lugar, a influência da Terapia Centrada no Cliente de Carl Rogers, que
pregava a não-diretividade dos processos psicoterápicos e do aconselhamento psicológico, influenciou
sobremaneira a visão sobre os papéis dos sujeitos da Orientação Profissional, pelo deslocamento do lugar
do saber e da decisão do orientador para o orientando. Em segundo lugar, o surgimento da idéia de que a
escolha profissional é um processo integrado ao desenvolvimento vital do sujeito, através das Teorias
Evolutivas. O foco da Orientação Profissional transferiu-se da produção resultante para o sujeito de
escolha, sendo a eficiência e a produtividade tomadas como conseqüências naturais de uma escolha
adequada, centrada na satisfação e nos sentimentos de realização do indivíduo.
A sociedade capitalista atual é pautada pelo aumento do setor terciário ou de serviços; pela globalização
da economia; pelo modelo enxuto de empresa; pelo uso de tecnologias de ponta, como eletrônica,
telecomunicações, informática, biotecnologia; pela alta produção de bens não-materiais, como serviços,
informação, educação, estética. Em conseqüência destas mudanças, postos de trabalho na indústria vêm
diminuindo e o decréscimo do emprego estrutural vem gerando desemprego e dando lugar ao trabalho
autônomo e à economia informal; ocupações antigas vêm desaparecendo e novas vêm surgindo.
Da mesma forma que a Orientação Profissional nasceu com o objetivo de responder à demanda da
sociedade industrial, atualmente, ela deve responder às necessidades da nova sociedade pósindustrial que
está sendo construída. No entanto, caso a Orientação Profissional não queira ser apenas um agente de
reprodução social, estas necessidades devem ser discutidas em consonância com questões éticas, que
transcendam as preocupações com o crescimento econômico ou a satisfação individual e se vinculem a
um comprometimento com o desenvolvimento social. Uma dimensão ideológica sempre está presente no
processo de Orientação Profissional, mesmo que de forma inconsciente e mesmo que o orientador
profissional tente colocar-se em uma posição de neutralidade. A própria neutralidade é uma postura
ideológica que, na maioria das vezes, apenas esconde passividade e falta de crítica.
Para que as práticas da Orientação Profissional brasileira possam tornar-se agentes de mudança social é
preciso que a formação do orientador profissional siga determinados passos. Em primeiro lugar, é
importante apontar a necessidade de que o orientador profissional possua uma fundamentação teórica
sólida, que embase seu trabalho prático (Lassance, 1999). Em segundo lugar, é necessário que o
orientador profissional conheça as mudanças atuais no mundo do trabalho e oriente o jovem para as
incertezas e instabilidades que dela advêm (Jenschke, 2001; Lisboa, 2000, 2002). Por fim, é
imprescindível que o orientador profissional aceite o caráter político e ideológico do seu trabalho e o
compromisso social a ele inerente.
A Orientação Profissional no contexto da Educação e Trabalho
Vocação, do latim vocatione, significa ato de chamar, escolha, chamamento, predestinação, tendência,
disposição, talento, aptidão. O conceito profissional é definido “como respeitante ou pertencente à
profissão, ou a certa profissão”; “que exerce uma atividade por profissão ou ofício”. O conceito
orientação profissional, na perspectiva psicológica significa a ajuda prestada a uma pessoa com vistas à
solução de problemas relativos à escolha de uma profissão ou ao progresso profissional, tomando em
consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no
mercado de emprego”
Muitos autores fazem uso dos dois conceitos como sinônimos enquanto outros definem o vocacional
como mais amplo, ou seja, o sentido que se atribui à vida que inclui o profissional, relativo ao exercício
de uma profissão, de uma ocupação. O conceito orientação educacional consiste em um “processo
intencional e metódico destinado a acompanhar, segundo técnicas específicas, o desenvolvimento
intelectual e a personalidade integral dos estudantes, sobretudo os adolescentes, orientação escolar”
Um dos primeiros registros que se tem sobre Orientação Profissional refere-se à criação do Liceu de Artes
e Ofícios de São Paulo, cujo trabalho foi implementado em 1924 pelo engenheiro suíço Roberto Mange.
Em 1931, o primeiro serviço público estadual de Orientação Profissional foi criado por Lourenço Filho
em São Paulo (Carvalho, 1995). Em 1942, a legislação brasileira instituiu a obrigatoriedade da Orientação
Educacional como um serviço da escola, incluindo o Aconselhamento VocacionalPosteriormente, a
Orientação passou a ser desenvolvida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), criado
em 1942, e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), criado em 1946. Em São
Paulo, a Colméia, uma organização não governamental, realiza Orientação Profissional desde 1942. Com
a fundação, em 1947, do Instituto Nacional de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), no Estado do
Rio de Janeiro, então capital do País, registra-se o importante papel do referido Instituto para o
desenvolvimento da Psicologia Aplicada à Educação e à Organização do Trabalho, notadamente na área
da Psicometria, com a publicação da revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica. O ISOP esteve sob a
direção de Mira y López, médico e psicólogo espanhol, por 17 anos. Mira y López viveu no Brasil 19
anos (de 1945 a 1964, quando veio a falecer), época na qual a prática psicológica ocorria em escassos
pontos do país.
em 1993, foi criada a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP), filiada à International
Association Educational and Vocational Guidance
A ABOP realiza simpósios bienalmente, apóia eventos e cursos na área e, em 1997, iniciou a publicação
da revista científica que em 2003 foi substituída pela presente Revista Brasileira de Orientação
Profissiona
Para Carvalho (1995), a Orientação Profissional tem sido a porta de entrada dos atendimentos
psicológicos em Clínicas-Escola. Outros autores consideram a Orientação Vocacional/ Ocupacional como
um atendimento que pode ser definido como Psicoterapia Breve Focal (Levenfus, 1997), e que se
caracteriza pela técnica e não pelo tempo de duração. A técnica, nesse caso, é baseada na tríade:
atividade, planejamento e foco. O foco na Orientação Profissional é o trabalho, via inserção imediata ou
por meio de estudos profissionalizantes em diferentes níveis.
Didaticamente pode-se afirmar que, de um modo geral, os caminhos para o mundo do trabalho dão-se por
meio de várias vias, pelas escolas ou fora delas. Por meio das escolas, a aprendizagem se dá no (1)
Sistema regular de ensino (básico, técnico, tecnológico e universitário) que gira em torno do Ministério da
Educação e no (2) Sistema de preparação de mão-de-obra, denominado Sistema S ou CNI: o Serviço
Nacional da Indústria (SENAI), o do Comércio (SENAC), o Rural (SENAR) e o do Transporte (SENAT),
vinculados ao Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br/ Temas/SINE. Disponível em
06/07/2004) e controlados pelas Confederações da Indústria, Comércio, Agricultura e Transporte. Fora
das escolas regulares, os trabalhadores aprendem por meio de cursos de rápida duração, como aprendizes
na atividade ou por meio de iniciativas de natureza assistencial, governamentais ou não governamentais.
Muitos sindicatos e empresas brasileiros estão assumindo a função de oferecer cursos de capacitação de
trabalhadores. Existem diferentes iniciativas espalhadas pelo país, tanto de preparação como de
orientação e educação para e pelo trabalho. Tais programas e serviços são destinados aos trabalhadores
em geral, desempregados, pessoas portadoras de deficiência, idosos, jovens em busca do primeiro
emprego, cujos graus de “liberdade de escolha” são menores. Para estes, a “opção” é trabalho (Ferretti,
1988), como apontado anteriormente, não há liberdade de escolha, há necessidade de sobrevivência e em
tempos de restrição de vagas no mercado de trabalho qualquer emprego parece ser útil mesmo a custo de
sofrimento e adoecimento físico e mental. Em 1976, foi criada em Bauru (SP), para atender pessoas com
deficiência, uma organização não governamental com o nome de Sociedade para a Reabilitação e
Reintegração do Incapacitado (SORRI) e a partir dela, em 1985, surgiu o Sistema SORRI-BRASIL.
Atualmente, são cinco centros no Estado de São Paulo (Bauru, Campinas, Litoral Norte, São José dos
Campos e Sorocaba), um no Pará e outro na Bahia. Há um sistema público que integra ações nos âmbitos
nacional, estadual e municipal. Trata-se do Sistema Nacional de Emprego (SINE), que foi criado em
1977, visando os trabalhadores de um modo geral. Como país membro da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e, visando a atender a recomendação da Convenção (88) sobre a organização do serviço
de emprego, o governo brasileiro criou o SINE, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que
atualmente objetiva implementar ações em articulação como os estados e municípios. As ações em plano
nacional podem ser resumidas em: seguro-desemprego, intermediação de mão-de-obra e apoio ao
Programa de Geração de Emprego e Renda. As ações são desenvolvidas por meio de serviços e agências
de colocação em emprego em todo o país (postos de atendimento). São programas e serviços destinados a
milhares de trabalhadores que necessitam de inserção mais rápida na população economicamente ativa.
Tais programas podem constituir outro cenário de ações no âmbito da orientação, desenvolvimento de
carreira, informação, qualificação e emprego. O tema principal nesse contexto é a necessidade de
sobrevivência, de conseguir um trabalho, um emprego. Para isso são necessárias políticas públicas
ousadas. Para trabalhar é preciso também se qualificar. Nesse sentido, a Política Pública de Qualificação
do governo brasileiro instituiu um Plano Plurianual - PPA 2004-2007 (www.mte.gov.br/Temas/SINE.
Disponível em 06/07/2004), que se articula em torno de três objetivos: (a) inclusão social e redução das
desigualdades sociais; (b) crescimento com geração de trabalho, emprego e renda; (c) promoção e
expansão da cidadania e fortalecimento da democracia. Além disso, foi criado em 2004 a Secretaria
Nacional de Economia Solidária (SENAES), como fruto da mobilização e articulação do movimento da
economia solidária existente no país, iniciado na década de 80 do século passado e fortalecido nas edições
do Fórum Social Mundial. A economia solidária constitui-se de outras formas de organização do trabalho,
decorrentes da necessidade dos trabalhadores e trabalhadoras de encontrar alternativas de geração de
renda. São iniciativas de Organizações Não Governamentais voltadas para projetos produtivos coletivos,
cooperativas populares, redes de produção-consumo-comercialização, instituições financeiras voltadas
para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura
familiar, cooperativas de prestação de serviços, entre outras. Finalizando, surgem no Brasil, novos atores
sociais e novos espaços institucionais no mundo do trabalho e, conseqüentemente, possibilidades
ampliadas de inserção do orientador profissional. Para tanto, é preciso desenvolver políticas públicas,
implementação e avaliação de programas e serviços, bem como capacitação dos orientadores
educacionais, vocacionais e profissionais, no âmbito da Educação, da Psicologia, Administração, Ciências
Sociais, entre outras áreas do conhecimento.
Revisitando a literatura sobre escolha e orientação profissional no Brasil
a orientação profissional é originária da Europa no século XX, em Munique. Em seus primórdios,
objetivava o aumento da produção industrial, pois sua finalidade em 1902 compreendia captar os
trabalhadores inaptos, para assim dispensá-los do trabalho com o objetivo de evitar acidentes. Nas
décadas de 20 e 30, esteve ligada à Psicologia Diferencial e Psicometria, época em que surgiram os testes
de aptidões, habilidades e interesses. As teorias de OP, preocupadas com a adequação do homem à
profissão, podem ser identificadas como Teoria do Traço e Fator, isto é, pelas ideias de que o processo de
orientação profissional é diretivo, e o papel do orientador profissional é o de fazer diagnósticos,
prognósticos e indicações das ocupações certas para cada indivíduo. Dessa forma, pode-se afirmar que
objetivava colocar o homem certo no lugar certo.
De acordo com Silva et al (2008), o início oficial da orientação profissional está situado entre os anos de
1907 e 1909, com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional norte-americano, o Vocational
Bureau of Boston e a publicação do livro Choosing a Vocation, ambos sob responsabilidade de Frank
Parsons, que acrescentou à Orientação Profissional ideias da Psicologia e da Pedagogia, preocupado com
a escolha profissional dos jovens de seu país. Parsons definiu três caminhos a serem seguidos durante o
processo de Orientação Profissional: a análise das características do indivíduo, a análise das
características das ocupações e o cruzamento dessas informações, que constituíam a base da OP daquela
época.
apenas na década de 40 é que ocorreram mudanças significativas nos modelos de orientação profissional,
com as ideias de Carl Rogers, o qual valorizava a participação do cliente no processo Psicológico, bem
como no processo de intervenção que passa a ser não diretivo
a orientação profissional – OP- brasileira tem como origem a criação, em 1924, do Serviço de Seleção
eOrientação Profissional para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, sob o comando do
engenheiro suíço Roberto Mange. A OP nasceu ligada à Psicologia Aplicada, a qual vinha se
desenvolvendo no país na década de 1920, adjacente à Medicina, à Educação e à organização do trabalho.
Nas décadas de 1930 e 1940, segundo a autora acima citada, a orientação profissional ligou-se à
Educação. Em 1934, foi inserida no Serviço de Educação do Estado de São Paulo, por iniciativa de
Lourenço Filho. Em 1942, a lei Capanema, sobre a organização do ensino secundário, estabeleceu a
atividade de orientação educacional e atribuiu-lhe o auxílio na escolha profissional dos estudantes. Em
1944, foi criada a Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, estudava a organização racional do
trabalho e a influência da psicologia sobre a mesma conforme explica
Em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), junto à Fundação Getúlio
Vargas, na cidade do Rio de Janeiro, Instituto que agrupava técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada,
muitos deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, o primeiro diretor do Instituto
Orientação Profissional é o processo que auxilia o jovem a tomar conhecimento de inúmeros fatores que
interferem na sua escolha profissional, a fim de que ele possa definir-se com maior autonomia. O
orientador é o facilitador do trabalho
De acordo com as autoras, são necessárias políticas públicas que acompanhem e fiscalizem o serviço de
orientação profissional, e este, embora abarque serviços de diferentes profissionais como educadores,
psicólogos, entre outros, deve estar sujeito às orientações da ABOP – Associação Brasileira de Orientação
Profissional. São importantes essas colocações, entretanto o trabalho de orientação profissional realizado
nas escolas deveria ser oferecido como um serviço permanente, realizado por equipe multidisciplinar. As
atribuições específicas do psicólogo lhe conferem a exclusividade no uso de testes e avaliações
psicológicas, concorda-se que não devem ser questionadas. Todavia, no que tange especificamente à
educação, o psicólogo não trabalha sozinho, portanto, uma equipe multidisciplinar integrada por
psicólogos, sociólogos, orientadores educacionais e professores no espaço escolar poderia ser muito mais
significativo e efetivo para o sucesso da orientação profissional.

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