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Psicologia comunitária: uma abordagem na dificuldade encontradas em famílias de

baixa renda da Grande Vitória - ES com filho(a) que apresentam o transtorno espectro
de autismo.

RESUMO: Muitas famílias capixabas, especialmente, do munícipio de Vitória encontram


dificuldades no acompanhamento dos seus filhos com autismo, isso que vai desde a demora do
diagnóstico até encontrar uma equipe de multiprofissionais que vão recebê-las adequadamente.
Isso quando se trata de pessoas de baixa renda que precisam recorrer ao SUS (Sistema Único
de Saúde) para o tratamento dessas crianças. Assim, esta pesquisa tem como objetivo abordar
as dificuldades enfrentadas pelas famílias com filhos autistas, isso em relação à demora do
diagnóstico e a rede de apoio do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Além
disso, buscou-se na Psicologia Comunitária a demonstração como essa vertente faz a diferença
nesse atendimento, pois é mais centrada nos problemas que comunidades passam, como acesso
à saúde, educação e principalmente a saúde mental. Para embasar esses assuntos foram usados
como aporte teórico Andery (2001), Góis (2005), Guimarães; Almeida (2010) entre outros.
Dessa forma, o artigo torna-se relevante para mostrar o que famílias pobres passam para
conseguir o laudo dos seus filhos, principalmente, quando os profissionais não levam em
consideração muitos fatores extra CRAS e SUS.
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Comunitária, Famílias, Autismo, Necessidades de apoio.
INTRODUÇÃO
A família é um dos primeiros grupos sociais o qual o indivíduo está inserido, uma
interação que depende de muitos fatores para que viva em harmonia, por isso é uma das
relações mais complexa que um ser humano possa vivenciar, por conta de muitas emoções
envolvidas, que pode ser de cumplicidade ou afastamento, de lealdade ou desconfiança entre
outras. Dessa forma, tudo isso desempenha um papel muito relevante no desenvolvimento do
indivíduo, tanto no nível da cognição como emocional.

Uma pessoa como ser social se espera que corresponda os vários “comandos” comuns
da interação com o outro, mas quando em uma família nasce uma criança que foge desse
padrão do qual está-se acostumado? Já que na sociedade há todo um preconceito em relação ao
diferente. Além disso, quando a criança recebe o diagnóstico de transtorno do espectro autista,
a família os poucos tomam conhecimento que todas as relações dessa criança vão acontecer de
formas distintas das demais crianças, que não apresentam o transtorno.

Desse modo, essas são das muitas dificuldades que os pais de autistas passam. Muitos
até receberem o diagnóstico do seu filho enfrentam um longo processo, o qual está marcado de
muito sofrimento e demora, isso quando se trata de famílias de baixa renda que necessitam do
SUS para conseguirem o diagnóstico e acompanhamento da criança.

Para tanto, objetivo geral é abordar as dificuldades enfrentadas pelas famílias com filhos
autistas, isso em relação à demora do diagnóstico e a rede de apoio do CRAS (Centro de
Referência de Assistência Social). Os específicos: 1) analisar que a Psicologia Comunitária
ajudaria de uma melhor forma no acompanhamento das famílias com seus filhos autistas e 2)
demonstrar como é feito o atendimento antes do diagnóstico e pós a ele com esses pais de baixa
renda.

Como aludido em cima, a Psicologia Comunitária é uma vertente que ajudaria e


entenderia de uma melhor forma essas famílias, porque é centrada nos problemas que
comunidades passam, como acesso à saúde, educação e principalmente a saúde mental, esses
entraves que assolam muitas pessoas no Brasil, que são de bairros que o dinheiro público
demora ou quando chega é pouco. Com isso, a metodologia desta pesquisa é em uma
abordagem qualitativa, pois se acredita que proporciona uma melhor análise dos fatos, que são
mostrados por meio de um questionário feito com uma família, a qual buscou atendimento
através do CRAS de sua cidade.

1. A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Segundo Góis (2005), Psicologia Comunitária nasceu da necessidade de alguns psicólogos
em superar alguns problemas socioeconômicos que afetavam e ainda afetam as sociedades em
geral. Com isso, escolheu-se essa vertente para embasa esta pesquisa, pois trata das
dificuldades de famílias que são das comunidades pobres e passam por dificuldade no
assistencialismo quando buscam acompanhamento para os seus filhos autistas.

Essa nova abordagem da práxis do psicólogo é um ramo da Psicologia Social a qual o termo
começou a ser usado na América Latina a partir de 1975, que

Só nos anos 70 é que essa Psicologia se considera em crise como construção


específica de um saber próprio e busca, numa reaproximação às ciências
histórico-sociais, sua nova maneira de trabalhar o social em Psicologia.
É nesse contexto de crise e redefinição que a Psicologia na Comunidade
tem sua hora e vez e pode constituir-se até numa porta aberta à reavaliação da
Psicologia enquanto teoria e prática. (ANDERY, 2001, p. 205).

Dessa forma, ela não se deve ao fato de construir consultórios nas comunidades para
atender a população, trata-se de uma Psicologia preocupada em que o psicólogo não seja
apenas um mero reprodutor de uma repressão que essas pessoas passam, por vários fatores que
vai desde serem pobres, o local de moradia ou pela cultura, entre outros. Com isso, essa
maneira de se fazer psicologia integra essas pessoas em um lugar que muitas vezes elas não
aparecem, e são subjugadas de serem capazes de construir uma nova identidade quanto viventes
de uma comunidade ou local de conflitos.

Perante isso, nos centros de atendimento como o CRAS (Centro de Referência de


Assistência Social) ou hospitais ou outros órgãos; essa nova forma do psicólogo atender as
pessoas que vivem em locais pobres, e que precisam de um atendimento diferenciado, como no
caso das famílias carentes que buscam o diagnóstico dos seus filhos; deve ser com um olhar
mais voltado para a situação socioeconômica, isto para que o acompanhamento leve em
consideração fatores que fazem todo o diferencial para essas famílias, majoritariamente nesse
momento de fragilidade emocional, que é buscar um diagnóstico de um transtorno ainda não
conhecido por muitos.

Cabe salientar que a Psicologia Comunitária estuda a forma que os indivíduos se


relacionam com a sociedade. Desse modo trabalha com o engajamento dessas pessoas em
relação a sua comunidade, assim, os conflitos socioeconômicos afetam o bem-estar dessas
famílias, com isso o psicólogo atua com uma função política e social, para que a população
daquele meio seja atuante, e em grupo busque melhoria para todos.

Por isso, essa Psicologia questiona os próprios psicólogos, como é feito o atendimento à
população mais carente, como atuam nas comunidades e se no acompanhamento é levado em
consideração tudo que as pessoas passam em sua vida socioeconômica. Portanto, as perguntas,
posicionamento do profissional deve ser diferente de um que atende pessoa de classe média,
por exemplo.

As autoras entendem que uma vertente assim da Psicologia faz todo diferencial no
atendimento de famílias que buscam o diagnóstico dos seus filhos, pois profissionais
embasados nela, vão participar como uns fortes mediadores do primeiro atendimento até o
diagnóstico e vão entender de forma comprometida a situação dessas famílias. Para isso, é
importante conhecer e entender o transtorno de espectro autista, já que ainda é muito novo para
a maioria dessas famílias.

2. TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)


Para que o atendimento com as famílias seja eficaz, segundo Guimarães; Almeida (2010, p.
132) “as relações familiares e sociais são priorizadas [...] o grupo realiza a escuta, a reflexão,
dialoga e troca experiências.” Desse modo há nessa interação um espaço bem mais acolhedor,
que possibilita uma melhor comunicação e aprendizados de ambas as partes.

No Brasil um marco importante para as pessoas com o espectro autista foi a Lei Nº
12.764/2012, mais conhecida por o nome de Lei Berenice Piana, com o intuito de reconhecer os
autistas como pessoa com deficiência, por causa de uma síndrome clínica e por isso são
indivíduos com necessidades especiais, isso contribui muito para um melhor tratamento, pois
assim onde esse público é atendido, eles recebem um atendimento especializado com uma
equipe que atende suas limitações.

Contextualizar a lei

De acordo com Mas (2018) para Kanner, o autista estava na categoria da esquizofrenia

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa tem como objetivo abordar as dificuldades enfrentados pelas famílias com
filhos autistas, isso em relação à descoberta do diagnóstico, a rede de apoio em relação ao
CRAS e a aceitação da instituição família. Dessa forma,
Responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais,
com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização
de variáveis (MINAYO, 1994, p. 21)

4. QUESTIONÁRIO: REALIDADE DE FAMÍLIAS COM FILHOS AUTISTAS


Com a finalidade de demonstrar a realidade de uma das famílias capixabas que lidam
diariamente com problemas sociais e de dificuldade no atendimento aos seus filhos autistas,
desde as coisas simples até as mais complexas. Foi elaborado um questionário respondido
conforme apresenta-se a seguir:
Voluntária: Thatiane de Lima Pimenta de Oliveira, casada, 25 anos, mãe de Samuel Luiz
Pimenta de 5 anos, diagnosticado com Transtorno de espectro autismo.
1) Em qual momento a família começou perceber indícios do Transtorno de espectro
autismo?
“Quando comecei a suspeitar do autismo, logo de início eu não sabia absolutamente
nada sobre autismo. Mas eu sabia dos atrasos e da inteligência dele que era surreal para idade.
Ele não falava, tinha movimentos repetitivos (como bater o pé e rodar) e tinha um hiper foco
em formas geométricas, cores, números e letras. Minha irmã sabia pouco sobre o autismo então
começamos a falar sobre uma informação aqui outra ali fez a gente entender o porquê dos
comportamentos dele daí comecei a correr atrás do diagnóstico.”
2)Qual foi o caminho e etapas para o diagnóstico?
“Depois das suspeitas, passei pelo clínico que me encaminhou para o pediatra, ela
entendeu minha preocupação e me encaminhou para uma fonoaudióloga que avaliou ele
confirmou o atraso na fala e me encaminhou para o neuro. O neurologista demora um pouco,
então eu fui ao neuropediatra particular, que diagnosticou ele com TDAH, mas me disse que
não poderia dar o diagnóstico de autismo sem antes uma avaliação com uma neuro e uma
equipe. Passei pela neuro que deu o diagnóstico de autismo e me encaminhou para APAE que
novamente fez toda uma avaliação para confirmar o laudo (o que é perfeito isso, assim temos
um diagnóstico mais certo). Após isso passei por uma equipe completa dentro da APAE que
foi: Terapeuta, Fono, psicopedagoga, terapêutica ocupacional...e que cada um deles prescreveu
o que o Samuel precisaria para o tratamento.”
3) Como foi receber o diagnóstico?
Quando comecei a suspeitar do autismo, logo de início eu não sabia absolutamente nada
sobre autismo. Mas eu sabia dos atrasos e da inteligência dele que era surreal para idade. Ele
não falava, tinha movimentos repetitivos ( como bater o pé e rodar) e tinha um hiperfoco em
formas geométricas,cores, números e Letras. Minha irmã sabia pouco sobre o autismo então
começamos a falar sobre,uma informação aqui outra ali fez a gente entender o porquê dos
comportamentos dele daí comecei a correr atrás do diagnóstico.
4) Qual a primeira reação após confirmado do diagnóstico?
“Nesse meio tempo, entre a espera de uma consulta e outra foi quando vivi o meu ‘luto’,
a aceitação…não em aceitar o meu filho porque o diagnóstico não mudaria quem ele era, mas
em aceitar que ele teria suas dificuldades pra viver. O luto passou logo, depois de passar por
vários profissionais, tive a consulta com a neuro, que pra mim foi um alívio...Saí daquela sala
aliviada, aliviada porque eu iria começar a ajudar ele naquilo que antes eu não entendia o
porquê. Mergulhei de cabeça em estudos para ajudar ele, além de mãe virei professora,
terapêutica, fono e tudo mais, tudo pra melhorar no desenvolvimento dele. E foi fluindo, ele
hoje é super evoluído, de uma inteligência…super elogiado. Seguimos com tratamentos para
uma vida melhor.”
5)Como reagiram os familiares?
“Tive apoio de todos desde o início. Todos abraçaram a causa.”
6)Como foi a inserção da criança no meio educativo?
“Nunca tive problemas com ele na escola. Desde o primeiro contato com a escola ele
encontrou profissionais com empatia, dedicados cuidadosos com ele, as duas escolas que ele já
estudou teve a inclusão e por isso ele segue evoluindo perfeitamente.”
7) Qual foi a maior dificuldade na adaptação da rotina para receber e conviver com uma
criança “atípica”?
“As terapias de início foram bem difíceis…meu esposo está desempregado (atualmente
trabalha como autônomo), e ele teve que abrir mão do período da manhã pra ficar com meu
filho mais novo enquanto íamos para terapia. E isso prejudicava um pouco financeiramente
falando.”
8) Quais foram as situações mais difíceis que vocês já enfrentaram por serem uma família
com um filho autista?
“Cortar o cabelo dele. Ele tem muita sensibilidade, a máquina causa crises nele e
passamos esses 5 anos tentando encontrar barbeiros com empatia, paciência...Encontrei só um,
porque os outros ou se negavam, ou fazia piadas, ou inventava desculpas pra não atender a
gente. E talvez financeira… não ter condições de comprar a única sandália que ele usa a vida
toda porque é a única que ele conseguiu se adaptar. Não ter pra manter a seletividade alimentar
(que no início foi bem difícil) não ter pra comprar a máquina pra nós mesmos cortar o cabelo
dele com mais segurança a ele e o principal não ter condições de dá um tratamento a ele…pois
ficou 2 anos sem fono que já teria ajudado muito ele [...]”
9) Para você, quais são as principais dificuldades que pessoas autistas sofrem?
“A socialização. Elas querem socializar, ter amigos etc., mas não consegue começar ou
manter isso. A deficiência "invisível" em alguns né, se não veem o autismo, não existe! O
famoso: ‘nem parece que é autista’. Isso acaba diminuindo as dificuldades que eles realmente
têm. E a inclusão que uma parte grande de pessoas no espectro sofrem não são aceitos em
escolas, em aniversários, e em outros muitos lugares são excluídos ou maltratados.”
10)O que você acha que pode ser feito para melhorar a vida de pessoas com autismo no
Espírito Santo?
“Conhecimento, divulgação e palestras. Introduções de matérias escolares sobre o
autismo desde o início das aulas, porque se desde criança aprendermos sobre o autismo, ficará
mais fácil para eles terem uma vida ‘normal’.”
11) Quais as redes de apoio que você encontrou depois do diagnóstico?
A família e a APAE.
12)Atualmente a família ou a criança tem acesso ao acompanhamento psicológico?
“O Samuel faz tratamento na APAE 1 vez por semana e faz acompanhamento com
fono, psicopedagoga e terapia ocupacional.”
13) Qual suporte o CRAS fornece para famílias?
“Já me ajudaram a fazer o pedido do benefício o qual ele tem direito...porém foi negado
e não consegui nenhum suporte deles para me ajudar a tentar novamente.”
14)Encontrou apoio ou auxílio financeiro em alguma instituição pública?
“Tentei duas vezes pedir o benefício BPC (Benefício de Prestação Continuada) que foi
negado e que na teoria é fácil demais, só pedir que recebe, mas na prática é de primeira um
‘não’ e você precisa tentar várias vezes com advogado até vir um ‘sim’, então seguimos sem
ajuda financeira até o momento.”
15)O questionário socioeconômico para receber auxílios ou benefícios do governo é
compatível com a necessidade das famílias com crianças com autismo de acordo com o seu
ponto de vista?
“Não mesmo. Acho que seria justo receber o benefício sem nenhuma dificuldade. Por
exemplo, uma mãe não tem com quem deixar o filho autista ou é maltratado ou não aceitam.
Como ela vai trabalhar? Nas terapias encontro mães na fila de espera por 5 anos esperando
pelo benefício do filho que tem que viver em extrema humilhação pra ser aprovado. Segundo
elas não podendo nem ter televisão porque se tem, a família tem condições em casa... absurdo!”
16)Cite 3 ações que poderiam amenizar os problemas que você enfrenta no cotidiano.
“Ajuda do psicológico, não tem psicólogos em unidade de saúde. Conscientização: é
surreal a quantidade de pessoas que não sabem identificar o símbolo do autismo. A aceitação da
família e quem faz parte do convívio. Se eles não são aceitos, com certeza será tudo mais
difícil.”
Trechos dessa entrevista podem ser encontrados em https://youtu.be/ZFJGt7QIDeE
5. Centros de apoio e leis que amparam pessoas com Espectro Autista

Segundo o artigo 2º inciso II da lei 12.764 é necessário a

“participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para pessoas com o espectro
Autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação .”

O inciso seguinte também completa dizendo que:

“a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o
diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes”

Então além de haver a necessidade de existir políticas públicas que contemplem as suas
necessidades do dia a dia, faz-se a necessidade também de um atendimento especializado para as
pessoas com espectro.

Uma das políticas ofertadas pelo governo de Vitória-Espirito Santo é o CRPD que é o centro de
referência para pessoas com deficiência. É responsável por fazer a orientação dos direitos de
pessoas com transtornos, deficiências ou espectro autista. Também promove a inclusão e a
melhor convivência com o meio ao qual se vive utilizando meios como a natação para
desenvolver as áreas motoras e sociais da criança e adolescente, utiliza-se de campeonatos para
lutar contra o capacitismo.

Além da ajuda governamental, o município de Vitória conta com algumas ONGs como APAE,
Amaes e CVDvida.
APAE surgiu no ano de 1965, após a extinção da Inedes em Vitória (havendo, agora, apenas
uma em Vila Velha.) e serve como centro de assistência à educação, saúde e o âmbito social à
pessoas com deficiência intelectual e autismo.

Já a Amaes foi criada em 2001 e luta pelos direitos dos Autistas, desenvolve a autonomia e
dignidade dessas pessoas. Dando apoio também aos familiares, utilizando o meio de rodas de
conversas entre os mesmos para que se sintam incluídos, ouvidos e compreendidos. Além de
também participar de simpósios para aumentar o conhecimento dos profissionais sobre a
deficiência e o espectro autista.

O CDVVida criada em Novembro de 2003 desenvolve a área educacional de pessoas com certos
tipos de deficiência, abrangendo também pessoas com espectro autista. Desenvolve uma quebra
da limitação, ajudam no crescimento da área cognitiva, social, de lazer e emocional. Um dos
projetos que denota isso é o descobrindo talentos que utiliza da arte terapia como forma de
motivação para conquistar uma idepedência, uma autonomia.

Além dos centros de apoio, há projetos de leis que beneficiam e protegem pessoas com TEA e
alguns deles são:

A própria lei 12.764 anteriormente citada que define o que é o Transtorno de espectro Autista e
diz que para todos os meios legais o autismo é uma deficiência. Segundo essa lei, a pessoa
diagnosticada com autismo tem direito a uma vida justa, a integridade moral e física. Tem
proteção contra abusos e exploração. Acesso a serviços relacionados a saúde envolvendo o
diagnóstico e todo o acompanhamento médico necessário e em casos de Autismo com alto grau
de suporte, ele tem direito a um acompanhante especializado.

De acordo com o artigo 3° desta lei, a pessoa com TEA também tem direito a uma carteirinha
de identificação (Ciptea) que dá prioridade no atendimento tanto público quanto privado.

Além disso não pode ser negado o direito de matrícula nas escolas por motivo de descriminação
em razão da deficiência, a direção que cometer este erro poderá ser multada e perder o cargo.

Além desta lei, há também a lei 13.146 que assegura os direitos da pessoa que porta uma
deficiência. Garantindo que deve-se haver acessibilidade, desenho universal (produtos,
ambientes e estruturas feitas para deficientes), auxílio de tecnologia feita para os mesmos. Além
de averiguar o direito ao casamento, direitos reprodutivos e direito a família e ações
comunitárias.

A lei 10.048 assegura também a utilização de assentos preferenciais em transportes públicos para
pessoas idosas, gestantes, lactantes e portadores de deficiência e a lei 8.899 complementa
afirmando a garantia de passagem gratuita em transporte públicos a todo portador de deficiência.

E por último a lei 8.742 garante o oferecimento de um salário mínimo por mês para o portador
de alguma deficiência e ao idoso que comprove não conseguir sustentar a sua família por meio
próprio.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências:
ANDERY, Alberto Abib. Psicologia na Comunidade. In: LANE, Silvia T. M.; CODO,
Wanderley (Orgs.) Psicologia Social: o homem em movimento. 13ª ed. São Paulo: Brasiliense,
2001, p. 205
BRASIL, Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista, Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em 01 de
junho de 2023.
GÓIS, Cezar Wagner de Lima. Psicologia Comunitária: atividade e consciência. Editora
Instituto Paulo Freire do Ceará. 2005.
GUIMARÃES, Rosamélia Ferreira; ALMEIDA, Silvana Cavichioli Gomes. Reflexões sobre o
trabalho social com famílias. In: ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amalia Faller (Orgs.)
Família: redes, laços e políticas públicas. 5ª ed. São Paulo: Cortez- PUC, 2010.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Ciência,
técnica e arte: o desafio da pesquisa social. 21 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994, p.
09-29

EDLAMARA, CRPD intinerante

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