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Parabéns.

A apostila Serviço Social Descomplicado para Concursos traz em seu conteúdo os


temas atuais mais cobrados pelas bancas organizadoras, de maneira resumida com
exemplos claros totalmente focados e direcionados para quem vai estudar para
concursos.

Trata-se de um excelente material de estudo e preparação para qualquer concurso na


área de Serviço Social, seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal.

Esta é uma obra que você Assistente Social não pode ficar sem possuir na sua biblio-
teca.

SUMÁRIO
MÓDULO I – FHTM/SS..............................................................................................................................................................04
- Aspectos Iniciais.
- Ação do Serviço Social durante sua vinculação com a doutrina social da igreja.
- Conjuntura da época da emergência do Serviço Social: anos 1960, 1970 e 1980.
- As vertentes de análise que emergiram no movimento de reconceituação: Vertente Modernizadora. Vertente de reatualização
do conservadorismo inspirada na fenomenologia. Vertente Marxista - intenção de ruptura (características do marxismo).
- As conquistas da categoria avançaram desde o movimento de reconceituação

MÓDULO II – QUESTÃO SOCIAL.............................................................................................................................................09


- Aspectos importantes sobre a Questão Social (mais cobrados pelas bancas organizadoras).
- Observações sobre o tema.

MÓDULO III – ESTADO E SOCIEDADE...................................................................................................................................12


- Aspectos importantes sobre o tema.
- Observações importantes para concurseiros.
- Características de Estados mais pedidas pelas bancas.
- Política Social e contextos.
- As três fases da Política Social.
- A Política Social no Brasil: Pontos importantes da intervenção do Estado na Questão Social; Anos 1980.
- Seguridade Social: Iniciativas de Seguridade Social. Primeiras iniciativas de benefícios previdenciários. Princípios da Seguri-
dade Social brasileira.

MÓDULO IV – FORMAÇÃO PROFISSIONAL E TRABALHO..................................................................................................20


- Aspectos Iniciais.
- Conjuntura profissional.
- Formação profissional: Revisão Curricular; Princípios que fundamentam a formação profissional; Diretrizes curriculares da
formação profissional.
- Serviço Social na contemporaneidade.
- Serviço Social diante da regressão dos espaços de intervenção.

MÓDULO V – INSTRUMENTOS DE TRABALHO.....................................................................................................................25


- Diferença entre: Instrumentalidade e Instrumentos técnicos do serviço Social.
- Instrumentalidade
- Competências Ético-Política, Teórico-Metodológica e Técnico-Operativa.
- Instrumentos de trabalho do Serviço Social: Estudos Socioeconômicos; Entrevista; Visita Domiciliar; Relatório Social e Laudo
Social.

MÓDULO VI – FAMÍLIA E SERVIÇO SOCIAL..........................................................................................................................31


- Aspectos Iniciais.
- Aspectos Históricos: Avanços; Requisições para o trabalho com família.
- Tipos de família;
- Família e Proteção social: Forma Familista e Forma Protetiva.
- Trabalho com família.

MÓDULO VII – ASSESSORIA E CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL..............................................................................35


- Aspectos Iniciais.
- Aspectos Históricos.
- Assessoria e Consultoria: Requisitos para o exercício da assessoria e consultoria; Frentes de trabalho do serviço Social;
Estratégias do Serviço Social; Assessoria/Consultoria requer.

MÓDULO VIII – AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.......................................................................................................38


- Aspectos Iniciais.
- Diferenciação entre: Plano; Programa; Projeto.
- Planejamento estratégico: Participação; Orçamento público; Execução financeira e orçamentária; Controle social.
- Avaliação de políticas e programas.
- Diferenciação entre: Análise e Avaliação de políticas sociais
- Tipos de avaliação: Quanto ao objetivo; Quanto ao período de realização.
- Etapas da avaliação de uma política.
- Aspectos de uma avaliação de política social.

MÓDULO IX – LOAS/NOB/SUAS..............................................................................................................................................42
- Política Nacional de Assistência Social – PNAS.
- Eixos estruturantes do Sistema Único de Assistência Social – SUAS (Esses eixos são muito requisitados em provas. É ne-
cessário o candidato decorar todos).
- Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS: Objetivos; Princípios e Diretrizes (com atualização na Lei 12.435/11); Lei
12.435/11.
- Gestão do SUAS;
- Tipificação Nacional dos serviços Socioassistenciais: Serviços de proteção social básica e especial (de média e alta comple-
xidade).

MÓDULO X – LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL (LEI DE REGULAMENTAÇÃO E CÓDIGO DE ÉTICA) ................................48


- Política Nacional de Assistência Social – PNAS.
- Aspectos mais cobrados nos concursos atualmente.
- Competências dos Conselhos (Federal e Regional) de serviço Social.
- Código de Ética profissional: Características; Princípios fundamentais (termos chave); Direitos, deveres e vedações.
- Pontos gerais do Código de Ética.

MÓDULO XI – TESTES COMENTADOS...........................................................................................................................56 a 80


- 52 testes comentados.
- Testes referentes ao conteúdo abordado nesta apostila.
- Comentários de alto nível.
MÓDULO I
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL

ASPECTOS INICIAIS

- O Serviço Social deve ser entendido no movimento histórico da sociedade, produto de relações sociais,
de ações recíprocas dos homens entre si, no complexo processo de reprodução social da vida, que en-
volve o aspecto social, político, econômico, cultural, religioso, gênero, idade, etnia.
- A gênese do Serviço social nasce no período de intervenção do Estado nas expressões da questão soci-
al, ou seja, seu nascimento se dá a partir do momento que a questão social passa a ser objeto de inter-
venção do Estado no período capitalista monopolista, notadamente no período de 1930.
- Sua vinculação inicial se estabelece com o ideário católico que vai imprimir a profissão um caráter de
apostolado fundando a abordagem da questão social como um problema moral e religioso.

AÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DURANTE SUA VINCULAÇÃO COM A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

- A intervenção priorizava a formação da família e do indivíduo para solução dos problemas e atendi-
mento de suas necessidades materiais, morais e sociais.
- A ação do Serviço Social incidirá sobre valores e comportamentos de seus "clientes" na perspectiva de
sua integração à sociedade, ou melhor, nas relações sociais vigentes.
- Posicionamento de cunho humanista conservador. Os referenciais orientadores do pensamento e da
ação do emergente Serviço Social tem sua fonte na Doutrina Social da Igreja, no ideário franco‐belga de
ação social e no pensamento de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo e o neotomismo.
- Com o Serviço Social temos:
 A noção de dignidade da pessoa humana, sua perfectibilidade, sua capacidade de desenvolver
potencialidades;
 A natural sociabilidade do homem, ser social e político;
 A compreensão da sociedade como união dos homens para realizar o bem comum e a necessida-
de da autoridade para cuidar da justiça geral.
- Prática inicial: desvinculada das relações sociais.
- Ratificava a submissão da classe proletariada (Posicionamento fatalista da profissão).
- Ações de cunho caritativo e imediatista.

ATENÇÃO! Não se pode pensar o Serviço Social fora da sociedade capitalista!!!

CONJUNTURA DA ÉPOCA DA EMERGÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL

- Os anos 1930 foram favoráveis para ao surgimento do Serviço social tendo em vista a conjuntura nos
aspectos econômicos e sociais;
- A economia deixa de ser agroexportadora para industrial.

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- A burguesia já detinha os meios de produção e necessitava da mão de obra que vieram do campo.
- As transformações no modo de produção trouxeram mudanças de ordem econômica e social polarizada
pela presença das classes antagônicas e contraditórias: burguesia e proletariado.
- Os movimentos sociais emergem nessa época, manifestando a classe operária na cena política.
- Havia uma preocupação do Estado com a ordem social, nesse período cresce a intervenção do Estado
com a questão social implementando políticas sociais através de ações como a criação da CLT, Salário
mínimo e surgimento de várias profissões entre elas a do Serviço Social.

ATENÇÃO DOUTORES, DECOREM ISSO...

- Em 1932 é criado o CEAS, Centro de Estudos e Ação Social com objetivo de divulgar a doutrina social
da igreja, responsável pela formação das primeiras assistentes sociais.
- O CEAS desenvolvia cursos sobre filosofia, moral, legislação do trabalho, encíclicas papais, com des-
taque que norteou o Serviço Social foram a Rerum Novarum e a Quadragésimo Anno.
- Em 1936 é criada a primeira escola de Serviço Social em São Paulo, hoje PUC São Paulo.
- Nos anos de 1940, o Serviço Social começa a se tecnificar, a partir do contato com as teorias positivis-
tas de cunho conservador.
- Iamamoto (1992) denomina um “rearranjo teórico doutrinário” essa junção entre o discurso humanista
cristão da igreja católica e do suporte técnico científico de inspiração positivista, traduzindo o caráter
conservador da profissão.
- A profissão vai se distanciando do cunho doutrinário e se tornando mais técnica e racional esse mo-
mento é chamado de período de Laicização do Serviço Social.
- A atuação passa a ser vista no âmbito do verificável, da experimentação, da fragmentação. Não há uma
vinculação entre contradição de classes.

ANOS 1960
- O Serviço Social nesse período assume as inquietações e insatisfações deste momento histórico e dire-
ciona seus questionamentos ao S.S. tradicional através de um amplo movimento, de um processo de
revisão global;
- Essa revisão passa pelos níveis: teórico, metodológico, operativo e político, culminando na construção
de um novo projeto comprometido com as demandas das classes subalternas;
- Nesse período o Serviço Social faz Interlocuções com o marxismo Latino-americano inicialmente, ca-
racterizando um processo tortuoso tendo em vista a ausência de suportes teóricos claros.

ANOS 1970
- Os anos de 1970 se caracterizam para o Serviço Social anos de muita importância para a profissão,
pois essa década foi realizada o movimento de reconceituação, movimento que proporcionou a revisão
do Serviço Social nos aspectos teóricos e metodológicos que demandou repensar suas estratégias na sua
atuação diante dessas transformações societárias, que afetam principalmente a classe trabalhadora;
- No código de ética de 1975 sai o neotomismo e entra a base filosófica do Positivismo, este tendo a
pessoa como centro, objeto e fim da vida social. Há uma individualização, uma exclusão do pluralismo,
reatualizando o projeto profissional conservador;
- Em 1979 III CONGRESSO do Serviço Social “DA VIRADA”: que tinha como tema as políticas e os
movimentos populares que denunciam a miserabilidade da população. Em que a mesa é ocupada não
mais por ditadores, mas por trabalhadores, por isso, congresso da virada.

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ANOS 1980
- Momento histórico importante, aparecimento das lutas pela democratização do Estado e da sociedade;
- O Serviço Social avança na compreensão do Estado Capitalista, das políticas sociais, dos movimentos
sociais, do poder local com efetiva interlocução da teoria social de Marx com as Obras de Iamamoto;
- O Serviço Social visto como componente da organização da sociedade inserida na dinâmica das rela-
ções sociais participando do processo de reprodução dessas relações, buscando a ruptura histórica do
conservadorismo na profissão, ainda que de forma não hegemônica, avançando nos conhecimentos e na
pesquisa dentro do debate acadêmico. O serviço Social deixa de ser executor para planejador e participar
da implementação das políticas públicas.

AS VERTENTES DE ANÁLISE QUE EMERGIRAM NO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

1- VERTENTE MODERNIZADORA (1960)


- Meados de 1960;
- Documentos de Araxá (Teorização do SS);
- Documento de Teresópolis (Metodologia do Serviço Social);
- Responder as necessidades vigente, não buscavam uma nova organização para a sociedade;
- Principal representante: José Lucena Dantas.

Características:
- Abordagens funcionalistas, estruturalistas e sistêmicas (matriz positivista) - perspectiva de integração
social;
- Recursos buscados na modernização tecnológica e em processos de relacionamentos interpessoais.

2- VERTENTE DE REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO INSPIRADA NA FENOMENOLOGIA (1970)


Principais Seminários:
- Seminários de Sumaré e Alto da Boa Vista
- Os fatos não são explicados e sim compreendidos
- Não havia intenção de mudança na organização da sociedade
- Principal representante: Ana Augusta Almeida

Características:
- Metodologia dialógica/visão de pessoa e comunidade.
- Dirige-se ao vivido humano, aos sujeitos em suas vivências.
- O Serviço Social aparece com a tarefa de auxiliar na abertura desse sujeito existente, singular e trans-
formação social (dos sujeitos).

3- VERTENTE MARXISTA: INTENÇÃO DE RUPTURA 1980 (1970)


- Rompimento do conservadorismo
- Trabalho em favor da classe trabalhadora
- Aproximação com o Marxismo
- Método BH

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- Representantes: Leila Lima, Ana Maria Queroga, Vicente de Paula Faleiros

Características:
- Serviço Social com consciência de sua inserção na sociedade de classes Posicionamento claro do
ponto de vista sócio-político.
- Questionamento da prática institucional e seus objetivos de adaptação social
- Aproximação aos movimentos sociais.
- Compromisso com a ruptura do S.S. tradicional
- Para Netto, houve no Serviço Social no momento de intenção de ruptura do SS com o conservado-
rismo se deu em três direções:
1. Imersão da intenção Ruptura: período de 1972 a 1975, tendo como principais personagens, Ana
Maria Queroga, Leila Lima e Vicente de Paula Faleiros com a elaboração do Método de BH;
2. Consolidação acadêmica: 1970 a 1980, tendo como personagem a figura de Marilda Vilela Ia-
mamoto, onde surgiram e se ampliaram os cursos de graduação e de pós graduação;
3. Espalhamento da intenção de ruptura através da aprovação do Currículo mínimo e código de éti-
ca profissional.

CARACTERÍSTICAS DO MARXISMO (1980)


1 - Apreensão do ser social a partir de mediações.
2 - Ponto de partida: aceitar os fatos, dados como indicadores, como sinais, mas não como fundamen-
tos últimos do horizonte analítico. Conhecimento que apreende dialeticamente a realidade em seu mo-
vimento contraditório.
3 - Totalidade.
4 - Dialética.

ATENÇÃO! Algumas bancas se referem ao marxismo, como teoria social crítica.

AS CONQUISTAS DA CATEGORIA AVANÇARAM DESDE O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

- Participação nos debates das conquistas da Constituição Federal;


- Implementação do Código de Ética mais próximo da classe trabalhadora;
- Lei de Regulamentação da lei 8662/93;
- Reafirmação do projeto ético político.

RESUMO DO MÓDULO I

- O Serviço Social surge no âmbito do capitalismo monopolista nos anos 30;


- Intervenção do Estado nas expressões da Questão Social contribui para a legitimação do Serviço Social
enquanto profissão;
- Intervenção do Serviço Social inicialmente tinha um caráter apostólico e fatalista;
- Emersão e espalhamento do Serviço Social junto às políticas e ao trabalhador aumentaram a insatisfa-
ção com as práticas até então exercidas pelos profissionais na época;

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- Interlocução com as práticas americanas tecnificou a prática do Assistente Social e se distanciou do
caráter apostólico mas o conservadorismo ainda perdurava;
- A interlocução com outras correntes sociológicas heterogenizou a categoria;
- O Movimento de Reconceituação apontou para o rompimento com o conservadorismo e aproximação
com a teoria marxista;
- Ainda temos resquícios conservador na prática profissional;
- A legitimação da profissão através de lei, códigos, instituição deu caráter e significado social a profis-
são;
- Importância do profissional na elaboração das políticas sociais;
- Aumento das produções sobre o serviço social vem se avolumando a cada dia, principalmente sobre
política social.
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MÓDULO II
QUESTÃO SOCIAL

ASPECTOS IMPORTANTES

- A questão social nos remete a relação contraditória entre capital e trabalho.


- Sua emergência se dá dentro das relações capitalistas, onde a riqueza produzida socialmente é apropri-
ada por uma parcela da população, gerando as desigualdades sociais, ou seja, para entendimento da
questão social é imprescindível conhecer a lei geral de acumulação capitalista e sua organização de mer-
cados, pois ai reside o fato da exploração do trabalho pelo capital.
- No pensamento positivista a questão social é reduzida a um fato social, fenômeno isolado e natural, ou
seja, desvinculado da forma em que a sociedade produzir e reproduzir as relações sociais e econômicas.
- “A questão social é o objeto do Serviço Social, é o elemento que dá concretude à profissão”
(ABEPSS).

ATENÇÃO! A Questão Social não é exclusivo objeto de estudo do Serviço Social.

- Historicamente a Questão Social sempre existiu, porém é nos moldes do capitalismo que a mesma é
vista como objeto de intervenção notadamente no período monopolista, palco de ações que demandaram
o aparecimento de várias profissões entre elas o Serviço Social.
- Nos anos 1930 é possível identificar a questão social como ponto crucial e preocupação por parte do
Estado em gerenciar os problemas advindos do modo de produção em sua nova fase.
- Até os anos 1930 a questão social era vista como caso de polícia e eram tratados com políticas repres-
sivas e pontuais, visto que não havia ainda o entendimento por parte do operariado de sua importância
na cena política e econômica.
- A questão social surge explicitamente na sociedade como forma de desemprego, e exploração social,
necessitando intervenções do Estado, diga-se de passagem, cria-se mecanismos de controle através de
políticas sociais e estratégias como a utilização do Serviço social nessa estratégia de controle.

Algumas características desse momento:


- O capital monopolista obteve o respaldo político econômico capaz desarticular a ação governamental
com os interesses dos grandes operários;
- O Estado estava à disposição da iniciativa privada para adequar o espaço político e econômico aos re-
quisitos do capitalismo monopolista;
- Era necessário neutralizar as manifestações da oposição, despolitizar a organizações trabalhistas com a
intensificação dos programas assistenciais, o Estado se amplia.

Para Netto, o surgimento do Serviço Social enquanto profissão é indissociável da ordem capitalista mo-
nopolista. Para ele a “questão social condensa um conjunto de desigualdades e lutas produzidas e repro-

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duzidas no movimento contraditório das relações sociais” (2007, p. 156). Como desemprego, violência,
miséria, exclusão, falta de moradia, etc.

Segundo Iamamoto (1999, p. 27), a Questão Social pode ser definida como:
“O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz co-
mum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto
a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.”

É importante frisar que a questão social é não é a pobreza, a desigualdade, a fome, a miséria, o desem-
prego, etc. essas são expressões, materializações, realidade expressa na relação entra capital e trabalho,
mais precisamente na exploração do trabalho pelo capital.

- No contexto do Welfare State, a questão social para Netto é vista não somente pelo seu enfrentamento
via políticas sociais, mas, de internalização da nova ordem política econômica. Uma vez que as políticas
sociais buscam o consenso entre as classes, por outro lado há nelas um caráter contraditório, pois se ca-
racterizam como lutas empreendidas pela classe trabalhadora.
- Já no contexto neoliberal temos uma recomposição da questão social, vistas para o neoliberais como
enfrentamento dispendioso para o Estado direcionando as mesmas para a sociedade civil privada. Há o
discurso da solidariedade e a aparição de ONGs, reforçando a ideia neoliberal da incapacidade do Esta-
do em gerir as políticas sociais, além de dispendiosas.
- As políticas de interesse de mercado (saúde e educação), passam a ser mercantilizadas, enquanto as
outras (assistência), passam a ser transferidas via apelo social, transformando em políticas, focalizadas
dirigidas a segmentos mais pauperizados, caráter seletista.
- Com relação ao novo trato social da questão social via neoliberal, Montano, chama atenção aos perigos
trazidos pelos neoliberais - a destituição dos direitos sociais via intervenção pública - uma vez que trans-
fere a responsabilidade da condução das mesmas para o âmbito privado, o chamado terceiro setor.
- A questão social no Brasil está relacionada às formas de organização social e política brasileira num
processo de submissão, lutas e resistência.
- Para Joseane Soares, a questão social no Brasil sofre influencias de ordem política, econômica, social e
regional, tendo em vista o processo de formação histórico da sociedade brasileira exploratória e exclu-
dente e do processo de apassivamento do trabalhador brasileiro.

CAROS DOUTORES! É IMPORTANTE FRISAR QUE:

- Não há uma nova questão social, mas emergência de novas expressões dela;
- Os defensores da ideologia de uma nova questão social, perdem de vista que os diferentes estágios
capitalistas produzem diferentes manifestações da questão social;
- A esse pensamento de uma nova questão social quer nos remeter a visão da questão social desvincula-
da do processo de acumulação capitalista; visão essa de cunho positivista como algo natural e tratado
isoladamente através de políticas sociais focalizadas ou compensatórias;
- Sempre haverá questão social enquanto perdurar o capitalismo;
- O entendimento da questão social pelos Assistentes Sociais, devem apreender as formas de lutas e re-
sistências da classe trabalhadora, bem como apreender as novas expressões da questão social e formas
de enfrentamento.

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MÓDULO III
ESTADO E SOCIEDADE

ASPECTOS IMPORTANTES

- É primordial o entendimento do papel do Estado na relação com a sociedade, suas mais variadas ex-
pressões configuraram o modo pelo qual o Estado intervém no modo de produzir, ampliar e reproduzir
em determinadas sociedades.
- O Estado é permeado pelas lutas de classes, e submetido a conjunturas históricas específicas e vai se
moldando de tal forma a garantir a manutenção do poder da classe burguesa. Sua relação é mediatizada
através das políticas sociais.

CAROS DOUTORES! ATENÇÃO PARA AS OBSERVAÇÕES ABAIXO:

1 - Não há um único conceito para definir Estado;


2 - Não é pacifica a existência do Estado, nem de seus elementos que compõe, possui características
contraditórias;
3 - O Estado se apresenta como uma realidade histórica e relacional;
4 - Estado e Governo não são sinônimos;
5 - O Estado não existe para servir a uma única classe como também para o bem comum de todos;
6 - A configuração de um Estado em um país não deve ser o mesmo em outro, tendo em vista a conjun-
tura de sua emergência e a forma de organização política e de consciência de classes embutidas no con-
texto do tempo e lugar;
7 - Há no Estado um incessante jogo de oposições e influências entre os sujeitos com interesses e objeti-
vos distintos.

- Estado e Sociedade estão intimamente ligados, é através da sociedade que o Estado abrange as diversas
dimensões da vida, inclusive atendendo as demandas de um conjunto ou parte dela, seja pelas políticas
de proteção ou de ações de coerção.
- Não podemos deixar de frisar que o Estado não pode ser visto como autossuficiente, nem que está a
favor de uma única classe, porém apesar de manter maior compromisso com a classe burguesa, necessita
se relacionar com as outras classes para construir sua base de material de sustentação.

Para Ianni (1986) “O Estado é o lugar de encontro e expressão de todas as classes” e isso dá ao Estado
um caráter de poder público.

- Ao mesmo tempo quando há uma exacerbação do poder estatal que debilita e fragmenta propicia o
aparecimento de contra poderes por parte da sociedade.
- O Estado é ao mesmo tempo um local de relação de dominação, como também possui um conjunto de
instituições mediadoras e reguladoras dessa dominação.

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CARACTERÍSTICAS DE ESTADOS MAIS PEDIDAS PELAS BANCAS

ESTADO LIBERAL
- O capitalismo nessa época vivencia o estágio concorrencial ou industrial, (Século XIX) advindo da
Revolução Industrial, nesse período a burguesia assume a produção em grande escala, efetiva separação
entre os meios de produção, agora sob o controle da burguesia, levando o surgimento do proletariado.
- Não há intervenção na economia, garantindo a liberdade individual para expansão dos seus empreen-
dimentos e obtenção do lucro, autorregulação do mercado, Estado mínimo. As políticas sociais eram
pontuais e tratadas como caso de polícia.

ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL/ESTADO SOCIAL/ESTADO PROVIDÊNCIA


Capitalismo monopolista:
- Surgimento de monopólios e oligopólios, o capital financeiro se fortalece e passa a influenciar e co-
mandar as relações de produção e de consumo. Assim a preocupação de muitos países passa a ser a con-
vivência entre a necessidade de elevar o padrão de consumo sócio econômico de suas populações mise-
ráveis e o pagamento de suas dívidas externas.
- Surge então a partir da década de 1930, o Estado interventor, organizador da economia, garantidor dos
serviços públicos e de proteção à população, ideia de que os indivíduos são dotados de direitos sociais.
- No Brasil vivenciamos Bem Estar Social nas décadas de 1970 e 1980, para alguns autores não chega-
mos a ter de fato esse modelo de Estado interventor, fragilizado pela onda neoliberal a partir de 1980.

ESTADO NEOLIBERAL
- Surge como forma de derrubar com o Estado de bem estar social, reafirmando a incapacidade do esta-
do em gerir as políticas sociais, considerando as mesmas como dispendiosas, sem retorno e principal
fator da “crise fiscal” do Estado.
- Sua forma de organização econômica social e política é fundada nas ideias liberais de liberdade indivi-
dual e de mercado, surge no momento de crise do capitalismo e do modelo de Bem Estar Social, que
tem como principais características medidas restritivas de gastos públicos, que imprime às políticas so-
ciais o caráter seletivo e focalizado.

POLÍTICA SOCIAL E CONTEXTOS

- A Política social nasce da intervenção do estado nas diversas expressões evidenciadas na contradição
capitalismo e luta de classes.
- Uma coisa importante devemos destacar é que não existem políticas sociais iguais, elas são derivadas
do modo do qual é constituído os padrões de proteção social de diferentes países, porém muitos autores
(Berinhg 2007 e outros) identificam que elas são reconhecidas no fenômeno da constituição burguesa,
quando entra em cena os trabalhadores assumindo seu papel político exigindo mudanças que favoreçam
uma grande parcela da população.

Para Sonia Fleury, as políticas sociais tiveram um padrão parecido até a constituição de 1988, vincula-
das às classes trabalhadoras com vínculo formal.

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Para o
Serviço Social a Política Social é matéria fundamental dos Assistentes Social, pois se constituem espaço
de intervenção profissional.

AS TRÊS FASES DA POLÍTICA SOCIAL

1ª – NO CONTEXTO DO LIBERALISMO (até a crise de 1929)

Estado Mínimo:
- Defesa contra os inimigos externos;
- Proteção de todo o indivíduo de ofensas dirigidas por outros indivíduos;
- Provimento de obras públicas, que não possam ser executadas pela iniciativa privada.

A existência do pobre deriva do próprio estado do indivíduo, ou seja, o Estado não deveria prover recur-
sos para os pobres, mas vigiá-los e puni-los (ausência também do Estado na legislação dos salários).

NÃO HAVIA POLÍTICA SOCIAL E SIM REPRESSÃO

A coesão social se originaria na sociedade civil, com a mão invisível do mercado e o cimento ético dos
sentimentos morais individuais. Não há para ele, portanto, contradição entre acumulação de riqueza e
coesão social.

Os padrões de proteção social no período liberal eram mínimos, pois não cabia ao Estado intervir na
questão social. Para o Pensamento Liberal, cabia o indivíduo o desejo de melhorar suas condições de
existência, ao Estado cabia:
... apenas três funções: a defesa contra os inimigos externos; a proteção de todo o indivíduo de ofensas
dirigidas por outros indivíduos; e o provimento de obras públicas, que não possam ser executadas pela
iniciativa privada (Bobbio, 1988).

O enfraquecimento do pensamento liberal teve como processo impulsionador o crescimento da classe


operária que começou a ganhar espaços significativos na cena política e econômica, principalmente na
Rússia e Inglaterra, o segundo ponto foi a crescente concentração e monopolização do capital que derru-
bou a tese de que o individuo é orientado por sentimentos morais.

2ª – NO CONTEXTO FORDISTA/KEYNESIANO (após a 2ª GM e inicio dos anos 1970)

Ideias de Keynes
Cabe ao Estado o papel de restabelecer o equilíbrio econômico, por meio de uma política fiscal, credití-
cia e de gastos, realizando investimentos ou inversões reais que atuem nos períodos de depressão como
estímulo à economia, aumentando o consumo.

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Mudança na produção
Fordismo, produção e consumo em massa aumentando o poder de compra dos trabalhadores como de
negociação com o patronato.

Emergência do Welfare State


A emergência do Welfare State foi uma resposta à crise de 1929, que fez gerar desconfiança dos pressu-
postos liberais até então vigentes. Teve como principal pensador John Maynard Keynes.

Teoria de Keynes (Keynesianismo):


- A economia política derivada do pensamento liberal não explicava os acontecimentos atuais: de-
semprego generalizado e forte concentração de riqueza e da produção;
- Considerava a como ciência moral e não natural;
- Colocou em questão o equilíbrio econômico;
- Cabe ao Estado a intervenção por meio de medidas para gerar a manutenção da vida do cidadão;
- Incremento das políticas sociais;
- Estratégias fordistas kenesianas – produção em massa para consumo de massa, acordos coletivos
em torno de ganhos da produtividade.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1 - Enquanto no Estado Liberal as políticas sociais são pontuais e coercitivas, no Estado de Bem estar
social ela são vistas como garantidoras e geradoras do equilíbrio econômico.
2- A Politica Social ganha um estatuto importante: padrão de bem estar social, consolidação dos direitos
sociais, “Anos de Ouro”.

Presença do Welfare State


Reconhecimento da questão social como um problema a ser enfrentado pelo Estado com implementação
de Políticas Sociais.
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3ª – NO CONTEXTO NEOLIBERAL

Crise do estado
- Incorporação de novas tecnologias, crescimento econômico, desemprego exacerbado, as dívidas pú-
blicas com a responsabilidade em incrementar as Políticas Sociais esgotaram o Estado;
- As elites começaram a questionar o papel do Estado principalmente em setores que não revertiam os
interesses para eles economicamente, incluíam aí as Politicas Sociais;
- Reação teórica as ideias de Keynes e a produção fordista.

As mudanças no modo de produção


- Reestruturação produtiva;
- Polivalência dos trabalhadores;
- Enfraquecimento dos sindicatos.

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Ideias neoliberais
- Estado mínimo para o Social e máximo para o capital;
- Cortes sociais públicos;
- Privatizações;
- Criação do exército social de reserva.
- Consenso de Washington: receituário neoliberal

No Brasil, o neoliberalismo chegou tarde, mas seus impactos foram nefastos para a política social.

A POLÍTICA SOCIAL NO BRASIL

- A política social no Brasil deve ser entendida e compreendida no contexto da sua formação social e
política e econômica.
- No Brasil não se chegou a ter efetivamente um estado de bem estar social como nos países centrais,
pois na lógica é nesse período que o Estado passa a ser chamado para responder e dar condições míni-
mas de emprego apoiado a uma rede ampla de serviços sociais básicos para o bem estar da população, o
que só se observa essa situação a partir de 1930, tendo como pano de fundo a pressão da classe trabalha-
dora na luta pela melhoria de suas condições de vida e pela garantia dos seus direitos, portanto esse “pe-
ríodo de bem estar social” no Brasil surge mais pela pressão e para manutenção do capitalismo e sem
ameaçar a lógica do capitalismo.
- Antes de 1930 o enfrentamento da questão social não era reconhecido como obrigação do Estado então
eram tratadas como caso de polícia.

Alguns pontos importantes da intervenção do Estado na questão social no Brasil:


- Mudança do modelo econômico brasileiro de agroexportador para industrial;
- Reconfiguração do estado na regulação social;
- Incremento das políticas sociais;
- Implantação de algumas leis sociais CLT, 13º salário, IAPS- Instituto de Aposentadorias e Pensões
(somente para trabalhadores com carteira assinada que tinha expressões no sistema capitalista).

Porém ainda existia nas políticas sociais no Brasil a separação dos beneficiários entre os que podiam
pagar e os que necessitavam dos benefícios.

A POLÍTICA SOCIAL NOS ANOS 1980


- O cenário via democratização da sociedade no Brasil a partir dos anos 1980, vem concretizar em parte
o discurso da verdadeira consolidação dos direitos sociais a partir da constituição federal de 1988, pois
nela estão garantidos os direitos como saúde, educação, moradia, trabalho, porém com traços contraditó-
rios uma vez que alguns benefícios são acessados via contribuição prévia.

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Portanto as políticas sociais no Brasil via a perspectiva neoliberal que se instalou no Brasil notadamente
nos anos 1990 vem se estruturando como focalistas, seletistas e refilantropizadas.

ATENÇÃO PARA AS OBSERVAÇÕES:

1- Não houve um estado de bem-estar social no Brasil;


2- Apesar os influxos neoliberais conseguimos incluir um sistema de seguridade misto (contributivo e
não contributivo);
3- As ideias neoliberais retiraram os direitos sociais dos trabalhadores e desarticularam seu poder de
mobilização;
4- A legitimação e consenso neoliberal se da através de políticas compensatórias (transferência de ren-
da) e de focalização;
5- As políticas sociais são refilantropizadas e mercantilizadas;
6- A reconfiguração do Estado para responder as demandas do capital estrangeiro e globalizado;
7- Apelo à solidariedade e responsabilização social.

SEGURIDADE SOCIAL

As primeiras iniciativas de seguridade social foram baseadas em dois modelos no século XX:

1 - Alemanha em 1883
- Othn Von Bismarck, modelo baseado na lógica do seguro social, os trabalhadores contribuíam para
ter acesso aos benefícios;
- Cada benefício era baseado em Caixas geridas pelo Estado.

2 - Durante a 2ª Guerra (1942)


- Surge na Inglaterra o modelo Beverigdiano, propõe a instituição do Welfare State;
- No modelo Beveridgiano, os direitos têm caráter universal, destinados aos cidadãos incondicional-
mente ou submetidos a condições de recursos;
- Tem como princípios fundamentais a unificação institucional e a uniformização dos benefícios, o
financiamento é proveniente dos impostos, pleno emprego.

No Brasil os modelos de proteção social vão se organizar entre as décadas de 30 e 40 que configurou os
modelos assistenciais voltados para a classe mais vulneráveis e o modelo do seguro.

As primeiras iniciativas de benefícios previdenciários foram:


- Lei Eloy Chaves em 1923 ao instituir um fundo especial de aposentadorias e pensões – CAPs, esse
fundo era destinado às classes ferroviárias, não se dirigiu a classe trabalhador em geral.

Foram criados os IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões) que inseriu outras categorias de traba-
lhadores.

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- Em 1966 é criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que unificou e incorporou todos
os caixas de aposentadorias, incluindo também os domésticos e autônomos.
- Em 1977, foi criado o SIMPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social) composto pelo
INSS, INAMPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM, E CEME.

Esse modelo de seguridade configura nosso sistema de proteção caracterizado como híbrido, prevale-
cendo o modelo centrado na lógica do Seguro social (bismarkiano) e modelo Bevergdiano (saúde e as-
sistência social).

Somente com a constituição de 1988, o padrão de seguridade social vem se configurando com um sis-
tema de proteção social, conjugando com as políticas de Saúde, Previdência e Assistência Social.

PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL BRASILEIRA

Segundo a Constituição Federal são princípios da Seguridade no Brasil:


- Universalidade na cobertura, uniformidade e equivalência dos Benefícios, seletividade e distributivida-
de dos benefícios, irredutibilidade do valor dos benefícios, equidade do custeio, diversidade do financi-
amento, e caráter democrático e descentralizado da administração.

Para Bering, apesar do avanço da intenção da proteção ampla, a seguridade social não avançou para for-
talecer a lógica social.

Para Sonia Fleury, a proposta de seguridade no Brasil incorporou três sistemas:


- Saúde pela necessidade;
- Previdência pela condição do trabalho;
- Assistência Social pela necessidade.

Aponta Bering para a direção neoliberal que tomou a Seguridade Social, notadamente a Previdência
Social, no sentido político da desestruturação da Seguridade Social:
- Desconfiguração dos direitos previstos em lei;
- A fragilização dos espaços democráticos de participação e controle social;
- Destrutiva forma de financiamento das políticas da seguridade social.

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MÓDULO IV
FORMAÇÃO PROFISSIONAL E TRABALHO

ASPECTOS INICIAIS

- As transformações societárias desencadeadas pelo movimento que as classes sociais realizam para en-
frentar a crise contemporânea do capital suscitam novas exigências às práticas profissionais, aos proces-
sos da formação profissional e à organização dos sujeitos da profissão.
- Há a necessidade constante de avaliação do significado da profissão na divisão sociotécnica do traba-
lho, de seus vínculos com o real e da opção política que os sujeitos da profissão imprimem aos projetos
profissional e societário.
- Há uma necessidade constante de atualização da profissão visto as mudanças ocorridas frente às trans-
formações societárias e no modo de produção que alteram significamente o modo de subordinação e de
domínio da classe burguesa;
- O enfraquecimento do período Fordista/Keynesiano e o fortalecimento do neoliberalismo;
- A década de 1980 alteram significamente as relações de subordinação dos Estados Nacionais frente à
reestruturação dos mercados através das reformas orientadas pelos organismos internacionais BID, BM
FMI com um único objetivo de remoção de obstáculos à expansão mundializada do capitalismo.
- Aparecimento /necessidade de criar novos perfis que imprima ao trabalhador o desenvolvimento de
suas capacidades criativas, intelectuais, adaptativo a novas pressões.

Há, portanto uma estratégia de descaracterização do trabalho carregado de sutilezas, opacidade e aliena-
ção, através das novas formas de gestão e controle do trabalho.

O trabalhador polivalente entra em cena e o trabalhador especializado perde sua funcionalidade e desa-
parece, acarretando um inchaço nas filas de desempregados.

CONJUNTURA PROFISSIONAL

1 - As mudanças também ocorrem nas instituições educacionais, tendo em vista a reestruturação/contrar-


reforma do Estado, que retiram as políticas sociais da esfera pública para a privada, havendo, portanto, a
mercantilização do ensino e gerando grande rentabilidade para as empresas.
2 - Com relação ao serviço social, os cursos de graduação EAD têm crescido assustadoramente, tendo
como bandeira “democratização e acesso ao ensino superior”.
- O decreto de nº 5.622, de 19/12/2005, cria a universidade aberta do Brasil (UAB), instituindo a
......educação à distancia (EAD);
- O decreto de nº 6.096, de 24/04/2007, estabelece o Programa de Reestruturação das Universidades
......Federais (REUNI).

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OS REBATIMENTOS DA PROFISSÃO SÃO:

1 - Um “boom” de cursos de Serviço Social EAD, desqualificando a formação profissional e inchando o


mercado de trabalho com profissionais formados nessa modalidade.

Para Iamamoto essa situação vai gerar “exército assistencial de reserva”, reforçando práticas do volunta-
riado e da precarização do exercício profissional, além do achatamento salarial.

2 - A educação superior reeditando a lógica fordista do consumo massivo;


3 - Perdas e derrotas aos trabalhadores, solapando condições de trabalho, demolindo suas estruturas or-
ganizativas, suprimindo direitos sociais e elementares condições de vida.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O movimento de reconceituação do Serviço Social trouxe novidades à formação profissional e necessi-


dade de sintonizar a formação do profissional aos novos tempos e a conjuntura com apreensão da ques-
tão social, relação de classes e enfrentamento da mesma. Essa nova formação se deu a partir de 1980
tendo como pano de fundo as mudanças ocorridas no cenário brasileiro frente à organização da socieda-
de e da conexão do serviço social inserido na divisão social e técnica do trabalho.

Segundo a ABEPSS, a revisão curricular de 1986 se baseou em:


1- O Serviço Social se particulariza nas relações sociais de produção e reprodução da vida social como
uma profissão interventiva no âmbito da questão social, expressa pelas contradições do desenvolvi-
mento do capitalismo monopolista.
2- A relação do Serviço Social com a questão social – fundamento básico de sua existência – é media-
tizada por um conjunto de processos sócio-históricos e teórico-metodológicos constitutivos de seu pro-
cesso de trabalho.
3- O agravamento da questão social em face das particularidades do processo de reestruturação produ-
tiva no Brasil, nos marcos da ideologia neoliberal, determina uma inflexão no campo profissional do
Serviço Social. Esta inflexão é resultante de novas requisições postas pelo reordenamento do capital e
do trabalho, pela reforma do Estado e pelo movimento de organização das classes trabalhadoras, com
amplas repercussões no mercado profissional de trabalho.
4- O processo de trabalho do Serviço Social é determinado pelas configurações estruturais e conjuntu-
rais da questão social e pelas formas históricas de seu enfrentamento, permeadas pela ação dos traba-
lhadores, do capital e do Estado, através das políticas e lutas sociais.

São princípios que fundamentam a formação profissional:


1- Flexibilidade de organização dos currículos plenos, expressa na possibilidade de definição de disci-
plinas e ou outros componentes curriculares – tais como oficinas, seminários temáticos, atividades
complementares – como forma de favorecer a dinamicidade do currículo;
2- Rigoroso trato teórico, histórico e metodológico da realidade social e do Serviço Social, que possi-
bilite a compreensão dos problemas e desafios com os quais o profissional se defronta no universo da
produção e reprodução da vida social.

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3- Adoção de uma teoria social crítica que possibilite a apreensão da totalidade social em suas dimen-
sões de universalidade, particularidade e singularidade;
4- Superação da fragmentação de conteúdos na organização curricular, evitando-se a dispersão e a pul-
verização de disciplinas e outros componentes curriculares;
5- Estabelecimento das dimensões investigativa e interventiva como princípios formativos e condição
central da formação profissional, e da relação teoria e realidade;
6- Padrões de desempenho e qualidade idênticos para cursos diurnos e noturnos, com máximo de qua-
tro horas/aulas diárias de atividades nestes últimos;
7- Caráter interdisciplinar nas várias dimensões do projeto de formação profissional;
8- Indissociabilidade nas dimensões de ensino, pesquisa e extensão;
9- Exercício do pluralismo como elemento próprio da natureza da vida acadêmica e profissional, im-
pondo-se o necessário debate sobre as várias tendências teóricas, em luta pela direção social da forma-
ção profissional, que compõem a produção das ciências humanas e sociais;
10- Ética como princípio formativo perpassando a formação curricular;
11- Indissociabilidade entre estágio e supervisão acadêmica e profissional.

Estes princípios definem as diretrizes curriculares da formação profissional, que implicam capacitação
teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa para a:
1- Apreensão crítica do processo histórico como totalidade;
2- Investigação sobre a formação histórica e os processos sociais contemporâneos que conformam a
sociedade brasileira, no sentido de apreender as particularidades da constituição e desenvolvimento do
capitalismo e do Serviço Social no país;
3- Apreensão do significado social da profissão desvelando as possibilidades de ação contidas na reali-
dade;
4- Apreensão das demandas – consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de
trabalho, visando formular respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social,
considerando as novas articulações entre público e privado;
5- Exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na Legislação Profissional
em vigor.

Desta forma entende-se que:

A efetivação de um projeto de formação profissional remete, diretamente, a um conjunto de conheci-


mentos indissociáveis, que se traduzem em NÚCLEOS DE FUNDAMENTAÇÃO constitutivos da
Formação Profissional. São eles:
1- Núcleo de fundamentos teórico-metodológicos da vida social;
2-Núcleo de fundamentos da particularidade da formação sócio histórica da sociedade brasileira.
3- Núcleo de fundamentos do trabalho profissional.
FONTES: ABEPSS/CRESS-MG

Serviço Social na contemporaneidade e alguns desafios importantes:


1 - Romper com uma visão endógena da profissão, prisioneira em seus muros internos (Iamamoto), ou
seja, ver a profissão a articulada com as determinações sociais;

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2 - Superar a visão de que teoria é diferente da prática; (Yolanda Guerra);
3 - Materializar o Projeto Ético Político (PEP);
4 - Decifrar a realidade com apreensão do movimento da realidade;
5 - Ser um profissional propositivo e não só executivo; (Iamamoto), capaz de propor e negociar seus
projetos, rompendo com o perfil de profissional, rotineiro, burocrático e tarefeiro;
6 - Romper com o lastro conservador da profissão;
7 - Romper com o fatalismo e messianismo;
8 - Entender que o profissional mesmo tendo características de profissão liberal (intelectual), ele não
detém de todos os meios para efetivação de seu trabalho, possui uma relativa autonomia;
9 - Ir além das rotinas institucionais;
10 - Exigência da qualificação profissional;
11 - Entender que não há nova questão social, pois como pode haver nova questão se a antiga não foi
solucionada? (Neto). Não há "questões sociais", há "questão social" pois ela se remete a uma única gê-
nese, o capitalismo (Iamamoto).
12 - Entendimento que o PEP do Serviço Social, aponta novos horizontes para a identidade profissio-
nal dos assistentes sociais.

Como o Serviço Social se comporta diante da conjuntura atual de regressão dos espaços de intervenção?
- Capacidade analítica de decifrar novas possibilidades diante dessa nova e explicita conjuntura;
- Ampliação do Assistente Social nos espaços democráticos de direitos;
- Inserção do profissional as entidade e categorias organizativas do Serviço Social;
- Garantir o movimento de caráter universalizante das políticas sociais e da seguridade social;
- Participação na formulação e avaliação de políticas públicas;
- Planejamento e gestão de projetos sociais;
- Elaboração de diagnósticos das realidades municipais e garantia de orçamentos públicos para o traba-
lho a ser realizado;
- Interlocução com outras profissões em caráter interdisciplinar;
- Resgatar o trabalho de base com as comunidades;
- Dar materialidade ao projeto ético político do Serviço Social, reafirmando direitos e autonomia da
população.

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MÓDULO V
INSTRUMENTOS DE TRABALHO

DIFERENÇA ENTRE: INSTRUMENTALIDADE E INSTRUMENTOS TÉCNICOS DO SERVIÇO SOCIAL

Segundo Yolanda Guerra:

INSTRUMENTALIZAÇÃO (Instrumentos técnicos do Serviço Social): Diz respeito ao fazer profissio-


nal, a manipulação e habilidades do profissional de permitir realizar alguma intervenção na realidade.
INSTRUMENTALIDADE: Refere-se às possibilidades sócias históricas da profissão de realizar seus
objetivos, objetivar sua intencionalidade requer exercício da razão e da escolha.

INSTRUMENTALIDADE

- A instrumentalidade do Serviço social requer pensarmos não apenas delimitar seu uso em instrumentos
técnicos e operativos.

Para Guerra (2000), a instrumentalidade do Serviço Social é uma determinada capacidade ou proprieda-
de constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio histórico. Portanto, não é ape-
nas o uso de um determinado instrumento e sim um modo ser da profissão em responder as demandas
que se apresentam a ela. Ela define sua intencionalidade através da resposta profissional, uma vez que é
por meio dela que o profissional modifica, transforma as condições objetivas e subjetivas e das relações
interpessoais existentes no cotidiano.

- Também é próprio pensar que mesmo na instituição do Serviço Social nos anos 30 o uso dos instru-
mentais era inerente à profissão, visto que em seu caráter empirista e conservador, utilizava-se dos ins-
trumentos sem qualquer análise ou desvendamento da realidade. Seu objetivo era de intervir, produzir
mudanças na vida social dos usuários atendidos.
- A instrumentalidade requer a construção de um acervo técnico calcado em um conjunto de saberes
específicos que o determina e que dirige a ação profissional, em consonância com as dimensões teórico
metodológica, ético política e técnica operativa, que vai convertendo e dando condições para o alcance
dos objetivos profissionais.

Nesse pensamento Guerra nos indica os marcos normativos da profissão que nos desafia a garantir os
direitos alcançados até hoje: Código de ética, lei de regulamentação da profissão e diretrizes curricula-
res, são com esses arcabouços que segundo a autora devemos dar continuidade ao debate da instrumen-
talidade do Serviço Social.
Para ela a formação acadêmica tem o seu ponto de partida para construção da instrumentalidade citando
como exemplos, a monitoria, iniciação científica, participação em simpósios, militância política, movi-
mentos estudantis, ou seja, traçar seu caminho na perspectiva da competência profissional.

- A instrumentalidade é cercada de dimensões que estão tanto na formação acadêmica quanto no seu
exercício profissional: As dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa.

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Iamamoto (2004) cita e esclarece essas dimensões:

 Competência ético-política: O Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se


realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações es-
sas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento
político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é
a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua
prática – valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Soci-
ais (Resolução CFESS nº 273/93) e que assumem claramente uma postura profissional de arti-
cular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade;

 Competência teórico-metodológica: O profissional deve ser qualificado para conhecer a reali-


dade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um
intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da sociedade para
além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibili-
dades de construção de novas possibilidades profissionais;

 Competência técnico-operativa: O profissional deve conhecer, se apropriar e, sobretudo, criar


um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais
junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas, Organizações Não
governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualificada no mer-
cado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos
objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica da realidade social.

Um ponto importante da instrumentalidade é sua vinculação com a pesquisa. Não podemos pensar o
estudo de uma dada realidade sem atrelar esse conhecimento a uma pesquisa. São os objetivos da pes-
quisa que definem os instrumentais e técnicas a serem utilizados.

A maturidade do Serviço Social durante os anos 1980 com sua introdução no debate acadêmico da pós-
graduação produz um profissional com atitude investigativa inerente ao seu fazer profissional.

ATENÇÃO DOUTORES! DECOREM ISSO:

Algumas palavras-chave para identificação na questão quando se tratar de instrumentalidade do Serviço


Social:
Capacidade da profissão, intencionalidade, teleologia, modo de ser da profissão, postura investigativa
profissional, dimensões ético política, teórico-metodológica e técnica-operacional, transformação.

INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL

Vamos estuda-los um a um:

1 – Estudos socioeconômicos
2 – Entrevista
3 – Visita domiciliar
4 – Relatório social
5 – Laudo social

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1. ESTUDOS SOCIOECONOMICOS
- Conhecimento profundo das condições de vida e trabalho da população trabalhada;
- Constitui competência profissional (artigo 4º da Lei 8.662/93);
- Competência reconhecida socialmente no âmbito das Políticas Sociais, lugar de natureza intrínseca do
Serviço Social;
- Incluído na profissão na década de 1940 quando o Serviço Social entra em contato com as técnicas
norte-americanas (Estudo de Caso, Grupo e Comunidade) A assistência ao cliente tinha como premissa
a busca de recursos tanto na personalidade como no seu ambiente para corrigir a situação (HAMILTON,
1976; NICHOLDS, 1969).
- Aprimoramento das técnicas tais como a entrevista, a observação, a visita domiciliar;
- Nos anos iniciais havia muita burocracia para acesso aos direitos sociais, uma vez que a determinados
auxílios materiais e a serviços no âmbito das instituições se vinculavam muito mais a julgamentos mo-
rais do assistente social sobre a personalidade e os modos de vida dos indivíduos do que de suas condi-
ções objetivas de vida. A condução da ação era estritamente positivista;
- A mudança ocorre no âmbito da interlocução com a teoria de Marx, quando os estudos socioeconômi-
cos ganham uma nova configuração pautada em dois pontos fundamentais: à interpretação das deman-
das postas aos assistentes sociais pelos indivíduos e ao redimensionamento que a perspectiva crítico-
dialética exige da ação profissional no que diz respeito ao seu alcance e direcionalidade;
- “Os direitos são entendidos como caminhos para a concretização da cidadania por meio de políticas
sociais orientadas para o atendimento das necessidades humanas básicas. O Estado é reconhecido como
instância responsável por essa garantia e atenção (VIEIRA, 2004; LIMA, 2006).”

Estudos socioeconômicos/Estudos sociais tem importância significativa no âmbito das Políticas Sociais,
notadamente no campo da Seguridade e no campo jurídico:

Na ótica sociojuridica, Fávero (2004, p. 42) afirma que o estudo social tem “por finalidade conhecer
com profundidade, e de forma crítica uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto
da intervenção profissional especialmente nos seus aspectos socioeconômicos e culturais”.

Os estudos sociais subsidiam pareceres sociais que são instrumentos “de viabilização de direitos, um
meio de realização do compromisso profissional com os usuários, tendo em vista a equidade, a igualda-
de, a justiça social e a cidadania” (SILVA, 2000, p. 116).

Assim, os Estudos sociais:


- Podem impactar tanto a gestão e o planejamento de programas e serviços, como a formulação de polí-
ticas sociais.
- São realizados para servir como subsídio para o arbítrio de situações conflituosas como é típico do
campo sociojuridico. (destituição de poder familiar, guarda, violência doméstica, adoção, etc.)
- Os Estudos sociais devem articular os processos familiares com os processos sociais mais amplos e
definir com maior clareza a situação em pauta.

Nos estudos socioeconômicos:


São mais comuns as abordagens individuais e grupais, realizadas através de instrumentos tradicional-
mente definidos pela profissão: a entrevista, a observação, a reunião, a visita domiciliar e a análise de
documentos referentes à situação.

- Na Assistência Social, são utilizados tanto para o acesso de usuários ao Benefício de Prestação Conti-
nuada (BPC), como aos programas de transferência de renda.

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- Na Previdência Social, destinam-se, à concessão de benefícios, recursos materiais e para subsidiar a
decisão médico-pericial.
- Na Saúde, são realizados para o acesso a determinados serviços, como é o caso da oxigenoterapia.
- Contêm tanto uma dimensão operativa quanto uma dimensão ética e expressa, no momento em que se
realiza a apropriação pelos assistentes sociais dos fundamentos teórico-metodológico e ético-políticos da
profissão em determinado momento histórico.
- A realização dos estudos sociais implica, em termos gerais, conhecer as formas assumidas pelas famí-
lias, isto é, sua estrutura de relações tanto dentro de seus limites como fora deles.

2. ENTREVISTA
- Um processo de comunicação direta entre o Assistente Social e um usuário (entrevista individual), ou
mais de um (entrevista grupal).
- As entrevistas podem ser: entrevistas estruturadas, não estruturadas e semiestruturadas.
1 – ENTREVISTAS ESTRUTURADAS: São conduzidas com formulários que visam à obtenção de
determinadas informações e que, na maioria das vezes, são preenchidos de acordo com padrões já
definidos no âmbito de programas ou de serviços.
2 – ENTREVISTAS NÃO ESTRUTURADAS: Privilegiam o diálogo aberto, conduzido preferenci-
almente pelos entrevistados. Nesse processo, as informações vão sendo produzidas à medida que os
temas surgem e se concatenam.
3 – ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS: Comportam tanto a utilização de determinados ro-
teiros como também o diálogo aberto com os entrevistados.

3. VISITA DOMICILIAR
- De acordo com Mioto (2001), acontecem na residência dos sujeitos envolvidos na situação e visam
conhecer as condições de vida (residência, bairro) e os aspectos do cotidiano das relações desses sujeitos
que geralmente escapam às entrevistas de gabinete.
- Como os demais instrumentos, a visita domiciliar não é exclusividade do Assistente Social.

4. RELATÓRIO SOCIAL
- Apresentação descritiva e interpretativa de uma situação ou expressão da questão social;
- Objeto de estudo, sujeitos, finalidades, procedimentos, histórico, desenvolvimento e análise;
- Descrição ou relato do que foi possível conhecer por meio do estudo;

5. LAUDO SOCIAL
- Suporte à decisão judicial documento resultante da PERÍCIA SOCIAL;
- Síntese significativa do estudo, da análise e o parecer social;

5.1 - Estrutura de um laudo social:


- Introdução – indica a demanda judicial e objetivos.
- Identificação dos sujeitos envolvidos.
- A metodologia usada para construí-lo.
- Relato analítico da construção histórica da questão estudada e do estado social atual da mesma.

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- Conclusão ou parecer social – sintetiza a situação; contém uma breve análise crítica; aponta con-
.....clusões ou indicativos de alternativas; expressa o posicionamento profissional frente à questão
.....em estudo.

DECORE ISSO:
- Laudo social é resultado de uma perícia social, que se conclui com parecer do profissional.
- Relatório social é um documento fruto do estudo de uma determinada situação
- O parecer social é uma opinião do profissional sobre determinada situação da qual com base no conhe-
cimento e estudo da situação possui determinados elementos para concessão de um determinado benefí-
cio.
- No estudo social pode ou não conter parecer, porém utiliza determinados tipos de instrumentos (entre-
vistas, visitas etc.) para ser construído.
- A perícia social é solicitada no âmbito do judiciário, sendo composto pelo laudo social e parecer soci-
al.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: CFESS (Organizador) O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos: contribuição ao debate no Judiciário, Penitenciário e na
Previdência Social. Capítulos 1 e 2. São Paulo: Cortez, 2006.

CAROS DOUTORES, ATENÇÃO!!!


- Interação direta ou face a face (Magalhães: 2003 in Charles Toniolo): entrevistas, visitas domiciliares,
observação, reunião, dinâmica de grupo interação indireta ou por escrito: atas, relatórios registros, diário
de campo, relatórios etc.
- O Relatório Social é mais comum entre os instrumentos do profissional, ele deve conter informações
necessárias da situação da qual tomou conhecimento, pode vir acompanhado ou não de parecer social,
lembrando que o parecer social deve ser considerado uma forma de acesso aos direitos sociais.

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MÓDULO VI
FAMÍLIA E SERVIÇO SOCIAL

ASPECTOS INICIAIS

- Primeiramente é importante identificar que a família tem um importante papel nas políticas públicas
como espaço privilegiado de atenção.
- As famílias são históricas, afetas e afetadas pelas mudanças sociais econômicas, estando em constante
crise e mudanças, portanto não pode se pensar que as famílias estarão sempre organizadas enquanto ins-
tituição, nem podemos pensar em modelo ideal de família.
- A presença da mulher nos finais dos anos 1980 como chefe de família abalou as estruturas até então
patriarcais, isso muda também o aspecto social e cultural da visão de família para a sociedade.
- Um aspecto importante é que a política social se submeteu ao econômico, transferindo a coisa pública
para o privado, como a proteção social. A família agora é obrigada a ultrapassar suas funções tradicio-
nais é responsabilizada pelo resultado dos programas sociais;

ASPECTOS HISTÓRICOS

- A família é objeto de intervenção do Serviço Social historicamente direcionando sua ação para a famí-
lia do operário. Na interlocução com a teoria americana havia a intervenção de caso, grupo e comunida-
de com vistas a ajustar os indivíduos dentro da sociedade.
- Essa intervenção buscava recursos da personalidade e no ambiente para a correção dos problemas, por-
tanto verifica-se que a busca da solução era de responsabilidade do próprio individuo e sua família.
- As famílias passavam por um processo de transformação a partir da avaliação do próprio assistente
social do que das condições objetivas das famílias. Isso se traduzia em um forte processo burocrático e
regulação no atendimento as famílias.
- A Mudança começa a operar quando o Serviço Social passa a ter a visão de leitura crítica da realidade,
baseada nos estudos da teoria social crítica.

Quais foram os avanços?


- Os problemas familiares não mais são vistos como individuais e sim como expressões das neces-
sidades não satisfeitas;
- A visão do Serviço Social passa a operar não mais nos “casos de família”, que as questões viven-
ciadas pela mesma não são de competência ou incompetência dos seus sujeitos.
- Há mudança também na forma de direcionamento profissional formatada em bases na produção e
reprodução social;
- Apesar desse avanço nos marcos teórico metodológico do SS, a família não se constituiu objeto de
estudo privilegiado da profissão. (1970- 2000)

Requisições para o trabalho com Família


- É necessário entender que a família:
- Espaço altamente complexo e histórico;

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- As relações são modificadas dentro do contexto histórico e da sociedade;
- A família tanto pode ser um lugar de afeto, do cuidado e da proteção como de conflito;
- A família não pode ser vista como uma instituição homogênea, nem como ideal com papéis pré-
definidos;
- A configuração da família está diretamente relacionada ao tipo de sociedade onde a mesma está
inserida, seus laços de pertencimento, relacionamentos, afetos intrafamiliares;
- A família sofre mudanças econômicas e sociais relacionadas ao mundo do trabalho as de caráter
tecnológico e da informação;
- A família possui novas configurações: menores, chefiadas por mulheres, com mais idosos em sua
composição.
- A família não tem condições e não está preparada para ser responsabilizada pelas exigências que
lhe são impostas;
- A família passa pelas refrações da questão social, objeto de trabalho do Serviço Social.

TIPOS DE FAMÍLIA

Família Nuclear: Família tradicional, formada por pai mãe e filhos.


Família Monoparental: Família formada por um dos cônjuges.
Família Extensa ou Ampliada: Família composta por parentes de laços consanguíneos: tio, avó etc.
Família Reconstruída ou Recomposta: Família formada por um novo laço onde ambos os cônjuges já
tenham filhos de casamentos anteriores.

FAMÍLIA E PROTEÇÃO SOCIAL

- A forma que o Estado redistribui os riscos sociais entre família, mercado e Estado, faz grande diferen-
ça nas condições de vida da população (Esping- Andersen 2000).
- Para Mioto há duas tendências na incorporação da família no campo da política social: A familista e a
protetiva.

Forma Familista: Segundo Mioto, existem dois canais naturais para satisfação das necessidades dos in-
divíduos: a família e o mercado. Somente quando esses falham é que interferência pública deve acon-
tecer e, de maneira transitória. Indica a ideia da falência da família.

Resultado: ações pontuais e focalistas, dado sua ação ser transitória (ideias do liberalismo econômico);
regressão da participação do Estado na provisão do bem estar social; retrocesso da cidadania.
Ainda em Mioto essa tendência fortalece significativamente o mercado enquanto instância de provisão
de bem-estar e aposta na organização sociedade civil como provedora.

Forma Protetiva: Afirma-se no campo dos direitos sociais universais no sentido de consolidar a cidada-
nia;

Para Esping- Andersen, há dois processos vinculados:


- Desmercadorização: Viver sem depender do mercado.

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- Desfamilização: Abrandamento da responsabilidade familiar em relação à provisão de bem estar so-
cial, seja através do Estado ou do mercado.

Nesse sentido a proteção à família as políticas sociais são chamadas no sentido de “socializar antecipa-
damente os custos enfrentados pela família, sem esperar que a sua capacidade se esgote”.

Para Mioto, essa concepção tem uma consequência importante para o exercício profissional, pois há o
deslocamento do eixo da busca das causas dos problemas e conflitos, numa análise predominantemente
relacional, e se caminha para o fortalecimento das possibilidades de proteção das famílias. Esse proces-
so compartilhado com as famílias desemboca na construção de sua autonomia enquanto sujeitos e, por-
tanto não são tratadas como objetos terapêuticos.

TRABALHO COM FAMÍLIA


- É importante o entendimento que as necessidades familiares são expressões das necessidades sociais
decorrentes desigualdade social, se faz necessário à desvinculação da satisfação das necessidades como
responsabilidade das famílias.
- A dinâmica familiar não é vista como simplesmente à compreensão das relações do cuidado e do afe-
to dentro do interior familiar é necessário o desafio em decifrar as categorias das necessidades huma-
nas e suas estruturas do cuidado e de proteção.

IMPORTANTE:

- A proteção familiar é um resultado do papel da família, acesso aos bens e serviços e acesso à renda.

- Reconhecimento de que as famílias apresentam demandas que extrapolam as suas possibilidades de


respostas e essas se encontram fora delas.
- Isso implica no redimensionamento da intervenção profissional, a partir da perspectiva da integralidade
das ações articuladas em diferentes níveis. Esses níveis seriam: proposição, articulação e avaliação de
políticas sociais, organização e a articulação de serviços e atendimento a situações singulares (MIOTO,
2000).

A articulação desses níveis requer o encaminhamento de diferentes ações profissionais que se estrutu-
ram em três grandes processos:

- Processos políticos organizativos: Requer ações de caráter coletivo, levando as famílias a romperem
a visão de responsável pela proteção social, buscando ampliação dos direitos sociais;
- Processos de gestão e planejamento: Enfoque no planejamento institucional, como gestão e gerencia
dos recursos e serviços direcionados ao atendimento das famílias;
- Processos socioassistenciais: Atendimento diretamente à famílias, no tocante à construção de sua au-
tonomia, construídas em processo junto com a família, isso exige do profissional, conhecimento, pla-
nejamento e técnica.
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MÓDULO VII
ASSESSORIA E CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL

ASPECTOS INICIAIS

O tema em questão para o Serviço Social surge com uma temática emergente e contemporânea, uma vez
que a profissão tendo um caráter intelectual, renovado e crítico consegue se debruçar sobre a realidade e
intervir sobre ela. É considerado processo de trabalho do Serviço Social, vista como uma forma de
acompanhamento e monitoramento de uma determinada demanda.

É também pertinente falar da importância da Assessoria e Consultaria no âmbito do Serviço Social ten-
do como elemento principal o reconhecimento social da capacidade intelectiva do Assistente Social,
pois tem nesse espaço de trabalho a capacidade de resposta a distintos Interesses.
É considerado também um novo espaço de intervenção do Serviço Social.
Temos o autor Maurilio Castro de Matos como expoente no tema.

ASPECTOS HISTÓRICOS

- Historicamente o tema não é tão recente, porém pouco utilizado como temática do Serviço Social. Nos
anos de 1970 o tem surge buscando novas intervenções para superação das ações clássicas caso, grupo e
comunidade;
- Nos anos 1980 apresentam como importantes momentos históricos de emersão no tema como a publi-
cação do artigo de Balbina Otoni Vieira e a interlocução dos estudantes no campo do estágios ligados à
movimentos sociais;
- Nos anos 1990 há um boom sobre a temática assessoria, ligados a reestruturação produtiva e a reforma
do aparelho do Estado;
- Nos anos 2000: temática assessoria/consultoria continua presente em iniciativas profissionais, mas
ainda pouco problematizadas sobre o que sejam esses processos.

ASSESSORIA E CONSULTORIA

ASSESSORIA: É aquela ação que visa auxiliar, ajudar, apontar caminhos. Não sendo o assessor um sujei-
to que opera a ação e sim o propositor desta, junto a quem lhe demanda esta assessoria.
CONSULTORIA: Vem da palavra consultar, que significa pedir opinião. Portanto, consultoria é mais pon-
tual que assessoria que remete a ideia de assistir.

ASSESSORIA CONSULTORIA

Auxilia, aponta caminhos Opina


Mais presente Mais pontual
Preparação de uma equipe para vivência Já vivenciou o projeto para intervir na realidade
Assistência técnica e teórica Respostas pontuais que atravanca o processo

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ASSESSORIA/CONSULTORIA

Notável conhecimento na área solicitada


Intencionalidade de mudança da realidade
Não executam a ação
Sua opinião pode ou não ser acatada

ATENÇÃO CONCURSEIRO! IMPORTANTE!!!

1. Assessoria não é sinônimo de supervisão. Na supervisão há um caráter de subordinação entre os su-


pervisionados, enquanto que na assessoria há uma liberdade de escolhas entre os caminhos apontados
pelo assessor, onde os mesmos podem acatar ou não.

2. Assessoria não é uma prática extensionista. A ação extensionista requer um amplo processo de capa-
citação e prestação de serviços, muito comum nas universidades.

- Assessoria não é necessariamente um trabalho precarizado: Apesar de muitas instituições contratarem


profissionais por tempo determinado, são nesses trabalhos que podemos exercer nossa capacidade de
mobilização e intervenção junto aos grupos e comunidades.
- Assessoria não é um abandono do trabalho social: Apesar do tempo determinado não deixamos de
atender e encaminhar as demandas necessárias no trabalho junto às comunidades e grupos.
- Assessoria não é mera militância política: Não podemos fazer um misto de militância política com
partidária, é importante a contribuição que muitos assistentes sociais dão a diferentes entidades de mobi-
lização política, como assessoria.

Para o exercício da Assessoria e Consultoria são necessários alguns requisitos importantes:


- Capacitação permanente: princípios do código de ética;
- Domínio sobre as políticas sociais e práticas educativas;
- É uma competência e atribuição privativa do assistente social.

Frentes de trabalho do Serviço Social:


- Assessoramento aos profissionais de Serviço Social;
- Assessoria a gestão das políticas sociais; ( A que mais vem sendo desenvolvida pelos profissionais,
tendo em vista a participação na elaboração e implementação das políticas sociais).
- Organização política dos usuários. (ainda em potencial, mas pouco explorada).

Estratégias do Serviço Social:


- Identificar o porquê da assessoria/consultoria; assim com sua posição privilegiada de “agente exter-
no”, pode apontar caminhos auxiliando na desvelação de questões que a equipe e o profissional, sozi-
nhos, não podem identificar.
- Estudo da realidade;
- Operacionalização das intenções: adoção de estratégias de trabalho participativas.

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Assessoria/consultoria requer:
1. Análise crítica da realidade e a capacidade de proposições;
2. Aprofundar o trânsito entre o conhecimento teórico acumulado pela profissão e a renovação crítica
das suas estratégias técnico-operativas, desafio urgente do atual projeto de profissão.

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MÓDULO VIII
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

ASPECTOS INICIAIS

- Novas requisições profissionais trazem à tona a concretização do fazer profissional crítico, renovado e
propositivo na elaboração, planejamento e avaliação das Políticas sociais;
- A partir da constituição de 1988 e da maturidade profissional dessa época abriu muitas possibilidades
direcionados ao campo do direito, nas instituições municipais, estaduais e federais notadamente no cam-
po da seguridade social (Assistência Social, Previdência Social e Saúde) além do campo jurídico;
- As políticas sociais atualmente requer o planejamento como componente de gestão, ou seja, o plane-
jamento deve anteceder a elaboração das políticas sociais e para isso utiliza-se de profissionais que tem
conhecimento elaborado da situação para planejar e elaborar políticas sociais condizentes com a situa-
ção na qual será trabalhada;
- O Planejamento é materializado, concretizado através do Plano, Programa ou Projeto.

CAROS DOUTORES! ATENÇÃO PARA OS ESCLARECIMENTOS ABAIXO:


Muitos candidatos têm errado nas provas de concursos sobre esse tema pela confusão que o mesmo gera
com relação a sua definição, veja:
PLANO – É o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnós-
ticos necessários à identificação dos pontos a serem atacados, dos programas e projetos necessários, dos
objetivos, estratégias e metas de um governo, de um Ministério, de uma Secretaria ou de uma Unidade.
PROGRAMA – É o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados permitem alcançar o
objetivo maior de uma política pública.
PROJETO – É a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um instrumento técnico-
administrativo de execução de empreendimentos específicos, direcionados para as mais variadas ativi-
dades interventivas e de pesquisa no espaço público e no espaço privado.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

- Considerado como forma contemporânea de Planificação;


- Vem como uma forma de superar o planejamento tradicional;
- Absorve a categoria de estratégia e lhe dá visibilidade por agregar ao processo a noção de mobilização,
de negociação, de movimento, de manejo de técnicas, recursos, enfim, todos os meios (táticos) necessá-
rios para enfrentar o(s) oponente(s) ou uma situação complexa.
- Tende a romper nas organizações com as hierarquias verticais rígidas de comando, promovendo um
tipo de comunicação horizontal intensiva (colegiada).
- Busca ultrapassar a democracia representativa, combinando-a com a democracia participativa ou dire-
ta.
- Deve prever o consenso, uma vez que nas instituições existem conflitos e interesses contraditórios.

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A gestão democrática do Estado requer também a instituição de sistemas, benefícios e serviços à popu-
lação, chamados de direitos assegurados em lei a exemplo do SUS, Sistema Único de Saúde, SUAS,
Sistema Único de Assistência Social, Sistema Previdenciário, é através desses sistemas que a população
recorre para o atendimento de suas necessidades.
Para elaboração de políticas sociais no contexto capitalista é necessário estar consciente das forças pre-
sentes sempre em luta pelos interesses opostos.

Para o planejamento de uma política social devem ser observados:

1 – Participação
A participação no planejamento tem o escopo de compartilhar decisões, quer sejam econômicas, quer
sejam políticas, quer sejam sociais ou culturais. Tomar decisões como um exercício de liberdade, sim,
mas tomá-las de forma compartilhada.
E ai cabe dois conceitos de participação: Orgânica e a Qualificada. Vamos aos conceitos de cada uma
delas:
1. Participação Orgânica: Participação assegurada por meio de uma organização ou órgão. Trata-se
de uma estrutura organizada, legal, que ocupa um espaço institucional na organização da socie-
dade, a saber: colegiados, organizações, conselhos, etc., garantidos em dispositivos legais, com
representatividade e escolha democrática.
2. Participação Qualificada: A participação, portanto, completa-se com o envolvimento subjetivo e
a qualificação do participante, o qual deve ter acesso a informações e códigos que às vezes são
privilégios de cúpula. É o caso da participação na elaboração de orçamentos. Na maioria dos ca-
sos, os orçamentos estão tão codificados, que se transformam em uma “caixa preta”.

2 – Orçamento Público
Segundo Dalton (1980), trata da receita e da despesa pública, bem como da coordenação entre ambas
ou, ainda, diz respeito aos “recursos e encargos do Estado para determinado período, tem como peças
fundamentais e anteriores, o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os quais são
exigências constitucionais para a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

“O orçamento é um dos toques de realidade que transforma os sonhos em cenários desejados, porém
possíveis” Tatiwa (2004, p. 43).

3 – Execução Financeira e Orçamentária


Esse processo se dá através da operacionalização do financeiro. Os orçamentos anuais são executados
no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, ou seja, coincide com o ano civil.

4 – Controle Social
Considera-se a participação social no controle e avaliação de todo processo orçamentário, desde a prepa-
ração como na execução do planejamento.

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AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

A avaliação de políticas e programas deve ser compreendida na dimensão, significado, abrangência,


funções, e todos os elementos que conformam a política social.

Atenção para diferenciação entre:

- Análise de políticas sociais: Se conforma em compreender a conformatação e estrutura da política so-


cial, enquanto que;

- Avaliação de políticas sociais: Se refere à relação de causa e efeito de determinada política, conside-
rando seu impacto diante da situação a que se destina.

TIPOS DE AVALIAÇÃO

- Quanto ao Objetivo:
Efetividade (impactos da política), eficácia (Metas e objetivos atingidos), eficiência (relação custo-
benefício).

- Quanto ao período de realização:


ex ante (antes) consiste na análise de eficiência e na análise de impacto. Essa avaliação se inicia desde
o momento em que se define o problema ou necessidade que justifica a política, programa ou projeto.
E ex post (após) na finalização do programa ou política.

IMPORTANTE: A avaliação ex post não tem relação com planejamento e nem mesmo com o processo de
implementação, sendo desenhada quando a política, programa ou projeto já se encontra consolidado ou
em fase final.
Quanto à posição de quem realiza a pesquisa: interna (próprios elaboradores) e externa (consultores ou
especialistas contratados).

ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE UMA POLITICA


1 - Identificação do problema (construção da agenda com base nas demandas);
2 - Formulação de objetivos adaptados ao problema identificado;
3 - Tomada de decisão;
4 - Implementação/execução;
5 - Avaliação de processo e/ou impacto;
6 - Extinção ou manutenção da política, em decorrência da avaliação.

ASPECTOS DE UMA AVALIAÇÃO DE POLITICA SOCIAL

- Natureza e tipo dos direitos e benefícios previstos: Reconhecimento do direito se há contribuição pré-
via, se o caráter é universal ou seletivo, se é contínuo ou eventual.
- Abrangência da política: Refere-se ao alcance desejado da política e sua temporalidade;
- Critérios de acesso e permanência: Refere-se à intencionalidade e capacidade de inclusão e/ou exclu-
são do acesso.

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- Mecanismos de articulação com outras políticas: Complementaridade entre a política avaliada e as
demais, o que possibilita realizar uma avaliação mais ampla sobre as possibilidades do conjunto das
políticas sociais assegurarem a satisfação das necessidades básicas dos cidadãos.
- Fontes de financiamento: A partir da identificação das fontes de financiamento é possível compreen-
der a origem dos recursos e identificar “quem paga a conta” na garantia de políticas sociais.
- Direção dos gastos: Corresponde à análise da aplicação dos recursos de uma política e/ou programa
social.
- Magnitude dos gastos: a análise do volume de investimentos nas políticas e/ou programas sociais, ob-
jetiva verificar se houve manutenção, crescimento, redução ou realocação dos recursos.
- Gestão e controle social democrático: Princípios contemporâneos de gestão federada estabelecidos na
Constituição Federal e como ocorre a participação e controle popular. Isso envolve a relação entre os
entes federativos, entre as organizações governamentais e não governamentais, e o controle social co-
mo exercício da cidadania.

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MÓDULO IX
LOAS – NOB - SUAS

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS

Candidatos, iremos agora falar um pouco sobre a PNAS, sempre cai em concursos pelo menos duas
questões, principalmente em concursos de Prefeituras Municipais, então é importante ficar atentos al-
guns pontos importantes (para fixar sobre a Assistência Social):
- Política integrante de Seguridade Social não contributiva, juntamente com a política de Saúde e de
Previdência Social;
- Direito do Cidadão e dever do Estado;
- Os serviços socioassistenciais baseados na lógica de TERRITÓRIO;
- Operacionalizada através do Sistema Único de Assistência Social (SUAS);
- A centralidade da família como núcleo social fundamental para a efetividade de todas as ações e ser-
viços da política de assistência social.

O Sistema Único de Assistência Social se estabelece através dos eixos estruturantes: Esses eixos são
bem pedidos em provas de concursos, então é interessante o candidato decorar todos!
- Matricialidade Sociofamiliar;
- Descentralização político-administrativa e Territorialização;
- Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil;
- Financiamento;
- Controle Social;
- O desafio da participação popular/cidadão usuário;
- A Política de Recursos Humanos;
- A Informação, o Monitoramento e a Avaliação.

A Política Nacional de Assistência Social-PNAS materializa-se através do Sistema Único de Assistência


Social (SUAS) que trabalha as ações de acordo com as suas complexidades dentro da lógica de território.
É importante a leitura de duas legislações da Assistência Social para se sair bem nos concursos:

1. LOAS (Lei 8.742/93 e a Lei 12.435/2011).


2.Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. Resolução 109 de 2009 do Conselho Nacional
de Assistência Social.

Vamos falar sobre cada uma delas separadamente em pontos mais importantes.

ATENÇÃO!!!
O candidato deve responder a questão do concurso sempre de acordo com o que a banca pede, observe
se a mesma está falando já de acordo com a nova lei 12435/11.

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LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS

- Lei 8.742/93 atualizada pela Lei 10.435/2011;


- Regulamenta o artigo 204 da Constituição Federal, traz a consolidação do Sistema Único de Assistên-
cia Social (SUAS), sistema esse participativo e descentralizado, o que significa isso?
 Participativo: a representação da sociedade civil nas decisões do governo quanto ao uso e defini-
ções do dinheiro público destinado à assistência social através dos conselhos municipais, carac-
terizando o controle social da coisa pública.
 Descentralizado: transferência da responsabilidade central para a gerência da política de Assis-
tência Social para mais próximo da realidade da população.

Existem os conselhos municipais, estaduais, federal e do Distrito Federal que são Instâncias deliberati-
vas junto com as conferências. Essas deliberações consistem em orientar e regulamentar o direciona-
mento da política de assistência social em cada ente federativo.

Os objetivos da LOAS:

Apesar de estar identificado em três itens, o alcance da política de assistência social foi ampliado com a
Lei 12.432/11 (Artigo 2)

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de ris-
cos, especialmente:
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida co-
.......munitária; e
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias
e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socio-
assistenciais.

Um destaque importante é a definição das entidades e organizações da assistência social (Atendimento,


Assessoramento e de Defesa de direitos) que passam a integrar a rede socioassistencial da política da
assistência com suas características (Artigo 3).
Essas entidades atuam indiretamente nas ações da assistência através de convênios com a secretaria mu-
nicipal de assistência social, importante que essas entidades estejam inscritas no sistema eletrônico do
Ministério Social de Desenvolvimento Social (MDS) denominado CADSUAS- entidades.

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Os princípios e diretrizes da LOAS (com atualização na lei 12.435/2011):

Os princípios e diretrizes da LOAS com atualização prevista na lei 12.435/2011 permanecem os mes-
mos e merecem ser colocados aqui porque são muito requisitados em questões de concursos:
Art. 4º - A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econô-
mica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançá-
vel pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de
qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação ve-
xatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, ga-
rantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.

Das Diretrizes
Art. 5º - A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e
comando único das ações em cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políti-
cas e no controle das ações em todos os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada
esfera de governo.

DICA!
PRINCÍPIOS: São valores que baseiam a política.
DIRETRIZES: São ações que norteiam a política.

- A gestão da Assistência fica organizada pelo Sistema Único da Assistência Social (SUAS) (Artigo 6);
- Institui o PAIF, PAEFI e o PETI, como serviços da Assistência Social no âmbito das proteções básica
e especial respectivamente nos Artigos 24 A, 24 B, 24 C. (Veremos mais adiante esses serviços);
- Define o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado
de Assistência Social (CREAS), como unidades públicas estatais da política de Assistência; (Artigo 6-A,
6-B, 6-C).

CRAS E CREAS são equipamentos públicos da assistência social e não serviços da assistência social.

A LEI 12435/11:
- Instituiu o Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social IGD-SUAS para
fortalecimento e aprimoramento da Gestão do SUAS através de incentivos financeiros; (Artigo 12).

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- Ampliou o conceito de Família e Pessoa com Deficiência para fins do Benefício de Prestação Continu-
ada; (Artigo 20);
- Antes da Lei era considerada família, o pai, mãe, cônjuge, irmãos menores de vinte e um anos e inváli-
dos. Agora com a lei 12.435/11 considera família além do requerente, o cônjuge ou companheiro, os
pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados sol-
teiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto;
- Definiu “pessoa com deficiência” como aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza físi-
ca, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas;
- O órgão gestor da Assistência Social fica responsável em gerir seu próprio fundo, o Fundo de Assis-
tência Social com a fiscalização dos respectivos conselhos (Artigo 27).
- Estabelece que o cofinanciamento da política no SUAS, nas esferas de governo, se efetue por meio de
transferências automáticas entre os Fundos de Assistência Social. (Artigo 29); Antes os repasses fede-
rais e estaduais podiam ser feitos através de convênios, com a Lei 12.435/11 essa modalidade deve ser
extinta.
- Estabelece como condição de repasse dos recursos além do Conselho, Plano e Fundo da Assistência
Social (C.P.F.), a comprovação orçamentária alocados nos respectivos fundos.

GESTÃO DO SUAS

Os municípios são classificados de acordo com a população, onde recebem repasses financeiros para
organizar os serviços da Assistência Social dentro de seu território, veja o quadro:

GESTÃO POPULAÇÃO

Pequeno Porte I Até 20 mil habitantes


Pequeno Porte II De 20.001 a 50.000 habitantes
Médio Porte De 50.001 a 100.000 habitantes
Grande Porte De 100.001 a 900.000 habitantes
Metrópole Acima de 900.000 habitantes

Também as gestões municipais eram classificadas de acordo com a capacidade de gerir seus próprios
sistema de acordo com o porte e com a organização de documentos e aprovação nas Comissões Interges-
toras Bipartite (CIB) em Gestão inicial, Básica e Plena, porém, com a regulamentação da nova Norma
Operacional Básica do SUAS em 2012, essa situação vai mudar, tendo em vista que o Ministério de
Desenvolvimento Social (MDS), através de novas ferramentas informacionais, essas modalidades de
gestão tende a ser extintas, tendo em vista a capacidade dos municípios desenvolverem suas ações vão
dar indicadores de mudança de gestão.

TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

Regulamentado pela Resolução nº 109 de 11 de novembro de 2009 do Conselho Nacional de Assistên-


cia Social, definem os serviços realizados pelos equipamentos públicos de Assistência Social: CRAS,
CREAS, Casa-lar Instituições de Acolhimento, Albergues e Repúblicas.
Essa resolução foi muito importante para a consolidação da política de Assistência Social, uma vez que
unificou a nível nacional todos os serviços realizados e com definição de indicadores, meta, público

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alvo, e impactos esperados pela assistência no trabalho social realizado com as famílias. Isso significa
que podemos analisar nacionalmente ao avanço ou retrocesso da política, pois podemos prever o aten-
dimento, metas e incentivos financeiros para o trabalho dentro da política.

Para entendermos os serviços da Assistência social precisamos entender como eles se dividem:
I - Serviços de Proteção Social Básica
II - Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade
III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

I - Serviços de Proteção Social Básica:

A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco através do desenvolvimento de
potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à po-
pulação que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de
renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afeti-
vos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiên-
cias, dentre outras) (PNAS 2004:19)
O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS é uma unidade pública estatal de base territorial,
localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange a um total de até 1.000 famílias/ano. Executa
serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da
política de assistência social. (PNAS 2004:19)

a) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);


b) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
c) Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas.

II - Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade:

São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem atendimentos às famílias e
indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos.
(PNAS 2004:22)

a) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);


b) Serviço Especializado em Abordagem Social;
c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade
...Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC);
d) Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;
e) Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade:

Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles que garantem proteção integral
– moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram
sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou,
comunitário. (PNAS 2004:22)

a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades:


- abrigo institucional; Casa-Lar;

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- Casa de Passagem;
- Residência Inclusiva.

b) Serviço de Acolhimento em República;


c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

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MÓDULO X
LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL (LEI DE REGULAMENTAÇÃO E CÓDIGO DE ÉTICA)

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS

- A lei de regulamentação norteia nossa ação profissional desde a sua promulgação em 1957.
- A lei de regulamentação da profissão constitui um marco histórico da instituição da profissão.
- A profissão nasceu nos anos de 1930, porém só foi regulamentada em 1957 com Lei nº 3.252 de 27 de
agosto de 1957, revogada pela Lei nº 8.662 de 07 de junho de 1993.

De que trata essa lei?


A lei representa uma apresentação para a sociedade em geral a profissão e dispositivos legais do exercí-
cio profissional, advertindo (no artigo 2º) que somente poderão exercer a profissão de Assistente Social:

I - Os possuidores de diploma em curso de graduação em Serviço Social, oficialmente reconhecido, ex-


pedido por estabelecimento de ensino superior existente no País, devidamente registrado no órgão com-
petente;
II - os possuidores de diploma de curso superior em Serviço Social, em nível de graduação ou equivalen-
te, expedido por estabelecimento de ensino sediado em países estrangeiros, conveniado ou não com o
governo brasileiro, desde que devidamente revalidado e registrado em órgão competente no Brasil;
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções nos vários órgãos públicos, se-
gundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.

ASPECTOS MAIS COBRADOS NOS CONCURSOS ATUALMENTE

As bancas sempre recorrem nas questões os assuntos sobre competências e atribuições privativas do
assistente social, as funções do Conselho Federal de Serviço Social e Conselho Regional do Serviço
Social e algumas vezes sobre as penalidades.

Sobre as competências e atribuições é importante o candidato ficar atento:


Os artigos 4º e 5º da Lei 8662/93 são as competências e atribuições privativas respectivamente, vejam:

Artigo 4º:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública,
direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atua-
ção do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e
de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e
para subsidiar ações profissionais;

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VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas
privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no
exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto
a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.

Competência é a capacidade de o profissional realizar determinadas atividades inerentes ao exercício


profissional, porém não exclusivamente por ele, pode ser realizada por outros profissionais, cuidado!!!

No artigo 5º Atribuições privativas:


I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e pro-
jetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e
outras entidades, em matéria de Serviço Social;
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de
Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disci-
plinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-
graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou ou-
tras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao
Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço
Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades re-
presentativas da categoria profissional.

DICA!
ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS: São atividades exclusivas do profissional de Serviço Social.
PALAVRAS-CHAVE: Em matéria de serviço Social; Na área de serviço Social; Assuntos de Serviço
Social; Supervisão de alunos de Serviço Social.

Uma coisa que não posso deixar de alertar vocês candidatos é a inclusão do artigo 5º A (INCLUI O
ARTIGO 5-A), que trata sobre a duração do trabalho do Assistente Social, a Lei 12.317 de 26 de agosto
de 2010 fala das nossas tão suadas 30 horas:
A duração do trabalho do Assistente Social é de 30 (trinta) horas semanais.

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Antes de falar das competências do CFESS e do CRESS é importante vocês ficarem sabendo que:
- O CFESS e CRESS são entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o objetivo bási-
co de disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente Social em todo o território nacional.
- O CFESS e CRESS cabem representar, em juízo e fora dele, os interesses gerais e individuais dos
Assistentes Sociais, no cumprimento da lei 8662/93.
- O CRESS tem autonomia administrativa e financeira, sem prejuízo de sua vinculação ao Conselho
Federal, nos termos da legislação em vigor.
- O fórum máximo de deliberação da profissão para os fins da lei 8662/93 dar-se-á nas reuniões con-
juntas dos Conselhos Federal e Regionais, que inclusive fixarão os limites de sua competência e sua
forma de convocação.

COMPETÊNCIAS DOS CONSELHOS

As competências do Conselho Federal de Serviço Social estão no artigo 8º:

I - orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício da profissão de Assistente Soci-


al, em conjunto com o CRESS;
II - assessorar os CRESS sempre que se fizer necessário;
III - aprovar os Regimentos Internos dos CRESS no fórum máximo de deliberação do conjunto
CFESS/CRESS;
IV - aprovar o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais juntamente com os CRESS, no
fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/CRESS;
V - funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional;
VI - julgar, em última instância, os recursos contra as sanções impostas pelos CRESS;
VII - estabelecer os sistemas de registro dos profissionais habilitados;
VIII - prestar assessoria técnico-consultiva aos organismos públicos ou privados, em matéria de Ser-
viço Social;

São competências dos Conselhos Regionais de Serviço Social:

I - organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o cadastro das instituições e
obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos;
II - fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na respectiva região;
III - expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa;
IV - zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como Tribunais Regionais
de Ética Profissional;
V - aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional;
VI - fixar, em assembleia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos Assistentes Sociais;
VII - elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação do fórum máximo
de deliberação do conjunto CFESS/CRESS.

Sobre as penalidades previstas na lei de Regulamentação da profissão estão elencadas no artigo 16º apli-
cadas pelo CRESS:
I - multa no valor de uma a cinco vezes a anuidade vigente;

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II - suspensão de um a dois anos de exercício da profissão ao Assistente Social que, no âmbito de
sua atuação, deixar de cumprir disposições do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta;
III - cancelamento definitivo do registro, nos casos de extrema gravidade ou de reincidência contu-
maz.

A banca pode fazer um misto de penalidades da Lei de Regulamentação com as penalidades do Código
de Ética Profissional, cuidado! Observe qual dos documentos a banca se refere antes de marcar a res-
posta final!

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

- O código de Ética da Profissão representa as normativas éticas específicas da profissão consubstancia-


da pelo conjunto de demandas e respostas que legitimam a profissão, nele contém um conjunto de direi-
tos, deveres, vedações e infrações, que devem ser observadas no exercício profissional.
- Historicamente foram instituídos 05 códigos de ética profissional: 1947, 1965,1975, 1986 e 1993, os
03 primeiros códigos de ética foram marcados pela influência conservadora moral e política.
- Uma atenção deve ser dada ao código de 1986, considerado como o código inovador e que rompe com
o conservadorismo da profissão, uma vez que rompe com os valores tradicionais da ética cristã e afirma
seu compromisso com a classe trabalhadora.
- O Código de 1993 tem caído sempre nas questões de concursos uma vez que traz esse caráter renova-
dor iniciado no período do movimento de reconceituação notadamente na Intenção de Ruptura, o código
faz parte dos componentes do projeto ético político do Serviço Social.

São características do código de 1993:


- Foi instituído pela Resolução nº 273 de 13 de março de 1993;
- Liberdade como valor ético central;
- Nega a neutralidade profissional;
- Posição clara em defesa da classe trabalhadora;
- Vislumbra uma nova ordem societária.
- Foi atualizado em 2011 de acordo com a nova ortografia, traz a linguagem de gênero, substitui o termo
opção por orientação sexual.

Princípios Fundamentais do Código de Ética profissional:

ATENÇÃO: Não precisa decorar a ordem dos princípios, porém deve-se entender e decorar os termos-
chave deles (grifei para vocês identificarem). São eles:

I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes -
autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com
vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da
riqueza socialmente produzida;

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V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos
bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversida-
de, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e
suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem so-
cietária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios
deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento inte-
lectual, na perspectiva da competência profissional;
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção
de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, ida-
de e condição física.

Direitos, Deveres e Vedações segundo o Código de Ética Profissional:

Atenção, muitos candidatos têm confundido o que é dever e o que é direito principalmente nas provas,
veja a diferença:

1 - Quando a questão falar em DIREITO DO ASSISTENTE SOCIAL, está se referindo a uma prerrogativa,
traz certo benefício ao profissional, a sua prática ou ao local de trabalho.

Veja alguns direitos do Assistente Social (artigo 2º):


- Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação ..da
Profissão e dos princípios firmados neste Código;
- Livre exercício das atividades inerentes à Profissão;
- Participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementa-
..ção de programas sociais;
- Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo
..profissional;

2 - Quando a questão falar em DEVER, trata-se das obrigações que o profissional dever exercer na sua
prática profissional.

Veja:
- Desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a le-
..gislação em vigor;
- Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da Profissão;
- Abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da
..liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competen-
tes;

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- Participar de programas de socorro à população em situação de calamidade pública, no atendi-
..mento e defesa de seus interesses e necessidades.

3 - Quando a questão se referir a VEDAÇÕES, estão relacionadas às proibições no exercício profissionais


passíveis de sanções.

Veja:
- Transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de Regulamentação da Profissão;
- Praticar e ser conivente com condutas antiéticas, crimes ou contravenções penais na prestação de
..serviços profissionais, com base nos princípios deste Código, mesmo que estes sejam praticados
..por outros/as profissionais;
- Acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes deste Código;

CUIDADO COM O SIGILO PROFISSIONAL QUE É UM DIREITO DO ASISTENTE SOCIAL!!!

PONTOS GERAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art.1º Compete ao Conselho Federal de Serviço Social...

TÍTULO II
DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO/A ASSISTENTE SOCIAL
DICA: Trata de forma geral, direitos, deveres e vedações do assistente social.

TÍTULO III
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS

CAPÍTULO I
DAS RELAÇÕES COM OS/AS USUÁRIOS/AS
PALAVRAS-CHAVE: População usuária, desburocratização, informações.

CAPÍTULO II
DAS RELAÇÕES COM AS INSTITUIÇÕES EMPREGADORAS E OUTRAS
PALAVRAS-CHAVE: local de trabalho, sigilo profissional, instituição, organizações e empresas.

CAPÍTULO III
DAS RELAÇÕES COM ASSISTENTES SOCIAIS E OUTROS/AS PROFISSIONAIS
PALAVRAS-CHAVE: solidariedade, interdisciplinaridade.

CAPÍTULO IV
DAS RELAÇÕES COM ENTIDADES DA CATEGORIA E DEMAIS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL
PALAVRAS-CHAVE: movimentos sociais, democracia, cidadania.

CAPÍTULO V
DO SIGILO PROFISSIONAL

53
É um Direito do Assistente Social, só será revelado na possibilidade de causar prejuízos a terceiros e
à coletividade.

CAPÍTULO VI
DAS RELAÇÕES DO/A ASSISTENTE SOCIAL COM A JUSTIÇA
Apresentar-se à justiça, e declarar que está obrigado a guardar o sigilo profissional.

TÍTULO IV
DA OBSERVÂNCIA, PENALIDADES, APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DESTE CÓDIGO PENALIDADES

Art. 24
As penalidades aplicáveis são as seguintes:
a- multa;
b- advertência reservada;
c- advertência pública;
d- suspensão do exercício profissional;
e- cassação do registro profissional.

Art. 25
A pena de suspensão acarreta ao/à assistente social a interdição do exercício profissional em todo o
território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 2 (dois) anos.

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MÓDULO XI
TESTES COMENTADOS

Chegou o momento de praticar tudo o que você aprendeu. Resolva os testes abaixo, confira as respostas
e tire suas dúvidas com os comentários. Boa sorte!

1 - (SABESP- FCC 2014) Segundo Yaszbek, a análise dos principais fundamentos do Serviço Social
deve considerar:
I. O conhecimento do processo histórico de constituição das principais matrizes de conhecimento do
social.
II. O complexo movimento histórico da sociedade capitalista brasileira e do processo pelo qual o Servi-
ço Social incorpora e elabora análises sobre a realidade em que se insere e explica sua própria interven-
ção.
III. Que essa profissão busca explicar e intervir sobre a realidade social, sem definir direção social.

Está correto o que se afirma em:


a. I apenas
b. II apenas
c. I e II apenas
d. II e III apenas
e. I, II e III.

Comentário:
A profissão do Serviço Social nasce da necessidade do Estado de intervir na regulação da questão social
que se apresentava no período inicial do capitalismo em sua fase monopolista, por isso sua vinculação e
gênese passa a ser de compreensão da realidade, inicialmente, diga-se de passagem erroneamente, pela
explicação causal das condições das pessoas pelo pensamento religioso, sem qualquer viés relacionado a
contradição capitalista. Após obteve o conhecimento da realidade pelas matrizes positivistas, fenomeno-
lógica e marxista e daí intervir na realidade a partir dessa apreensão do real e das condições históricas.

Resposta Correta: C

2 - (SABESP- FCC 2014) A prática profissional do Serviço Social se afirma como uma instituição pecu-
liar na divisão do trabalho. Para apreender esse significado supõe-se:
a. Inseri-la no conjunto das relações sociais, o que lhe atribui um sentido histórico e nas quais se torna
possível e necessária.
b. Desvinculá-la do contexto social mais amplo, atribuindo-lhe o caráter mais humanista.
c. Elucidá-la acima da sociedade capitalista e atribuindo-lhe um significado generalista.
d. Situar o Serviço Social na trajetória das lutas sociais com ênfase no ajustamento social.
e. Considerá-la independente da consciência dos agentes profissionais.

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Comentário:
É interessante enfatizar no pensamento de vários autores (Iamamoto, Netto, Guerra) a afirmativa de que
o serviço social se insere na divisão social e técnica do trabalho, ou seja, a legitimação do Serviço Soci-
al, está em atribuir um caráter necessário socialmente e legitimado juridicamente. Em outras palavras,
há uma necessidade social para a instituição do Serviço Social dentro do desenvolvimento da sociedade
capitalista.

Resposta Correta: A

3 - (EBSERH/HUCAM-UFES AOCP/2014) Assinale a alternativa correta sobre o processo de instituci-


onalização e legitimação do Serviço Social no Brasil.
a. A institucionalização do Serviço Social como profissão na sociedade capitalista se explica no contex-
to não contraditório de um conjunto de processos sociais, políticos e econômicos, que caracterizam as
relações entre as classes na consolidação do marxismo.
b. A institucionalização da profissão de uma forma geral, nos países industrializados s, não está associa-
da à progressiva intervenção do Estado nos processos de regulação social.
c. As particularidades da institucionalização do Serviço Social no Brasil evidenciam que este se institu-
cionaliza e legitima profissionalmente como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresa-
riado, com o suporte da igreja Católica.
d. A questão social em suas variadas expressões, em especial quando se manifesta nas condições objeti-
vas de vida dos segmentos mais empobrecidos da população, não é “matéria prima” e nem justificativa
da constituição do espaço do Serviço Social na divisão sociotécnica do trabalho.
e. Não é, pois, na relação com a Igreja Católica que o Serviço Social Brasileiro vai fundamentar a for-
mulação de seus primeiros objetivos político-sociais orientando-se por posicionamentos marxistas.

Comentário:
Importante o candidato prestar atenção na pergunta que as bancas colocam nos concursos, atentem-se
para o período solicitado, em que condições históricas a pergunta se refere, no caso dessa, o período de
institucionalização e legitimação do Serviço Social está relacionado ao período inicial nos anos 1930,
sua vinculação com a igreja e a seus suportes doutrinários religiosos e na progressiva intervenção das
questões sociais no período monopolista pelo Estado, ainda não havia um relacionamento com o serviço
social e a doutrina marxista, o que iria acontecer nos anos de 1970 e principalmente em 1980 com Ia-
mamoto.

Resposta Correta: C

4 - ( IFSC 2014- IESES) O perfil que o assistente social possui na atualidade é uma soma das experi-
ências que outros profissionais das diferentes áreas absorveram ao longo de pouco mais de um século.
Hoje, o assistente social modifica a sua forma de atuação profissional, levando em consideração a de-
manda que lhe é colocada e a necessidade de responder às exigências e às contradições da sociedade
capitalista. Contudo, nem sempre foi assim, no passado, o Serviço Social era completamente influencia-
do pela:
a. Influência da sociologia.
b. Influência da filosofia.

57
c. Doutrina do regime militar.
d. Doutrina social da Igreja Católica.

Comentário:
Veja que a questão faz um pequeno apanhado histórico da profissão, relacionando-a com a historicidade
da profissão dentro do viés capitalista. Porém inicialmente a profissão como já dissemos anteriormente
nasce sob a influência da doutrina social da igreja católica que deu um caráter conservador e humanista
à profissão.

Resposta Correta: D

5 - (IFSC 2014 IESES) Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe foi marcado pelo tecnicis-
mo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica.
Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial. Esta foi uma marca da influência do
serviço social:
a. Canadense.
b. Espanhol.
c. Europeu.
d. Americano

Comentário:
Veja, a questão nos remete ao período que o Serviço Social procura fontes do Positivismo para embasar
sua prática profissional. Veja quanta informação essa questão trás para o candidato:
1º - O período que o Serviço Social se apropria do Positivismo para tecnificar sua pratica, que até então
havia apenas o viés religioso e dogmático da doutrina social da igreja: 40 a 50.
2º - As características do positivismo: fonte da psicanálise, ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.
3º - O local de origem da teoria: Americana.
Portanto, eis a importância de se responder provas anteriores de Serviço Social!

Resposta Correta: D

6 - (IFBA 2014) A emergência do Serviço Social no Brasil situa-se historicamente nos anos 30 do sécu-
lo XX, quando se observa a afirmação e o fortalecimento do projeto reformista-conservador, afinado
com o processo de consolidação do capitalismo no Brasil. A operacionalização do aparato institucional
socioassistencial, especialmente na década de 40, pelos assistentes sociais, se deu com o intuito de en-
frentar as expressões da:
a. Reforma política.
b. Reforma agrária.
c. Questão social.
d. Ruptura conservadora.
e. Iniciativa ético-profissional.

Comentário:
Período de emergência do Serviço Social: Anos 30 do século XX.

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Conjuntura política que gestaram a institucionalização do surgimento do Serviço Social: Consolidação
do Capitalismo, fortalecimento do projeto reformista conservador e a operacionalização do aparato insti-
tucional socioassistencial na primordial tarefa de enfrentar os problemas, as expressões da questão social
decorrentes da contradição capital e trabalho.

Resposta Correta: C

7 - (IFBA- 2014) O processo de renovação no Serviço Social instaura um pluralismo teórico, ideológico
e político, rompendo com o viés da homogeneidade de visões e práticas. A erosão do Serviço Social
tradicional se deu a partir da(o):
a. Abertura política e do golpe de 1964.
b. Movimento de reconceituação.
c. Renovação do conservadorismo.
d. Instauração do neotomismo.
e. Ruptura conservadora.

Comentário:
O Movimento de Reconceituação foi o marco de erosão do Serviço Social tradicional, com base marxis-
ta a categoria conseguiu enxergar a inserção da profissão na dinâmica social e de luta de classes, questi-
onando o disciplinamento das classes e se aproximando das lutas dos trabalhadores.

Resposta Correta: B

8 - (IFBA 2014) Ao se resgatar a trajetória do Serviço Social observa-se que, a partir da década de 60,
passou a existir um amplo debate acerca do arcabouço teórico-metodológico da profissão. As três ver-
tentes profissionais (denominadas Modernização Conservadora, Reatualização do conservadorismo e
Intenção de ruptura) tinham concepções diferenciadas e tinham, respectivamente, como correntes teóri-
cas os ideais:
a. Neotomistas, positivistas e liberalistas.
b. Iluministas, sociológicas e da filosofia da libertação.
c. Funcionalistas, fenomenológicos e marxistas.
d. Conservadores, pragmáticos e marxistas.
e. Teoricistas, liberalistas e fenomenológicos.

Comentário:
Esse tipo de questão tem sido recorrente nos concursos, é fundamental o candidato relacionar as verten-
tes do movimento de reconceituação com as teorias que elas foram embasadas:
Perspectiva Modernizadora: Funcionalismo
Reatualizacão do Conservadorismo: Fenomenologia
Intenção de Ruptura: Marxismo

Resposta Correta: C

9 - (CESGRANRIO SEPLAG-BA 2011) Na interpretação histórico-metodológica do Serviço Social no


Brasil, o termo “questão social” define-se como a(o):

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a. Emergência de contradições e disparidades sociais mediadas pela conjugação política dos interesses
da classe operária e do empresariado.
b. Expressão da cooptação da classe operária pelo ethos individualista do liberalismo econômico e polí-
tico presente na formação sócio-histórica do país.
c. Institucionalização de direitos e garantias cívicas, políticas e sociais que permite à classe operária e ao
empresariado estabelecer o controle social.
d. Conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs no
curso da constituição da sociedade capitalista.
e. Processo de despolitização da classe operária por meio da interação entre as políticas sociais do Esta-
do e as agências da sociedade civil.

Comentário:
A questão social aparece no momento de afirmação capitalista, quando a mesma surge com um proble-
ma que pode afetar a ordem social do sistema, ou seja, a questão social só é reconhecida e que merece
ser alvo de políticas sociais quando ela se apresenta como um perigo a ordem, portanto podemos dizer
que esse reconhecimento é fruto também das lutas sociais entre o proletariado e a burguesia. Pode-se
dizer também que a relação entre proletário e burguesia não é uma relação harmônica nem passiva, é
sim fruto de intensas lutas e confronto de interesses sociais antagônicos.

Resposta Correta: D

10 - (DOM CINTRA IFS 2014) O desenvolvimento do “terceiro setor” no Brasil, a partir da década de
1990, representa uma alteração no padrão de resposta do Estado à questão social, sobretudo no que tan-
ge às suas responsabilidades no provimento da proteção social dos cidadãos. No que se refere à relação
Estado/sociedade, uma tendência observada nesse processo, e apontada por críticos desse conceito, é a:
a. despolitização da questão social
b. centralização dos direitos sociais
c. diluição das organizações sociais
d. fragmentação do bem-estar social

Comentário:
Essa afirmação da questão traz uma naturalização da problemática atual frente ao seu enfrentamento da
questão social via Estado, primeiro que o neoliberalismo condena a participação do Estado no provi-
mento da proteção social e segundo que desvincula a questão social da origem econômica, da contradi-
ção entre o capital e trabalho, desvinculada do processo de produção e isso traz uma despolitização da
mesma nesse processo.

Resposta Correta: A

11 - (FUNCAB POLICIA CIVIL ES 2013) Uma das tendências que operam no campo das políticas so-
ciais na contemporaneidade é a(o):
a. Universalização dos serviços socioassistenciais.
b. Articulação coerente entre a política de redução da pobreza e outras políticas sociais.
c. Amplo aumento da qualidade dos serviços públicos socioassistenciais.
d. Redução da atuação do terceiro setor na dimensão social.
e. Responsabilização abstrata da sociedade civil e da família pela ação assistencial.

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Comentário:
Veja candidato, a questão se refere às tendências das políticas sociais na contemporaneidade, ou na atua-
lidade ou nos dias atuais. Portanto o que a gente pode dizer dessa questão? a tendência é puramente neo-
liberal onde o que se prega é a redução do gasto social em detrimento do mercado e o chamamento da
sociedade e responsabilização da família na resolução dos conflitos internos sem qualquer vinculação
com as contradições da sociedade capitalista.

Resposta Correta: E

12 - (CESGRANRIO SEPLAG BA 2011) No balanço do debate da política social pelo Serviço Social,
nos anos 1980, é possível identificar alguns problemas relacionados com a subestimação das determina-
ções econômicas da política social, resultando em alguns limites no tratamento do tema.
Dentre esses limites, está a(o):
a. Concepção antiestatista
b. Desvalorização dos sujeitos políticos
c. Cisão entre produção e reprodução social
d. Apreensão do circuito do valor
e. Ecletismo político

Comentário:
É muito comum as bancas solicitarem esse período para fazer a relação entre a mudança da política so-
cial no período monopolista e a invasão neoliberal, primeiro que essa invasão modificou totalmente a
estrutura social e econômica e segundo o Estado brasileiro vai perdendo aos poucos sua soberania para
se amoldar os ditames da conjuntura econômica mundial frente as novas mudanças no processo produti-
vo (mais para o âmbito privado que para coletividade) e formas de relacionamento com a sociedade
(políticas sociais com características neoliberais), uma vez que o Estado vai saindo de cena e levando ao
pensamento que as desigualdades sociais não tem relação com contradições do sistema capitalista, nem
com acumulação financeira.

Resposta Correta: C

13 - (MPE MA FCC 2013) A lógica neoliberalista é a da desresponsabilização do Estado frente à ques-


tão social. Daí decorre o trinômio do neoliberalismo para as políticas sociais, a saber:
a. Privatização, focalização/seletividade e descentralização.
b. Reforma, contrarreforma e revolução passiva.
c. Universalidade, uniformidade/equivalência e seletividade/distributividade.
d. Privatização, uniformidade/equivalência e diversidade.
e. Universalidade, irredutibilidade e seletividade/focalização.

Comentário:
Caros alunos é importante vocês identificarem as principais características do neoliberalismo e ficar
bem longe e riscar as palavras:
Universalidade: as políticas sociais no neoliberalismo têm características privatistas.
Uniformidade e equivalência: essas características se referem à Previdência Social.

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Equilíbrio: as políticas sociais para o neoliberalismo são vistas como geradora de desequilíbrio financei-
ro e fiscal.
Porém fiquem atentos as palavras:
Descentralização: transferência de responsabilidades.
Privatizações: geradoras de lucro ao mercado.
Focalização: destinado a um grupo, mais vulnerabilizados e pobres.
Seletivização ou seletividade: critérios mais rígidos para acesso as políticas sociais.

Resposta Correta: A

14 - (CESGRANRIO SEPLAG BA 2011) Uma das particularidades que marcaram a expansão da segu-
ridade brasileira no pós-64, com relação às políticas de saúde e previdência social, foi a(o):
a. Adoção do modelo beveredgiano fundado no princípio da universalidade no atendimento
b. Incorporação do modelo bismarckiano com a introdução da lógica do seguro social
c. Introdução da lógica dos mínimos sociais pautada no binômio seletividade versus universalidade
d. Implementação do keynesianismo mediante a articulação de grandes pactos corporativos
e. Franqueamento da prestação de serviços rentáveis ao capital via mercados de seguros.

Comentário:
A Seguridade Social no período da questão não pode ser vista como, nem tratada de forma universal ou
seletista, visto a mesma só tomou esse papel nos moldes da Constituição Federal em1988 com a pro-
mulgação, nesse período há uma ampliação dos mercados para a política de saúde e de previdência uma
vez que o acesso aos mesmos só tinham aqueles que contribuíam ou estavam formalmente inseridos no
mercado de trabalho.

Resposta Correta: E

15 - (FGV CONDER – BA 2014) Sobre a aplicação dos pressupostos neoliberais no Brasil, assinale V
para a afirmativa verdadeira e F para a falsa:
( ) Na década de 1990 o país passou a seguir as recomendações do Consenso de Washington que apon-
tavam para a disciplina fiscal, a liberalização financeira e a desregulamentação da economia.
( ) Os pressupostos neoliberais surgiram na década de 1990, no contexto histórico de democratização
da sociedade e da luta pelos direitos sociais.
( ) As ideias neoliberais não colidiram com as políticas protecionista e intervencionista do Estado de-
senvolvimentista.

As afirmativas são, respectivamente:

a. F, V e V.
b. F, V e F.
c. V, F e F.
d. V, V e F.
e. F, F e V.

Comentário:
A conjuntura do neoliberalismo mundial surge nos anos de 1970 nos EUA e Europa, no Brasil efetiva-
mente a onda neoliberal surge em 1990, período em que conquistamos através de lutas sociais alguns

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direitos e conseguimos consagrar na nossa Constituição Federal, no entanto a ideia de direito social e
gasto social foram se esvaindo de acordo com várias emendas constitucionais que impediram de efetivas
tais direitos garantidos em lei, seguindo os pressupostos neoliberais onde foi fundamental a reforma do
Estado brasileiro nas adaptações necessárias para a nova conjuntura política econômica.

Resposta Correta: D

16 - (FGV CONDER - BA 2014) As alternativas a seguir apresentam princípios econômicos e políticos


do neoliberalismo, à exceção de uma. Assinale-a.
a. Defesa do mercado, como pressuposto da liberdade civil e política.
b. Desregulamentação da economia para permitir liberdade de investimentos.
c. Questionamento do papel do Estado na redistribuição social da riqueza produzida.
d. Diminuição da ação do Estado na garantia de amplos mecanismos de regulação social.
e. Reconhecimento da necessidade de equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho.

Comentário:
Importante trazer, para vocês candidatos, as características neoliberais:
- Livre mercado, ou seja, ele agora é quem comanda as relações e por isso deve agir livremente sem re-
gulação do Estado;
- O Estado não deve ser o regulador das relações e não interferir na distribuição de riquezas, só aos ca-
rentes que comprovarem sua necessidade;
- Ao Estado não deve ser direcionado os problemas sociais pois ai geraria um desequilíbrio financeiro
essa responsabilidade é transferida para a família e a sociedade.

Resposta Correta: E

17 - (FUNCAB POLICIA CIVIL ES 2013) Uma das exigências impostas à profissão na atual conjuntura
é a formação do assistente social com competência para:
a. Propor, negociar com a instituição os seus projetos.
b. Realizar análise profunda da demanda do usuário, a despeito de sua inserção social.
c. Reconstruir a rotina institucional.
d. Conhecer as particularidades do fenômeno social tendo a história como pano de fundo.
e. Por em prática as aspirações e objetivos institucionais.

Comentário:
Veja que essa questão se relaciona aos aspectos contemporâneos da profissão, é inadimissível na con-
juntura atual um profissional que despreza a capacidade técnica de atualização, tendo em vista que a
conjuntura está em constante mudança e o Serviço social é produto histórico da relação social, tendo
como pano de fundo seu compromisso ético com a classe trabalhadora e dar respostas condizentes com
acesso aos serviços sociais aos quais a população tem direito.

Resposta Correta: A

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18 - (CESGRANRIO 2013) Na década de 1990, Iamamoto destacou a importância de se evitar o fata-
lismo e/ou o messianismo. Contemporaneamente, ao promover a análise da questão social e construir
seu plano de trabalho, o assistente social deve estar atento para não cair na(s) armadilha(s) da(s):
a) Velha questão social a nova questão social.
b) Situações específicas como violência, trabalho infantil, direitos humanos.
c) Fragmentação da questão social ou do seu discurso genérico.
d) Dinâmica dos processos sociais contraditórios.
e) Múltiplas determinações e expressões concretas da questão social.

Comentário:
É necessário entender o fatalismo e messianismo que Iamamoto chama atenção para que os profissionais
não se deixem levar em sua prática profissional, primeiro porque o fatalismo vem com uma determina-
ção histórica que a realidade está posta e que não há mudanças, um principio positivista de leis invariá-
veis e outra dimensão é que a profissão será capaz de acabar com todos os males produzidos pela ques-
tão social. Isso tanto leva a formas errôneas de intervenção quanto ao deciframento da questão social
tratando-a como desvinculada do sistema capitalista e naturalizada pelo pensamento neoliberal.

Resposta Correta: C

19 - (PM Juazerinho PB- UEPB 2014) O Serviço Social é um tipo de especialização do trabalho coletivo
que está situado no interior da divisão sócio- técnica do trabalho (Marilda). Assim sendo, a profissão
participa do (a):
a) Contribuição para minimização dos conflitos sociais.
b) Luta de classes entre os trabalhadores e o patrão.
c) Reprodução da exclusão social das ideias conservadoras.
d) Fortalecimento da hegemonia do capital.
e) Reprodução das relações sociais (relações de classe), relacionamento contraditório entre classes pre-
sentes na sociedade (entre os interesses antagônicos do capital/trabalho).

Comentário:
Uma coisa importante sobre a inserção do Serviço Social na divisão social e técnica do trabalho é que o
mesmo deixa de ser considerado uma "ajuda", caracterizada como um dom dos profissionais que exerci-
am a profissão para ser vista como um trabalho especializado, trabalho esse localizado dentro da relação
de classes que participa tanto da produção como da reprodução social.

Resposta Correta: E

20 - (PM Juazerinho PB- UEPB 2014) Marque com (V) as afirmativas verdadeiras e com (F) as falsas.
O serviço Social apresenta particularidades na sua forma de agir profissional na contemporaneidade:
( ) Orienta para o enfrentamento da questão social.
( ) Desperta a consciência crítica da população.
( ) Atua na perspectiva da facilitação dos direitos sociais.
( ) Busca minimizar e harmonizar os conflitos sociais.
( ) Utiliza práticas assistencialistas.

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a) V– F – V– V– F
b) V– V– V– F – F
c) F – V– V– F – F
d) V– V– F – V– F
e) F – F – V– V– V

Comentário:
Questão um pouco boba, mas traz alguns subsídios para o entendimento da prática profissional, primeiro
ela deve ser critica, e orientada para o enfrentamento da questão social e não do apassivamento das mas-
sas, deve ser orientada na perspectiva de efetivação de direitos, entendo que é função do Estado GA-
RANTIR DIREITOS, não trabalhamos para minimizar conflitos mas refletir para seu enfrentamento,
nem praticamos assistencialismo e sim inserimos os usuários na perspectiva de direitos e não de favores
ou benesses.

Resposta Correta: B

21 - (MPE MA FCC 2013) - Instrumentalidade no trabalho do Assistente Social é entendida como uma
propriedade sócio-histórica da profissão, possibilitando o atendimento das demandas e o alcance de ob-
jetivos profissionais e sociais, constituindo-se assim, uma possibilidade concreta de reconhecimento
social da profissão. Nesse sentido, analise as assertivas abaixo:
I. A instrumentalidade do Serviço Social se dá em três níveis: no que diz respeito à sua funcionalidade
ao projeto reformista da burguesia; no que se refere à sua peculiaridade operatória; e como uma media-
ção que permite a passagem das análises universais às singularidades da intervenção profissional.
II. São três as dimensões de competências que o Assistente Social deve dominar no desenvolvimento de
seu trabalho profissional na contemporaneidade: ético-política, técnico-operativa e teórico-
metodológica; não devendo ser desenvolvidas separadamente.
III. A instrumentalidade no exercício profissional do Assistente Social refere-se, exclusivamente, ao
conjunto de instrumentos e técnicas operacionalizadas pelo mesmo.

Está correto o que se afirma APENAS em:


(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

Comentário:
A instrumentalidade como dissemos é a capacidade de dar concretude a ação profissional através de
teorias e recursos que possam dar objetividade a intervenção. O item I da questão nos mostra as capaci-
dades da profissão através da instrumentalidade: a sua funcionalidade que deve responder tantos aos
anseios da burguesia como de dar respostas às demandas dos trabalhadores e sua capacidade de uso de
instrumentais e também do desvelar da conjuntura e transformar em ação profissional. No Item II está
corretíssimo quando se refere as três dimensões do fazer profissional e o último está errado tendo em
vista que se refere apenas, exclusivamente à Instrumentalidade ao uso dos instrumentais.

Resposta Correta: D

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22 - (CESPE TJ- SE 2014) Acerca da instrumentalidade no serviço social, articulada ao projeto ético-
político da categoria, julgue os itens como certo ou errado:
a. O laudo social é resultante do processo de perícia social e deve conter o registro das informações mais
relevantes do estudo realizado e o parecer social.
b. Na perícia social, o profissional pode valer-se de instrumentos e técnicas de interação direta e indire-
ta.
c. O parecer social deve prestar esclarecimentos e análises a fim de subsidiar tomadas de decisões.

Comentário:
Sempre é motivo de confusão os conceitos e características sobre laudo social, pericia social, parecer
social, então essa questão ela é bem interessante e nos mostra bem objetivamente cada um deles:
A Perícia Social é um processo de investigação onde o perito é um profissional de serviço social, solici-
tado pelo judiciário para tomar decisões sobre algum processo que originou a solicitação, o resultado da
Perícia Social é o Laudo social, onde o profissional descreve a situação (objeto da Perícia), e finaliza
com o parecer social. (Veja a estrutura nos apontamentos anteriores sobre o assunto).

Resposta Correta: V – V - V

23 - (CESPE UNIPAMPA 2013) Julgue os itens seguintes como verdadeiro ou falso, acerca dos instru-
mentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional do assistente social.
a. O estudo social, como método do serviço social, tem a finalidade de promover o conhecimento super-
ficial da dinâmica relacional interna da família.
b. Na concepção atual do instrumental técnico-operativo em serviço social, há um direcionamento me-
todológico prioritário ao campo técnico, ficando o campo do conhecimento e habilidades a cargo de
outras áreas profissionais.
c. O instrumental técnico-operativo é entendido como a articulação entre instrumentos e técnicas, que
expressa a conexão entre um elemento constitutivo dos meios de trabalho (os instrumentos de trabalho)
e o seu desdobramento (as técnicas) ocorrido ao longo do desenvolvimento das forças produtivas.

Comentário:
Veja o estudo social deve aprofundar o conhecimento de uma situação para que ações sejam direciona-
das no sentido do trabalho com determinada situação, de maneira alguma esse estudo deve ser realizado
de forma superficial, até porque não chegaremos com exatidão às análises dos processos que desencade-
aram a realização do estudo social, item errado.
O item II, vemos um erro grave na questão visto que nos primórdios da profissão o instrumental era uti-
lizado sem qualquer cuidado na sua intencionalidade, puramente burocrático, porém na atualidade o uso
dos instrumentais é grande subsídio para análise e registro dos dados que fundamentam tanto a prática
profissional como na elaboração de políticas sociais, caracterizando o perfil intelectual do Assistente
social.
O item III, responde de forma correta qual o significado do uso dos instrumentais: conexão entre o saber
e fazer profissional.

Resposta Correta: F – F - V

24 - (FGV COMPESA 2014) - Sobre os desafios que ainda permanecem no trabalho do Assistente So-
cial com família, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para falsa.

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( ) Ultrapassar a visão da família como instituição natural a-histórica.
( ) Romper com a concepção da família como espaço homogêneo e de forte unidade.
( ) Reconhecer que o foco das ações socioassistenciais deve ser a garantia de direitos sociais.

As afirmativas são respectivamente:


(A) V, V, V.
(B) F, V, F.
(C) V, F, F.
(D) V, V, F.
(E) F, F, V.

Comentário:
Todas as alternativas são verdadeiras, tendo em vista que o trabalho com famílias deve estar relacionado
a direcionar a atenção no sentido de garantia de direitos e não rotular a família com visões unilaterais e
estereotipadas construídas historicamente.

Resposta Correta: A

25 - (CESPE 2014- SESA- ES)A família formada por pai, mãe, filhos, avós e netos ou outros parentes,
isto é, a família formada por três ou quatro gerações, é denominada:
A) família adotiva.
B) família monoparental.
C) família padrão.
D) família nuclear.
E) família extensa.

Comentário:
Questão fácil e direta desde que o candidato esteja atendo as leituras atuais sobre os tipos de famílias
que acabamos de expor anteriormente.

Resposta Correta: D

26 - (INSTITUTO AOCP EBSERH CE 2014) Ao considerar que o ponto de partida para o conhecimen-
to de uma determinada situação vivida por um sujeito no contexto de suas relações sociais é a estrutura
das relações familiares, a questão conceitual não pode ser desmerecida. Por isso, é importante saber dis-
tinguir as diversas referências para transitar por ela e definir o que é uma família. Isto propicia uma
compreensão mais abrangente da situação e de suas interrelações com os processos sociais, dos critérios
estabelecidos para o acesso a benefícios no âmbito das políticas sociais. Lima (2005), Mioto e Nora
(2006), apoiadas na literatura, apontam três indicadores importantes para definir família:
(A) o trabalho, a moradia e a sexualidade.
(B) a moradia, o parentesco e o trabalho.
(C) o domicílio, o parentesco e os afetos.
(D) a escolaridade, o trabalho e a sexualidade.
(E) o grau de parentesco, a escolaridade e o nível socioeconômico.

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Comentário:
Essa questão remete a bibliografia dos estudos de família, mesmo sem ter a leitura anterior é imprescin-
dível o candidato estar atendo a alguns elementos que o enunciado traz, veja:
Contexto das relações: onde as mesmas acontecem: no domicílio, podia a questão trazer a palavra mora-
dia, também poderia ser correto.
Interrelações: parentesco e sentimentos (afetos)

Resposta Correta: C

27 - (INSTITUTO AOCP EBSERH CE 2014) A família monoparental é aquela:


(A) composta pela união de um homem e uma mulher.
(B) composta por um homem e uma mulher oriundos ou não de outra relação.
(C) composta pela mulher mãe e seus filhos.
(D) composta pelo homem pai e seus filhos.
(E) formado por qualquer dos pais e seus descendentes.

Comentário:
Questão facílima, desde que os candidatos se atentem para as respostas. A família monoparental é aque-
la formada por um dos cônjuges, Mono, significa um.

Resposta Correta: E

28 - (FGV INEA 2014) O crescimento de novas modalidades de família tem sido constatado pelos insti-
tutos que pesquisam as mudanças comportamentais da sociedade. Apesar das mudanças, as pesquisas
indicam que:
(A) a família nuclear é a predominante.
(B) a família extensa é a mais frequente nos centros urbanos.
(C) a família substituta é a que apresenta maior aumento nas últimas décadas.
(D) a família monoparental é a mais tradicional.
(E) a família reconstituída é a mais comum nas áreas rurais.

Comentário:
A questão identifica que as famílias estão em mudanças com novas configurações e rearranjos familia-
res: recompostas, relacionamento homoafetivo, mulher chefe de família, porém no final do enunciado a
questão já dá a resposta, informa que mesmo com tantas mudanças, a família nuclear, aquela formada
por pai, mãe e filhos continua sendo ainda predominante, dentro dos estudos e pesquisas realizadas pe-
los diversos institutos IBGE IPEA, etc.

Resposta Correta: A

29 - (IFS 2014 - DOM CINTRA) Ao sustentar a ideia de que a família é a principal instância de prote-
ção social dos indivíduos, os adeptos dessa corrente de pensamento entendem que a intervenção do Es-
tado sobre a instituição familiar deve-se dar, apenas, em situações singulares.

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Nesta perspectiva, a relação entre a política de assistência social e família será pautada pela concepção
de:
A) ajuda
B) direito
C) falência
D) controle

Comentário:
Veja que questão no seu enunciado já dá pistas sobre as teorias que acabamos de passar para vocês de
Regina Célia Mioto sobre a intervenção estatal nas situações pontuais ou no caso da questão "singular",
ou seja, única, como se essa situação fosse apenas de uma família e não dentro do contexto de várias
famílias da sociedade capitalista. Essa intervenção atualmente traz no seu bojo a ideia de ações pontuais
e focalistas, onde o Estado só entra quando esgotados todos os recursos familiares, caracterizados pela
literatura de falência da família.

Resposta Correta: C

30 - (IFS 2014 - DOM CINTRA) Com a perspectiva de centralidade das famílias nas políticas sociais,
pouco a pouco os programas têm se voltado para as dificuldades cotidianas das famílias, na perspectiva
de dar-lhes sustentabilidade. Contudo, a lógica de considerar processos de atenção à família a partir da
ótica da incapacidade e da falência ainda persistem sob os moldes da:
A) atenção integral.
B) cidadania regulada.
C) política focal.
D) ação residual.
E) cidadania invertida

Comentário:
A atenção do Estado em dar suporte às famílias é garantida constitucionalmente, porém nos moldes neo-
liberais as políticas sociais se tornam alvo de frequentes ataques e diminuição dos investimentos sociais,
fazendo com que aja a transferência da responsabilidade estatal para as famílias ou sociedade através do
apelo à filantropia caracterizando a lógica da cidadania invertida.

Resposta Correta: E

31 - (FGV CONDER 2014) A intervenção do Estado sobre a vida familiar é uma prática histórica na
realidade brasileira, desde o início do século XX.
Quanto às consequências desse processo, assinale a afirmativa correta.
(A) A Família perdeu sua função e papel no âmbito da reprodução social.
(B) O Estado é o agente central na definição das normas e regras da vida familiar.
(C) A Família perdeu sua autonomia no que se refere à educação e cuidado dos filhos.
(D) A relação entre o Estado e a Família é contraditória, sendo de proteção e coerção.
(E) A esfera familiar deixou de ser referência central no âmbito das políticas sociais.

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Comentário:
Vejam como a banca coloca os itens para o candidato errar, aliás, esse é o objetivo da banca, fazer com
que os candidatos errem a questão.
Entenda que a família é o lócus central da política social atualmente, colocando para elas funções de
responsabilização que as famílias atualmente não são capazes de realiza-las simplesmente pela questão
das desigualdades sociais em que vivem, entretanto o Estado que deve ser o provedor das políticas ao
mesmo tempo em que protege coloca regras para as mesmas, igualando-as e tratando-as de forma pontu-
al e com ações descontínuas.

Resposta Correta: D

32 - (AOCP EBSERH HU-MS 2014) Assinale a alternativa INCORRETA:


(A) Assessoria não é sinônimo de supervisão.
(B) O que distingue assessoria da supervisão é sua natureza atemporal.
(C) Assessoria não é sinônimo de toda e qualquer ação extensionista.
(D) Assessoria não é, necessariamente, trabalho precarizado e/ou temporário.
(E) Assessoria no Serviço Social não é abandono do trabalho assistencial.

Comentário:
A questão fez uma cópia do texto de Maurilio de Castro Matos sobre alguns pontos importantes que ele
comenta no texto que nós reproduzimos acima, porém ele coloca na letra B que a assessoria é atemporal.
Apesar de a assessoria ser mais presente que a consultoria todas duas tem um tempo determinado: até a
resolução do objeto da consultoria.

Resposta Correta: B

33 - (CESGRANRIO SEPLAG - BA 2011) A atividade de assessoria em Serviço Social requer do as-


sessor:
(A) Capacitação continuada
(B) Experiência acadêmica
(C) Legitimidade política
(D) Neutralidade técnica
(E) Supervisão profissional

Comentário:
Veja a questão vem trazer ao candidato a identificação dos requisitos para o profissional ser considerado
um assessor: capacitação continuada, visto que as constantes mudanças das transformações sociais le-
vam a identificar novas frentes e estratégias de trabalho.

Resposta Correta: A

35 - (DOM CINTRA IFS 2014) Ao discutir a assessoria/consultoria no campo das competências profis-
sionais, Matos identifica duas frentes de trabalho dos assistentes sociais: uma é a assessoria à gestão das

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políticas sociais, mais desenvolvida por esses profissionais; outra, pouco explorada, mas que guarda
grande potencialidade, é a assessoria:
A) À equipe de Serviço Social
B) À organização política dos usuários
C) Aos representantes do Poder Legislativo
D) Ao movimento sindical dos trabalhadores

Comentário:
Essa questão foi retirada do texto de Maurilio Castro de Matos sobre Assessoria e Consultoria, lembran-
do que a banca, na época do concurso, fez citação à bibliográfica para o concurso.
No texto o autor se refere alguns autores como Freire e Almeida (2006), onde coloca as frentes de traba-
lho comentadas anteriormente, porém ele pega uma pouco explorada que é a organização política dos
trabalhadores, uma frente com em potencial, porém em pouco uso dos profissionais.

Resposta Correta: B

36 - (CESPE TJ-SE 2014) Com relação ao planejamento estratégico, julgue os próximos itens como
verdadeiro ou falso.
( ) Para a superação da visão tradicional de planejamento, voltada para a previsão do futuro, é necessá-
rio que se busque viabilidade para criar o futuro, considerando-o uma ferramenta de ampliação do arco
de possibilidades humanas.
( ) O planejamento estratégico fixa-se em respostas no curto prazo e busca a eficiência com base na
ênfase à técnica e aos instrumentos.
( ) No planejamento estratégico de uma organização, deve-se priorizar o estabelecimento de objetivos
concretos e discutir, a cada cinco anos, as questões relacionadas ao futuro e ao desenvolvimento organi-
zacional.

Comentário:
É importante saber que o planejamento é uma forma contemporânea de planejamento ou planificação,
então é vista como uma forma de atuar com estratégias de amenizar, neutralizar conflitos e buscar a con-
sensualidade nas decisões, não há prazo definido para realização do planejamento estratégico, uma vez
que os conflitos tanto podem ser superados como prolongados necessitando de avaliações constantes.

Resposta Correta: V, F, F.

37 - (IFBA 2014) A missão da avaliação no campo social é aferir resultados e impactos na alteração da
qualidade de vida da população beneficiária, ou ainda, mais precisamente, repensar as opções políticas e
programáticas. Um fator importante e considerado uma etapa do processo de avaliação em políticas so-
ciais seria a avaliação de custo-benefício e de custo-efetividade, além da avaliação do cenário encontra-
do antes da execução do projeto ou programa. A essa etapa denominamos:
A) análise de conjuntura.
B) avaliação ex-post.
C) previsão orçamentária.
D) avaliação ex-ante.
E) avaliação programática.

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Comentário:
Veja a questão muito fácil, veja que no próprio enunciado da questão já se refere aos requisitos da avali-
ação ex ante: CENÁRIO ENCONTRADO, AVALIAÇÃO DE CUSTO-BENIFÍCIO, CUSTO – EFE-
TIVIDADE, ANTES DA EXECUÇÃO. Então candidatos fiquem atentos às palavras chaves das ques-
tões.

Resposta Correta: D

38 - (CESPE TJ- SE 2014) No que diz respeito a planos, programas e projetos, julgue os itens subse-
quentes:
( ) O projeto, instrumento técnico-administrativo, é a unidade mais operativa da execução, ou seja, dá
consistência ao que foi desenhado no plano e concretude às intenções e objetivos.
( ) Diferentemente do projeto, o programa não é, a princípio, definido no tempo, tendo, de certa forma,
caráter permanente, embora não deva ser considerado eterno.
( ) Os indicadores de resultados, que compõem o plano de ação, constituindo o meio para gerenciá-lo e
verificar se o resultado está sendo atingido, são fontes importantes para a avaliação.

Comentário:
Essa questão nos mostra de forma bem clara alguns pontos sobre Planos Programas e Projetos:
1º quanto a sua execução: há uma clara definição quanto aos processos de execução e temporalidade,
enquanto que o plano tem maior temporalidade (porém não pode ser eterno) o projeto é a unidade de
maior execução;
2º quanto às formas de avaliação: Os indicadores de resultados são considerados como fontes de avalia-
ção, pois tem a função de verificar o que foi obtido em função de ações passadas.

Resposta Correta: V – V – V

39 - (EBSERH/HU-UFGD 2014) A avaliação está presente dialeticamente em todo o processo do plane-


jamento, independente de sua formalização em documentos. São elementos facilmente reconhecíveis no
momento da avaliação, no processo de planejamento, EXCETO:
(A) A dimensão do futuro.
(B) A dimensão da adição.
(C) A dimensão da contradição.
(D) A dimensão da historicidade.
(E) A dimensão do enfrentamento da reificação.

Comentário:
A questão é muito interessante e merece ser trazida para esse momento. Descrevemos anteriormente os
aspectos importantes de uma avaliação: abrangência, duração, em que momento, a quem ela quer atin-
gir, quando ela deve ser avaliada e retomá-la, porém a dimensão da adição, não vejo em que se enquadra
essa dimensão, porém se ao invés de adição a banca colocasse articulação estaria certa.
Cuidado com as cascas de bananas que as bancas costumam colocar. Lembrem-se as questões são feitas
para o candidato ERRAR, portanto desconfiem de todos os itens e tenham segurança na resposta.

Resposta Correta: B

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40 - (AOCP EBSERH HU/SE 2014) Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta:
“A __________________________________ se refere à centralidade da família como núcleo social
fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência social.”
(A) Matricialidade Sociofamiliar.
(B) Defesa Institucional.
(C) Vigilância Social.
(D) Proteção Social.
(E) Assistência Social.

Comentário:
Uma questão como essa o candidato não pode perder tendo em vista que, no próprio enunciado da ques-
tão já traz a pista da resposta. Não esqueçam que a base da política de Assistência Social é a matriciali-
dade Familiar, ou seja, é o núcleo das atenções, estudos e ações.

Resposta Correta: A

41 - (Pref. Criciúma/SC FAPESE 2014) O SUAS, ao eleger a matricialidade sociofamiliar como uma de
suas bases estruturantes, organiza toda a rede socioassistencial para o apoio às famílias, a fim de assegu-
rar a toda a população o direito à convivência familiar, seguindo o pressuposto de que para a família
prevenir, proteger e manter seus membros é necessária a ação efetiva:
a. ( ) do poder público.
b. ( ) do Poder Judiciário.
c. ( ) do Conselho Tutelar.
d. ( ) do Ministério Público.
e. ( ) das lideranças comunitárias.

Comentário:
A questão se refere aos princípios da Assistência Social, onde coloca que é primazia do Estado/ poder
público, a condução da política nos entes federativos estadual, municipal e nacional. Apesar da lógica
neoliberal de transferir a responsabilidade para a sociedade e entidades na lei a responsabilidade é esta-
tal.

Resposta Correta: A

42 - (AOCP 2014- EBSERH – HU /SE) Sobre as diretrizes da Assistência Social no Brasil, analise as
assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas:
I. Descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e co-
mando único das ações em cada esfera de governo.
II. A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice.
III. Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e
no controle das ações em todos os níveis.
IV. Primazia da responsabilidade social do Estado na condução da política de assistência social na esfera
estadual do governo.

(A) Apenas I, II e III.

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(B) Apenas I, III e IV.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) Apenas I e IV

Comentário:
A questão não tem mistério algum, apenas relaciona as diretrizes, ou seja, como se organiza a Assistên-
cia Social:
I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e
comando único das ações em cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políti-
cas e no controle das ações em todos os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada
esfera de governo.
O Item II da questão se refere aos objetivos.

Resposta Correta: B

43 - (IFBA 2014) Em atendimento social, determinada família apresenta demandas que são decorrentes
de situação de vulnerabilidade social em função da pobreza e da privação e/ou fragilização de vínculos
relacionais e de pertencimento. A técnica identifica que se trata de situação de risco social, mas que po-
de ser prevenida através de ações de desenvolvimento de potencialidades e com o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários. Nesse caso o encaminhamento deve preconizar, dentro da política de
assistência social, o direcionamento do caso para:
A) O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
B) O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
C) O Núcleo de Direitos Humanos.
D) O Conselho Tutelar.
E) O Ministério Público.

Comentário:
Quando a questão se referir aos assuntos relacionados à vulnerabilidade, fortalecimento de vínculos,
ações preventivas, estão se referindo a proteção social básica, então vamos verificar se os itens falam
dos serviços ou equipamentos, no caso da questão, é o equipamento Centro de Referencia de Assistência
Social - CRAS.
Resposta Correta: A

44 - (Pref. Nova Esperança de Piriá/PA FADESP -2014) A proteção social especial é uma modalidade
de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontrem em situação de risco
pessoal e social. Constitui serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade:
(A) a Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF.
(B) o serviço especializado em abordagem social.
(C) o acolhimento em república.
(D) o fortalecimento dos vínculos familiares.

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Comentário:
É importante o candidato relacionar quando a pergunta se refere aos serviços e as proteções, por exem-
plo, quando a pergunta falar em Alta complexidade, lembre-se que são serviços destinados as pessoas
que estão fora do seu domicilio por serem retirados ou por ocasião de calamidades, portanto a resposta
será alguma coisa relacionado a abrigamento, em república, casa-lar, família acolhedora, residência in-
clusiva.

Resposta Correta: C

45 - (DOM CINTRA IFS 2014) A realização dos estudos socioeconômicos para fins de benefícios e
serviços sociais legitima o reconhecimento social de uma ação historicamente construída pela profissão,
com destaque para a sua realização no âmbito das políticas sociais.
Nos marcos da atual legislação profissional da categoria de assistentes sociais, essa ação pode ser carac-
terizada como:
A) dever
B) atribuição
C) prerrogativa
D) competência

Comentário:
Veja que a questão leva o candidato a pensar através do enunciado que a realização de estudos socioe-
conômicos é uma atividade exclusiva do Assistente Social, visto que ela faz referência a legitimação da
ação, porém o candidato atento, identificará que a realização de estudos socioeconômicos está no rol de
competências profissionais item IX do artigo 4º.

Resposta Correta: D

46 - (IFCE 2012) Sobre a Lei 12317/2010, é correto dizer-se que:


A) dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais.
B) acrescenta um dispositivo à Lei 8.662/93 para dispor sobre a duração do trabalho do assistente social.
C) determina que a duração do trabalho do assistente social no setor público será de 30 horas semanais e
no setor privado de 36 horas.
D) resulta de uma luta isolada dos conselhos de atuação profissional do Serviço Social.
E) foi votada em agosto de 2010, mas ainda não entrou em vigor.

Comentário:
Essa questão é bem atual e já traz a lei sobre a duração das 30 horas para assistente social, se o candida-
to não estiver acompanhando as atualizações das nossas legislações podem perder uma questão como
essa, e ficar lá atrás, porque uma questão pode ser decisiva em um concurso concorrido.

Resposta Correta: B

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47 - (DESO 2013 AOCP) De acordo com a Lei 8662/93, que regulamenta a profissão de Assistente So-
cial, em seu artigo 9°, o fórum máximo de deliberação da profissão para os fins desta lei dar-se-á nas
reuniões:
(A) conjuntas dos Conselhos Federal e Regionais, que inclusive fixarão os limites de sua competência e
sua forma de convocação.
(B) do Conselho Federal e com um representante do Conselho Regional de cada região do país.
(C) do sindicato patronal e os representantes dos Conselhos Federal e Regionais – no Conselho Federal.
(D) com 50% dos Conselhos Federal e Regionais mais 01 membro.
(E) com 60% dos Conselhos Federal e Regionais em primeira instância, caso não der coro na primeira
reunião – agendar-se-á uma nova reunião dos Conselhos Federal e Regionais, independente do número
de participantes.

Comentário:
Veja essa questão vai tentar enganar os candidatos tentando persuadi-lo quanto ao número de pessoas ou
porcentagem para se referir ao fórum máximo de deliberação da profissão. O fórum máximo só pode
acontecer com a participação conjunta do CFESS e CRESS.

Resposta Correta: A

48 - (IFCE 2012) A Lei 8.662/ 93 atribui, ao assistente social, determinadas competências (art. 4º) e
atribuições privativas (art.5º). A definição correta sobre competência e atribuição, segundo Simões
(2008), está na alternativa:
A) são encargos exclusivamente decorrentes da qualificação profissional do assistente social e são quali-
ficações profissionais generalistas reconhecidas pela lei de regulamentação da profissão.
B) são conhecimentos reconhecidos ao profissional, sem prejuízo do igual reconhecimento a outros pro-
fissionais; e se refere à própria natureza do exercício profissional.
C) são atributos técnicos e éticos somente do assistente social; e conjunto de obrigações, ou seja, um
dever socialmente instituído, ao qual uma vez convocado, o profissional deve atender.
D) são competências, decorrente da qualificação não ilegal, se for realizada pelo assistente social; e são
qualificações profissionais, visando à realização de um serviço.
E) refere-se à própria natureza do exercício profissional, conceituada pelos atributos técnicos e éticos do
assistente social; e são atribuições, cujas tarefas somente terão validade institucional, se realizadas por
profissional habilitado perante o CRESS da respectiva jurisdição.

Comentário:
Mesmo sem a leitura anterior da citação do autor na questão, essa questão me chamou atenção pela for-
ma elaborada que a mesma foi construída, a pergunta trata de um dos itens, como já havia falado anteri-
ormente, que são cobrados, porém essa foi de forma bem peculiar ao que chamei atenção sobre o que era
competência e atribuição.
Competência: É a capacidade de o profissional realizar determinadas atividades inerentes ao exercício
profissional, porém não exclusiva por ele, pode ser realizada por outros profissionais.
Atribuição privativa: constituem-se atividades exclusivas do profissional de serviço social, ou seja, a
própria, exclusiva do exercício profissional.

Resposta Correta: B

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49 - (CBTU - RJ 2014- CONSULPLAN) O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e os Conse-
lhos Regionais de Serviço Social (CRESS) constituem, em seu conjunto, uma entidade com personali-
dade jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o exercício da profis-
são de Assistente Social em todo o território nacional, segundo a Lei nº 8.662/1993.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao(s) órgão(s) que possui(em) a competência e a
atribuição de expedir as carteiras profissionais dos Assistentes Sociais e fixar a respectiva taxa:
A) Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).
B) Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS).
C) Conselhos Estaduais de Serviço Social (CESS).
D) Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS).

Comentário:
Questão muito fácil se o candidato estiver atento as competências de cada uma das entidades do Serviço
Social. A banca ainda colocou um conselho que não existe Conselho Estadual de Serviço Social.
São competência dos CRESS:
III - expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa;

Resposta Correta: D

50 - (EBSERH 2014 HUCAM) O Código de Ética dos Assistentes Sociais apresenta ferramentas fun-
dantes para o trabalho dos assistentes sociais. Nas alternativas a seguir, estão descritos princípios fun-
damentais do Código de ética para o trabalho na saúde. Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
(B) Defesa do aprofundamento do controle de quotas sociais para a saúde.
(C) Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos
bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.
(D) Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios des-
te Código e com a luta geral dos trabalhadores.
(E) Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelec-
tual, na perspectiva da competência profissional.

Comentário:
Veja que a questão pede apenas o item incorreto, então para não perdermos tempo devemos procurar o
item onde não tem nada a ver com os princípios que são colocados no Código de ética do Assistente
Social, lembrem-se que havia colocada sublinhado algumas palavras, porém a banca colocou no item B
algo que nada condiz com nossos princípios: quotas sociais para saúde.

Resposta Correta: B

51 - (EBSERH HUCAM 2014) É dever dos profissionais em sua atuação com outros profissionais, EX-
CETO:
(A) Ser solidário com outros profissionais.
(B) Repassar ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho.
(C) Incentivar, sempre que possível, a prática profissional não-interdisciplinar.
(D) Respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões.

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(E) Ao realizar crítica pública à colega e outros profissionais, fazê-lo sempre de maneira objetiva, cons-
trutiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade.

Comentário:
Veja que a questão pede o dever do Assistente Social com outros profissionais, lembrem-se das palavras
chaves que coloquei nos itens de cada capitulo do Código de Ética: interdisciplinaridade, solidariedade.
Com essa dica, a questão já está ganha!

Resposta Correta: C

52 - (FUNASE 2013 -UPENET) Constitui-se dever do Assistente Social nas suas relações com as insti-
tuições empregadoras e outras, segundo o Código de Ética:
A) livre exercício das atividades inerentes à profissão. DIREITO
B) garantir a inviolabilidade do local do trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o
sigilo profissional. DIREITO
C) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios desse código.
DIREITO
D) utilizar seu número de registro no Conselho Regional, no exercício da profissão. (DEVER GERAL)
E) empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários por meio dos programas e das políticas
sociais. (DEVER NA SUA RELAÇÃO COM AS INSTITUIÇÕES EMPREGADORAS)

Comentário:
Essa questão foi passível de muitos erros dos candidatos porque NÃO prestaram atenção no enunciado.
Sabemos que na hora que estamos prestando a prova, temos um misto de ansiosidade e de nervosismo, o
que nos faz errar uma questão como essa, a princípio besta, porém requer muito cuidado. Nela há dois
deveres, portanto a banca sabia que o candidato podia errar nessa questão, porém por uma série de pala-
vras chaves você ganha a questão: na relação do trabalho com instituições empregadoras há a existência
de usuários, políticas, programas, recursos institucionais, você identificou que há dois deveres, porém
um se relaciona com dever geral e essa NÃO foi pedida pela questão, muito cuidado.

Resposta Correta: E

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