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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

SERVIÇO SOCIAL

AMANDA DA SILVA FERREIRA GASPAR


SERVIÇO SOCIAL 1
PROFESSORA: MARIANA PEREIRA

AS PROTOFORMAS E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL:


Relações com a Igreja, o Estado e as classes sociais no Brasil

Rio de Janeiro
2023

DESENVOLVIMENTO
O surgimento e desenvolvimento do Serviço Social no Brasil estão ligados a
uma rede de influências, com destaque para a Igreja, o Estado e as classes sociais.
As protoformas, representando o estágio anterior à oficialização do Serviço Social
como profissão, incluem exemplos como as damas de caridade, as freiras e as
missões espirituais. Essas protoformas indicam que a Igreja Católica desempenhou
um papel precursor na assistência aos mais necessitados, em um contexto de
urbanização acelerada e desafios sociais crescentes, mesmo que, naquela época,
essa atuação fosse mais associada à caridade do que a uma profissão. Essas
protoformas evoluíram ao longo do tempo e desempenham um papel fundamental na
compreensão da história e da evolução do Serviço Social.

A institucionalização do serviço social no Brasil representa a trajetória pela qual


o Serviço Social se consolidou como uma profissão oficialmente reconhecida, com
regulamentação, estabelecimento de programas de formação acadêmica e atuação
em várias áreas da sociedade. Esse desenvolvimento abrangeu todo o século XX e foi
marcado por diversos eventos significativos:

Durante a década de 30, o Serviço Social começou a se organizar como


profissão no Brasil, se inspirando na profissionalização dos Estados Unidos. Nessa
época, começaram a surgir as primeiras escolas de serviço social no Brasil, mostrando
como esse período foi crucial. Após esse período, foi regulamentado o exercício da
profissão de assistente social no Brasil, marcando um passo importante na
institucionalização do serviço social no país. Já na ditadura militar, o serviço social foi
influenciado por políticas do governo, e muitos assistentes sociais se envolveram na
luta por direitos humanos e justiça social. Isso contribuiu para a consolidação da
profissão como defensora dos direitos humanos. Além disso, a profissão é sujeita à
regulamentação por entidades representativas, como o Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS) e os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), os quais
desempenham a importante função de supervisionar e orientar a prática dos
assistentes sociais.

Conforme a profissão começou a se estruturar, os assistentes sociais passaram a


colaborar com instituições religiosas a fim de atender às demandas das comunidades,
sendo assim, uma parceria que conseguiu desenvolver a profissão no Brasil.

A Igreja também começa com um processo de popularização, pois ela precisava falar
com o povo
Além disso, durante o Estado Novo, com a ascensão de Getúlio Vargas, o Serviço
Social vai deixar de ser um curso técnico e vai passar a ser um curso superior, com
Vargas dizendo que as políticas deveriam ser uma política de Estado,
responsabilizando-o pelas leis e políticas públicas (retirando a responsabilidade da
Igreja). Vargas estabeleceu uma relação de poder e superioridade, adotando políticas
de bem-estar social e criando o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.

Vale lembrar também que os assistentes sociais nascem por uma exigência do
capitalismo, e que para a profissão ter uma função social, ela precisa ser legitimada.

O Serviço Social vai ter um grande compromisso com as classes sociais, mesmo com
muitos conflitos para atender as necessidades da população principalmente as mais
vulneráveis, tendo em vista as consequências do capitalismo e a alienação que ele
propaga, além da fetichização. A profissão do assistente social vai ter como objetivo
trabalhar as questões de desigualdade, injustiça e exclusão social, sendo assim, com
leis e políticas públicas essas tarefas vão sendo realizadas em busca de uma
sociedade mais igualitária e com direito pra todos, mesmo aqueles que não desfrutam
do acesso.

Nos anos recentes, o Serviço Social no Brasil passou por uma mudança significativa,
adaptando-se para enfrentar as necessidades da sociedade moderna, envolvendo
uma evolução crítica.

Com isso, vimos que as origens do Serviço Social, moldadas pela influência da Igreja,
do Estado e das classes sociais, estabeleceram fundamentos para a
profissionalização desse campo. Durante sua trajetória, o Serviço Social enfrentou
obstáculos e dificuldades, mas manteve seu compromisso com o avanço do bem-estar
e da justiça social em suas variadas áreas de atuação, como saúde e educação,
consolidando-se como um componente vital do sistema de assistência social do país.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

MARILDA VILLELA IAMAMOTO; RAUL DE CARVALHO. Relações sociais e serviço


social no Brasil : esboço de uma interpretaçãohistórico-metodológica. SãoPaulo-
Sp: Cortez Editora, 2016.

MANUEL MANRIQUE CASTRO; JOSÉ PAULO NETTO; BALKYS


VILLALOBOS. História do serviço social na América Latina. São Paulo, Sp: Cortez,
2003.

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