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INFORMAÇÕES RELEVANTES:
• Bacharel em Administração e Tecnólogo em Recursos Humanos.
• Especialista em MBA Gestão de Recursos Humanos e desenvolvimento de Ta-
lentos, Especialista em EAD e novas Tecnologias e Especialista em Docência no Ensino
Superior
• UniFatecie, UniFCV, Unicesumar, Unipar, Sociesc, Unicarioca, Uniesp, Faculdade
Dom Bosco .
• http://lattes.cnpq.br/7234096250766043.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
UNIDADE I....................................................................................................... 5
Introdução ao Direito do Trabalho
UNIDADE II.................................................................................................... 27
Duração do Trabalho
UNIDADE III................................................................................................... 47
Direitos Trabalhistas
UNIDADE IV................................................................................................... 85
Extinção do Contrato de Trabalho (Verbas Rescisórias)
UNIDADE I
Introdução ao Direito do Trabalho
Professor Esp. Eudes Cristiano Vargas
Plano de Estudo:
• Legislação Trabalhista Brasileira – CLT
• Princípios do Direito do Trabalho
• Caracterização e Natureza Jurídica
• Espécies: Do empregado; Do empregador
• Direito Coletivo do Trabalho
• Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado
• Contrato de Trabalho por Tempo Determinado
• Acordos Coletivos, Convenção Coletiva, Negociação Coletiva, Dissídios Coletivos e
Sentença Normativa.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar o Direito do Trabalho
• Compreender os tipos de contratos de trabalho e caracterizar os atores envolvidos
• Conhecer as diferenças e o alcance jurídico das normas coletivas do trabalho
5
INTRODUÇÃO
SAIBA MAIS
A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, o qual foi sancionada
pelo presidente Getúlio Vargas. Ela foi assinada pelo então presidente no Estádio de
São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o
feito. Dois anos antes, em 1941, Getúlio havia assinado a criação da Justiça do Traba-
lho, no mesmo local e mesmo dia do ano.
Fonte: https://trt-24.jusbrasil.com.br/noticias/100474551/historia-a-criacao-da-clt
Não é apenas a CLT que versa sobre regras de Direito do Trabalho. Ha várias leis
dispersas versando sobre temas específicos, podendo ser citadas como exemplos:Lei 605,
de 5 de janeiro de 1949, sobre repouso semanal remunerado e remuneração dos feriados;
Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que institui a gratificação de Natal; Lei 5.859, de 11 de
dezembro de 1972, dispondo sobre o emprego doméstico; Lei 5.889, de 8 de junho de
1973, estatuindo normas sobre o trabalho rural; Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, sobre o
trabalho temporário; Lei 7.783,de 28 de junho de 1989, sobre o direito de greve; e Lei 8.036,
de 11 de maio de 1990, sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e mais atualmente
a Lei 13.467/2017 conhecida como a reforma trabalhista, que altera substancialmente a
antiga legislação. (DELGADO, 2011)
Imagem publicação da CLT em Diário Oficial (1943)
Sendo assim, vale explicar que a CLT então, não é uma Lei específica, mas sim um
aglomerado organizado e sistemático de todas as Leis Trabalhistas existentes, e por isso,
sua atualização é constante.
Art. 9º. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Por exemplo, o empregador tem a seu favor os cartões-ponto, que é prova docu-
mental. No entanto, o empregado pode impugná-los por outros meios de prova, como o
testemunhal.
Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação
das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção
ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das au-
toridades competentes.
Art. 447. Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato verbal,
esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados, na confor-
midade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade.
Art. 456. A prova do contrato individual de trabalho será feita pelas anotações cons-
tantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por instrumento escrito e su-
prida por todos os meios permitidos em direito.
Parágrafo único. À falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, en-
tender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a
sua condição pessoal.
Princípio do in dúbio pro operário: a regra do in dubio pro operário foi transpor-
tada de uma regra específica do Direito Penal denominada de in dubio pro reo, tal regra
possui a finalidade de proteger a parte considerada mais frágil na relação jurídica e, no
Direito do Trabalho, conforme vimos anteriormente, a parte mais fraca é o empregado.
Diante disso, deverá ser aplicado de forma inversa o princípio vigente no direito comum.
Essa regra aconselha o intérprete a escolher, entre duas ou mais interpretações viáveis, a
mais favorável ao trabalhador, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador,
nem se trate de matéria probatória (ALCANTARA, 2016). Entretanto, a aplicação de tal
regra suscita algumas dificuldades, haja vista não ser possível a sua aplicação de forma
generalizada e incontida. Para que seja possível a aplicação do in dubio pro operário, tor-
na-se necessária a observância de certas condições.
Por fim, empregador é quem dirige a prestação de serviço (grifo meu), ou seja,
o ente que tem o poder de Direção e de Comando, a parte da relação que pode contratar
e demitir, assim como controlar. A submissão é a característica essencial deste requisito
(CLT, 2019).
Já quando nos voltamos a analisar o conceito e compreensão de empregado, este
obrigatoriamente deve ser enxergado como uma pessoa física, pois, se pensarmos em
uma relação entre duas pessoas jurídicas, logo, teremos necessariamente uma relação
comercial, onde o Direito do Trabalho não atua.Conforme a definição do CLT:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de em-
prego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico
e manual. (CLT, 2019)
Neste caso específico fica claro que o conflito é totalmente particular e não influencia
de nenhuma maneira a vida social, por isso, chamamos de Direito Privado. (NASCIMENTO,
2011)
Já o Direito Público envolve a parte pública, as esferas públicas ou ainda questões
de ordem pública, vamos exemplificar, imagine que uma pessoa assassina a outra por
REFLITA
A Lei 13.467/2017 (reforma Trabalhista) trouxe a possibilidade de terceirização das
atividades fins da empresa. Isso é bom ou ruim para os empregados?
SAIBA MAIS
O trabalho considerado Temporário se enquadra na primeira hipótese de Contrato de
Trabalho por Prazo Determinado, que tem como conceito o art. 2º da Lei 6.019/74:
“Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para
atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente
ou à acréscimo extraordinário de serviços”.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L6019.htm>.
Fonte: o autor.
Prezado(a) Acadêmico(a)
LIVRO
• Título: Curso de Direito do Trabalho
• Autor: Mauricio Giodinho Delgado
• Editora: LTR
• Sinopse: O Curso de Direito do Trabalho, de Mauricio Godinho
Delgado, é produto de sólida formação e experiência jurídicas, as-
sociando, na medida ideal, consistência teórica e espírito prático.
Resulta, desse modo, em contribuição doutrinária diferenciada,
que se torna imprescindível aos profissionais do Direito no Brasil.
FILME/VÍDEO
• Título: Germinal
• Ano: 1993
• Sinopse: Durante o Século XIX, os trabalhadores franceses eram
explorados pela aristocracia burguesa, que dava condições mise-
ráveis para seus empregados. Em uma cidade francesa, os mine-
radores de uma grande mineradora, decidem realizar uma greve e
se rebelam contra seus chefes, causando o caos.
Plano de Estudo:
Jornada de Trabalho
Intervalo para Descansos
Repouso Semanal Remunerado
Trabalho Noturno
Férias
Atestados Médicos, Faltas Justificadas e Atrasos Constantes e Saídas Antecipadas
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a jornada de trabalho e seus descansos
• Compreender o trabalho noturno
• Estabelecer os reflexos existentes nas faltas e atrasos
27
INTRODUÇÃO
Caro(a) Acadêmico(a),
É com enorme prazer que nos encontramos novamente nesta unidade, anterior-
mente você já pode compreender um pouco mais profundamente sobre o Direito do Traba-
lho, assim, nesta unidade trataremos mais especificamente sobre a duração do trabalho,
portanto, abordaremos diferentes assuntos que se conglomeram sobre este guarda chuva.
Primeiramente discutiremos sobre a jornada de trabalho, que definitivamente não
pode ser confundida com horário de trabalho, pois são coisas diferentes, enquanto uma
está voltada à contagem de tempo de trabalho, a outra se refere ao combinado entre às
partes em uma relação de emprego.
Em continuidade à nossa jornada abordaremos os intervalos obrigatórios em uma
relação de emprego. Falaremos nos intervalos que devem ser cumpridos dentro da jornada
de trabalho, inclusive com a entrada em vigor da Lei 13467/2017, que alterou a possibilida-
de desses intervalos, além disso, também examinaremos o tempo mínimo que deve existir
entre uma jornada e outra de trabalho.
A seguir, vamos articular sobre o Repouso Semanal Remunerado, esse é um direito
assegurado ao trabalhador que garante que o mesmo receba, semanalmente, um dia de
descanso sem que seja descontado de seu salário, desde que o trabalhador não perca sua
assiduidade.
Também discorreremos sobre o trabalho noturno (este sim vinculado ao horário de
trabalho), apontando as diferenças deste horário ao horário diurno de trabalho.
As férias que representam o momento obrigatório de descanso ao trabalhador,
como deve ser realizada, pode ser dividida em períodos? Pode ser “vendida”? Isso e muito
mais você poderá acompanhar mais adiante.
Por fim falaremos sobre os atestados médicos, as faltas justificadas, e também
sobre as saídas e entradas fora do horário de trabalho, indicando se estes interferem ou
não na remuneração do trabalhador.
Interessado(a)? Vamos lá!
Note-se que a CLT estabelece a seguinte expressão: “desde que não seja fixado
expressamente outro limite”. Trata-se de limite máximo, pois não se permite que as partes
(empregador e empregado) estabeleçam uma jornada superior a 8 (oito) horas diárias,
sendo, permitido apenas a fixação em jornada inferior, em atenção ao princípio da proteção
ao empregado (DELGADO, 2017).
Para se compreender o conceito de jornada de trabalho, devem ser analisadas três
teorias diferentes: o tempo efetivamente trabalhado, o tempo a disposição do empregador
e o tempo in itinere, visto que doutrinamente o Direito do Trabalho reconhece essas três
formas de computo (DELGADO, 2017).
A primeira teoria, a do tempo efetivamente trabalhado, não considera as paralisa-
ções do empregado, mas sim apenas o tempo em que ele efetivamente presta serviços ao
empregador. Tal teoria não se aplica na legislação brasileira (MARTINS, 2011). Lembrando
que a Lei 13.467/2017 trouxe a pauta uma discussão sobre esse tempo efetivamente traba-
lhado, pois alterou o Art 4º da CLT o qual incluiu o seguinte:
Veja que ela aponta que o tempo de descanso e lazer do trabalhador dentro da
organização não será contabilizado como jornada de trabalho, porém não especifica o que
seria as atividades de descanso e lazer, o que pode ser entendido como apenas aquele
bate papo entre companheiros à beira do cafezinho.
A segunda teoria, a do tempo à disposição do empregador, considera ajornada
A princípio, em uma primeira análise literal do artigo, pode-se concluir que o tempo
in itinere foi suprimido dos direitos do trabalhador, principalmente aqueles trabalhadores
que dispendem tempos para se locomoverem até seu posto de trabalho, como é o caso por
exemplo de trabalhadores rurais.
Porém em uma análise mais sistemática da legislação, podemos visualizar que a
regra não foi suprimida, mas sim integrada à regra geral. Veja a seguir:
Analisando o Art 4º de forma sistemática temos que é computado como tempo a
disposição, aguardando ou executando ordens e no seu parágrafo 2º estipula claramente,
conforme vimos anteriormente, as exceções previstas, a qual não expressa em nenhum
momento o gasto de tempo em transporte, portanto temos aí a primeira contradição e in-
compatibilidade sistêmica, na medida em que o artigo 4º da CLT (norma que estabelece
uma regra geral) não dialoga com o artigo 58, parágrafo 2º da CLT (norma específica e
Além disso, outros artigos não modificados pela Lei 13.467/2017 dão reforço à essa
sustentação, visto que o Art 238 parágrafo 3º, da CLT preceitua que
§ 3º No caso das turmas de conservação da via permanente, o tempo efetivo
do trabalho será contado desde a hora da saída da casa da turma até a hora
em que cessar o serviço em qualquer ponto compreendido centro dos limites
da respectiva turma. Quando o empregado trabalhar fora dos limites da sua
turma, ser-lhe-á também computado como de trabalho efetivo o tempo gasto
no percurso da volta a esses limites. (CLT, 2019)
Não obstante, o Art 294 que determina o trabalho em minas de solo também reco-
nhece o direito do tempo gasto em deslocamento desses trabalhadores.
Enfim, o tempo in itinere ainda é muito discutido e questionado, visto que ainda
não tivemos tempo para que o mesmo fosse amplamente debatido e também avaliado por
turma do TST já com a nova redação. Somente teremos o resultado final, após apreciação
de algum processo que chegue com esse debate ao TST, o qual dará o parecer final sobre
o assunto.
São períodos de descanso que tem como objetivo fazer com que o empregado
possa se recompor, evitando o cansaço excessivo, que pode causar prejuízos a sua saúde,
bem-estar e segurança. (CLT, 2019)
O intervalo para descanso pode ser conceituado como o período de ausência de
trabalho, destinado ao repouso e a alimentação do empregado, podendo ocorrer no curso
da jornada de trabalho ou entre uma jornada de trabalho e outra (GARCIA, 2011).
Podemos classificar os tipos de descanso do trabalhador em 3 (três) diferentes,
sendo intrajornada, interjornada e semanal (este último versaremos um tópico específico).
O Descanso Intrajornada já foi motivo de muita discussão, visto que poderia des-
Quando o empregado trabalha menos de quatro horas diárias, não será obriga-
tória a concessão de nenhum intervalo. Se o empregado presta serviços entre quatro até
seis horas diárias, será obrigatório um intervalo de 15 minutos. Se a duração do trabalho
exceder seis horas, e obrigatório o intervalo intrajornada de, no mínimo, uma hora e, no
máximo, duas horas. Tal limite máximo pode ser ultrapassado mediante acordo escrito,
acordo coletivo ou convenção coletiva.
REFLITA
Ao trabalhar além da jornada comum, o trabalhador recebe horas extras, porém, muitos
estão trabalhando excessivamente para poder ganhar um valor maior de salário. Isso é
bom ou ruim ao longo do tempo?
O intervalo não pode ser concedido no início da jornada, já que não representa
pausa para o repouso, visto que o trabalho sequer começou. Ainda não pode ser fracionado
em várias vezes durante o dia. Deve corresponderá um período mínimo de 15 minutos ou
uma hora, de forma contínua. O intervalo deve ser de, no mínimo, uma hora, podendo ser
superior a esse horário, até duas horas. Dessa forma, caberá ao empregador escolher
A Lei no 11.603, de 5 de dezembro de 2007, em seu art. 1o, alterou o art. 6o da Lei
no 10.101/2000, passando a vigorar a seguinte redação:
Art. 6o. Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio
em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I,
da Constituição.
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo me-
nos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeita-
das as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas
em negociação coletiva (NR) (Lei 11.603/07).
Assim, pode-se concluir que a Lei no 10.101/2000 autoriza o trabalho aos domingos
no comércio em geral, observado o art. 30, inciso I, da Constituição, de acordo com o qual,
compete aos Municípios “legislar sobre assuntos de interesse local”, independentemente de
autorização em acordo (individual ou coletivo), convenção coletiva, regulamento, decreto,
portaria ou qualquer outra norma.
Entretanto deve ser observada a regra do parágrafo único desse art. 6o, que o
repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez, no período máximo
de três semanas, com o domingo. Com relação ao repouso semanal remunerado, embora o
Trabalho Noturno
Assim sendo, o Art 73 da CLT declara que o trabalhador que realiza tarefas em
horário noturno deve receber um valor adicional, como assim está exposto:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua re-
muneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre
a hora diurna.
Considerando que o trabalho noturno deve ter uma remuneração maior que o diur-
no, o empregado noturno deve receber um adicional pelo trabalho noturno; e esse adicional
não se refere a jornada extraordinária, mas pelo simples trabalho em horário noturno.
Segundo a CLT, o percentual do adicional noturno deve ser de, pelo menos, 20%
(vinte por cento) a mais que o diurno, logo, nada obsta que negociações coletivas fixem um
percentual maior do que o previsto na CLT.
Se, por acaso, o trabalhador de jornada noturna passar a trabalhar em jornada
diurna, perde o direito ao recebimento de tal adicional, não configurando sua supressão,
em redução indevida do salário. Assim, é possível que a remuneração do trabalhador nesse
caso seja reduzida, nos termos do Enunciado n. 265 do TST.
Além disso, o trabalho noturno, novamente por ser trabalho de ordem em desa-
cordo com o padrão natural de sobrevivência humana, deve ser computado como jornada
reduzida, conforme dispõe “Art. 73. (...) § 1º A hora do trabalho noturno será computada
como de 52 minutos e 30 segundos.”
A jornada reduzida significa um benefício complementar ao empregado, ou seja, o
empregado que trabalha em jornada noturna deve ser privilegiado, tanto com o pagamento
do adicional, como da jornada reduzida, conforme Súmula do STF:
“Súmula n. 215 (STF). A duração legal da hora do serviço noturno (cinqüenta e dois
minutos e trinta segundos) constitui vantagem suplementar, que não dispensa o salário
adicional.”
Veja então, acadêmico(a) que no trabalho noturno além do adicional noturno, o
empregado noturno também se beneficia da jornada reduzida, pois a hora do trabalho
noturno é computado como de 52 minutos e 30 segundos e não como de 60 minutos, o que
representa uma jornada de 7 (sete) horas diárias.
Férias
Férias é o período do contrato de trabalho em que o empregado não presta servi-
ços, mas aufere remuneração do empregador, após ter adquirido o direito no período em
que foram despendidas energias no trabalho.
Trata-se de um direito irrenunciável, não podendo o empregado dispor de suas
férias, ainda que por vontade própria e consciente. (NASCIMENTO, 2017)
Conforme determina a CLT, no art. 129, “Todo empregado terá direito anualmente
ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (BRASIL,1943), ou seja,
caro(a) aluno(a), depois de transcorrido 12 meses de serviço prestado pelo empregado,
o mesmo terá direito a 30 dias de descanso, sem qualquer desconto do seu salário, esse
Com isso, caro(a) aluno(a), podemos interpretar que a empresa poderá conceder
férias ao seu empregado de forma fracionada quando houver uma necessidade imperiosa,
ou seja, força maior, serviços inadiáveis ou de inexecução com prejuízo. Além disso, cum-
pre registrar que os empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos não podem ter
seus períodos de férias fracionados, com base no §2º, art. 134 CLT.
Mais uma vez, antes de falarmos diretamente sobre os conteúdos principais desse
tópico precisamos compreender melhor um conceito, o absenteísmo.
O absenteísmo é derivado de uma palavra de origem latim (absens) que significa
“estar fora, afastado ou ausente”, de modo geral a compreensão do absenteísmo está
ligada ao fato de se abster de algo (seja com ou sem vontade própria), portanto, qualquer
ausência do empregado de seu posto de trabalho é considerada como absenteísmo. O
absenteísmo gera impactos negativos para a organização (diminui produtividade, gera am-
biente de desconfiança, etc), porém é necessária uma análise dessa abstenção, ou seja,
verificar qual foi a causa principal que fez com que o empregado se absteve de seu posto
de trabalho.
A própria legislação já prevê o absenteísmo em seu corpo, e assim como fizemos
anteriormente, precisamos analisar de forma sistemática e não apenas o artigo fora de
contextualização. Veja que no art 473 da CLT é elencado as possibilidades de ausência do
empregado sem prejuízo salarial.
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo
anterior, a ausência do empregado: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,
de 13.4.1977)
I - nos casos referidos no art. 473; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
13.4.1977)
Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de mater-
nidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-mater-
nidade custeado pela Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 8.921,
de 25.7.1994)
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art.
133; (Redação dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993)
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver deter-
minado o desconto do correspondente salário; (Incluído pelo Decreto-lei nº
1.535, de 13.4.1977) (grifo meu)
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo
ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e (Incluído
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III
do art. 133. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Veja que como disse anteriormente, o art 392 dispõe exclusivamente sobre a em-
pregada gestante. Você deve estar se perguntando se o atestado médico então não dá
direito de ausência justificada, não é mesmo? A resposta é sim, ele dá direito a ausência
Veja que a legislação prevê a saída adiantada ou entrada tardia, porém com res-
salvas, desde que seja até cinco minutos antes ou depois e que não ultrapasse 10 minutos
ao total do dia. Ainda que pese a legislação clara e objetiva sobre o assunto, existe ainda
a possibilidade de interpretação diferente, visto que a legislação é mais antiga e após o
advento da Portaria 1510/09 que passou a vigorar em 2011 sobre o uso de relógio de ponto
eletrônico.
SAIBA MAIS
Quer conhecer mais sobre as regras do Relógio Ponto Eletrônico (REP)? Acesse a Por-
taria na íntegra e se informe.
http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P1510_09.html
Tal Portaria exigiu que o equipamento tenha estabilidade de horário e ainda carga
mínima de 1.440h sem energia elétrica, assim se interpretarmos que a variação de horário
de 5 minutos por diferença de um relógio para outro, no REP isso não se justifica, desde
que a diferença de horário (para mais ou menos) tenha a mesma regra para ambos os
lados, ou seja, se o trabalhador chegar 2 ou 3 minutos adiantados seja considerado pelo
empregador, se acaso ocorra o contrário, chegando atrasado poderá ser descontado.
Acadêmico(a),
Chegamos ao final de mais uma unidade, mais uma etapa na construção concreta
de seu conhecimento acerca da legislação trabalhista brasileira. Nesta unidade, estuda-
mos como deve ser feita a jornada de trabalho do empregado, aliás foi muito importante
trabalharmos a diferenciação de jornada de trabalho e horário de trabalho, assim podemos
identificar que a jornada é a contagem de tempo, independente do momento em que o
trabalho é realizado, mas também vimos que o horário a ser realizado influenciará no tama-
nho da jornada, visto que o trabalho desenvolvido em período noturno têm uma contagem
diferenciada de horas relógio.
Visto isso, passamos a analisar a duração da jornada de trabalho bem como os
intervalos existentes, sendo eles o intervalo intrajornada e interjornada. A jornada deve
durar, no máximo, de acordo com a Constituição Federal (BRASIL, 1988), 8 horas diárias.
O que for feito além já é considerado como hora extraordinária.
Vista a jornada de trabalho e seus intervalos, analisamos, por fim, o repouso se-
manal remunerado. O repouso semanal remunerado e de direito do empregado para que,
nesse dia, possa recompor suas forças, descansar e voltar ao trabalho com toda a vontade
e entusiasmo, produzindo o necessário para o empregador.
Ao analisarmos o trabalho noturno, pudemos identificar que o esforço para realizá-
-lo é maior, pois biologicamente, o corpo humano necessita de adequação não natural para
esse tipo de trabalho, assim, é devido ao empregado um adicional, assim como o tempo
relógio é contado de maneira diferenciada.
Após isso, debatemos sobre as férias, o período de descanso obrigatório da todos
os trabalhadores e que não podem de maneira nenhuma ser suprimida, pois trata-se de
um direito fundamental previsto na Constituição Federal, mesmo que seja desejo do tra-
balhador, este não pode abrir mão do gozo de suas férias. Também vimos que o direito de
férias dependerá da quantidade de faltas injustificadas que o empregado teve no período
aquisitivo, sendo este responsável pela garantia do direito de férias e o período concessivo
o período em que o empregador deve conceder o gozo do direito ao trabalhador.
Por fim discutimos sobre os Atestados Médicos, Faltas Justificadas e Atrasos Cons-
tantes e Saídas Antecipadas, apresentando as possibilidades de identificação das faltas
justificadas e como estas podem refletir nos direitos trabalhistas.
LIVRO
• Título: Consolidação das Leis Trabalhistas
• Autor: Legislação do Brasil
• Editora: Publicação Independente
• Sinopse: A edição reproduz o texto da ‘Nova CLT’ com todas alte-
rações promovidas até o advento da lei 13.767/2018
FILME/VÍDEO
• Título: Eu, Daniel Blake
• Ano: 2016
• Sinopse: Após sofrer um ataque cardíaco e ser desaconselhado
pelos médicos a retornar ao trabalho, Daniel Blake (Dave Johns)
busca receber os benefícios concedidos pelo governo a todos
que estão nesta situação. Entretanto, ele esbarra na extrema
burocracia instalada pelo governo, amplificada pelo fato dele ser
um analfabeto digital. Numa de suas várias idas a departamentos
governamentais, ele conhece Katie (Hayley Squires), a mãe sol-
teira de duas crianças, que se mudou recentemente para a cidade
e também não possui condições financeiras para se manter. Após
defendê-la, Daniel se aproxima de Katie e passa a ajudá-la.
Plano de Estudo:
• Aviso Prévio
• FGTS
• INSS
• Aposentadoria
• Seguro-Desemprego
• Vale-Transporte
• Acidente de Trabalho
• Denominação e Classificação das Remunerações
• Tipos Especiais das Remunerações
• Verbas Salariais
• 13º Salário
• Salário Mínimo
47
INTRODUÇÃO
Olá Acadêmico(a),
Um prazer especial que você tenha chegado até aqui neste desafio. A legislação
trabalhista brasileira é sem dúvida alguma complexa, porém, abrange uma diversidade
imensa, não à toa é reconhecida mundialmente como uma das melhores legislações traba-
lhistas do mundo.
Nesta unidade vamos nos aprofundar ainda mais nos direitos trabalhistas, ante-
riormente nos esforçamos em manter o foco na jornada de trabalho, já nesta aqui nos
mantermos concentrados nos direitos cotidianos do trabalhador.
Já no início da unidade, abordaremos o aviso prévio, enfatizando em suas 3 ver-
tentes: I aviso como ato, II aviso como tempo e III aviso como remuneração, mas será
que durante a vigência do aviso prévio o empregado pode ser demitido por justa causa? É
possível reverter o aviso prévio? Essas e outras dúvidas você poderá sanar nesta unidade.
Depois disso, discutiremos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que
garante ao trabalhador uma poupança ao longo de sua vida laboral, e claro também sobre
o INSS que é a contribuição do segurado para a Previdência Social, entender a diferença
entre eles é fundamental para sua vida profissional.
E já que falamos sobre o INSS, também vamos dialogar sobre a aposentadoria,
será que conseguiremos nos aposentar no futuro? Como a aposentadoria funciona? Tire
suas próprias conclusões ao analisar estes textos e nossas aulas.
Também mostraremos muitas informações sobre o Vale transporte, Seguro desem-
prego e os acidentes de trabalho, nos quais você poderá interpretar e compreender melhor
esses e suas influências na organização.
Por fim abordaremos os direitos referentes às remunerações, você sabia que re-
muneração e salário são coisas diferentes? Sabia que os salários podem ser de diferentes
maneiras, o salário produção por exemplo, não existe um salário mensal, mas sim pela
produtividade do trabalhador.
Enfim teremos muitas informações nesta unidade, espero você com toda a empol-
gação para desvendá-las.
Um abraço
Veja, caro acadêmico (a) que precisamos levar em consideração que o aviso prévio
tem uma interpretação tripla, ou uma visualização triangular, pois ele deve ser considerado
do ponto de vista da ação de comunicação em si; ele é temporal, visto que se refere ao
tempo de trabalho que ocorrerá após a comunicação, assim como também se refere à
remuneração recebida neste período (trabalhado ou indenizado), a seguir apresento uma
representação gráfica para melhor compreensão (NASCIMENTO, 2011).
Art. 487. Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, qui-
ser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a ante-
cedência mínima de:
I - 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior;
II - 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham
mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa.
Veja que a norma estipula que é obrigatório a comunicação apenas nos casos em
que o contrato não tenha prazo estipulado, ou seja, conforme vimos anteriormente a Lei se
aplica nos contratos por prazo indeterminado (que é regra) não sendo obrigatório portanto o
aviso prévio nos contratos por prazo determinado (exceção), assim como só será aplicado
se não houver justo motivo para o desligamento, assim fica claro que, havendo motivo
justificado (justa causa), o aviso prévio não se aplica (CLT, 2019).
Quanto ao tempo, convém destacar que, durante o cumprimento do aviso prévio,
ainda existe um contrato de trabalho, sendo regulado da mesma forma como vinha sendo
executado anteriormente ao comunicado, inclusive, quanto à possibilidade de rescisão por
justa causa do empregado ou do empregador.
Conforme prevê o Art 487 da CLT, o prazo é de 8(oito) dias para o trabalhador
que recebe semanalmente, cumpri-nos informar que, apesar da CLT prever este prazo
legalmente existe o entendimento uniforme na jurisprudência que admite apenas o prazo
de 30 (trinta) dias antecedentes ao término do contrato, ademais, com o advento da Lei
Assim, perceba que tal norma não difere qualquer tipo de recebimento, apenas
estipula que qualquer trabalhador com menos de 1 (um) ano de trabalho. Esta mesma Lei
ainda em seu 1º Art institui também a proporcionalidade de dias para o aviso prévio, com
isso, “Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.”, ou seja, além dos trinta dias já estipulado
pelo Art 487 da CLT tal norma (L12506/2017) acrescenta 3(três) dias a cada ano completo
trabalhado pelo funcionário na mesma empresa, no total máximo de 90 dias.
REFLITA
Seria correto caso uma das partes peça a rescisão do contrato de trabalho e depois se
arrepender e quiser retornar à relação laboral normal?
FGTS
INSS
Aposentadoria
SAIBA MAIS
Os cálculos de aposentadoria são complexos, pois existem regras diferentes para cada
tipo de aposentadoria, se quiser conhecer mais sobre como calcular as aposentadorias
acesse https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao/va-
lor-das-aposentadorias/
Seguro Desemprego
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; (CF, 1988)
Este benefício é repassado pela Caixa Econômica Federal, e pago por um período
que varia de três a cinco meses, de forma alternada ou contínua. A quantidade de parcelas
e o valor do seguro-desemprego são calculados a partir dos últimos três salários recebidos
pelo trabalhador e o tempo de carteira assinada, respectivamente.
Tem direito ao recebimento do seguro desemprego os trabalhadores demitidos sem
justa causa, que permaneçam desempregados na data de requerimento do benefício, que
tenham trabalhado com carteira assinada, na primeira solicitação devem ter trabalhado
ao menos 12 meses dos últimos 18 meses anteriores a dispensa, da segunda solicitação,
que tenham trabalhado ao menos 9 meses nos últimos 12 meses anteriores a dispensa,
não possuir renda própria e não estar recebendo nenhum auxílio de prestação continuada
(exceto pensão por morte ou auxílio acidente). Importante lembrar que a solicitação deve
acontecer do 7º ao 120º dia após a dispensa, após este período o benefício é perdido pelo
indivíduo, pois o mesmo prescreve.
O cálculo segue a tabela definida pela legislação e atualizada anualmente, neste
momento a tabela é como segue:
Média salarial até R$ 1.531,02 – 80% dos três salários ou salário mínimo.
Média salarial entre R$ 1.531,03 à R$ 2.551,96 – 50% do que exceder R$ 1.531,02
somado a R$ 1.224,82
Média salarial acima de R$ 2.551,96 – parcela fixa de R$ 1.735,29
Fonte: o autor
Neste caso especifico então, o valor da parcela será de R$ 1.432,27, sendo que
o total de parcelas também seguirá uma métrica que tem como variáveis a quantidade de
tempo trabalhado pelo empregado assim como a historicidade de solicitações de seguro
desemprego pelo empregado.
== 1ª Solicitação:
4 Parcelas – De 18 – 23 meses trabalhados;
5 Parcelas – A partir de 24 meses.
== 2ª Solicitação
3 Parcelas – De 9 – 11 meses de trabalho;
4 Parcelas – De 12 – 23 meses de trabalho;
5 Parcelas – A partir de 24 meses.
== 3ª Solicitação
3 Parcelas – De 6 – 11 meses de trabalho;
4 Parcelas – De 12 – 23 meses de trabalho;
5 Parcelas – A partir de 24 meses.
Acidente de Trabalho
De forma geral, todos os tipos de acidentes não são bem-vindos. A origem da pala-
vra “acidente” está relacionada a ideia de acaso. Assim, originalmente, a ideia de acidente
e um evento que não pode ser previsto. Ele e algo indesejável, pois não gostamos de sofrer
perdas, sejam elas humanas ou materiais. Em particular, o acidente do trabalho e um tipo
de acidente que ocorre no desenvolvimento das atividades laborais.
O conceito legal de acidente do trabalho, aqui no Brasil, e definido pela Lei Federal
8.213/91. Vejamos:
Art. 19. Acidente do trabalho e o que ocorre pelo exercício do trabalho a ser-
viço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991,
on-line).
Nesse sentido, podemos concluir, com base no texto legal, que além do salário,
fazem parte integrante as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para
viagens e abonos pagos pelo empregador. Diante desse contexto, o que é a Remuneração,
também citada pela legislação?
Explico, caro(a) aluno. Quando estamos falando de remuneração, considera-se a
soma de tudo o que é pago ao empregado além do salário e, nesse conceito, podemos citar
alguns exemplos: as horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional
de periculosidade, premiações, gratificações, bonificações, benefícios, ajuda de custo entre
outros, isto é, trata-se do valor bruto da folha de pagamento do empregado.
Fazendo referência a esse objeto, Martins (2009, p.12) afirma que
Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo em-
pregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, pro-
venientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de
trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades básicas e de sua família.
Salário por tempo: é o salário pago pelo tempo trabalhado ou pela disponibilidade
ao empregador, como dissemos na unidade anterior, quando falamos em tempo à dispo-
sição do empregador, esse é o tipo de salário mais comumente utilizado no mercado de
trabalho.
Contudo, tal forma de pagamento apresenta alguns problemas. São eles:
I) e impreciso, porque remunera da mesma forma qualquer classe e quantidade de
trabalho, tanto o trabalhador mais ativo, hábil, como o incapaz, ambos recebendo a mesma
coisa; II) e injusto, não só porque remunera igualmente esforços desiguais, como também
porque se o trabalhador aumenta o esforço, o empregador beneficia-se com um preço de
custo diminuído, sem que o trabalhador participe dessa vantagem; e III) não favorece o
rendimento, porque o trabalhador não tem interesse no resultado.
Salário por produção: Salário pago pela capacidade de produção do trabalhador,
tipo de salário baseado no critério de homo economicus, pois é calculado com base no
número de unidades produzidas pelo empregado. Cada unidade produzida é retribuída com
um valor fixado pelo empregador antecipadamente. O pagamento é efetuado calculando-se
o total das unidades multiplicado pela tarifa unitária.
Este tipo de salário é extremamente criticado por duas razões, primeiro: força o tra-
balhador a exaurir suas forças em busca de maior remuneração, segundo: não garante uma
remuneração mínima caso o trabalhador não consiga atingir certo nível de produção, neste
caso, a Constituição Federal (e algumas convenções coletivas) asseguravam um salário
piso (mínimo) porém com a nova regra prevista na Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista),
esta garantia foi extraída, dependo exclusivamente de negociação de convenção coletiva.
Salário por tarefa: Salário por tarefa e aquele pago com base na produção do
empregado, mas, pela economia de tempo, há uma vantagem. O empregado ganha um
acréscimo do preço da tarefa ou é dispensado, quando cumpre as tarefas do dia, antes
restante da jornada.
Salário em dinheiro: O salário deve ser pago em dinheiro, em moeda corrente. A
principal razão para ser feito em dinheiro é evitar o pagamento em vales, cupons, bônus,
Verbas Salariais
Adicional de Insalubridade
Além disso, destaco para você aluno(a) que atualmente as empresas que possuem
locais de trabalho insalubres, se necessitarem prorrogar a jornada de trabalho (horas ex-
tras), deverão requerer antecipadamente a autorização junto ao Ministério do Trabalho e
Emprego - que não deverá ultrapassar o prazo máximo de 05 anos, sob pena de incorrer
em multa administrativa, de acordo com a Portaria.702/2015.
Adicional de Periculosidade
Diferentemente da insalubridade, onde o risco está na debilidade da saúde do
trabalhador, a periculosidade está pautada no perigo eminente de perder a vida. De acordo
com o art. 193 da CLT, temos:
Caro(a) aluno(a), perceba que enquanto perdurar a situação que não tenha caráter
meramente eventual, o empregado fará jus ao salário contratual do substituído. Nesse
caso, para entender o termo (não tenha caráter meramente eventual) Vólia Bomfim Cassar
(2012, p. 931) esclarece que substituição provisória “É aquela que acontece por evento
previsível de acontecimento aproximado e com frequência. As férias se caracterizam em
evento previsível e frequente entre os empregados”.
Portanto, com a situação apresentada de início, podemos concluir que o(a) Analista
de Recursos Humanos não teria direito de receber o Salário Substituição, uma vez que a
ausência do(a) Gerente de Recursos Humanos é de caráter eventual.
Por outro lado, caso a ausência não fosse eventual, esse empregado passaria a ter
direito de receber o Salário Substituição, calculado da seguinte forma:
Ainda, vale mencionar que caso o cargo ocupado passe a ficar vago, o empregado
não tem direito ao salário do empregado antecessor, podendo o empregador estabelecer
salário diferente ao funcionário que passou a ocupar a função de forma definitiva.
SAIBA MAIS
Com a publicação da Lei 13467/2017 a incorporação da gratificação por cargo de con-
fiança e manutenção da mesma, fica invalidada.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente,
que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva
função.” (NR)
Fonte: o autor.
Podemos perceber, caro(a) aluno(a), que a legislação trabalhista lhe oferece diver-
sas possibilidades de estabelecer uma jornada de trabalho, todavia, é preciso atentar-se
que caso esta jornada extrapole o limite previsto no art. 59 da CLT, fica a empresa compe-
lida a pagar ao seu empregado essa hora excedente, com acréscimo de no mínimo 50%
(cinquenta por cento) do valor da hora normal, conforme determina o art. 59, § 1 da CLT.
Hora Extraordinária é definida como qualquer hora trabalhada que exceda os
limites estabelecidos por Lei – neste caso 8 horas diárias como vimos em nossa unidade
I – ou seja, se entendermos que qualquer hora que exceda o limite estipulado por Lei, como
sendo qualquer tempo a mais das horas normais de trabalho, então, faz-se necessário que
se avalie diariamente a jornada de trabalho de cada empregado. A hora extraordinária é
compreendida como um fator de excesso de trabalho ao empregado e por isso deve ser
paga diferencialmente que uma hora normal de trabalho.
Dentro desse princípio de pagamento diferenciado, a CLT em seu Art. 59 preconiza
que “a remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento)
superior à da hora normal”, porém a Constituição Federal também abarca essa questão e
enfatiza em seu Art. 7º que “o percentual é de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre
a hora normal” (art. 7º, XVI), levando em consideração a sempre nos atentar que quando
houver divergência entre as normas, obrigatoriamente será cumprida a que melhor satis-
fizer as necessidades do empregado, portanto, o pagamento mínimo da hora extra é 50%
maior que a hora normal. Lembrando que é de extrema importância que acompanhemos
as normas específicas publicadas na convenção coletiva de cada categoria, pois alguns
sindicatos instituem percentuais diferenciados. Mas como fazemos essa conta, então?
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3º Passo = Multiplicar o valor da hora extra pela quantidade de horas extras realiza-
das
= 6,83 x 2 horas extras = R$ 13,66 (Valor da Hora Extra a ser paga na Folha de Paga-
mento).
Além do pagamento das horas extras, o empregado também deverá efetuar o paga-
mento do Reflexo do Descanso Semanal Remunerado, conforme determina a Súmula 172
do Tribunal Superior do Trabalho (TST), “Computam-se no cálculo do repouso remunerado
as horas extras habitualmente prestadas”.
O Reflexo sobre o Descanso Semanal Remunerado é direito do empregado e este
deve ser remunerado como se trabalhado fosse, portanto, se o empregado tivesse traba-
Jornada Noturna
Com base na hora noturna reduzida, ficou definido que 07 horas de trabalho duran-
te o período noturno, equivale a 08 horas de trabalho durante o período diurno, conforme
observa-se na tabela abaixo:
Adicional Noturno
Agora que aprendemos sobre a Jornada Noturna, você aluno(a), deve compreender
que a preocupação do legislador não se restringe apenas ao horário reduzido, mas também
ao fato de haver uma compensação financeira quanto ao desgaste do trabalho noturno,
denominado ADICIONAL NOTURNO.
Nesse sentido, o caput do art. 73 da CLT estabelece:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remu-
neração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a
hora diurna.(BRASIL, 1943, on-line).
Informações Fictícias
Salário: R$ 1.000,00
Jornada Mensal: 220:00 horas
Percentual do Adicional de horas extras: 50%
Percentual do Adicional Noturno: 20%
Horas Extras Noturnas Realizadas: 20 horas
Descanso Semanal Remunerado: 25 dias úteis / 5 domingos e feriados
FÉRIAS
Férias: R$ 1.500
1/3 Constitucional de Férias: R$ 500,00 (R$ 1.500,00 ÷ 3)
Aluno(a), vamos iniciar os estudos do tema que na prática todos gostam, a Grati-
ficação Natalina ou como todos conhecem, o “13º Salário”. Para facilitar o entendimento,
vamos utilizar nesta Unidade a expressão “13º Salário”, combinado?
Em um breve histórico legal, o 13º salário foi inserido na atual legislação em 1962
pela publicação da Lei nº 4.090, alterada posteriormente pela Lei nº 4.749, de 12 de agosto
de 1965 e, em seguida, Regulamentada pelo Decreto nº 57.155 de 03 de novembro de
1965.
De acordo com José Augusto Rodrigues Pinto (2003, p. 351),
[...] o 13º salário é fruto das antigas relações trabalhistas, de cunho pater-
nalista, em que os empregadores eram, na grande maioria das empresas,
parentes ou afins dos empregadores. Havia, nestas relações, uma gratifica-
ção para os trabalhadores com uma cesta de alimentos típicos dos festejos
natalinos.
Olá Estudante,
Chegamos ao fim de mais uma etapa, uma unidade recheada de informações im-
portantes para sua formação.
Nesta unidade procuramos trabalhar os direitos trabalhistas cotidianos, abrangen-
tes, de forma a você compreender de maneira generalizada e holística.
Falamos sobre o aviso prévio e como devemos interpretá-lo, a importância do ato
de comunicação que dará início a uma série de eventos, o tempo que deve ser contado a
partir do ato de comunicação, e também o valor de remuneração do empregado ou empre-
gador, sempre pautados pela Lei do Aviso Prévio que trouxe um acréscimo de 3 dias a cada
ano trabalhado.
Falamos como o FGTS é importante para o trabalhador e porque foi criado, na
intenção de diminuir as demissões injustas quando o trabalhador completasse 10 anos
de emprego, também expusemos o grave equívoco das pessoas pensarem que a contri-
buição para o INSS é a poupança de sua própria aposentadoria, pois como explicamos, a
contribuição de hoje é para a distribuição dos benefícios atuais, assim é considerado uma
repartição dos interesses sociais.
Abordamos a obrigatoriedade do vale transporte enfatizando algumas dúvidas pre-
sentes sobre o mesmo, esclarecendo que não existe distância mínima exigida por Lei para
que seja disponibilizado o vale transporte, também que o empregador precisa “abastecer”
o cartão do empregado somente com a quantidade de passagens faltantes para que o
trabalhador possa ir trabalhar, assim como a importância do vale transporte ser utilizado
exclusivamente para o deslocamento residência x trabalho.
Abordamos a diferença entre salário e remuneração e esclarecemos os tipos de
remunerações e adicionais pagos ao trabalhador de acordo com seus direitos, contrato de
trabalho e possíveis horas extraordinárias.
Por fim, informamos sobre a gratificação natalina, enfatizando a necessidade de
se adequar as médias de adicionais ao 13º salário e também que tal benefício não tem
obrigatoriedade de ser pago em duas parcelas.
Espero que tenha gostado e vamos juntos ao final da disciplina no próximo capítulo.
LIVRO
• Título: Departamento De Pessoal Modelo
• Autores: Milena Sanches Tayano Dos Santos, mariza Abreu Oli-
veira Machado.
• Editora: Freitas Bastos
• Sinopse: A obra tem por finalidade suprir as necessidades dos
Departamentos de Pessoal e de RH das empresas, bem como
dos escritórios de contabilidade, no que se refere aos procedimen-
tos rotineiros a serem observados no recrutamento e na manuten-
ção do capital humano das organizações. Este conteúdo também
orienta e proporciona a reciclagem dos profissionais quanto às
informações trabalhistas, previdenciárias, fundiárias e tributárias
relativas aos seus trabalhadores as quais serão lançadas no siste-
ma eSocial, bem como aquelas que serão inseridas na EFD-Reinf.
FILME/VÍDEO
• Título: Um Senhor Estagiário
• Ano: 2015
• Sinopse: Jules Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem-
-sucedido site de venda de roupas que, apesar de ter apenas 18
meses, já tem mais de duas centenas de funcionários. Ela leva
uma vida bastante atarefada, devido às exigências do cargo e ao
fato de gostar de manter contato com o público. Quando sua em-
presa inicia um projeto de contratar idosos como estagiários, em
uma tentativa de colocá-los de volta à ativa, cabe a ela trabalhar
com o viúvo Ben Whittaker (Robert De Niro). Aos 70 anos, Ben
leva uma vida monótona e vê o estágio como uma oportunidade
de se reinventar. Por mais que enfrente o inevitável choque de
gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho e se aproxima
cada vez mais de Jules, que passa a vê-lo como um amigo.
Plano de Estudo:
• Falência
• Dispensa Sem Justa Causa
• Pedido de Demissão
• Culpa Recíproca
• Falecimento do Empregado ou Empregador
• Justa Causa
• Rescisão Indireta
• Modos de Extinção do Contrato por Tempo Determinado
85
INTRODUÇÃO
Olá Aluno(a),
É uma grande alegria encontrar-te aqui novamente, e agora em nossa última
unidade deste material didático. Sei que a caminhada até aqui não foi fácil, mas como diria
a expressão popularizada pelos exercícios físicos, NO PAIN NO GAIN, que em tradução
literal quer dizer sem esforço, sem ganho.
Nesta unidade trataremos sobre os processos de rescisão de contrato de trabalho,
assim, falaremos sobre os tipos e possibilidades deste contrato vir a não existir mais.
Iniciaremos tratando uma possibilidade que infelizmente é bem comum no Brasil, a
possibilidade de rescisão de contrato por falência da empresa, você acha que ao ser decla-
rado falência da empresa o contrato de trabalho é automaticamente extinto? Acompanhe
nesta unidade e veja a resposta.
Em seguida trabalharemos as possibilidades de rescisão que chamamos de “sem
justa causa”, ou seja, tanto a vontade unilateral do empregador – nesse caso chamado de
demissão sem justa causa – como também a vontade unilateral do empregado – chamado
de pedido de demissão. Mas será que o empregado deve mesmo fazer um “pedido” ou
apenas informar seu empregador de sua decisão?
Adiante debateremos sobre a culpa recíproca e o caso de falecimento do emprega-
do ou do empregador, a culpa recíproca como o próprio nome já diz, é quando existe culpa
de ambas as partes, mas não basta apenas isso, acompanhe nosso material e saiba quais
os requisitos, e quando existe a morte do empregado ou empregador? É verdade que a
morte do empregado exime o empregador de pagamento de direitos do empregado?
Em continuidade abordaremos as possibilidades de rescisão do contrato de traba-
lho onde exista uma previsão legal de causa, conhecida como demissão por justa causa,
você sabia que existem 12 possiblidades (fatores) que podem desencadear uma demissão
por justa causa? E ainda mais, sabia que existe a possibilidade de o empregado solicitar
uma justa causa ao empregador? Pois é, essas informações você conseguirá com a leitura
e estudos desta unidade.
Para finalizarmos esta unidade e por conseguinte nosso material didático, esco-
lhemos explanar sobre as possibilidades de extinção do contrato de trabalho por prazo
determinado, se no início de nossos estudos fomos enfáticos em afirmar que por pressu-
posto os contratos de trabalho são por prazo indeterminado, aqui explicaremos que nas
possibilidades de contrato por prazo determinado temos cuidados a serem tomados em sua
extinção, principalmente quando acontece antes do prazo combinado.
Então vamos lá!
A falência, por si só, não irá provocar a rescisão dos contratos do falido, só nos
contratos bilaterais do direito falimentar é que irá ocorrer e, claro, mediante a vontade do
síndico, a rescisão. Nas outras hipóteses, o contrato deve necessariamente ser cumprido
pelo contratante, nos mesmos termos em que seria cumprido se não tivesse ocorrido a
quebra. Mas, se as partes tiverem pactuado uma cláusula de rescisão do contrato por
falência, será, então, eficaz, e o síndico não poderá, sob qualquer hipótese, desrespeitá-la,
rescindindo, então, o contrato pela vontade das partes ao estabelecerem a cláusula resci-
sória
Se o contrato foi firmado mediante moeda estrangeira, os riscos da oscilação cam-
bial serão da instituição do credor, tendo direito ao valor convertido para a moeda nacional
na data em que for anunciada a quebra.
Todavia, a CLT entende como dispensa arbitrária (ou sem justa causa) aquela que
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro (art. 165 da CLT,
por aplicação analógica).
c) Motivo disciplinar é o que se refere à dispensa por justa causa (art. 482).
São exemplos de dispensas arbitrárias: aquela que tem por intuito fraudar direitos
trabalhistas, como a dispensa do empregado às vésperas de completar 10 anos de trabalho
na empresa, a fim de evitar o pagamento de adicionais (dispensa obstativa).
Também aquela em que se dispensa o empregado por ter participado como teste-
munha de outro processo trabalhista (dispensa retaliativa).
Ela ocorre quando o empregado decide pelo término do vínculo de emprego, avi-
sando o empregador quanto a tal deliberação, não tendo de justificar a medida.
Tecnicamente, não existe pedido de demissão, visto que não existe a necessidade
de aceite do empregador. Caso o empregado não queira mais trabalhar, basta comunicar
o empregador, trata-se de ato unilateral, que não necessita da aceitação do empregador.
O empregado deverá comunicar o empregador, com antecedência mínima de 30
(trinta) dias (aviso prévio), de que não pretende continuar trabalhando, devendo trabalhar
durante esse período, salvo se for liberado pelo empregador (CLT, 2019).
Caso o empregado decida por não trabalhar durante o período do aviso prévio,
pode o empregador realizar o desconto dos dias (remuneração média) no TRCT (Termo de
Rescisão de Contrato de Trabalho).
Neste caso, o empregado perde o direito à indenização do art. 477 da CLT, ao
saque do FGTS e às guias do seguro-desemprego.
Terá, no entanto, direito ao 13º salário proporcional (Enunciado n. 157 do TST), a
férias vencidas e férias proporcionais.
Culpa Recíproca
Justa Causa
As hipóteses de ruptura do vínculo com justa causa, estão previstas no art. 482 da
CLT:
Requisitos
Para que o empregado seja dispensado com justa causa, é necessário a observân-
cia dos seguintes requisitos:
Requisitos subjetivos
Diz respeito à vontade do empregado, ou seja, o que o levou a cometer tais atos
graves. Assim, analisa-se a sua culpa (negligência, imprudência e imperícia), o seu dolo
(intenção de praticar), sua personalidade, seus antecedentes, seu grau de instrução etc.
Requisitos objetivos
Por conseguinte, são requisitos objetivos:
a) o ato praticado deve ser previsto em lei, como os tipificados nos arts. 482, 508,
158 da CLT;
b) a gravidade do ato praticado pelo empregado, de modo a abalar a confiança
existente na relação de emprego;
c) o nexo de causalidade entre a falta praticada e a dispensa do empregado;
Ônus da prova
O ônus da prova pela prática de falta grave é sempre do empregador. O ônus da
prova é regra de processo judicial e determina qual das partes tem o dever de provar o fato.
No caso da justa causa, esse ônus é sempre do empregador.
Assim, para que o empregador possa dispensar o empregado por justa causa é
recomendável que reúna o maior número de provas, que possa demonstrar cabalmente a
prática do ato pelo empregado.
Hipóteses
Ato de improbidade
Ato de improbidade são os atos ou manifestações desonestas, fraudulentas ou
maliciosas do empregado que constituam em atentado ao patrimônio ou a bens materiais
não apenas do empregador, mas também de companheiros de trabalho. Trata-se de uma
expressão muito abrangente, que os Tribunais tendem a limitá-la.
Para a configuração da improbidade, é necessário o dolo do empregado, ou seja, a
intenção de praticar o ato e de pretender o resultado.
Mau procedimento
O mau procedimento é a mais ampla expressão de todas as enumeradas no art.
482 da CLT. E, nessa hipótese, enquadram-se todos os atos faltosos que não se encaixam
nas demais alíneas e se referem também ao comportamento do empregado.
É, portanto, uma atitude irregular, um procedimento incorreto do empregado, enfim,
um ato incompatível com a conduta de qualquer pessoa normal e pode ser praticada tanto
dentro, como fora do estabelecimento de trabalho.
Embora não conste na lei, tem-se entendido que não basta apenas o trânsito em
julgado da sentença criminal, é necessário que a condenação do empregado lhe aplique
Abandono de emprego
O abandono de empregado também é de difícil configuração, até porque, a lei
não estabelece o que significa o abandono e qual o período de tempo necessário para se
considerar o abandono.
Tem-se entendido que o abandono de emprego se configura, após verificados os
dois requisitos abaixo:
OBSERVAÇÃO:
Calúnia: consiste em imputar falsamente a alguém um fato definido como crime. A fal-
sidade pode se referir tanto ao fato propriamente dito, como também à autoria do crime.
Difamação: consiste em imputar a alguém um fato ofensivo à sua reputação. A difama-
ção não está condicionada à falsidade da imputação, podendo esta ser verdadeira. O
relevante, neste caso, é o propósito de ofender.
Injúria: consiste na atribuição genérica de qualidades negativas ou de fatos vagos e
indeterminados, e não na imputação de fatos, como ocorre com a calúnia e difamação.
Ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos ou
qualquer outra pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem
Hipóteses
As hipóteses de rescisão indireta estão previstas no art. 483 da CLT:
Calúnia: consiste em imputar falsamente a alguém um fato definido como crime. A fal-
sidade pode se referir tanto ao fato propriamente dito, como também à autoria do crime.
Difamação: consiste em imputar a alguém um fato ofensivo à sua reputação. A difama-
ção não está condicionada à falsidade da imputação, podendo esta ser verdadeira. O
relevante, neste caso, é o propósito de ofender.
Injúria: consiste na atribuição genérica de qualidades negativas ou de fatos vagos e
indeterminados, e não na imputação de fatos, como ocorre com a calúnia e difamação.
Ofensas físicas contra o empregado (alínea “f”)
Consiste em agressões físicas praticadas pelo empregador (prepostos ou superio-
res) contra a pessoa do empregado, nos mesmos termos da rescisão por justa causa do
empregado.
Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e
por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso
seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão
dos contratos por prazo indeterminado.
Prezado(a) Estudante,
Esta unidade foi pensada com muito carinho pedagógico para que com essa leitura
você consiga ter conhecimentos sobre as maneiras e possibilidades de rescisão (extinção)
do contrato de trabalho.
Assim iniciamos esta última unidade falando sobre falência, nesse sentido é impor-
tante frisarmos que apenas a declaração de falência não abre o pressuposto de finalização
do contrato de trabalho, mas sim, a falta de atividade que desencadeia o não cumprimento
do próprio contrato, como por exemplo, o pagamento de salário.
Após isso, debruçamos nossas atenções aos tipos de rescisão de contratos mais
comuns em nosso mercado, o pedido de demissão ou demissão sem justa causa, é impor-
tante informarmos que o “sem justa causa” apenas quer dizer que não existe uma causa
prevista em Lei, portanto, essa expressão está mais voltada ao termo previsão que ao pró-
prio termo justificativa. Além disso, reforçamos que no pedido de demissão do empregado,
o mesmo não há necessidade de aceite do empregador, visto que é uma vontade unilateral.
Em seguida discorremos sobre a culpa recíproca que, como pudemos acompanhar,
é quase uma regra nula, visto que é muito difícil que ambas as partes concordem com os re-
quisitos previstos, assim, usualmente esse tipo de rescisão de contrato é feio juridicamente.
Nos casos de falecimento do empregado conseguimos visualizar que os direitos
adquiridos são repassados aos familiares, porém neste caso o empregado perderá os di-
reitos proporcionais, visto que são direitos ainda não adquiridos, já no caso do falecimento
do empregador, se caso pessoa jurídica de um sócio, o empregado poderá solicitar encer-
ramento do contrato sem que seja necessário o cumprimento do aviso prévio.
Finalizando este material, abordamos as possibilidades de extinção do contrato
de trabalho por justa causa, tanto empregado quanto empregador podem solicitar o encer-
ramento do contrato por justa causa, porém, conforme estudamos, é necessário que esta
causa esteja prevista em Lei, mais precisamente na CLT e que a mesma seja por motivo
que resulte em uma situação onde não exista a possibilidade de uma relação pacífica entre
as partes.
Espero sinceramente que tenha gostado das informações e te desejo toda sorte e
esperança do mundo.
Um grande abraço.
LIVRO
• Título: Rotinas Trabalhistas de A a Z: Revista e Atualizada de
Acordo com a Reforma Trabalhista
• Autor: Gilson Gonçalves
• Editora: Juruá
• Sinopse: É uma ferramenta indispensável para os profissionais
que atuam nessa área, pois os assuntos relacionados com o dia a
dia do Departamento Pessoal foram explorados de forma prática,
com exemplos, fórmulas, e com recentes entendimentos dos nos
sos tribunais.
FILME/VÍDEO
• Título: Filadélfia
• Ano: 1993
• Sinopse: Andrew Beckett (Tom Hanks) é um promissor advoga-
do que trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia. Após
descobrirem que ele é portador do vírus da AIDS, Andrew é de-
mitido da empresa. Ele contrata os serviços de Joe Miller (Denzel
Washington), um advogado negro que é homofóbico.
ARAUJO JR. Marco Antonio; BARROSO, Darlan (Coords). Reforma trabalhista. Dispo-
nível em: https://www.livrariadamasio.com.br/conteudo_complementar/pdf/Encarte_Refor-
ma_Trabalhista_Direito_do_Trabalho2.pdf
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Mini Código Saraiva: Acadêmica e Consti-
tuição Federal. Saraiva: São Paulo, 2018.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Mini Código Saraiva: Acadêmica e Consti-
tuição Federal. Saraiva: São Paulo, 2014.
BRASIL. Decreto-Lei n.o 5.452, de 1o de maio de 1943. Aprova consolidação das Leis do
Trabalho.
CORDEIRO, João. Direito do trabalho na prática: volume 2. São Paulo: Riedeel, 2013.
Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.br/
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2012.
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MAIOR, Jorge Luiz Souto. História do direito do trabalho no Brasil: curso de direito do
trabalho, volume I, parte II. São Paulo: LTR, 2017
MARTINS, S. P.. Direito do Trabalho. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
NASCIMENTO, A. M. Curso de direito do trabalho. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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PIPEK, Arnaldo. Reforma trabalhista. São Paulo: Blucher, 2017. Disponível em: https://
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SEBRAE. Guia da reforma trabalhista; o que muda para você. Disponível em: http://
www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GP%200070%2017%20e-book%20
reforma%20trabalhista%20(Performance)%201b.pdf
Caro(a) aluno(a),
Imagino que a caminhada até este momento tenha sido árdua e trabalhosa, porém
tenho certeza que os frutos colhidos são muito compensadores.
Neste material procuramos desenvolver pedagogicamente uma caminhada crono-
lógica para seu aprendizado ser mais organizado e completo.
Iniciamos nossas discussões em torno de uma base teórica, a qual denominamos
de Introdução, importante para sua compreensão sobre Direito do Trabalho no todo, enten-
der os pressupostos e seu nascimento faz com que sua compreensão sobre a legislação
seja mais assertiva, conseguindo enxergar sob quais demandas elas foram criadas.
Após isso, realizamos uma discussão um pouco mais densa, complexa e difícil,
pois falamos sobre os direitos trabalhistas em si, obviamente não tentamos esgotar as dis-
cussões sobre o assunto, mas procuramos desenvolver partes importantes e abrangentes
que podem ser utilizados em sua vida profissional. Nesse sentido, propusemos discussões
sobre o cotidiano das organizações, entender quais os controles de jornada e como devem
ser realizados esses pagamentos são, no mínimo, indispensáveis ao profissional que alme-
ja desenvolver sua carreira e ascender em sua trajetória.
Por fim, abordamos os modos de extinção de contrato de trabalho, dando ênfase
naquelas possibilidades mais comuns no mercado de trabalho, e ainda em nosso estudo
de caso, mostramos as influencias que a Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista) teve no
judiciário, ao diminuir consideravelmente as entradas de processos trabalhistas.
Temos total convicção que a partir deste momento você está capacitado(a) plena-
mente para desenvolver atividades referentes à estes conteúdos e esperamos nos encontrar
em breve como parceiros de jornada profissional.
Um forte abraço e até uma nova oportunidade!