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SERVIÇO SOCIAL

Políticas e os Programas da Seguridade


Social

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
SERVIÇO SOCIAL
Políticas e os Programas da Seguridade Social
Kamilla Santos

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Políticas e os Programas da Seguridade Social.............................................................................................5
1. Introdução ao Tema.....................................................................................................................................................5
2. Políticas e os Programas da Seguridade Social........................................................................................5
3. Saúde: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas e Controle Social. ...............................9
4. Previdência: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas e Controle Social.................16
5. Assistência Social: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas E Controle Social.20
Resumo................................................................................................................................................................................25
Referências........................................................................................................................................................................26

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Kamilla Santos

Apresentação
Oiiiiieeee, futura(o) concursada(o)!
Espero que esteja bem e com saúde! Bora estudar!!! Para quem ainda não me conhece,
meu nome é Kamilla Santos da Silva. Atualmente sou servidora efetiva da Equipe Interprofis-
sional Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mestra em Direitos Humanos pelo
PPGIDH da UFG, membra do Coletivo Rosa Parks (FCS/UFG), do Comitê de Igualdade Racial
do TJGO e faço parte do GRAN CURSOS, estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro
digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui “concurseira raiz” e digo pra você que é possível (SIM!) passar em um concurso, fa-
çam diversas provas em diversas esferas e temas, isso é muito importante para o acúmulo de
seu repertório de concurso, encare toda prova como uma oportunidade de também aprender!
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
É por isso que esse material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de Serviço Social com afinco e planejamento. E acredite:
estudar serviço social também é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para
as provas sem ler esse material. Então, aproveite!

DICA!
Experimente usar o método pomodoro de estudo que consiste
em dividir o seu tempo em blocos, para que vc tenha total con-
centração em cada um deles. Exemplos: 25 min de concentra-
ção e 5 min de descanso; 30 minutos de concentração e 10 min
de descanso; 45 minutos de concentração e 15 minutos de des-
canso; 60 minutos de concentração e 20 minutos de descanso;
Organize o seu espaço de estudos;
Escolha um local iluminado;
Escolha um lugar reservado ou peça colaboração com o silên-
cio enquanto você estuda;
Separe tudo o que vai precisar durante o bloco de tempo de
estudo;
Mantenha bebidas e comidas distante (eu seiiiii, difícil né?);
Beba água;
Desligue ou coloque o celular em outro espaço;
Caso use o celular para pesquisa, desligue as notificações e
resista aquela olhadinha no whatsapp ou instagram você pode
fazer isso durante as pausas;)
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Utilize post-it para anotações, marcadores coloridos e anota-


ções em seu caderno e/ou apostilas;
Ouça músicas que te ajude na concentração;
Leia em voz alta;
LEMBRE-SE que não há método perfeito, cada um utiliza aqui-
lo que se adequa melhor e desenvolve aquele que se adequa
melhor ao seu perfil e modo de vida!

Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital de Serviço Social, buscando
sua sonhada aprovação. Colocarei questões de bancas de concursos anteriores, bem como
criarei questões inéditas para que você fique preparado para surpresas do examinador.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Vamos começar?
Com afeto,
Kamilla Silva
@kamormilla

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POLÍTICAS E OS PROGRAMAS DA SEGURIDADE SOCIAL


1. Introdução ao Tema
Olá! Nesse módulo conheceremos um pouco do que é seguridade social e o que está en-
volta dela. É composta pelo que chamamos de Tripé Social: Saúde, Previdência e Assistên-
cia Social. Nesse sentido, digo a você que precisamos nos preparar constantemente, numa
formação que subsidie e qualifique a intervenção profissional e nos prepare para construir
estratégias que transcendam os limites postos na estrutura do cotidiano, permitindo uma in-
serção qualificada e crítica no âmbito das políticas sociais, as quais colocam determinações
ao exercício profissional.
Nossa relação com as políticas sociais é de melhores amigas. É componente fundamental
de nosso trabalho e objeto de nossa intervenção. Apesar de pontuarmos as políticas separa-
damente, vocês perceberam que se mantém relações intrínsecas, pois todas afetam a socia-
bilidades e nossa estrutura de organização ao acesso de bens e serviços. Nos últimos anos,
ambas tiveram algumas mudanças na qualidade dos serviços públicos. Direcionadas pelo efei-
to do congelamento dos gastos em serviços públicos pelos próximos vinte anos, conforme
instituiu a PEC do teto dos gastos (PEC 241/2016), que hoje é a Emenda Constitucional n. 95.
Algumas mudanças e marcos ao longo dos anos demarcam essas relações!

2. Políticas e os Programas da Seguridade Social


Neste tópico, abordaremos como demarcação estrutural do sistema econômico, o capi-
talismo predomina a Europa ocidental e a América Latina e sua incidência sob Seguridade
Social. Pois, a partir de cada realidade histórica e governamental, a Seguridade Social se estru-
tura de uma maneira. No entanto, é relevante destacar que tem por referência a organização
social do trabalho, se diferenciando pelo grau de desenvolvimento do capitalismo e de ques-
tões conjunturais e os impactos na sociedade.
A instituição da seguridade social, como núcleo central do Estado social após a Segun-
da Guerra Mundial, foi determinante na regulação das relações econômicas e sociais sob o
padrão keynesiano-fordista. São originárias do reconhecimento público dos riscos sociais do
trabalho assalariado, ampliam-se a partir do pós-guerra, a fim de prover proteção social aos
trabalhadores, inscrevendo-se na pauta dos direitos sociais.
Em meados dos anos 40 até o final dos anos 70, o mundo capitalista inflexiona seu padrão
de acumulação dominante, para enfrentar uma crise internacional. O processo de acumula-
ção seja na esfera da economia, impacta na reestruturação do capital, na organização dos
processos de trabalho, sociedade civil e no redirecionamento da intervenção estatal que, sob
o capital financeiro estruturado por ideologias neoliberais, constrói estratégias e estabelece
forças entre Estado, sociedade e mercado.

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A partir do final dos anos 70, em função da conjuntura política de então, as/os trabalhado-
ras/es, estabeleceram pautas e reivindicações relativas à saúde, à previdência e à assistência
social, como parte dos seus contratos de trabalho, na mesma intensidade com que confronta-
ram por melhores salários, direito de greve, condições de trabalho, dentre outros.
No âmbito político-organizativo, o Serviço Social como categoria, vem se posicionando
sobre o valor estratégico das reformas sociais no Brasil, reconhecendo caráter antirreformista
de parte da população. Alguns grupos, tornaram-se avessos a quaisquer iniciativas que levem
em consideração as vulnerabilidades sociais de determinação histórico-cultural que perpas-
sam o Brasil.
As primeiras iniciativas de benefícios previdenciários que vieram a constituir a seguridade
social, aconteceram no século XX e nasceram na Alemanha no final do século XIX - em 1883,
durante o Governo do Chanceler Otto Von Bismarck, em resposta às greves e pressões da
sociedade civil. O modelo bismarckiano é considerado um sistema de seguros sociais, já que
suas características se assemelham às de seguros privados ao que se refere à direitos, pois os
benefícios cobrem principalmente e/ou exclusivamente quem trabalha.
A entrada é condicionada a uma contribuição direta e anterior, em prestações proporcio-
nais ao salário. Têm por objetivos que os benefícios se destinam a manter a renda dos traba-
lhadores em momentos de risco social decorrentes da ausência de trabalho.
Já o modelo beveridgiano preconiza a luta contra a pobreza. Surgiu na Inglaterra em 1942,
durante a segunda guerra mundial. Esse modelo propôs o Welfare State e em suas caracterís-
ticas os direitos têm caráter universal, destinados a todos os cidadãos incondicionalmente ou
submetidos a condições de recursos, mas garantindo mínimos sociais a todos em condições
de necessidade. Seu financiamento é proveniente dos impostos fiscais, e a gestão é pública,
estatal. Pôr princípios estabelece a unificação institucional e uniformização dos benefícios.

• Os direitos da seguridade social, estabelecidos tanto pelo modelo


alemão bismarckiano, ou pelo modelo beveridgiano inglês, têm como
parâmetro os direitos do trabalho.
• Assumem em sua origem, a função de garantir benefícios derivados
do exercício do trabalho para os trabalhadores que perderam, mo-
mentânea ou permanentemente, suas atividades laborativas.
• O acesso ao trabalho sempre foi condição para garantir o ingresso à
seguridade social.

A definição da Seguridade Social como conceito organizador da proteção social brasileira


foi uma das mais relevantes inovações do texto constitucional de 1988. A Constituição Federal
(CF) ampliou a cobertura do sistema previdenciário e flexibilizou o acesso aos benefícios para
os trabalhadores rurais, reconheceu a Assistência Social como política pública não contribu-

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tiva, e consolidou a universalização do atendimento à saúde por meio da criação do Sistema


Único de Saúde (SUS).
No Brasil pós-1988 diferente do estado de bem-estar operacionalizado nos países euro-
peus, aponta características excludentes do mercado de trabalho, é acentuada a pauperização,
limita alguns grupos sociais a concentração de renda. Nesse sentido alguns/as autores/as do
Serviço Social, afirmam que no Brasil a adoção da concepção de seguridade social não se tra-
duziu objetivamente numa universalização do acesso aos benefícios sociais.
Com a Constituição de 1988, à Seguridade Social, integra as políticas citadas, identifican-
do novas formas de gestão pelo viés da participação social e da descentralização. Instituí
orçamento próprio como um sistema específico de financiamento com fontes diversificadas e
exclusivas. Com o reconhecimento da proteção social, a se permitiu a progressiva efetivação
de garantias de acesso a serviços e benefícios e, em decorrência, a instituição de um esforço
de integração de políticas contributivas e não contributivas.
Durante os anos iniciais da década de 1990, a seguridade inclina propensão da política
social em torno de dois polos: privatização e a assistência da proteção social, instituindo, ao
mesmo tempo, as figuras do cidadão-consumidor e do cidadão-pobre. em prescrições neoli-
berais de um conjunto de mudanças macroestruturais, apontam que as classes dominantes
iniciam a sua ofensiva contra a seguridade social universal.É importante resgatar aqui o eixo
estruturante da atuação do Serviço Social, a questão social. Entendendo-a como manifestação
sociopolítica da sociedade burguesa, localizada nas interfaces do sistema capitalista. Delineia-
-se na determinação histórica da questão social com a profissão e mediação de políticas so-
ciais, que traduzem como tais expressões são enfrentadas pelo Estado e pela sociedade civil.

No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguin-


tes receitas:
I - Receitas da União;
II - Receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes.

Constituem contribuições sociais:


a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos se-
gurados a seu serviço;
b) As dos empregadores domésticos;
c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição;
d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) Os incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.

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Nesse âmbito, sua estruturação interna e implicações históricas emergem a necessidade


de respostas para as expressões da questão social. As políticas sociais se constituem nesse
processo, enquanto sistemas dentro do sistema social. Para sua operacionalização acontecer,
necessitam de coordenação, articulação e integração das partes. Estão circunscritas a fim de
garantir condições de venda da força de trabalho necessária ao capital, também aos objetivos
de sua acumulação e/ou para responder às necessidades sociais coletivas e individuais deri-
vadas dos processos de (re)produção social e lutas da sociedade.
De maneira geral, os sistemas de proteção social são implementados através de ações
socioassistenciais para amparar o sustento das famílias, viabilizar cobertura de riscos do tra-
balho, situações de doenças, acidentes, invalidez e desemprego e para manutenção da renda
do trabalho, seja por velhice, morte, suspensão definitiva ou temporária da atividade laboral.
Nessa perspectiva as políticas de proteção social são referenciadas por princípios e valo-
res da sociedade salarial, desenhada pelo capitalismo e suas facetas respingam na organiza-
ção da população para acesso aos serviços.
A política social, como espaço sócio-ocupacional, deve ser uma referência central na for-
mação da/o Assistente Social. Nesse sentido, vale frisar que a política de seguridade social
coloca contornos à formação, pois há comumente uma relação de confusão entre a profissão
e a política de seguridade social, fique atenta/o: Serviço Social (Bacharelado que gradua pes-
soas para serem Assistentes Sociais) e Assistência Social (Política Pública/Social de Segu-
ridade Social).
CF - Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

Assim, as políticas são reconhecidas como objeto de intervenção pública e como campo
do direito social, num reconhecimento do conjunto de vulnerabilidades que atravessam dife-
rentes grupos sociais no país. É neste sentido que a garantia do acesso à Assistência Social,
Saúde e Previdência passou a ser entendida como responsabilidade do Estado e como direito
da/o cidadã/o. Já que antes apenas a solidariedade familiar, iniciativas de natureza filantrópi-
ca ou de caridade, eram as únicas opções existentes para as condições de pobreza. Em pou-
cas palavras: a seguridade social integra a agenda política do Serviço Social brasileiro.
É imprescindível destacar os caminhos assumidos pela Seguridade Social brasileira duran-
te a ditadura militar que, ao ter criado as condições para incluir alguns trabalhadores excluídos
da previdência, também promoveu a abertura do mercado privado de serviços socioassisten-
ciais, considerados complementares.
Assim, um dos pilares de estruturação da seguridade social é sua organização com base
na lógica do seguro social. Essa é a lógica que estrutura os direitos da previdência social em
praticamente todos os países capitalistas.

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O princípio dessa lógica é garantir proteção, às vezes exclusivamente, e às vezes priorita-


riamente, ao trabalhador e à sua família. É um tipo de proteção limitada, que garante direitos
apenas àquele trabalhador que está inserido no mercado de trabalho ou que contribui mensal-
mente como autônomo ou segurado especial à seguridade social.

A seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:


a) universalidade da cobertura e do atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urba-
nas e rurais;
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) eqüidade na forma de participação no custeio;
f) diversidade da base de financiamento;
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a partici-
pação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.

3. Saúde: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas e Controle


Social
Nesse tópico, considera-se a política de saúde como uma política social, pois a saúde é um
dos direitos inerentes à condição de cidadania. Isso porque as políticas sociais se estruturam
em diferentes formatos ou modalidades de políticas, onde as instituições asseguram o acesso
e/ou garantias a um conjunto de serviços para as/os que são usuárias/os dos sistemas de
proteção social.
Nos anos 80, o Brasil ao mesmo tempo em que vivenciou um processo de democratização
política após regime ditatorial de 1964, experimentou crise econômica que afeta a estrutura de
sociabilidade até os dias atuais. O fato marcante e fundamental para a discussão da questão
Saúde no Brasil, ocorreu na preparação e realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde,
realizada em março de 1986, em Brasília - Distrito Federal. Os temas circunscreveram como:
• Saúde como direito inerente a personalidade e à cidadania;
• Reformulação do Sistema Nacional de Saúde;
• Financiamento setorial;

A 8ª Conferência, contou com uma articulação diversa das anteriores, contendo participa-
ção de cerca de quatro mil e quinhentas pessoas, dentre as quais mil delegados. Representa
dessa forma, um marco, pois introduziu no cenário a discussão da saúde e sua relação com
a sociedade. Os debates saíram dos seus fóruns específicos (ABRASCO, CEBES, Medicina

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Preventiva, Saúde Pública) e assumiram outra dimensão com a participação das entidades
representativas da população: moradores, sindicatos, partidos políticos, associações de pro-
fissionais, parlamento.

A questão da Saúde ultrapassou a análise setorial, referindo-se à sociedade como


um todo, propondo-se não somente o Sistema Único, mas a Reforma Sanitária.

A Reforma Sanitária teve um papel fundamental na proposição do SUS, em oposição ao


modelo excludente de acesso aos serviços de saúde, objetivando o fortalecimento do setor
público em detrimento de um modelo privatista para a saúde. Traz a participação da sociedade
como agente do controle social das ações do Estado.
A constituição Cidadã de 1988, estabelece a saúde como “Direito de todos e dever do Esta-
do”, apresenta que as necessidades individuais e coletivas são consideradas de interesse pú-
blico e o atendimento é dever do Estado. Com sua promulgação a assistência médico sanitária
integral passa a ter caráter universal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços.
A Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) se deu através da Lei n. 8.080, de 19 de se-
tembro de 1990, regulamentando assim a Los/Lei Orgânica da Saúde. Esta lei dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funciona-
mento dos serviços correspondentes. A saúde então, se loca como uma das áreas em que os
avanços constitucionais foram mais significativos.

PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

UNIVERSALIDADE: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas sem


discriminação ou preconceito e cabe ao Estado assegurá-lo.

EQUIDADE: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de to-


das as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por
isso, têm necessidades distintas.

INTEGRALIDADE: este princípio considera as pessoas como um todo, atenden-


do a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a re-
abilitação.

Logo em seguida, a Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação


da comunidade na gestão do SUS e sobre transferências intergovernamentais de recursos
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financeiros. Institui também os Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos


de representação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de Secretários Esta-
duais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Saúde). Dessa forma, cria o arcabouço institucional para respaldo do Sistema Único de Saúde.
Criada a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) que tem como responsabilidade ge-
rencial na política pública de saúde. Constituem-se como foros permanentes de negociação,
articulação e decisão entre os gestores nos aspectos operacionais e na construção de pactos
nacionais, estaduais e regionais no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em âmbito nacional, seu início demarca os primeiros anos da década de 90, após promul-
gação da Constituição Federal a fim de atender as determinações da Lei 8.080, bem como as
recomendações da Resolução n. 02 e aponta necessidade de articulação e coordenação entre
os gestores governamentais do SUS.
Essa comissão conta com a representação do Ministério da Saúde, das secretarias estadu-
ais de saúde e das secretarias municipais de saúde, para o acompanhamento da implantação
e operacionalização da implantação do recém-criado SUS. É instituída também a além da Co-
missão de Intergestores Bipartite (CIB) e dispõe de organização e o funcionamento das ações
e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde, no âmbito dos estados, vincu-
ladas às Secretarias Estaduais de Saúde para efeitos administrativos e operacionais. Ambas
as comissões, ainda atuantes, tiveram um papel importante para o fortalecimento da ideia de
gestão colegiada do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo.
Diferentes iniciativas foram tomadas para a implementação do SUS, a ênfase se concentrou
na descentralização e municipalização das ações de saúde. Este processo ampliou o contato
de gestores e profissionais da saúde com a realidade social, política e administrativa do país.
Evidenciaram-se, com maior clareza, as facetas e características regionais, tornando mais com-
plexa a organização de rede de serviços que atenda as diferentes necessidades dos brasileiros.
Durante a década de 1990, foi publicada a NOB-SUS 93, que procurou restaurar o compro-
misso da implantação do SUS e estabelecer o princípio da municipalização, tal como havia
sido desenhada. Institui níveis progressivos de gestão local do SUS e estabelece um conjunto
de estratégias, que consagram a descentralização político-administrativa na saúde. Também
define diferentes níveis de responsabilidade e competência para a gestão do novo sistema de
saúde e ratifica os organismos colegiados com graus hierárquicos de autonomia.
A participação popular trouxe a incorporação dos usuários do sistema ao processo de-
cisório, com a disseminação dos conselhos municipais de saúde, ampliando as discussões
das questões de saúde na sociedade. Estes espaços são hierarquizados segundo parâmetros
técnicos de gestão. Preconiza, ainda, que o custeio do S.U.S deverá ser essencialmente de
recursos da União, estados e municípios, ações governamentais submetidas a órgãos cole-
giados oficiais, Conselhos de Saúde que conta com representação paritária entre usuárias/os

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e prestadores de serviços. Enfim, toda essa relação entre sociedade civil e política de saúde é
amparada e denominada de controle social: conhecer, participar, fiscalizar e construir coletiva-
mente com as instâncias governamentais e instituições de saúde e está previsto em lei.
No Brasil, o direto à saúde é viabilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) é uni-
versal, integral e gratuito, pouquíssimos países têm aparato público para saúde, nosso sistema
é singular e referência de cuidado com a população. É também componente da oferta de seus
serviços, onde a edição da NOB 96 instala a concepção ampliada de saúde, engloba promoção,
prevenção, condições sanitárias, ambientais, emprego, moradia etc. Estipula o fortalecimento
das instâncias colegiadas e da gestão pactuada e descentralizada - consagrada na prática
com as CIT e Conselhos de Saúde.
É essencial pontuar que nesse período, as transferências do Fundo Nacional de Saúde têm
destino direto para os fundos municipais de saúde, regulamentados pela NOB-SUS 96, com
base na população, e com base em valores per capita previamente fixados. São designados
novos mecanismos de classificação que determinam os estágios de habilitação para a gestão,
no qual os municípios são classificados em duas condições: gestão plena da atenção básica
e gestão plena do sistema municipal.
A saúde enquanto política é fragmentada e pensada em especificidades. Assim, caracteri-
zam-se três níveis de atenção à saúde pública no Brasil: primária, secundária e terciária. Eles
foram adotados para organizar os tratamentos oferecidos pelo SUS a partir de parâmetros
determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e sendo-a:
• Atenção Primária: é a porta de entrada para o SUS, constituído principalmente pelas
Unidades Básicas de Saúde (UBSs). As ações de que dá conta são voltadas à redução
do risco de doenças e à proteção da saúde. Apresenta caráter preventivo, onde sejam
realizados exames e consultas rotineiras, contando com profissionais de medicina geral
e familiar. Estes têm que garantir uma atenção integral à saúde e considerar o paciente
inserido em sua família e comunidade – contam com a rede do Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF-AB).
• Atenção secundária é composta pelos serviços especializados encontrados em hospi-
tais e ambulatórios. Este nível envolve atendimento direcionado para áreas como pedia-
tria, cardiologia, neurologia, ortopedia, psiquiatria, ginecologia e outras especialidades
médicas. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) se encaixam aqui.
• Atenção terciária fornece atendimento de alta complexidade, formado por hospitais de
grande porte. Também envolve procedimentos que demandam tecnologia de ponta e
custos maiores, como os oncológicos, transplantes e partos de alto risco.

Na gestão plena da atenção básica, os recursos são transferidos de acordo com os ele-
mentos correspondentes ao PAB - Piso da Atenção Básica. A atenção ambulatorial especiali-
zada e a atenção hospitalar continuam financiadas pelo Sistema de Informações Ambulato-
riais (SIA-SUS) e pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS).
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Em 2002 a Norma Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS, é editada, cuja ênfase


é no processo de regionalização do SUS, a partir de uma avaliação de que a municipalização
da gestão do sistema de saúde. A política se regulamenta e se consolida pelas normas ope-
racionais, que não dispunham de constituintes suficientes para a configuração do sistema de
saúde. Sua instrumentalidade não permite uma definição objetiva dos mecanismos regionais
de organização da prestação de serviços.
A princípio a responsabilidade pela gestão do SUS é das representações de governo. As
normas operacionais vinham regulamentando as relações e responsabilidades dos diferentes
níveis até 2006, momento em que se instituiu o Pacto pela Saúde. Este é um conjunto de re-
formas nas relações institucionais e fortalecimento da gestão do SUS. Seu estabelecimento
introduziu mudanças nas relações entre os entes federados, inclusive nos mecanismos de
financiamento – significando, portanto, um esforço de atualização do SUS.
Ao integrar e aderir ao Pacto, a gestão assina um termo de compromisso, onde se esta-
belecem compromissos entre os gestores em três dimensões: Pacto pela Vida, em Defesa do
SUS e de Gestão. No Pacto pela Vida são firmados compromissos em torno das medidas que
resultem em melhorias da situação de saúde da população brasileira. A partir dele, definem-se
prioridades e metas a serem alcançadas nos municípios, regiões, estados e país.

PACTO PELA VIDA EM VIGÊNCIA:


• Saúde do Idoso;
• Controle do Câncer do colo do útero e da mama;
• Redução da mortalidade infantil e materna;
• Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e
endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e in-
fluenza;
• Promoção da Saúde;
• Fortalecimento da Atenção Básica.

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O PACTO EM DEFESA DO SUS DIRETRIZES:

• A repolitização da saúde, como movimento que retoma a Reforma Sani-


tária Brasileira, atualizando as discussões em torno dos desafios atuais
do SUS;
• Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização social tendo a
questão da saúde como direito;
• Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Sistema.
• A Regionalização;
• A qualificação do processo de descentralização e ações de planejamento
e programação;
• Mudanças no financiamento.

Na adesão ao Pacto, os gestores assinam em conjunto o Termo de Compromisso, onde


constam eixos prioritários as metas a serem atingidas. Existe um sistema informatizado de
monitoramento, o SISPACTO, que contém indicadores e metas atingidas do ano anterior e as
pactuadas para o ano seguinte. São em torno de 40 indicadores tais como: coeficiente de
mortalidade infantil, cobertura de Programa de Saúde da Família, proporção de internação por
complicação de Diabetes, proporção de sete consultas ou mais de pré-natal, cobertura de pri-
meira consulta odontológica programática, entre outros.
O texto constitucional, abre brecha para o desfinanciamento da política de saúde, abre
espaço para outras tramitações e/ou cortes e concessões. Pois é está diretamente articulada
ao gasto social do governo já que as questões centrais sobre financiamento do novo sistema
ficaram pouco definidas, não tendo sido estabelecido um percentual sobre os orçamentos,
como e de onde se origina.
A partir da Constituição, a participação da União no SUS seria feita com recursos do Or-
çamento da Seguridade Social (OSS), dos quais viriam os recursos para a Saúde, Previdência
e Assistência Social. Até que a regra de financiamento para a União fosse explicitada por lei
complementar, a Saúde deveria ficar com 30% desse orçamento. Porém, na prática, este re-
passe nunca ocorreu. Este fato deu ensejo a vários projetos de emenda à Constituição, ela-
borados por deputados e senadores, com vistas a definir a regra de aplicação de recursos da
União em Saúde.
Nesse campo da Saúde, além da restrição do financiamento público, destaca-se a existên-
cia da dualidade entre as ações curativas e as ações preventivas, que acabam por contribuir
com o rompimento da concepção e da própria intenção da integralidade na saúde. Isto se dá
através da criação de dois subsistemas: o subsistema de entrada e controle (refere ao aten-
dimento básico, de responsabilidade do Estado, esses atendimentos não são de interesse do

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setor privado), e o subsistema de referência ambulatorial e especializada (formado por unida-


des de complexidade, administradas pelas Organizações Sociais/O.S).
Dado toda essa configuração, a política de saúde adquire, assim, um desenho particular.
Cada instância de governo teve sua função de gestão definida e diferentes papéis quanto à
autoridade sanitária.
Ao governo federal coube coordenar o Sistema Nacional de Saúde, assim como garantir
parte do seu financiamento, através de repasses automáticos de custeio e novos investimen-
tos. Através do Ministério, coordena e financia o sistema, encarrega-se de algumas ações de
apoio aos estados e municípios, como: produção de fármacos e insumos estratégicos, desen-
volvimento de recursos humanos, regulação da vigilância sanitária e epidemiológica. Respon-
sável por oferecer auxílio técnico e financeiro aos governos subnacionais, definir as funções,
coordenar as ações mais gerais e avaliar as políticas de cunho nacional.
A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde. O governo federal
é o principal financiador da rede pública de saúde. O Ministério da Saúde aplica metade de to-
dos os recursos gastos no país em saúde pública em todo o Brasil, e estados e municípios, em
geral, contribuem com a outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula políticas
nacionais de saúde. E para a realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, mu-
nicípios, ONGs, fundações, empresas etc.). Também tem a função, elaborar normas, avaliar e
utilizar instrumentos para o controle do SUS.
Ao que se refere aos entes federados, estes devem investir em suas estruturas administra-
tivas e em seus mecanismos de construção democrática. Os gestores estaduais responsabili-
zaram-se, através das secretarias estaduais de saúde, de coordenarem os sistemas de saúde
do estado, bem como o processo de regionalização da atenção, além de garantir o fundo es-
tadual de saúde.
Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de saúde. O gestor estadual
deve aplicar recursos próprios, inclusive nos municípios, e os repassados pela União. Além de
ser um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais de saúde, o estado formula suas
próprias políticas de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, respeitando a nor-
matização federal. Os gestores estaduais são responsáveis pela organização do atendimento
à saúde em seu território.
Já as secretarias municipais de saúde, como gestores únicos em seu território, além de co-
ordenarem o sistema local, encarregaram-se da gestão da rede de serviços. São responsáveis
pela execução das ações e serviços de saúde no âmbito do seu território. O gestor municipal
deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O município formula
suas próprias políticas de saúde e é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais
e estaduais de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normati-
zação federal. Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento
pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles
que pode oferecer.

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SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polí-


ticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo-
ção, proteção e recuperação.
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua organi-
zação obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
a) acesso universal e igualitário;
b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e hierarquiza-
da, integrados em sistema único;
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das
ações e serviços de saúde;
f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os precei-
tos constitucionais.

Antes de 1988 o sistema público de saúde atendia a quem contribuía para a Previdência
Social. Quem não tinha dinheiro dependia da caridade e da filantropia. Centralizado e de res-
ponsabilidade federal, sem a participação dos usuários, apenas assistência baseada em mo-
delo biomédico-hospitalar. Concepção de saúde como ausência de doenças.
Atualmente, o sistema público de saúde é para todos, sem discriminação. Desde a gesta-
ção, e por toda a vida, a atenção integral à saúde é um direito. Descentralizado, municipalizado
e participativo, com conselhos de saúde. Estimula a promoção, proteção, recuperação e reabi-
litação. Compreende saúde como qualidade de vida biopsicossocial.

4. Previdência: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas e Con-


trole Social

A previdência social brasileira, definida constitucionalmente como integrante da seguri-


dade social, é direito da população usuária e representa um importante campo de atuação
do Serviço Social. Tanto ao que se refere ao regime geral, que abrange pessoas regidas pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), contribuintes individuais e segurados/as especiais,
quanto aos regimes próprios de servidores/as públicos/as nos diferentes âmbitos (federal,
estadual e municipal). Nesse leque, é importante também considerar a atuação profissional
junto aos fundos de pensão.

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A Previdência Social é um seguro social em que o trabalhador participa atra-


vés de contribuições mensais. O benefício dessa contribuição é garantir ao tra-
balhador segurado uma renda quando ele não puder mais trabalhar – ou seja,
quando ele se aposentar.

Em outras palavras, a previdência social é o sistema público que garante as aposentado-


rias dos trabalhadores brasileiros. Vale ainda destacar que, além de proteger o trabalhador
para a sua aposentadoria, a Previdência tem como objetivo proteger os trabalhadores contra
os chamados riscos econômicos: como a perda de rendimentos por conta de doença, inva-
lidez, entre outros infortúnios. Assim, o sistema não oferece apenas aposentadorias, mas
também serviços como auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte.
A previdência é organizada pelo RGPS – Regime Geral da Previdência Social – sendo o
sistema mais abrangente da Previdência Social. Todo trabalhador de carteira assinada é au-
tomaticamente vinculado a esse regime. Nesse sentido, fazem parte do RGPS os trabalha-
dores urbanos, trabalhadores rurais, empregados domésticos, trabalhadores autônomos e
segurados especiais (pescadores e pequenos produtores). Além disso, qualquer pessoa que
queira contribuir com o RGPS torna-se um segurado facultativo. Responsável pela gerência da
seguridade social o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, indica quem é segurado pelo
Regime Geral.
Existe também o RPPS, Regime Próprio da Previdência Social – é o regime de previdência
dos servidores públicos mantidos pelos entes da federação (governo federal, estados e distrito
federal, e municípios). Dessa maneira, cada unidade da administração pública tem autonomia
para definir as próprias regras da previdência social – tendo como base as imposições cons-
titucionais. Isso significa que não existe uma regra geral que sirva para todos os funcioná-
rios públicos.
A Previdência Social no Brasil funciona a partir da mesma lógica usada em um seguro.
Qualquer seguro funciona por conta da existência de subgrupos, alguns superavitários, ou-
tros deficitários: estes são sustentados por aqueles. Isso quer dizer que as contribuições dos
trabalhadores ativos servem para custear os benefícios dos trabalhadores inativos (aposen-
tados, pensionistas e outros). Assim, as receitas da previdência são contribuições de institui-
ções/espaços e trabalhadoras/es, e da União (com contribuições sociais e receitas do orça-
mento fiscal).
Para as/os trabalhadoras/es, essa contribuição é descontada automaticamente pela pre-
vidência social todos os meses. O valor dessa contribuição depende do salário-de-contribui-
ção do trabalhador, estipulando uma alíquota específica que determina a porcentagem que
deve ser descontada do salário. Para quem emprega, em geral, a contribuição previdenciária
incide sobre a folha de pagamento.

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Nessa perspectiva, instituiu-se um pacto econômico-político para a constituição de fundos


públicos que garantissem as condições de acumulação do capital e as condições de reprodu-
ção da força de trabalho. Os fundos são a base da Previdência Social tal como a conhecemos
e tal como foi implementada na quase totalidade dos países do mundo.
A Previdência possibilitou não só a compensação pelos riscos de doença, velhice, acidente
e invalidez, mas criou um sistema forte de coesão social, capaz de fazer aceitar os critérios de
trabalho e sociabilidade estipulados pelo capitalismo.
Com a consolidação do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, criado pela Lei
n. 8.213, de 24 de julho de 1991, sua atuação incide no acompanhamento e na avaliação dos
planos e programas que são realizados pelo Estado.

CNPS COMPETÊNCIAS:

• estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis


à Previdência Social;
• participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;
• apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;
• apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, an-
tes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social.

O CNPS acompanha os Conselhos de Previdência Social - CPS, sendo-as unidades des-


centralizadas que exercem canais de diálogo social, no âmbito das Gerências Executivas do
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Os CPS, assim como o CNPS, têm por objetivo
apresentar propostas para melhorar a gestão e a política previdenciárias. São instâncias co-
legiadas e têm caráter consultivo e de assessoramento, podendo encaminhar propostas para
serem deliberadas no âmbito do CNPS.
Nos últimos anos, muito se pontua acerca da reforma da previdência, que apresenta uma
mudança geral nas regras da Previdência Social. Foi o que aconteceu em 13/11/2019, com a
aprovação da Emenda Constitucional n. 103. A Emenda Constitucional n. 103 mudou várias
regras referentes aos benefícios previdenciários do Regime Geral de Previdência Social e criou
algumas mudanças para os Regimes Próprios.
• TRABALHADOR/A PRIVADO URBANO:
− PARA A MULHER
◦ 62 anos idade.
◦ 15 anos tempo de contribuição.
− PARA O HOMEM
◦ 65 anos idade.
◦ 20 anos tempo de contribuição

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• ENQUANTO TRABALHADORAS/ES SERVIDOR/A PÚBLICO:


− PARA A MULHER
◦ 62 anos idade.
◦ 25 anos tempo de contribuição.
◦ 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
− PARA O HOMEM
◦ 65 anos idade.
◦ 25 anos tempo de contribuição.
◦ 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
• PARA AS/OS TRABALHADORAS/ES RURAIS (NÃO MUDA);
− PARA A MULHER
◦ 55 anos idade.
◦ 15 anos tempo de contribuição.
− PARA O HOMEM
◦ 60 anos idade.
◦ 15 anos tempo de contribuição.
• PROFESSOR/A PRIVADO
− PARA A MULHER
◦ 57 anos idade.
◦ 25 anos tempo de contribuição como professora.
− PARA O HOMEM
◦ 60 anos idade.
◦ 25 anos tempo de contribuição como professor.
• PROFESSOR/A SERVIDOR PÚBLICO
− PARA A MULHER
◦ 57 anos idade.
◦ 25 anos tempo de contribuição como professora.
◦ 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
− PARA O HOMEM
◦ 60 anos idade.
◦ 14 anos tempo de
◦ contribuição como professor.
◦ 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo;

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5. Assistência Social: Organização, Gestão, Financiamento, Reformas E


Controle Social
Com a promulgação Constituição Federal de 1988, a assistência social passa a integrar o
sistema de seguridade social, junto com a saúde e a previdência social. A assistência social ga-
nha então o status de política pública, como direito do cidadão e de responsabilidade do Estado.
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e regulamentação da Lei 8.742 de
07 de julho de 1993 / LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social, o Brasil inaugurou uma nova
concepção para a operacionalização da assistência social, uma vez que esta passou a ser con-
cebida como política pública, ou seja, a constar em leis federais a garantir direitos até então
não preconizados na legislação nacional.
Política de responsabilidade do Estado, direito do cidadão, portanto, uma política estraté-
gica no combate à pobreza e para a constituição da cidadania. A Carta Constitucional de 1988
consagrou os princípios da descentralização, municipalização e da participação, ganhando os
municípios o status de unidades autônomas da federação junto com os estados. Assim, na
nova proposta, as esferas de governo interagem e são corresponsáveis pela operacionalização
da assistência social nas três dimensões: a gestão, o controle social e o financiamento.
Em 2004, após ampla mobilização nacional, o Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) aprova a atual Política Nacional de Assistência Social (PNAS). A Política apresenta as
bases e referências necessárias para a implantação e gestão do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS), introduzindo mudanças profundas nas referências conceituais, estrutura orga-
nizativa e na lógica de gerenciamento da área.
O SUAS descentraliza os serviços socioassistenciais nos territórios, classifica e ordena os
serviços em níveis de proteção (básica e especial), garante a aplicação autônoma dos recur-
sos municipais com repasse automático e regular, fundo a fundo, cria um sistema nacional
de informação (rede SUAS) que favorece o processo de transações financeiras e gerenciais. E
ainda estabelece normas que estruturam as novas bases de instituições de assistência social
como política de Estado. Com a descentralização supõe um pacto federativo, com definição
de competências dos entes das esferas de governo. Dessa maneira, qualifica uma nova lógica
de organização das ações: por níveis de complexidade, por território, considerando regiões e
portes de municípios.

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Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Se-


guridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada atra-
vés de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para
garantir o atendimento às necessidades básicas Parágrafo único. Para o enfren-
tamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políti-
cas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para aten-
der contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.
(LEI Nº 12.435 – S.U.A.S / BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUA-
DA DE 2011)

CARACTERIZAÇÃO DO S.U.AS EM LINHAS GERAIS:


• define a política e seus objetivos;
• estabelece seus princípios e diretrizes: universalização e
• igualdade de acesso, descentralização e participação;
• trata da organização e gestão da assistência social e
• apresenta elementos do sistema descentralizado e
• participativo da assistência social: Conselhos, Planos, Fundos e Conferências de Assis-
tência Social;

Na imagem abaixo, consta o funcionamento da descentralização da Política de Assistên-


cia Social.

A descentralização propicia regulação da hierarquia, dos vínculos e das responsabilidades


do sistema, de serviços, benefícios e ações de assistência social. Propõe alterar a fragmenta-
ção programática entre as esferas do governo e das ações por categorias e segmentos sociais.
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Preconiza a participação da população, por meio de organizações representativas, na for-


mulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Tipifica a primazia da res-
ponsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de
governo, além da centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios,
serviços, programas e projetos.

CONCEITOS E BASES DA LOAS

• Matricialidade sociofamiliar;
• Descentralização político-administrativa e Territorialização;
• Novas bases para relação entre Estado e Sociedade Civil;
• Financiamento pelas três esferas de governo, com divisão de responsa-
bilidades;
• Controle Social;
• Política de Recursos Humanos;
• Informação, Monitoramento e Avaliação;

As entidades e organizações de assistência social vinculadas ao Suas celebrarão convê-


nios, contratos, acordos ou ajustes com o poder público para a execução, garantido financia-
mento integral, pelo Estado, de serviços, programas, projetos e ações de assistência social,
nos limites da capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos por esta Lei, observando-se
as disponibilidades orçamentárias.
O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos estabelecidos nesta lei
far-se-á com os recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das de-
mais contribuições sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal, além daqueles que
compõem o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). implica na participação popular, na
autonomia da gestão municipal, potencializando a divisão de responsabilidades e no cofinan-
ciamento entre as esferas de governo e a sociedade civil.

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O S.U.A.S ESTIPULA:

I - Consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica


entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social
não contributiva;
II - Integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefí-
cios de assistência social, na forma do art. 6o-C;
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, re-
gulação, manutenção e expansão das ações de assistência social;
IV - Definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e muni-
cipais;

(INCLUÍDOS PELA LEI Nº 12.435, DE 2011)

Com o congelamento dos gastos em serviços públicos pelos próximos vinte anos, confor-
me instituiu a PEC do teto dos gastos (PEC 241/2016), hoje Emenda Constitucional n. 95 es-
tipula menos recursos do governo federal orçados para educação, saúde, previdência e assis-
tência social. A assistência social dos Estados, dentro dessa perspectiva, será cada vez mais
ínfima com o congelamento do orçamento, tornando maior a influência de iniciativas particula-
res, Ongs, organizações e Igrejas que, amparando a população conforme seus critérios, ou até
sendo apenas referência de quem ajuda nos setores mais vulneráveis, acabariam por exercer
um efeito corrosivo na noção de cidadania nas periferias, principalmente por conta da não
universalidade dessas ações, além de tornar esses territórios atravessados pelo clientelismo.
Com a Lei Orgânica de Assistência Social1 (LOAS), a assistência passou a ser um direito, como
política universal, de todo cidadão. Tais leis apontam para a centralidade do Estado na garantia da
prestação de serviços sociais qualificados, que promoveriam um padrão de cidadania garantido
pela lei. Diversas autoras do Serviço Social, como SPOSATI, PAOLI, YASBEK e ABRAMIDES, pon-
tuam que assistência social é subsídio que pode ter natureza técnica, social, financeira, material,
psicológica etc. O assistencialismo faz dessa transferência uma relação de poder que subalterni-
za quem tem a necessidade: ele passa a dever um favor ao intermediador da possibilidade.
A falta de investimento do Estado nesse setor deixa mais distante a perspectiva de uni-
versalização da assistência, colocando direitos constitucionalmente afiançáveis no campo do
favor e da solidariedade, em uma relação que, sob aparência da inclusão, reitera a exclusão,
pois inclui de forma subalternizada e oferece como favor o que na verdade é um direito. Nesse
mesmo sentido o assistencialismo engendraria uma dupla segregação dos assistidos, redu-
zindo-os à dependentes da caridade ao mesmo tempo que dificulta ou impede a noção de cida-
dania entre a população atendida, desresponsabilizando o Estado e designando essa função
de proteção social à sociedade civil.

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É isso galera!!!!!
Se você gostou do material ou tem críticas, dá um retorno, bem como também poste suas
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Abreijos!!

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RESUMO
• A contradição fruto da sociedade capitalista, cujas mediações econômicas e políticas
imprimem em atender às necessidades do trabalho onde a seguridade social é por defi-
nição esfera de disputas e negociações;
• As políticas de proteção social, nas quais se incluem a saúde, a previdência e a assis-
tência social, são consideradas produto histórico das lutas do trabalho, na medida em
que respondem pelo atendimento de necessidades inspiradas em princípios e valores
socializados pelos trabalhadores e reconhecidos pelo Estado;
• Um dos pilares de estruturação da seguridade social é sua organização com base na
lógica do seguro social. Essa é a lógica que estrutura os direitos da previdência social
em praticamente todos os países capitalistas.
• O SUS transformou-se no maior projeto público de inclusão social em menos de duas
décadas;
• A descentralização das políticas de saúde, previdência e assistência social se constrem bus-
cando atingir objetivos projetados e acordados de proteção mínimos contra riscos sociais;
• As políticas aqui abordadas, designam promoção do bem-estar, redução e eliminação
de enfermidades, distribuição de benefícios para manter nível de renda em patamares
aceitáveis, regulação de relações sociais como familiares e empresariais;
• Além das fontes de custeio previstas no texto constitucional, este permite a criação de
outras fontes, mediante lei complementar, seja para financiar novos benefícios e servi-
ços, seja para manter os já existentes ou aumentar seu valor.
• Na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos que com-
põem a sociedade devem colaborar para a cobertura dos riscos provenientes da perda
ou redução da capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16 ed.

_________. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento dos serviços corres-
pondentes e dá outras providências (Lei Orgânica da Saúde). Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 1990.

_________. Ministério da Saúde. Portaria n. 545 de 20 de maio de 1993. Estabelece normas e


procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e serviços
de saúde através da Norma Operacional Básica - SUS 01/93, Brasília, 1993. Disponível em:
<http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/Portaria%20545_20_05_1993.pdf>. Acesso em
31 ago. 2022.

_________. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde/ NOB-
-SUS 96. Gestão plena com responsabilidade pela saúde do cidadão. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 6 nov. 1996. Disponível em: <http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/ NOB%20
96.pdf>. Acesso em 31 ago. 2022.

_________. Ministério da Saúde. Portaria n. 373, de 27 de fevereiro de 2002.Norma Operacional


de Assistência à Saúde/NOAS-SUS 01/2002, Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://www.
ucg.br/ucg/institutos/nepss/arq_doc/noas_sus2002.pdf>. Acesso em 31 ago. 2022.

O que é Previdência Social? / Disponível em: https://www.politize.com.br/previdencia-social-o-


-que-e/ Acesso em 31 ago. 2022.

SAÚDE / Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212rep.htm Acesso em 31


ago. 2022.

Assistência Social / Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742compilado.


htm Acesso em 31 ago. 2022.

Saúde / Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-do-sus/


articulacao-interfederativa/cit Acesso em 31 ago. 2022.

Seguridade Social / Disponível em: http://concurseirosdeservicosocial.blogspot.com/2017/07/


modelo-bismarckiano-x-beveridgiano.html# Acesso em 31 ago. 2022.

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SERVIÇO SOCIAL
Políticas e os Programas da Seguridade Social
Kamilla Santos

Estrutura de saúde / Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-


-z/s/sus-estrutura-principios-e-como-funciona Acesso em 31 ago. 2022.

Kamilla Santos
Professora, servidora pública e mestra em Direitos Humanos. Bacharel em Serviço Social pela Universidade
Federal de Sergipe (2011); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (2015); mestra em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2019).
Possui Espanhol Intermediário I pelo CONOCER (2015). Possui experiência no trabalho com comunidades
e Educação Ambiental Crítica. Trabalhou como assistente social do Programa de Desenvolvimento Social
do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras UO SE/AL da PETROBRAS entre os
anos de 2010 e 2012. Mulher negra integrante do sistema de justiça, é analista judiciária – assistente
social do quadro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esteve lotada no Setor Interdisciplinar
Penal (SIP) da Comarca de Goiânia de junho/2015 a abril/2018. No Juizado da Infância e Juventude da
Comarca de Goiânia, atuou no Programa Amparando Filhos de abril/2018 a janeiro/2019 e no Setor de
Acolhimento Institucional (SEAI) de janeiro/2019 a julho/2021. Atualmente, está lotada na Coordenadoria
Interdisciplinar Forense. É tutora em Educação a Distância na Escola Judicial de Goiás (EJUG). Membra do
Comitê de Igualdade Racial do TJGO. Membra do Coletivo Rosa Parks (UFG). Promotora Legal Popular. É
iniciada em Reiki Usui (nível 1).

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