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ASSESSORIA ACADÊMICA

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SSOC - MAPA - FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO-


METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL II - 2023/53
Questão 1

Bem vindos a nossa atividade MAPA do módulo 53/2023!


Para iniciarmos nossa atividade, vamos conhecer a história do adolescente chamado
Alan. Primeiramente, quero iniciar essa história explicando aos estudantes a
composição familiar do adolescente em questão:

Nome Parentesco Idade Ocupação Renda

Vendedor
Moacir Mendes Pai 48 R$ 1000,00
ambulante.

Isabel Anália Mendes Mãe 47 Desempregada R$ 00,00

Alan Mendes Filho 12 Vendedor de doces. R$ 350,00


Alex Henrique Mendes Filho

Fora da
Ana Rosa Mendes Filha02 R$ 00,00
escola

Fora da
Ana Julia Mendes Filha02 R$ 00,00
escola

Vamos lá. Como podemos visualizar no quadro acima, Alan é o filho mais velho da
família Mendes, eles têm sobrevivido com o salário do pai (Moacir), mas trata-se de um
trabalho informal, então este salário oscila todos os meses. Alan, sendo o filho mais
velho, percebeu-se na obrigação de trabalhar desde muito cedo. Ele ajuda o pai com
as despesas da casa desde os 08 (oito) anos de idade. Através da venda de balas e
doces no semáforo da cidade, ele ajuda a família a sobreviver com o mínimo possível,
ou seja, garantindo a alimentação dos irmãos mais novos. Sua mãe está
impossibilitada de trabalhar devido ao cuidado das gêmeas Ana Rosa e Ana Júlia, que
têm dois anos e não podem ir à creche, pois o município onde moram está sem vaga
no momento. Além disso, o irmão Alex falta frequentemente às aulas, pois apresenta
problemas de saúde.

Diante de tal situação, além de trabalhar com a venda dos doces informalmente todos
os dias das 9h às 19h, Alan passou a ser observado por traficantes do bairro onde
mora e rapidamente foi aliciado ao tráfico de drogas. Certo dia foi abordado pela Polícia
Militar (PM) portando uma quantia considerável de dinheiro trocado e com algumas
gramas de drogas que transportava para outro bairro da cidade. Sendo ainda um
adolescente, Alan não foi preso, mas deve cumprir uma medida socioeducativa prevista
no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Centro de Referência Especializado
da Assistência Social (CREAS) de sua cidade.

Quem realizou o primeiro contato com a família foi Ana Helena, Assistente Social deste
equipamento. Ao receber Isabel (mãe) e Alan com o encaminhamento do Poder
Judiciário para o cumprimento da medida socioeducativa de Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC), Ana Helena explicou à família sobre a necessidade de elaboração
do Plano Individual de Atendimento (PIA) para Alan durante o período de cumprimento
de sua medida socioeducativa.

Mas esta é apenas uma das situações difíceis que atravessam o cotidiano familiar de
Alan, não é mesmo?

Analisando a história desta família de forma ampliada, Ana Helena como profissional
deste serviço passou a acompanhar o caso de perto e suas ações foram voltadas para
a garantia de direitos de todos os membros da família, uma vez que diversas violações
estavam presentes. A atuação de Ana Helena esbarrava-se em diversos preconceitos e
entraves. Mas nenhum deles a impediu de realizar sua prática profissional pautada sob
a lógica dos direitos sociais previsto na Constituição Federal de 1988 e principalmente
sob os preceitos do próprio ECA. Sendo assim, Ana Helena observou aspectos básicos
sobre a família e realizou os encaminhamentos necessários para a garantia dos demais
direitos.

Agora, vamos pensar juntos sobre o que temos estudado em nossas aulas ao vivo e
com os autores indicados:

Sabemos que a sociedade capitalista contemporânea, através do modelo econômico e


social neoliberal, tem estabelecido um formato de exclusão social que atinge de um
modo geral a população em seu conjunto e, principalmente, a massa de atores sociais
específicos, sobretudo, adolescentes com faixa etária entre 12 (doze) a 18 (dezoito)
anos, não é mesmo? Diante do processo de exclusão social, excluídos da partilha dos
bens econômicos e sem acesso aos meios produzidos socialmente, tais adolescentes,
na maioria das vezes, encontram como única alternativa o mundo do crime para sua
sobrevivência. Por isso, faz-se necessário realizar uma análise crítica capaz de
observar as crianças e adolescentes considerados marginalizados frente a essa
concepção social e econômica que prioriza, em grande medida, o chamado
crescimento econômico em detrimento de uma ampliada rede de atenção às demandas
específicas e particulares desta faixa etária. Como temos visto nesta disciplina, há
muitos pormenores presentes na discussão que envolve o Movimento de
Reconceituação pelo qual o Serviço Social passou, pois nele as teorias estavam em
choque e reelaboração, e não só no Brasil, como também na América Latina, que
influenciou o Movimento de Renovação da profissão brasileira.

Para a realização de seu MAPA, vamos às questões norteadoras que nos auxiliarão
nessa construção:

1. Com base nas discussões desenvolvidas durante as aulas ao vivo, como seria a
atuação profissional dos Assistentes Sociais no caso de Alan antes do Movimento de
Reconceituação? E como ela deve ser agora?

2. De acordo com Queiroz (2018) em seu texto intitulado “A nova razão do mundo:
ensaio sobre a sociedade neoliberal”, qual é a influência que o modelo neoliberal causa
sobre a questão social e consequentemente sobre nossa atuação profissional após o
Movimento de Reconceituação?

3. Por que pensar sobre o neoliberalismo e sobre o Movimento de Reconceituação se


faz tão importante para os Assistentes Sociais de hoje?

4. Agora, coloque-se no lugar de Ana Helena – a assistente social que atendeu Alan e
sua mãe – e, munido de todas estas reflexões que fizemos até aqui, elabore uma fala a
partir da escuta qualificada que você - enquanto profissional - fez com a mãe de Alan,
que chegou até o CREAS extremamente preocupada com o filho, chorando muito
durante o primeiro atendimento e repetindo várias vezes a seguinte frase: “eu não sei o
que fazer com este menino! Se ele for preso quando ficar maior de idade, não sei o que
vou fazer! Ele me ajuda com dinheiro em casa, meu marido está sem trabalho há 3
meses!”

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