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Dando continuidade à aula anterior, será tratado, nesta aula, sobre como foi o reflexo das
primeiras escolas de serviço social no Brasil.
Nova dinâmica
Conforme ressaltam Iamamoto e Carvalho (2009), houve uma importante demanda por
assistentes sociais diplomados. O mecanismo utilizado para ampliar o número de profis-
sionais se baseou na oferta de cursos intensivos para auxiliares sociais e na promoção de
bolsas de estudos mantidas pelas instituições que começaram a surgir a partir de 1942.
Esses auxiliares sociais são profissionais que trabalham na área social, mas não neces-
sariamente são assistentes sociais. Eles exerciam atividades análogas às do assistente, mas
não iguais.
Portanto, nesse período havia os:
• Agentes sociais: não na área social, detinham formação básica doutrinária e, por isso,
tinham funções nos vários órgãos públicos, mas sem necessariamente ter passado
pela Escola de Serviço Social;
• Assistentes sociais: concluíram seus estudos nas Escolas de Serviço Social.
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É um momento que é citado por algumas literaturas como a época de ouro do serviço
social, em que o Estado está aberto e necessitando de profissionais para que eles trabalhem
na perspectiva desse projeto de controle alicerçado na formação doutrinária.
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Nesse outro momento do serviço social, o Brasil se aproxima dos Estados Unidos, que-
rendo uma dinâmica de industrialização. O contato entre esses governos vai trazer teorias
diferentes.
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A partir dos anos 1940, o conservadorismo católico que caracterizou os anos iniciais do
serviço social brasileiro começou a ser tecnificado ao entrar em contato com o serviço social
norte-americano e suas propostas de trabalho permeadas pelo caráter conservador da teoria
social positivista (YAZBEK, 2009, p.4).
A Igreja, a partir da doutrina, então, estava tecnificando a perspectiva caridade, só que
agora, com essa aproximação política, os Estados Unidos afirmam que têm como contribuir
no âmbito um pouco mais científico. Trata-se do início de um diálogo com uma teoria socio-
lógica: o positivismo.
A matriz positivista foi então absorvida pelo serviço social brasileiro, particularmente em
sua orientação funcionalista, configurando para a profissão propostas de trabalho ajustado-
ras, com uma apreensão manipuladora, instrumental imediata do ser social (Ibidem, p.5).
Assim, tecnifica-se mais o serviço social, só que com base em teorias mais rígidas, que
não pensarão em problematizar esse contexto político, econômico e histórico da sociedade.
Compreende-se que essa sociedade tem uma estrutura que não está errada, mas o que
causa problemas são as pessoas que não estão dentro dessa estrutura. Por isso, o termo
“desestrutura” é considerado muito conservador, pois, quando se diz, por exemplo, “deses-
trutura familiar”, entende-se que há um parâmetro correto e o que foge a ele acaba sendo
considerado um erro.
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Ainda sobre essa relação entre os dois países, vale ressaltar: “o marco dessa relação
está situado no Congresso Interamericano de Serviço Social, realizado em 1941, em Atlan-
tic City (USA), evento que estabeleceu laços estreitos entre as principais escolas de serviço
social brasileiras e as grandes instituições, escolas e programas continentais de bem-estar
social norte-americanos” (ANDRADE, 2008, p.275).
Perde-se, desse modo, um pouco da influência europeia e cresce a influência norte-ame-
ricana. Nessa época, há uma corrida para que se tenham mais assistentes sociais.
Mudanças necessárias
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Esse novo contexto social era a ampliação das escolas de serviço social e da partici-
pação do Estado em querer esses profissionais, além do desenvolvimento do capitalismo
industrial no Brasil.
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No decorrer dos anos 40 e 50, no contexto social do Brasil, houve uma maior aproxima-
ção entre o Presidente Getúlio Vargas e o governo norte-americano de Franklin Roosevelt
(interesses econômicos e políticos).
Nesse sentido, ocorre a emergência de um “arranjo teórico doutrinário” (IAMAMOTO,
2009), ou seja, junção de um discurso humanista cristão com o suporte tecno-científico da
teoria social positivista, assinalando o pensamento conservador agora guiado pelas ciên-
cias sociais.
Yazbek é mais cirúrgica em sua crítica e vai dizer que “nem o doutrinarismo, nem o
conservadorismo constituem teorias sociais” que validem a interpretação dessa realidade
(2009, p.5).
A atuação do assistente social limitava-se, então, a uma adequação do indivíduo ao sis-
tema social. Há uma ausência de autocrítica profissional na análise crítica da questão social
proveniente do sistema (modo de produção).
Além de não se considerar as especificidades do Brasil, não se consideravam as especi-
ficidades do sistema capitalista.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Douglas Gomes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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