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A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JUNTO A CRIANÇAS

AUTISTAS ATENDIDAS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: UMA


REVISÃO NARRATIVA

Rhaysa Santos da Silva1


Karolline Helcias Pacheco Acácio2
Psicologia
RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) vem sendo tema de debate em diversos espaços, e a
partir dos pressupostos e proposições da Reforma Psiquiátrica, tomando como de seus lócus de
intervenção o Centro de Atenção Psicossocial infantojuvenil (CAPSi). Deste modo, o presente
artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da atuação do psicólogo junto a crianças
autistas atendidas no CAPSi. Para tal, foi empregada a metodologia de revisão bibliográfica do
tipo narrativa, onde foram realizados levantamentos em algumas bases de dados, tendo sido
encontrado um total de 19 artigos, que foram devidamente aproveitados na construção desta
pesquisa. Diante disso, observou-se que o psicólogo, como um dos profissionais integrantes das
equipes que compõem os CAPSi, pode atuar diante de pacientes com TEA, tomando como
ponto de partida o contexto da população atendida, fazendo a articulação com a rede de serviços
e também proporcionando suporte familiar.

Palacras-chave: Psicologia; Transtorno do Espectro Autista (TEA); Atuação do psicólogo no


Centro de Atenção Psicossocial (CAPSi).

ABSTRACT

Autistic Spectrum Disorder (TEA) has been the subject of debate in several spaces, and based
on the presuppositions and propositions of the Psychiatric Reform, taking as its intervention
locus the Center for Psychosocial Child and Adolescent Care (CAPSi). Thus, the present article
aims to reflect on the importance of the psychologist's performance with autistic children
attended at CAPSi. For this purpose, the methodology of bibliographic revision of the narrative
type was used, where surveys were carried out in some databases, and a total of 19 articles were
found, which were properly used in the construction of this research. Therefore, it was observed
that the psychologist, as one of the professional members of the teams that make up the CAPSi,
can act in front of patients with ASD, taking as a starting point the context of the population
served, articulating with the service network and family support.

KEYWORDS: Psychology; Autistic Spectrum Disorder (ASD); Psychologist's performance


in the Center for Psychosocial Care (CAPSi).
1. INTRODUÇÃO

1
Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL. E-mail: rhayycandido@hotmail.com
2Professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes- UNIT/AL. Mestre em Psicologia pela Universidade
Federal de Alagoas. E-mail:
A Reforma Psiquiátrica no Brasil apresentou diversas mudanças favorecidas aos seus
usuários e até mesmo os profissionais de saúde (BEZERRA JUNIOR, 2007). Segundo o
Ministério da Saúde, essa reforma levou a uma transformação nas práticas, saberes, valores
sociais e culturais de todos os sujeitos envolvidos (SALLES, 2011).
E resposta a essas mudanças, surgem então os Serviços Residenciais Terapêuticos
(SRTs), as Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG) e o Centro de Atenção
Psicossocial (CAPES) por meio da Política Nacional de Saúde Mental, apoiada pela Lei Nº
10.216/01 (BRASIL, 2011). Além disso, atualmente o Brasil tem diversos CAPS distribuído
em vários estados brasileiros classificado em: CAPS I, CAPS II, CAPS III. Esta classificação é
aplicada diante da complexidade e abrangência populacional, incluindo ainda os CAPSad
(designados para usuários de álcool e outras drogas) e o CAPSi, que é direcionado ao público
infantil (LEAL; ANTONIO, 2013).
Então, o CAPSi oferece atividades direcionadas às crianças com vários problemas,
incluindo aquelas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é um
transtorno do neurodesenvolvimento que acarreta uma grande impacto não só na vida das
crianças que possuem o TEA, como também na vida daqueles que as rodeiam, principalmente
os seus familiares, acarretando nestes últimos uma forte sobrecarga. Mediante a magnitude
desse transtorno, tornou-se necessária a criação de políticas públicas que ofertassem assistência
a esse público. O resultado disso foi que o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a desenvolver
algumas estratégias de cuidado para os indivíduos autistas e para os seus familiares (LIMA et
al., 2017).
Até o início do Século XXI, os sujeitos com autismo (sejam criança, adolescentes ou
adultos) eram atendidos por instituições filantrópicas, em serviços onde eram apresentados
espaços que não conseguiam dar conta da complexidade do TEA. Isso porque esses serviços só
disponibilizavam alguns poucos serviços ambulatoriais e hospitalares, voltados unicamente
para a saúde mental (COUTO, 2004; BRASIL, 2015). Entretanto, a partir do ano de 2001,
quando houve a III Conferência Nacional de Saúde Mental, foi constituído um projeto do SUS
que abrangia o autismo, por meio da Portaria nº 336 (COUTO; DELGADO, 2015; LIMA et al.,
2017).
O TEA é capaz de interferir nas relações sociais dos indivíduos, incapacitando o
processo de empatia, impossibilitando-os de identificar crenças, pensamento e emoções de
outras pessoas (BARON-COHEN et al., 1985, BARON-COHEN et al., 2001). Além disso, os
autistas apresentam dificuldade em interpretar pistas não verbais, como por exemplo a
linguagem corporal (ATTWOOD, 2000).
O tratamento é apresentado de forma complexa, no entanto ele é em sua maioria por
meio de medicamentos que auxiliam na redução dos sintomas como: agitação, agressividade e
irritabilidade (ASSUMPÇÃO JÚNIOR; PIMENTEL, 2000). Além disso, o tratamento
medicamentoso concomitante ao tratamento interdisciplinar apresentam bons resultados
segundo Owen (2007). O mesmo autor também ressalta a importância da atuação ativa dos pais
nesse processo. Já Bosa (2006) descreve que um tratamento eficaz é necessário a atuação de
profissionais habilitados e capacitados para trabalhar em conjunto com os familiares. Esses
profissionais são: Enfermeiro, Médico, Assistente Social, Psicólogos e outros que compões os
CAPS e esses, por sua vez, são importantes no tratamento de todos os transtornos,
principalmente quando se trata de transtornos globais do desenvolvimento infantil.
A saber, o Psicólogo tem uma papel fundamental no tratamento do TEA (SOUZA et al.,
2004). Autores como SOUZA et. al. (2004) descrevem que:

O psicólogo, com sua formação específica e bem definida, deve estar inserido
nesse contexto, sendo também um conhecedor do desenvolvimento humano
normal para ter condições de detectar as áreas defasadas e comprometidas. Ele
precisa estar muito sensível às observações e relatos da família. (SOUZA et
al., 2004, p. 26)

É necessário que esse profissional esteja em processo de atualização constante com


intuito de possibilitar atendimento eficaz junto aos familiares dos usuários. Além disso,
sensibilidade para o atendimento as crianças autistas mediante as suas complexidades (ELLIS,
1996; SOUZA et al., 2004).
Diante do quantitativo de estudos realizados no contexto da saúde mental, mais
precisamente, a atuação do Psicólogo sobre os indivíduos com TEA atendidos no CAPS não é
de conhecimento dos autores. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é realizar uma reflexão
acerca da importância da atuação do Psicólogo no centro de Atenção Psicossocial no que diz
respeito à abordagem de crianças autistas.
2. METODOLOGIA

O presente artigo consiste uma é resultado de uma pesquisa de natureza bibliográfica


de caráter qualitativo do tipo narrativa, realizada em bases de dados e em livros no intuito de
trazer o estado da arte sobre o assunto supracitado a partir de uma perspectiva teórica e
conceitual; sendo feita uma análise qualitativa da literatura, interpretação e análise crítica
pessoal da autora, não sendo apresentado nenhum dado estatístico devido ao interesse
unicamente de um estudo qualitativo(BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Então,
primeiramente foi feita uma pesquisa assistemática sobre o assunto em redes sociais e em livros
da área objetivando ter uma compreensão inicial do mesmo. Posteriormente foi dado início a
uma busca sistemática nas seguintes bases de dados: Scielo, Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações (BDOT) e BVS-Psi a partir dos seguintes descritores: Psicologia da
Criança, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Saúde Pública, a partir da consulta do bando
de descritores “Cadastro de Descritores da Saúde- DeCS” (RIBEIRO; MARTINS; LIMA,
2015).
Além disso, foi feito um refinamento da pesquisa no intuito de encontrar um número de
publicações suficiente para a leitura, análise e construção do artigo. Observou-se que é muito
reduzido o número de pesquisas que abranjam as especificidades dadas no recorte temático
deste artigo. Logo, as publicações foram selecionadas por análise qualitativa a partir da leitura
do título, do resumo e das suas palavras-chaves. Finalmente, como critérios de inclusão e
exclusão, foram selecionados os artigos que apresentavam de forma direta ou indireta a
importância do psicólogo no tratamento do autismo e/ou que abordassem a sua atuação no
contexto do CAPS. Não utilizou-se como critério de inclusão o ano de publicação. Foram
selecionados 19 artigos. Todos os artigos contemplavam as necessidades para elaboração dessa
revisão.

3. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): UM BREVE PROCESSO


HISTÓRICO

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua quinta


edição (DSM 5) Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do
neurodesenvolvimento caracterizadado por um grupo de distúrbios do desenvolvimento
neurológico, cujo início é precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais
e de comunicação, além de comportamentos estereotipados.
O autismo infantil consiste em um transtorno do desenvolvimento de etiologias
múltiplas, definido de acordo com critérios eminentemente clínicos. As características são
muito abrangentes, afetando os indivíduos em diferentes graus nas áreas de interação social,
comunicação e comportamento. Atualmente, utiliza-se o termo “espectro autista” tendo em
vista as particularidades referentes às respostas inconsistentes aos estímulos e ao perfil
heterogêneo de habilidades e prejuízos. Embora as crianças com espectro autista apresentem
dificuldades em comportamentos que regulam a interação social e a comunicação, podendo ter
pouco ou nenhum interesse em estabelecer relações apresentando diferentes níveis de
dificuldades na reciprocidade social e emocional, concorda-se com autores, que consideram em
suas pesquisas a importância da interação social para o desenvolvimento humano e o conceito
de bidirecionalidade caracterizado pela ênfase na reciprocidade e na adaptação mútua entre os
parceiros levando em conta suas características individuais. Tendo em vista o termo espectro
autístico, que compreende diferentes graus de comprometimento, ao afirmar que a noção de
uma criança não comunicativa, isolada e incapaz de demonstrar afeto não corresponde às
observações atualmente realizadas.
O TEA é um transtorno neurobiológico do Neurodesenvolvimento que aparece com uma
frequência de quatro vezes mais meninos em relação a meninas, cuja origem genética, por ser
poligênica, pode afetar vários órgãos. Todavia, é o cérebro e o sistema nervoso central onde as
alterações são predominantes, destacando-se: o córtex cerebral, o cerebelo e algumas áreas do
sistema límbico (CARLSON, 2002; COSENZA; GUERRA, 2011; GIL, 2014).
Além disso, outras estruturas envolvidas no TEA são os lobos frontal e parietal, o tronco
encefálico, o corpo caloso, os gânglios basais e o hipocampo. Uma hipótese é que ele é resultado
de uma disfunção nas funções executivas, afirmando que o TEA está associado a uma disfunção
nos lobos frontais. Isso explicaria os padrões de movimentos repetitivos e estereotipados dos
autistas, como suas dificuldades de planejamento, automonitoramento e flexibilidade mental
(MUSZKAT et al., 2014; STERNBERG, 2016).
O TEA acarreta então numa desorganização neuronal cortical que resulta em
deficiências no processamento da informação, alterando a organização das sinapses e dos
dendritos (COSENZA; GUERRA, 2011). Dessa forma:
[...] O problema principal envolve os neurônios e as conexões das regiões
secundárias e terciárias do córtex cerebral [...]. Parecem estar comprometidas
as conexões que ligam diferentes regiões do mesmo hemisfério cerebral, assim
como há alterações nos circuitos intracorticais. Daí decorrem deficiências no
funcionamento cognitivo, principalmente nas tarefas que envolvem integração
da informação e a coordenação de múltiplos sistemas sensoriais (COSENZA;
GUERRA, 2011, p. 134)
Todavia, em imagens de ressonância magnética de indivíduos com TEA observou-se
que há uma modificação no funcionamento dos neurônios espelho, não sendo tão ativados
quanto numa pessoa que não possui o transtorno. Logo, essa deficiência de conexão neural
explica porque os sentimentos não são vinculados às informações que chegam ao cérebro dos
autistas (COSENZA; GUERRA, 2011).
Finalmente, como ficou claro ao logo deste tópico, o autismo é o reflexo de inúmeros
fatores que levam a danos cerebrais ou prejudicam o seu desenvolvimento, envolvendo uma
falta de coordenação entre diferentes regiões cerebrais, o que acaba prejudicando a realização
de tarefas complexas. Dentre esses fatores destacam-se: a rubéola (também conhecida como
sarampo alemão) durante a gravidez; encefalite ocasionada pelo vírus do herpes; a exposição
ao ácido valproico ou a talidomida durante o período pré-natal; a esclerose múltipla, problema
genético que gera o surgimento de tumores benignos em vários órgãos da pessoa, incluindo o
cérebro; como também processos autoimunes, como a coreia de Sydenham, uma doença
autoimune produzida por uma infecção bacteriana (CARLSON, 2002).
Neste grupo de distúrbios, conforme aponta Griesi-Oliveira e Sertié (2017), o fenótipo
dos pacientes com TEA pode variar muito, abrangendo desde indivíduos com deficiência
intelectual (DI) grave e baixo desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até
indivíduos com quociente de inteligência (QI) normal, que levam uma vida independente.
Segundo os mesmos autores, estes indivíduos também podem apresentar uma série de outras
comorbidades, como hiperatividade, distúrbios de sono e gastrintestinais, e epilepsia. Gadia
(2006) aponta que do ponto de vista comportamental, o TEA pode ser entendido como um
transtorno complexo do neurodesenvolvimento com diferentes etiologias, que se manifesta em
graus variados de gravidade.
As características do espectro são prejuízos persistentes na comunicação e interação
social, bem como nos comportamentos que podem incluir os interesses e os padrões de
atividades, sintomas que estão presentes desde a infância e limitam ou prejudicam o
funcionamento diário do indivíduo (APA, 2014). Sobre sua complexidade, Onzi e Gomes
(2015) afirmam que:
O TEA é considerado um transtorno que vai além da sua complexidade,
distante de ser definido com exatidão, pois não existem meios pelos quais se
possa testá-lo, muito menos medi-lo. Em outras palavras, as pesquisas
realizadas atualmente estão distantes no sentido de apresentarem a “cura” para
o autismo, acompanhando o indivíduo por todo seu ciclo vital. (ONZI;
GOMES, 2015, p. 189)
Conforme mencionado por Santos e Vieira (2017), são perceptíveis as manifestações
dos déficits do autismo no cotidiano da criança. Os déficits nos aspectos relacionados com a
comunicação/linguagem podem ser encontrados com a ausência ou atraso do desenvolvimento
da linguagem oral. O déficit na interação social, no entanto, é recorrente ao autismo, tendo em
vista a falta de reciprocidade, a dificuldade na socialização e o comprometimento do contato
com o próximo. “Outro fator perceptível no autista é o déficit comportamental, onde se encaixa
a sua necessidade de estabelecer uma rotina, além dos movimentos repetitivos e as estereotipias,
presentes na maioria dos casos” (SANTOS; VIEIRA, 2017, p. 221).
Os distúrbios na interação social dos autistas conforme explicado por Coll et al. (2004),
podem ser observados desde o início da vida. Segundo os autores, os autistas apresentam
dificuldades em manter um relacionamento social adequado em determinados momentos,
principalmente nos iniciais, quando demonstra sua dificuldade em sustentar contatos com
amigos de escola e até mesmo com familiares.
Nesse momento, os pais são as únicas referências aceitáveis pelas crianças autistas,
considerando ainda que desde o início há uma extrema solidão, algo que na medida do possível
desconsidera, ignora ou impede a entrada de tudo o que chega à criança de fora. Então: “O
contato físico direto e os movimentos ou os ruídos que ameaçam romper a solidão são tratados
como se não estivessem ali, ou, não bastasse isso, são sentidos dolorosamente como uma
interferência penosa” (COLL et al., 2004, p. 235).
A partir dos debates propostos pelos autores em torno da compreensão sobre o espectro
em suas dimensões cotidianas, entende-se, portanto, que o transtorno fundamental dos autistas
é a limitação de suas relações sociais. Toda a personalidade dessas crianças é determinada por
extrema solidão e poucos contatos físicos diretos. Essa característica e relacionada à
incapacidade de perceber ou de conceituar totalidades coerentes e a tendência a representar as
realidades de forma fragmentária e parcial (COLL et. al., 2004).
Santos e Vieira (2017) chamam a atenção para a necessidade de que, ao fazer a
identificação de um sujeito com suspeita de TEA requer que seja considerado que as
características supracitadas são indissociáveis, podendo ser evidentes ou não, de acordo com
seu nível de gravidade. Contudo, os sintomas não surgem de forma igualitária para todos os
sujeitos, sendo necessário reconhecer que por mais parecidos que sejam, cada situação é
singular, uma vez que nenhum autista é igual ao outro.
O universo de intervenções possíveis e necessárias englobam a criança, a família e seu
contexto, e todas elas centram-se na minimização dos impactos e prejuízos decorrentes do
transtorno. No que diz respeito à família, por exemplo, Schmidt (2013) afirma que, em
decorrência da existência de uma etiologia pouco definida, os pais podem apresentar
sentimentos negativos em vista da necessidade de busca por respostas para o quadro de seus
filhos. Para o autor, esses sentimentos estão associados a diferentes reações, entre eles
enquadram-se: negação, raiva, culpa, pensamento mágico, início da aceitação e busca por
soluções.
Tais considerações evidenciam a necessidade de um cuidado que não se limite apenas à
uma atenção direcionada ao sujeito com autismo, mas a todo o seu entorno contextual,
entendendo a necessidade do fortalecimento das redes de suporte. Para isso, faz-se necessária
uma atenção ancorada numa rede de suporte que articule as diversas esferas e setores de
atenção, o que inclui principalmente a educação (PEREIRA, 2009), a saúde (OLIVEIRA et al.,
2017), e a assistência social (MATEUS, 2015).

4. REDE DE SAÚDE MENTAL DE ASSISTÊNCIA AO PACIENTE AUTISTA

No âmbito da saúde, no que diz respeito as políticas de atenção ao paciente autista foram
lançados pelo Ministério da Saúde (MS) dois documentos que tinham por objetivo fornecer
orientações para o tratamento das pessoas com transtorno do espectro autista, no SUS. Um deles
foi o documento intitulado: "Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno
do Espectro Autista (TEA)" (BRASIL, 2014), cuja abordagem remete o autismo ao campo das
deficiências, direcionando a terapêutica pela via da reabilitação. O outro, a "Linha de Cuidado
para a Atenção às Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo e suas Famílias na Rede
de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde" (BRASIL, 2015), concebe o TEA como
um transtorno mental, atrelando as ações de cuidado à rede de atenção psicossocial, com
destaque para os CAPSi.
Neste ponto do levantamento, é dada ênfase, especificamente no que diz respeito aos
aspectos descritivos referentes à Rede de Atenção à Saúde Mental, que toma como diretrizes
para o cuidado, a integralidade, a garantia de direitos de cidadania, e os dispositivos para o
cuidado (BRASIL, 2015).
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015), todos os equipamentos a rede
de atenção à saúde devem estar articulados, de modo que a rede de atenção psicossocial
encontra em sua composição: Atenção Básica à Saúde, Atenção Psicossocial estratégica,
atenção de urgência e emergência, atenção residencial de caráter transitório, atenção hospitalar,
estratégias de desinstitucionalização, estratégias de reabilitação psicossocial
A rede de atenção psicossocial é preconizada pela Política de Saúde Mental infanto-
juvenil, e esta traduz-se em uma rede de cuidados que concentra seus objetivos em atender as
necessidades de cuidados das crianças e adolescentes com transtornos mentais. Para isso, três
ações foram realizadas: a implantação de Centros de Atenção Psicossocial infanto-juvenil
(CAPSi); a articulação em rede dos serviços e dispositivos da rede de saúde, principalmente o
apoio à APS; e, a construção de estratégias para articulação intersetorial da Saúde Mental com
outros setores envolvidos, tais como a Educação, Justiça, Assistência Social etc. Destaca-se que
os CAPSi se transformaram em uma das principais referências para crianças que estão no TEA
(CARDELLINI et al., 2013; COUTO; DELGADO, 2005).
De acordo com a Cartilha “Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos
do espectro do autismo e suas famílias na rede de atenção psicossocial do Sistema Único De
Saúde”, publicada pelo Ministério da Saúde em 2015, configuram-se como equipamentos
centrais da rede de atenção psicossocial para crianças autistas os Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASFs) e os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), de modo que
na inexistência dos CAPSi em um dado município, deverá ser garantida a atenção a essa
população em outra modalidade existente de CAPS, respeitando-se os princípios e as diretrizes
do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 2015).
Garcia et al (2017), descrevem o CAPSi, conforme disposto na Portaria 3.088/2011,
como um serviço multidisciplinar que objetiva oferecer atenção diária e intensiva a jovens com
graves transtornos mentais. Embora o CAPSi não seja uma instituição exclusiva ao autismo,
pode-se dizer que este foi o primeiro passo na inclusão do Transtorno do Espectro Autista ao
campo da saúde mental no Brasil. Tendo o CAPSi como foco a popuação infantojuvenil em
sofrimento psiquiátrico intenso (DOMBI-BARBOSA et al, 2009), caracteriza-se pela base
territorial e forte articulação intersetorial, que oferecem atenção diária e intensiva
prioritariamente a crianças e adolescentes portadores de transtornos mentais graves (LIMA et
al., 2014).
Dentre essas psicopatologias, o autismo se destaca pelo seu início precoce e
por estar associado a intenso prejuízo no estabelecimento de laços sociais,
além da carga acarretada aos familiares ou outros responsáveis pelos
cuidados cotidianos dessa população. Desta forma, os CAPSi podem ser
considerados a primeira iniciativa a incluir o autismo, de modo destacado,
embora não especializado, no campo da saúde mental pública do Brasil.
(HOFFMAN, 2008, p. 716)

É importante mencionar a centralidade da singularidade da atenção às crianças,


envolvendo o apoio à família, o estabelecimento do processo diagnóstico, a inserção escolar e
comunitária e o desenvolvimento do trabalho em rede intersetorial. Outros equipamentos ainda
compõe a rede de atenção psicossocial os centros de convivência e os leitos e enfermarias de
saúde mental em hospital geral (BRASIL, 2015).
Vale ressaltar que existem Leis e Políticas específicas às pessoas com deficiência, que
também abrange o autismo, tais como a Lei nº 13.146, de 5 de julho de 2015, a Lei Brasileira
de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de
2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos direitos da Pessoa com TEA; às quais
discutem sobre direitos fundamentais como saúde, educação, empregabilidade e outros tantos
que possibilitam à pessoa viver com dignidade, por isso, é fundamental a participação dos
profissionais de saúde para a efetivação do controle social.
A articulação da rede de atenção psicossocial com o setor saúde de uma maneira geral
(considerando os níveis e redes de atenção) é fator fundamental para a garantia de uma atenção
integral à saúde, o interresse fundamental do Sistema Único de Saúde. Além disso, a
necessidade de articulação intersetorial torna-se elemento essencial para a garantia de uma
atenção integral à criança com autismo. Nesse sentido, as parcerias necessárias para a efetiva
participação social e garantia dos direitos das pessoas com transtornos do espectro do autismo
e suas famílias tomam como eixo articulador a Política Nacional de Educação Especial, os
serviços vinculados à Política Nacional de Assistência Social (Proteção Social). Então:
Considera-se fundamental que cada ponto de atenção da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS) se responsabilize em oferecer diversificadas
possibilidades de acesso e diferentes modalidades de cuidado para
compreender e responder às necessidades das pessoas com TEA em seus
contextos de vida. Isto significa convocar todos os pontos de atenção da RAPS
e os profissionais que no cotidiano dos serviços de saúde desenvolvam ações
nos campos de puericultura, desenvolvimento neuropsicomotor, intervenção
precoce, atenção psicossocial, reabilitação e atenção às situações de crise para
a conformação de uma grande e potente rede de saberes e ações, com vistas a
responder à complexidade das demandas das pessoas com TEA e suas
famílias, as quais, historicamente, sem encontrar respostas nas políticas
públicas, têm assumido solitariamente este desafio. (BRASIL, 2015, p. 91)

5. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CAPSI JUNTO À CRIANÇAS AUTISTAS

Tendo em vista a complexidade dos predicados que envolvem a luta antimanicomial, e


portanto, a prática dos profissionais que se inserem na rede de atenção psicossocial, quanto
esses mais responderem às exigências e desafios de cada contexto, na direção da atenção
psicossocial referenciada, mais se caminha na direção de uma atenção integral e de uma prática
emancipadora. Nesse sentido, a construção das práticas deve ter como critério a produção de
respostas diante da necessidade de intervenções dos projetos terapêuticos individualizados, da
rede e dos equipamentos de serviços disponíveis e as condições de cada território.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2013), na clínica da saúde mental, e
mais especificamente, na rede de atenção psicossocial, os psicólogos devem construir
diagnósticos que se apresentem como ponto de orientação num percurso a ser construído na
história do sujeito. Ele deve significar a possibilidade, muito menos de responder sobre uma
doença e muito mais de indicar as possibilidades de projetos a partir do que se identifica como
um modo do sujeito atuar na vida, estabelecer relações e constituir sua experiência subjetiva.
Do mesmo modo que as teorias, os referenciais relativos às práticas e às técnicas
desenvolvidas no serviço devem estar submetidos às diretrizes do SUS e da Reforma
Psiquiátrica e a ética do projeto antimanicomial. A pesquisa realizada com os psicólogos
apresenta um conjunto significativo de atividades como acolhimento, discussão de casos em
equipe, psicoterapias, atendimento às crises, elaboração de planos individuais de cuidado,
grupos e oficinas, atividades dirigidas diretamente à reinserção social, dentre outras.
É pertinente considerar que a rede de atenção psicossocial se articula a partir de serviços
que atuam em níveis diferentes de atenção, de modo que o psicólogo atuará a partir das
característas e demandas do serviço no qual está inserido. Desse modo, os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS I, II e II; CAPSi e CAPS-AD), os Serviços Residenciais Terapêuticos
(SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidade de Acolhimento (UAs), e os leitos de
atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III) apresentam diferetes demandas, estruturas
e objetivos.
No que diz respeito à assistência às crianças portadoras do transtorno de espectro autista,
é consenso entre os pesquisadores a importância do psicólogo junto a outros profissionais no
tratamento e acompanhamento dessas crianças, devido à complexidade do quadro clínico, bem
como as dificuldades encontradas para desenvolver uma estrutura de tratamento,
(GAUDERER, 1997).
Dessa maneira o psicólogo como conhecedor do desenvolvimento humano, deve ser
incluído nesse contexto de atendimento, uma vez que esse profissional apresenta competência
para detectar os aspectos comprometidos do desenvolvimento infantil. Assim sendo, é relevante
um estudo que vise identificar as concepções e o trabalho efetuado por psicólogos com relação
ao autismo infantil.
Os CAPS devem assegurar um cuidado continuado para a criança em espaços
individuais e coletivos. Eles devem oferecer também espaços de escuta para os pais e se
articular com outros setores tais como a educação, a assistência social, ou a rede de cuidados à
saúde da pessoa com deficiência. Nesse sentido, o psicólogo pode atuar como articulador, a
partir de práticas sustentadas na clínica ampliada, na escuta qualificada, e no acolhimento,
prerrogativas básicas da Política Nacional de Humanização, o Humaniza SUS.
Em seu estudo acerca das concepções e das práticas psicológicas sobre o autismo
infantil, Quaresma et al (2011) apontam como possíveis formas de tratamento na assistência à
criança autista dentro do CAPSi o projeto individual, a atividade lúdica (considerando este
recurso como elemento central no que diz respeito aos atendimentos que envolvem
desenvolvimento infantil, além de se configurar como um importante recurso na formação de
vínculo), os atendimentos individuais, e o atendimento e acompanhamento aos familiares.
De acordo com os mesmos autores, uma das características do autismo é precisamente
a dificuldade em criar vínculos, dessa maneira, psicólogos do CAPSi trabalham, normalmente,
inicialmente num projeto individual antes de inserir a criança em grupo, com o objetivo de
propiciar o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioafetivas das crianças, a fim de
ampliar as habilidades sensoperceptivas e motoras, bem como a utilização da capacidade
criativa, que irá favorecer o desenvolvimento de atividades produtivas, além de estabelecer o
senso de responsabilidade, e também de resgatar a valorização da auto-estima e a relação
interpessoal (FIGUEIRA; ALVES, 2004).
Telles (2001) afirma que em contato com elementos lúdicos, mesmo as crianças
acometidas com transtornos mentais, vão pouco a pouco, descobrindo as noções de equilíbrio,
movimento, resistência, e fragilidade, sendo portanto um dos recursos que possibilitam a
abordagem à crianças de uma maneira geral, e mais especificamente, de crianças com autismo.
Quaresa et al (2011) ainda afirmam que o tratamento das crianças autistas acontece
através de uma metodologia elaborada pela a equipe da instituição de modo que os programas
oferecidos são elaborados de acordo com o quadro clínico e com as demandas de cada criança
e de suas famílias. Estas têm acesso a projetos individuais, oficinas terapêuticas, atividades
lúdicas e atendimentos individuais. Os familiares também são acompanhados pelas
profissionais psicólogas através de grupos terapêuticos e atendimentos individuais sistemáticos
de acordo com a necessidade.
Acerca desse aspecto, Teixeira (2007) reflete sobre a importancia de incentivar a troca
de experiências entre famílias que compartilham um problema comum, estimular a autonomia
na busca de recursos e soluções junto à comunidade. Já Souza et al. (2004) apontam que o
psicólogo contribui no processo de elaboração da compreensão acerca dos aspectos relativos ao
quadro clínico, e das repercussões resultantes do mesmo. Além disso, de acordo com o autor, o
psicólogo também deve atuar no suporte no que diz respeito à discução e entendimento acerca
da rede de atenção e serviços, dos recursos disponíveis por meio das políticas publicas, além
de, de maneira mais específica, trabalhar no que diz respeito a trazer à tona sentimentos
universalmente presentes em todos aqueles que têm filhos com problemas, ou seja, negação,
culpa, frustração, impotência, ressentimento, raiva, rejeição, além de fantasias diversas.
É imprescindivel, ainda, que haja articulação com a equipe multidisciplinar, com a rede
intersetorial, e que este ocorra em consonância com a lógica proposta pela reorientação do
modelo assistencial em saúde mental, para que assim, se tenha uma prática menos focada na
doença, e mais centradas nos aspectos que dizem respeito à vida concreta dos sujeitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do presente estudo é possível apontar que ainda há um baixo quantitativo de
pesquisas e publicações voltadas para o cenário de práticas do psicólogo no CAPsi na atenção
à criança autista. Além disso, percebe-se a partir da literatura que há a necessidade da inserção
do psicólogo nas equipes dos Centros de Atenção Psicossocial, o que infelizmente ainda não
vem acontecendo de forma efetiva. Consequentemente, é de extrema importância que a
Psicologia se faça presente em casos de TEA, tendo em vista que a mesma dispõe de métodos
e instrumentos comprovadamente eficazes que podem proporcionar um tratamento efetivo
deste transtorno. Além disso, também é preciso que as políticas públicas incluam o sujeito
autista de forma a lhe proporcionar: qualidade de vida, educação, cultura, etc., no intuito de lhe
proporcionem adentrar em uma realidade que seja completamente possível a ele.
Portanto, a partir dos pressupostos problematizados nesta pesquisa, é possível pensar
numa prática que vá ao encontro dos contextos dos sujeitos envolvidos, das suas famílias, seus
contextos de vida, visando um desenvolvimento adequado para a sua faixa etária, e ainda, sua
inserção nos diversos espaços de circulação social, de modo a minimizar o impacto decorrente
do quadro clinico, e possibilitar recursos para os familiares no desenvolvimento do caso,
visando assim, uma prática mais emancipadora.

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