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UNIFAI

CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO

TANIA DE LIMA SOARES

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA A POPULAÇÃO IDOSA:


DO DIREITO À EFETIVAÇÃO

São Paulo
2022
TANIA DE LIMA SOARES

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA A POPULAÇÃO IDOSA:


DO DIREITO À EFETIVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Serviço Social
para obtenção parcial do grau de bacharel
em Serviço Social

ORIENTADOR: Prof. Dr. Emanuel Jones


Freitas

São Paulo
2022
TANIA DE LIMA SOARES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Serviço Social
para obtenção parcial do grau de bacharel
em Serviço Social

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA A


POPULAÇÃO IDOSA: DO DIREITO À EFETIVAÇÃO

Aprovado em ____________________de 20______.

_______________________________________________________
ORIENTADOR: Prof. Dr. Emanuel Jones Freitas
DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a Deus, à Minha Família, por


estar presente ao longo dessa Árdua Jornada. Dedico também aos meus
Professores que estão sempre dispostos a Ensinar e a Enriquecer na minha Jornada
Acadêmica.

“Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?”


(Salmos 116:12). Bíblia Sagrada.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, fonte inesgotável de Amor e Misericórdia, que me


permitiu alcançar mais esta Etapa da Minha Vida.
Para Unifai, Centro Universitário Assunção é o seu corpo docente, e
administradores e direção que me forneceram suporte nesta Jornada Acadêmica, na
qual agora tenho uma visão plana, confiança.
Gostaria de Agradecer a todos os Professores, em Especial ao Meu
Orientador Emanuel Jones. Obrigado Professor Emanuel Jones por pedir mais do
que Eu acreditava que poderia realizar. Declaro minha eterna gratidão por
Compartilhar seu Conhecimento e seu Tempo, e sua Amizade.
Agradeço a toda minha Família, Parentes e amigos que me incentivaram a
concluir mais esta etapa em minha Vida e iniciar uma Nova Carreira.
Sou grata ao meu Querido Esposo Walter, que nunca desistiu é por Amor,
Sempre me Apoio e Incentivou. Obrigado meu Esposo, por compartilhar incontáveis
momentos de ansiedade e estresse. O trabalho não seria feito sem você ao meu
Lado.
Meu Muito Obrigado a todas as pessoas que colaboraram Direta ou
Indiretamente nesta minha Jornada Acadêmica.
RESUMO

Palavras-chave: Idoso, Direitos Sociais, Assistente Social, Políticas Públicas.


ABSTRACT

Keywords:
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


BPC Benefício de Prestação Continuada
CF Constituição Federal
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LOAS Lei Orgânica de Assistência Social
MP Ministério Público
NIS Número de Inscrição Social
NOB-RH Norma Operacional Básica de Recurso Humano
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OP Orçamento Participativo
PSB Proteção Social Básica
RH Recursos Humanos
SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo
SUAS Sistema Único de Assistência Social
SUS Sistema Único de Saúde
TCC Trabalho de Conclusão Curso
UNIFAI Centro Universitário Assunção
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
Capítulo 1- Trajetória histórica da Assistência Social brasileira e sua
relação com o envelhecimento

1.1 O surgimento (ou as protoformas) da Assistência Social no Brasil


(5páginas, ao menos)
1.2 A assistência social como direito e sua interlocução com o
envelhecimento (5 páginas, ao menos)
1.3 Os desafios impostos a assistência social pelo neoliberalismo (5
páginas, ao menos)
1.4 Aspectos demográficos do envelhecimento no Brasil (5 páginas

Capítulo 2 - METODOLOGIA (capitulo 02)

2.1 Estratégia de construção de dados


2.2 Sistematização dos dados
2.3 O que revelam os dados?
1. INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso abordará a temática: Políticas Públicas


de Assistência a população idosa: do direito à efetivação. No intuito de ressaltar os
principais conceitos trabalhados: explicação sobre quem é a população idosa. Quais
as políticas existentes. Apresentar os direitos garantidos para essa população.
Tendo como pergunta-problema: Quais os desafios da sociedade atual na
implementação das políticas públicas de assistência a população idosa?
Uma das possíveis hipóteses para este questionamento é: diante do aumento
do índice da população idosa no Brasil percebe-se que um dos maiores desafios
presente nesse contexto é ausência de investimentos e acesso as políticas públicas.
Neste sentido temos como objetivo geral da pesquisa: identificar e analisar as
políticas públicas para população idosa no Brasil. E como objetivos específicos:
verificar/apontar
 Analisar as diretrizes do estatuto do idoso em relação a política de
inclusão desta população;
 Verificar leis que garantem o direito para população idosa;
 Apontar caminhos de implementação para efetivação das políticas
públicas para essa população
Inicialmente, o tema para este trabalho surgiu ...
O tema abordado é de suma importância para o Serviço Social no sentido...

Essa pesquisa baseia-se na metodologia qualitativa tendo como


instrumentos: artigos, livros e site.
O trabalho terá a seguinte divisão: no primeiro capítulo...No segundo,
discutiremos...
01- TRAJETORIA HISTORICA DA ASSISTENCIA SOCIAL BRASILEIRA E SUA
RELAÇÃO COM O ENVELHECIMENTO

Objetivo deste Capítulo é o relatar o surgimento, evolução, dificuldades é os


dias atuais, do Serviço Social no Brasil, sua origem, objetivos e finalidades em servir
os vulneráveis, com solidariedade religiosa e caridade com base em estudos
bibliográficos e documentos

1.1- O Surgimento da Assistência Social no Brasil


O surgimento da Assistência Social ocorre na década de 1930 em um período
difícil economicamente aonde solidariedade religiosa e a caridade desempenhava o
papel de cuidar dos desprovidos (MEDEIROS, 2016) no princípio os ideais do
Serviço Social estava relacionadas com as necessidades da classes trabalhadoras,
porém ao mesmo tempo os interesses da Burguesia de ordem religiosa e moral;
oprimiam os trabalhadores e seus familiares; direcionando-os há uma situação de
adaptação e ajuste social. De acordo com a história, os principais acontecimentos
que marca o começo da Assistência Social foram os seguinte eventos: Constituição
Federal de 1934, Falta de programas sociais e etc (MEDEIROS, 2016).
Em 1938, ocorreu a primeira regulamentação do campo da prática de serviço
social no Brasil, que não podem ser identificados como parte da assistência social,
mas apareceu como Serviço Social pelo Conselho Nacional de Serviço Social -
CNSS. O Conselho foi criado como um dos órgãos cooperativos do Ministério da
Educação e Saúde, que passa a vigorar em uma de suas dependências, criada
pelas pessoas de destaque da comunidade cultural e filantrópica e que toma o lugar
do governante na hora de decidir quais organizações ajudar. Portanto, nesta
decisão, o gesto benemérito do governante por uma racionalidade nova, que não
chega a ser tipicamente estatal, pois dá alguma autonomia ao Conselho
(MESTRINER, 2001).
Este é o momento em que a relação entre o Estado e as classes altas se
fortalece reforçando ao mesmo tempo o novo caráter nacional da assistência
pública, ou seja, não mais como prática religiosa, mas sob a proteção do Estado, e
garantir a relação subordinação dos pobres aos ricos e não igualdade de direitos,
que vão analisar o mérito do Estado na concessão de auxílios e subvenções a
organizações da sociedade civil. O CNSS foi a primeira forma de presença de um
órgão estatal próximo ao campo da assistência social no Estado brasileiro, embora,
tenha um caráter auxiliar de financiamento de organizações da sociedade civil.
(MESTRINER, 2001).
Em 1942 no governo Getúlio Vargas criou-se a Legião Brasileira de
Assistência (LBA), a primeira Instituição de Serviço Social com abrangência em todo
o Território Nacional, com objetivo de assistência as Famílias dos Soldados que
estavam na Segunda Guerra Mundial servindo a Pátria, após o fim da guerra, se
volta para a assistência à maternidade e à infância, caracterizada por ações
paternalistas e de prestação de auxílios emergenciais e paliativos à miséria
(MEDEIROS, 2016).
Em 1977 temos a Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social.
“Isso porque reafirmava a exclusão social do indivíduo, o mínimo social não garantia
a sobrevivência, promovia a reprodução de uma cultura subalterna e via o
clientelismo como um instrumento de troca, barganha, fundada no favor e na
benesse.” (MEDEIROS, 2016),(2022, p. 01).
Em 1988, o governo José Sarney, regulamentou a filantropia com a criação
do Conselho Nacional de Assistência Social (CNSS) vinculado às Secretarias de
Educação e Saúde, volvendo mais para os excluídos do sistema de seguridade
social e a distinguir aqueles cuja sobrevivência não é garantida. No mesmo ano,
assistência social passou a ser considerada uma política pública que fazia parte da
seguridade social juntamente com as políticas de saúde e previdência, as questões
sociais eram consideradas direitos dos cidadãos. A Constituição Federal de 1988 é
um marco nesse processo, pois vê a assistência social como política social, que,
junto com as políticas de Saúde e de Previdência Social, compõem o sistema de
seguridade social brasileiro e defini assim as diretrizes Previdência e Saúde para
finanças, gestão e controle social. O direito das políticas públicas sociais no âmbito
do direito social, sem dúvida pouco é compreendido e recebido pelo público. Por
isso, pensar nesse campo de ação social como política social, é uma possibilidade
recente (BOSCARI, SILVA, 2015).
Em 1993, no governo Itamar Franco foi aprovada a Lei nº 8.742/93, a Lei
Orgânica de Assistência Social (LOAS), que tratou das garantias da assistência
social de forma descentralizada e participativa, como uma política de direitos. A
assistência social é dever do Estado e direito do cidadão. O princípio de mínimo
comunitário, fornecido a, usado com continuidade de benefício salário mínimo para
idosos e deficientes físicos (renda familiar ¼ do salário mínimo por pessoa)
(FALEIROS, 2000).
LOAS – A Lei Orgânica de Assistência Social também estabeleceu os
princípios doutrinários e organizativos da área para manter o sistema democrático,
distribuição, igualdade e compatibilidade entre o público e as forças públicas. Então,
a LOAS introduziu uma nova definição de assistência social como “uma política
pública de segurança como direito do cidadão e dever do Estado, que prevê um
sistema administrativo dividido e envolvido, tem como eixo a criação do Conselho
Nacional de Assistência Social - CNAS” (MESTRINER, 2001)
Como destacou Boschetti, a LOAS oferece mais poder de decisão esses
corpos coletivos em vez de ir ao Poder Executivo. Enquanto o governo tem o dever
de criar as condições necessárias para que isso aconteça o direito de receber
assistência, estabelecendo normas e funções administrativas, para os conselhos são
responsáveis por discutir e controlar as ações do governo, para que monitorar e
verificar se cumprem a lei e se a cumprem necessidades identificadas localmente
(2003)
Em 1995 no governo Fernando Henrique Cardoso cria Comunidade Solidária
com objetivo alimentação os necessitados, este programa finalidade de combate à
fome e da miséria Behring, Boschetti, (2016) por Decreto n. 1.366, de 12 de janeiro
de 1995, funcionou até dezembro de 2002, ligado à Casa Civil da Presidência da
República é dirigido pela Ruth Cardoso então primeira-dama do Brasil.
Em 1997 nova norma federal: a NOB-97, Norma Operacional Básica
nominada pela então Secretária de Estado de Assistência Social, agência federal, o
que aconteceu após 10 anos o anúncio da LOAS e foi notado pela associação
municipal para a distribuição de áreas e implantação do sistema administrativo
descentralizado previsto na Constituição Federal de 1988. A ideia de um sistema
descentralizado e de participação, estabelece condições para garantir sua eficiência
e eficácia ao definir um conceito norteador para a distribuição da assistência pública.
Expandiu a gama de habilidades de níveis de governo por meio da gestão de
políticas, sem, no entanto, separá-los. Proposto a criação de uma Comissão
Tripartite, de caráter consultivo, com representantes nos três níveis de governo, para
discutir e acordar aspectos relacionados à gestão social (NOB/SUAS/05, p. 9).
No governo Lula em 2004 foi aprovado a Política Nacional de Assistência
Social proporciona as diretrizes que efetivar os deveres do Estado e os direitos do
cidadão. A Política Nacional de Assistência Social 2004 agregará novas diretrizes e
definir claramente o campo da proteção social não contributiva da assistência social.
NOB - O SUAS 2005 exige reorganização municipal para se qualificar ao SUAS.
Portanto, são dois novos marcos de influência na reestruturação da ação
humanitária de municípios como política pública.
De Acordo com Tapajós em 2005 no governo Lula a Norma Operacional
Básica do Sistema Único de Assistência Social NOB/SUAS coordena a gestão
pública de Política de Assistência no território Nacional

A NOB-SUAS/2005 representou um marco fundamental na estruturação da


Política Pública de Assistência Social, imprimindo um grande salto
quantitativo na implantação de serviços socioassistenciais em todo o
território nacional, tendo como base critérios de partilha transparentes e
objetivos, adequados à distribuição territorial das populações vulneráveis,
com a alocação equitativa do cofinanciamento federal e a possibilidade de
superação das distorções regionais históricas. (TAPAJÓS, 2012, p. 13)

Em 2006 no governo Lula NOB/RH A Norma Operacional Básica de Recursos


Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS) representa um grande avanço para a política
de assistência social, uma vez que a profissionalização de seus trabalhadores
auxilia na problematização dos pressupostos e dos contextos que cercam os
processos de trabalho e as práticas profissionais diariamente. Ao implementar um
sistema descentralizado e de participação, os governos passaram a ser capaz de
atuar de forma integrada com políticas setoriais e separadas as áreas da
administração pública, responsabilizando-se pela cooperação e financiamento no
desenvolvimento de ações voltadas para a inclusão e redução das desigualdades
sociais.
Então, o SUAS - Sistema Único de Assistência Social é essa estratégia a
criação de um sistema de segurança social, as suas necessidades: reforçar a
importância da responsabilidade do Estado e da justiça social, romper com o
clientelismo, a confirmação de direitos e democratizar a participação pública no
exercício do controle público. Assistência Social deve garantir a segurança e
proteção social, fortalecendo os laços familiares e serviços comunitários para
famílias em situação de vulnerabilidade e risco social.
Em 2009 no governo Lula Tipificação Nacional dos serviços assistências
sociais notificação apresenta e descreve os serviços que compõem o sistema único
de assistência social por meio de níveis de proteção e de complexidade de serviços
classificados em dois tipos de proteção social básica e proteção social especial a
proteção social básica tem como objetivo a prevenção de situações de risco por
meio do desenvolvimento de potencialidades e do fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários, ela destina-se a população que vive em situação de
fragilidade decorrente da pobreza da ausência de renda acesso precário bunda ou
serviços públicos ou da paralisação de vínculos afetivos a proteção social básica
atua por meio de diferentes unidades entre elas está. Centro de referência de
assistência social também conhecidos como classe os principais serviços ofertados
no Cras são os serviços de proteção e atendimento integral à família o país de
convivência e fortalecimento de vínculos e o serviço de proteção social básica no
domicílio e serviços visam garantir direitos sociais e contribuíram para a melhoria da
qualidade de vida da população expansão de trajetória social através do
fortalecimento dos laços familiares.
Em 2012 no governo Dilma aprova a Norma Operacional Básica do Sistema
Único de assistência Social NOB/SUAS representa uma grande evolução sendo
uma parte fundamental à profissionalização da política de assistência social, visando
a garantia a excelência na prestação da assistência aos necessitados, as diretrizes
da NOB-RH/SUAS norteiam efetivação da gestão do Estado com auxilio classe dos
trabalhadores e profissionais da área social.

1.2- Assistência Social como Direito e Sua Interlocução com o


Envelhecimento
A preocupação com o processo de envelhecimento da população é uma
atitude recente na sociedade brasileira. Tradicionalmente, ajuda aos idosos estava
ligada a instituições filantrópicas assistenciais, asilos e confessionais preocupação
pública com as necessidades trazidas no processo de envelhecimento foi
amplamente reforçado pelo movimento social dos mais velhos, enfatizando o
protagonismo do movimento.
As primeiras políticas previdenciárias de iniciativa estatal para trabalhadores
do setor privado surgiram no início do século 20, com as leis que criam o seguro de
acidentes de trabalho em 1919, E o primeiro fundo de aposentadoria e pensão em
1923. Na década de 1930, o Brasil já tinha uma política de bem-estar, que incluiu
seguridade social, saúde, educação e habitação. Embora o objetivo deste setor seja
considerar o envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas
brasileiras, não se pode negar que elas são fruto de influências e pressões da
sociedade civil, associações científicas, grupos políticos, etc.
A ação primária do governo federal de atendimento aos idosos ocorreu a
partir de 1948 e consistiu em ações preventivas realizadas em centros sociais do
Instituto Nacional do Seguro Social (INPS) e da sociedade civil, além da internação
correcional de aposentados e pensionistas do INPS a partir dos 60 anos.
Admissão em instituições sendo feitas considerando o esgotamento físico e mental
dos idosos, com poucos recursos financeiros e a inexistência ou abandono de
familiares.
Assim, destacam-se duas iniciativas realizadas na década de 1960, e que
tiveram impacto no desenvolvimento futuro das políticas brasileiras para a população
idosa. No ano de 1961, foi fundado a Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, com objetivo de incitar iniciativas e trabalhos sociais de apoio à
terceira idade a fim de cooperar com outras organizações interessadas em
atividades educativas, assistenciais e de pesquisas relacionadas à Geriatria e
Gerontologia, que firmou um trabalho com grupos de trabalhadores do comércio da
cidade de São Paulo, preocupados com os desamparados e o bem-estar dos idosos.
As instituições que cuidavam da população idosa eram apenas para o atendimento
em manicômios. Tendo a iniciativa do governo federal há favor dos idosos carentes
durante a década de 1970 foram criados dois tipos de benefícios não contributivos:
aposentadoria para trabalhadores rurais e renda mensal vitalícia (RMV) para
indigentes urbanos e rurais.
Os valores eram estipulados em 50% do salário mínimo, com exceção da
aposentadoria por invalidez dos trabalhadores rurais, que era 75% do salário
mínimo. Sendo que a previdência rural se definia ao chefe da família com mais de
65 anos que comprovasse ter trabalhado em atividades rurais.
As Rendas Mensal Vitalícias, criadas em 1974, foram as primeiras medidas
para proteger os deficientes e os idosos necessitados, teve atuação no âmbito da
política previdenciária. As principais condições de elegibilidade foram: não poderia
receber nenhum tipo de benefício, ter contribuído há pelo menos 12 meses ou ter
trabalhado por cinco anos em uma atividade à época não coberta pela previdência e
não receber renda superior ao valor do benefício. A admissão em instituições foi
feita considerando o desgaste físico e mental do idoso, tendo poucos recursos
financeiros e a ausência da família ou abandono.
No ano de 1992, teve a união dos regimes, as Renda Mensal Vitalícias
urbanas e rurais foram ajuntadas em uma só. No ano de 1993, houve promulgação
da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), sendo criados os benefícios
assistenciais stricto sensu — auxílio assistencial. Estes também foram derivados dos
benefícios da provisão continuada. Foi criado diretrizes para o primeiro documento
que o Governo Federal iria usar para a aplicação de uma política social, onde foi
editado em 1976 pelo MPAS. Baseado nas conclusões de três seminários
realizados em São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza sendo regional e um nacional.
Os seminários tinham o objetivo de identificar as condições da vida dos idosos
brasileiros e que suporte assistencial existia para atender às suas necessidades.
Política Nacional do Idoso (PNI), deve ser interpretado como uma estratégia
jurídico-legal que deve apoiar a União, províncias e municípios brasileiros no
fornecimento e implementação de diretrizes que garantam proteção e os direitos dos
idosos. O PNI define como responsabilidade e competência na área de promoção e
assistência social: prestar serviços e desenvolver ações voltadas ao atendimento
das necessidades dos idosos, com a participação de famílias, comunidades e
organizações governamentais e não governamentais; promover a criação de
incentivos e outras formas de cuidar dos idosos, como centros de convivência, lares
de idosos, locais de trabalho e abrigos, atendimento domiciliar e muito mais;
facilitação de simpósios, seminários e reuniões especiais; planejar, coordenar, dirigir
e patrocinar estudos financeiros, pesquisas, e publicações sobre a condição social
do idoso; promovendo a capacitação dos serviços de atenção ao idoso (Brasil,
1994)
Vemos no documento da Política Social as principais propostas contidas para
o Idoso: as diretrizes básicas foram: implantação de um sistema de mobilidade
comunitária, visando, entre outros objetivos, a manutenção do idoso na família;
revisão dos critérios de concessão de subsídios às entidades que acolhem idosos; a
criação de serviços médicos especializados para os idosos, incluído atendimento
domiciliar; preparação para aposentadoria através de uma revisão do sistema
previdenciário e capacitação de recursos humanos para cuidar do idoso; coleta de
produção e análise de informações sobre a situação do idoso pelo Serviço de
Processamento de Dados Previdenciários e Assistenciais o (IBGE) e a (Dataprev),
entre outros atentamos que até agora , as políticas do governo federal para a
população idosa brasileira consistiam em prover renda para a população idosa que
trabalhava de alguma forma e assistência social para idosos carentes e
dependentes. Vemos que a visão que aparece predominando nas políticas é a de
vulnerabilidade e dependência do segmento. Mudanças graduais nessa visão
tomaram forma ao longo da década de 1980, influenciadas pelo debate
internacional.
De 1994 até agora, a política de assistência social mostrou grandes
benefícios em termos de recursos, por meio do programa Bolsa Família e do
Benefício de Prestação (BPC) e planejamento de sua rede. Sobre atuação para os
idosos, no entanto, fica claro que apenas transferir dinheiro não é suficiente.
O Suas melhora algumas ações em idosos (acima de 60 anos), em estado de
vulnerabilidade social e a vivência de isolamento social por falta de acesso a
serviços e oportunidades para a vida familiar e comunitária e suas necessidades,
interesse e disponibilidade indicam inclusão no serviço básico de proteção social (os
Cras). Benefício de salário mínimo mensal garantido para o infrator pessoas com
deficiência e idosos que não têm meios para se sustentar ou sustentar a família
(Brasil, 1993).
Em 2001, para confirmar as soluções encontradas pelas províncias e
municípios utilizar o PNI, o Tribunal de Contas da União (TCU) preparou Relatório
de Pesquisa Ambiental (Brasil, 2001) sobre o programa valorização e Saúde do
Idoso. O objetivo foi analisar como o financiamento foi fornecido, formação,
informação e acompanhamento da gestão da assistência social e prestadores de
serviços, para fortalecer a relação entre eles e o governo. A proposta destinava-se a
fornecer aos usuários da política benefícios angariados pela ação governamental,
com o objetivo de manter a dignidade e incentivar a ajuda e a interação entre os
idosos. O relatório revelou como a principal dificuldade com a qual as ações
assistenciais de atenção à pessoa idosa se deparam a de sensibilizar os agentes
governamentais.
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), este
benefício, de um salário mínimo por mês, destina-se a idosos ou pessoas com
deficiência que não possam trabalhar, cuja renda familiar seja inferior a um quarto
de salário mínimo. As transferências são independentes das contribuições anteriores
do sistema da segurança social e não estão sujeitos a nenhum sócio. O BPC é
financiado por recursos previdenciários destinados ao Fundo Assistência Social
Nacional (Fnas). Os lucros incluem Pnas, integrado pela Snas do MDS. O INSS,
autarquia vinculada ao MPS, é o responsável pela operacionalização do benefício.
BPC e RMV, Bolsa Família foram os principais responsável pelo aumento dos
valores destinados ao trabalho da Assistência Pública, desde 2004. Essas ações,
em termos econômicos, podem ser classificadas como transferência de renda. No
gráfico 1 é mostrada a evolução da concessão do BPC/Loas, no período de 1996 a
2014:

Gráfico 1: Evolução da concessão do BPC/Loas para pessoas idosas (1996-


2014).Fonte:<http://www.sdh.gov.br/assuntos/bibliotecavirtual/pessoa-idosa/publicacoes-2015/pdfs/
guiia-de-politicas-programas-e-projetos-populacao-idosa-1>.
Portanto, nos dezoito anos da oferta do BPC ao idoso, observa-se um
aumento de quatrocentas vezes no número de convênios. O gráfico 2 mostra a
distribuição percentual dos benefícios efetivos do idosos, de acordo com a região do
idoso.
Gráfico 2: Distribuição percentual dos ativos do BPC para pessoas idosas
segundo a região (2014).
Vale ressaltar que a distribuição dos benefícios está relacionada à distribuição
dos idosos em várias partes do país.

1.3. Os Desafios Impostos a assistência Social pelo Neoliberalismo

De acordo com Gasparotto, Grossi, Vieira (2014, p. 03) “O capitalismo é um


sistema permeado por Profundas contradições sendo que uma delas se refere ao
fato de que quanto maior a riqueza dos donos do capital maior a pobreza da classe
trabalhadora.”
Com isso evidenciamos a lei universal do acúmulo capitalismo. “Esse modo
se assenta na exploração da força de trabalho e na apropriação privada da riqueza
que é socialmente produzida refere às políticas sociais”, GASPAROTTO, GROSSI,
VIEIRA (2014, p. 03)
São uma forma de política pública ou uma dimensão da política pública, além
de ser uma ação do estado para o atendimento das necessidades sociais e das
demandas da classe trabalhadora de modo geral nos dias atuais.
A partir dos anos 90, inicia com o governo Collor de Mello, se intensifica no
governo FHC Fernando Henrique Cardoso as principais ideias neoliberais, destaca a
necessidade da privatização, abertura externa, a flexibilização das relações e
condições de trabalho, a diminuição do Estado a reestruturação das políticas sociais.
O principal objetivo é a concentração de renda, ou seja, a estabilidade monetária,
que está em crise à medida que as políticas macroeconômicas e os direitos sociais
são garantidos.
Como resultado, direitos constitucionais duramente conquistados foram
enfraquecidos com a implementação das reformas do Estado na década de 1990, o
que levou a uma crise no Estado de bem-estar brasileiro antes de sua
implementação. Entende-se que o principal objetivo é ampliar o sistema
previdenciário, romper com a fragmentação de planos, programas, projetos, serviços
e ações estipulados pela política social e garantir a interação com as três esferas de
governo.
Ao longo da década seguinte, no entanto, houve uma descontinuidade nessa
noção de sociedade, pois o país passou a utilizar o conceito de Estado menor, pois
quando o Estado de bem-estar foi estabelecido, já se opunha ao movimento global e
passou a viver um fogo cruzado. Com o advento do neoliberalismo, regrediu os
ideais liberais sobre o papel do Estado na proteção social. O que se propõe a
reorganização produtiva visando a obtenção do máximo de produtividade com o
mínimo de gastos, bem como a organização de um mercado socialmente regulado
levando em conta que o Estado passa a ser o menor, lutando contra a garantia dos
direitos sociais.
O Projeto do Processo Neoliberal constitui-se como uma estratégia
hegemônica de reorganização total do capital para sair da crise, desdobrando-se em
três frentes: a ofensiva trabalhista de direito e direitos trabalhistas e luta sindical e de
esquerda; a ofensiva do Estado Reestruturação e contra reforma. Ele endossou o
que foi revelado acima, enfatizando que o neoliberalismo é baseado na privatização
e na descentralização, o que leva a uma ideia de generalização da ajuda e da ação
onde mercados, comunidades e famílias não podem fornecer. Cabe destacar que o
contexto neoliberal é caracterizado pela desintegração da política social, em que os
gastos públicos em assuntos sociais, a responsabilidade do Estado e a
responsabilidade da sociedade civil pelas questões sociais foram drasticamente
reduzidos. Desta vez, do ponto de vista neoliberal, o Estado torna-se mínimo para a
sociedade, tornando as políticas públicas cada vez mais urgentes e centralizadas,
visando apenas aqueles que se mostram em extrema pobreza.
Como exemplo do período citado, temos algumas das medidas adotadas
durante o governo Color, como confisco de receitas econômicas, cortes nos gastos
públicos, desoneração de tarifas de importação e exportação e incentivo à
privatização. Na década de 1990, ele devia um empréstimo ao Fundo Monetário
Internacional durante a crise no Brasil. Após inúmeras acusações de corrupção em
seu governo, a presidência de Color terminou em processo de impeachment, então
seu vice-presidente, Itamar Franco, assumiu a presidência do Brasil.
Política neoliberal e seus defensores articulam a cassação consagrada na
Constituição Federal de 1988 na tentativa de desconstruir a política social para
provocar sua desintegração. Como resultado, a política social adquiriu um novo
rumo, tornando-se focalizada, urgente e seletiva. Claramente, o Estado prioriza o
crescimento econômico e desenvolve políticas sociais para resolver problemas
urgentes por meio de medidas de mitigação, em vez de mudar substancialmente os
problemas sociais. No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Plano
Real foi criado em 1994 com o objetivo de estabilizar a economia nacional, ele
observou que, neste caso, a política de ajustar o país a três pontos de apoio: a
estabilização cambial, desregulamentação e privatização.
O programa acabou com a inflação com enormes taxas de crescimento, ao
mesmo tempo em que abriu o mercado brasileiro sem preservar as indústrias
nacionais, o que levou a um crescimento recessivo, Pequenas Empresas falidas e,
naturalmente, mais perdas de empregos. As contrarreformas ocorreram no Estado,
cujo significado foi determinado por fatores estruturais e ambientais externos e
internos, levando a uma deterioração das condições de vida e de trabalho do
proletariado. Durante o governo FHC, a política social foi objeto indiscutível do
descaso e da desintegração do Estado, aparentemente subserviente à mediação
dos interesses econômicos da sociedade brasileira e agindo automaticamente de
forma praticamente irrealizável.
Após a promulgação da Constituição Federal em 1988, após um longo
processo de mobilização social, é evidente o retrocesso na esfera social. A
sociedade brasileira, por meio das eleições do governo Lula, tinha grandes
expectativas de retorno ao ideal de igualdade, mas os respectivos governos não
promoveram mudanças significativas na esfera social. O investimento limita-se à
obtenção de superávits primários como garantia de pagamento da dívida externa,
não havendo retomada do crescimento econômico com geração de empregos,
permanecendo obstáculos ao desenvolvimento social. Dado que a perspectiva
neoliberal visa desconstruir direitos subjugados, a expressão dos problemas sociais
é representada por políticas sociais com subsidiaríssimo e focalização, ao invés de
responder aos problemas sociais.
Assim como em outras políticas sociais, os direitos dos idosos são
diretamente afetados, sendo deslocados para a lógica da sociedade civil que busca
a cooperação na gestão da política social à medida que o papel do Estado é
redefinido. Nesse contexto, a lógica neoliberal restringe a política social à
legitimidade da ordem vigente, visa conter a população e retira o caráter universal e
socialmente protetor da política pública. Nesse contexto, as políticas sociais e
públicas tornam-se cada vez mais contraditórias, pois é impossível fortalecer a
democracia no sentido mais amplo, os idosos têm uma nova percepção da
realidade, justificam estratégias para ampliar os direitos sociais, formar uma
sociedade baseada na justiça e equidade. Uma das características marcantes dos
retrocessos do programa neoliberal é a reforma da previdência, que resultou no
aumento do tempo de contribuição e na redução do valor dos benefícios para os
idosos, abrindo espaço para a entrada da previdência privada. A retirada do papel
central do Estado na solução dos problemas sociais tem levado a políticas sociais
idiossincráticas e isoladas que buscam resolver apenas os problemas sociais.
Outro exemplo notável dos retrocessos das políticas neoliberais é a
desregulamentação do SUS (Sistema Único de Saúde), que também é fruto das
lutas socialdemocratas no Brasil, especialmente os idosos, vítimas desse processo.
Toda a luta pela privação de direitos foi considerada na constituição de 1988. A
cidadania é alcançada pela capacidade de um indivíduo usufruir de direitos que lhe
permitem participar ativamente do núcleo político e social de suas comunidades.
Garantir a sua cidadania é participar na compreensão dos direitos e obrigações e
usufruir dos direitos e privilégios do Estado, da segurança política e social. Desta
vez, é preciso mobilizar grupos mais antigos e cívicos para alcançar novas
perspectivas de autonomia e fortalecimento do segmento.
É um processo contínuo de construção de autoconfiança entre os idosos,
permitindo que os idosos expressem seus interesses e participem de experiências
comunitárias, para que possam levar uma vida autônoma e responsável e participar
do processo político. Diante dessa situação política e social, os idosos sentem a
necessidade de alargar as políticas públicas do país para atender a essa
necessidade socialmente vital.
1.4- Aspectos Demográficos do Envelhecimento no Brasil
PESQUISAR COLOCAR DADOS QUANTITATIVOS
VARIOS GRAFICOS
DADOS ESTATISTICOS
AGRAVAMENTO DO ENVELHECIMENTO
USAR CITAÇÃO DIRETA INDIRETA
REFERENCIAS
Para melhor compreensão da dimensão demográfica do envelhecimento no
Brasil, deve se levar em conta a evolução científica e tecnológica que aumentam o
tempo de vida do idoso, no quadro do contexto sócio histórico, político e econômico
da sociedade em análise, na ideia do que acontece na forma linear e homogênea
não natural. Além disso, o processo de envelhecimento é polarizado nas relações de
classe, ou seja, em uma sociedade capitalista, como a brasileira, como vem
envelhecendo o grupo de trabalhadores com relação a classe rica. As necessidades
da burguesia se estabelecem na sociedade industrial capitalista, se apropriando dos
meios de produção.
O capital investido é avaliado e extraído do trabalho excedente não pago aos
trabalhadores, eles eram forçados a vender seu trabalho para sobreviver porque era
a única riqueza que tinham. Desde então, estabeleceu-se uma relação antagônica
entre as classes. A classe trabalhadora inclui aqueles que vendem sua força de
trabalho, tendo como núcleo os trabalhadores da produção, sejam eles manuais ou
não, porque o que mais vale é retirado deles diretamente. Uma expressão da
participação direta no processo de valorização do capital é a agregação de
trabalhadores improdutivos cujo trabalho é consumido como valor de uso, ao invés
de criar valor de troca como trabalho.
Dada a crescente sobreposição entre empregos produtivos e improdutivos no
atual estágio do capitalismo, conceitos contemporâneos devem ser incorporados ao
conjunto dos trabalhadores assalariados. Uma história única e uma história
universal, cujo status de classe permeia as condições de existência, não nos permite
concebê-la de forma unificada e homogênea. No entanto, muitas das maneiras como
vemos o envelhecimento estão enraizadas em dois fundamentos, a divisão de
classes sociais entre a burguesia e o proletariado. Um levantamento sócio
demográfico da situação de envelhecimento do Brasil só pode ganhar compreensão
política se for interpretado em termos dessas relações de classe.
Nessas relações de classe, a classe trabalhadora é intrinsecamente
dependente das políticas de trabalho e renda e das políticas de proteção, benefícios
sociais, especialmente saúde, bem-estar e assistência social. Assim, as condições
objetivas e subjetivas de competência social do envelhecimento estão relacionadas
às oportunidades disponíveis aos trabalhadores diante de políticas redistributivas, e
os resultados sugerem que o Estado pode ou não promover justiça e equidade
social para reduzir as disparidades sociais, pois circunstâncias políticas e
econômicas afetam diretamente suas vidas e idades.
Para compreensão do envelhecimento, é necessário situá-lo no quadro das
relações sócio históricas, políticas e econômicas nacionais, como um processo
contido nas condições físicas objetivas e na objetivação subjetiva da sociedade
cotidiana. O processo de envelhecimento transcende as condições de um mero ciclo
biológico limitado pelo tempo e é entendido como um fenômeno humano; em
sociedade, em múltiplas manifestações sociais e múltiplos significados.
A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. Há, no entanto, importantes
diferenças entre os países desenvolvidos e os países em
desenvolvimento. Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento
ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, nos
outros, esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para
uma reorganização social e da área de saúde adequada para
atender às novas demandas emergentes. Para o ano de 2050, a
expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que
existirão mais idosos que crianças abaixo de 15 anos, fenômeno
esse nunca antes observado. (TEMPORÃO, 2006, p.07)

A estrutura cultural da construção social só pode ser compreendida quando


se pensa em termos de um determinado modo de produção no caso, o modo de
produção capitalista.
O envelhecimento no Brasil enfrenta os meios básicos de produção
existentes, baseados em sua propriedade privada, levantando a questão do
envelhecimento nos
fatores econômicos, políticos e culturais que determinam a sequência e o momento
do capital. A descoberta desses determinantes pode sugerir que os trabalhadores
mais velhos pertencem a uma classe social desprovida de renda para a produção de
subsistência e de riqueza socialmente criada e, portanto, enredados em problemas
sociais de classe; à medida que os trabalhadores envelhecem eles perdem o valor
de uso do capital; e a lógica da acumulação de capital cria condições sociais
desiguais; manifestadas no aumento do desemprego, da população e da pobreza.
Temos uma ideia de envelhecimento, que nos dá sentido ao ciclo natural da vida
que está desconectado do atual contexto político, social e econômico, como se
classe social e seus opostos não estivessem diretamente envolvidos na vida e no
processo de envelhecimento.
Essa visão da naturalização da velhice ignora as divisões de classe que
implicam as condições objetivas sob as quais elas existem e são vistas como
determinantes da experiência cotidiana e da construção de histórias grupais e
coletivas. E se traduz no estilo de vida e na idade, pois depende das condições
econômicas e sociais, pode se intensificar escassez de condições de vida objetivas
e subjetivas ou interrupção prematura do processo de sobrevivência devido à
desigualdade social, como exemplos incluem sofrimento, pobreza, fome, doença,
negligência familiar e abandono social.
A premissa de falar sobre o envelhecimento é descobrir que existem
diferentes formas de viver e morrer, e que uma pessoa não envelhece de uma só
maneira e forma, pois não há homogeneidade no processo. O envelhecimento
reflete a maneira como você vive desde a infância até a vida adulto. Se as condições
objetivas e subjetivas de vida permitem atender às necessidades físicas,
psicológicas e sociais de indivíduos e grupos, claro, estes poderão alcançar uma
vida mais longa, o que pode desfruta de mais saúde e satisfação pessoal. No
entanto, por sua vez é verdade que as condições básicas de atendimento são
insuficientes.
Na vida, a pobreza exacerbada; o sofrimento físico e psicológico; podem
causar o término prematuro da existência. Temos no Brasil 210 milhões de
habitantes, 37,7 milhões são idosos, ou seja, aqueles com 60 anos ou mais (Dieese
2021). Isso representa uma melhoria em termos de aumento da expectativa de vida,
mas também a melhora significativa das condições de vida desse segmento social,
que apesar das desigualdades sociais em diferentes regiões no Brasil; ainda assim,
idosos conquistam mais espaço social e político, para a economia e cultura do país.
Essas conquistas sociais não acontecem por acaso, são as intensas lutas históricas
dos trabalhadores por seus empregos, seu modo de vida e pela conquista de suas
vozes no espaço político, tanto no campo dos direitos humanos quanto no campo da
política social e política pública.
É por meio das legislações aprovadas que o idoso consegue obter
reconhecimento efetivo e direitos sociais. Com a promulgação da Lei Orgânica da
Assistência Social; a LOAS, Lei nº 8.742, de 7 De dezembro de 1993 em seu artigo
34, recebe a previsão de retorno de benefícios contínuos, nesse sentido, os idosos
pobres; incapazes contraiu direito de receber um benefício assistencial de um salário
mínimo mensal. A Política Nacional do Idoso é a primeira legislação específica no
Brasil para essa classe social, com ela a população mais velha recebe uma receita
de direitos sociais a fim de promover a sua autonomia e participação social.
Cinco anos depois, a política de saúde se baseava em um contrato vitalício,
visando as necessidades dessa população, estabelecendo a prevenção e a
promoção da saúde por meio do atendimento multiprofissional, com foco no idoso,
seguido pela Política Nacional de Saúde do Idoso. Outra conquista socialmente
significativa ocorreu com a Promulgação da Lei dos Idosos, Lei nº 10.741 de 1° De
outubro De 2003, com direitos ratificados assinado por outras políticas públicas, com
inovações trazidas pelo Estatuto assim garantindo o atendimento e Assistência à
saúde, prioritários benefícios sociais e a necessidade de programas educacionais
que promovam a autonomia do segurado. Por outro lado, a questão da violência
contra os idosos precisa ser enfatizada, está destacado no Artigo segundo e terceiro
o entendimento da lei limitá-lo à área de violações de direitos, portanto, fornece
sanções para infratores.
Vale ressaltar que a implementação da política de proteção no âmbito da
Segurança Social, assinado pela Carta Constitucional em 1988, foi promulgada pela
Constituição e Legislação específica para a população idosa, possibilitando o
reconhecimento da cidadania e estabelecendo o compromisso do Estado com a
salvaguarda, acesso a benefícios, aids e serviços dentro das políticas públicas;
mudanças nos indicadores sociais e estatísticos; higiene; situação epidemiológica e
socioeconômica dos idosos nos últimos 30 anos.
O que resultou em expectativa de vida mais longa, melhor saúde e condições
de vida. Isso se deve à expansão dos benefícios, serviços e assistência da política
social de saúde e assistência social, no entanto, em um país profundamente
desigual o envelhecimento continua sendo um desafio para a classe trabalhadora
devido aos modelos econômicos e sociais neoliberais, especialmente quando
exacerbado pela diferença entre estas duas partes urbanas e rurais. Onde
trabalhadores são os mais aptos a tirar proveito das políticas, assim também o
público mais afetado, o que impactará significativamente as condições objetivas e
subjetivas de vida.
A conquista social é o movimento dos trabalhadores que tem voz em uma
tensa arena política na sociedade brasileira. Em suas demandas e necessidades e
no movimento o destaque é a luta da população idosa, gradativamente, aumento do
reconhecimento estatal de sua cidadania pela Constituição Federal de 1988 e outras
legislações inconstitucionais que ratificaram seus direitos sociais, que é suficiente
para garantir o acesso e gozo dos benefícios e serviços necessários à população
idosa nas políticas públicas e Sociais. As violações dos direitos dos idosos não são
incomuns no Brasil, a aplicação da legislação na vida cotidiana da sociedade deve
ser prioridade. Por certo, ainda existe uma porcentagem na classe dos trabalhadores
mais velhos que vivem de salários ou rendimentos em dinheiro que ainda precisam
vender sua mão de obra.
Pesquisas revelam que as políticas previdenciárias possibilitam aumentar a
renda e o consumo dos idosos melhorando sua qualidade de vida. É notório o
aumento da desigualdade social entre os idosos que vivem nas regiões rurais, e as
taxas de pobreza extrema persistem, mas as políticas de emprego, renda e proteção
social são fundamentais para tornar o processo de envelhecimento apoiado em
condições objetivas que atendam às necessidades dos idosos, em tempos de
recessão ou os idosos vão perder sua capacidade de trabalhar e, portanto, perder
seu sustento e manter as habilidades sociais além de estimular o desenvolvimento
humano da sociedade no todo. Mas a grande desigualdade que tem na sociedade
Brasileira atinge todos os segmentos da classe trabalhadora e mais a população
idosa que está aumentando vertiginosamente.
Quando não tem garantia de direitos, vários dispositivos legislativos tornam as
condições de vida precárias, como se pode constatar no atual estado de regressão
do financiamento das Políticas Governamentais para as Políticas Públicas e Sociais.
A resistência da classe trabalhadora é necessária para ampliar a segurança social, a
política e a economia na luta contra o modelo de Estado neoliberal, além daquilo que
já estão garantidos por lei, a democracia e cidadania são fortalecidas, e assim os
que envelhecem têm mais saúde e dignidade.
2 - METODOLOGIA
Objetivo Este Capítulo é Abordagem com a Analise Estratégia de construção
de dados, Sistematização é o que revela os Dados assim visando uma Melhoria
Continua das Políticas Públicas Assistência Social no Brasil.

2.1 Estratégia de construção de dados


2.2 Sistematização dos dados
2.3 O que revelam os dados?

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

BRASIL. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Lei Orgânica da Assistência


Social. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras
providências. Brasília, 1993.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: capítulo 02 da


seguridade social seção 01 disposições gerais artigo 195. Brasília:
Presidência da República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: capítulo 02 da


seguridade social seção 01 disposições gerais artigo 203. Brasília:
Presidência da República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: capítulo 02 da


seguridade social seção 01 disposições gerais artigo 204. Brasília:
Presidência da República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Lei n. 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Política Nacional do Idoso.


Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso. Cria o Conselho Nacional do Idoso

e dá outras providências. Brasília, 1994. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Lei n. 10.741, de 1o de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Dispõe


sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Brasília, 2003.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm.
Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Instituído Pela Lei Orgânica da Assistência Social. Conselho


Nacional de Assistência Social. 1993. Disponível em:
http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/participacao-social/conselhos-de-
assistencia-social. Acesso em: 05 jun. 2022.

MESTRINER, Maria Luiza. O estado entre a filantropia e a assistência social.


São Paulo:
Cortez, 2005.

Referência: MEDEIRO, Juliana. A História da Assistência Social no


Brasil: legislação. Legislação. 2016.
Disponível em: https://blog.gesuas.com.br/historia-da-assistencia-
social/.
Acesso em: 20 mar. 2020.
Citação com autor incluído no texto: Medeiro (2016)
Citação com autor não incluído no texto: (MEDEIRO, 2016)

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