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Conhecer a criança em suas singularidades
Independente da deficiência, de um laudo ou diagnóstico médico, trata-
se de uma criança em fase peculiar de desenvolvimento, com um
histórico, gostos e preferências – e o primeiro passo é o professor se
dedicar a conhecê-la, de fato, em suas singularidades. Inclusive, não
existe uma “receita de bolo” para o atendimento de crianças com TEA,
e mesmo que o docente tenha várias ao mesmo tempo em sua sala, cada
uma tem suas especificidades associadas a esse transtorno.
As crianças têm capacidade de aprenderem a seu modo

No momento de planejamento e organização das propostas, é


importante considerar a capacidade que todas as crianças têm de
aprenderem a seu modo, ao brincarem e interagirem com o espaço, com
outras crianças e com os adultos – e compreendi que algumas
estratégias auxiliam no atendimento a crianças com autismo, visando
uma comunicação mais assertiva e intervenções efetivas, e também
apoiar sua socialização com o grupo e criar melhores condições que
contribuam para o seu desenvolvimento. Vamos a elas:
1. Conheça suas individualidades

É fundamental reconhecer quais os pontos de interesse da criança, e se


aproximar com disposição para participar desse mundo dela. Algumas,
por exemplo, têm o hiperfoco (por carrinhos, números, um
personagem), que pode ser o ponto de partida para uma aproximação, e
uma posterior ampliação de repertório.
1. Conheça suas individualidades

Invista na afetividade: é mito que as crianças com autismo não


gostam do contato físico e de abraços – elas têm mais dificuldade com
habilidades sociais, só que por outro lado possuem mais sensibilidade a
estímulos físicos (por vezes, é o abraço apertado que acalma, o toque
nas costas que alivia a tensão). Já a inabilidade de olhar nos olhos pode
ser superada ao apoiar para que passem a demonstrar o que sentem e
querem.
2. Explore a fala e os recursos visuais

Mesmo que a criança não tenha comunicação verbal, é fundamental


falar com ela. Essa fala precisa ser clara, direta, com poucas interjeições, e
sem espaço para dúvidas – e se torna mais eficiente quando associada a
gestos e expressões condizentes com o que se quer comunicar.
2. Explore a fala e os recursos visuais

Nessa linha, vale utilizar também os recursos visuais como imagens,


fotos e sinalizações pelo ambiente escolar. Dois exemplos: no banheiro da
minha sala, temos uma sequência de imagens para apoiar a higiene com
independência; além disso, no próprio espaço da sala, temos imagens
sobre as principais ações diárias e de deslocamentos do grupo. Tudo isso
pode ajudar a naturalizar essas ações.
3. Avalie os limites e possibilidades da sensibilidade auditiva

Uma característica bem comum das crianças com autismo é a


sensibilidade auditiva. Portanto, barulhos inesperados e conversas
paralelas associadas a movimentações constantes dos colegas podem
desorganizar o pensamento desses pequenos, principalmente em
ambientes fechados. Procure, então, investir em propostas realizadas nas
áreas externas, que diluem melhor esses ruídos.
3. Avalie os limites e possibilidades da sensibilidade auditiva

Por outro lado, a sensibilidade auditiva pode, sim, ser nossa grande
aliada, visto que geralmente os pequenos com TEA são muito musicais e
se interessam por instrumentos. Desse modo, algumas formas de chamar a
atenção podem ser: cantigas curtas da cultura infantil; uso de um pandeiro
e chocalho nas brincadeiras de roda; e mesmo uma entonação diferente na
leitura em voz alta.
4. Cuidado com o excesso de estímulos

Um espaço carregado de estímulos, como muitos brinquedos e


multiplicidade de cores, pode gerar inseguranças – sendo assim, é importante
o acompanhamento do adulto, ajudando a observar uma coisa de cada vez e
garantindo tempo de qualidade para que a criança assimile todas essas
informações. Em alguns casos, certas mudanças são necessárias para um
maior conforto, como uma iluminação menos intensa, e concentrar os cartazes
e informações em um espaço da sala, deixando outros mais livres de
estímulos.
5. Equilibre a sensibilidade tátil
A sensibilidade tátil pode ser balanceada nas vivências, o que dá
oportunidade para o contato com diferentes texturas incluindo elementos
da natureza como terra e areia; os próprios materiais concretos para a
brincadeira de largo alcance; e alimentos em sua forma in natura ou em
preparo. Aliás, oportunizar que a criança utilize suas mãos para levar os
alimentos à boca nas refeições, contribui também para a diminuição da
seletividade alimentar, muito comum entre os pequenos com autismo.
6. Envolva o coletivo

Entre as crianças bem pequenas (antes dos 3 anos), pode não ser tão
comum que sintam a necessidade de compreender o que acontece com o
colega com TEA, porque ainda estão muito voltadas para suas questões e
interesses. No entanto, nos grupos de crianças pequenas (a partir dos 3
anos) é importante sanar as dúvidas e organizar momentos de conversa
sobre as necessidades das crianças com autismo.
6. Envolva o coletivo

A ideia é que eles desenvolvam maior compreensão e respeito,


principalmente com os comportamentos estereotipados e eventos
disruptivos, que são os momentos de crises em que é necessário que a
professora faça o atendimento individualizado, em um espaço tranquilo
para a ajudar a criança a se organizar.
https://novaescola.org.br/conteudo/21168/inclusao-na-educacao-infantil-autismo-
e-estrategias-para-as-propostas-pedagogicas

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