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Gestão em Saúde

Material Teórico
Legislação Aplicada à Saúde

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Raquel Josefina de Oliveira Lima

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Legislação Aplicada à Saúde

• Introdução;
• Legislação Aplicada à Saúde;
• Processo de Negociação.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer as Legislações necessárias à atuação profissional na Área
da Saúde para uma atuação profissional livre de danos e imperícias;
· Prestar atenção à evolução histórica da Legislação;
· Conceituação da legislação, bem como das principais legislações
aplicadas à Saúde.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

Introdução
Para atuar na gestão dos serviços de saúde é necessário o conhecimento relativo
às legislações que regem a atuação profissional neste cenário. É de fundamental
importância que o profissional tenha competência para atuar de forma segura e este
fato só se concretiza quando cada profissional sabe exatamente suas competências,
direitos e deveres.

Legislação Aplicada à Saúde


O convívio em Sociedade exige um complexo de normas disciplinadoras que
estabelecem regras indispensáveis ao convívio entre os indivíduos que a compõem.
O conjunto dessas regras deve ser cumprido por todos, pois, do contrário, sanções
podem ser aplicadas (OGUISSO; SCHMIDT, 2010).

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

Assim, é fundamental para a compreensão do cenário sociopolítico e econô-


mico, na Saúde Pública ou Privada, a compreensão das Legislações que regem a
Assistência à Saúde no Brasil.

Evolução Histórica da Legislação


A relação das pessoas na sociedade é regulada por
meio de normas e regras desde a Antiguidade. O mais
antigo sistema de normas legais escritas no mundo que
se conhece foi estabelecido pelo Rei Hammurabi e foi
gravado num enorme bloco cilíndrico de pedra negra,
com cerca de 3.500 linhas.
O Código de Hammurabi foi descrito há mais de
2000 anos e é composto por 282 Artigos que, apesar
de remontar há tantos anos, é considerado incrivelmen-
te atual, tratando de direitos da propriedade, da família,
de sucessões, de penhora e até mesmo sobre proteção
ao consumidor, que, no Brasil, é uma Legislação muito Figura 2 – Pedra contendo
o Código de Hammurabi
recente (OGUISSO; SCHMIDT, 2010). Fonte: Wikimedia Commons

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Conceituando a Legislação

Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images

Como já mencionado, o comportamento humano


está sujeito a regras, criadas pelo próprio homem, a fim Normas e Regras
de manter o equilíbrio das relações entre os indivíduos
em Sociedade.

Assim, as normas e regras constituem as Leis que, por


sua vez, em conjunto, formam as Legislações.
LEIS
A figura 4 apresenta um esquema específico que en-
volve a constituição das normas e das regras que irão
formar as leis; consequentemente, o conjunto de Leis que
é a própria Legislação.
Conjunto de Leis
É importante destacar que todas as profissões, incluin- é denominado
do as de Assistência à Saúde, estão regulamentadas por
Leis ou normas jurídicas. Dessa forma, é fundamental LEGISLAÇÃO
que esse profissional possa conhecer as legislações que
regulamentam suas ações (OGUISSO; SCHMIDT, 2010). Figura 4
Esse conhecimento permite a determinação dos direitos e deveres, que é
fundamental, vez que, o Decreto-Lei 4.675, de 04/09/1942, no Artigo 3º, declara
que “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”.

Assim, é indesculpável ao Profissional desconhecer as Leis, e esse desconhecimento


não o exime, inclusive como cidadão, de cumpri-las rigorosamente.

Esse dispositivo do Decreto-lei encontra-se ratificado no Código Penal, Artigo


21, que estabelece que “O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço (OGUISSO; SCH-
MIDT, 2010).

Os Artigos constantes no Decreto-lei e no Código Penal estão ambos em vigor


e estabelecem que:

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UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

“O DESCONHECIMENTO DA LEI É INESCUSÁVEL.”

Dessa forma, há de se questionar:


Explor

Quais as qualificações e as condições para o exercício legal da profissão?

Destaca-se o fato de que não se trata evidentemente de uma qualificação,


capacidade ou aptidão física, e nem mesmo técnica, mas LEGAL.

OBVIAMENTE, a capacidade legal supõe capacidade técnica e profissional, mas


só esta é insuficiente para o exercício legal da profissão.

Assim, para instrumentalizá-los para o exercício legal da profissão na área da saúde,


a seguir serão destacadas as principais Legislações que regem a Assistência à Saúde.

Principais Legislações Aplicadas à Saúde


Embora as profissões estejam devidamente regulamentadas, é preciso compre-
ender que, como cidadãos, todos os Profissionais que atuam na Saúde estão sujei-
tos às Leis que regem a Sociedade em que vivem, como a Constituição Federal, os
Códigos Civil e Penal, o Código de Defesa e Proteção do Consumidor e as demais
Legislações que regem o Direito e os direitos (OGUISSO, 2005).

É necessário ressaltar que não é suficiente a capacitação técnico-científica; é


imprescindível que cada profissional que atua na Saúde conheça as Legislações
vigentes em nosso país e em cada profissão, sabendo utilizá-las para a defesa de
um exercício profissional ético e seguro para clientela.

Dessa forma, serão destacadas aqui algumas Legislações fundamentais para o


Exercício Profissional na Saúde. Entre elas, destacam-se o Código Penal Brasileiro,
o Código Civil, a Lei no. 10.241, de 17 de março de 1999, que destaca os direitos
dos usuários dos Serviços e Ações de Saúde do Estado de São Paulo; a Lei no.
8.080, a Lei no. 8.142 – Lei Orgânica, a Lei no. 8.078, de 11 de setembro de
1990, que dispõe sobre a Proteção e Defesa do Consumidor; e a Norma Regula-
mentadora 32.

Conhecendo as Legislações
Existem Legislações que devem nortear o desenvolvimento das atividades de
atenção à Saúde; nelas são apresentados os direitos dos usuários, bem como as
possíveis penalidades impostas ao profissional que não as observar.

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Contudo, ressalta-se que estudos têm demonstrado a necessidade de propiciar
ambiente seguro, com disponibilidade de recursos humanos e físicos, investimentos
em Educação e reciclagem, em Farmacologia e em Técnicas de administração
de drogas, por exemplo, como medidas necessárias a serem implantadas pelos
Serviços de Enfermagem, tendo o respaldo e o apoio institucional, a fim de evitar
a exposição da vida e a segurança do cliente.

É direito do profissional atualizar-se, e obrigação da Instituição facilitar essa prá-


tica. Porém, é de fundamental importância que os profissionais busquem atualiza-
ção contínua a fim de prestarem atendimento, tendo o melhor preparo e, assim,
garantindo uma assistência segura.

Dessa forma, destaca-se que a prevenção por meio de atualizações e aprimora-


mento profissional será menos dispendiosa às Empresas de Saúde do que gastar
com indenizações judiciais decorrentes de danos e imperícias profissionais.

Assim, faz-se necessária uma busca contínua pelo combate ao despreparo


técnico, às más condições de trabalho e à remuneração insuficiente, o que leva à
dupla jornada de trabalho e expõe o profissional a risco contínuo ao erro.

A seguir, serão apresentadas algumas das Legislações que devem nortear as


atividades na Área da SAÚDE.

Código Penal Brasileiro


No Código Penal Brasileiro, há destaque para a punição nas situações de
inobservância de regra Técnica de Profissão, Arte ou Ofício, quando se deixa de
prestar imediato socorro à vítima ou quando não há movimento na busca de diminuir
as consequências do seu ato. Destaca-se que, não raramente, os profissionais de
saúde são envolvidos em casos de homicídios culposos se o crime resultar de
negligência, imprudência ou falta de observância das regras técnicas da profissão
(OGUISSO, 2005).

Existe, ainda, a possibilidade de os profissionais de saúde serem acusados de


participação em suicídio quando, de alguma maneira, contribuírem para o fato,
podendo ocorrer acusação sobre a conduta profissional, no sentido de instigar,
induzir ou mesmo auxiliar materialmente o paciente a se matar (OGUISSO, 2005).

Assim, espera-se que os Profissionais de Saúde respeitem os clientes independente


do estado em que se encontrem.

É necessário conhecer a fisiopatologia, bem como identificar como o cliente tem


enfrentado o diagnóstico, o tratamento, os cuidados, a gravidade do caso e suas
possibilidades sendo apoio para o cliente, para o familiar e para os amigos.

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UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

Espera-se que o profissional tenha sensibilidade para lidar com o cliente, que
o conheça e saiba respeitar o momento de lhe dizer a verdade sobre o diagnósti-
co, as complicações do tratamento, o prognóstico e as possibilidades, ainda que
remotas de cura. Assim, espera-se que não haja quebra da confiança que deve
existir entre ambos.

Outra possibilidade é a ocorrência de lesões corporais nos clientes hospitalizados,


que podem ser consideradas leves (o dano não deixa sequela nem incapacitação
para as ocupações habituais por mais de trinta dias); graves (ocorre incapacidade
para as ocupações habituais por mais de trinta dias, podendo provocar perigo de
vida ou debilidade permanente de algum membro, sentido ou função); gravíssimas
(quando ocorre incapacidade permanente) ou seguidas de morte (OGUISSO, 2005).

Destaca-se que a Equipe de Enfermagem pode ser acusada de expor a vida do clien-
te a perigo direto ou iminente, conforme disposto nos artigos que se expõe a seguir:
Artigo 132

“Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.”

Artigo 136

“Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda


ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis.”

Há de se destacar, ainda, outros delitos que podem ser praticados por qualquer
profissional da Área de Saúde como apresentados nos Artigos identificados a seguir:
Artigo 133

“Abandonar pessoa que está sob seus cuidados, guarda vigilância ou


autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono, sendo delito que pode resultar em lesão corporal
grave ou mesmo a morte.”

Artigo 135

“Omissão de socorro é uma imputação grave sobre o profissional que tem


o dever de prestar assistência.”

Código Civil Brasileiro


O Código Civil Brasileiro define como negligência a falta de atenção e a
imperícia como decorrente da deficiência ou ausência de conhecimento, de falta
de habilidade e destreza. Destaca, ainda, que a imprudência resulta de atitude
precipitada, sem avaliação das suas possíveis consequências.

O Artigo 186 do Código Civil prevê: “Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar o direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Destaca-se que o dano consiste no prejuízo resultante da lesão a um direito alheio.

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Explor Lei nº. 8080, de 19 de setembro de 1990

Consulte: https://goo.gl/twYSz

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde,


a organização e o funcionamento dos serviços correspondente (CONSELHO FE-
DERAL DE SAÚDE, 2008).

Lei Orgânica da Saúde nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990


Explor

Consulte: https://goo.gl/6SOIMy

Dispõe sobre a proteção e a defesa do consumidor, que passa a contar com


um poderoso instrumento de defesa dos seus direitos. Assim, recomenda-se ao
Profissional de Saúde defender-se da acusação que o cliente (consumidor) lhe faz,
comprovando que com ele não falhou e a ele não causou dano ou risco de dano
(OGUISSO, 2005).

Destaca-se, contudo, que a responsabilização pelo dano causado pode ocorrer


independente da comprovação de culpa do profissional, levando-se em conta o
princípio da vulnerabilidade da vítima. Assim, o legislador busca a proteção do
cliente/consumidor, quando considerado a parte mais fraca na relação do consumo.

Destaca-se, ainda, que a responsabilidade ética pressupõe a existência de


infração ética, ou seja, ofensa às normas norteadoras da conduta ética esperada
para o profissional. A responsabilidade civil pressupõe a existência de dano e de
culpa, ou seja, esse tipo de responsabilidade existe quando o profissional age de
forma negligente, com imperícia ou imprudente e, dessa maneira, expõe o cliente
a riscos ou mesmo a prejuízos.

Já a responsabilidade penal é pessoal e intransferível, ou seja, o indivíduo que


comete um crime, em função de sua atividade profissional, não pode ver transferida
a responsabilidade pelo ilícito a outrem, a terceiro (ao colega ou à Instituição em
que trabalha).

Norma Regulamentadora (NR) – 32


Essa Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes
básicas para a implementação de Medidas de Proteção à Segurança e à Saúde dos
Trabalhadores dos Serviços de Saúde, bem como daqueles que exercem atividades
de Promoção e Assistência à Saúde em geral.

Para fins de aplicação dessa NR, entende-se por Serviços de Saúde qualquer
edificação destinada à prestação de Assistência à Saúde da população e todas as

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UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

ações de Promoção, Recuperação, Assistência, Pesquisa e Ensino em Saúde em


qualquer nível de complexidade (BRASIL, 2005)

Os Estabelecimentos de Assistência à Saúde podem expor os profissionais que


ali atuam a várias situações de risco que, muitas vezes, são deixados de lado.

Em muitas situações os profissionais deixam de utilizar os Equipamentos de


Proteção Individual (EPI) mesmo sabendo que sua profissão os expõe a vários
agentes de risco (FAGUNDES, 2009; ROBAZZI, 2004).

Os riscos podem ser biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos.


A convivência com estes riscos predispõe os trabalhadores a se tornarem enfermos
e a sofrerem acidentes de trabalho, quando não adotadas medidas de segurança
(FAGUNDES, 2009; ROBAZZI, 2004).

Frente à possibilidade de exposição a tantos riscos, o Profissional de Saúde deve


ficar atento em cumprir e fazer cumprir a NR-32 nos Estabelecimentos de Saúde,
prestando assistência adequada não só a quem cuida, mas também ao cuidador.

O que se pretendeu aqui não foi esgotar as discussões sobre as Legislações, mas
dar um panorama mínimo das principais Legislações vigentes em nosso país que
regem as ações dos Profissionais de Saúde.

Devemos lembrar que, ao escolher trabalhar nessa Área, a escolha vem reche-
ada de normas e rotinas, necessárias para uma assistência de excelência e para a
GARANTIA DA QUALIDADE DE VIDA.

O Profissional da Área da Saúde não deve ter dúvidas de que está entrando numa
área que é apaixonante, pelas possibilidades de atuação junto ao ser humano, na
qual a atuação profissional pode ser o diferencial na qualidade, no restabelecimento,
na minimização de sofrimento na vida dos respectivos clientes/pacientes.
Explor

Consulte: https://goo.gl/YlaCT

Importante! Importante!

Falamos aqui em Clientes. Hoje, mais do que nunca, a Área da Saúde vive essa relação
de oferta e prestação de serviço, mas esse fato não tira o brilho e a importância das
atividades desenvolvidas na Área, muito pelo contrário; é necessário que possam ver
nessa relação uma forma de controle social no desenvolvimento das atividades que,
certamente, poderão trazer benefícios aos profissionais, por meio da exigência de
condições para a adequada atuação profissional.

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Processo de Negociação
Não é novidade dizer que as Organizações mudaram muito nos últimos anos.
Hoje, o capital é nômade, não tem raízes claras. O lucro nem sempre fica no lugar
onde foi gerado. As organizações buscam atingir metas cada vez mais agressivas, e
menos gente faz com que isso aconteça. Grandes estruturas, poucas pessoas.

A Tecnologia da Informação (TI) possibilitou isso num curto espaço de tempo.


Já é possível a existência de estruturas pequenas operando globalmente e atingindo
resultados inimagináveis até poucas décadas atrás.

A rapidez das mudanças tecnológicas e a abertura comercial no Brasil, a partir


da década de 1990, geraram descompasso cultural.

Nem todos se acostumaram a essas mudanças, mas a adaptação é necessária.

O mundo mudou. As pessoas mudaram. O mercado mudou. E, principalmente,


nossos clientes mudaram.

Hoje, o Mercado se movimenta rápido, e poucos analistas conseguem fazer


previsões que vão além do futuro imediato. Empresas que elaboraram planos de
negócio visando a atingir resultados em cinco ou dez anos são raras, talvez apenas
algumas entre as maiores e mais bem-estruturadas.

Na maioria das situações que vivemos existe algum tipo de negociação. Essas
negociações envolvem não só relacionamentos comerciais, mas, também, os
relacionamentos sociais e familiares.

Negocia-se com os fornecedores sobre as condições de fornecimento, com os


Bancos sobre empréstimos, com os empregados sobre os salários que serão pagos
em determinado período, com os clientes sobre as condições de pagamento, e
assim por diante.

O Processo de Negociação visa a superar possíveis conflitos e, ao mesmo


tempo, obter para a Empresa o melhor resultado possível da negociação.

As Etapas do Processo de Negociação envolvem o planejamento da


negociação, a condução da negociação e o acompanhamento e a avaliação
da informação.

O Planejamento da Negociação
O Planejamento da Negociação envolve as seguintes fases consagradas do
Processo Administrativo:

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UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

• Efetuar um histórico das relações de negociação já efetuadas com a outra parte


(cliente ou fornecedor);
• Analisar as características pessoais do outro negociador (envolvendo o cliente
ou o fornecedor);
• Definir os resultados desejados;
• Definir os objetivos críticos;
• Analisar e definir os objetivos e as necessidades da outra parte (envolvendo o
cliente ou o fornecedor);
• Definir os valores e as motivações do outro negociador (envolvendo o cliente
ou o fornecedor);
• Analisar a relação de forças entre os dois negociadores;
• Determinar quais os pontos que podem constituir conflitos pessoais;
• Selecionar a estratégia e as táticas que serão adotadas na negociação;
• Criar um plano de concessões;
• Simular a negociação;
• Gerar uma melhor opção para uma alternativa não negociada.

A Condução da Negociação
É importante efetuar um bom planejamento da execução da negociação. Todos
os cuidados tomados durante a fase de planejamento podem ser postos a perder
caso sejam cometidos erros na negociação propriamente dita.

Na Condução da Negociação é importante seguir as seguintes fases:


• Criar um clima amigável para a negociação;
• Informar os objetivos da negociação;
• Obter a concordância para o prosseguimento;
• Definir as regras a serem utilizadas;
• Obter informações sobre as necessidades da outra parte;
• Testar a validade das premissas analisadas na fase de planejamento;
• Verificar os valores mais relevantes;
• Descrever o negócio que está sendo proposto;
• Ressaltar os pontos que estão em consonância com os valores descobertos;
• Apresentar os problemas que serão resolvidos com a solução proposta;
• Em todos os tópicos, sempre que surgirem divergências, deve-se procurar
enfrentá-las de modo honesto e aberto;
• Levantar dúvidas potenciais e respondê-las;

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• Prestar atenção aos sinais de fechamento;
• Propor fechamento.

O Acompanhamento e a Avaliação da Negociação


O Acompanhamento e a Avaliação da Negociação podem ser divididos nas
seguintes etapas:
• Montar programa de implantação dos compromissos assumidos;
• Acompanhar os custos e os prazos da implantação;
• Corrigir desvios;
• Comparar a diferença entre os objetivos previstos e os realizados;
• Avaliar os passos utilizados na negociação;
• Fazer uma autoavaliação das atitudes tomadas durante a negociação;
• Avaliar o comportamento do outro negociador;
• Analisar o outro negociador, procurando definir o seu estilo.

Em Síntese Importante!

Vimos o quanto a Legislação na Área da Saúde é importante, além dos seus compo-
nentes, que afetam decisivamente a estratégia e o planejamento das Organizações que
vivem a Saúde.
O Processo de Negociação, por sua vez, deve ser aplicado pelos Profissionais da Área
da Saúde.
A Tecnologia da Informação (TI) deve ser uma ferramenta de apoio estratégico na con-
dução das atividades de Gestão em Saúde, principalmente, no que se refere às atividades
de longo prazo, atendendo aos objetivos empresariais e comerciais da Organização.

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UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Auxiliar de enfermagem comete erro e corta parte do dedo de uma criança.
https://youtu.be/dA3rZoPv2kg
COREN-SP: Documentário sobre a Segurança do Paciente.
https://youtu.be/Pz4EVbbu-EU

Leitura
Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino
ARAUJO, Patrícia Taveira de Brito; UCHOA, Severina Alice Costa. Avaliação da
qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino, Ciênc. saúde
coletiva [online], v.16, s.1, p.1107-1114.
https://goo.gl/8HCGnF
Norma Regulamentadora – NR 32.
https://goo.gl/7NdMf9

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Referências
BRASIL. NR 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. 2005.
Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/
nr_32.pdf>.

CONSELHO Federal de Saúde. Cartilha para orientação dos Conselheiros de


Saúde. Disponível em: <http://www.conselho.saude.sp.gov.br/resources/ces/
cartilha.pdf>. FAGUNDES, G. NR 32. Uma Realidade na Área Hospitalar. Disponível
em: <http://www.ssaguiar.com/Artigos-%7C%7C-Articles/Sa%C3%BAde-e-
Beleza/nr-32-uma-realidade-na-area-hospitalar.html>.

OGUISSO, T.; SCHMIDT, M. J. O Exercício da Enfermagem: uma abordagem


ético-legal. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2010.

OGUISSO, T. Trajetória Histórica e Legal da Enfermagem. Barueri: Manole, 2005.

ROBAZZI, M. L. C. C.; MARZIALE, M. H. P. A Norma Regulamentadora 32


e suas Implicações sobre os Trabalhadores de Enfermagem, Rev. Latino Am.
Enfermagem, Ribeirão Preto, v.12, n.5, out. 2004. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692004000500019&lng=
pt&nrm=iso>.

TRIBUNAL de Contas da União. Orientações para Conselheiros


de Saúde. Disponível em: <http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/
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orienta%C3%A7%C3%B5es%20conselheiros%20da%20sa%C3%BAde_
completo.pdf>.

LIMA, J. S. L. Proposta Metodológica para a Implementação da Reengenharia


de Processos em Empresas dos Segmentos Químico e Petroquímico Brasileiro.
1996. (Dissertação de Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP). São Paulo, 1996.

______. Tecnologia, Novas Formas de Gerenciamento e Desemprego


Industrial. 2003. (Tese de Doutorado) Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP). São Paulo, 2003.

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