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baixa renda da Grande Vitória - ES com filho(a) que apresentam o transtorno espectro
de autismo.
Uma pessoa como ser social se espera que corresponda os vários “comandos” comuns
da interação com o outro, mas quando em uma família nasce uma criança que foge desse
padrão do qual está-se acostumado? Já que na sociedade há todo um preconceito em relação ao
diferente. Além disso, quando a criança recebe o diagnóstico de transtorno do espectro autista,
a família os poucos tomam conhecimento que todas as relações dessa criança vão acontecer de
formas distintas das demais crianças, que não apresentam o transtorno.
Desse modo, essas são das muitas dificuldades que os pais de autistas passam. Muitos
até receberem o diagnóstico do seu filho enfrentam um longo processo, o qual está marcado de
muito sofrimento e demora, isso quando se trata de famílias de baixa renda que necessitam do
SUS para conseguirem o diagnóstico e acompanhamento da criança.
Para tanto, objetivo geral é abordar as dificuldades enfrentadas pelas famílias com filhos
autistas, isso em relação à demora do diagnóstico e a rede de apoio do CRAS (Centro de
Referência de Assistência Social). Os específicos: 1) analisar que a Psicologia Comunitária
ajudaria de uma melhor forma no acompanhamento das famílias com seus filhos autistas e 2)
demonstrar como é feito o atendimento antes do diagnóstico e pós a ele com esses pais de baixa
renda.
1. A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Segundo Góis (2005), Psicologia Comunitária nasceu da necessidade de alguns psicólogos
em superar alguns problemas socioeconômicos que afetavam e ainda afetam as sociedades em
geral. Com isso, escolheu-se essa vertente para embasa esta pesquisa, pois trata das
dificuldades de famílias que são das comunidades pobres e passam por dificuldade no
assistencialismo quando buscam acompanhamento para os seus filhos autistas.
Essa nova abordagem da práxis do psicólogo é um ramo da Psicologia Social a qual o termo
começou a ser usado na América Latina a partir de 1975, que
Dessa forma, ela não se deve ao fato de construir consultórios nas comunidades para
atender a população, trata-se de uma Psicologia preocupada em que o psicólogo não seja
apenas um mero reprodutor de uma repressão que essas pessoas passam, por vários fatores que
vai desde serem pobres, o local de moradia ou pela cultura, entre outros. Com isso, essa
maneira de se fazer psicologia integra essas pessoas em um lugar que muitas vezes elas não
aparecem, e são subjugadas de serem capazes de construir uma nova identidade quanto viventes
de uma comunidade ou local de conflitos.
Por isso, essa Psicologia questiona os próprios psicólogos, como é feito o atendimento à
população mais carente, como atuam nas comunidades e se no acompanhamento é levado em
consideração tudo que as pessoas passam em sua vida socioeconômica. Portanto, as perguntas,
posicionamento do profissional deve ser diferente de um que atende pessoa de classe média,
por exemplo.
As autoras entendem que uma vertente assim da Psicologia faz todo diferencial no
atendimento de famílias que buscam o diagnóstico dos seus filhos, pois profissionais
embasados nela, vão participar como uns fortes mediadores do primeiro atendimento até o
diagnóstico e vão entender de forma comprometida a situação dessas famílias. Para isso, é
importante conhecer e entender o transtorno de espectro autista, já que ainda é muito novo para
a maioria dessas famílias.
No Brasil um marco importante para as pessoas com o espectro autista foi a Lei Nº
12.764/2012, mais conhecida por o nome de Lei Berenice Piana, com o intuito de reconhecer os
autistas como pessoa com deficiência, por causa de uma síndrome clínica e por isso são
indivíduos com necessidades especiais, isso contribui muito para um melhor tratamento, pois
assim onde esse público é atendido, eles recebem um atendimento especializado com uma
equipe que atende suas limitações.
Contextualizar a lei
De acordo com Mas (2018) para Kanner, o autista estava na categoria da esquizofrenia
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa tem como objetivo abordar as dificuldades enfrentados pelas famílias com
filhos autistas, isso em relação à descoberta do diagnóstico, a rede de apoio em relação ao
CRAS e a aceitação da instituição família. Dessa forma,
Responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais,
com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização
de variáveis (MINAYO, 1994, p. 21)
“participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para pessoas com o espectro
Autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação .”
“a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o
diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes”
Então além de haver a necessidade de existir políticas públicas que contemplem as suas
necessidades do dia a dia, faz-se a necessidade também de um atendimento especializado para as
pessoas com espectro.
Uma das políticas ofertadas pelo governo de Vitória-Espirito Santo é o CRPD que é o centro de
referência para pessoas com deficiência. É responsável por fazer a orientação dos direitos de
pessoas com transtornos, deficiências ou espectro autista. Também promove a inclusão e a
melhor convivência com o meio ao qual se vive utilizando meios como a natação para
desenvolver as áreas motoras e sociais da criança e adolescente, utiliza-se de campeonatos para
lutar contra o capacitismo.
Além da ajuda governamental, o município de Vitória conta com algumas ONGs como APAE,
Amaes e CVDvida.
APAE surgiu no ano de 1965, após a extinção da Inedes em Vitória (havendo, agora, apenas
uma em Vila Velha.) e serve como centro de assistência à educação, saúde e o âmbito social à
pessoas com deficiência intelectual e autismo.
Já a Amaes foi criada em 2001 e luta pelos direitos dos Autistas, desenvolve a autonomia e
dignidade dessas pessoas. Dando apoio também aos familiares, utilizando o meio de rodas de
conversas entre os mesmos para que se sintam incluídos, ouvidos e compreendidos. Além de
também participar de simpósios para aumentar o conhecimento dos profissionais sobre a
deficiência e o espectro autista.
O CDVVida criada em Novembro de 2003 desenvolve a área educacional de pessoas com certos
tipos de deficiência, abrangendo também pessoas com espectro autista. Desenvolve uma quebra
da limitação, ajudam no crescimento da área cognitiva, social, de lazer e emocional. Um dos
projetos que denota isso é o descobrindo talentos que utiliza da arte terapia como forma de
motivação para conquistar uma idepedência, uma autonomia.
Além dos centros de apoio, há projetos de leis que beneficiam e protegem pessoas com TEA e
alguns deles são:
A própria lei 12.764 anteriormente citada que define o que é o Transtorno de espectro Autista e
diz que para todos os meios legais o autismo é uma deficiência. Segundo essa lei, a pessoa
diagnosticada com autismo tem direito a uma vida justa, a integridade moral e física. Tem
proteção contra abusos e exploração. Acesso a serviços relacionados a saúde envolvendo o
diagnóstico e todo o acompanhamento médico necessário e em casos de Autismo com alto grau
de suporte, ele tem direito a um acompanhante especializado.
De acordo com o artigo 3° desta lei, a pessoa com TEA também tem direito a uma carteirinha
de identificação (Ciptea) que dá prioridade no atendimento tanto público quanto privado.
Além disso não pode ser negado o direito de matrícula nas escolas por motivo de descriminação
em razão da deficiência, a direção que cometer este erro poderá ser multada e perder o cargo.
Além desta lei, há também a lei 13.146 que assegura os direitos da pessoa que porta uma
deficiência. Garantindo que deve-se haver acessibilidade, desenho universal (produtos,
ambientes e estruturas feitas para deficientes), auxílio de tecnologia feita para os mesmos. Além
de averiguar o direito ao casamento, direitos reprodutivos e direito a família e ações
comunitárias.
A lei 10.048 assegura também a utilização de assentos preferenciais em transportes públicos para
pessoas idosas, gestantes, lactantes e portadores de deficiência e a lei 8.899 complementa
afirmando a garantia de passagem gratuita em transporte públicos a todo portador de deficiência.
E por último a lei 8.742 garante o oferecimento de um salário mínimo por mês para o portador
de alguma deficiência e ao idoso que comprove não conseguir sustentar a sua família por meio
próprio.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências:
ANDERY, Alberto Abib. Psicologia na Comunidade. In: LANE, Silvia T. M.; CODO,
Wanderley (Orgs.) Psicologia Social: o homem em movimento. 13ª ed. São Paulo: Brasiliense,
2001, p. 205
BRASIL, Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista, Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em 01 de
junho de 2023.
GÓIS, Cezar Wagner de Lima. Psicologia Comunitária: atividade e consciência. Editora
Instituto Paulo Freire do Ceará. 2005.
GUIMARÃES, Rosamélia Ferreira; ALMEIDA, Silvana Cavichioli Gomes. Reflexões sobre o
trabalho social com famílias. In: ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amalia Faller (Orgs.)
Família: redes, laços e políticas públicas. 5ª ed. São Paulo: Cortez- PUC, 2010.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Ciência,
técnica e arte: o desafio da pesquisa social. 21 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994, p.
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