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MUNDO DO TRABALHO

O Trabalho na Antiguidade

 Na mitologia grega principalmente o trabalho era visto como um sofrimento,


uma punição.
 No velho testamento após o pecado original quando Adão e Eva foram
expulsos do paraíso como punição tiveram que trabalhar para se manter
vivos.
 Para Aristóteles: o trabalho era dividido em três conceitos:
 Labor: trabalho braçal (inferior).
 Poiésis: trabalho artístico (mediano).
 Praxis: trabalho pratico intelectual e político (superior).
O Trabalho na Idade Média

 Os servos: trabalho inferior.


 O Clero e Aristocracia: trabalho superior.
 Nesse período o trabalho passa a ter uma noção de sacrifício.
 Sacrifício à deus.
O Trabalho na Modernidade

 Com o Calvinismo o trabalho passa a ser compreendido como uma libertação.


 A libertação só será alcançada quando os trabalhadores se dedicarem ao
máximo, forem persistentes, disciplinados e literalmente amarem o trabalho.
 O trabalho é encarado como um ameio de se purificar e estar próximo ao
divino, principalmente quando tiver como consequência dos seus esforços
grandes recompensas materiais, as quais são as provas das bênçãos divinas
derramadas sobre os escolhidos.
Definição Marxista do Trabalho
 Na perspectiva marxista o trabalho pode ser compreendido, de forma
genérica, como uma capacidade de transformar a natureza para atender
necessidades humanas (Marx, 1993).
 O trabalho, a é atividade vital, a vida produtiva, é o único meio que
satisfaz uma necessidade primeira, a de manter a existência física.
 A vida produtiva do ser humano, então, é inicialmente, a própria criação da
vida. (Marx, 2001: 116).
 Explicitamos, então, a dupla determinação do trabalho:
 Ontológica a produção da vida humana independentemente do modo como se
desenvolve acaba por humanizar o ser, pelo desenvolvimento das suas
capacidades, como também pela modificação da natureza que o cerca e
consequentemente essas mudanças acabam alterando a sua compreensão e a
sua consciência da realidade.
Trabalho Alienado

 Já o trabalho alienado diz respeito retirar do trabalhador o que ele produziu.


Para Marx independente das mais variadas formas de produção, como por
exemplo, o trabalho servil, o escravo e o assalariado, nesses casos o
trabalhador esteve alienado da sua produção.
 Escravo: Trabalhador x Senhor de escravos.
 Servil: Trabalhador x Vassalos, Nobres, Realeza.
 Assalariado: Trabalhador x Proprietário dos meios de produção ou capitalista.
 Esses processos de estranhamento acabam gerando o descontentamento dos
trabalhadores e culminando nas lutas de classe.
Durkheim e o Mundo do Trabalho

 Durkheim desenvolve como principal ponto o enfoque na coesão social do


trabalho, sendo que assim o trabalho acaba por ter um papel muito
importante junto de outras práticas como a educação. Existem assim, duas
formas de coesão:
 Coesão Mecânica: anterior ao capitalismo, com relações baseadas em relações
simples e funções não muito especializadas.
 Coesão Orgânica: formas mais avançadas de produção e organização social
com funções especializadas, dando-se a partir da evolução do sistema
capitalista.
 O trabalho é visto como uma prática social que contribui muito com a
organização e o modo de funcionamento da sociedade.
Weber e o Mundo do Trabalho

 Weber analisa o trabalho pelo seu aspecto racional, onde no período moderno
principalmente acaba por se desenvolver uma ética laboral que já vem se
aprimorando desde a Reforma Protestante, com aspectos como a disciplina, o
amor ao trabalho, a parcimônia.
 Uma ética onde o trabalho dignifica, que é uma condição dada por deus ao
homem, para atingir a salvação.
 Rompe com a ideia de que o trabalho é uma punição, como na sociedade
grega.
 Tendo como pontos muito negativos por essa ética do trabalho, a vadiagem, a
preguiça e a procrastinação.
David Harvey e o Mundo do Trabalho
 Harvey (1935-) é um geógrafo inglês que tem como principal ponto de pesquisa a
geografia urbana. Harvey entende as transformações na sociedade e suas relações
de trabalho sob os Regimes de Acumulação.
 Regimes de Acumulação:
 Pré Capitalismo: Período que engloba o período mercantilista onde não havia
industrialização apenas as trocas comerciais.
 Industrialização Primeira Fase: A mudança do trabalho que antes era feita
manualmente, passa a ser feita por máquinas, como também a consequência dos
cercamentos dos campos, o descobrimento do motor a vapor e o crescimento das
cidades.
 Industrialização Segunda Fase: A expansão do crescimento produtivo através do
desenvolvimento tecnológico, utilizando como fontes novas de energia o petróleo e
a energia elétrica. O crescimento populacional exponencial e a elevação do
desenvolvimento industrial em muitos países.
 Neocolonialismo/ Imperialismo: foi o processo de colonização e ocupação da África
e da Ásia por grandes potências europeias, que se iniciou na segunda metade do
século XIX e continuou até meados do século XX. Até a primeira guerra mundial.
David Harvey e o Mundo do Trabalho

 Com as consequências da primeira guerra mundial e o período entre guerras


foi de grande instabilidade, sendo que a grande derrotada da primeira guerra
mundial a Alemanha, procurou sair de uma crise social e econômica aguda,
com um forte desenvolvimento interno e um intenso processo de
armamentização, mas que trouxe no contexto internacional a luta por
independência de várias nações Africanas e Asiáticas nesse período. Com o
advento da segunda guerra novamente o tabuleiro mundial sofre
intensamente principalmente na Europa com a invasão nazifascista.
 O Estado de Bem Estar Social: "abrange as áreas sociais, políticas e
econômicas sendo que o mesmo enxerga o Estado como a instituição que tem
por obrigação organizar a economia de uma nação e prover aos cidadãos o
acesso a serviços básicos, como saúde, educação e segurança. O Estado de
bem-estar social visa reduzir as desigualdades sociais decorrentes do
capitalismo para promover um modo de vida que leve uma condição mais
humanitária às classes trabalhadoras e às camadas mais pobres da
população.
David Harvey e o Mundo do Trabalho
 O Neoliberalismo: é uma doutrina socioeconômica que retoma os antigos
ideais do liberalismo clássico ao preconizar a mínima intervenção do
Estado na economia, através de sua retirada do mercado, que, em tese,
autorregular-se-ia e regularia também a ordem econômica geral.
 A Crise do Século XXI: a presente crise é resultado direto das contradições
inerentes ao próprio projeto neoliberal. Suas tendências abalaram as
fundações da economia da 'base segura' - isto é, a capacidade dos Estados
Unidos de crescer, manter a liderança de suas instituições financeiras em todo
o mundo e assegurar a posição dominante de sua moeda.
 Consertar a quebra da economia norte-americana exige a imposição de
limites sobre o livre comércio e a livre movimentação de capitais, além de
políticas destinadas a aprimorar a educação, a pesquisa e a infraestrutura; a
reindustrialização e a fixação de tributação das rendas mais altas.
Edgar Morin e o Mundo do Trabalho
 Pesquisas realizadas pelo grupo MOW (1987) e por Morin (1996, 2001)
demonstram que as pessoas, em sua maioria, mesmo que tivessem condições
para viver o resto da vida confortavelmente, continuariam a trabalhar, pois o
trabalho, além de ser uma fonte de sustento, é um meio de se relacionar
com os outros, de se sentir como parte integrante de um grupo ou da
sociedade, de ter uma ocupação, de ter um objetivo a ser atingido na vida
(Morin, 2001).
 Estes estudos apontam, ainda, que o trabalho pode representar tanto uma
condição de neutralidade quanto de centralidade na identidade pessoal
dos trabalhadores assim como na identificação com a sociedade.
Edgar Morin e o Mundo do Trabalho

 Pesquisas que Morin (2001) realizou com estudantes de administração e


administradores apontam cinco motivos para atribuírem sentido ao trabalho:
 Realizar-se e atualizar suas competências;
 Adquirir segurança e ser autônomo;
 Relacionar-se com os outros e estar vinculado a grupos;
 Contribuir com a sociedade;
 Ter um sentido na vida, o que inclui ter o que fazer e manter-se ocupado.
Edgar Morin e o Mundo do Trabalho
 Na dimensão individual, foi destacado que um trabalho que faz sentido pode
ser identificado com os valores morais (éticos) da pessoa, é prazeroso,
possibilita valorização, desenvolvimento e crescimento. A pessoa sabe com
que objetivo o mesmo está sendo realizado e acredita naquilo que está
fazendo. O fator financeiro também é referido, porém com menos ênfase,
sendo considerado apenas como complementar e não essencial para que o
trabalho faça sentido.
 Na dimensão organizacional, são apontados aspectos ligados à utilidade,
organização do trabalho e relações interpessoais no ambiente de trabalho.
Para um trabalho fazer sentido ele deve alcançar resultados, valor para a
empresa ou para o grupo: ser útil. Caso contrário é considerado
improdutivo, perda de tempo e, portanto, sem sentido. O trabalho que faz
sentido permite que o trabalhador tenha autonomia, possa exercer sua
criatividade e pensar.
Outras Considerações:
 Na dimensão social, para que o trabalho faça sentido, ele deve ser capaz de
contribuir e ser útil para a sociedade, comparando-se com o aspecto de
utilidade abordado na dimensão organizacional. Porém, nesta dimensão, ele
adquire maior amplitude: o trabalho contribui não apenas para o
desenvolvimento do indivíduo, mas da sociedade em geral. No momento
em que o trabalho não contribui, deixa de trazer benefícios para alguém
e/ou para a sociedade, ele não faz sentido.
 O animal produz somente sob a dominação da necessidade física imediata,
enquanto o homem produz quando se encontra livre da necessidade física e só
produz verdadeiramente na liberdade de tal necessidade; o animal apenas se
produz a si, ao passo que o homem reproduz toda natureza; o produto da
espécie animal pertence imediatamente ao seu corpo físico, enquanto o
homem é livre diante do seu produto.
Bibliografia:

 Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e


estudos empíricos brasileiros; Suzana da Rosa, TolfoValmíria Piccinini.

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