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TEXTO BA SE

DIREITO
EMPRESARIAL

Profª Carla Cristina Vecchi


EQUIPE TÉCNICA EDITORIAL

Pró-reitoria de Inovação em Ensino: Prof. Dr. Nonato Assis de Miranda.

Professora conteudista: Profª Carla Cristina Vecchi

Projeto gráfico: Renata Kuba, Luana Santos do Nascimento, Juliana Pereira Alves e

Wallace Campos de Siqueira.

Design Instrucional: Kethly Garcia e Luciana de Almeida Cunha.

Capa: Kaique Biscaro e Pedro Minganti Juliano.

Diagramação: Kaique Biscaro e Pedro Minganti Juliano.

Revisão: Profa. M.e Marialda Almeida e Isabelle Correa Borian.

O Núcleo de Educação a Distância da USCS garante a revisão gramatical e ortográfica dos


conteúdos dos Textos-Base de todas as disciplinas ofertadas desde que seus autores respeitem
os prazos de entrega de acordo com o calendário acadêmico corrente. No entanto, lembramos
que o conteúdo apresentado nesses livros é de autoria e de total responsabilidade do professor
conteudista, profissional qualificado para desenvolver esses materiais.

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DIREITO
EMPRESARIAL

Profª Carla Cristina Vecchi


DIREITO DO CONSUMIDOR

UNIDADE III...................................................97
OBJETIVOS DA UNIDADE III..........................97
CHAMADA DA UNIDADE III...........................97
DIREITO DO CONSUMIDOR. CONCEITO E
CARACTERÍSTICAS......................................100
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO............103
REFERÊNCIAS..............................................114
Direito Empresarial
Unidade 3

Caríssimos estudantes,
É um prazer reencontrá-los! Continuamos nossa caminhada no
estudo do Direito!
Lembramos que a disciplina é composta por quatro unidades e
você já superou a metade do percurso, chegou à Unidade III! É sa-
bido que o curso tratará do Direito, seus conceitos e institutos, sem-
pre em relação com a Administração. Já apresentamos uma ampla
introdução ao direito e contextualizamos nosso estudo delineando
os principais institutos dos mais relevantes ramos para o profissional
de Administração. Até aqui também já verificamos os aspectos mais
importantes do Direito Civil e do Direito Empresarial.
Procuramos contextualizar os pontos essenciais de cada tema
com vistas a discutir as implicações concretas dos institutos e ca-
pacitá-lo para que, por meio da pesquisa, da análise e da interpre-
tação, possa atuar profissionalmente em consonância com o Direito,
aplicando suas normas, já que o Direito constitui componente curri-
cular básico essencial na prática do Administrador.
Sendo assim, daremos continuidade à condução do curso. Não
deixe de esclarecer suas dúvidas utilizando as ferramentas disponí-
veis. Continue contando conosco! Você não estará sozinho!
Bom curso!

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Direito do Consumidor
Unidade 3

UNIDADE III
Direito do Consumidor
Conceito e Caraterísticas. Relação Jurídica de Consumo.

OBJETIVOS DA UNIDADE III

Continuar no estudo do Direito, agora enfocando o ramo do Direi-


to do Consumidor e os seus mais relevantes temas tendo em vista
possibilitar a caracterização da figura do empresário principalmen-
te enquanto fornecedor de produtos e/ou serviços considerando o
profissional de Administração. Paralelamente, como temos insistido,
queremos continuar conscientizando o aluno do curso superior na
modalidade a distância quanto à importância do Ambiente Virtual
de Aprendizagem para os seus estudos no que se refere não só ao
Direito, mas das outras disciplinas de seu curso, e outros que futu-
ramente poderá fazer, a partir do uso das ferramentas de EAD, que
certamente serão oportunidade para o desenvolvimento da autono-
mia de estudo e aprendizagem.

CHAMADA DA UNIDADE III

Comumente ouvimos que “vivemos numa sociedade de consumo


de massa...” Mas o que isso significa? Segundo o site Brasil Escola
“falamos em ‘sociedade de massa’ quando nos referimos a uma for-
ma de organização social específica e bastante recente. Trata-se de
sociedades em que a grande maioria da população encontra-se in-
serida em um processo de produção e consumo em larga escala de
bens de consumo e serviços, além de estar em conformidade com
determinado modelo de comportamento generalizado.” (https://bra-
silescola.uol.com.br/sociologia/sociedade-massa.htm)

Quanto à importância da defesa do consumidor, ensina José Ge-


raldo Brito Filomeno (2007, p.1):

7
Direito Empresarial
Unidade 3

Leitura complementar
“Trata-se de disciplina que, em última análise, diz respeito ao coti-
diano de cada ser humano, já que, para sua sobrevivência, necessita de
produtos e serviços, atendendo-se à nomenclatura dos §§ 1º e 2º doa
art. 3º da Lei nº 8.078, de 11-9-1990, o Código Brasileiro de Defesa do
Consumidor.
Com efeito, ao cuidar da chamada ordem econômica, o art. 170 da

Constituição Federal diz que ela, ‘fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existên-
cia digna, conforme os ditames da justiça social’.
E, ao assim anunciar, diz que, para que se assegurem esses valores, de-
vem ser observados determinados princípios, dentre os quais a defesa
do consumidor (inciso V do mesmo art. 170).
E, nesse sentido, ousamos até dizer que, embora essa defesa do consu-
midor apareça como um dos princípios da própria ordem econômica,
na verdade ela é o fim visado pelo próprio Estado, na consecução de
seu bem comum.
Sim, mesmo porque somente se concebe a existência do próprio Esta-
do, na medida em que se estabelecem condições mínimas e indispensá-
veis para que todo ser humano se realize de forma integral. E, nesse sen-
tido, produtos e serviços, colocados no mercado, têm por fim assegurar
a todos os seres humanos existência condigna para que desenvolvam
todas as suas potencialidades. [...]”

FILOMENO, José Geraldo Brito. Curso Fundamental de Direito do Consumidor. – São


Paulo : Atlas, 2007.

Assim, se imaginarmos quem seria o produtor desses bens de con-


sumo e serviços, deveríamos considerar o Administrador e buscar
responder algumas questões acerca dos Direitos do Consumidor,
partindo do pressuposto de que o empresário, comumente, caracte-
riza-se como fornecedor, mas também pode vir a ser consumidor e,
portanto, urge conhecer os direitos e deveres dos partícipes desta
relação.
Assim, o Administrador deve, na ciência do Direito, investigar acer-

8
Direito do Consumidor
Unidade 3

ca do ramo dos Direitos do Consumidor, a caracterização da relação


de consumo, o consumidor e o fornecedor e todas as implicações
com relação ao exercício da atividade de empresa.
Isto será a essência desta Unidade! E, provavelmente, importante
instrumento para o exercício da atividade profissional.
Reiteramos que nosso estudo tem como base a ideia de que não
estamos formando profissionais do Direito, mas Administradores co-
nhecedores do Direito, munidos de uma ferramenta fundamental a
ser usada nos momentos ‘chave’ do exercício de sua carreira. Afinal,
na sociedade do conhecimento e na era da informação, ter uma vi-
são multidisciplinar é condição de sobrevivência do profissional do
século XXI. E uma das principais características do gestor deve ser
a capacidade de “ver” a realidade para transformá-la e enfrentá-la.
Para tanto, precisará estar munido de instrumentais favorecedores
deste processo e o estudo do Direito permitirá sempre uma amplia-
ção deste olhar.
Nossa incumbência, nesta Unidade, será desenvolver os concei-
tos supracitados sempre relacionados, prioritariamente, à Adminis-
tração.

Para que possamos enfrentar esses desafios, ou seja, para que


possamos exercer a atividade concorde à lei e ao direito, agir com
competência, mas licitamente, é essencial analisar e compreender
o Direito.
Como sempre, para um bom aproveitamento desta Unidade, é
importante que você leia atentamente o texto base e estude o seu
conteúdo, faça a leitura do texto complementar, assista ao vídeo in-
dicado, participe do Fórum de discussão e realize as atividades so-
licitadas. Não deixe de esclarecer suas dúvidas com o tutor.

Bons estudos!

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Direito Empresarial
Unidade 3

DIREITO DO CONSUMIDOR. CONCEITO E


CARACTERÍSTICAS

O tema da Unidade III são os Direitos do Consumidor. Ao chamar-


mos a Unidade ressaltamos a necessidade do estudo deste ramo
em razão das inúmeras relações de consumo em que aparece o
empresário como fornecedor ou, até, como consumidor. Assim, o
que é e qual a abrangência do Direito do Consumidor?
Primeiramente, quanto à evolução histórica,

“[...] cumpre ressaltar que o direito do consumidor, enquanto

Figura 11 conjunto de regras e princípios que tem por finalidade primor-


Fonte: Microsoft – Clip-art dial a proteção dos consumidores em face da postura dos for-
necedores, tem origem recente, apesar de, indubitavelmente,
ter como fundamento inicial os contratos idealizados nos pri-
mórdios da civilização, e que importavam na hipótese onde
duas pessoas, após paritária discussão, pactuavam a criação
de direitos e obrigações, normalmente expressando tal situa-
ção de forma concreta.” (RAGAZZI; HONESKO, 2009, p. 12)

Quanto à Defesa do Consumidor no Brasil, porém, é possível en-


contrar no portal do Ministério da Justiça (http://portal.mj.gov.br) o
seguinte relato:

Leitura complementar

DEFESA DO CONSUMIDOR NO BRASIL

A defesa do consumidor no Brasil se desenvolveu a partir da década de


1960, quando foi reconhecida a vulnerabilidade do consumidor e sua
importância nas relações comerciais nos Estados Unidos.
Em 15 de março de 1962, em mensagem ao Congresso Nacional esta-
dunidense, o então presidente John F. Kennedy reconheceu o caráter
universal da proteção dos direitos dos consumidores, tais como o direito
à segurança, à informação e de escolha. Por esse motivo, no dia 15 de
março é comemorado o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.
10
Direito do Consumidor
Unidade 3

Enquanto nos EUA e nos países Por força do engajamento de


europeus a proteção do consumi- vários setores da sociedade, por
dor surge como resultado da con- meio do Decreto nº 91.469, de
solidação da sociedade afluente, 24 de julho de 1985, foi criado o
no Brasil, de modo diverso, seu Conselho Nacional de Defesa do
aparecimento é concomitante Consumidor, do qual fizeram par-
com as consequências provocadas te associações de consumidores,
pela industrialização das décadas Procons Estaduais, a Ordem dos
de 1960 e 1970, seguidas de crises Advogados do Brasil, a Confede-
econômicas e sociais. Destaca-se, ração da Indústria, Comércio e
nesse período, a Lei Delegada no. Agricultura, o Conselho de Auto-
4, de 26 de setembro de 1962. -Regulamentação Publicitária, o
O processo inflacionário e a con- Ministério Público e representa-
sequente elevação do custo de vida ções do Ministério da Justiça, Mi-
desencadearam fortes mobiliza- nistério da Agricultura, Ministério
ções sociais. Assim, na década de da Saúde, Ministério da Indústria
1970, surgiram os primeiros órgãos e do Comércio e Ministério da Fa-
de defesa do consumidor. Em 1976, zenda, com o escopo de assessorar
foram fundadas a Associação de o Presidente da República na ela-
Proteção ao Consumidor de Por- boração de políticas de defesa do
to Alegre (APC), a Associação de consumidor.
Defesa e Orientação do Consumi- O Conselho Nacional de Defe-
dor de Curitiba (ADOC) e o Grupo sa do Consumidor teve destacada
Executivo de Proteção ao Consu- atuação na elaboração de propos-
midor (atual Fundação Procon São tas na Assembléia Constituinte e
Paulo). principalmente, por ter difundido
A década de 1980, conhecida a importância da defesa do con-
pela recessão econômica e pela re- sumidor no Brasil, possibilitando,
democratização do País, foi marca- inclusive, a criação de uma Política
da pelo movimento consumerista, Nacional de Defesa do Consumi-
o qual almejava incluir o tema da dor.
defesa do consumidor na Assem- No mesmo período, a Organiza-
bléia Nacional Constituinte. ção das Nações Unidas, por meio

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Direito Empresarial
Unidade 3

da Resolução n. 39-248 de 1985, estabeleceu as Diretrizes para a Prote-


ção do Consumidor, ressaltando a importância da participação dos go-
vernos na implantação de políticas de defesa do consumidor.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cida-
dã, consagrou-se a proteção do consumidor como direito fundamental
e princípio da ordem econômica (arts. 5º, XXXII, e 170, V), cabendo ao
Estado a promoção da defesa do consumidor, na forma da lei.
Assim, em 11 de setembro de 1990, por meio da Lei 8.078/90, surgiu
o Código de Defesa do Consumidor, que assegura o reconhecimento da
vulnerabilidade do consumidor e estabelece a boa-fé como princípio ba-
silar das relações de consumo.
O Código, reconhecido internacionalmente como um paradigma na
proteção dos consumidores, estabelece princípios básicos como a pro-
teção da vida e da saúde e da segurança, a educação para o consumo,
o direito à informação clara, precisa e adequada, a proteção contra a
publicidade enganosa e abusiva por meio do equilíbrio das relações de
consumo.
A Lei 8.078/90 também estabeleceu que a proteção e defesa do consu-
midor no Brasil seriam exercidas por meio do Sistema Nacional de De-
fesa do Consumidor (SNDC), que congrega os órgãos federais, estaduais
e municipais, além das entidades civis de defesa do consumidor.
Em 28 de maio de 2012, por meio do Decreto n. 7.738, foi criada a Se-
cretaria Nacional do Consumidor, à qual cabe exercer as competências
estabelecidas na Lei. 8.078/90 tais como formular, promover, supervi-
sionar e coordenar a Política Nacional de Proteção e Defesa do Consu-
midor.

Fonte: https://www.novo.justica.gov.br/seus-direitos-2/consumidor/a-defesa-do-con-
sumidor-no-brasil

Comumente definimos Direito como o ‘conjunto de regras que re-


gulamenta tal atividade’. Mas o que seria este ramo, o Direito do
Consumidor? Ensina Cotrim (2009, p. 217) que: “O Direito do Con-
sumidor abrange o conjunto de normas que regulam as relações
jurídicas de consumo entre fornecedor e consumidor, bem como
seus direitos e deveres.”
12
Direito do Consumidor
Unidade 3

Para Palaia (2005, p. 159), “[...] é um conjunto de regras jurídicas


que visa equilibrar as relações decorrentes do consumo de bens e
serviços, preservando os interesses do consumidor.”

RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO

O Código de Defesa do Consumidor, a Lei n. 8.078/90, será apli-


cada quando caracterizar-se a relação de consumo conforme a lei.
Mas como se caracteriza a relação de consumo? Quem são as par-
tes?
Ensina Palaia (2005, p. 159):

São partes nas relações de consumo o consumidor e o forne-


cedor. O primeiro é o sujeito que, na sociedade de consumo,
adquire bens ou contrata a prestação de serviços como des-
tinatário final. O fornecedor é o que desenvolve atividades de
produção, importação, exportação, distribuição, comercializa-
ção de produtos ou prestação de serviços.

Reza o Código de Defesa do Consumidor, Lei n. 8.078/90, quanto


às partes:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados,
que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição
ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (BRASIL,
1990)

13
Direito Empresarial
Unidade 3

Após o estudo do Direito Civil, nas unidades anteriores, fica fácil


compreender tais conceitos no que se refere às pessoas, físicas ou
jurídicas. Entretanto, vale a pena acrescentar que nem toda pessoa
física ou jurídica será consumidora ou fornecedora senão aquelas
que enquadrarem-se em tais conceitos, de forma completa. Quanto
ao consumidor, por exemplo, é aquele que adquire ou utiliza produ-
to ou serviço como destinatário final, para seu uso próprio. É o que
ensina o professor Nunes (1997, p. 14): “[...] nem toda pessoa físi-
ca é consumidora. Quando alguém compra produtos para revender,
mesmo sem ter empresa constituída, essa pessoa é fornecedora.”
Outra questão, entretanto, revela-se fundamental: o que liga o
consumidor ao fornecedor, o produto ou o serviço. Reza a lei:

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.


§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista. (BRASIL, 1990)

Rodrigues (1964, p.119), quanto aos BENS, ensina que:

[...] para a economia política, bens são coisas que, sendo úteis
aos homens, provocam a sua cupidez e, por conseguinte, são
objeto de apropriação privada. Desse modo, poder-se-ia defi-
nir bem econômico como aquela coisa que, sendo útil ao ho-
mem, existe em quantidade limitada no universo, ou seja, são
bens econômicos as coisas úteis e raras, porque só elas são
suscetíveis de apropriação.

Já Filomeno (2007, p. 34), assevera:

[...] bens materiais são aqueles tangíveis, com consistência


(peso, formato, características, valores agregados); já os bens
imateriais são aqueles que, embora não tangíveis, são igual-
mente objeto de consumo. Como, por exemplo, os programas

14
Direito do Consumidor
Unidade 3

(softwares) de computadores que, embota tenham um suporte


material (discos), contêm o trabalho intelectual do seu criador.
O mesmo se diga com relação às obras intelectuais ou cultu-
rais, de um modo geral.

Concluímos, então, que uma geladeira, uma roupa, um tapete, um


aparelho de TV, são produtos colocados no mercado de consumo.
Quanto aos serviços, são exemplos os bufês, encanadores, convê-
nio médico, dentre outros, exceto, como diz o Código, aqueles de-
correntes das relações de caráter trabalhista. O professor Nunes
(2019, p. 148) acrescenta que o CDC não se aplicaria às atividades
gratuitas:

“O CDC define serviço como aquela atividade fornecida mediante


“remuneração”. Antes de mais nada, consigne­se que praticamente
nada é gratuito no mercado de consumo. Tudo tem, na pior das
hipóteses, um custo, e este acaba, direta ou indiretamente, sendo
repassado ao consumidor. Assim, se, por exemplo, um restaurante
não cobra pelo cafezinho, por certo seu custo já está embutido
no preço cobrado pelos demais produtos. Logo, quando a lei fala
em “remuneração” não está necessariamente se referindo a preço
ou preço cobrado. Deve­se entender o aspecto “remuneração” no
sentido estrito de qualquer tipo de cobrança ou repasse, direto ou
indireto.
É preciso algum tipo de organização para entender o alcance da
norma. Para estar diante de um serviço prestado sem remuneração,
será necessário que, de fato, o prestador do serviço não tenha, de
maneira alguma, se ressarcido de seus custos, ou que, em função
da natureza da prestação do serviço, não tenha cobrado o preço.
Por exemplo, o médico que atenda uma pessoa que está passando
mal na rua e nada cobre por isso enquadra­se na hipótese legal de
não recebimento de remuneração. Já o estacionamento de um
shopping, no qual não se cobre pela guarda do veículo, disfarça o
custo, que é cobrado de forma embutida no preço das mercadorias.”

15
Direito Empresarial
Unidade 3

Mas qual seria a vantagem em ter a relação jurídica disciplinada


pelo Código de Defesa do Consumidor ou por outra norma como o
Código Civil, por exemplo? É a proteção, a defesa do consumidor
conforme ensina Cotrim (2009, p. 219):

[...] reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor perante o


Você sabia ? fornecedor, o Código de Defesa do Consumidor procurou esta-
belecer orientações e normas que têm por objetivo assegurar
Você sabia que o Código de
Defesa do Consumidor é uma respeito à dignidade, à saúde e à segurança do consumidor,
lei de 1990 que, conforme seu
proteção aos seus interesses econômicos, melhoria da sua
artigo 1°, estabelece normas
de proteção e defesa do con- qualidade de vida, bem como transparência e harmonia das
sumidor, de ordem pública e
interesse social, nos termos
relações de consumo (CDC, art. 4º).
dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,
inciso V, da Constituição Fede-
ral e art. 48 de suas Disposi-
ções Transitórias?
Mas como era antes de 1990?
Quanto aos direitos do consumidor, determina o Código de Defesa
Como ensina COELHO (2020, do Consumidor:
p. 119), “[...] as relações e
contratos dos consumidores
com os empresários estavam
disciplinadas pelo direito civil
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
ou comercial, observados os
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
limites da teoria dos atos de
comércio. Quando eram con- provocados por práticas no fornecimento de produtos e
sumidos produtos que, por
serviços considerados perigosos ou nocivos;
esta teoria, tinham a natureza
de mercantis, aplicavam-se as II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado
normas do Código Comercial.
Caso contrário, sujeitava-se o dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
negócio ao Código Civil.”
escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem; Vigência
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos

16
Direito do Consumidor
Unidade 3

supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa
e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério
do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)

Em suma são direitos básicos do consumidor (COTRIM, 2009, p.


219), segurança, educação, informação, proteção contra a publi-
cidade ilícita, proteção contra as cláusulas abusivas, indenização,
acesso à Justiça e qualidade dos serviços públicos. Vale a pena
detalhar alguns dos itens.

Leitura complementar

“[...] o novo modelo de produção em massa, surgido no período pós-


-revolução industrial do aço e do carvão, exigiu uma legislação espe-
cífica capaz de proteger o vulnerável da relação jurídica de consumo.
Assim, a forma encontrada para conseguir reequilibrar uma relação
tão desigual foi conferir direitos aos consumidores e impor deve-
res aos fornecedores.
Sobre o tema, vale lembrar que a Constituição Federal de 1988 de-

17
Direito Empresarial
Unidade 3

terminou como dever do Estado a tante amplo, não se limitando ao


proteção do consumidor, nos ter- dispositivo citado, nem ao próprio
mos do art. 5º, inciso XXXII. Logo, texto do Código do Consumidor.
estamos diante de um direito fun- Aliás, esta é a mens legis do art.
damental e, como tal, imprescin- 7º, caput, da Lei n. 8.078/90,
dível a concessão de direitos bási- que prevê: “Os direitos previs-
cos ao consumidor como forma de tos neste código não excluem
concretizar o preceito constitucio- outros decorrentes de tratados ou
nal. convenções internacionais de que
Direitos básicos, nesse contex- o Brasil seja signatário, da legisla-
to, podem ser definidos como ção interna ordinária, de regula-
“aqueles interesses mínimos, mentos expedidos pelas autorida-
materiais ou instrumentais, des administrativas competentes,
relacionados a direitos funda- bem como dos que derivem dos
mentais universalmente consa- princípios gerais do direito, analo-
grados que, diante de sua relevân- gia, costumes e equidade”.
cia social e econômica, pretendeu Fonte internacional muito cita-
o legislador ver expressamente tu- da pela doutrina é a Resolução n.
telados”. No mesmo sentido, Car- 39/248, de 1985, da Organização
los Alberto Bittar define os direitos das Nações Unidas. Trata-se da Re-
básicos como de duas espécies: solução da ONU que se refere aos
“os materiais — voltados à pro- direitos fundamentais dos consu-
teção de componentes de sua es- midores. José Geraldo Brito Filo-
trutura jurídico-patrimonial; e, meno destaca o item 2 da referida
os instrumentais — dirigidos resolução, segundo o qual “os go-
à obtenção, quando necessária, vernos devem desenvolver, refor-
da satisfação efetiva desses direi- çar ou manter uma política firme
tos administrativa e juridicamente de proteção ao consumidor, con-
(art. 6º)”. siderando as normas abaixo dis-
Em que pese o art. 6º do CDC criminadas”, acrescentando ainda
elencar uma série de direitos bá- que, ao fazê-lo, “cada governo deve
sicos do consumidor, ressalta-se determinar suas próprias priorida-
que o rol desses direitos é bas- des para a proteção dos consumi-

18
Direito do Consumidor
Unidade 3

dores, de acordo com as circunstâncias econômicas e sociais do país e


as necessidades de sua população, verificando os custos e benefícios das
medidas propostas”.
E lembra o aludido doutrinador do item 3 da Resolução n. 39/248 da
ONU, que encontra a síntese das normas de proteção do consumidor:
3. As normas servirão para atingir as seguintes necessidades:
proteger o consumidor quanto a prejuízos à saúde e segurança;
fomentar e proteger os interesses econômicos dos consumidores;
fornecer aos consumidores informações adequadas para capacitá-los
a fazer escolhas acertadas de acordo com as necessidades e desejos in-
dividuais;
educar o consumidor;
criar possibilidade de real ressarcimento ao consumidor;
garantir a liberdade para formar grupos de consumidores e outros
grupos ou organizações de relevância e oportunidades para que estas
organizações possam apresentar seus enfoques nos processos decisórios
a ela referentes.
Tenha origem no art. 6º ou em qualquer outro dispositivo do CDC, te-
nha origem fora dele, a verdade é que a concessão de direitos básicos ao
consumidor é pressuposto sem o qual não haveria uma relação jurídica
de consumo com harmonia, com equilíbrio.

ALMEIDA, Fabrício Bolzan de. Direito do consumidor / Fabrício Bolzan de Almeida. /


coord. Pedro Lenza. – 9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021. (Coleção Esque-
matizado®) 968 p.

19
Direito Empresarial
Unidade 3

Deve-se atentar à alteração do artigo 8° do CDC que passou a ter


a seguinte redação a partir de 2017:
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo
Links recomendados não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
Temos repetido que uma das habilida- exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
des que buscamos desenvolver com
esta disciplina, no curso, é a da pes- sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
quisa. Entendemos que durante toda
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu
a sua vida, pessoal e profissional,
você estará envolvido(a) com o Di- respeito.
reito e necessitará, em alguns casos,
autonomamente, encontrar respostas Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao
às questões jurídicas atinentes à sua fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
carreira. Como fazê-lo? Em relação
ao tema ora analisado, o site https:// através de impressos apropriados que devam acompanhar o
seudireito.proteste.org.br/orgaos-de-
produto.
-defesa-do-consumidor/ informa:
“Quando pensamos em órgãos de 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar
defesa do consumidor, não podemos
as informações a que se refere este artigo, através de impressos
deixar de lembrar de um nome essen-
cial para a área: o Sistema Nacional apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação dada
de Defesa do Consumidor (SNDC),
que foi regulamentado há 14 anos
pela Lei nº 13.486, de 2017)
pelo Decreto Presidencial nº 2.181, de § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios
20 de março de 1997.
O objetivo do Sistema é congregar di-
utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados
ferentes órgãos de defesa do consu- à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e
midor, das mais diversas esferas, que
atuam de maneira articulada, integra- adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação.
da e em parceria com a Secretaria (Incluído pela Lei nº 13.486, de 2017)
Nacional do Consumidor (Senacon).”
Por isso, indicamos uma pesquisa na Também importante salientar a alteração do artigo 6° em seu in-
Internet a respeito destes órgãos, inte- ciso III (Lei n. 12.741 de 2012) e a inclusão do parágrafo único (Lei
grantes do Sistema. Tente encontrar o
maior número de endereços possível, n. 13.146 de 2015), a saber:
assim, você terá um rol de órgãos que
poderá usar em caso de necessida-
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produ-
de. tos e serviços, com especificação correta de quantidade, caracte-
Bom trabalho!
rísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº
12.741, de 2012)
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, obser-
vado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (BRASIL, 1990).
Quanto à proteção contra a publicidade ilícita, reza a seção III do
CDC:
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o

20
Direito do Consumidor
Unidade 3

consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.


Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou
serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos
interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão
sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por
omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do
produto ou serviço.
§ 4° (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina (BRASIL, 1990).

Quanto aos contratos, Coelho (2020, p. 123) ensina que “A legis-


lação civil sobre contratos pressupõe a existência de partes livres
e iguais que transigem sobre os seus respectivos interesses, com
pleno domínio da vontade. As pessoas, neste contexto, contratam
se querem, com quem querem e como querem. A ideia de ser o con-
trato lei entre as partes corresponde a este cenário pressuposto das
normas civis e empresariais. A realidade das relações de consumo,
no entanto, é bem diferente.” Às vezes, o consumidor não tem esco-
lha... Aí vemos o consumidor no que se chama “situação de vulnera-
bilidade. Eis o grande papel do Código de Defesa do Consumidor.
Por fim, quanto a qualidade dos serviços públicos, cite-se o artigo

21
Direito Empresarial
Unidade 3

22 do CDC:
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial,
das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
prevista neste código (BRASIL, 1990).

Se compararmos o sistema consumerista a um edifício, este de-


verá ter uma base, um firme alicerce, em que se sustente. Esses
são os princípios, que nortearão esta relação jurídica de consumo.
Após o estabelecimento das partes da relação, urge apresentarmos
os “princípios que deverão ser observados por ocasião da interpre-
tação das demais normas consumeristas.” (RAGAZZI; HONESKO,
2009, p. 12)
Reza a Lei:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo,
atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008,
de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado
de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o
consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados
de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.

22
Direito do Consumidor
Unidade 3

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações


de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo
a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica
(art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto
aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de
consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de
controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim
como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de
consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no
mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização
indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes
comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos
consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o
consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor,
no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento
de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
Associações de Defesa do Consumidor.
§ 1° (Vetado).
§ 2º (Vetado). (BRASIL, 1990)

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Direito Empresarial
Unidade 3

Consciente das partes da relação jurídica de consumo e dos direi­tos básicos do con-
sumidor seria possível responder quanto à quali­dade de produtos e serviços? Vejamos.
Leia com atenção a questão proposta em um concurso público.
(Juiz Substituto TJ AL/2007/FCC) Uma consumidora adquire, em um shopping, apa-
relho importado para massagens e após quatro meses de uso é obrigada a submeter-
-se a intervenção cirúrgica para tratamento de varizes, moléstia agravada, segundo
o médico, pela utilização do referido aparelho. Servindo-se da ajuda de um tradutor,
tomou conhecimento das instruções veiculadas em língua estrangeira e somente então
constatou que havia advertência expressa proibindo seu uso aos portadores de vari-
zes. Nessa hipótese, o shopping e o importador respondem pelos vícios do produto e
pelos danos causados à saúde da consumidora, em caráter solidário.
Agora reflita e tente responder se a afirmativa grifada está correta. Uma dica: vide
artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor. Bom trabalho!

REFERÊNCIAS

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