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INTRODUÇÃO
O termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por Eugene Bleuler,
na época, estava relacionado para designar a perda de contato com a realidade
com dificuldade ou impossibilidade de comunicação, comportamentos muitas vezes
relacionado a pacientes diagnosticados com quadro de esquizofrenia
(AJURIAGUERRA, 1977). Porém, já ao final dos anos 1960, o termo autismo estava
incluído no grupo das psicoses da primeira e da segunda infância, dos distúrbios
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Acadêmica do curso de Psicologia, UFPE. Email: mariana.ofigueiroa@ufpe.br;
2
Graduada em Psicologia. Email: suzanalins@yahoo.com.br;
simbióticos que englobaria as psicoses, com dependência incomum à mãe, um
prolongamento da ligação e das outras psicoses, essas também com
desenvolvimento atípico, comportamentos ditos como autísticos e indiferença
emocional (AJURIAGUERRA, 1977). A mudança do conceito de autismo ocorre
quando ele passa a ser considerado como um transtorno do desenvolvimento,
ligado não mais a questões psicanalíticas mas a uma síndrome que causa déficit
cognitivo, como dito por Ritvo e Ornitz(1976), e mais a frente, reafirmado por
Gillberg(1990), que destacou o papel das variáveis orgânicas envolvidas no
autismo, descrevendo como um disfunção orgânica, ressaltando o novo olhar
biológico do transtorno. Ao mesmo tempo, o mesmo autor também discute o
autismo como uma síndrome comportamental, com etiologias biológicas múltiplas e
evolução de um distúrbio do desenvolvimento, caracterizada por déficit na interação
social e no relacionamento com os outros, associado a alterações de linguagem e
de comportamento. Essas afirmações são novidade para a época e mudam a forma
de pensar e diagnosticar, e principalmente, a forma a abordagem terapêutica, que
perduram até hoje, já solidificada a defesa que o autismo é uma síndrome etiologias
biológicas múltiplas e evolução de um distúrbio do neurodesenvolvimento, que tem
como característica déficit na interação social e no relacionamento com os outros,
associado a alterações de linguagem e de comportamento(RIBEIRO & SELLA,
2018).
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados, de início, 2847 estudos no total, sendo todos em língua
portuguesa. Após isso, foram analisados os títulos, objetivos, métodos e resumos
para selecionar as pesquisas que se enquadraram nos critérios estabelecidos, e
também para remover estudos inelegíveis e duplicados. Após esse crivo, restou 6
artigos, que depois de leitura minuciosa dos artigos, alguns apresentaram ainda um
ou mais critério de exclusão, restando assim 5 artigos que foram incluídos no
presente estudo, e apresentam os seguintes resultados (dados expressos na figura
1 e tabela 1):
As intervenções psicomotoras no autismo são de suma importância para a
aquisição de competências necessárias ao desenvolvimento pelos marcos etários.
Silva & Souza(2021) trouxeram novidades em sua revisão integrativa, apresentou
dados referentes a uma coletânea de autores, que apresentaram ganhos na
motricidade fina e global, assim como organização espacial , esquema corporal e
linguagem, de forma a ter como consequência progressos globais em torno dos
déficits nos autistas quando há terapia com psicomotricidade. Ainda nessa revisão,
foi possível observar dados sobre fortalecimento muscular e modulação do tônus
relacionado a autistas que possuem hipotonias, com melhorias no equilíbrio,
propriocepção, coordenação motora e aprimoramento da marcha (SILVA & SOUZA,
2021).
Também foi apresentado a importância da psicomotricidade aliada a
educação física, esse dado foi apresentado por Melo(2020). As atividades lúdicas e
jogos foram indispensáveis na evolução de elementos psicomotores das crianças,
que progrediram de forma individual, em noções de equilíbrio, noção espacial e
temporal, assim como na apropriação do esquema corporal(MELO, 2020). Ainda no
campo multidisciplinar, também há pesquisas no campo hospitalar, na primeiríssima
infância e em pré-escolares apresentadas por Viana-Cardoso & Lima(2019), em que
percebeu-se que a intervenção psicomotora precoce, quando estruturada, e apesar
da heterogeneidade de protocolos adotados, tem resultados positivos no processo
de desenvolvimento neuromotor na infância.
Para além disso, também foi descrito por Estevão (2018) a partir de coleta de
dados em um centro de atividades ocupacionais em sua dissertação de mestrado,
ganhos em diferentes áreas para os indivíduos com TEA. Tais benefícios foram
crescentes na relação empática com outros e o movimento corporal, que
envolveram as competências em regras sociais, relações emocionais, capacidade
de atenção, controle do movimento e autoconfiança(ESTEVÃO, 2018). Por fim, no
estudo de Silva & Souza(2018), para além dos benefícios da psicomotricidade no
TEA já apresentado pelos autores, também há o ganho de autonomia pela
população autista. Isso ocorre pelos ganhos globais em seu desenvolvimento, de
forma a se comunicar de forma compreensiva, se posicionando frente às diversas
situações cotidianas(SILVA & SOUZA, 2018).
CONCLUSÃO
Através dos estudos realizados nesse capítulo, nota-se a importância da
psicomotricidade como promotora do desenvolvimento de crianças diagnosticadas
com o Transtorno do Espectro Autista, principalmente quando ela inicia
precocemente. O psicomotricista trabalha tendo como ponto inicial a singularidade
de cada paciente, pois são únicos, buscando potencializar o que cada criança
possui e desenvolver as competências necessárias. Assim, a psicomotricidade é
uma das formas de tratamento eficazes nas intervenções com crianças autistas,
promotora de autonomia, pois favorece a comunicação entre pares, além de
potencializar o desenvolvimento global e a aprendizagem, agindo nas áreas
psicomotoras do neurodesenvolvimento infantil.
REFERÊNCIAS