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Fundamentos

Históricos e Teóricos-
Metodológicos
C U R S O A V A N Ç A D O

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Profa Shellen

Olá concurshellens

Para iniciarmos o nosso curso com tudo, vamos


conhecer a história em movimento do serviço social
brasileiro e mundial, ou seja, principais marcos, datas,
influências teóricas e metodológicas da profissão!

Bons estudos e conte comigo!

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Sumário

A história do Serviço Social página 3

Serviço Social no Mundo página 4


Gênese no Brasil página 6
Institucionalização e Positivismo página 19

Caso, Grupo e Comunidade página 22

Movimento de Reconceituação página 28

Serviço Social na Contemporaneidade página 39

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

A história do serviço social


Um tema bastante cobrado em concurso público é o que está em torno da
área de Fundamentos do Serviço Social, e nesse aspecto não só a história da
profissão, mas também seus aspectos teóricos e metodológicos. Assim, é
bom compreender que sempre essas três dimensões (história, teoria e
metodologia) estarão articulados nessa temática, assim é inclusive nomeada
as disciplinas na formação profissional do/a Assistente Social.

Quando falamos de concurso público, obviamente os editais deixam bem


amplos sobre a área, cabendo ao candidato e aos professores, ao conhecer a
banca, buscarem os temas mais recorrentes para serem estudados, visto,
geralmente, o pouco tempo à disposição.

O Serviço Social é uma profissão praticamente consolidada. Se trata de uma


profissão que teve seu surgimento no Brasil com o processo de
industrialização da década de 1930, e assim, de agudização das expressões da
“questão social” no capitalismo monopolista, como forma de intervenção da
Igreja Católica, do Estado e do Mercado nos “problemas
sociais”.

Assim, é imperativo relacionar o serviço social ao modo com a sociedade


capitalista conduziu as relações sociais em presença, que são relações sociais
contraditórias de classe: o serviço surge, se desenvolve e permanece como
profissão por sua utilidade social nas respostas às classes sociais sobre suas
necessidades sociais, de um lado de manutenção do poder e de outro de
manutenção da sobrevivência.

Por isso, um tema central e irmã siamesa dessa aula é a questão social,
entendida como as múltiplas expressões da desigualdade social e objeto de
intervenção de políticas sociais que requerem a força de trabalho do/a
assistente social. Mas, antes de adentrar nesse assunto, versaremos alguns
pontuações sobre o serviço social no mundo.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Serviço Social no mundo

Em 1899, na cidade de Amsterdã, funda-se a primeira


escola de Serviço Social.

Dentre as precursoras e responsáveis pela sistematização do trabalho social


podemos citar: Florence Nightingale (Inglaterra,1851), Octavia Hill (Inglaterra,1865),
Mary Richimond (EUA, 1897).

Mais tarde o Serviço Social Norte Americano introduziu o caráter científico à


abordagem profissional das questões sociais. Foi em 1916, na I Conferência
Nacional de Trabalhadores Sociais, em Nova Iorque, EUA, que Richmond
apresentou a proposta de denominar a nova profissão como Social Work e
seus agentes como trabalhadores sociais.

Mary Richmond foi a primeira a escrever sobre a diferença entre filantropia,


caridade, assistência e serviço social. Obra: Caso Social Individual.

Sugeria a realização do diagnóstico social e tinha uma perspectiva bastante


conservadora e tradicionalista de RESPONSABILIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS.

Propunha uma perspectiva técnica para romper com a questão puramente


moral e religiosa.

CLIENTE – compreensão – qualidades e defeitos – atuar sobre a personalidade

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Serviço Social no mundo


Sua influência iniciou-se no Serviço Social brasileiro com o processo de
profissionalização, quando a partir da inserção do serviço social nas grandes
empresas o conhecimento doutrinário, moralista e paroquial já não dava conta
mais da necessidade de mercado e da complexidade da contradição capital x
trabalho. Com isso, as pioneiras brasileiras foram realizar um intercâmbio nos
Estados Unidos.

Mary Richmond define o Serviço Social como um conjunto de técnicas que tem
por objetivo reajustar a personalidade humana, no sentido do seu pleno
desenvolvimento físico, intelectual, moral e social com o fim de tornar o homem
mais feliz e proporcionar maior bem-estar à comunidade.

Mas, vamos com calma aluno/a, em breve retornaremos a essa perspectiva,


precisamos ates dar alguns passos antes.
A primeira escola de serviço social na América Latina foi fundada no Chile, em
1925. Na América Latina, o Serviço Social surge como subprofissão, subordinada
à profissão médica, porque os médicos – especificamente Alejandro Del Rio -
procuravam levar sua eficiência e rendimento, integrando-a à série de
subprofissões já existentes.

Na Argentina e Chile destaca-se o surgimento profissional também orientado


pelo movimento higienista.

Segundo YAZBEK, o formalismo higienista está presente na gênese do


serviço social chileno e argentino, movimento de médicos higienistas
que exigiam a intervenção ativa do Estado, sobre a questão social,
criando uma assistência pública que deveria assumir um papel de
intervenção preventiva na área sanitária, social e moral.

Richmond apresentou a
1899 proposta de denominar a 1925
nova profissão como
Social Work

Primeira escola de A primeira escola de


Serviço Social - na serviço social na América
cidade de Amsterdã Latina - no Chile
1916

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Serviço Social e a Gênese no Brasil


Elementos do Capitalismo

Capitalismo

Na mesma relação o
Contradição elementar Esse processo envolve trabalho produz e
entre socialização da exploração, mais-valia reproduz tanto suas
produção e apropriação e reprodução das condições de existência
privada da riqueza. relações sociais. como sua dominação, a
classe capitalista.

Capitalismo e Sociabilidade

Profissão na interlocução do
movimento da realidade capitalista em
suas múltiplas dimensões: materiais,
culturais, espirituais...

Nas produções e reproduções


das relações sociais.

Capitalismo Monopolista
Fase posterior ao capitalismo concorrencial que captura a lógica do Estado, este
que é comitê executivo da burguesia e também responsável pela conservação física
da força de trabalho ameaçada a partir do processo de agudização das expressões
da questão social.

É no capitalismo monopolista
Estado amplia suas funções
políticas e econômicas

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Na idade dos monopólios, (...) a intervenção estatal incide


na organização e na dinâmica econômicas desde dentro, e
de forma contínua e sistemática. Mais exatamente, no
capitalismo monopolista, as funções políticas do Estado
imbricam-se organicamente com as suas funções
econômicas. (NETTO, 2009, p. 25)

Assim, é a chamada “questão social” que dá materialidade à profissão, e por sua


vinculação direta com o capitalismo monopolista, também coloca o Serviço Social
nesse contexto econômico e político, diretamente. O conceito mais popular de
questão social é o de Iamamoto e Carvalho:

“A questão social não é senão as expressões do processo


de formação e desenvolvimento da classe operária e de
seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo
seu reconhecimento como classe por parte do
empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano
da vida social, da contradição entre o proletariado e a
burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de
intervenção mais além da caridade e repressão”.
(CARVALHO e IAMAMOTO, 1983, p. 77)

Ou seja, a questão social está enraizada na contradição capital x trabalho, e é a


partir desta que surge a “necessidade” de uma profissão, no caso o Serviço Social,
que surge na divisão social e técnica do trabalho para responder à questão social.
Sendo assim, a profissionalização e materialidade do Serviço Social implica a
expansão da produção e das relações sociais capitalistas, principalmente quando
estimuladas pela industrialização e urbanização, que trazem, no seu verso, a questão
social. (IAMAMOTO, 2011b).

No Brasil, as particularidades da nossa formação econômica, social, política e cultural


trazem as algumas peculiaridades próprias da nossa formação social, principalmente
referente as desigualdades. Somos um país com uma forte herança colonialista e
patrimonialista, com parcos períodos de democracia e de fortes desigualdades.

Em meio a essa conjuntura e necessária atuação nas expressões da “questão social”


é que surge a profissionalização do Serviço Social, primeiramente na Europa e nos
Estados Unidos, e é somente na década de 1930 que o Serviço Social chega ao Brasil.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Em seu surgimento no Brasil, o Serviço Social está ligado como uma das estratégias
do empresariado e do Estado, com o suporte da Igreja Católica (YAZBEK, 2009, p.
129), com objetivo de regulação da vida social face à questão social. A consolidação e
a legitimação emergem-se principalmente pela ação social, assistencial e filantrópica
desempenhada pelo Estado com suporte da Igreja. Assim, mais uma vez destacamos
a ligação do surgimento do serviço social com os movimentos do mercado, do
Estado e da igreja católica:

(...) Igreja e o Estado, unidos pela preocupação comum em


resguardar e consolidar a ordem e a disciplina social, se
mobilizarão para, a partir de distintos projetos
corporativos, estabelecer mecanismos de influência e
controle a partir das posições da sociedade civil
(IAMAMOTO e CARVALHO, 2003, p. 156).

O Estado assume a responsabilidade com as sequelas da questão social, essas


passam agora a ser de ordem pública, porém sua resolução encontra-se na esfera
do indivíduo.

É a partir da criação do espaço sócio-ocupacional que explica-se a necessidade


histórica e social dos agentes. A gênese profissional explica-se a partir da criação do
mercado de trabalho, que são as políticas sociais.

PROFISSIONALIZAÇÃO

MERCADO DE TRABALHO / PS

VENDA DA FORÇA
DE TRABALHO

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

A profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à "evolução


da ajuda", à "racionalização da filantropia" nem à "organização da caridade"; vincula-
se à dinâmica da ordem monopólica

É só então que a atividade dos agentes do Serviço Social pode receber,


pública e socialmente, um caráter profissional: a legitimação (com uma
simultânea gratificação monetária) pelo desempenho de papéis, atribuições
e funções a partir da ocupação de um espaço na divisão social (e técnica)
do trabalho na sociedade burguesa consolidada e madura; só então os
agentes se reproduzem mediante um processo de socialização particular
juridicamente caucionada e reiterável segundo procedimentos
reconhecidos pelo Estado; só então o conjunto dos agentes (a categoria
profissionalizada) se laiciza, se independentiza de confessionalismos e/ou
particularismos. A emergência profissional do Serviço Social é, em termos
histórico-universais, uma variável da idade do monopólio; enquanto
profissão, o Serviço Social é indivorciável da ordem monopólica — ela
cria e funda a profissionalidade do Serviço Social.

FONTE: Netto, J. P. Capitalismo monopolista e serviço social. 7. ed. São Paulo:


Cortez, 2009.

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Reprodução das Relações Sociais

Segundo Marilda Vilela Iamamoto, o significado social dessa profissão situa-se


com a mesma como um dos elementos que participa da reprodução das relações
de classes e do relacionamento contraditório entre elas.

Por isso se faz necessário entender a profissão sob dois ângulos, sendo estes
relacionados em unidade e de forma contraditória.

como realidade vivida e


representada na e pela
consciência de seus a atuação profissional como
agentes profissionais atividade socialmente
expressa pelo discurso determinada pelas
teórico-ideológico sobre circunstâncias sociais
o exercício profissional objetivas que conferem uma
direção social à prática
profissional, o que condiciona
e mesmo ultrapassa a
vontade e/ou consciência de
seus agentes individuais.

FONTE: IAMAMOTO, M. CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil.

MARILDA IAMAMOTO

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Igreja Católica
O serviço social no Brasil surgiu na década de 1930. Para atender as novas
situações que vivia o país com o processo de industrialização/
urbanização.

Questão Social - a gênese do Serviço Social


Com o processo de industrialização da década de 1930, e assim, de agudização das
expressões da “questão social” no capitalismo monopolista, como forma de
intervenção da Igreja Católica, do Estado e do Mercado nos “problemas sociais”.

Concepção da Questão Social


A questão social não é senão as expressões do processo de formação e
desenvolvimento da classe operária e de se ingresso no cenário político da
sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e
do Estado. Se trata do processo de acesso desigual a riqueza socialmente
produzida, ou seja, aqueles/as que produzem a riqueza não acessam o que
produzem, o que recebem é troca é um salário, que não condiz a toda sua energia
metabólica gasta no processo de produção.

Evidente, essa operação de "exploração" não ocorre por vontade ou ingenuidade


desses que produzem. É que no processo histórico, essa á única possibilidade para
muitos por não possuírem os meios de produção e necessitarem de condições
objetivas para tal.

A questão social, portanto, carrega no seu cerne um acesso desigual a riqueza, mas
isso não é o suficiente para a sua existência como tal. É quando os que produzem a
riqueza (classe trabalhadora) denuncia na cena pública (através de greves, protestos
e afins) que a sua situação é a de explorado pela minoria (classe burguesa, que a
questão social se torna uma questão pública, por tanto, de todos. Afinal, alguém tem
que se responsabilizar por isso.

"A manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição


entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir
outros tipos de intervenção mais além da caridade e
repressão”. (CARVALHO e IAMAMOTO, 1983, p. 77)

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Mas para Iamamoto questão social vai muito além de desigualdade. Segunda a autora
esta é também rebeldia, "por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a
elas resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção
da rebeldia e da resistência que trabalham os assistente sociais, situados nesse
terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou
deles fugir porque tecem a vida em sociedade”. (IAMAMOTO, 2011, p. 28).

Igreja - A Reação Católica


Uma das instituições mais importantes da sociedade ocidental sempre foi a Igreja
Católica. Desde a chamada Era Medieval, a Igreja tinha um amplo poder ideológico e
econômico, afinal, possuía grande parte das terras que eram "concedidas" aos
representantes de Deus na Terra: os reis feudais.

Apesar de um período longo na história da humanidade, a era medieval e a sua


continuação, o absolutismo, não durou para sempre. Com a crescente necessidade
de expansão comercial, os burgos (comerciantes) passam a travar uma guerra
econômica e política contra as monarquias para ter maior liberdade de trânsito.

A chamada burguesia tinha o interesse de desmontar estruturas privilegiadas pelo


reinado e criar um sistema onde os indivíduos fossem autodeterminados e não mais
determinados pelo Deus da Igreja Católica ou pelo seu representante maior: o
monarca e seus aliados de sangue azul.

Esse pequeno contexto histórico é para ilustrar como a revolução burguesa era
arrojada: além de depor a monarquia e instituir o próprio sistema econômico e
político, esta também almejava uma primazia ideológica baseada na teoria social, na
centralidade do homem e na criação humana por excelência. Para a burguesia era
hora de dar um fim a "Idade das Trevas" e iniciar a "Era das Luzes", ou para os íntimos:
o iluminismo.
E agora pense comigo: quantos reis restam no mundo? Pois é, a burguesia saiu
vitoriosa. Esta foi gerando um novo modelo econômico baseada no comércio e em
capital, por isso denominamos o sistema atual de Capitalismo. Assim, uma nova
classe dominante foi surgindo para compor esse novo modelo de organização social,
e essa classe é a classe burguesa.

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Mas voltemos a Igreja, afinal, ela não deixou de existir, mas podemos observar que
essa mudança de formatação social retirou poder essa instituição que antes era
soberana, seja a Igreja Católica, sejam os seus rachas, a Igreja Anglicana e a
Protestante.

A Igreja Católica tinha então uma tarefa missionária, e também política, de retomar o
seu poder ideológico, político, e claro, econômico. Assim surge, em resumo a
chamada reação católica.

Igreja - A Reação Católica

O objetivo da Reação Católica era retomar o prestígio dessa instituição. O objetivo


era recristianizar a sociedade, buscar se estabelecer hegemonicamente para
conquistar seu poder perdido com a ascensão do capitalismo/liberalismo e do
estabelecimento de novas vertentes religiosas.

Para essa retomada da moral e do prestígio da Igreja Católica, a intelectualidade


Católica se organizará, adaptando a realidade brasileira ao que traziam as encíclicas
papais de cunho social, a Rerum Novarum e a Quadragésimo Anno.

ENCÍNCLICAS
PAPAIS

Rerum Novarum Quadragésimo


(1891) Anno (1931)

O objetivo da Reação Católica era retomar o prestígio dessa instituição. O objetivo


era recristianizar a sociedade, buscar se estabelecer hegemonicamente para
conquistar seu poder perdido com a ascensão do capitalismo/liberalismo e do
estabelecimento de novas vertentes religiosas.

Para essa retomada da moral e do prestígio da Igreja Católica, a intelectualidade


Católica se organizará, adaptando a realidade brasileira ao que traziam as encíclicas
papais de cunho social, a Rerum Novarum e a Quadragésimo Anno.

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A ação social feminina se concentrava em duas importantes frentes: a educação e a


assistência social, sendo que em algumas obras as duas frentes eram indissociáveis,
como a educação social e doméstica para as mulheres pobres.

A ação católica (e aqui principalmente as mulheres) se propunha a ser uma


alternativa viável e e supra partidária em um cenário de divisões politicas e lutas de
classe. A proposta era ser TERCEIRA via, como um contraponto ao liberalismo e
comunismo em um cenário de incertezas com a industrialização.

As ações da igreja eram


antiliberais e anticomunistas.

A ação católica não era assistência pura e simples, mas sim uma AÇÃO SOCIAL,
UMA AÇÃO POLÍTICA. Essa via a questão social como um problema individual,
moral e religioso e buscava assim “remédios” para solucionar esse "problema
social", entre eles a educação e a intervenção social no sentido de correção e de
ajuste do que então se denominava “males sociais”, advindos das profundas
transformações econômicas e sociais do capitalismo industrial e que afetaram de
forma mais contundente as famílias das classes trabalhadoras.

“A profissão não se caracteriza apenas como nova


forma de exercer a caridade, mas como forma de
intervenção ideológica na vida da classe
trabalhadora, com base na atividade assistencial;
seus efeitos são essencialmente políticos; o
enquadramento dos trabalhadores nas relações
sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração
entre capital e trabalho.”

(IAMAMOTO, 2011, p.20)

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A Igreja de utilizada do método VER →


JULGAR →
AGIR e catalisa com a criação
do CEAS (Centro de Estudos e Ação Social) em 1932 em São Paulo.

Essas são assim as protoformas do Serviço Social: uma ação bondosa, militante e
católica, portanto, que prezava pela dignidade do humano.

Igreja - Doutrinarismo

A primeira aproximação do serviço social com algum referencial filosófico foi com
a perspectiva (neo)tomista, de cunho humanista conservador. Isso se dava
também porque havia uma forte relação entre Estado e Igreja na conjuntura que
culminou no golpe de estado de 1930. Assim, a Igreja Católica era responsável
pelos conteúdos ensinados aos primeiros assistentes sociais, haja vista o trato
moral que era dado à questão social.

Os primeiros assistentes sociais atuam numa perspectiva educadora, moralizadora,


punitivista e reformadora. O objetivo era fazer uma reforma intelectual e moral
naqueles trabalhadores, principalmente os radicais que se rebelavam contra os
patrões.
O grande mal da sociedade estava no afundamento moral e comportamental dos
valores, no desequilíbrio das classes e no radicalismo do socialismo. O objetivo era a
construção de uma unidade que negasse tanto o comunismo como o liberalismo

O Assistente Social deveria, assim: ser uma pessoa da mais


íntegra formação moral, que a um sólido preparo técnico
alie o desinteresse pessoal, uma grande capacidade de
devotamento e sentimento de amor ao próximo; deve ser
realmente solicitado pela situação penosa de seus irmãos,
pelas injustiças sociais, pela ignorância, pela miséria, e a esta
solicitação devem, corresponder as qualidades pessoais de
inteligência e vontade. Deve ser dotado de outras tantas
qualidades inatas, cuja enumeração é bastante longa:
devotamento, critério, senso prático, desprendimento,
modéstia, simplificando, comunicatividade, bom humor,
calma, sociabilidade, trato fácil e espontâneo, saber
conquistar a simpatia, saber influenciar e convencer etc.
Será portanto, indispensável para o recrutamento dos futuros
assistentes critérios bem definidos. Desde sua fundação, a
Escola de Serviço Social de São Paulo apresenta como
exigência funcional para matrícula: 1. ter 18 anos completos e
menos de 40; comprovação de conclusão do curso
secundário; apresentação de referências de 3 pessoas
idôneas; submeter-se a exame médico”.
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2007, p. 221).
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A/o Assistente social tinha que ser uma pessoa íntegra, devotada, comunicativa, ter
formação moral e preparo técnico e nutrir sentimento de amor ao próximo eram
características desejadas para o assistente social.

Cabe ainda assinalar, que nesse momento, a questão social é


vista a partir de forte influência do pensamento social da
Igreja, que a trata como questão moral, como um conjunto de
problemas sob a responsabilidade individual dos sujeitos que
os vivenciam, embora situados dentro de relações
capitalistas. Trata-se de um enfoque individualista,
psicologizante e moralizador da questão, que necessita para
seu enfrentamento de uma pedagogia psicossocial, que
encontrará no Serviço Social efetivas possibilidades de
desenvolvimento. (Yazbek, 2000, p. 92)

CARMELITA YAZBEK

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Primeiras Escolas

A primeira escola de Serviço Social surge em 1936, em São Paulo, instituída pelo
CEAS. Atualmente é a PUC-SP.
Em 1937, surge a escola do Rio de Janeiro e posteriormente em Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A formação era assim atrelado ao conservadorismo e ao humanismo-conservador,


com influência do (neo)tomismo (a chamada INFLUÊNCIA FRANCO-BELGA). Até 1950,
a Igreja Católica teve influência direta na formação.

Tem um caráter doutrinário e conservador (não científico). A abordagem que se


tem da questão social a partir disso é que esta deve ser tratada como problema
moral e religioso, com o objetivo de “integrar o indivíduo ao meio”.

A lógica é de ajustamento de conduta e de mudanças de comportamentos do


indivíduo supostamente “inadequado” a ordem.

Configura-se, assim, um caráter missionário à atividade


profissional, como meio de fazer face aos imperativos da
justiça e da caridade, dentro da perspectiva de
profissionalização do apostolado social segundo
parâmetros técnicos e modernizadores, numa sociedade
secularizada, ameaçada pelo liberalismo e pelo
comunismo. (Iamamoto e Carvalho, 2013, p. 90)

Características do Neotomismo

O bem-comum Perfectibilidade humana

O ajustamento dos Dignidade da


indivíduos, que eram clientes pessoa humana

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ANOTAÇÕES

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Conservadorismo

O conservadorismo será, pois, uma marca fundante da emergência do Serviço Social


brasileiro e não significa apenas a presença de ideias conservadoras e
antimodernas resultantes da herança intelectual do século XIX, mas de ideias que,
atualizadas, se transformam em bases de manutenção da ordem capitalista.

É necessário assinalar que esta matriz se encontra na gênese


da profissão em toda a América Latina, embora com
particularidades diversas como, por exemplo, na Argentina e
no Chile, onde vai somar-se ao racionalismo higienista (ideário
do movimento de médicos higienistas que exigiam a
intervenção ativa do Estado sobre a questão social pela
criação da assistência pública, que deveria assumir um amplo
programa preventivo na área sanitária, social e moral).
(Yazbek, 2009b, p. 131)

Serviço Social: Institucionalização e o


positivismo
Década de 1940 - A Institucionalização

Na década de 1940, tivemos no Brasil o início do processo de institucionalização


do serviço social, com a criação das primeiras instituições sociais que acolheram o
serviço social.

Dentre as referidas instituições, mencionadas por Iamamoto & Carvalho (1982),


destacam-se: A Legião Brasileira de Assistência (LBA), o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e a Fundação
Leão XIII.

Implica um processo de legitimação e institucionalização da profissão e dos


profissionais de Serviço Social.

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A Legião Brasileira de
Assistência – LBA,
dentre outras ações,
consolidou e expandiu
o ensino especializado Na estrutura do Serviço
de Serviço Social. Nacional da Indústria – SENAI, o
Assistente Social aparece como
coordenador e, no quadro
teórico do projeto de prática
institucional, contribui para o
reforço da dominação de classe
e do aumento da taxa de
exploração.

No Serviço Social da
Indústria – SESI, o
Serviço Social se
organiza como um
trabalho coletivo
entre assistentes
sociais e entre esses e
outros profissionais.

Ocorre nesse período a chamada tecnificação do Serviço Social, e isto ocorre com a
aproximação junto ao Serviço Social norte-americano e suas propostas de trabalho
com a teoria positivista.

É importante destacar, que o POSITIVISMO é o


primeiro aporte teórico da profissão.

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Institucionalização e o positivismo

Conforme Iamamoto, mesmo adotando as técnicas e influência positivista, a


profissão NÃO deixa de lado a influência católica.

Ocorre segundo a mesma um chamado “arranjo teórico doutrinário”, ou seja, uma


junção do pensamento conservador positivista com o pensamento doutrinário
neotomista.

O positivismo trabalha com as relações aparentes dos fatos, do enquadramento do


sujeito à sociedade. Esse método dá base para o chamado Serviço Social de Caso
(1956) e posteriormente de grupo e comunidade.

É a perspectiva positivista que restringe a visão


de teoria ao âmbito do verificável, da
experimentação e da fragmentação. Não aponta
para mudanças, senão dentro da ordem
estabelecida, voltando‐se antes para ajustes e
conservação. (Yazbek, 1984, p. 71)

Positivismo

Segundo YAZBEK: A hipótese fundamental da perspectiva positivista é de que a


sociedade é regida por leis naturais, invariáveis, independentes da vontade e da
ação humana.

Seu pressuposto é de que essas leis regulam o funcionamento da vida social,


econômica e política. Nesse sentido, os métodos para conhecer a sociedade são os
mesmos utilizados para conhecer a natureza (ciências da natureza são objetivas,
neutras, livres de juízo de valor, de ideologias políticas, sociais ou outras) (Lowy,
2009).

O método positivista trabalha com as relações aparentes dos fatos. Trabalha, pois,
com o imediato, o observado. Contesta o teológico e o metafísico. Busca a
regularidade e a invariabilidade. Circunscreve os objetos em uma perspectiva
formalista.

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Características do Positivismo

O método positivista
trabalha com as relações
Apreensão
aparentes dos fatos, evolui
manipuladora,
dentro do já contido e
instrumental e imediata
busca a regularidade, as
do ser social.
abstrações e as relações
invariáveis.

No processo de institucionalização, muda-se também a clientela da profissão,


passando de pequenos segmentos pobres para o atendimento do proletariado e
sua família. Visto que essa ampliação do Estado ocorre para “controlar” o
crescente movimento operário.

Essa profissionalização se dá, em resumo, porque aumenta-se o mercado de


trabalho (que não é consolidação) para o/a Assistente Social, devido a
ampliação do Estado no trato da questão social.

Serviço Social de caso, grupo e comunidade


A fonte norte-americana
O Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana a partir de intercâmbio
realizado com as Assistentes Sociais brasileiras.

A influência norte-americana de Mary Richmond iniciou-se no Serviço Social


brasileiro com o processo de profissionalização, quando a partir da inserção do
serviço social nas grandes empresas o conhecimento doutrinário, moralista e
paroquial já não dava conta mais da necessidade de mercado e da complexidade da
contradição capital x trabalho. Assim, iniciou-se um intercâmbio com os profissionais
dos Estados Unidos na busca de “cientificizar” a profissão.

Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.

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Baseia-se no tecncismo, bebe na fonte da psicanálise e sociologia de base


positivista e funcionalista/sistêmica com a supervalorização da técnica,
considerada autônoma e como um fim em si, e com base na defesa da
neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de
Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”.
Contudo, esse aporte teórico, que num primeiro momento, foi buscado no viés
positivista e funcionalista/sistêmico, não abandonou o doutrinarismo, ocorrendo o
que Iamamoto denomina como arranjo técnico-doutrinário.

Serviço Social de Caso

Mary Richmond aborda em diagnóstico social uma proposta de estudo se dá em


três passos:

Tratamento
Entrevista
(intervenções/
(conhecimento/ Diagnóstico social
ajustes das
coleta)
disfunções)

O Serviço Social de Caso orientava-se pelas teorias de Mary Richmond, Porter Lee e
Gordon Hamilton, cuja preocupação centrava-se na personalidade do cliente. O
trabalho orientado por essas teorias buscava conseguir mudanças no indivíduo, a
partir de novas atividades e comportamentos. O indivíduo era visto como o elemento
que deveria ser trabalhado, no sentido de ajustá-lo ao meio social e fazê-lo cumprir
bem seu papel no sistema vigente.

O Serviço Social de Casos é o processo que desenvolve a


personalidade através de um ajustamento consciente, indivíduo por
indivíduo, entre os homens e seu ambiente. (RICHMOND, 1915)

Para ela há a centralidade no diagnóstico social, ferramenta de apuramento da


verdade sobre a pessoa em atendimento. O diagnóstico social é uma tentativa para
se formar um juízo tão exato quanto possível da situação e da personalidade dum ser
humano que tenha qualquer necessidade social, situação e personalidade, estas em
relação aos outros seres humanos de quem ele dependa ou que dependam dele e em
relação também às instituições sociais de sua comunidade. (RICHMOND, 1950, p.
305). Mas lembre-se, o diagnóstico é um aparato técnico do profissional, que até
então não tinha aporte metodológico.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Assim, o central no Serviço Social de caso é o aconselhamento, de tal modo que seja
desenvolvida a capacidade psicológica do cliente e seja levado a utilizar-se dos
serviços existentes para atender a seus problemas

define o Serviço Social como um conjunto de


técnicas que tem por objetivo reajustar a
personalidade humana, no sentido do seu pleno
desenvolvimento físico, intelectual, moral e
social com o fim de tornar o homem mais feliz e
proporcionar maior bem-estar à comunidade
(RICHMOND APUD FALEIROS, 2011A, p. 749)

Essa abordagem psicossocial traz o indivíduo como centro do atendimento.

O campo específico de ação do Serviço Social de casos seria o “desenvolvimento da


personalidade do indivíduo”, ocupando-se de estabelecer melhores relações
sociais, tratando o indivíduo um a um no círculo íntimo da família” (RICHMOND, 1950)

Serviço Social de Grupo

O Serviço Social de Grupo também é focado no indivíduo, mas este principalmente


em sua relação com o meio. Este método era utilizado em uma perspectiva
educacional, na medida em que procurava fortalecer a personalidade individual,
através da ênfase dada à capacidade de liderança, à tomada de decisão e ao
aspecto psicossocial. Dentro dessa perspectiva, pode-se dizer que o Serviço Social
de Grupo ajudava os indivíduos a se auto-desenvolverem e a se ajustarem aos
valores e normas vigentes no contexto social em que estavam inserido.

As bases do Serviço Social de Grupo estão intimamente ligadas aos movimentos de


auto-ajuda. O enfoque “terapêutico” e disciplinador dado ao trabalho desenvolvido
junto a grupos facilita o processo de integração-adaptação, porque ele contém o
comportamento do homem inadequado, desequilibrado, sem, no entanto, rever
questões sociais mais profundas. Nesse sentido, o problema está no homem, não na
sociedade. O Serviço Social de Grupo era, então, definido como:

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Um método do SS que ajuda os indivíduos a aumentarem o seu


funcionamento social, através de objetivas experiências de grupo e a
enfrentarem, de modo mais eficaz os seus problemas pessoais, de grupo ou
de comunidade (...) uma prática que visa minorar o sofrimento e melhorar o
funcionamento pessoal e social de seus membros, através de específica e
controlada intervenção de grupo, com a ajuda de um profissional.
(KONOPKA, 1979, p. 33 e 45)

Serviço Social de Comunidade

O motivo de integração claramente não apenas um problema moral, mas,


também, um problema político. O motivo de querer a integração do sujeito ao
meo tinha como objetivo a conquista política e ideológica, portanto, a adesão da
população aos projetos de desenvolvimentismo nacional.

1950 - Desenvolvimentismo

Isso influência a profissão a partir do DESENVOLVIMENTO DE


COMUNIDADE.

O que precisamos saber disso, é que é um misto conformismo


e crítica, que tem como proposta a integração social.

Há a implementação de uma política de modernização, e a


comunidade é vista como um meio para disseminá-la. Assim,
uma logica bastante “funcionalista”/sistêmica.

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1950 - Nacional Desenvolvimentismo

No Brasil, o trabalho do serviço social na área de desenvolvimento de comunidade


ocorreu sob influência de programas da Organização das Nações Unidas (ONU) e
de outros organismos internacionais, cuja estratégia era integrar os esforços da
população aos planos nacionais e regionais de desenvolvimento. Nesta época
permanece o serviço social de caso, grupo e comunidade.

Objetivo geral: a pessoa humana e a busca de sua


perfeição sobrenatural -> progresso nacional

1960 - Ebulição política


A sociedade brasileira vivia um apelo social pelas chamadas reformas de base, e
o serviço social acompanha os apelos da maioria da população, principalmente
através dos estudantes, visto que é marca da época uma boom do movimento
estudantil.

Aprofunda-se a perspectiva desenvolvimentista e reformista, que influência


sobremaneira a profissão. O serviço Social se articula com o debate das Ciências
Sociais, principalmente na perspectiva crítica. Também com a esquerda cristã.

Contudo, as reformas de base não deram prosseguimento: as reformas


democrático-populares incomodava a elite ligada ã burguesia internacional. Com
isso, uma operação burguesa e militar coadunou no Golpe Militar de 1964, que
instaurou uma ditadura militar e iniciou um processo de perseguição política e
ideológica às ideias progressistas

Não é coincidência que essas mudanças trarão várias mudanças societais e na


profissão. Inicia-se nesta década (1960) e aprofunda-se na década de 1970 a
chamada erosão do serviço social tradicional.

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ANOTAÇÕES

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Movimento de Reconceituação
Esse processo é considerado tipicamente latino-americano, no
Brasil, ocorre em finais da década de 1960 e perdura na década
de 1970. Iamamoto define como período histórico 1965-1975.

Com efeito, a reconceptualização está intimamente


vinculada ao circuito sócio político latino-americano da
década de 60: a questão que originalmente a comanda é a
funcionalidade profissional na superação do
subdesenvolvimento. Indagando se sobre o papel dos
profissionais em face de manifestações da questão social,
interrogando-se sobre a adequação dos procedimentos
profissionais consagrado às realidades regionais e nacionais,
questionando-se sobre a eficácia das ações profissionais e
sobre eficiência e legitimidade das suas representações,
inquietando-se com o relacionamento da profissão com os
novos atores que emergiu na cena política
(fundamentalmente ligado às classes subalternas) [...]
surgimento de novos protagonistas sócio-políticos, da
revolução cubana, [...] (NETTO, p. 146)

Mas, antes de adentrarmos nos pormenores do Movimento de


Reconceituação/Renovação, é importante dizer que ele não surge de forma aleatória
na história do serviço social latinoamericano, aliás, lembre-se que historicamente o
serviço social foi baseado em teorias importadas, sejam de origem franco-belga, seja
de origem norteamericana. O cenário nacional requisitava conhecimentos mais
populares para a conjuntura de um país de sub-desenvolvimento, assim, inicia-se o
processo de erosão do serviço social tradicional, também impulsionado pela
conjuntura política progressista da época.

Ademais, outro fator é basilar para o rompimento com o serviço social tradicional: a
subalternidade técnica que este impunha ao serviço social. A categoria se começava
a se ver além de um mero executor terminal das políticas sociais a partir de seu
ingresso no circuito universitário e, especialmente, político.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Segundo Netto (2011), existem três elementos relevantes para detectar a erosão do
Serviço Social Tradicional:

c r o n ia a insuficiência
a d is s in s a suba
lternid
c om a da formação e xe c u t a d e
ç õe s iv a
s o l ic it a â n e a s profissional
p or
c o n te m

Estes foram desdobrados durante o II Congresso Brasileiro de Serviço Social,


realizado no Rio de Janeiro em 1961.

A partir do processo de industrialização pesada e de ampliação desse novo mercado


de trabalho, trouxe novas exigências para o desempenho profissional. Obviamente
não se desloca da execução terminal das políticas sociais, mas se há novos
contornos para a legitimação das, o que requer um serviço social para além da
perspectiva abstrata e humanista avessa a programação organizacional.
Exige-se um assistente social moderno racional o que implica uma profunda
rotação dos mecanismos da formação de assistentes sociais.

Segundo José Paulo Netto, essa refuncionalização passa pelo rompimento com o
confessionalismo, paroquialismo e o provincianismo que historicamente o serviço
social estava vinculado para dar conta dessa novas demandas.

Amadurecimento de setores da Desligamento de segmentos da igreja


categoria por causa de sua intenção em católica de seu conservadorismo e a
equipes multiprofissionais em outras aproximação imersão de católicos
instâncias como o próprio Estado progressistas

Referencial próprio de parte


Espraiar do movimento
significativa das ciências sociais
estudantil que faz o ingresso
imantadas por dimensões críticas e
nas escolas de serviço social
nacional-populares

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

O Movimento de Reconceituação

No Brasil, esse movimento de reconceituação teve diversas influências


teóricas, e em sua maioria no âmbito do CONSERVADORISMO, conforme
veremos a seguir. Por isso, observaremos duas etapas para esse movimento
de teorização e de inovação metodológica: a reconceituação, que seria uma
mudança no tom da adequação; e a renovação, que seria posterior com a
interlocução marxista.

Elementos de Renovação
Dentre os inúmeros elementos para uma reconceituação, podemos citar dois
principais, conforme Netto:
- A laicização, uma ruptura com os ideais da igreja católica;
- A inserção no circuito universitário a constituição de uma massa crítica, como
psicologia social, antropologia, ciências sociais etc.

Todo esse cenário, traz elementos base para uma mudança no serviço social, a saber:

Inaugura o pluralismo

Crescente diferenciações de
concepções da profissão

Constituição de segmentos de
vanguarda do âmbito acadêmico
(principalmente)

Inserção do serviço social no circuito e


polêmicas dos debates sociológicos e inicio
do corte de sua subalternidade técnica

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O ponto de partida para o Movimento de Reconceituação que se esboça em 1965


o que genericamente tem como objetivo expresso adequar a profissão as demandas
das mudanças sociais registradas ou desejadas no Marco continental [...].

Um marco simbólico do início desse movimento que foi marcado por vários
seminários foi I Seminário regional latino-americano de Serviço Social realizado em
Porto Alegre, em maio de 1965 com a participação de 415 participantes do Brasil
Argentina e Uruguai

(...) no processo em tela articulou-se uma


interação que se apoiava no explícito
reconhecimento da urgência de fundar
uma unidade profissional que respondesse
às problemáticas comuns da América
Latina - unidade construída
autonomamente e sem tutelas imperiais.
(Netto (2011, p. 150)

Conforme Scheffer, Closs e Zacarias (2019): No Brasil surgiram três vertentes


renovadoras a partir de 1967, que foram as seguintes: a Modernização
conservadora, impulsionada pelo Centro Brasileiro Intercâmbio de Serviços
Sociais (CBISS), com o Documento de Araxá (1967) e Documento de Teresópolis
(1971), cuja orientação teórica era o estrutural-funcionalismo norte–americano que
incentivava a adequação da profissão à tecnocracia ditatorial, alinhada ao
capitalismo imperialista; a Reatualização do Conservadorismo, que emerge na
metade dos anos 1970 na escola carioca de Serviço Social, com base na
Fenomenologia e no Existencialismo cristão; e a Intenção de Ruptura, que
surge em 1972, com inspiração nas teorias marxistas e freirianas sob o
denominado Método de Belo Horizonte, constituído sob a liderança da professora
Leila Lima Santos, da PUC-MG.

No Brasil, com o golpe que instaurou a ditadura militar em 1964 e com o AI-5 em
1968, as discussões políticas, democráticas e progressistas ficaram subsumidas ao
metodologismo, o que fez com que a priori a renovação ocorrece sobre a Tutela da
Ditadura até meados da década de 1970 e de maneira muito tímida.

Mnemônico para as tendências do Movimento de Reconceituação:


MO RE I

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MO dernização conservadora

RE atualização do conservadorismo

I nteção de ruptura

Datas Importantes

Seminário de Porto
Alegre
1965 Congresso da Virada 1979

1967 Seminário de Araxá 1982 Obra de Iamamoto

Método de BH 1972
Seminário de
Teresópolis
1970
Seminário do Alto da
Seminário de Sumaré Boa Vista

1978 1984

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Perspectiva Modernizadora

A Perspectiva Modernizadora é a primeira tendência do Movimento de


Reconceituação. O Núcleo central dessa perspectiva é a tematização do serviço
social como interveniente, dinamizador integrador no processo de
desenvolvimento. Aparece no sentido de adequação, utilizando um conjunto de
técnicas e instrumentos sociais para ser operacionalizado junto ao
desenvolvimento capitalista

A marca principal desta vertente é a ADEQUAÇÃO ideológica do Serviço Social ao


desenvolvimentismo, e por isso marcada pelas perspectivas FUNCIONALISTAS,
SISTÊMICAS e também de matriz POSITIVISTA.

[...] uma perspectiva modernizadora para as


concepções profissionais - um esforço no sentido de
adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de
intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a
ser operacionalizado no marco de estratégias de
desenvolvimento capitalista, às exigências
postas pelos processos sócio-políticos
emergentes no pós-64.
(NETTO, 2005, p. 154)

A Perspectiva Modernizadora tem seu ápice por meio de documentos fundamentais:


os seminários de Araxá (1967) e Teresópolis (1970) organizados pelo CBCISS
(Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviço Social). Percebe-se a
preocupação dos profissionais de Serviço Social com o aperfeiçoamento do
instrumental operativo com os procedimentos metodológicos e técnicos, como
também com os padrões de eficiência.

Teresópolis – (cristalização)
Araxá – (afirmação) requalificação profissionais para
transformismo e recuperação o planejamento, administração...
do Serviço Social de Caso, Ressitua o Assistente social
Grupo e de DC, desde que como funcionário do
funcionais à mudança e ao desenvolvimento. Um cariz mais
desenvolvimento. Ainda operativo para a determinação
discute valores/sentido. de formas instrumentais/
operacionalidade

No de Araxá, consideramos como a afirmação da perspectiva modernizadora, no de


Teresópolis, a cristalização desta. Já nos Seminários de Sumaré e do Alto da Boa
Vista, inicia-se o processo de deslocamento desta perspectiva.

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Reatualização do Conservadorismo
Esta é a segunda tendência identificada por José Paulo Netto no movimento de
reconceituação, esta recupera elementos da herança histórica e conservadora do
Serviço Social, mas com uma roupagem que se declara nova, “supunha
reatualizar o conservadorismo, embutindo-o numa ‘nova proposta’, ‘aberta’ e
‘em construção’” (NETTO, 2005, p. 203)

Essa tendência é bastante complexa pois carrega na dualidade a insistência da


cientificidade e da dialética de ruptura com o positivismo/funcionalismo mas de
continuidade de certos elementos do serviço social tradicional. A inspiração
desta perspectiva é a fenomenologia, segundo Netto “a demanda do aporte
teórico do pensamento fenomenológico surge como a faceta mais proeminente
das colocações significativas dos autores” Utiliza-se da metodologia dialógica,
que envolve a pessoa humana e a comunidade, assim esta vai priorizar as
concepções de pessoa, diálogo e transformação social (dos sujeitos). Tem um
apego e viés psicologizante.

Se manifesta no interior da complexa dialética de ruptura e


continuidade com o passado profissional, sem prejuízo dos
elementos renovadores que apresenta. (NETTO, 2005)

Essa perspectiva se faz legatária de características que conferiram a profissão traço


microscópico de sua intervenção, mas o faz sobre um verniz de modernidade com
matrizes intelectuais mais sofisticadas.

Segundo José Paulo Netto, ao conceder relevo destacado as dimensões da


subjetividade, ela atende as requisições fortemente psicologista que surgem amplos
estratos profissionais cujo desempenho travejando por um ecletismo abstrato
cuidado no circuito da ajuda psicossocial. Essa perspectiva ainda se reveste de um
caráter de cientificidade, propondo análises rigorosas em nome da “compreensão”.
Mas, quanto ao positivismo, sem dúvidas a reatualização do conservadorismo o
recusa, mas é inegável o retorno ao microscópico.

"[...] trata-se de uma 'cientificidade' evanescente,


onde, em nome da 'compreensão', dissolvem-se
quaisquer possibilidades de uma análise rigorosa e
crítica das realidades macrossocietárias e,
derivadamente, de intervenções profissionais que
possam ser parametradas e avaliadas por critérios
teóricos e sociais objetivos".
(NETTO, 2005, p. 154)

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Seminário de Sumaré

Foi relacionado três questionamentos interdependentes:

O Serviço Social numa


O Serviço Social a partir
perspectiva do O Serviço Social
de uma abordagem de
método científico de a partir de uma
compreensão, ou seja,
construção e abordagem
interpretação
aplicação do Serviço dialética
fenomenológica do
Social;
estudo científico do
Serviço Social

Teve como foco principal a discussão sobre a cientificidade. Nele, o serviço social
deveria enfrentar três temas básicos: a relação do serviço social com a
cientificidade, a fenomenologia e a dialética.

O Movimento de Reconceituação possui 3 claras perspectivas:

Perspectiva Reatualização do
Modernizadora Conservadorismo Intenção de Ruptura
(tendência (tendência (tendência marxista)
funcionalista) fenomenológica)

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Intenção de Ruptura

A terceira dimensão trazida por José Paulo é um contraponto, mesmo que


inicialmente tímido, as já explicitadas modernização e reatualização do
conservadorismo. Diz respeito à pretensão de romper com a tradição positivista e
com a direção do reformismo conservador.
Tem como central a crítica ao tradicionalismo da profissão, assim tem pretensão de
romper com o conservadorismo na profissão. Podemos destacar dois elementos
principais dessa perspectiva: o método de BH e a reflexão de Iamamoto. Um outro marco
simbólico: Congresso da Virada de 1979.

“A perspectiva de intenção de ruptura deveria construir-se


sobre bases quase que inteiramente novas; esta era uma
decorrência do seu projeto de romper substantivamente com
o tradicionalismo e suas implicações teórico - metodológicas
e prático-profissionais” (NETTO, 2005. p. 250)

Sua emersão é baseada principalmente no método Belo Horizonte que surgiu na


Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais elaborado por
jovens profissionais preocupados em dar uma nova visão ao Serviço Social,
“elaboraram (...) uma alternativa que procura romper com o tradicionalismo no plano
teórico-metodológico, no plano da intervenção profissionais e no plano da formação”
(NETTO, 2005, p. 263).

Caracteriza-se também pelo reforço a teoria marxista, principalmente o “marxismo


acadêmico”, que se desenvolve no correr do tempo com a crise da ditadura militar.
Mas a intenção de ruptura ganhou realmente corpo com a publicação da pesquisa e
obra de Marilda Iamamoto – Relações Sociais e Serviço Social no Brasil, que
representa uma efetivo diálogo com a perspectiva crítica marxista.

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Contudo, é válido destacar que em um primeiro momento a intenção de ruptura


ocorreu de forma deveras tímida, especialmente por causa do cenário de censura e
da ditadura militar. Identifica-se, nas referências teóricas, a ausência das fontes
originais do pensamento de Marx no método de BH, portanto, não possui base na
apreensão do método e das categorias centrais para o desvendamento das relações
sociais.

A aproximação ao marxismo nesta época se deu, principalmente, através de sua


influência política e maoísta (por causa da revolução chinesa). Isso claramente não
torna menor a participação do marxismo acadêmico, mas sim, talvez ainda enviesado.

Quiroga (1989) qualificou como uma “invasão às ocultas” do positivismo no marxismo


incorporado no seu referencial teórico-metodológico.

O traço eclético que preside os fundamentos teóricos que


sustentam o ‘Método Belo Horizonte’ explica aquela ‘invasão’:
o estruturalismo althusseriano, o marxismo difundido a partir
da II Internacional, haurido em manuais de ‘marxismo-
leninismo’ na sua versão tida como ‘oficial’; a inspiração
maoísta presente na análise das relações entre teoria e
prática, redundando num empirismo inconteste
expresso na máxima: ‘a prática como fonte de teoria’,
tal como ali é trabalhada.
(Iamamoto, 2015, p. 11)

[...] a denúncia do conservadorismo do Serviço Social não surgiu


repentinamente – na verdade, desde a segunda metade dos anos sessenta
(quando o Movimento de Reconceituação, que fez estremecer o Serviço
Social na América Latina, deu seus primeiros passos), aquele
conservadorismo já era objeto de problematização. O trânsito dos anos
setenta aos oitenta, porém, situou esta problematização num nível diferente
na escala em que coincidiu com a crise da ditadura brasileira, exercida,
desde 1º de abril de 1964, por uma tecnoburocracia civil
sob tutela militar a serviço do grande capital.
(NETTO, 1999, p. 9).

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O III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado em 1979 em São


Paulo, também constitui um marco no desenvolvimento e no processo de
renovação da profissão devido à crítica ao conservadorismo e à autocracia
burguesa, pelo contributo no processo de politização e mobilização da categoria
e da comunidade acadêmica do serviço social e pela aproximação com a classe
trabalhadora.

É considerado um dos maiores marcos políticos da profissão. É consequência de


um processo de acúmulo teórico e político do movimento de renovação do
serviço social, da inserção do serviço social da vida acadêmica e na pós-
graduação o que possibilitou a construção de uma massa crítica e energizou a
luta política da categoria a vinculada de forma orgânica com os interesses e
necessidades da classe trabalhadora. Nesse congresso, a mesa que sempre era
composta por representantes militares foi destituída e ocupada por
representantes dos trabalhadores.

Reprodução da fotografia apensa à matéria “O início


de fato do III CBAS”, com a seguinte legenda: os
assistentes sociais protestam e reivindicam. Publicada
no Jornal do III CBAS, em 23 de setembro de 1979,
página 3, fotografia de Nelson Correa. Acervo CFESS.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

1980 - muitos avanços e a influência do Marxismo

É instituído o código de ética de 1986, que rompe com o conservadorismo e a


ética da neutralidade.
Ocorre uma forte movimentação e articulação política devido a
redemocratização da sociedade brasileira, que tem como fruto a Constituição
Federal de 1988.

O cenário da década de 1980 é de bastante avanço, especialmente por causa


do fim da ditadura militar. Com o avanço da pós-graduação, da produção de
conhecimento e da interlocução com o marxismo, o serviço social passa a
aprimorar suas análises, especialmente, nesta década, com a contribuição da
Marilda Vilela Iamamoto. Ela trouxe várias importantes chaves de leitura para
compreender a profissão a partir da totalidade social, de uma profissão
inserida na divisão sóciotécnica do trabalho. A saber, destaco algumas de suas
análises que se tornaram verdadeiros patrimônios do Serviço Social brasileiro.

A contribuição de Iamamoto:

A profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho e atuando na reprodução das


relações sociais

Inserir a prática profissional na história da sociedade, e portanto, a necessidade de romper com


a endogenia

O desafio de ultrapassar o messianismo e o fatalismo

Compreender o/a Assistente Social como trabalhador assalariado

A relativa autonomia profissional

O fio contraditório que permeia a profissão e o caráter essencialmente político da intervenção.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

As rupturas e continuidades com o conservadorismo: a


hegemonia da análise crítica sobre a profissão.
Nas protoformas do Serviço Social, a prática profissional era posta como uma nova
forma de exercer caridade e possuía uma ação educativa, tanto curativa como
preventiva dos problemas sociais, que eram vistos por uma perspectiva
conservadora.
O Serviço Social afirma e reafirma o conservadorismo em seu surgimento,
havendo resquícios até os dias atuais dessa perspectiva. Quando o projeto de
ação profissional do/a assistente social é conservador, há um caráter missionário
e tecnicista, tendo como base filosófica aristotélico-tomista. Ademais, nota-se
uma prática profissional que culpabiliza os usuários, que tem a pobreza como
uma anomalia social, rotulando a população e reforçando a política de controle
social, sendo assim uma prática repressiva.

Em meados da década de 1960, em um contexto de repressão e autoritarismo


brasileiro, a prática profissional do/a Assistente Social foi posta em discussão. O
Movimento de Reconceituação do Serviço Social questionou a perspectiva
meramente modernizadora da profissão. E isso foi um grande passo para a
ruptura com essa herança. No conservadorismo há uma reinterpretação de ideias,
sendo, então, o passado interpretado como virtualmente presente.

Para a Igreja, a “questão social”, antes de ser


econômico-política, é uma questão moral e religiosa.
(...) A intervenção do Estado na “questão social” é
legítima, já que este deve servir ao bem comum. O
Estado deve assim preservar e regular a propriedade
privada, impor limites legais aos excessos da
exploração da força de trabalho e, ainda, tutelar os
direitos de cada um, especialmente dos que
necessitam de amparo. (Iamamoto, 2004, p. 18-19)

Conforme vimos, foi na Intenção de Ruptura, especialmente com a obra de


Iamamoto, que o Serviço Social avança na interlocução com o marxismo. Veremos
a partir de agora as principais reflexões trazidas pela autora que se tornaram um
verdadeiro patrimônio do Serviço Social brasileiro.

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SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS

Todo começo é difícil: o serviço social pós-intenção de ruptura

Como tende a recusar a atividade assistencial, pelos estigmas que esta, muitas
vezes erroneamente identificada com a simples caridade, traz consigo, ele se vê
"perdido" diante da definição de suas atribuições diante de outras profissões
correlatas cujas frentes de trabalho são mais precisas, seja pelo caráter técnico mais
marcado, seja pela herança científica mais solidificada. (Iamamoto, 2004, p. 41)
Em suas demandas em programas multifacetados o Assistente Social é solicitado
não tanto pelo caráter propriamente "técnico-especializado" de suas ações, mas,
antes é basicamente, pelas funções de cunho "educativo", "moralizador" e
"disciplinador" que, mediante um suporte administrativo-burocrático, exerce sobre as
classes trabalhadoras das instituições que desenvolvem "programas
socioassistenciais". (Iamamoto, 2004, p. 42)

O Assistente Social revela-se como o profissional da coerção e do consenso, cuja


ação recai no campo político.

A subalternidade profissional
Uma das análises realizada por Iamamoto é a subalternidade do exercício profissional.
Em resumo, essa subalternidade profissional é estar inferiorizado, subjulgado ao
poder/domínio de outrem, no caso, de outra profissão. Em resumo, essa
subalternidade pode estar atrelada a dicotomia entre Trabalho intelectual / trabalho
prático e de Profissões masculinas / profissões femininas.

No caso do Serviço Social há ainda mais fatores


- A ligação histórica com a "caridade";
- Fluidez do exercício profissional e do que faz o/a Assistente Social.

Para compreender esse perfil peculiar da profissão deve-se também


considerar o fato de ela ser basicamente feminina, que incorpora o peso da
educação da mulher e da imagem da feminilidade construída socialmente pela
cultura dominante. A imagem social da profissão e do profissional encontra-
se profundamente estigmatizada pelos estereótipos criados em torno da
mulher, aparecendo como uma extensão profissionalizante de seu "papel na
sociedade", como uma alternativa à vida doméstica e à participação política. A
figura da mãe, da educadora e do sacerdote se mesclam na imagem social
dessa profissão, de precária base técnico-científica, que historicamente
tendeu a valorizar "dons", os atributos de classe "naturalizados" como
essenciais à tarefa educativa e moralizadora junto às classes subalternas".
(Iamamoto, 2004, p. 49-50)

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A contradição do trabalho profissional: coerção e consensos

O/a Assistente Social possui uma prática profissional contraditória, pois está
situado/a na contradição dos interesses do capital x interesses das classes
populares. Contudo, não há neutralidade [política] em sua atuação. Assim como os
usuários são sujeitos históricos, os/as profissionais de Serviço Social também são
[devem ser vistos em sua totalidade.

(...) A sua atuação se dirigirá no sentido de uma ação esclarecedora à população


quanto aos direitos e serviços propiciados pelas instituições, e dos mecanismos
necessários à sua realização. (Iamamoto, 2004, p. 101)
Afinal, é importante lembrar, as políticas sociais como espaço de atuação é
contraditória, os serviços são necessários para sobrevivência, mas também são
intervenções que possuem o intuito de obter a subordinação das classes populares
ao padrão vigente na sociedade, contribuindo para a manutenção da desigualdade
social.

“O assistente social é solicitado não tanto pelo caráter propriamente


‘técnico-especializado’ de suas ações, mas, antes e basicamente, pelas
funções de cunho educativo, moralizador e disciplinador que, mediante um
suporte administrativo- burocrático, exerce sobre as classes trabalhadoras,
ou, mais precisamente, sobre os segmentos destas que formam a clientela
das instituições que desenvolvem programas socioassistenciais.
Radicalizando uma característica de todas as demais profissões, o assistente
social aparece como um profissional da coerção e do consenso.”
(IAMAMOTO – P. 42. RENOVAÇÃO E CONSERVADORISMO)

Serviço Social: profissional liberal?


Embora o Serviço Social tenha sido regulamentado como profissão liberal, a/o
assistente social exerce seu trabalho majoritariamente como assalariada/o. Mas
como profissão que realiza sua atividade no âmbito da prestação de serviços sociais,
o Serviço Social incorpora algumas características das profissões liberais, entre as
quais: singularidade na relação com usuários/as; caráter não rotineiro de seu
trabalho; competência para formular propostas de intervenção fundamentadas em
conhecimentos teóricos e técnicos; presença de uma deontologia e de um Código
de Ética; formação universitária avalizada por credenciais acadêmicas (diplomas,
títulos); regulamentação legal que dispõe sobre o exercício profissional, atribuições
privativas e fóruns para disciplinar e defender o exercício da profissão, por meio de
entidades de representação e fiscalização profissional (VERDÈS LEROUX, 1986;
YAZBEK, 2009 apud RAICHELIS, 2020).

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O fato de o Serviço Social ser regulamentado como uma profissão liberal -


embora em choque com a sua prática efetiva, que depende de uma
relação contratual de trabalho com as entidades empregadoras - atribui
ao profissional certas prerrogativas, como o respeito a um código de ética,
que lhe preservam um certo poder de barganha diante das instituições, na
defesa de suas próprias iniciativas.

Assistente Social como trabalhador assalariado


A condição de trabalhador assalariado envolve a incorporação de aspectos
institucionais, condições em que esse trabalho se realiza, intensidade de trabalho,
jornada, salário, controle de trabalho, produtividade, metas… Não possui e não
controla totalmente os meios de trabalho… A instituição que organização o processo
de trabalho. Em resumo: o/a Assistente Social é um trabalhador que vende a sua
força de trabalho, e portando, tem parte das suas respostas subsumidas às
demandas institucionais e não detém todos os recursos necessários para a
elaboração de seu trabalho profissional.

A autonomia relativa do/a Assistente Social

Como dito anteriormente, o/a assistente social realiza seu trabalho profissional na
condição de trabalhador assalariado, que somado aos condicionantes da
subalternidade profissional, coloca como tônica uma autonomia relativa ã sua prática.
Como o Estado é contraditório, o trabalho também é contraditório. Assim, não
podemos limitar a autonomia apenas aos aspectos restritivos, mas também o
avaliando a partir das possibilidades de direcionamento do trabalho. O trabalho
profissional também é permeado por escolhas políticas e contradição da dinâmica
institucional, podendo assim formular estratégias individuais e coletivas que
escapem da reprodução acrítica das requisições do poder institucional

Instituição contratante por meio


do trabalho assalariado
(exigências)

Vontade e direcionamento
dos agentes
(criação)

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O/a assistente social possui autonomia na sua prática profissional, então possui (...) a
possibilidade de apresentar propostas de trabalho que ultrapassem a mera demanda
institucional. (p. 102). Essa prática não pode ser reduzida a uma prática rotineira e
burocrática. Deve-se haver:

“(...) um profissional de novo tipo: com sólida formação


intelectual, capacitado teórica e historicamente para
descobrir, na dinâmica cotidiana da vida social na
sociedade burguesa, o que nela há de inovação, de
criação, de possibilidades tendenciais a serem
politicamente impulsionadas pelas forças renovadoras.
Profissional crítica, movido por uma recusa radical do
pragmatismo, do conformismo e dos voluntarismos que
marcaram fortemente o passado da profissão.”
(Iamamoto, 2004, p. 112)

Messianismo e Fatalismo
O pensamento messiânico e fatalista foi influenciados por uma visão reducionista do
Serviço Social pós-reconceituação, portanto, desistorizada. Se trata de uma
desvinculação do Serviço Social da História mais ampla.
Fatalismo e messianismo: ambos prisioneiros de uma análise da prática social que
não dá conta da historicidade do ser social gestado na sociedade capitalista.
(Iamamoto, 2004, p. 116)

A realidade dada e pré-determinada;


negação das possibilidades históricas;
visão determinista. Visão pessimista
FATALISMO
Influenciada em análises que naturalizam
a vida social, traduzido numa concepção
"perversa" da profissão.

Uma visão heroica e ingênua, das


MESSIANISMO possibilidades revolucionárias da prática
UTÓPICO profissional, com uma concepção
mágica da transformação social.

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A concepção da prática social em Marx representa a superação dessa


herança. A superação dessas concepções está centrada na noção de prática
social. Portanto, ressuscitar o fatalismo e o messianismo na prática profissional é
repor uma polarização entre a naturalização da vida social e a determinação da
vida social pela consciência, já ultrapassada por Marx a construir a noção de
prática social carregada de historicidade. (Iamamoto, 2004, p. 118)

O chamado "serviço social alternativo":


A análise da dimensão política da prática profissional cruzou no pós-reconceituação
no cenário latino-americano, com o debate qualificado como do "Serviço Social
Alternativo". Este é um dos caminhos para estabelecer parâmetros que permitam
situar a atuação profissional e para fazer avançar a busca de alternativas numa
direção que, em amplos traços, poderíamos chamar de progressista. (Iamamoto,
2004, p. 126)
Segundo os defensores dessa tese, os profissionais tornam-se alternativos
quando sua prática se torna orgânica ao "projeto popular alternativo". Em suma, o
alternativo é o "projeto popular".
Existe uma dificuldade de qualificação do povo e do popular: nessa formulação,
tendem a ser homogeneizados numa identidade ideal em torno de um projeto
social alternativo de cunho socialista revolucionário, deixando em segundo plano
a heterogeneidade do campo popular. (Iamamoto, 2004, p. 127)
Interessa-nos que esta busca de novos caminhos para a profissão não se traduza na
reedição de velhos equívocos, presentes no debate latino-americano do Movimento
de Reconceituação; há que evitar que a discussão do "Serviço Social Alternativo" se
converta numa reiteração nostalgia dos velhos dilemas. (Iamamoto, 2004, p. 144)
E aqui nos referimos explicitamente a uma questão central: a retomada de uma
visão messiânica e heróica da profissão, ingênua quanto às possibilidades
revolucionárias do Serviço Social e deslocada do solo da história (embora muitas
vezes embalada por um discurso com propósitos e veleidades críticas, presidido por
uma concepção mágica da "transformação social", reduzida a petição de princípio e
implicando uma diluição das diferenças entre papel profissional e militância política).
(Iamamoto, 2004, p. 144)

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Refletir sobre o que há de ilusório no debate sobre o "Serviço Social Alternativo" é


uma exigência que, sem prejuízo das utopias que animam a criação de novo no
presente e no devir histórico, se apresenta para romper com as amarras da ilusão.
(Iamamoto, 2004, p. 145)

Sendo extremamente rica e fecunda a diretriz de se atribuir


densidade histórica à busca de alternativas profissionais,
cabe, no entanto, ressalvar que se os processos históricos
moldam as dinâmicas conjunturais que se abrem em nossos
países, eles não rebatem sem mediações nos rumos da ação
profissional, plasmando diretamente alternativas
profissionais. Em outros termos: não são os processos
históricos que definem, em cada conjuntura, as
alternativas profissionais se assim fosse, cairíamos numa
personificação reificada" da história.
(Iamamoto, 2004, p. 146)

1990 – a ofensiva neoliberal

Nos anos 1990, temos um cenário regressivo na perspectiva de direitos, e que vai de
encontro a tudo que se conquistou na Constituição de 1988.

É atenuado uma onda privatizante. De todo modo, o Serviço Social permanece na


defesa de uma sociedade mais justa, e se opões as contrarreformas.
Nessa perspectiva, há um discurso reatualizado do conservadorismo, que nega a
questão social como uma questão que deve ser de responsabilidade do Estado.

Ocorre nesse período a


chamada
“refilantropização da
questão social”, ou seja,
sua despolitização e
moralização, retornando
a perspectiva dessa
como “problema
individual”.

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Os impactos da reestruturação produtiva

Na década de 1990 no Brasil (e 1970 no mundo), opera-se uma série de


transformações no âmbito produtivo, que alteram a relação capital x trabalho
e redimensionam decerto modo a profissão.

1993 – as mudanças no marco legal

Em 1993, é realizada uma revisão do código de ética profissional, bem como é revisada
a antiga lei que regulamentada a profissão e é aprovada a atual, a 8.662/93

Anos 2000

A discussão sobre a o boom da o boom do ensino à


pós-modernidade assistência social distância (Ead)

Com o aumento do
A pós-modernidade é Os anos 2000 é palco
mercado de trabalho e
uma crítica ao de uma expressiva
com o crescimento
pensamento moderno, ampliação dos
inigualável da economia,
tanto positivista quanto programas sociais, o
proliferam os cursos à
o marxismo. Propõe uma que reflete
distância, colocando
análise mais subjetiva e sobremaneira na
outros desafios à
singular dos sujeitos os categoria profissional.
profissão, como por
desvinculando das

exemplo a criação do
classes sociais. Muitas
chamado “exército
vezes essa discussão é
assistencial de reserva”.
associada ao

neoconservadorimo.

Principais teses atuais sobre o Serviço Social

Iamamoto em sua obra Serviço Social em tempos de capital fetiche (2017) busca
resgatar as principais teses dos fundamentos do serviço social, que segundo a
mesma são:
• Um balanço crítico de Relações Sociais e Serviço Social no Brasil;
• A tese do sincretismo e da prática indiferenciada;
• A tese da identidade alienada;
• A tese da correlação de forças;
• A tese da assistência social;
• A tese da proteção social;
• A tese da função pedagógica.

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