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SERVIÇO SOCIAL

A Questão Social e suas Manifestações


na Contemporaneidade

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
SERVIÇO SOCIAL
A Questão Social e suas Manifestações na Contemporaneidade
Kamilla Santos

Sumário
A Questão Social e suas Manifestações na Contemporaneidade.........................................................3
1. Introdução ao Tema.....................................................................................................................................................4
2. O Surgimento da Questão Social e suas Acepções..................................................................................5
3. Serviço Social e a Questão Social na Contemporaneidade. .................................................................8
Resumo..................................................................................................................................................................................11
Referências.........................................................................................................................................................................12

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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A Questão Social e suas Manifestações na Contemporaneidade
Kamilla Santos

A QUESTÃO SOCIAL E SUAS MANIFESTAÇÕES NA


CONTEMPORANEIDADE
Oiiiiieeee, futura(o) concursada(o)!
Espero que esteja bem e com saúde! Bora estudar!!! Para quem ainda não me conhece,
meu nome é Kamilla Santos da Silva. Atualmente sou servidora efetiva da Equipe Interprofis-
sional Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mestra em Direitos Humanos pelo
PPGIDH da UFG, membra do Coletivo Rosa Parks (FCS/UFG), do Comitê de Igualdade Racial
do TJGO e faço parte do GRAN CURSOS, estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro
digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui “concurseira raiz” e digo pra você que é possível (SIM!) passar em um concurso,
façam diversas provas em diversas esferas e temas, isso é muito importante para o acúmulo
de seu repertório de concurso, encare toda prova como uma oportunidade de também apren-
der! Façam muitaaaas questões e se errarem busquem entender onde erraram, afinal é com os
erros que aprendemos!
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
É por isso que esse material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de Serviço Social com afinco e planejamento. E acredite:
estudar serviço social também é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para
as provas sem ler esse material. Então, aproveite!

DICA
Experimente usar o método pomodoro de estudo que consiste
em dividir o seu tempo em blocos, para que vc tenha total con-
centração em cada um deles. Exemplos: 25 min de concen-
tração e 5 min de descanso; 30 minutos de concentração e 10
min de descanso; 45 minutos de concentração e 15 minutos
de descanso; 60 minutos de concentração e 20 minutos de
descanso;
Organize o seu espaço de estudos;
Escolha um local iluminado;
Escolha um lugar reservado ou peça colaboração com o silên-
cio enquanto você estuda;
Separe tudo o que vai precisar durante o bloco de tempo de
estudo;
Mantenha bebidas e comidas distante (eu seiiiii, difícil né?);
Beba água;

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Desligue ou coloque o celular em outro espaço;


Caso use o celular para pesquisa, desligue as notificações e
resista aquela olhadinha no whatsapp ou instagram você pode
fazer isso durante as pausas;)
Utilize post-it para anotações, marcadores coloridos e anota-
ções em seu caderno e/ou apostilas;
Ouça músicas que te ajude na concentração;
Leia em voz alta;
LEMBRE-SE que não há método perfeito, cada um utiliza aqui-
lo que se adequa melhor e desenvolve aquele que se adequa
melhor ao seu perfil e modo de vida!

Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Vamos começar?
Com afeto,
Kamilla Silva
@kamormilla

1. Introdução ao Tema
Galera, esse é um tema importante e presente nos concursos de Serviço Social. Aqui va-
mos falar sobre A questão social e suas manifestações na contemporaneidade, tema muito
debatido entre os teóricos da Ciência Política. Então, vamos lá!
Apresentando o contexto histórico que contribuiu para o seu surgimento no modo de pro-
dução capitalista, a atuação do Serviço Social e o debate contemporâneo baseado no pensa-
mento de intelectuais que refletem sobre esta temática.
Guerra et al (2005) ao analisar estudo realizado por Castel sobre as metamorfoses da
questão social afirma que a Inglaterra do século XIV é cenário de uma conjuntura marcada por
uma população pauperizada que pode ser classificada em dois grupos distintos:
• Os indigentes
• Os indigentes válidos

Este fenômeno denominado pauperismo ainda não pode ser considerado como expressão
da questão social porque a pobreza nas sociedades camponesas não era considerada uma
ameaça para a ordem estabelecida.
De acordo com Netto (2001), a Europa Ocidental experimentou os impactos da primeira
onda industrializante iniciada no último quartel do século XVIII com a pauperização massiva
da população, chamada de fenômeno do pauperismo.

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2. O Surgimento da Questão Social e suas Acepções


Pensar o trabalho e a questão social na sociedade capitalista supõe dar conta de sua his-
toricidade que dispõe de uma dupla e indissociável característica que a particulariza:
• a mercadoria é o caráter predominante e determinante dos produtos. O trabalhador
aparece como um mero vendedor de mercadorias, ele vende sua força de trabalho ao
capitalista.

capitalista X trabalhador assalariado


(principais agentes da sociedade)
• a mais valia é a finalidade direta e o móvel determinante da produção

redução do preço de custo & intensificação da força produtiva


O processo de acumulação ou a reprodução ampliada do capital realiza-se a partir de um au-
mento do poder de mando do capital sobre o trabalho.

 Obs.: A definição de questão social pensada por Iamamoto, Netto, Pastorini, Guerra, dentre
outros, diz respeito a manifestação do processo de formação e desenvolvimento da
classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade.

A definição de questão social envolve:


• Forma de organização da sociedade capitalista;
• Promoção do desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social;
• Expansão e aprofundamento das relações de desigualdade, a miséria e a pobreza;
• Exigências para que o Estado e o patronato tenham intervenções para além da caridade
e repressão;
• A questão social se materializa em um conjunto de problemas políticos, sociais e eco-
nômicos que o surgimento da classe operária impôs à sociedade capitalista, através da:
− mobilização da classe trabalhadora pela apropriação da riqueza social
− sua organização enquanto movimento operário
− pressão e reivindicação por direitos, perante o Estado e o empresariado
• Para Pastorini a questão social teve como base os processos de urbanização e indus-
trialização na sociedade capitalista da Europa no decorrer do século XIX. Dentro desta
mesma perspectiva, a questão social conforme Guerra:

indica a existência de relações conflituosas entre portadores de interesses opostos e antagôni-


cos(...), na qual os atores dominados conseguem impor-se como forças políticas estratégicas e
problematizar efetivamente necessidades e demandas, obtendo ganhos sociais relativos.

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• Foi com essa caracterização que a questão social surgiu na Europa no século XIX. (apud
PEREIRA, 2001, p.244)
• As relações conflituosas resultam de disparidades econômicas, políticas e culturais das
classes sociais mediatizadas por relações de gênero, características étnico raciais e
formações sociais.
• Historicamente a questão social tem a ver com a emergência da classe operária e seu
ingresso no cenário político, por meio das lutas desencadeadas em prol dos direitos ati-
nentes ao trabalho, exigindo seu reconhecimento pelo bloco do poder, em especial pelo
Estado. (IAMAMOTO, 2001, p. 17)
• O reconhecimento da questão social enquanto área que necessita de intervenção do
Estado deu origem a uma ampla esfera de direitos sociais públicos referentes ao traba-
lho que nos países centrais denominou-se Welfare State, Estado Providência ou Estado
Social.
• Netto (2001) destaca cinco notas1 importantes para a compreensão da questão social
no marco da tradição marxista:

Primeira (crescimento da pobreza) Segunda (naturalização da QS)

- a partir da segunda metade do sec.


XIX a expressão questão social deixa
de ser usada indistintamente por
críticos sociais e passa ao vocabulário
conservador
- a manutenção da ordem burguesa
- A expressão passou a ser utilizada a partir
contribui para que a questão social
de 1830 e foi divulgada até a metade daquele
perca sua estrutura histórica e seja
século por críticos da sociedade e filantropos
naturalizada (pensamento conservador
de diversos espaços políticos.
laico e confessional)
- Pela primeira vez a pobreza crescia na razão
-Para os pensadores laicos as
direta em que aumentava a capacidade social
manifestações da QS são vistas como
de produzir riquezas
desdobramentos, na sociedade
-Os pauperizados protestavam configurando-se
moderna (burguesa).
uma ameaça às instituições sociais existentes
- No pensamento confessional se
- O pauperismo passou a designar questão
reconhece a gravidade da QS e se
social
apela para medidas sócio-políticas para
diminuir seus impactos(somente a
crueldade contraria a vontade divina)
- Nos dois casos deve haver uma
preservação da propriedade privada
dos meios de produção.

1
Textos entre parênteses fazem parte de nossos grifos

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Primeira (crescimento da pobreza) Segunda (naturalização da QS)

Quarta (eclosão e erosão do Welfare


Terceira (dinâmica da exploração)
State)

- após a Segunda Guerra Mundial o


capitalismo experimentou “as três
décadas gloriosas” – o Estado Social
- a construção do Welfare State parecia
se remeter a questão social e suas
- compreensão teórica para apreender a
manifestações
gênese, a constituição e os processos de
- no início dos anos 70 esgotou-se a
reprodução da QS
onda longa expansiva da dinâmica
- somente com o conhecimento rigoroso do
capitalista
processo de produção do capital, Marx pôde
- redução das taxas de lucro
esclarecer a dinâmica da QS
condicionadas pelo crescimento do
- A QS é constitutiva do desenvolvimento do
movimento operário.
capitalismo. Não se suprime a QS conservando-
- capital responde com ofensiva
se o capitalismo
política (repressão), depois de natureza
- a supressão da exploração do trabalho
ideológica e econômica
pelo capital, constituída a ordem burguesa e
- a junção globalização mais
altamente desenvolvidas as forças produtivas,
neoliberalismo mostra que o capital não
não implica redução da produção de riquezas
tem nenhum compromisso social
- o capitalismo globalizado,
transnacional, pós-fordista descobriu
a “nova pobreza os “excluídos, “a nova
questão social”2

Quinta (relação capital/questão social)

- a tese é que inexiste qualquer “nova questão social”


- a caracterização da QS tem de considerar as particularidades histórico-culturais e
nacionais
- perspectiva de construir uma ordem que vá além dos limites do comando do capital.
Marx e Engels deixaram claro que não havia garantia que o comunismo podia substituir a
ordem do capital
- a possível derrota do capital determinará a superação da QS. Homens e mulheres
continuarão a enfrentar problemas e formas de cooperação e ajuda mútua serão
requisitadas e desenvolvidas
- a raison d´être do Serviço Social tem sido a QS e sem ela não há sentido para esta
profissão
-está longe o futuro que a profissão vai se esgotar pelo próprio esgotamento de seu
objeto.

2
Termo utilizado por Pierre Rosanvalon e foi divulgado no Brasil pelo Partido da Social Democracia Brasileira

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3. Serviço Social e a Questão Social na Contemporaneidade


As estratégias para enfrentamento da questão social têm sido tensionadas por conflitos
entre projetos sociais distintos: um que defende os direitos sociais e outro que propõe a mer-
cantilização do atendimento às necessidades sociais.
O primeiro projeto tem caráter universalista e democrático dentro da concepção da Seguri-
dade Social prevista na Constituição Federal de 1988. Fundamenta-se nos princípios de:
• avanço da democracia através dos princípios de participação e controle popular
• universalização dos direitos, garantindo a gratuidade no acesso aos serviços
• a integralidade das ações voltadas a defesa da cidadania de todos
• primazia do Estado na condução das políticas públicas

O Assistente Social tem assumido papel muito importante no fortalecimento dos Conselhos
de Saúde, de Assistência, entre outros, nas 3 esferas de governo (união, estados e municípios)
Também se faz presente nos Conselhos Tutelares e Conselhos de Direitos responsáveis
pela formulação de políticas públicas para a criança e o adolescente, para o idoso, negros,
mulheres, pessoas com deficiência, dentre outras.
Conforme Netto, os assistentes Sociais são `executores terminais das políticas sociais`.O
processo de descentralização das políticas sociais públicas exige dos Assistentes Sociais no-
vas funções e competências, pois estão sendo chamados para atuar:
• na formulação e avaliação de políticas públicas
• planejamento e gestão, inscrito em equipes multiprofissionais
• implementação e orientação de conselhos de políticas públicas
• capacitação de conselheiros
• elaboração de planos de assistência social
• acompanhamento e avaliação de programas e projetos

As diretrizes curriculares do curso de Serviço Social é fruto de elaboração coletiva que tem
como um dos desafios centrais as relações entre questão social, trabalho e serviço social.
Conforme Iamamoto (2001) a questão social tem sido analisada como elemento fundante do
exercício profissional na sociedade e suas expressões são alvo da intervenção profissional.
Apreender as relações entre trabalho, questão social e serviço social na sociedade brasilei-
ra em suas particularidades regionais e locais, é requisito para elaborar e efetivar estratégias
que possam conduzir a programática neoliberal em favor das necessidades e interesses da
coletividade.
Dentro da programática neoliberal verifica-se que a questão social passa a ser objeto de
um violento processo de criminalização que atinge as classes subalternas. A tendência de
naturalizar a questão social é acompanhada da transformação de suas manifestações em
objeto de programas assistenciais focalizados de “combate a pobreza” ou em expressões de
violência dos pobres, cuja resposta é a violência e a repressão oficiais.

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Iamamoto (2001) afirma que existem duas armadilhas que envolvem a análise sobre ques-
tão social:
• corre-se o risco de cair na pulverização da questão social, atribuindo aos indivíduos a
responsabilidade por suas dificuldades.
• aprisionar a análise a um discurso genérico, desconsiderando suas expressões específicas.

Partimos do pressuposto que a questão social eclode de forma latente com o processo
de industrialização, ancorada nas relações antagônicas entre capital e trabalho no interior do
processo produtivo a partir do surgimento do modo de produção capitalista. Assim, podemos
vincular o surgimento da questão social com a eclosão da classe trabalhadora e sua inserção
no cenário político e identificá-la no momento em que a contradição fundamental do capitalis-
mo, como modo de produção social se desenvolve e se revela (NETTO, 2004).
É diante desta conjuntura que emerge e desenvolve o conjunto de problemáticas que deno-
minamos de questão social e assume diversificadas conotações de acordo com o movimento
do capital.
Os processos históricos contemporâneos ao alterarem as relações entre capital e trabalho,
implicam determinações conjunturais que se expressam no acirramento da luta de classes e
na consequente potencialização das contradições imanentes ao sistema capitalista o que de-
marca a ofensiva do capital em larga escala.
Nesse sentido, nascem novos arranjos no sistema capitalista, uma vez que agora sob o
comando do capital financeiro necessita de alternativas eficazes para o controle dos merca-
dos e da produção. Como de uma nova roupagem no processo produtivo, inaugura-se a era da
acumulação flexível com suas estratégias que passam a exigir a intensificação do trabalho,
implicando também em modificações nas suas relações.
No cenário atual tem-se o crescimento exponencial de níveis de exploração e de desigual-
dades, principalmente se considerarmos o contexto de mundialização do capital e seus rebati-
mentos para classe trabalhadora. Incidem atuais expressões da questão social tendo em vista
a dinâmica própria dos processos contemporâneos.
Assim sendo, é nesta conjuntura que se põe a profissão do Serviço Social como alternativa
para mediatizar os conflitos e para atender as mais variadas expressões da questão social.
Constitui-se como trabalho especializado na sociedade a partir da inserção das políticas so-
ciais públicas na nova divisão social do trabalho.
É nesse cenário de transformações que o Estado aparece como principal agente de inter-
venção, lançando mecanismos que permitam manter o controle sobre os agravos sociais, de
maneira que possa atuar na formulação e implementação das políticas sociais que, servem
como formas de controle para as atuais manifestações da questão social (SILVA, 2012).
Em consequência da retração do Estado e corte nos gastos sociais há uma ampliação da
seletividade das políticas, inviabilizando a consolidação dos direitos conquistados na Consti-
tuição de 1988 o que implica ao assistente social o desafio de exercer a função de “juiz rigoro-
so da pobreza”( IAMAMOTO, 2006, P.162).
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Contudo, orientados pelo projeto ético-político com seus ideais emancipadores, a profis-
são de Serviço Social tem buscado as mediações necessárias para atender as demandas do
trabalho com competência crítica, propondo análises que se pautam na defesa da liberdade e
justiça social. Ratificando esta colocação, Iamamoto (2006, p.153) afirma que

São as mudanças verificadas no mundo do trabalho que alteram, dimensionam e redimensionam a


demanda das políticas sociais que nós, por meio do exercício profissional, programamos na linha de
ponta da prestação dos serviços sociais.

Tal entendimento reafirma que a contemporaneidade, considerando seus aspectos con-


traditórios, expressa desafios de monta ao Serviço Social, tendo em vista sua vinculação à
questão social, bem como as implicações que decorrem do estatuto de trabalhador assalaria-
do que regulamenta a profissão. Portanto, atender as demandas do trabalho e ser contratado
pelo Estado ou por organismos privados é ser desafiado a todo tempo por um conflito incon-
ciliável dentro de um sistema que tem na sua base atrelado na contradição elementar: capital
x trabalho
É isso, galera!
Se você gostou do material ou tem críticas, dá um retorno, bem como também poste suas
dúvidas lá no fórum. Estou esperando você por lá!
Abreijos!!!!!

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RESUMO
Nesta aula, você deve fixar os seguintes pontos:
• O contexto de crise demandou o processo de reestruturação produtiva, que emerge alia-
do ao Estado, subtraído de seu papel de regulador do trabalho, expressando com todo
vigor os princípios neoliberais de privatização, focalização e descentralização.
• Este momento histórico refuncionaliza e redimensiona a questão social, incidindo na
precarização do trabalho, na desagregação social e na intensificação do empobrecimen-
to da classe trabalhadora, apresenta-se como realidade dura e cruel para os que vivem
do trabalho e desafia a profissão do Serviço Social duplamente para atuar sobre as ex-
pressões da questão social. De
• Requisição de um profissional competente criticamente e, de outro, pela sua própria
imersão neste espaço como trabalhador assalariado.
• As estratégias para enfrentamento da questão social têm sido tensionadas por conflitos
entre projetos sociais distintos: um que defende os direitos sociais e outro que propõe a
mercantilização do atendimento às necessidades sociais.

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Campinas: IFCH/UNICAMP, 1997.

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são de curso de especialização em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais. Recife:
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IAMAMOTO, Marilda Vilela. A questão social no capitalismo. In: Temporalis. Brasília: ABEPSS,
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MOTA, Ana Elizabete. Cultura da crise e Seguridade Social. Um estudo sobre as tendências
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(PIBIC) - CNPQ. Campina Grande, UEPB. 2011

Kamilla Santos
Professora, servidora pública e mestra em Direitos Humanos. Bacharel em Serviço Social pela Universidade
Federal de Sergipe (2011); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (2015); mestra em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2019).
Possui Espanhol Intermediário I pelo CONOCER (2015). Possui experiência no trabalho com comunidades
e Educação Ambiental Crítica. Trabalhou como assistente social do Programa de Desenvolvimento Social
do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras UO SE/AL da PETROBRAS entre os
anos de 2010 e 2012. Mulher negra integrante do sistema de justiça, é analista judiciária – assistente
social do quadro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esteve lotada no Setor Interdisciplinar
Penal (SIP) da Comarca de Goiânia de junho/2015 a abril/2018. No Juizado da Infância e Juventude da
Comarca de Goiânia, atuou no Programa Amparando Filhos de abril/2018 a janeiro/2019 e no Setor de
Acolhimento Institucional (SEAI) de janeiro/2019 a julho/2021. Atualmente, está lotada na Coordenadoria
Interdisciplinar Forense. É tutora em Educação a Distância na Escola Judicial de Goiás (EJUG). Membra do
Comitê de Igualdade Racial do TJGO. Membra do Coletivo Rosa Parks (UFG). Promotora Legal Popular. É
iniciada em Reiki Usui (nível 1).

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