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correspondentes à Seguridade Social e
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vos à Saúde, Previdência e Assistência

material complementar
De início, estudar essa matéria pode p
uma tarefa burocrática e cansativa.
tanto, ao entrar em contato com o li

direito previdenciário
Direito Previdenciário é disciplina essen- Ali Mohamad Jaha, o leitor tem a sen
cial à aprovação em alguns dos principais de estar ouvindo uma história que é
concursos públicos. Entretanto, seu estudo da de forma leve e bem-humorada. O
adequado exige do concursando o conheci- do autor nos dá a sensação de que el
mento aprofundado das normas e concei- versa com o leitor, em um bate-papo
tos correspondentes à Seguridade Social e
a suas ações destinadas a assegurar direitos
all in one de tornar bem mais agradáveis os as
a serem enfrentados no Direito Previ
relativos à Saúde, Previdência e Assistência ário.
Social.
Quem é bom leitor tem no texto algo
lar a uma pauta de música. Como se
músico, percebe a afinação, harmonia
lodia da reunião das palavras. Em com
sação, seus ouvidos são capazes de
trechos em que o autor desafinou.
conforme a
reforma De formada similar, quem nasce com o
previdência
de escrever por música pode até não
e MPs 904ber, mas costuma premiar seus leitore
e 905/2019
textos claros e agradáveis, que tornam
ples o complexo. É nessa categoria q
pode incluir o texto do Ali, autor que
da os leitores do seu Direito Previden
All in One com uma obra que vem se
àquelas de referência no estudo dessa
plina para concursos públicos.
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2020.

1ª edição, 2020.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma


ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo
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Bruno Barrozo Luciano Andrea Regina Oliveira Almeida
Diagramação:
Thais Xavier Ferreira

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BRASILEIRA
DOS DIREITOS
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Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

J24d

Jaha, Ali Mohamad, 1982-


Direito previdenciário all in one : teoria e questões comentadas / Ali ­Mohamad Jaha. - 1. ed.
- Rio de Janeiro : Ferreira, 2020.
912 p. (Concursos)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7842-408-4

1. Previdência social - Legislação - Brasil - Problemas, questões, exercícios. 2. Serviço públi-


co - Brasil - Concursos. I. Título. II. Série.

19-61339
CDU: 349.3(81)

Vanessa Mafra Xavier Salgado - Bibliotecária - CRB-7/6644

Editora Ferreira
contato @ editoraferreira.com.br
www.editoraferreira.com.br
Sumário

Principais pontos do capítulo 1 – A Seguridade Social  5


Principais pontos do capítulo 2 – A Previdência Social  9
Principais pontos do capítulo 3 – O financiamento da Seguridade Social  12
Principais pontos do capítulo 4 – O salário de contribuição  15
Principais pontos do capítulo 5 – Arrecadação e recolhimento das contribuições sociais  17
Principais pontos dos capítulos 6, 7 e 8 – Obrigações acessórias; A retenção e a solidariedade e
Direito Previdenciário Penal  21
Principais pontos do capítulo 9 – Filiação, inscrição e período de carência  24
Principais pontos do capítulo 10 – Os benefícios previdenciários  26
Principais pontos dos capítulos 11 e 12 – Cálculo e acumulação dos benefícios previdenciários
e Acidente do trabalho e temas variados  31
Principais pontos do capítulo 13 – Reformas constitucionais da Previdência Social  36
Principais pontos do capítulo 14 – Regime Próprio de Previdência Social da União  37
Principais pontos do capítulo 15 – Regime de Previdência Militar  40
Principais pontos do capítulo 16 – Regime de Previdência Complementar  40
Principais pontos do capítulo 17 – Previdência Complementar do Servidor Federal  42
Principais pontos do capítulo 18 – Processo administrativo previdenciário e
ações judiciais em matéria previdenciária  44

3
Ali Mohamad Jaha 5

Principais pontos do capítulo 1 – A Seguridade Social

1. Origem e Evolução da Seguridade Social • Com o tempo, a LEC foi expandida para
(mundo): outras empresas. Em suma, foram cria-
• Até meados do século XIX (1850), a proteção das inúmeras CAP no Brasil;
social era ofertada exclusivamente pela pró- • Por questões estruturais e financeiras,
pria família ou pelas casas de assistência; em 1930 o governo Getúlio Vargas uni-
• No final do século XIX (entre 1880 e ficou as CAP em Institutos de Aposenta-
1900), o Estado começou a ser mais par- doria e Pensão (IAP), sendo um IAP para
ticipativo. Em várias partes do mundo, cada categoria profissional (ferroviários,
os governos começaram a elaborar nor- bancários, comerciários etc.);
mas protetivas aos trabalhadores; • Em 1960, foi criada a Lei Orgânica da
• Surgimento da Previdência Social no Previdência Social (LOPS), que unificou
mundo (1883), na Alemanha, com a Lei toda a legislação previdenciária das IAP;
de Bismark. Era um seguro contra doen- • Em 1966, foi criado o Instituto Nacional
ças financiado pelo empregador e pelo da Previdência Social (INPS), que unifi-
trabalhador (similar ao nosso atual sis- cou todas as IAP. Agora, o Brasil tem ape-
tema, o RGPS); nas uma instituição de Previdência Social;
• Ainda na Alemanha, é promulgada a • Em 1967, o SAT se torna um benefício
Constituição de Weimar, em 1919, que público;
trouxe em seu texto disposições previ- • Em 1977, de forma pretensiosa, é criado
denciárias (Welfare State – Estado do o Sistema Nacional de Previdência Social
Bem-Estar Social); (SINPAS), composto pelas seguintes en-
• Em 1935, nos EUA, é criado o Social tidades:
­Security Act, que institui a Previdência • Instituto Nacional de Previdência So-
Social para os norte-americanos; cial (INPS);
• Em 1942, na Inglaterra, é instituído o • Instituto Nacional de Assistência Mé-
Plano Beveridge, que consistiu em uma dica da Previdência Social (INAMPS);
ampla e profunda reforma previdenci-
ária. Foi o ponto alto do W
­ elfare State, • Fundação Legião Brasileira de Assis-
com a introdução de inúmeros benefí- tência (LBA);
cios aos trabalhadores. • Fundação Nacional do Bem-Estar do
Menor (Funabem);
2. Origem e evolução da Seguridade Social • Empresa de Processamento de Dados
(Brasil): da Previdência e Assistência Social
• Em 1919, surge o Seguro de Acidente do Tra- (Dataprev);
balho (SAT), entretanto ainda era um bene- • Instituto de Administração Financei-
fício privado, ou seja, pago pelo empregador; ra da Previdência e Assistência Social
• O marco inicial da Previdência Social no (IAPAS);
Brasil ocorreu em 1923, com a Lei Eloy • Central de Medicamentos (CEME).
Chaves (LEC), a qual previa que cada em-
• O SINPAS nunca funcionou de maneira
presa de estradas de ferro deveria criar e
efetiva e exemplar e foi extinto em 1988,
custear parcialmente sua Caixa de Apo-
sob a égide da CF/1988;
sentadoria e Pensão (CAP);
6 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

• No início da década de 1990, houve uma Seletividade e Distributividade na


reforma na estrutura previdenciária, 3 SDBS
prestação dos Benefícios e Serviços
com a extinção de algumas entidades
4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios
(INAMPS, LBA, ­Funabem e CEME) e a
fusão de outras (INPS + IAPAS = INSS); Equidade na Forma de Participação
5 EFPC
no Custeio
• Agora, o Instituto Nacional do Seguro So-
cial (INSS) era a entidade responsável pelo 6 DBF Diversidade da Base de Financiamento

custeio da Seguridade, bem como pela Caráter Democrático e Descentra-


concessão de benefícios previdenciários; lizado da administração, mediante
gestão Quadripartite, com participa-
• Em 2004, foi criada a Secretaria da Recei- 7 DDQ
ção dos trabalhadores, dos empre-
ta Previdenciária (SRP), que ficou respon- gadores, dos aposentados e do
sável pelo custeio da Seguridade Social. Governo nos órgãos colegiados
Nesse momento, o INSS ficou responsável
apenas pela concessão dos benefícios; 6. A lei complementar poderá instituir outras
• Em 2007, acontece a fusão entre a SRP e a fontes destinadas a garantir a manutenção
Secretaria da Receita Federal (SRF), que ou expansão da Seguridade Social, obedeci-
gerou a Receita Federal do Brasil (RFB), a do o disposto no art. 154, I, da CF/1988. Em
qual ficou responsável, desde então, pelo resumo:
custeio da Seguridade Social. A parte da • A criação das contribuições sociais residu-
concessão de benefícios contínua sendo ais se dará por meio de Lei Complementar;
realizada pelo INSS.
• As contribuições deverão ser não cumu-
lativas;
3. O Direito Previdenciário é o ramo do di-
reito público que estuda a organização e o • O fato gerador (FG) ou a base de cálculo
funcionamento da Seguridade Social. Espe- (BC) dessas novas contribuições deverão
cificamente no Brasil, a Seguridade Social é ser diferentes do FG e da BC das contri-
tratada na Constituição Federal de 1988, em buições sociais existentes, e;
capítulo próprio, entre os artigos 194 e 204, • O STF entende que as contribuições so-
o que demonstra grande preocupação do ciais residuais podem ter o mesmo FG
constituinte originário de 1988 com a Previ- ou a mesma BC dos impostos existentes.
dência Social, a Assistência Social e a Saúde. Esse entendimento é importante.

4. A Seguridade Social compreende um con- 7. Nenhum benefício ou serviço da Seguridade


junto integrado de ações de iniciativa dos Social poderá ser criado, majorado ou estendi-
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas do sem a correspondente fonte de custeio total.
a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social. De forma 8. As Contribuições Sociais para a Segurida-
mnemônica: Seguridade Social = Previdên- de Social só poderão ser exigidas depois de
cia + Assistência Social + Saúde = PAS. decorridos 90 dias da data da publicação da
lei que as houver instituído ou modificado,
5. Princípios Constitucionais da Seguridade não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
Social: inciso III, alínea “b” da CF/1988 (Anteriori-
dade Anual).
Princípios Constitucionais da Seguridade Social

Universalidade da Cobertura e do
9. São isentas (imunes) de contribuição para a
1 UCA Seguridade Social as entidades beneficentes
Atendimento
de assistência social (EBAS) que atendam às
Uniformidade e Equivalência dos
exigências estabelecidas em lei.
2 UEBS Benefícios e Serviços às populações
urbanas e rurais
Ali Mohamad Jaha 7

10. As contribuições sociais do empregador po- desses agentes, vedados a caracterização


derão ter alíquotas (em todos os casos) ou por categoria profissional ou ocupação,
bases de cálculo (somente nas contribuições durante, no mínimo, 15, 20 ou 25 anos,
sobre receita, faturamento e lucro) diferen- nos termos do disposto nos arts. 57 e 58
ciadas, em razão da Atividade econômica, da Lei 8.213/1991, quando cumpridos: →
da Utilização intensiva de mão de obra, do Aposentadoria Especial.
Porte da empresa ou da condição estrutural • 55 anos de idade, quando se tratar de
do Mercado de trabalho. Percebeu as letras atividade especial de 15 anos de con-
que estão em negrito? É um mnemônico! tribuição;
A+U+P+M ou, reordenando, PUMA.
• 58 anos de idade, quando se tratar de
atividade especial de 20 anos de con-
11. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
tribuição, ou;
garantida mediante políticas sociais e eco-
nômicas que visem à redução do risco de • 60 anos de idade, quando se tratar de
doença e de outros agravos e ao acesso uni- atividade especial de 25 anos de con-
versal e igualitário às ações e serviços para tribuição.
sua promoção, proteção e recuperação. • Ao professor que comprove: → Aposen-
tadoria do professor.
12. A Previdência Social será organizada sob a
• 25 anos de contribuição exclusivamen-
forma de regime geral (Regime Geral da Pre-
te em efetivo exercício das funções de
vidência Social – RGPS), de caráter contri-
magistério na educação infantil e no
butivo e de filiação obrigatória, observados
ensino fundamental e médio, e;
critérios que preservem o equilíbrio finan-
ceiro e atuarial. • Possua 57 anos de idade, se mulher, e
60 anos de idade, se homem.
13. É assegurado o reajustamento dos benefí-
cios previdenciários para preservar-lhes, em 16. A competência para legislar sobre Seguri-
caráter permanente, o valor real, conforme dade Social é privativa da União, mas pode
critérios definidos em lei. ser delegado aos Estados o poder de legislar
sobre questões específicas.
14. Até que lei disponha sobre o tempo de contri-
buição, o segurado filiado ao Regime Geral de 17. A competência para legislar sobre Previdên-
Previdência Social após a data de entrada em cia Social é concorrente entre a União, os Es-
vigor da Emenda Constitucional 103/2019 será tados e o Distrito Federal.
aposentado: → Aposentadoria voluntária. • Compete à União definir as normas ge-
• Aos 62 anos de idade, se mulher, 65 anos rais de Previdência Social;
de idade, se homem, e; • Os Estados podem suplementar as nor-
• 15 anos de tempo de contribuição, se mas gerais;
mulher, e 20 anos de tempo de contribui- • Na falta de normas gerais por parte da
ção, se homem. União, os Estados poderão editar nor-
mais gerais sobre previdência Social
15. Por sua vez, até que lei complementar dis- (Competência ­Legislativa Plena), e;
ponha sobre a redução de idade mínima ou • A superveniência de lei federal sobre
tempo de contribuição, será concedida apo- normas gerais de previdência Social sus-
sentadoria: pende a lei estadual editada por meio da
• Aos segurados que comprovem o exercí- Competência Legislativa Plena citada.
cio de atividades com efetiva exposição a
agentes nocivos químicos, físicos e bioló- 18. A legislação previdenciária é composta de
gicos prejudiciais à saúde, ou associação todos os atos legais, atos com força de lei e atos
8 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

infralegais que tratam, no todo ou em parte, 21. Aplicação das Normas Previdenciárias:
de assunto correlato ao Direito Previdenciário. • Hierarquia: norma superior prevalece
sobre norma inferior (lei x decreto).
19. A expressão “Fontes do Direito” é utiliza-
• Especialidade: norma específica prevale-
da para descrever a origem e o processo de
ce sobre norma genérica.
formação das normas jurídicas. No Brasil,
as classificações mais importantes para tais • Cronologia: caso haja duas normas em vi-
fontes são as seguintes: gência tratando sobre o mesmo tema, o que
não é normal, vale a norma mais nova.
• Fontes Materiais x Fontes Formais:
Fontes Materiais: atos e fatos sociais que 22. Vigência das Normas Previdenciárias, de
inspiraram a criação de novos atos nor- forma resumida:
mativos (necessidade das camadas me-
nos favorecidas). • Validade: a lei válida é aquela que foi pu-
blicada em diário oficial e encontra-se
Fontes Formais: atos normativos criados inserida no ordenamento jurídico.
em função dos atos e fatos sociais (Pro-
grama Bolsa-família). • Vigência: a lei vigente é aquela que deve
ser observada, cumprida e respeitada por
• Fontes Diretas x Fontes Indiretas: toda a sociedade.
Fontes Diretas ou Imediatas: aquelas com • Eficácia: a lei eficaz é aquela que produz
força jurídica para se tornarem regra ju- todos os seus efeitos financeiros.
rídica entre os cidadãos. São as Leis e os
Costumes. 23. Hierarquia das Normas Previdenciárias, de
Fontes Indiretas ou Mediatas: aquelas forma resumida:
sem força jurídica para se tornarem re- • Normas Constitucionais (CF, EC e TDH
gra, mas que podem servir de inspiração -EC).
para a criação de fontes diretas. São a
Doutrina e a Jurisprudência. • Normas Supralegais (TDH-LO).

• Fontes Principais x Fontes Secundárias: • Normas Legais (LC, LO, LD, MP, T-LO
etc.).
Fontes Principais: é a lei e os atos com
força de lei. São a Constituição Fede- • Normas Infralegais (Decretos, Portarias
ral, as Emendas Constitucionais, as Leis etc.).
Complementares, as Leis Ordinárias, as
Leis Delegadas, as Medidas Provisórias, 24. Interpretação x Integração, de forma resu-
os Decretos Legislativos, as Resoluções mida:
da Câmara dos Deputados, as Resolu- • Interpretação: utilizada quando a norma
ções do Senado Federal e, em regra, os apresenta mais de um sentido e deve-
Tratados Internacionais, quando recep- se encontrar seu real significado para
cionados com força de Lei Ordinária. ­aplicá-lo ao caso concreto.
Fontes Secundárias: são os atos infrale- • Integração: utilizada quando a norma
gais: os Decretos, as Portarias, as Instru- apresenta uma lacuna em seu texto, impos-
ções Normativas etc. sibilitando sua aplicação ao caso concreto.

20. Teoria Monista: o Direito Previdenciário é


mero ramo do Direito do Trabalho. Teoria
Dualista: o Direito Previdenciário é autôno-
mo e não se confunde com o Direito do Tra-
balho. Essa é a posição adotada atualmente
pela legislação e pela doutrina.
Ali Mohamad Jaha 9

Principais pontos do capítulo 2 – A Previdência Social

1. A Previdência Social compreende dois regimes: de idade, sujeito à formação técnico-pro-


• Regime Geral de Previdência Social fissional metódica, sob a orientação de en-
(RGPS), e; tidade qualificada, conforme disposto na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
• Regimes Próprios de Previdência Social
(RPPS) dos servidores públicos e dos mi-
4. São Empregados Domésticos (D):
litares.
• Pessoa física que presta serviço de natu-
2. São segurados obrigatórios da Previdência reza contínua, mediante remuneração, a
Social (RGPS): contribuinte individual (C), pessoa ou família, no âmbito residencial
trabalhador avulso (A), empregado domés- desta, em atividade sem fins lucrativos.
tico (D), empregado (E) e segurado especial
(S). Além destes, existe o segurado facultati- 5. São Contribuintes Individuais (C):
vo (F). Observe o mnemônico: CADES F. • A pessoa física, proprietária ou não, que
• Atualmente, o beneficiário do Seguro explora atividade de extração mineral
Desemprego é segurado obrigatório da (garimpo), em caráter permanente ou
previdência social durante os meses de temporário, diretamente ou por intermé-
percepção do benefício (MP 905/2019). dio de prepostos, com ou sem o auxílio
de empregados, utilizados a qualquer tí-
3. São empregados (E): tulo, ainda que de forma não contínua. É
o enquadramento do garimpeiro.
• Aquele que presta serviço de natureza
urbana ou rural a empresa, em caráter • O ministro de confissão religiosa e o
não eventual, sob sua subordinação (ju- membro de instituto de vida consagrada,
rídica) e mediante remuneração, inclusi- de congregação ou de ordem religiosa.
ve como diretor empregado. • O brasileiro civil que trabalha no exte-
• O brasileiro civil que trabalha para a rior para organismo oficial internacional
União no exterior, em organismos ofi- do qual o Brasil é membro efetivo, ainda
ciais internacionais dos quais o Brasil seja que lá domiciliado e contratado, salvo
membro efetivo, ainda que lá domiciliado quando coberto por Regime Próprio de
e contratado, salvo se amparado por Regi- Previdência Social. Não confunda:
me Próprio de Previdência Social (RPPS). Brasileiro Civil que trabalha no exterior
• O bolsista e o estagiário que prestam ser- para a União, em organismo internacional
viços à empresa, em desacordo com a Lei do qual o Brasil seja membro → empregado
11.788/2008 (Lei do Estágio). Brasileiro Civil que trabalha no exterior
• O servidor do Estado, Distrito Federal para organismo internacional do qual o Bra-
ou Município, bem como o das respecti- sil seja membro → contribuinte individual
vas autarquias e fundações, ocupante de • Quem presta serviço de natureza urbana
cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, ou rural, em caráter eventual, a uma ou
não esteja amparado por Regime Próprio mais empresas, sem relação de emprego.
de Previdência Social (RPPS). • A pessoa física que exerce, por conta pró-
• O aprendiz, maior de 14 e menor de 24 pria, atividade econômica de natureza
anos, ressalvado o portador de deficiên- urbana, com fins lucrativos ou não.
cia, ao qual não se aplica o limite máximo
10 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

• O Microempreendedor Individual – MEI de segurado especial a pessoa física resi-


de que tratam os arts. 18-A, 18-B e 18-C dente no imóvel rural ou em aglomerado
da Lei Complementar 123/2006 (Simples urbano ou rural próximo que, individu-
Nacional) que opte pelo recolhimento dos almente ou em regime de economia fa-
impostos e contribuições abrangidos pelo miliar, ainda que com o auxílio eventual
Simples Nacional em valores fixos mensais. de terceiros, na condição de:
• O condutor autônomo de veículo rodo- a) produtor, seja ele proprietário, usufru-
viário, assim considerado aquele que tuário, possuidor, assentado, parceiro
exerce atividade profissional sem vínculo ou meeiro outorgados, comodatário
empregatício, quando proprietário, co- ou arrendatário rurais.
proprietário ou promitente comprador b) pescador artesanal ou a este asseme-
de um só veículo. lhado, que faça da pesca profissão ha-
• Aquele que exerce atividade de auxiliar bitual ou principal meio de vida, e;
de condutor autônomo de veículo rodovi- c) Cônjuge ou companheiro, bem como
ário, em automóvel cedido em regime de filho maior de 16 anos de idade ou a
colaboração, nos termos da Lei 6.094/1974 este equiparado, do segurado de que
(Lei do Auxiliar de Condutor Autônomo). tratam as alíneas “a” e “b” deste inci-
so, que, comprovadamente, tenham
• Aquele que, pessoalmente, por conta pró-
participação ativa nas atividades ru-
pria e a seu risco, exerce pequena ativida-
rais ou pesqueiras artesanais, respec-
de comercial em via pública ou de porta
tivamente, do grupo familiar.
em porta, como comerciante ambulante,
nos termos da Lei 6.586/1978 (Lei do Co-
8. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou
merciante Ambulante).
o militar da União, Estado, Distrito Federal
• O médico residente de que trata a Lei ou Município, bem como o das respectivas
6.932/1981 (Lei do Médico Residente). autarquias e fundações, são excluídos do
Não confunda: Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
Médico Residente → contribuinte indivi- consubstanciado nesse Regulamento, desde
dual que amparados por Regime Próprio de Pre-
vidência Social (RPPS).
Médico Plantonista → empregado
• O árbitro e seus auxiliares que atuam em 9. É segurado facultativo (F) o maior de 16
conformidade com a Lei 9.615/1998 (Nor- anos (ou de 14 anos, se o enunciado citar a
mas Gerais sobre Desporto ou Lei Pelé). Lei 8.212/1991 ou a Lei 8.213/1991) que se
filiar ao RGPS, mediante contribuição, de
6. São Trabalhadores Avulsos (A): 20% sobre o salário de contribuição por ele
• Trabalhador avulso é aquele que, sindica- declarado, desde que não esteja exercendo
lizado ou não, presta serviço de natureza atividade remunerada que o enquadre como
urbana ou rural a diversas empresas, sem segurado obrigatório da Previdência Social.
vínculo empregatício, com a intermedia- São segurados facultativos (F):
ção obrigatória do Órgão Gestor de Mão • A dona de casa.
de Obra (­atividades portuárias), nos ter-
• O síndico de condomínio, quando não
mos da Lei 12.815/2013 (Nova Lei dos
remunerado.
Portos), ou do sindicato da categoria (ati-
vidades não portuárias). • O estudante.
• O brasileiro que acompanha cônjuge que
7. São Segurados Especiais (S): presta serviço no exterior.
• São segurados obrigatórios da Previ- • Aquele que deixou de ser segurado obri-
dência Social classificados na qualidade gatório da Previdência Social.
Ali Mohamad Jaha 11

• O bolsista e o estagiário que prestam 13. Manutenção e Perda da Qualidade de Segu-


serviços a empresa de acordo com a Lei rado:
11.788/2008 (Lei do Estágio). • Sem limite de prazo: em gozo de benefício.
• O presidiário que não exerce ativida- • Até 12 meses: após cessar benefício por
de remunerada nem esteja vinculado a incapacidade.
qualquer regime de Previdência Social.
• Até 12 meses: após a cessação das con-
• O segurado recolhido à prisão sob regime tribuições para o RGPS (não exerce mais
fechado ou semiaberto, que, nessa condi- atividade remunerada acabou o seguro
ção, preste serviço, dentro ou fora da uni- desemprego).
dade penal, a uma ou mais empresas, com
ou sem intermediação da organização • Se tiver mais de 120 contribuições, re-
carcerária ou entidade afim, ou que exer- cebe mais 12 meses.
ce atividade artesanal por conta própria. • Se o desemprego for involuntário, re-
cebe mais 12 meses.
Muita atenção: atualmente é correto afirmar PG = Não contribui, mas mantém a
que tanto o presidiário produtivo quanto o qualidade de segurado
não produtivo são considerados segurados
• Até 12 meses: após cessar a segregação
facultativos, conforme prevê a legislação
compulsória (doença).
previdenciária.
• Até 12 meses: após livramento do detido
10. É vedada (proibida) a filiação ao RGPS (Re- ou recluso.
gime Geral de Previdência Social), na qua- • Até 3 meses: após licenciamento, o segu-
lidade de segurado facultativo, de pessoa rado incorporado às Forças Armadas.
participante de RPPS (Regime Próprio de
• Até 6 meses: após a cessação das contri-
Previdência Social), salvo na hipótese de
buições do segurado facultativo.
afastamento sem vencimento e desde que
não permitida, nessa condição, contribuição 14. Dependentes e suas Classes:
ao respectivo regime próprio.
1ª classe: o cônjuge, a companheira, o compa-
nheiro e o filho não emancipado, de qualquer
11. Empresa é o empresário ou a sociedade que
condição, menor de 21 anos ou inválido ou
assume o risco de atividade econômica ur-
que tenha deficiência intelectual ou mental
bana ou rural, com fins lucrativos ou não,
ou deficiência grave.
bem como os órgãos e entidades da Admi-
nistração Pública Direta ou Indireta. 2ª classe: os pais.
3ª classe: o irmão não emancipado, de qual-
12. Equiparam-se a Empresa: quer condição, menor de 21 anos ou inválido
• O contribuinte individual, em relação a ou que tenha deficiência intelectual ou men-
tal ou deficiência grave.
segurado que lhe presta serviço.
• A cooperativa, a associação ou a entidade de 15. A legislação não dividiu os dependentes em
qualquer natureza ou finalidade, inclusive classe por acaso. Os dependentes da 1ª classe
o condomínio, a missão diplomática e a re- têm precedência sobre os dependentes da 2ª e
partição consular de carreiras estrangeiras. da 3ª classes Os dependentes da 2ª classe têm
• O operador portuário e o OGMO (Órgão precedência sobre os dependentes da 3ª classe.
Gestor de Mão de Obra) de que trata a
Lei 12.815/2013 (Nova Lei dos Portos). 16. Perda da Qualidade de Dependente:
• O proprietário do imóvel, o incorpo- • Cônjuge: anulação do casamento, sepa-
rador ou o dono de obra de construção ração judicial sem o direito a prestação
civil, quando pessoa física, em relação a de alimentos e óbito.
segurado que lhe presta serviços.
12 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

• Companheiro: cessação da união estável 18. Composição do Conselho Nacional de Pre-


sem o direito a prestação de alimentos. vidência (CNP):
• Filho ou irmão: ao completar 21 anos (regra), 1. 6 representantes do Governo Federal.
salvo se inválido (sem limite de idade). 2. 9 representantes da sociedade civil, sendo:
• Dependentes em geral: cessação da inva- a) 3 representantes dos aposentados e
lidez e o óbito. pensionistas.
b) 3 representantes dos trabalhadores
17. Empregador doméstico é a pessoa, a família
em atividade.
ou a entidade familiar que admite emprega-
do doméstico a seu serviço, mediante remu- c) 3 representantes dos empregadores.
neração e sem finalidade lucrativa.

Principais pontos do capítulo 3 – O financiamento da Seguridade Social

1. A Seguridade Social é financiada por toda


Salário de contribuição CS (%)
a sociedade, de forma direta (contribuições
Até R$ 998,00 (1 SM) 7,5
sociais) e indireta, mediante recursos prove-
De R$ 998,01 até R$ 2.000,00 9,0
nientes dos orçamentos da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e De R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00 12,0
de contribuições sociais. De R$ 3.000,01 até R$ 5.839,45 (Teto) 14,0

2. O orçamento da Seguridade Social (OSS) é 5. A alíquota de contribuição dos segurados


composto de: contribuinte individual (C) e facultativo (F)
será de 20,0% sobre o respectivo salário de
• Receitas da União (Contribuição da União);
contribuição (SC).
• Receitas das Contribuições Sociais, e;
• Receitas de Outras Fontes (multas, juros 6. A alíquota de contribuição a ser descontada
moratórios, doações, legados, subven- pela empresa da remuneração paga, devida
ções etc.). ou creditada ao contribuinte individual (C)
a seu serviço, observado o limite máximo
3. A contribuição da União é constituída de re- do salário de contribuição (SC), é de 11,0%
cursos adicionais do Orçamento Fiscal (OF), no caso das empresas em geral e de 20,0%
fixados obrigatoriamente na Lei Orçamen- quando se tratar de Entidade Beneficente de
tária anual (LOA). Assistência Social (EBAS) isenta (imune) das
contribuições sociais patronais.
4. A contribuição do segurado empregado (E),
inclusive o doméstico (D), e do trabalhador 7. Casos de contribuição mínima para se apo-
avulso (A) é calculada mediante a aplicação sentar voluntariamente (Lei 8.212/1991, art.
da correspondente alíquota, de forma pro- 21, § 2º – com adaptações):
gressiva, sobre o seu salário de contribui- • CI e F contribuir com 11,0% × 1 salário
ção mensal, incidindo cada alíquota sobre a mínimo. CI que trabalhe por conta pró-
faixa de valores compreendida nos respecti- pria, sem relação de trabalho com empresa
vos limites: ou equiparado e o Segurado Facultativo;
Ali Mohamad Jaha 13

• CI MEI contribuir com 5,0% × 1 salário tribuidora de títulos e valores mobiliários,


mínimo. O MEI deve auferir no máxi- inclusive bolsa de mercadorias e de valores,
mo R$ 81.000,00 por ano e ser optante empresa de arrendamento mercantil, coope-
do Simples Nacional (Lei Complementar rativa de crédito, empresa de seguros priva-
123/2006, art. 18-A), e; dos e de capitalização, agente autônomo de
• F contribuir com 5,0% × 1 salário míni- seguros privados e de crédito e entidade de
mo. O Segurado Facultativo sem renda previdência privada, aberta e fechada, além
própria que se dedique exclusivamente das contribuições de 20,0% × folha de salá-
ao trabalho doméstico no âmbito de sua rios (empregados, avulsos e contribuintes
residência, desde que pertencente à famí- individuais), da contribuição adicional de
lia de baixa renda (família de baixa renda GILRAT, é devida a contribuição adicional
é aquela inscrita no Cadastro Único para de 2,5% sobre a folha de salários (emprega-
Programas Sociais do Governo Federal – dos, avulsos e contribuintes individuais).
CadÚnico e cuja renda mensal seja de no
máximo 2 salários mínimos). 11. A arrecadação por meio de alíquota única
(diferenciada em função do rendimen-
8. A contribuição do produtor rural pessoa fí- to anual), prevista na Lei Complementar
sica (PRPF), em substituição à contribuição 123/2006 para as Microempresas (ME) e
social da Empresa de 20,0% sobre a folha de Empresas de Pequeno Porte (EPP), substitui
salários, e a do segurado especial (S), inci- a arrecadação dos seguintes tributos:
dente sobre a receita bruta da comercializa- • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídi-
ção (RBC) da produção rural, é de: ca – IRPJ;
• 1,2% para a Seguridade Social, e; • Imposto sobre Produtos Industrializados
• 0,1% para o financiamento dos benefícios – IPI;
concedidos em razão do grau de incidên- • Contribuição Social sobre o Lucro Líqui-
cia de incapacidade laborativa decor- do – CSLL;
rente dos riscos ambientais do trabalho • Contribuição para o Financiamento da
(GILRAT). Seguridade Social – Cofins;
• Contribuição para o PIS;
9. São Contribuições das Empresas:
• Contribuição Patronal Previdenciária –
• 20,0% sobre o total das remunerações
CPP para a Seguridade Social, a cargo da
pagas, devidas ou creditadas, a qualquer
pessoa jurídica;
título, no decorrer do mês, aos segurados
empregado (E) e trabalhador avulso (A), • Imposto sobre Operações Relativas
além das contribuições para GILRAT, à Circulação de Mercadorias e sobre
para Adicional GILRAT e sobre o fatura- Prestações de Serviços de Transporte
mento e o lucro. Interestadual e Intermunicipal e de Co-
municação – ICMS, e;
• 20,0% sobre o total das remunerações ou
retribuições pagas ou creditadas no de- • Imposto sobre Serviços de Qualquer Na-
correr do mês ao segurado contribuinte tureza – ISS.
individual (C).
12. A contribuição devida pela Agroindústria,
10. No caso de banco comercial, banco de inves- definida como sendo o PRPJ (Produtor Rural
timento, banco de desenvolvimento, caixa Pessoa Jurídica) cuja atividade econômica
econômica, sociedade de crédito, financia- seja a industrialização de produção própria
mento e investimento, sociedade de crédito ou de produção própria e a­ dquirida de ter-
imobiliário, inclusive associação de poupan- ceiros, incidente sobre o valor da RBC (re-
ça e empréstimo, sociedade corretora, dis- ceita bruta proveniente da c­ omercialização)
14 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

da produção, em substituição à contribui- Apos. Especial: Adicional GILRAT


ção social de 20% sobre a folha de salários 15 anos 9,0%
de empregados (E) e Trabalhadores Avulsos 20 anos 7,0%
(A) é de 2,5% destinados à Seguridade So-
25 anos 5,0%
cial, além da Contribuição GILRAT de 0,1%.
Empregador doméstico: além da cota patro-
13. Não esqueça:
nal de 8,0%, deve recolher ­GILRAT de 0,8%
GILRAT – financia o auxílio-doença e a (Lei Complementar 150/2015, art. 34).
aposentadoria por incapacidade permanen-
te. É uma alíquota fixa para a empresa e in- 15. A contribuição empresarial da associação
cide sobre a cota patronal em relação a todos desportiva que mantém equipe de futebol pro-
os trabalhadores. fissional, destinada à Seguridade Social, em
Adicional GILRAT – financia especifica- substituição às previstas no inciso I do caput
mente a Aposentadoria Especial do próprio do art. 201 (cota patronal da Empresa sobre
trabalhador. Nesse caso, será devido pela folha de salários dos empregados e avulsos) e
empresa em relação apenas a esse trabalha- no art. 202 (GILRAT e Adicional ­GILRAT)
dor, e não a todos seus funcionários e pres- do RPS, corresponde a 5,0% da receita bruta
tadores de serviço. decorrente dos espetáculos desportivos de que
participe em todo território nacional, em
14. Não confunda: qualquer modalidade desportiva, inclusive
jogos internacionais, e de qualquer forma de
Empresa: em relação à folha de pagamento
patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
de seus empregados e avulsos:
símbolos, publicidade, propaganda e trans-
missão de espetáculos desportivos.
Apos. Adicional
Risco: GILRAT
Especial: GILRAT
Leve 1,0% 15 anos 12,0%
16. A contribuição do empregador doméstico
é de 8,0% do SC (salário de contribuição)
Médio 2,0% 20 anos 9,0%
do empregado doméstico a seu serviço. É a
Grave 3,0% 25 anos 6,0%
única cota patronal que respeita o teto do
RGPS. Essa contribuição, atualmente, está
Produtor Rural Pessoa Jurídica: não reco-
sujeita a GILRAT.
lhe Adicional GILRAT, recolhe apenas GIL-
RAT de 0,1% × RBC.
17. Consideram-se concurso de prognósti-
Cooperativa de Produção: equiparada a cos todo e qualquer concurso de sorteio
empresa, não recolhe GILRAT e recolhe de números ou quaisquer outros símbolos,
apenas Adicional GILRAT em relação aos loterias e apostas de qualquer natureza no
seus cooperados (contribuintes individuais): âmbito federal, estadual, do Distrito Fede-
ral ou municipal, p
­ romovidos por órgãos do
Apos. Especial: Adicional GILRAT Poder Público ou por sociedades comerciais
15 anos 12,0% ou civis. São contribuições sociais sobre a
20 anos 9,0% Receita de Concursos de Prognósticos:
25 anos 6,0% a) 100,0% da Renda Líquida dos concursos
de prognósticos realizados pelos órgãos
Cooperativa de trabalho: não recolhe nada. do Poder Público;
A empresa que contrata seus serviços reco-
b) 5,0% sobre o movimento global de apos-
lhe, além dos 15% × Nota Fiscal de Serviços tas em prado de corridas, e;
(execução suspensa pela RSF 10/2016), os se-
guintes valores de Adicional GILRAT: c) 5,0% sobre o movimento global de sor-
teio de números ou de quaisquer moda-
lidades de símbolos.
Ali Mohamad Jaha 15

18. Constituem outras receitas da Seguridade aplicada no tratamento e recuperação


Social: de viciados em entorpecentes e drogas
• As multas, a atualização monetária e os afins. Observe a redação atual, dada pela
juros moratórios. Emenda Constitucional 81/2014:

• A remuneração recebida pela prestação CF/1988, art. 243, parágrafo


de serviços de arrecadação, fiscalização e único. Todo e qualquer bem de
cobrança prestados a terceiros. valor econômico apreendido em
• As receitas provenientes de prestação de decorrência do tráfico ilícito de
outros serviços e de fornecimento ou ar- entorpecentes e drogas afins e
rendamento de bens. da exploração de trabalho escra-
vo será confiscado e reverterá a
• As demais receitas patrimoniais, indus- fundo especial com destinação
triais e financeiras. específica, na forma da lei.
• As doações, legados, subvenções e outras
receitas eventuais. • 40,0% do resultado dos leilões dos bens
• 50,0% da receita obtida na forma do art. apreendidos pela Secretaria da Receita
243, parágrafo único da CF/1988, repas- Federal do Brasil.
sados pelo Instituto Nacional do Seguro • Outras receitas previstas em legislação
Social (INSS) aos órgãos responsáveis específica.
pelas ações de proteção à saúde e a ser

Principais pontos do capítulo 4 – O salário de contribuição

1. Salário de contribuição é a base de cálculo da lei ou do contrato ou, ainda, de con-


tributável das contribuições sociais devidas venção ou acordo coletivo de trabalho ou
pelo segurado à Seguridade Social. sentença normativa, observados os limi-
tes mínimo (piso salarial da categoria ou,
2. Entende-se por salário de contribuição (SC): na falta deste, o salário mínimo) e máxi-
• Para o empregado (E) e o trabalhador mo (teto do RGPS – atualmente em R$
avulso (A): a remuneração auferida em 5.839,45) previstos na legislação;
uma ou mais empresas, assim entendi- • Para o empregado doméstico (D): a re-
da a totalidade dos rendimentos pagos, muneração registrada na Carteira Pro-
devidos ou creditados a qualquer título, fissional e/ou na Carteira de Trabalho e
durante o mês, destinados a retribuir o Previdência Social (CTPS), observado os
trabalho, qualquer que seja a sua forma, limites mínimo (piso salarial da catego-
inclusive as gorjetas, o valor da compen- ria ou, na falta desse, o salário mínimo) e
sação pecuniária a ser paga no âmbito do máximo (teto do RGPS – atualmente em
Programa Seguro Emprego (PSE) – Lei R$ 5.839,45) previstos na legislação;
13.189/2015, os ganhos habituais sob a • Para o contribuinte individual (C): a remu-
forma de utilidades e os adiantamen- neração auferida em uma ou mais empre-
tos decorrentes de reajuste salarial, quer sas ou pelo exercício de sua atividade por
pelos serviços efetivamente prestados, conta própria, durante o mês, observados
quer pelo tempo à disposição do empre- os limites mínimo (salário mínimo) e
gador ou tomador de serviços, nos termos
16 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

­ áximo (teto do RGPS – atualmente em


m ­ ormal, que trata a CF/1988, integra o
n
R$ 5.839,45) previstos na legislação; salário de contribuição. Observe:
• Para o segurado facultativo (F): o valor
por ele declarado, observados os limi- Legislação Previdenciária
TCF É SC
(RFB)
tes mínimo (salário mínimo) e máxi-
STJ e STF TCF Não é SC
mo (teto do RGPS – atualmente em R$
5.839,45) previstos na legislação, e;
• A gratificação natalina (13º salário) inte-
• Para o segurado especial (S): o segurado
gra o salário de contribuição, exceto para
especial não tem salário de contribuição,
o cálculo do salário de benefício, sendo
uma vez que essa espécie de segurado
devida a contribuição quando do paga-
contribui com uma alíquota reduzida
mento ou crédito da última parcela ou na
aplicada sobre a RBC.
rescisão do contrato de trabalho. Observe:
Entretanto, o segurado especial pode op-
tar por contribuir facultativamente nas Súmula STF nº 688/2003: É legí-
mesmas condições do contribuinte indivi- tima a incidência da contribuição
dual (20% × SC, com SC por ele declarado) previdenciária sobre o 13º salário.
para obter um benefício de valor superior.
5. Parcelas não integrantes do SC:
3. Memorizar: • Os benefícios da Previdência Social, nos
termos e limites legais, ressalvado o salá-
Salário de contribuição rio-maternidade, que é considerado salá-
Segurado Limite rio de contribuição;
Limite Máximo
Mínimo
• A parcela in natura recebida de acordo
Contribuinte Teto do
C Salário mínimo com programa de alimentação aprovado
individual RGPS
pelo Ministério da Economia, nos ter-
Piso Legal, na
A
Trabalhador
falta deste,
Teto do mos da Lei 6.321/1976 (Lei do Programa
avulso RGPS de Alimentação do Trabalhador – PAT);
salário mínimo
Piso Legal, na • As importâncias recebidas a título de férias
Empregado Teto do
D
doméstico
falta deste,
RGPS
indenizadas e do respectivo adicional cons-
salário mínimo titucional, inclusive o valor correspondente
Piso Legal, na
Teto do à dobra da remuneração de férias, no caso
E Empregado falta deste, de as férias serem concedidas após o fim do
RGPS
salário mínimo
período concessivo, conforme dispõe o art.
Segurado 137 da CLT/1943. Observe:
S Não usa SC, usa RBC
especial

Férias gozadas É SC (Leg)


Teto do
F Facultativo Salário mínimo Férias gozadas É SC (STJ)
RGPS
Férias indenizadas Não é SC
Dobra das férias Não é SC
4. Parcelas Integrantes do SC:
• O salário-maternidade é considerado sa- • O incentivo à demissão (Plano de De-
lário de contribuição. É o único benefício missão Voluntária – PDV);
previdenciário considerado SC;
• A parcela recebida a título de vale-trans-
• Atualmente, o seguro desemprego é par- porte, na forma da legislação própria (Lei
cela integrante do SC. (MP 905/2019) 7.418/1986 – Lei do Vale-transporte).
• A remuneração adicional de férias de Atualmente, a legislação previdenciária e
1/3 (um terço) a mais do que o salário a jurisprudência do STF e do STJ estão em
divergência em relação ao vale-­transporte
Ali Mohamad Jaha 17

recebido em dinheiro. Para a legislação, é formidade com a legislação trabalhista,


SC, para o STF e o STJ, não é SC; observado o limite máximo de seis anos
• As diárias para viagens. de idade da criança.

• A participação do empregado nos lucros


06. Atualmente, a RFB considera o aviso-pré-
ou resultados da empresa, quando paga
vio indenizado uma parcela não integrante
ou creditada de acordo com lei específi-
do SC, ou seja, não há que se falar em con-
ca (paga em, no máximo, duas vezes no
tribuição sobre tal quantia pecuniária. Em
mesmo ano, com um intervalo mínimo de
suma, atualmente tanto a Legislação da RFB
um trimestre entre um pagamento e outro);
quanto o entendimento do STJ estão bem
• O ressarcimento de despesas pelo uso de alinhados, ou seja, não há divergência entre
veículo do empregado, quando devida- a legislação e a jurisprudência.
mente comprovadas;
• Os valores recebidos em decorrência da 07. Tabela norteadora para as provas:
cessão de direitos autorais;
Verba Tratamento Previdenciário
• O reembolso-creche pago em conformi-
Não incide
dade com a legislação trabalhista, obser- Indenizatória Não é SC
contribuição social
vado o limite máximo de seis anos de
Aviso-prévio
idade da criança, quando devidamente indenizado Não incide
Não é SC
comprovadas as despesas, e; contribuição social
(Legislação e STJ)
• O reembolso-babá, limitado ao menor Não incide
salário de contribuição mensal e con- Ressarcitória Não é SC
contribuição social
dicionado à comprovação do registro Para execução Não incide
Não é SC
na Carteira de Trabalho e Previdência do trabalho contribuição social
Social da empregada, do pagamento da Pela execução do Incide contribuição
É SC
remuneração e do recolhimento da con- trabalho social
tribuição previdenciária, pago em con-

Principais pontos do capítulo 5 – Arrecadação


e recolhimento das contribuições sociais

1. A empresa é obrigada a: (C) e trabalhador avulso (A) a seu ser-


a) arrecadar a contribuição do segurado viço, e sobre o valor bruto da nota fiscal
empregado, do trabalhador avulso e do ou fatura de serviço, relativo a servi-
contribuinte individual a seu serviço, des- ços que lhe tenham sido prestados por
contando-a da respectiva remuneração; ­cooperados, por intermédio de coope-
rativas de trabalho, até o dia 20 do mês
b) recolher o produto arrecadado na for- seguinte àquele a que se referirem as re-
ma da alínea “a” e as contribuições a munerações, bem como as importâncias
seu cargo incidentes sobre as remune- retidas na forma do art. 219 (Normas de
rações pagas, devidas ou creditadas, a retenção), até o dia 20 do mês seguinte
qualquer título, inclusive adiantamentos àquele da emissão da nota fiscal ou fatu-
decorrentes de reajuste salarial, acordo ra, ­antecipando-se o vencimento para o
ou convenção coletiva, aos segurados dia útil imediatamente anterior quando
empregado (E), contribuinte individual
18 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

não houver expediente bancário no dia b) Empresa retém e recolhe a contribuição


20, e; social do trabalhador: alíquota de 20%.
c) recolher as contribuições de que trata o
art. 204 (PIS, Cofins e CSLL), na forma e 4. Quadro-resumo da retenção e recolhimento
prazos definidos pela legislação tributá- do contribuinte individual:
ria federal.
CI trabalhando
Regras Legais:
2. Desoneração da Folha de Pagamento: para:
A empresa recolhe a sua cota
a) As contribuições previdenciárias das em- patronal de 20%.
presas que desenvolvem atividades ou
A empresa retém e recolhe a con-
produzam itens especificados na Portaria Empresa
tribuição do CI de 11%.
RFB 1.436/2013 incidirão obrigatoria-
Prazo: dia 20 do mês subse-
mente, com uma alíquota de 3,5%, sobre
quente (antecipado).
o valor da receita bruta, em substituição
A EBAS NÃO recolhe cota patro-
às contribuições previdenciárias inciden-
nal.
tes sobre a folha de pagamento (cota pa-
tronal de 20,0%), previstas nos incisos I e A EBAS retém e recolhe a contri-
EBAS
buição do CI de 20%.
III do caput do art. 22 da Lei 8.212/1991;
Prazo: dia 20 do mês subse-
b) A CPRB deverá ser recolhida em Do-
quente (antecipado).
cumento de Arrecadação de Receitas
Outro CI
Federais (DARF) até o dia 20 do mês
PRPF Não haverá retenção.
subsequente ao da competência em que
se tornar devida. Se nesta data não hou- Missão O próprio CI deverá recolher sua
ver expediente, o recolhimento deverá Diplomática contribuição de 11%.
ser efetuado até o dia útil imediatamente Repartição Prazo: dia 15 do mês subse-
anterior (pagamento antecipado), e; Consular quente (postecipado).
Estrangeira
c) No caso de contratação de empresas
Não haverá retenção.
para execução de serviços relacionados Pessoa Física
na Portaria RFB 1.436/2013, mediante O próprio CI deverá recolher sua
Organismo contribuição de 20%.
Cessão de Mão de Obra (CMO), a em- Oficial no
presa contratante deverá reter 3,5% do Exterior Prazo: dia 15 do mês subse-
valor bruto da nota fiscal ou fatura de quente (postecipado).
prestação de serviços. O próprio CI deverá recolher sua
Por conta contribuição de 20%.
3. O contribuinte individual pode trabalhar própria Prazo: dia 15 do mês subse-
para uma empresa convencional ou para quente (postecipado).
uma EBAS, nesses dois casos poderemos ter Administração Cabe à própria administração
as seguintes situações: Pública da pública realizar o desconto
União devido (DS) no ato do paga-
Contribuinte individual trabalhando em mento, dentro do prazo estipu-
(Serviços
uma empresa: Eventuais) lado em lei específica.
a) Empresa recolhe cota patronal de 20%, e;
b) Empresa retém e recolhe a contribuição 5. A empresa adquirente, consumidora ou con-
social do trabalhador: alíquota de 11%. signatária ou a cooperativa são o
­ brigadas a
recolher a contribuição de que trata o art.
Contribuinte individual trabalhando em 200 do RPS/1999 (contribuição social do
uma EBAS: PRPF incidente sobre a Receita Bruta de Co-
mercialização) no prazo de até o dia 20, de
a) Empresa NÃO recolhe cota patronal, e;
forma antecipada, do mês subsequente ao da
operação de venda ou consignação da pro-
Ali Mohamad Jaha 19

dução rural, independentemente de estas do mês seguinte ao da competência a que se


operações terem sido realizadas diretamen- referir, antecipando-se o vencimento para o
te com o produtor ou com o intermediário dia útil imediatamente anterior quando não
pessoa física. houver expediente bancário no dia 20.

6. O PRPF (Produtor Rural Pessoa Física) e o 10. O desconto da contribuição do segurado in-
segurado especial são obrigados a recolher cidente sobre o valor bruto da gratificação
a contribuição de que trata o art. 200 do natalina (13º Salário) é devido quando do pa-
RPS/1999 (contribuição social do PRPF in- gamento ou crédito da última parcela e deverá
cidente sobre a Receita Bruta de Comercia- ser calculado em separado, sem compensação
lização) no prazo de até o dia 20, de forma dos adiantamentos pagos, mediante aplicação,
antecipada, do mês subsequente ao da ope- em separado, da alíquota de 7,5%, 9,0%, 12,0%
ração de venda, caso comercializem a sua ou 14,0%, e recolhida, com a contribuição a
produção com adquirente domiciliado no cargo da empresa, até o dia 20 do mês de de-
exterior, diretamente, no varejo, a consu- zembro, antecipando-se o vencimento para o
midor pessoa física, a outro produtor rural dia útil imediatamente anterior se não houver
pessoa física ou a outro segurado especial. expediente bancário no dia 20.
• O segurado especial responsável por
grupo familiar que contratar pessoas 11. No caso de rescisão de contrato de trabalho,
para trabalhar até 120 pessoas/dia dentro as contribuições devidas serão recolhidas no
do ano civil está obrigado a recolher a sua prazo de até o dia 20 do mês subsequente à
contribuição social sobre a comercializa- rescisão, de forma antecipada, computando-
ção da produção (1,3%) e a contribuição se em separado a parcela referente à gratifi-
social do trabalhador a seu serviço até o cação natalina (13º Salário).
dia 7 do mês seguinte (Lei 12.873/2013).
12. Decorar:
7. O PRPJ (Produtor Rural Pessoa Jurídica) é
Recolhimento:
obrigado a recolher a contribuição de 2,6% × Respon- Contribuição
sável: social: Prazo: Forma:
RBC (contribuição social de 2,5% + adicio-
nal GILRAT de 0,1%) no prazo de até o dia DS do empre-
gado.
20, de forma antecipada, do mês subsequen-
DS do trabalha-
te ao da operação de venda. dor avulso.
DS do contri-
8. O empregador doméstico é obrigado a ar- buinte individual.
recadar a contribuição do segurado empre- Cota patronal de
20%, em regra.
gado doméstico a seu serviço e recolhê-la,
Contribuição de dia 20
assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 Empresa mês subse-
Anteci-
15% – Coop. pado
do mês subsequente ao serviço, de forma an- Trab. quente
tecipada, cabendo-lhe durante o período da (execução sus-
licença-maternidade da empregada domés- pensa pela RSF
10/2016)
tica apenas o recolhimento da contribuição
Retenção de
a seu cargo, facultada a opção de recolhi- 11%.
mento trimestral prevista no RPS/1999. Sobre a Aquisi-
ção de Produção
9. A cooperativa de trabalho é obrigada a des- de PRPF.

contar 11,0% do valor da quota distribuída ao DS do empre-


gado. dia 20
Anteci-
cooperado por serviços por ele prestados, por EBAS mês
pado
DS do trabalha- subsequente
seu i­ ntermédio, a empresas e 20% em relação dor avulso.
aos serviços prestados a pessoas físicas e re-
colher o produto dessa arrecadação no dia 20
20 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

DS do contri- buição do Trabalhador, para os débitos em


buinte individual: montante superior ao fixado em uma deter-
Contri-
– por conta minada lei complementar (nunca publicada).
própria. dia 15
buinte Posteci-
– trabalha para mês
Indivi-
outro CI. subsequente
pado 18. O prazo decadencial é o prazo que a Receita
dual
– trabalha para
Federal do Brasil (RFB) tem para constituir
PRPF ou Missão o crédito tributário referente à contribuição
Diplomática. social, por meio do lançamento tributário. Já
Emprega-
Cota patronal o prazo prescricional é o prazo que a RFB tem
de 8,0% + 0,8% dia 7
dor (SAT). mês
Anteci- para cobrar esse crédito do contribuinte (su-
Domés- pado jeito passivo). Em um esquema bem simples:
DS do empre- subsequente
tico
gado doméstico.
11% – serviços Fato 5 anos
Constituição do CT 5 anos
Cobrança
Coopera- Gerador (Lançamento) do CT
prestados às dia 20 Prazo Prazo
tiva empresas. Anteci- Decadencial Decadencial
mês
de Traba- pado
20% – serviços subsequente
lho
prestados à PF. 19. Sobre juros e multas, não esquecer:
Gratificação
dia 20 de
natalina (13º Multa de Máximo
Dezembro
Casos Salário) Anteci- 0,33% a.d.
mora: 20,0%
Especiais dia 20 pado
Rescisão de
mês
Contrato
subsequente Mês de Vencimento: ZERO
Juros de
Meses Intermediários: Taxa Selic
mora:
13. O desconto da contribuição e da consigna- Mês de Pagamento: 1,0%
ção legalmente determinado sempre se pre-
sumirá feito, oportuna e regularmente, pela Não aten-
Casos
empresa, pelo empregador doméstico, pelo dimento de
Normais
Intimação
adquirente, consignatário e cooperativa a
Multa de Ofício 75,0% 112,5%
isso obrigado, não lhes sendo lícito alegarem
qualquer omissão para se eximirem do reco- Multa de Ofício
150,0% 225,0%
Duplicada*:
lhimento, ficando estes diretamente respon-
* Em caso de sonegação, fraude e conluio.
sáveis pelas importâncias que deixarem de
descontar ou tiverem descontado em desa-
Redução:
cordo com esse Regulamento.
Pagamento/Compensação até 30
50,0%
dias após NL:
14. Conforme dispõe a CF/1988, são isentas (imu-
Pedido de Parcelamento até 30 dias
nes) de contribuição para a Seguridade Social após NL:
40,0%
as Entidades Beneficentes de Assistência So-
Pagamento/Compensação até 30
cial (EBAS) que atendam às exigências (requi- 30,0%
dias após decisão em 1ª Instância:
sitos) estabelecidas em lei (Lei 12.101/2009). Pedido de Parcelamento até 30 dias
20,0%
após decisão em 1ª Instância:
15. A remissão é o perdão do crédito tributário
devido. A remissão extingue somente o cré- 20. O prazo máximo de parcelamento previdenciá-
dito, as multas continuam em cobrança. rio é de 60 meses, tendo a sua formalização con-
dicionada ao pagamento da primeira prestação.
16. A anistia é o perdão da infração (multa). A
anistia extingue somente a multa. 21. O pedido de parcelamento deferido cons-
titui confissão de dívida, sendo um ins-
17. Em regra, as Contribuições Sociais podem trumento hábil para exigência do crédito
ser alvo de remissão e de anistia, exceto a cota tributário devido pelo contribuinte.
patronal sobre a Folha de Salários e a Contri-
Ali Mohamad Jaha 21

22. A prova de inexistência de débito é realizada


por Certidão Negativa de Débito (CND) ou
Certidão Positiva de Débito com Efeitos de
Negativa (CPEND). A certidão em questão
terá prazo máximo de validade de 180 dias.

Principais pontos dos capítulos 6, 7 e 8 – Obrigações acessórias;


A retenção e a solidariedade e Direito Previdenciário Penal

1. No Direito Tributário, você deve ter apren- ­ rasil (RFB) todas as informações cadas-
B
dido que existem dois tipos de obrigação tri- trais, financeiras e contábeis de interesse
butária: a principal e a acessória. A obrigação destes, na forma por eles estabelecida,
principal é o dever que tem o contribuinte de bem como os esclarecimentos necessá-
pagar tributo ou multa. Por sua vez, a obri- rios à fiscalização, e;
gação acessória é o dever de o contribuinte • Informar mensalmente ao Instituto Na-
fazer ou deixar de fazer algum ato por inte- cional do Seguro Social (INSS), à Recei-
resse do Fisco. Conforme traz o CTN/1966: ta Federal do Brasil (RFB) e ao Conselho
Curador do Fundo de Garantia do Tempo
Art. 113, § 2º A obrigação acessó-
ria decorre da legislação tributá-
de Serviço (CC-FGTS), na forma, prazo e
ria e tem por objeto as prestações, condições estabelecidos por essas entida-
positivas (de fazer) ou negativas des, dados relacionados a fato geradores,
(deixar de fazer), nela previstas base de cálculo e valores devidos da contri-
no interesse da arrecadação ou buição previdenciária e outras informações
da fiscalização dos tributos. de interesse do INSS ou do CC-FGTS.
Art. 113, § 3º A obrigação aces-
sória, pelo simples fato da sua 3. A retenção ocorre quando uma empresa
inobservância, converte-se em contrata outra empresa que preste determi-
obrigação principal relativamen- nados serviços, os quais são definidos em le-
te à penalidade pecuniária. gislação previdenciária por meio de Cessão
de mão de obra (CMO) ou de Empreitada
2. São obrigações acessórias previdenciárias de mão de obra (EMO). Sobre o valor bruto
das empresas: da nota fiscal do serviço prestado, incidirá a
• Preparar folha de pagamento da remune- contribuição de 11,0% devida pela empresa
ração paga, devida ou creditada a todos os prestadora do serviço, que deverá ser reti-
segurados a seu serviço, devendo manter, da e recolhida pela empresa contratante em
em cada estabelecimento, uma via da res- nome desta. Observe a disposição legal:
pectiva folha e recibos de pagamentos;
• Lançar mensalmente em títulos próprios A empresa contratante de servi-
de sua contabilidade, de forma discri- ços executados mediante cessão
(CMO) ou empreitada de mão de
minada, os fatos geradores de todas as
obra (EMO), inclusive em regime
contribuições, o montante das quantias
de trabalho temporário, deverá
descontadas, as contribuições da empre-
reter 11,0% do valor bruto da
sa e os totais recolhidos; nota fiscal, fatura ou recibo de
• Prestar ao Instituto Nacional do Segu- prestação de serviços e recolher
ro Social (INSS) e à Receita Federal do
22 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

a importância retida em nome da 16 Montagem. CMO –


empresa contratada.
Operação
de máquinas,
• Entende-se por CMO (Cessão de Mão de 17 CMO –
equipamentos e
Obra) a colocação à disposição do contra- veículos.
tante, em suas dependências ou nas de Operação de pedágio
terceiros, de segurados que realizem ser- 18 e de terminais de CMO –
viços contínuos relacionados ou não com transporte.
a atividade-fim da empresa contratante, Operação de
quaisquer que sejam a natureza e a forma transporte de
passageiros
de contratação. 19 CMO –
(inclusive por
• Entende-se por EMO (Empreitada de concessão ou
Mão de Obra) a contratação de empre- subconcessão).
sa prestadora de serviço para executar 20
Portaria, recepção e
CMO –
serviços relacionados ou não com a ati- ascensorista.
vidade-fim da empresa contratante, nas Recepção, triagem
21 e movimentação de CMO –
dependências desta ou nas de terceiros.
materiais.
Promoção de vendas e
4. Decorar os cinco primeiros serviços: 22 CMO –
eventos.
Secretaria e
Retenção de 11% 23 CMO –
Tipo de serviço: expediente.
no caso de:
24 Saúde. CMO –
Limpeza, conservação
1 CMO EMO Telefonia (inclusive
e zeladoria. 25 CMO –
telemarketing).
Vigilância e segu-
2 CMO EMO
rança.
3 Construção civil. CMO EMO
5. Mnemônico para decorar os cinco primei-
ros serviços previstos na tabela citada:
4 Serviços rurais. CMO EMO
Digitação e prepara-
Mnemônico: Serviços:
5 ção de dados para CMO EMO
processamento. Logo Limpeza
Acabamento, Com Certeza Construção Civil
embalagem e Serei Vitorioso Segurança e Vigilância
6 CMO –
acondicionamento de Serei Recompensado Serviços Rurais
produtos.
Dedicação e Disciplina Digitação de Dados
7 Cobrança. CMO –
Coleta e reciclagem
8 CMO – 6. O valor retido de 11,0% de que trata a legis-
de lixo e resíduos.
lação previdenciária deverá ser destacado na
9 Copa e hotelaria. CMO –
nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de
Corte e ligação de
10 CMO – serviços, sendo compensado pelo respecti-
serviços públicos.
vo estabelecimento da empresa contratada
11 Distribuição. CMO –
quando do recolhimento das contribuições
12 Treinamento e ensino. CMO –
destinadas à Seguridade Social devida sobre
Entrega de contas e a folha de pagamento dos segurados.
13 CMO –
documentos.
Ligação e leitura de
14 CMO – 7. Adicional GILRAT: o percentual de re-
medidores.
tenção de 11,0% será acrescido de 4, 3 ou 2
Manutenção de
instalações, de
pontos percentuais, relativamente aos ser-
15 CMO – viços prestados pelos segurados emprega-
máquinas e de
equipamentos. dos, cuja atividade permita a concessão de
Ali Mohamad Jaha 23

a­ posentadoria especial, após 15, 20 ou 25 11. De forma esquematizada:


anos de contribuição, respectivamente.
Proprietário
Solidários
8. Resumo do Adicional GILRAT: Incorporador Imobiliário Construtor
com o
Dono
Adicional GILRAT Proprietário
Aposen-
tadoria Coope- Coope- Incorporador Imobiliário Solidários Subemprei-
especial Empresa rativa de rativa de Retenção
Dono com o teiro
produção trabalho
15 anos 12,0% 12,0% 9,0% 4,0% Construtor
20 anos 9,0% 9,0% 7,0% 3,0%
25 anos 6,0% 6,0% 5,0% 2,0%
12. Outros casos de solidariedade previstos na
Legislação Previdenciária:
9. No Direito Tributário, a solidariedade é uma • As empresas que integram Grupo Eco-
situação que ocorre na responsabilidade tri- nômico de qualquer natureza, bem como
butária, quando há mais de um sujeito passivo os produtores rurais integrantes do Con-
(contribuinte) de uma mesma obrigação tribu- sórcio Simplificado, respondem entre si,
tária (posteriormente convertida em crédito solidariamente, pelas obrigações decor-
tributário pelo lançamento), cada qual obriga- rentes de legislação previdenciária;
do pelo total dessa dívida junto ao Estado. • O Operador Portuário e o OGMO (Órgão
Gestor de Mão de Obra) são solidaria-
10. Principal caso de solidariedade na Legisla- mente responsáveis pelo pagamento das
ção Previdenciária: contribuições previdenciárias e demais
obrigações, inclusive acessórias, devidas
O proprietário, o incorporador à Seguridade Social, arrecadadas pela
definido na Lei nº 4.591/1964 (Lei Receita Federal do Brasil, relativamente
das Incorporações Imobiliárias),
à requisição de mão de obra de trabalha-
o dono da obra ou condômino
dor avulso, vedada a invocação do benefí-
da unidade imobiliária cuja con-
tratação da construção, reforma
cio de ordem, e;
ou acréscimo não envolva CMO • Os administradores de autarquias e fun-
(cessão de mão de obra), são so- dações públicas, criadas ou mantidas
lidários com o construtor, e este pelo Poder Público, de empresas públicas
e aqueles com a subempreitei- e de sociedades de economia mista sujei-
ra, pelo cumprimento das obri- tas ao controle da União, dos Estados, do
gações para com a Seguridade
Distrito Federal ou dos Municípios, que
Social, ressalvado o seu direito
se encontrarem em mora por mais de 30
regressivo contra o executor ou
dias, no recolhimento das contribuições
contratante da obra e admitida
a retenção (11%) de importância previstas na legislação previdenciária,
a este devida para garantia do tornam-se solidariamente responsáveis
cumprimento dessas obrigações, pelo respectivo pagamento.
não se aplicando, em qualquer
hipótese, o benefício de ordem. 13. Crimes contra a Previdência Social:
• Apropriação indébita previdenciária:
deixar de repassar à Previdência Social
as contribuições recolhidas dos contri-
buintes, no prazo e forma legal ou con-
vencional. Incorrem no mesmo crime,
quem deixar de:
24 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

1. Recolher, no prazo legal, contribui- social previdenciária e qualquer acessó-


ção ou outra importância destinada rio, mediante as seguintes condutas:
à Previdência Social que tenha sido 1. Omitir de folha de pagamento da em-
descontada de pagamento efetuado a presa ou de documento de informações
segurados, a terceiros ou arrecadada previsto pela legislação previdenciária,
do público; referente a segurados empregado, tra-
2. Recolher contribuições devidas à balhador avulso ou contribuinte indi-
Previdência Social que tenham in- vidual que lhe prestem serviços;
tegrado despesas contábeis ou custos 2. Deixar de lançar mensalmente nos
relativos à venda de produtos ou à títulos próprios da contabilidade da
prestação de serviços, e; empresa as quantias descontadas dos
3. Pagar benefício devido a segurado, segurados ou as devidas pelo empre-
quando as respectivas cotas ou va- gador ou pelo tomador de serviços, e;
lores já tiverem sido reembolsados à 3. Omitir, total ou parcialmente, recei-
empresa pela Previdência Social. tas ou lucros auferidos, remunerações
• Sonegação de Contribuição Previden- pagas ou creditadas e demais fatos
ciária: suprimir ou reduzir contribuição geradores de contribuições sociais
previdenciárias.

Principais pontos do capítulo 9 – Filiação, inscrição e período de carência

1. Considera-se inscrição do segurado para os de trabalho, no caso de empregado, exce-


efeitos da Previdência Social o ato pelo qual to o trabalhador rural temporário, e pelo
o segurado é cadastrado no Regime Geral de cadastramento e registro no sindicato ou
Previdência Social (RGPS), mediante com- Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO),
provação dos dados pessoais e de outros no caso de trabalhador avulso;
elementos necessários e úteis à sua caracte- • Para o empregado doméstico (D) – pela
rização, observadas as especificidades dis- apresentação de documento que compro-
postas na legislação previdenciária. ve a existência de contrato de trabalho;
• Para o contribuinte individual (C) – pela
2. A inscrição não cria nenhum vínculo entre a
apresentação de documento que caracte-
Previdência Social e o segurado, pois se trata
rize a sua condição ou o exercício de ati-
de um mero ato de natureza administrativa
vidade profissional, liberal ou não;
operado no âmbito interno do Instituto Na-
cional do Seguro Social (INSS), gestor da • Para o segurado especial (S) – pela apre-
Previdência Social. A inscrição é o registro sentação de documento que comprove o
do segurado no RGPS. exercício de atividade rural, e;
• Para o facultativo (F) – pela apresentação
3. O ato de inscrição se dará da seguinte forma de documento de identidade e declara-
para as classes de segurados dispostas a seguir: ção expressa de que não exerce atividade
• Para o empregado (E) e o trabalhador que o enquadre na categoria de segurado
avulso (A) – pelo preenchimento dos do- obrigatório.
cumentos que os habilitem ao exercício
da atividade, formalizado pelo contrato
Ali Mohamad Jaha 25

4. Filiação é o vínculo que se estabelece entre as 10. O TC, por sua vez, aceita as contribuições
pessoas que contribuem e a Previdência So- recolhidas em atraso referentes a períodos
cial, do qual decorrem direitos e obrigações. anteriores ou posteriores à obrigatoriedade
da filiação, ou seja, é possível fazer o recolhi-
5. A inscrição é o ato administrativo de regis- mento de períodos atrasados. Claro que essa
trar o segurado no RGPS e não deve ser con- regra não vale para o segurado facultativo,
fundida com a filiação, que é o momento em pois seria muito cômodo o indivíduo che-
que o segurado passa a integrar, na condição gar aos 55 anos de idade e querer recolher as
de beneficiário, o sistema previdenciário pá- contribuições devidas a todas as lacunas de
trio. A filiação cria direitos (aos benefícios sua vida (períodos em que ficou sem contri-
previdenciários) e obrigações (pagamento das buir), na condição de facultativo.
contribuições previdenciárias) ao segurado.
11. Atualmente, com o ordenamento jurídico al-
6. A filiação decorre automaticamente do terado pela Lei 13.846/2019, tem-se o seguinte:
exercício de atividade remunerada para os • Para os benefícios da previdência social,
segurados obrigatórios (CADES). Já para os em regra, caso o segurado tenha perdido
segurados facultativos, a filiação é ato voliti- a qualidade de segurado, não há necessi-
vo (que exige vontade) e somente se concre- dade de novo período de carência (novos
tiza após a inscrição e o recolhimento da 1ª recolhimentos) para a utilização do pe-
contribuição, não podendo as contribuições ríodo de carência anterior a perda a qua-
retroagir a período anterior à sua inscrição. lidade de segurado.
• Entretanto, existem 4 exceções! Para o
7. A inscrição dos dependentes deverá ser reali-
auxílio-doença, a aposentadoria por in-
zada somente no momento do requerimento
capacidade permanente, o salário-mater-
do benefício a que tiverem direito. Não existe
nidade (C, S, F) e o auxílio-reclusão. Caso
a possibilidade de realizar a inscrição dos de-
o segurado tenha perdido a qualidade de
pendentes em outras situações senão esta.
segurado, este necessitará de novo perío-
do de carência correspondente a 50% da
8. É importante ter em mente que o Período
carência exigida por tais benefícios para
de Carência (PC) não se confunde com o
a utilização do período de carência an-
Tempo de Contribuição (TC). São dois ins-
terior a perda da qualidade de segurado.
titutos previdenciários distintos. Por exem-
plo, o segurado do sexo masculino pode
12. Períodos de Carência previstos na legislação
contar com o TC necessário para se aposen-
previdenciária:
tar voluntariamente, que são 20 anos (para
os homens), mas não contar com o PC ne-
Benefício Previdenciário: PC:
cessário, que são 180 contribuições mensais.
Aposentadoria voluntária 180

9. O PC é composto pelas contribuições realiza-


das a contar do efetivo pagamento da 1ª con- Aposentadoria por incapacidade perma-
12
nente
tribuição sem atraso, não sendo consideradas a
contribuições recolhidas em atraso referentes Aposentadoria por Incapacidade Perma-
0
nente acidentária
a competências (meses) anteriores. Ressalta-
mos que essa regra vale para os contribuintes
individuais e os segurados facultativos, pois, Aposentadoria especial 180

para os segurados empregados, domésticos e


trabalhadores avulsos, o recolhimento é pre- Auxílio-doença 12
sumido quando da sua retenção. Auxílio-doença acidentário 0
26 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

Auxílio-acidente 0 13. Períodos de Carência de forma reordenada e


dividida em quatro faixas:
Pensão por morte 0
Benefício PC
Aposentadoria voluntária 180
Auxílio-reclusão 24
Aposentadoria especial 180
 
Salário-maternidade
10 Auxílio-reclusão 24
(Cont. Indiv., Seg. Especial, Facultativa)
Salário-maternidade
0
(Empregada, Doméstica, Avulsa) Aposentadoria por incapacidade perma-
12
nente

Salário-família 0 Auxílio-doença 12
 

Reabilitação profissional 0 Salário-maternidade


10
(Cont. Indiv., Seg. Especial, Facultativa)
 
Aposentadoria por incapacidade perma-
0
nente acidentária
Pensão por morte 0
Auxílio-doença acidentário 0
Auxílio-acidente 0
Salário-maternidade
0
(Empregada, Doméstica, Avulsa)
Salário-família 0
Reabilitação profissional 0

Principais pontos do capítulo 10 – Os benefícios previdenciários

1. Benefícios Previdenciários previstos na le- 2. Além desses 8 benefícios, temos ainda 1


gislação: único serviço: Habilitação e Reabilitação
Profissional.
Aposentadoria por incapacidade permanente
Aposentadoria voluntária 3 3. A aposentadoria por incapacidade perma-
Aposentadoria especial nente, uma vez cumprida a carência exigida
de 12 contribuições mensais, quando for o
Auxílio-acidente caso, será devida ao segurado que, estando ou
Auxílio-doença 3
não em gozo de auxílio-doença, for conside-
rado incapaz para o trabalho e insuscetível de
Auxílio-reclusão
reabilitação para o exercício de a­ tividade que
lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga
Salário-família
2 enquanto permanecer nessa condição.
Salário-maternidade

4. A aposentadoria por incapacidade per-


Pensão por morte 1 manente apresenta uma peculiaridade em
Ali Mohamad Jaha 27

r­elação às outras modalidades de aposen- • Aposentadoria voluntária (professor) ocor-


tadoria: caso o segurado necessite de as- re aos 60 anos (homem) e 57 anos (mulher)
sistência permanente de outra pessoa, será com 25 anos de contribuição exclusivamen-
acrescido de 25% o valor de seu benefício. te na função de magistério (educação infan-
Essa aposentadoria com acréscimo de 25% til, ensino fundamental e ensino médio).
poderá inclusive ultrapassar o limite máxi- • Não alcança professor universitário.
mo de valor do benefício (Teto do RGPS).
• Direção escolar, coordenação peda-
gógica e assessoramento pedagógico
5. Casos de extinção da Aposentadoria por In-
recebem o mesmo tratamento previ-
validez:
denciário.
Recuperação Total • Aposentadoria compulsória ocorre aos
Situação: 
(até 5 anos): 70 anos (homem) e 65 anos (mulher)
De imediato (E). • A Aposentadoria do deficiente acontece
Extinção da
Após tantos meses por critérios de idade ou de tempo de con-
Aposentadoria:
(C, A, D, S, F).
tribuição. Por idade: 60 anos (homem) e
55 anos (mulher) com 15 anos na condi-
Recupe-
Apto ção de deficiente. Por tempo de contribui-
Recupe- ração
Situação: ração Total
para ção depende do grau da deficiência:
serviço
parcial: (após 5
diferente:
• Grave: 25 anos (homem) e 20 anos
anos): (mulher).
Com 100% do valor,
• Moderada: 29 anos (homem) e 24
de 0 a 6 meses.
anos (mulher).
Aposentadoria Com 50% do valor,
será mantida: de 6 a 12 meses. • Leve: 33 anos (homem) e 28 anos
Com 25% do valor, (mulher).
de 12 a 18 meses.
Extinção da Carência
A partir do 19º mês. Idade (a) TC (a)
Aposentadoria: (a)
65 – homem 20 – homem
Voluntária 15 (180m)
6. Atualmente, tem-se a aposentadoria volun- 60 – mulher 15 – mulher

tária que utiliza critérios combinados (idade, 60 – homem 15


Rural –
55 – mulher ativ. Rural
tempo de contribuição, tempo de magisté-
60 – homem 25
rio, etc.) a depender da situação concreta. Professor 15 (180m)
57 – mulher magistério
Não existe mais a figura da aposentadoria
70 – homem
por idade e por tempo de contribuição. Apli- Compulsória – 15 (180m)
65 – mulher
cável a todos segurados (CADES F), com ca-
Deficiente 60 – homem 15
rência de 180 contribuições. Idade
15 (180m)
55 – mulher deficiente
• Aposentadoria voluntária (Regra) ocorre Grave: 25h e
aos 65 anos (homem) e 62 anos (mulher) 20m
com 20 anos de contribuição (homem) e Deficiente Moderada:
– 15 (180m)
TC 29h e 24m
15 anos de contribuição.
Leve: 33h e
• Aposentadoria voluntária (trabalhador 28m
rural) ocorre aos 60 anos (homem) e 55
anos (mulher). São trabalhadores rurais 07. Caso o segurado que já tenha cumprido
para efeitos previdenciários: os trabalha- todos os requisitos para se aposentar e per-
dores rurais e para os que exerçam suas maneça em atividade, terá direito, se for
atividades em regime de economia fami- mais vantajoso, à aposentadoria nas condi-
liar, nestes incluídos o produtor rural, o ções previstas na data em que ele preencheu
garimpeiro e o pescador artesanal. todos os requisitos (direito adquirido).
28 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

8. A aposentadoria especial, uma vez cumpri- 11. Atualmente, após Emenda Constitucional
da a carência de 180 contribuições mensais, 103/2019, não existe conversão de tempo
será devida ao segurado empregado (E), tra- comum em especial ou conversão de tempo
balhador avulso (A) e contribuinte individu- especial em comum. Agora, cada ano traba-
al (este somente quando cooperado filiado a lhado vale 1 ano, seja comum, seja especial.
cooperativa de trabalho ou de produção) (C
– Cooperado), que comprovem o exercício 12. O auxílio-doença será devido ao segurado que,
de atividades com efetiva exposição a agen- após cumprida, quando for o caso, a carência
tes nocivos químicos, físicos e biológicos de 12 contribuições mensais, ficar incapacita-
prejudiciais à saúde, ou associação desses do para o seu trabalho ou para a sua atividade
agentes, vedados a caracterização por cate- habitual por mais de 15 dias consecutivos.
goria profissional ou ocupação, durante, no
mínimo, 15, 20 ou 25 anos, nos termos do 13. O auxílio-doença, em regra, necessita de 12
disposto nos arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991, contribuições mensais de carência, porém o
quando cumpridos: auxílio-doença acidentário dispensa carên-
• 55 anos de idade, quando se tratar de cia (situação na qual o segurado obrigatório
atividade especial de 15 anos de contri- ou facultativo sofre acidente de qualquer na-
buição; tureza ou contrai doença profissional).

• 58 anos de idade, quando se tratar de ati-


14. Em regra, não será devido auxílio-doença
vidade especial de 20 anos de contribui-
ao segurado que se filiar ao RGPS já porta-
ção, ou;
dor de doença ou lesão invocada como causa
• 60 anos de idade, quando se tratar de ativi- para a concessão do ­benefício, salvo quan-
dade especial de 25 anos de contribuição. do a incapacidade sobrevier por motivo de
progressão ou agravamento dessa doença ou
9. A Aposentadoria Especial, uma vez cumpri- lesão, casos em que, será devido o benefício.
da a carência de 180 contribuições mensais,
será devida ao segurado empregado (E), tra- 15. O salário-família será devido, mensalmen-
balhador avulso (A) e contribuinte individu- te, ao segurado empregado (E), inclusive o
al (este somente quando cooperado filiado a doméstico (D), e ao trabalhador avulso (A)
cooperativa de trabalho ou de produção) (C que tenham salário de contribuição inferior
– Cooperado), que tenha trabalhado durante ou igual a R$ 1.364,43, na proporção do res-
15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a pectivo número de filhos ou equiparados,
condições especiais que prejudiquem a saúde na forma de cota, observado o disposto na
ou a integridade física. legislação previdenciária.
• É importante ressaltar que a partir da
10. Classes de Trabalhos em Condições Especiais:
publicação da Emenda Constitucional
• Aposentadoria Especial após 15 anos de 72/2013, em 2/4/2013, os segurados do-
serviço: somente os trabalhos em ativida- mésticos passaram, em tese, a ter direito
des permanentes no subsolo de minera- ao salário-família. A ressalva “em tese” se
ções subterrâneas em frente de produção. deve ao fato de se tratar de norma cons-
• Aposentadoria Especial após 20 anos titucional de eficácia limitada, ou seja,
de serviço: mineração subterrânea cujas necessita de regulamentação por meio de
atividades sejam exercidas afastadas das lei para que seus efeitos surtam.
frentes de produção e atividades que en- • Com o advento da Lei Complemen-
volvam o elemento asbesto (amianto). tar 150/2015 (Lei das Domésticas), em
• Aposentadoria Especial após 25 anos de 02/06/2015), o direito foi devidamente
serviço: todos os demais trabalhos especiais. regulamentado.
Ali Mohamad Jaha 29

16. No caso em que o pai e a mãe são segura- ja maior esforço para o desempenho da
dos empregados ou trabalhadores avulsos, mesma atividade que exerciam à época
ambos têm direito ao salário-família. O be- do acidente, ou;
nefício é pago pela empresa, mas esta deverá c) Impossibilidade de desempenho da
deduzir os valores pagos quando do recolhi- atividade que exerciam à época do aci-
mento das contribuições patronais (a cargo dente, porém permita o desempenho de
da empresa) sobre a folha de salários. Isso outra, após processo de reabilitação pro-
quer dizer que a empresa paga o benefício ao fissional, nos casos indicados pela perí-
trabalhador e deduz das suas contribuições cia médica do INSS.
sociais a pagar, ou seja, em última análise, o • As sequelas serão especificadas em
benefício não sai do bolso do empresário. lista elaborada e atualizada a cada 3
anos pela Secretaria Especial de Pre-
17. O salário-maternidade é devido à segurada vidência e Trabalho do Ministério da
da Previdência Social, durante 120 dias, com Economia, de acordo com critérios
início 28 dias antes e término 91 dias depois técnicos e científicos. (MP 905/2019)
do parto. Em casos excepcionais, os perío-
dos de repouso anterior e posterior ao parto 22. A pensão por morte será devida ao conjunto
podem ser prorrogados em mais 2 semanas, dos dependentes do segurado, aposentado
mediante atestado médico específico. ou não, que falecer, a contar da data:

18. O salário-maternidade é o único benefício • Do óbito, quando requerida em até 180


previdenciário considerado parcela inte- dias após o óbito, para os filhos meno-
grante do salário de contribuição, ou seja, res de 16 anos, ou em até 90 dias após o
sobre essa benesse incidirão as contribui- óbito, para os demais dependentes (Lei
ções sociais devidas pela trabalhadora. 13.846/2019);
Para contar do óbito, em regra, o requeri-
19. Desde 2013, o tempo de gozo do salário-ma- mento deve ser feito em até 90 dias, exce-
ternidade no caso de adoção ou obtenção da to para os filhos menores de 16 anos, em
guarda judicial será de 120 dias, indepen- que o prazo é estendido para 180 dias.
dentemente da idade da criança. • Do requerimento, quando requerida após
o prazo previsto acima, ou;
20. Os únicos benefícios reembolsáveis ao em-
• Da decisão judicial, no caso de morte pre-
pregador, conforme determina a legislação
sumida.
previdenciária, são o salário-família e o sa-
lário-maternidade. A morte presumida é a presunção legal de
que uma pessoa faleceu, mesmo sem pos-
21. O auxílio-acidente será concedido, como suir provas do fato (corpo). Essa presun-
indenização, ao segurado empregado (E), ção ­encontra-se presente no Código Civil.
inclusive o doméstico (D), ao trabalhador
avulso (A) e ao segurado especial (S) quan- 23. No caso de haver mais de um pensionista, a
do, após a consolidação das lesões decor- Pensão por Morte será rateada entre todos,
rentes de acidente de qualquer natureza, em partes iguais (pro rata) e se reverterá em
resultar sequela definitiva, conforme as situ- favor dos demais a parte daquele cujo direito
ações discriminadas na legislação previden- à pensão cessar.
ciária, que implique:
24. O auxílio-reclusão, cumprida a carência de
a) Redução da capacidade para o trabalho
24 contribuições, será devido, nas condições
que habitualmente exerciam;
da pensão por morte, aos dependentes do se-
b) Redução da capacidade para o traba- gurado de baixa renda recolhido à prisão em
lho que habitualmente exerciam E exi- regime fechado que não receber remuneração
30 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

da empresa nem estiver em gozo de auxílio- 31. O abono anual é equivalente à gratificação na-
doença, de pensão por morte, de salário-ma- talina do segurado ou dependente em gozo de
ternidade, de aposentadoria ou de abono de benefício previdenciário. A legislação previ-
permanência em serviço (Lei 13.846/2019). denciária afirma que será devido abono anual
ao segurado e ao dependente que, durante o
25. O auxílio-reclusão é devido, apenas, durante ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente,
o período em que o segurado estiver recolhi- aposentadoria, salário-maternidade, Pensão
do à prisão sob regime fechado ou semiaber- por Morte ou auxílio-reclusão.
to. Não há de se falar em auxílio-reclusão no
caso de liberdade condicional. 32. De forma análoga à gratificação natalina
(13º Salário) dos trabalha- dores, o abono
26. No caso de fuga, o benefício será suspen- anual será calculado tendo por base o valor
so e, se houver recaptura do segurado, será da renda mensal do benefício do mês de de-
restabelecido a contar da data em que esta zembro de cada ano e seu pagamento será
ocorrer, desde que ainda esteja mantida a efetuado em duas parcelas (Medida Provi-
qualidade de segurado. sória 891/2019).

27. Conforme dispõe a legislação previdenciária, 33. Para abarcar essa situação de trânsito entre
a assistência (re)educativa e de (re)adaptação regimes (RGPS e RPPS), foi criado o insti-
profissional, instituída sob a denominação tuto da Contagem Recíproca do Tempo de
genérica de Habilitação e Reabilitação Pro- Contribuição (CRTC), presente na legisla-
fissional, visa proporcionar aos beneficiários ção previdenciária nacional, sob o intuito
incapacitados para o trabalho (parcial ou de levar a ­contagem de tempo de um regime
totalmente) e às pessoas portadoras de defi- para outro, preenchendo os requisitos legais
ciência, em caráter obrigatório e independen- para a concessão de benefícios previdenciá-
temente de carência, os meios indicados para rios no regime em que se encontra o traba-
proporcionar o reingresso no mercado de lhador. Em suma, é o instituto criado para o
trabalho e no contexto em que vivem. trabalhador não perder o tempo já trabalha-
• Com o advento da Medida Provisória do em outro regime.
905/2019, ficou instituído o Programa de
Habilitação e Reabilitação Física e Pro- 34. Benefícios x Beneficiários:
fissional, Prevenção e Redução de Aci-
dentes de Trabalho, com a finalidade de Benefício: Quem tem direito:

financiar o serviço de habilitação e rea-


bilitação profissional prestado pelo INSS Apos. Idade CADES F
e programas e projetos de prevenção e Apos. TC CADES F
redução de acidentes de trabalho. Apos. Incap. Permanente CADES F
Apos. Especial E, A e C (Cooperado)
29. Atualmente, os novos políticos, quando da
diplomação, estarão vinculados ao RGPS. Aux. Doença CADES F
Não haverá novos ingressos no Plano de Se- Aux. Acidente E, D, A e S
guridade Social dos Congressistas (PSSC). Dependentes do CADES
Aos políticos que se encontram no PSSC, Aux. Reclusão F
esses têm a opção de migrar para o RGPS.
Sal. Maternidade CADES F
30. Sobre a Desaposentação, atualmente, não E, A, D e Trabalhador
resta dúvida de que não poderá ser concedi- Sal. Família
Rural Aposentado
da, seja pela via administrativa, seja pela via
judicial. Pensão por Morte Dependentes do CADES F
Ali Mohamad Jaha 31

Principais pontos dos capítulos 11 e 12 – Cálculo e acumulação dos


benefícios previdenciários e Acidente do trabalho e temas variados

1. Salário de benefício (SB) é o valor básico • Pronto! Tem-se o SB devidamente calcu-


utilizado para cálculo da Renda Mensal dos lado com as novas regras de previdência
Benefícios (RMB) de prestação continua- social, implementadas no final de 2019.
da, inclusive os regidos por normas espe-
ciais, exceto o salário-família, a Pensão por 4. A Sistemática de Cálculo é a seguinte:
Morte, o salário-maternidade e os demais • Segurado recolhe suas contribuições
benefícios de legislação especial. Do dispo- sociais, mensalmente, com aplicação de
sitivo legal, podemos extrair que, em regra, um % sobre o seu SC;
a renda dos benefícios previdenciários é cal-
culada com base no SB. • Ao requer o benefício previdenciário, o
SB será definido pela média de 100% dos
• Como citado, por analogia, o auxílio-re- SC da vida laboral do segurado
clusão segue as mesmas regras da Pensão
por Morte, ou seja, também não utiliza o • A RMB do benefício será obtida com a
SB para a determinação da sua RMB. aplicação de um % sobre o SB.

2. Para todos os benefícios que utilizam o SB SC


Média de
SB
RMB é um
RMB

(aposentadoria voluntária, aposentadoria 100% dos SC % do SB

por incapacidade permanente, aposentado-


ria especial e auxílio-doença), esse consiste, 5. Todos os Salários de Contribuição (SC) utili-
até que lei discipline o cálculo dos benefí- zados no cálculo do salário de benefício (SB)
cios do Regime Geral de Previdência Social serão corrigidos, mês a mês, de acordo com a
(RGPS), será utilizada a média aritmética variação integral do Índice Nacional de Preço
simples dos salários de contribuição e das ao Consumidor (INPC) referente ao período
remunerações adotados como base para decorrido a partir da primeira competência do
contribuições ao Regime Geral de Previdên- SC que compõe o Período Básico de Cálculo,
cia Social, ou como base para contribuições até o mês anterior ao do início do benefício, de
decorrentes das atividades militares, atua- modo a preservar o seu valor real.
lizados monetariamente, correspondentes a
100% do período contributivo desde a com- 6. A Renda Mensal do Benefício (RMB) de pres-
petência 07/1994 ou desde o início da con- tação continuada que substituir o salário de
tribuição, se posterior àquela competência. contribuição (SC) ou o rendimento do traba-
lho do segurado não terá valor inferior ao do
• A referida média será limitada ao valor
salário mínimo nem será superior ao limite
máximo do salário de contribuição do
máximo do SC (Teto do RGPS). Esse teto be-
Regime Geral de Previdência Social para
neficiário excetua-se em caso de aposentado-
os segurados deste regime.
ria por incapacidade permanente quando o
segurado necessita de assistência permanente
3. O cálculo do SB consiste na seguinte sequência:
de outra pessoa. Nesse único caso, o aposen-
• Levantar todos os Salários de Contribui- tado poderá contar com um acréscimo de
ção (SC) do trabalhador, atualizando-os 25% sobre seu rendimento, ultrapassando,
até a data do requerimento do benefício dessa maneira, o Teto do RGPS.
(Período Básico de Cálculo);
• Com os SC atualizados, realizar a média
de todos os SC do PBC (100% do PBC), e;
32 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

7. RMB dos Benefícios Previdenciários: 11. Quanto à Decadência e Prescrição na parte


de benefícios, tem-se:
Benefícios calculados diretamente
a) É de 10 anos o prazo de Decadência de
sobre o SB do segurado:
todo e qualquer direito (ou ação) do se-
Benefício: RMB:
gurado ou do beneficiário para a revisão
(60% x SB) + 2%/ano
Aposentadoria voluntária: do ato de concessão de benefício.
que exceder 20 anos
Aposentadoria por b) Prescreve em 5 anos, a contar da data
(60% x SB) + 2%/ano
incapacidade permanente em que deveriam ter sido pagas, toda
que exceder 20 anos
(regra): e qualquer ação para haver prestações
Aposentadoria por vencidas ou quaisquer restituições ou
incapacidade permanente 100% x SB
diferenças devidas pela Previdência So-
(acidentária):
cial, salvo o direito dos menores, incapa-
Aposentadoria especial (60% x SB) + 2%/ano
(regra: 20 e 25 anos): que exceder 20 anos
zes e ausentes, na forma do Código Civil
de 2002.
Aposentadoria especial (60% x SB) + 2%/ano
(exceção: 15 anos): que exceder 15 anos
Auxílio-doença: 91% x SB 12. O direito da Previdência Social de anular
os atos administrativos de que decorram
Benefícios sem correlação DIRETA com o SB do segurado:
efeitos favoráveis para os seus beneficiários
decai em 10 anos, contados da data em que
Benefício: RMB:
foram praticados, salvo comprovada má-fé,
50% x RMB aposent.
Pensão por morte (regra): incap. perm. + cotas de e, nesse caso, não ocorrerá decadência para
10% anulação desses atos.
100% x RMB Aposent.
Pensão por morte Incap. Perm. até o teto + 13. Quanto à Decadência e Prescrição na parte
(dependente inválido ou 50% x RMB que exceder
de custeio, tem-se:
deficiente): o teto + cotas de 10%
RMB por dependente a) O direito de a Receita Federal do Brasil
Auxílio-reclusão:
Idem pensão por morte. constituir o crédito tributário referen-
Valor máx. = 1 SM. te às contribuições Sociais extingue-se
Salário-maternidade: Salário da segurada após 5 anos, contados:
Salário-família: Cota por filho
1. Do 1º dia do exercício seguinte àque-
50% x Aposent. Incap. le em que o crédito poderia ter sido
Auxílio-acidente:
Perm. devida
constituído, ou;

8. O reajustamento da RMB, ou seja, do Valor 2. Da data em que se tornar definitiva a


do Benefício é uma previsão constitucional decisão que houver anulado, por ví-
cio formal, a constituição do crédito
trazida pelo legislador constitucional deri-
anteriormente efetuada.
vado por meio da Emenda Constitucional
20/1998. Essa previsão é uma garantia ao b) A ação para a cobrança do crédito tribu-
segurado em gozo de benefícios, para que tário referente às Contribuições Sociais
esses não sejam deteriorados em função da prescreve em 5 anos, contados da data
inflação nacional. da sua constituição definitiva.

9. Decadência: é a perda do direito material,


por não ter sido exercido por quem de direi-
to em um período de tempo razoável.

10. Prescrição: é a perda do direito da ação, ou


seja, de reivindicar um direito por meio de
ação judicial cabível.
Ali Mohamad Jaha 33

14. Para a prova, não esquecer: 8. Auxílio-acidente com auxílio-


Instrução Normativa
doença, do mesmo acidente ou
INSS 77/2015.
da mesma doença que o gerou.
Prazo:
9. Mais de um auxílio-doença, Instrução Normativa
Deca- Prescri- inclusive acidentário. INSS 77/2015.
dencial: cional:
10. Mais de um auxílio-re-
Revisão de Benefícios: 10 anos – clusão de instituidor cônjuge
Instrução Normativa
ou companheiro, facultado o
Bene- Cobrança de valores – 5 anos direito de opção pelo mais
INSS 77/2015.

fícios devidos pelo INSS: vantajoso.


Anulação de atos favo- 11. Auxílio-reclusão pago aos
10 anos –
ráveis ao segurado: dependentes, com auxílio-
Constituição da contri- doença, Aposentadoria ou
5 anos – Abono de Permanência em
Cus- buição social:
serviço (já extinto) ou salá-
teio Cobrança da contribui-
– 5 anos rio-maternidade do segurado
ção social: recluso.
• Observação: IN INSS
15. Quanto À acumulação de Benefícios Previ- 77/2015, art. 383, § 3º O Instrução Normativa
denciários: segurado recluso, ainda que INSS 77/2015.
contribua como facultativo,
NÃO TERÁ DIREITO aos
Não é permitido o
benefícios de auxílio-doença,
recebimento conjunto dos Fundamento legal:
salário-maternidade e
seguintes benefícios:
Aposentadoria durante a per-
Lei 8.213/1991. cepção, pelos dependentes,
1. Aposentadoria com auxílio- Decreto 3.048/1999. do auxílio-reclusão, permitida
doença. a opção pelo benefício mais
Instrução Normativa
vantajoso.
INSS 77/2015.
12. Seguro-desemprego com
Lei 8.213/1991.
qualquer benefício de presta-
2. Mais de uma Aposenta- Decreto 3.048/1999. ção continuada da Previdência Lei 8.213/1991.
doria. Instrução Normativa Social, exceto Pensão por
INSS 77/2015. Morte ou auxílio-acidente.
Lei 8.213/1991. 12.1. Seguro-desemprego
3. Aposentadoria com Abono com qualquer benefício de
Decreto 3.048/1999.
de Permanência em Serviço prestação continuada da Pre-
(já extinto). Instrução Normativa
vidência Social, exceto Pensão Decreto 3.048/1999.
INSS 77/2015.
Por morte, auxílio-reclusão, Instrução Normativa
Lei 8.213/1991. auxílio-acidente, Auxílio Suple- INSS 77/2015.
4. Salário-maternidade com Decreto 3.048/1999. mentar (já extinto) ou Abono
auxílio-doença. Instrução Normativa de Permanência em Serviço (já
INSS 77/2015. extinto).

4.1. Salário-maternidade com


Instrução Normativa
Aposentadoria por Incapaci-
INSS 77/2015.
dade Permanente.
Lei 8.213/1991.
5. Mais de um auxílio-aci- Decreto 3.048/1999.
dente. Instrução Normativa
INSS 77/2015.
6. Mais de uma Pensão por Lei 8.213/1991.
Morte deixada por cônjuge ou
Decreto 3.048/1999.
companheiro(a), facultado ao
dependente optar pela mais Instrução Normativa
vantajosa. INSS 77/2015.

Decreto 3.048/1999.
7. Auxílio-acidente com Apo-
Instrução Normativa
sentadoria.
INSS 77/2015.
34 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

13. Benefício de Prestação Após.


Continuada (BPC da LOAS) Incap.
CADES
com qualquer outro benefí- Perman. 0 – – 100% x SB
F
(Aciden-
cio no âmbito da Seguridade
tária)
Social (Previdência Social ou
Assistência Social) ou de outro no
Apos. (60% x
regime (Regimes Próprios de mínimo
Especial SB) + 2%/
E, A e C 180 20 ou
Previdência Social), inclusive (Regra: – ano que
(Coop) (15 a) 25 anos
o seguro-desemprego, ressal- 20 e 25 exceder 20
em ativ.
vados o de Assistência Médica anos) anos
Lei 8.742/1993 especial.
e a Pensão Especial de Natu-
Decreto 6.214/2007 Apos. no (60% x
reza Indenizatória, bem como
Especial mínimo SB) + 2%/
a remuneração advinda de E, A e C 180
(Exce- – 15 anos ano que
Contrato de Aprendizagem (Coop) (15 a)
ção: em ativ. exceder 15
no caso da pessoa com defi- 15 anos) Especial anos
ciência. A acumulação do BPC
Auxílio-
com a remuneração advinda CADES
doença 12 – –
do contrato de aprendizagem F
(Regra)
pela pessoa com deficiência 91% x SB
Auxílio-
está limitada ao prazo máximo doença CADES
de 2 anos. 0 – –
(Aciden- F
tário)

16. Resumo da parte de Benefícios: 50% x


Aposent.
Auxílio- E, A, D
0 – – Incap.
acidente eS
1. 2. Requisitos para Perm.
Benefí- Quem concessão: devida
3. RMB:
cio: tem Carên- Tempo de 50% x RMB
direito: Idade Pensão Depend.
cia Contrib. Aposent.
por dos
Apos. 65 – 20 – 0 – – Incap. Perm.
morte CADES
Volun- CADES 180 homem homem + cotas de
(Regra) F
tária F (15 a) 60 – 15 – 10%
(Regra) mulher mulher 100%
180 60 – x RMB
Apos.
(15 a) homem Aposent.
Volun- CADES
– Pensão Incap.
tária F Ativ. 55 –
por Perm. Até o
(Rural) Rural mulher Depend.
Morte Teto + 50%
60 – dos
Apos. (Dep. 0 – – x RMB que
25 CADES
Voluntá- CADES 180 homem Inválido exceder
magisté- F
ria (Pro- F (15 a) 57 – ou Defi- o Teto
rio
fessor) mulher ciente) + Cotas
Apos. de 10%
70 – RMB por
Volun-
CADES 180 homem dependente
tária – (60% x
F (15 a) 65 –
(Compul- SB) + 2%/ Idem
mulher Depend.
sória) ano que Pensão
Auxílio dos
60 – exceder 20 24 – – por Morte.
Após. -reclusão CADES
homem anos Valor Máx.
Defi- CADES 180 15 defi- F
= 1 SM
ciente F (15 a) 55 – ciente
(Idade) mulher Sal. da
10 (C,
Salário Segurada
Grave: CADES S, F) 0
-materni- – – (limite –
Após. 25h e F (E, D,
dade Teto do
Defi- 20m A)
STF)
ciente CADES 180 Mode-

(Tempo F (15 a) rada: 29h E, A, D
de Con- e 24m Salário- e Trab. Cota por
0 – –
trib.) Leve: 33h família Rural filho
e 28m Apos.

Após. (1) Segurado especial só tem direito a Aposentadoria por TC


Incap. CADES quando contribuir optativamente como CI.
12 – –
Perman. F
(Regra)
Ali Mohamad Jaha 35

17. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo • O acidente sofrido pelo segurado ainda
exercício do trabalho a serviço de empresa que fora do local e horário de trabalho:
ou de empregador doméstico ou pelo exercí- a) Na execução de ordem ou na reali-
cio do trabalho dos segurados especiais (S), zação de serviço sob a autoridade da
provocando lesão corporal ou perturbação empresa;
funcional que cause a morte ou a perda ou
b) Na prestação espontânea de qualquer
redução, permanente ou temporária, da ca-
serviço à empresa para lhe evitar pre-
pacidade para o trabalho.
juízo ou proporcionar proveito;

18. Equiparados ao acidente do trabalho: c) Em viagem a serviço da empresa,


inclusive para estudo quando finan-
• Doença profissional, assim entendida a ciada por esta dentro de seus planos
produzida ou desencadeada pelo exercí- para melhor capacitação da mão de
cio do trabalho peculiar a determinada obra, independentemente do meio de
atividade e constante da respectiva rela- locomoção utilizado, inclusive veícu-
ção elaborada pelo MT. lo de propriedade do segurado, e;
• Doença do trabalho, assim entendida a • A Medida Provisória 905/2019 des-
adquirida ou desencadeada em função caracterizou como acidente aquele
de condições especiais em que o trabalho que ocorre no percurso da residência
é realizado e com ele se relacione dire- para o local de trabalho ou deste para
tamente, constante de relação elaborada aquela, qualquer que seja o meio de
pelo MT. locomoção, inclusive veículo de pro-
• O acidente ligado ao trabalho que, em- priedade do segurado.
bora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do 19. Doenças que não são classificadas como Do-
segurado, para redução ou perda da sua ença do Trabalho, logo não são equiparadas
capacidade para o trabalho, ou produzi- ao acidente do trabalho:
do lesão que exija atenção médica para a a) A doença degenerativa;
sua recuperação. b) A inerente a grupo etário;
• O acidente sofrido pelo segurado no c) A que não produza incapacidade labora-
local e no horário do trabalho, em con- tiva, e;
sequência de:
d) A doença endêmica adquirida por segu-
a) Ato de agressão, sabotagem ou terro- rado habitante de região em que ela se
rismo praticado por terceiro ou com- desenvolva, salvo comprovação de que é
panheiro de trabalho; resultante de exposição ou contato direto
b) Ofensa física intencional, inclusive determinado pela natureza do trabalho.
de terceiro, por motivo de disputa re-
lacionada ao trabalho; 20. A empresa ou o empregador doméstico de-
c) Ato de imprudência, de negligência verão comunicar o acidente do trabalho,
ou de imperícia de terceiro ou de ocorrido com o empregado (E), o domésti-
companheiro de trabalho; co (D) e o trabalhador avulso, à Previdência
Social até o 1º dia útil seguinte ao da ocor-
d) Ato de pessoa privada do uso da ra-
zão, e; rência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa
e) Desabamento, inundação, incêndio e variável entre o limite mínimo (salário mí-
outros casos fortuitos ou decorrentes nimo) e o limite máximo (teto do RGPS)
de força maior.
do salário de contribuição, sucessivamente
• A doença proveniente de contaminação aumentada nas reincidências, aplicada e co-
acidental do empregado no exercício de brada pela Previdência Social.
sua atividade.
36 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

21. Compete ao Conselho de Recursos da Pre- zação dos regimes próprios de previdên-
vidência Social (CRPS) julgar, entre outras cia social de que trata a Lei 9.717/1998.
demandas:
• Recursos das decisões do INSS nos pro- 22. Com o advento da Emenda Constitucional
cessos de interesse dos beneficiários; 103/2019, a União instituirá sistema integrado
de dados relativos às remunerações, proven-
• Contestações e recursos relativos à atri-
tos e pensões dos segurados dos regimes de
buição, pelo Ministério da Economia, do
previdência de que tratam os arts. 40 (RPPS),
Fator Acidentário de Prevenção aos esta-
201 (RGPS) e 202 (RPC Servidor) da Consti-
belecimentos das empresas;
tuição Federal, aos benefícios dos programas
• Recursos das decisões do INSS relacio- de Assistência Social de que trata o art. 203
nados à comprovação de atividade rural da Constituição Federal e às remunerações,
de segurado especial ou demais informa- proventos de inatividade e pensão por morte
ções relacionadas ao CNIS, e; decorrentes das atividades militares, em inte-
• Recursos de processos relacionados à ração com outras bases de dados, ferramen-
compensação financeira de que trata a tas e plataformas, para o fortalecimento de
Lei 9.796/1999 e à supervisão e à fiscali- sua gestão, governança e transparência.

Principais pontos do capítulo 13 – Reformas constitucionais


da Previdência Social

1. A Previdência Social Brasileira passou, nos pensionista. Ao contrário do RGPS, os RPPS


últimos anos, por 4 Emendas Constitucio- exigem contribuição dos servidores que já
nais de Reforma (20/1998, 41/2003, 47/2005 não se encontram em atividade (aposenta-
e 103/2019), e o objetivo principal do Gover- dos e pensionistas).
no com essas alterações foi reduzir os cus-
tos previdenciários ao menor valor possível, 4. O RPPS garante 3 espécies de Aposentado-
diminuindo o deficit nas contas públicas e ria: voluntária, por incapacidade perma-
alinhar o regime próprio (dos servidores) ao nente para o trabalho e compulsória (aos 75
regime geral (da iniciativa privada). anos de idade), com valores proporcionais
apurados na forma da lei.
2. O salário-família, desde a EC 20/1998, é devi-
do apenas para os dependentes do trabalhador 5. Desde a EC 41/2003, está prevista a criação de
de baixa renda. Antes da referida Emenda, o um Regime de Previdência Complementar
benefício era devido para os dependentes do (RPC) para os servidores públicos. Na esfera
trabalhador em geral, independentemente do federal, tal regime foi instituído com a criação
valor da renda auferida pelo mesmo. da Fundação de Previdência Complementar
do Servidor Público Federal (Funpresp). Em
3. Aos servidores públicos foi garantido o Re- outras palavras, desde 2013, os novos servi-
gime Próprio de Previdência Social (RPPS), dores públicos federais estão com suas apo-
distinto do Regime Geral de Previdência sentadorias e pensões com valores limitados
Social (RGPS), de caráter contributivo e soli- ao teto do RGPS, salvo se realizarem opção
dário, financeiramente suportado mediante por participar do Funpresp, com uma contri-
contribuição do ente político, do servidor buição mensal adicional, garantindo valores
ativo, do servidor aposentado e do servidor maiores nos referidos benefícios.
Ali Mohamad Jaha 37

6. O servidor contribuirá com contribuição e lucro), pelos trabalhadores, bem como co-
ordinária, paga normalmente sobre sua re- meçaram a incidir contribuições sobre as re-
muneração e, excepcionalmente, com con- ceitas de concursos de prognósticos (loterias
tribuição extraordinária com intuito de e outros jogos de azar) e sobre as operações
equacionar déficits atuariais no sistema pre- de importação de bens e de serviços.
videnciário pátrio. A contribuição extraor-
dinária necessariamente será acompanhada 9. No RGPS, o Garimpeiro deixou de ser clas-
de outras medidas de equacionamento. sificado como segurado especial para ser
classificado como contribuinte individual
7. Com o advento da EC 20/1998, a Seguri- (EC 20/1998).
dade Social deixa de apresentar uma ges-
tão tripartite (trabalhadores, empresários 10. As contribuições dos empregadores, com o
e aposentados) para apresentar uma gestão advento da EC 47/2005, poderão ter alíquo-
quadripartite (trabalhadores, empregadores, tas (%) ou bases de cálculo (BC) diferen-
aposentados e Governo). ciadas, em razão da atividade econômica,
da utilização intensiva de mão de obra, do
8. A Reforma Previdenciária ampliou larga- porte da empresa ou da condição estrutural
mente a base de financiamento da Seguri- do mercado de trabalho (PUMA).
dade Social. Antes, as contribuições sociais
eram devidas pelos empregadores (folha, 11. Com a Emenda Constitucional 103/2019, a
faturamento e lucro) e pelos trabalhadores arrecadação do PIS e do PASEP será destina-
apenas. A partir da EC 20/1998, as con- da para o financiamento do seguro desem-
tribuições começaram a ser devidas pelos prego, de outras ações da previdência social
empregadores (folha, receita, faturamento (algo inédito) e do abono do PIS/PASEP.

Principais pontos do capítulo 14 – Regime Próprio de


Previdência Social da União

1. O RPPS apresenta, atualmente, duas verten- ta, facultativamente, sobre o que exceder
tes de aplicação: o referido Teto. Até o teto, o RPPS gerará
• O RPPS antigo, onde os servidores públi- um benefício com os mesmos moldes do
cos contribuem com uma alíquota sobre RGPS (limitado ao Teto) e o que exceder,
toda sua remuneração e os benefícios gerará, em forma de complementação,
(aposentadorias e pensões) não são limi- um outro benefício, que nada mais é do
tados ao Teto do RGPS. Especificamente que a previdência complementar do ser-
no serviço público federal, esse RPPS é vidor. Especificamente no serviço público
aplicável aos servidores que ingressaram federal, esse RPPS é aplicável aos servi-
até a data de 03/02/2013, que foi a data de dores que ingressaram a partir da data
entrada do regime de previdência com- de 04/02/2013. Nestes casos, aplica-se o
plementar do servidor federal, e; disposto na Lei 12.618/2012, que criou a
Previdência Complementar do servidor
• O RPPS novo, onde os servidores públi- federal, por meio da Fundação de Previ-
cos contribuem com uma alíquota sobre dência Complementar do Servidor Públi-
a parcela da remuneração que não ultra- co Federal (Funpresp).
passa o Teto do RGPS e com outra alíquo-
38 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

2. Contribuição ordinária, aquela que incide 6. Esquematicamente, a aposentadoria no


normalmente sobre a totalidade da remunera- RPPS segue as seguintes regras:
ção (RPPS antigo) ou somente sobre a parcela
que não exceder o Teto do RGPS (RPPS novo). Serv.
Aposen- No car-
Idade (a): TC (a): Públi-
tadoria: go(a):
3. Contribuição extraordinária, aquela institu- co(a):

ída para equacionar déficit atuarial (e finan- 62 –


Voluntá- Mulher
ceiro) no sistema previdenciário. Paga pelos 25 10 5
ria 65 –
servidores ativos, aposentados e pensionistas.
Homem
Incapa-
4. Alíquota progressiva (cada alíquota incide cidade Na forma de lei do respectivo ente
na respectiva faixa de valores) da contribui- perma- federativo
ção normal do servidor: nente
Com
deficiên- LC 142/2013 10 5
Alíquota cia
Faixa
(%)
Policial 55 30 25 como policial
Até 1 salário mínimo 7,5
Con-
De 1 salário mínimo até R$ 2.000,00 9,0 dições 25
60 10 5
De R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00 12,0 espe- exposto
De R$ 3.000,01 até R$ 5.839,45 14,0 ciais

De R$ 5.839,46 até R$ 10.000,00 14,5 57 –


25
Mulher
De R$ 10.000,01 até R$ 20.000,00 16,5 Professor magis- 10 5
60 –
De R$ 20.000,01 até R$ 39.000,00 19,0 tério
Homem
Acima de R$ 39.000,01 22,0
• O valor do benefício do servidor público,
5. Conforme dispõe a Lei 8.112/1990, os bene- em regra, corresponderá a 60% da média
fícios do Plano de Seguridade Social do ser- aritmética de 100% das remunerações
vidor federal compreendem: recebidas (devidamente atualizadas) de
07/1994 em diante, com acréscimo de 2%
2. Quanto ao para cada ano de contribuição que exce-
1. Quanto ao servidor:
dependente:
der o tempo de 20 anos de contribuição.
Afastamentos Previdenciários
• Suponha que o servidor se aposente com
a) Pensão por
a) Aposentadoria;
morte;
38 anos de contribuição: 38 – 20 = 18 ×
2% = 36%. Assim, aposentadoria = 60% +
Afastamentos não Previdenciários
36% = 96% da média aritmética.
b) Auxílio-natalidade; b) Auxílio-funeral;
c) Auxílio-reclu-
c) Salário-família; 7. O auxílio-natalidade é devido à servido-
são;
ra por motivo de nascimento de filho, em
d) Licença para Tratamento de d) Assistência à
Saúde; Saúde.
quantia equivalente ao menor vencimento
do serviço público, inclusive no caso de na-
e) Licença à Gestante, à Ado-
tante e Licença-paternidade; timorto. Na hipótese de parto múltiplo, o
f) Licença por Acidente em
valor será acrescido de 50%, por nascituro.
Serviço; Esse auxílio também será pago ao cônjuge
g) Assistência à Saúde; ou companheiro servidor público, quando a
h) Garantia de Condições
parturiente não for servidora.
Individuais e Ambientais de
Trabalho Satisfatórias; 8. O salário-família é devido ao servidor ativo
ou ao inativo, por dependente econômico.
Ali Mohamad Jaha 39

9. Será concedida ao servidor Licença para • Exceção 2 (servidor em atividade poli-


Tratamento de Saúde, a pedido ou de ofício, cial): Quando o servidor foi morto em
com base em perícia médica, sem prejuízo função de agressão sofrida em razão do
da remuneração a que fizer jus, sendo que cargo, pensão vitalícia equivalente à re-
tal licença será concedida com base em perí- muneração do cargo.
cia oficial.
14. O auxílio-funeral é devido à família do ser-
10. Será concedida licença à servidora gestan- vidor falecido na atividade ou aposentado,
te por 120 dias consecutivos, sem prejuízo em valor equivalente a 1 mês da remune-
da remuneração. Atualmente, o Decreto ração ou provento. No caso de acumulação
6.690/2008, prorroga esse prazo por mais 60 legal de cargos, o auxílio será pago somente
dias, totalizando 180 dias, por meio de re- em razão do cargo de maior remuneração.
querimento da servidora até o final do pri-
meiro mês após o parto. Lembre-se de que 15. À família do servidor ativo é devido o auxí-
essa ­prorrogação está prevista em Decreto e lio-reclusão, nos seguintes valores:
não na Lei 8.112/1990, ou seja, se a questão • 2/3 (67%) da remuneração, quando afas-
cobrar o conhecimento do RJU, não tenha tado por motivo de prisão, em flagrante
dúvidas, 120 dias! ou preventiva, determinada pela autori-
dade competente, enquanto perdurar a
11. Será licenciado por acidente em serviço, com prisão. Nesse caso, o servidor terá direito
remuneração integral, o servidor acidentado à integralização da remuneração, desde
em serviço. Por sua vez, configura acidente que absolvido, e;
em serviço o dano físico ou mental sofrido
• Metade (50%) da remuneração, durante o
pelo servidor, que se relacione, mediata ou
afastamento, em virtude de condenação,
imediatamente, com as atribuições do cargo
por sentença definitiva, a pena que não
exercido.
determine a perda de cargo.
12. Por ocorrência da morte do servidor, os de-
16. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
pendentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
inativo, e de sua família compreende assis-
pensão mensal a partir da data do óbito, no
tência médica, hospitalar, odontológica, psi-
valor correspondente à totalidade da remu-
cológica e farmacêutica, terá como diretriz
neração (servidores ativos) ou dos proventos
básica o implemento de ações preventivas
(servidores inativos) na data anterior à do
voltadas para a promoção da saúde e será
óbito, até o limite máximo estabelecido para
prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
os benefícios do Regime Geral de Previdên-
diretamente pelo órgão ou entidade ao qual
cia Social (Teto do RGPS), acrescida de 70%
estiver vinculado o servidor, ou mediante con-
da parcela excedente a este limite.
vênio ou contrato, ou ainda na forma de auxí-
lio, mediante ressarcimento parcial do valor
13. Valor da pensão por morte:
despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e
• Regra Geral: 50% do valor da aposenta- seus dependentes ou pensionistas com planos
doria recebida pelo segurado ou servidor ou seguros privados de assistência à saúde, na
(ou que teria direito) + cotas de 10% por forma estabelecida em regulamento.
dependente, até o máximo de 100%.
• Exceção 1 (com dependente inválido ou
com deficiência):100% da aposentadoria
recebida pelo segurado ou servidor (ou
que teria direito) até o Teto do RGPS +
[1 cota de 50% + cotas de 10% por de-
pendente, até o máximo de 100%, para o
valor que supere o Teto do RGPS].
40 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

Principais pontos do capítulo 15 – Regime de Previdência Militar

1. O militar não se aposenta, é transferido para viado e será paga conforme o disposto em
a inatividade remunerada, por meio de dois legislação específica.
institutos: Reserva Remunerada e Reforma.
7. Em regra, todos os militares são contribuintes
2. A inatividade poderá ser integral (com 30 obrigatórios da Pensão Militar corresponden-
anos completos de serviço militar) ou pro- te ao seu posto ou graduação, com algumas as
porcional (com menos de 30 anos). exceções previstas em legislação específica.

3. Em regra, os proventos de inatividade são 8. A Pensão Militar será igual ao valor da re-
integrais e com paridade. muneração ou dos proventos do militar.

4. Atualmente, o STF admite que os proventos 9. O Regime de Previdência Militar será custe-
de inatividade do militar, em alguns casos, te- ado tanto pelos militares ativos quanto pelos
nham valor inferior ao salário mínimo vigente. inativos, que contribuirão com as seguintes
alíquotas sobre o seu soldo (ativos) ou seus
5. A transferência para a reserva remunerada proventos (inativos):
ou a reforma se darão de duas maneiras: a • 7,5% de contribuição para inatividade re-
pedido e de ofício. munerada e pensão militar, e;
• 3,5% de contribuição para a assistência mé-
6. A Pensão Militar destina-se a amparar os
dica e hospitalar do militar e sua família.
beneficiários do militar falecido ou extra-

Principais pontos do capítulo 16 – Regime de Previdência Complementar

1. A Previdência Complementar é um benefí- É a essência da Previdência Complementar:


cio opcional, que proporciona ao trabalha- opcional e independente do RGPS.
dor um seguro previdenciário adicional,
conforme sua necessidade e vontade. É 3. As Entidades Fechadas de Previdência
uma forma de conseguir um valor de apo- Complementar (EFPC) são entidades que
sentadoria maior que o previsto no RGPS, oferecem planos de benefícios para certos
que atualmente é limitado ao valor de grupos de pessoas, como servidores públicos
R$ 5.839,45 (teto do RGPS). de determinado Poder (Executivo, Legislati-
vo ou Judiciário), trabalhadores de uma de-
2. A CF/1988 traz a seguinte previsão: O regime terminada empresa, entre outros casos.
de previdência privada, de caráter comple-
mentar e organizado de forma autônoma em 4. As Entidades Abertas de Previdência Com-
relação ao Regime Geral de Previdência So- plementar (EAPC) oferecem planos de be-
cial (RGPS), será facultativo, baseado na cons- nefícios para qualquer pessoa que tenha
tituição de reservas que garantam o benefício interesse em aderi-los. Geralmente são
contratado, e regulado por lei complementar. produtos bancários, como o BrasilPrev do
Ali Mohamad Jaha 41

Banco do Brasil, o PrevRenda da Caixa Eco- 8. Institutos previstos na legislação da Previ-


nômica Federal e o FlexPrev do Itaú. dência Complementar:
• Benefício Proporcional Diferido (BPD),
5. Fazendo uma breve analogia entre o Regi- em razão da cessação do vínculo empre-
me de Previdência Complementar (RPC) e o gatício com o patrocinador ou associati-
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), vo com o instituidor antes da aquisição
temos as seguintes comparações: do direito ao benefício pleno, a ser con-
• Segurado (RGPS) = Participante (RPC). cedido quando cumpridos os requisitos
• Dependente (RGPS) = Participante ou de elegibilidade. Quando o participante
Beneficiário (RPC). é desligado da empresa (­patrocinador),
ele terá direito de receber um BPD caso
6. Os planos de Previdência Complementar já tenha alcançado a elegibilidade, ainda
podem ser das seguintes espécies: que menor que o valor esperado;

• Plano de Benefício Definido (BD): é • Portabilidade do direito acumulado pelo


aquele em que o valor da aposentadoria é participante para outro plano. Caso o
estabelecido no momento em que o par- trabalhador mude de empresa, mudando
ticipante adere ao plano, e calculado com automaticamente de EFPC, deseje con-
base em valores pré-fixados ou fórmulas tribuir para outro tipo de previdência
estipuladas no regulamento. complementar aberta (EAPC) ou mesmo
troque de plano sem trocar de Entidade
• Plano de Contribuição Definida (CD): de Previdência Complementar, terá o di-
o participante, ao invés de determinar reito de levar todo o fundo acumulado
o valor da aposentadoria, determina os (direito acumulado) consigo;
aportes ao plano.
• Resgate da totalidade das contribuições
• Plano de Contribuição Variável (CV): vertidas ao plano pelo participante, des-
mescla características das duas modali- contadas as parcelas do custeio adminis-
dades anteriores. trativo, na forma regulamentada, e;

7. Não obstante, os planos de Previdência Com- • Faculdade de o participante manter o valor


plementar se classificam da seguinte maneira: de sua contribuição e a do patrocinador, no
caso de perda parcial ou total da remune-
• Conforme a administração: ração recebida, para assegurar a percepção
a) Plano comum, quando administram dos benefícios nos níveis correspondentes
plano ou conjunto de planos acessí- àquela remuneração ou em outros defini-
veis ao universo de participantes, e; dos em normas regulamentares.
b) Com multiplano, quando adminis-
tram plano ou conjunto de planos 9. Os planos da EAPC podem ser:
de benefícios para diversos grupos • Individuais: quando acessíveis a quais-
de participantes, com independência quer pessoas físicas, ou;
patrimonial (entre os planos).
• Coletivos: quando tenham por objetivo
• Conforme a quantidade de patrocinado- garantir benefícios previdenciários a pes-
res ou instituidores: soas físicas vinculadas, direta ou indireta-
a) Singulares, quando estiverem vincu- mente, a uma pessoa jurídica contratante.
ladas a apenas um patrocinador ou O plano coletivo poderá ser contratado
instituidor, e; por uma ou várias pessoas jurídicas.
b) Multipatrocinadas, quando congre-
garem mais de um patrocinador ou 10. No desempenho das atividades de fiscaliza-
instituidor. ção das Entidades de Previdência Comple-
mentar, os servidores do órgão regulador e
42 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

fiscalizador terão livre acesso às respectivas Órgão Regulador: Secretaria de Políticas de


entidades, delas podendo requisitar e apre- Previdência Complementar (SPPC), ligada
ender livros, notas técnicas e quaisquer do- ao Ministério da Economia.
cumentos, caracterizando-se embaraço à
fiscalização, sujeito às penalidades previstas 12. Com intuito de resguardar os direitos dos
em lei, qualquer dificuldade oposta à conse- participantes e assistidos, poderá ser de-
cução desse objetivo. cretada a intervenção na Entidade de Pre-
vidência Complementar, com objetivo de
11. Atualmente temos a seguinte estrutura fis- recuperar a saúde financeira da instituição.
calizatória e regulatória:
EAPC: 13. A intervenção cessará quando aprovado o
plano de recuperação da entidade pelo órgão
Órgão Fiscalizador: Superintendência de
competente ou se decretada a sua liquidação
Seguros Privados (SUSEP), ligada ao Minis-
extrajudicial. Com isso, podemos notar que
tério da Economia.
a intervenção é um passo anterior à liquida-
Órgão Regulador: Conselho Nacional de ção extrajudicial.
Seguros Privados (CNSP), ligado ao Minis-
tério da Economia. 14. Por seu turno, a liquidação extrajudicial
EFPC: será decretada quando reconhecida a invia-
bilidade de recuperação da Entidade de Pre-
Órgão Fiscalizador: Superintendência Na-
vidência Complementar ou pela ausência de
cional de Previdência Complementar (PRE-
condição para seu funcionamento.
VIC), ligada ao Ministério da Economia.

Principais pontos do capítulo 17 – Previdência Complementar


do Servidor Federal

1. A Previdência Complementar é um benefí- derando a previdência complementar (ou pri-


cio opcional, que proporciona ao trabalha- vada, como cita o texto constitucional) um
dor um seguro previdenciário adicional, regime previdenciário autônomo e comple-
conforme sua necessidade e vontade. É uma mentar ao RGPS, ou seja, o trabalhador não
aposentadoria contratada para garantir uma precisa ser filiado ao RGPS para ter direito a
renda extra ao trabalhador ou ao seu benefi- ela. Em outras palavras, o cidadão não preci-
ciário. Atualmente, os benefícios previden- sa nem mesmo estar trabalhando para contra-
ciários do RGPS estão limitados ao teto de tar uma previdência complementar.
R$ 5.839,45, ou seja, se o trabalhador, en-
quanto na atividade, recebia como remune- 3. O Regime de Previdência Complementar
ração R$ 7.500,00 em média, quando passar (RPC) do servidor público deve ser instituí-
para a inatividade, receberá mensalmente do por lei, sendo que será obrigatório para
no máximo R$ 5.839,45. Daí advém a im- todos os servidores públicos que ingres-
portância da Previdência Complementar. sarem após o início da vigência dessa lei e
será facultativo para os servidores que já
2. O art. 202 da CF/1988, que trata da previdên- se encontravam no serviço público na data
cia complementar, teve sua redação alterada da publicação do referido ato normativo.
pela Emenda Constitucional 20/1998, consi- Lembrando que cada ente político (União,
Ali Mohamad Jaha 43

­ stados, DF e Munícipios) deve editar e pu-


E que terá direito de gozar alguns benefí-
blicar a sua lei, ou seja, a lei federal só ins- cios previstos no RPC.
tituiu o RPC Federal para os servidores da
União, não abrangendo os servidores esta- 7. Com o advento da Lei 12.618/2012, a União
duais, distritais ou municipais. também foi autorizada a criar as Entidades
Fechadas de Previdência Complementar
4. Dando continuidade, o RPC será obrigatório (EFPC), com a ­finalidade de administrar
para todos os servidores e membros federais e executar Planos de Benefícios de caráter
que ingressarem após o início da vigência da previdenciário, nos termos da Lei Comple-
Previdência Complementar prevista na Lei mentar 109/2001 e da Lei Complementar
12.618/2012 (que institui o RPC Federal), 108/2001 (arcabouço jurídico da previdên-
que ocorreu em 4/2/2013. cia complementar brasileira).

5. Por seu turno, os servidores e membros 8. Não obstante, por ato conjunto das auto-
federais que tenham ingressado em data ridades competentes para a criação das
anterior à 04/02/2013, a adesão ao RPC é fa- EFPC, poderá ser criada uma fundação que
cultativa mediante prévia e expressa opção. contemple os servidores públicos de 2 ou 3
Poderes. E foi exatamente o que ocorreu.
6. Para efeitos do RPC do Servidor Federal, a le- Atualmente temos apenas 2 EFPC:
gislação prevê as seguintes definições, muito
importantes para as provas de concursos: Funpresp: abarca o pessoal do Poder Executivo e
do Poder Legislativo com os seguintes Planos de
1. Patrocinador: a União, suas autarquias
Benefícios: ExecPrev e LegisPrev, e;
e fundações, no Poder Executivo, no Po-
der Legislativo, no Poder Judiciário, no Funpresp-JUD: abarca o pessoal do Poder Judiciário.
Ministério Público da União (MPU) ou
no Tribunal de Contas da União (TCU). 9. Resumo da Estrutura das EFPC:
A União, a exemplo do próprio servi-
dor federal, também contribuirá men- Participantes
Patrocinador Total
salmente para a reserva financeira que e assistidos
servirá de base para a aposentadoria do Conselho Deli-
3 membros 3 membros 6 membros
servidor; berativo (CD)

2. Participante: o servidor público titu- Conselho Fiscal


2 membros 2 membros 4 membros
(CF)
lar de cargo efetivo da União, inclusive
Diretoria Até 2 Até 2 Até 4
o membro do Poder Judiciário, do Mi- Executiva (DE) membros membros membros
nistério Público da União (MPU) e do
Tribunal de Contas da União (TCU),
CD: O presidente é indicado entre os membros do Patro-
que aderir aos planos de benefícios ad- cinador.
ministrados pelas Entidades Fechadas
CF: O presidente é indicado entre os membros dos Partici-
de Previdência Complementar (EFPC). pante e Assistidos.
No caso, cada EFPC terá o seu plano de
benefícios, onde constará todos os direi- 10. É muito importante informar que o servidor
tos e as obrigações do patrocinador e do com remuneração inferior ao limite máxi-
participante, ou seja, tal plano funciona
mo estabelecido para os benefícios do RGPS
como um regulamento, e;
(atualmente de R$ 5.839,45) poderá ade-
3. Assistido: o participante ou o seu be- rir aos planos de benefícios administrados
neficiário em gozo de benefício de pres- pelas EFPC, sem contrapartida do patroci-
tação continuada. O participante é o nador, cuja base de cálculo será definida nos
próprio servidor ou membro, enquanto regulamentos.
que o beneficiário é o seu dependente,
44 Material Complementar do Direito Previdenciário All in One

11. A alíquota da contribuição do participante mais de 8,5%, deverá fazer por meio de con-
será por ele definida anualmente, observa- tribuição facultativa, sem contrapartida do
do o disposto no regulamento do plano de respectivo ente federativo.
benefícios. A alíquota da contribuição do
patrocinador será igual à do participante, 13. A constituição, o funcionamento e a extin-
observado o disposto no regulamento do ção das Funpresp, a aplicação de seus estatu-
plano de benefícios, e não poderá exceder o tos, regulamentos dos planos de benefícios,
percentual de 8,5%. convênios de adesão e suas respectivas al-
terações, assim como as retiradas de pa-
12. Além da contribuição normal supracitada, trocínios, dependerão de prévia e expressa
o participante poderá contribuir facultati- autorização da Superintendência Nacional
vamente, sem contrapartida do patrocina- de Previdência Complementar (PREVIC),
dor, na forma do regulamento do plano. Em órgão fiscalizador das EFPC.
suma, se o servidor quiser contribuir com

Principais pontos do capítulo 18 – Processo administrativo


previdenciário e ações judiciais em matéria previdenciária

1. No Processo Administrativo Previdenciá- zoabilidade, proporcionalidade, moralidade,


rio, existem dois tipos de processos: ampla defesa, contraditório, segurança jurídi-
• Processo de Outorga: o segurado solici- ca, interesse público e eficiência.
ta um benefício ou um serviço junto ao
INSS. O pedido pode ser deferido ou ne- 5. A propositura, pelo beneficiário ou contri-
gado, e; buinte, de ação que tenha por objeto idên-
tico pedido sobre o qual versa o processo
• Processo Punitivo: o INSS revê seus atos
administrativo importa renúncia ao direito
de concessão de benefícios, nos casos de
de recorrer, na esfera administrativa, e desis-
irregularidade, e pune o segurado.
tência do recurso interposto (Lei 8.213/1991,
art. 26, § 3º).
2. Por definição, o Processo Administrativo
Previdenciário é um procedimento em con-
6. Quanto à questão do ajuizamento de de-
traditório, que visa a concessão, revisão ou
manda judicial durante o andamento do
extinção de um benefício ou serviço previ-
processo administrativo, a conclusão a que
denciário.
se chega é que o processo administrativo
deve ser extinto, pois, ao ajuizar a demanda,
3. O Brasil adotou, desde a instauração de sua o segurado renunciou a via administrativa.
primeira República (1891), o sistema da ju-
risdição única, ou seja, o do controle admi-
7. Quanto à coisa julgada administrativa,
nistrativo pela Justiça Comum. Sendo assim,
tanto a Administração como o segurado, em
todas as decisões administrativas podem ser
razão da segurança jurídica, têm o prazo de
revistas pelo Poder Judiciário.
10 anos para rever o ato administrativo. De
qualquer maneira, o segurado tem aberta a
4. O Processo Administrativo se rege pelos se- possibilidade de buscar a revisão do ato ad-
guintes princípios, previstos na Lei 9.784/1999, ministrativo na esfera judicial.
a saber: legalidade, finalidade, motivação, ra-
Ali Mohamad Jaha 45

8. Na esfera judicial, as ações previdenciárias 12. compete aos Juizados Especiais Federais
se dividem em ações de concessão ou ações (JEFs) as causas em que o valor da causa
de revisão, da seguinte maneira: não ultrapasse R$ 59.880,00 (60 salários mí-
nimos) e, que a União, entidade autárquica
Tipo da ação: Natureza do Benefício: (INSS) ou empresa pública federal forem in-
Comum teressadas na condição de autoras, rés, assis-
Ação de Concessão Acidentária tentes ou oponentes
Assistencial
13. O pagamento da acoes previdenciárias pode
Comum
ocorrer das seguintes formas:
Ação de Revisão Acidentária
Assistencial Pagamento
Valor: Instituto:
em até:
9. As ações judiciais previdenciárias, por meio do Até 60 Salários
RPV 60 dias
deslocamento de competência, podem tramitar Mínimos:
na primeira instância nas varas estaduais, que Acima de 60 Salários
Precatório 30 meses
são muito mais capilares que as varas federais. Mínimos:
Entretanto, o recurso para segunda instancia
deve ser interposto junto ao Tribunal Regio- Precatório apresentado: Pagamento até:
nal Federal (TRF). Em suma, o deslocamento Até 1/7/2016 31/12/2017 (18 meses)
ocorre somente na primeira instância. Após 1/7/2016 31/12/2018 (30 meses)

10. As ações acidentárias, por sua vez, admitem 14. O benefício previdenciário deverá ser calcu-
deslocamento de competência na primeira lado do modo mais vantajoso, consideradas
instancia (varas estaduais) e na segunda ins- todas as datas de exercício possíveis desde
tância (TJ). o preenchimento dos requisitos para a apo-
sentadoria (Direito ao Melhor Benefício).
11. Segue o resumo das competências para julgar:

Tipo da Natureza do
Competência: Recurso:
Ação: Benefício:
Justiça Federal Tribunal
Comum Justiça Regional
Estadual* Federal

Ação de Tribunal de
Acidentária Justiça Estadual
Concessão Justiça**
Justiça Federal Tribunal
Assistencial Justiça Regional
Estadual* Federal

Justiça Federal Tribunal


Comum Justiça Regional
Estadual* Federal

Ação de Tribunal de
Acidentária Justiça Estadual
Revisão Justiça**
Justiça Federal Tribunal
Assistencial Justiça Regional
Estadual* Federal

* Deslocamento de competência.
** Exceto as ações de indenização por danos morais e patri-
moniais decorrentes de acidente do trabalho, que serão
julgadas na Justiça do Trabalho em 1ª e em 2ª instância.
Atualizado de acordo com a Reforma da Previdência, (Emenda Constitucional
103/2019), este livro apresenta, de forma didática e profunda, os pontos mais
importantes do Direito Previdenciário.
Seu público-alvo inclui advogados e estudantes universitários, bem como aqueles
que se preparam para ocupar os mais variados cargos no serviço público, como
juiz federal, juiz do Trabalho, procurador da República, procurador do Trabalho,
procurador do Estado, defensor do Estado, delegado, procurador federal e ad-
vogado da União, procurador da Fazenda; auditor-fiscal e analista-tributário da
Receita Federal; perito, analista e técnico do INSS; analista e técnico de Tribunais
de Contas, entre outros.
O texto da obra é dividido em teoria e questões comentadas, selecionadas sob
medida para a fixação e aperfeiçoamento do conteúdo teórico.
Por isso, Direito Previdenciário All in One é uma excelente ferramenta para quem
pretende obter êxito nos desafios que exigem o conhecimento dessa disciplina.

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