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SERVIÇO SOCIAL

Instrumentos de Trabalho do Serviço


Social: Entrevista e Abordagem

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
SERVIÇO SOCIAL
Instrumentos de Trabalho do Serviço Social: Entrevista e Abordagem
Kamilla Santos

Sumário
Instrumentos de Trabalho do Serviço Social: Entrevista e Abordagem. ..........................................3
1. Introdução do Tema.....................................................................................................................................................4
2. Entrevista.........................................................................................................................................................................5
2.1. Elementos da Entrevista. . ....................................................................................................................................6
3. Grupo...................................................................................................................................................................................7
4. Visita Domiciliar. . .........................................................................................................................................................8
5. Visita Institucional.................................................................................................................................................. 10
6. Reunião de Equipe.. .................................................................................................................................................. 10
7. Mobilização de Comunidades..............................................................................................................................11
Referências.........................................................................................................................................................................13

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Instrumentos de Trabalho do Serviço Social: Entrevista e Abordagem
Kamilla Santos

INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL:


ENTREVISTA E ABORDAGEM
Oiiiiieeee, futura(o) concursada(o)!
Espero que esteja bem e com saúde! Bora estudar!!! Para quem ainda não me conhece,
meu nome é Kamilla Santos da Silva. Atualmente sou servidora efetiva da Equipe Interprofis-
sional Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mestra em Direitos Humanos pelo
PPGIDH da UFG, membra do Coletivo Rosa Parks (FCS/UFG), do Comitê de Igualdade Racial
do TJGO e faço parte do GRAN CURSOS, estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro
digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui “concurseira raiz” e digo pra você que é possível (SIM!) passar em um concurso,
façam diversas provas em diversas esferas e temas, isso é muito importante para o acúmulo
de seu repertório de concurso, encare toda prova como uma oportunidade de também apren-
der! Façam muitaaaas questões e se errarem busquem entender onde erraram, afinal é com os
erros que aprendemos!
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
É por isso que esse material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de Serviço Social com afinco e planejamento. E acredite:
estudar serviço social também é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para
as provas sem ler esse material. Então, aproveite!

DICA!
Experimente usar o método pomodoro de estudo que consiste
em dividir o seu tempo em blocos, para que vc tenha total con-
centração em cada um deles. Exemplos: 25 min de concen-
tração e 5 min de descanso; 30 minutos de concentração e 10
min de descanso; 45 minutos de concentração e 15 minutos
de descanso; 60 minutos de concentração e 20 minutos de
descanso;
Organize o seu espaço de estudos;
Escolha um local iluminado;
Escolha um lugar reservado ou peça colaboração com o silên-
cio enquanto você estuda;
Separe tudo o que vai precisar durante o bloco de tempo de
estudo;
Mantenha bebidas e comidas distante (eu seiiiii, difícil né?);

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Beba água;
Desligue ou coloque o celular em outro espaço;
Caso use o celular para pesquisa, desligue as notificações e
resista aquela olhadinha no whatsapp ou instagram você pode
fazer isso durante as pausas;)
Utilize post-it para anotações, marcadores coloridos e anota-
ções em seu caderno e/ou apostilas;
Ouça músicas que te ajude na concentração;
Leia em voz alta;
LEMBRE-SE que não há método perfeito, cada um utiliza aqui-
lo que se adequa melhor e desenvolve aquele que se adequa
melhor ao seu perfil e modo de vida!

Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Vamos começar?
Com afeto,
Kamilla Silva
@kamormilla

1. Introdução do Tema
Os instrumentos técnicos fazem parte do exercício profissional do assistente social, a
utilização correta implica sua intencionalidade. O uso do instrumental pressupõe interações
comunicativas que podem ser efetuadas face a face ou por meio da escrita. No face a face
estão à entrevista, o grupo, a reunião de equipe, a visita domiciliar e na escrita os relatórios e
os laudos.
Para Yolanda Guerra, a instrumentalidade “não é apenas o conjunto de instrumentos e téc-
nicas, mas uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída
e reconstruída no processo sócio histórico”.

(...) Assim é que, no processo de trabalho, a passagem do momento da preparação (projeção, inten-
cionalidade) para a ação, propriamente dita, requer instrumentalidade. Só trabalho atribui instrumen-
talidade aos meios e instrumentos que o sujeito julga como os mais adequados aos fins propostos,
donde a necessidade da ciência dos fins e do conhecimento dos meios. É nesta perspectiva que
consideramos a termo instrumentalidade: como as propriedades/capacidades das coisas, atribuí-
das pelos homens no processo de trabalho, convertidas em meios/instrumentos para a satisfação
de necessidades e alcance dos seus objetivos/finalidades. Tal capacidade é atribuída pelos homens
no processo de produção da sua vida material e espiritual, através do seu pôr teleológico. São os

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homens que atribuem – pelo pôr teleológico – capacidade para que determinadas coisas se con-
vertam em meios e instrumentos, de modo a dar-lhes uma instrumentalidade. A instrumentalidade
é a capacidade de articularmos estratégias e táticas mais adequadas (ou não) aos objetivos que
pretendemos alcançar. (GUERRA, 2014, p.25-26).

É importante lembrar que toda profissão possui técnicas e instrumentos de trabalho espe-
cíficos para atingir sua finalidade. Para Iamamoto (2007), os instrumentos, no âmbito dos pro-
cessos de trabalho que se inserem assistentes sociais, não se constituem em mero “arsenal
de técnicas”, mas abrangem o conhecimento como um meio de trabalho. O assistente social
que trabalha na garantia, defesa e viabilização dos direitos humanos, precisa conhecer e saber
utilizar desses instrumentos para atuar com segurança diante das demandas trazidas pelos
usuários. Por isso é muito cobrado nas bancas de concursos questões com essa temática.
Nesse modulo você irá aprender sobre os elementos e técnicas de entrevistas, reuniões, gru-
pos, visitas domiciliar e instituição, como utilizar, conceitos de alguns autores, além de ques-
tões para melhor memorização do tema.

(...) a linguagem escrita e verbal é um instrumento básico de trabalho do assistente social. É neces-
sário assegurar o uso adequado da linguagem científica e técnica concernente à matéria em ques-
tão ou objeto de estudo, demonstrando coerência teórico-metodológica, o que exige um tratamento
analítico rigoroso e não se confunde com o senso comum (IAMAMOTO, 2006, p.290).

Lembre-se de que você estudou sobre o movimento de reconceituação, ele trouxe para o
serviço social norte-americano grandes mudanças na sua prática profissional, instrumentali-
dade. Permitiu uma nova identidade, ao qual propôs uma nova análise e critica das teorias e
metodologia de sua prática.
Resumo dos instrumentos utilizados pelo assistente social:

INSTRUMENTOS DIRETOS INSTRUMENTOS INDIRETOS

Observação
Entrevista Atas de reunião
Grupo Livro de registro
Reunião Diário de campo
Mobilização de comunidades Relato de campo
Visita domiciliar Parecer social
Visita institucional

2. Entrevista
A entrevista é um instrumento técnico que norteia o trabalho do assistente social. Implica
relacionamento profissional em todos os sentindo: postura atenta e compreensiva, sem juízo
de valor, na delicadeza do trato com o usuário do serviço, saber ouvir, compreender e tratar o

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outro como um sujeito de direitos. Alem de permitir conhecer a realidade social, relações fami-
liares e comunitárias.
Possibilita conhecimento mútuo, uma troca, construção de vínculo com o usuário, uma prá-
tica reflexiva. Segundo Vasconcelos (1997), a prática reflexiva está articulada aos interesses
e às necessidades da população que demanda os serviços sociais, envolvendo dois sujeitos:
usuários e profissionais.
De acordo com Annette Garrett “os assistentes sociais constituem o grupo de entrevistado-
res por excelência, pelas suas funções, tornam-se entrevistadores profissionais”.
Entrevista envolve uma comunicação entre duas pessoas. Pode ser chamada conversa
profissional, segundo Annete Garrett. “Para que uma entrevista seja bem sucedida é neces-
sário que sejam afastados os receios, tanto do entrevistador, como do entrevistado, e que se
encontrem as várias pretensões de ambos. Deve-se estabelecer uma relação entre um e outro,
uma afinidade que permita ao entrevistador tornar-se capaz de auxiliá-lo.”
É importante ressaltar que a entrevista é uma ferramenta de trabalho muito utilizado pelo
assistente social, existem métodos e técnicas que variam de acordo com o objetivo. Na entre-
vista é preciso da observação, saber ouvir, saber perguntar e desenvolver uma conversação.
A entrevista possibilita aos sujeitos nela envolvidos contar e desvelar histórias através do
uso da linguagem e do seu sentido, compreender as experiências e os significados a elas da-
dos, em direção ao “desejo de saber, não o saber feito, mas o saber que se faz” (SCHÜLER apud
BUENO, 2002)

2.1. Elementos da Entrevista


• Observação- Observar as expressões do(a) entrevistado (a), suas expressões não ver-
bais do corpo. Cruz Neto (1994, p.60) “argumenta que a importância dessa técnica re-
side no fato de podermos captar uma variedade de situações ou fenômenos que não
são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados diretamente na própria
realidade, os sujeitos transmitem o que há de mais imponderável e evasivo na vida real.”
• Escuta- Ato de ouvir. Importância de ouvir atentamente a historia da pessoa entrevista-
da, respeitar as pausas (silêncios), ter atenção, possibilita conhecer o outro em várias
expressões e obter informações necessárias para intervenção. Sperotto (2009, p.97)
afirma “a escuta não é somente ficar quieto ouvindo o que o outro tem a falar; no pro-
cesso de trabalho a escuta envolve a compreensão, com possíveis intervenções a partir
das falas.” Saber ouvir, compreender tudo que o outro traz na sua fala, caracteriza uma
escuta qualificada.
• Pergunta- fazer perguntas com objetivo de compreender e poder prestar assistência. Fa-
zer perguntas direcionadas para obter informações necessárias, encorajar o outro falar
pontos relevantes.

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(...) a entrevista e as suas técnicas se efetivam nos processos de trabalho do assistente social a
partir do seu referencial ético-político, teórico-metodológico e técnico-operativo. É ele que oferece
a âncora para a entrevista aportar nos espaços de conhecimento, crescimento e liberdade na cons-
trução de acesso aos direitos sociais” (LEWGOY; SILVEIRA, 2007, p.19). As autoras identificam e
conceituam técnicas de entrevistas, destacando que, antes de abordá-las, é preciso destacar “(...) a
questão imanente à entrevista, sem a qual ela não cumpre sua finalidade: a capacidade de escuta.
(...). A escuta, então, é o que torna possível a habilidade no uso das técnicas de acolhimento, ques-
tionamento, clarificação, reflexão, exploração e aprofundamento, silêncio sensível, apropriação do
conhecimento e síntese integrativa entre tantas outras que existem e as que ainda serão criadas
(ibid., p.8). Tomando a entrevista como um instrumento dinâmico, Tânia Horsth (CRESS-RJ, 2015)

A entrevista pode ser estruturada/dirigida ou semidirigida/semi-estruturada, possui um roteiro


com perguntas definidas normalmente sobre um determinado assunto, por exemplo, entrevista
para verificar a realidade sócio econômica de uma pessoa tendo como objetivo da concessão
de algum benefício especifico ou inserção de um programa social. A entrevista não estrutura-
da/livre caracteriza-se pela sua flexibilidade, autonomia do assistente social em conversar so-
bre diversos assuntos, as perguntas vão surgindo de forma espontânea com base no diálogo
com o usuário, de acordo com a demanda apresentada durante o atendimento.

De acordo com Selma Magalhães, as entrevistas podem ser livres, dirigidas ou semidirigi-
das. Nas primeiras, o entrevistado traz à tona o tema a ser discutido, e este é o ponto de partida
para a interação; é muito utilizado nos acompanhamentos individuais, nos quais o contato com
o usuário é mais sistemático. O entrevistador conduz a entrevista para um objetivo especifico
e, por essa razão, faz muitas perguntas. A entrevista semidirigida é o meio-termo entre as duas
primeiras; o entrevistador deixa que o entrevistado fale e direciona essas falas para os objeti-
vos da entrevista.
Existe ainda a entrevista devolutiva que consiste em dar ciência ao entrevistado do que foi
constatado no decorrer da interação socioprofissional. Esse tipo de entrevista é muito usado
na finalização de um acompanhamento.
Magalhães, (2016, p.49) Também Boni e Quaresma, que abordam “as formas de entrevistas
mais utilizadas em ciências sociais que são: a entrevista estruturada, semi-estruturada, aberta,
entrevistas com grupos focais, história de vida e também a entrevista projetiva.” (2005, p.72).

3. Grupo
Instrumento de apoio muito utilizado em instituições permite o atendimento de várias pes-
soas ao mesmo tempo. O grupo favorece a participação, o debate, reflexão, a critica sobre
políticas, programas, projetos, serviços e ações, conseqüentemente a melhoria destes. Nesse

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instrumento é importante a utilização de linguagem objetiva e concisa para entendimento das


informações compartilhadas nos grupo.
Mioto (2002, p.55) reforça:

a intervenção em nível de rede passou a ser entendida como o trabalho que envolve um grupo de
pessoas (membro da família, vizinhos, amigos e outras pessoas ou grupos institucionais) capazes
de prestar apoio real e duradouro ao indivíduo ou família.

De acordo com Selma Magalhães quem coordena um grupo através de técnicas de dinâmi-
cas de grupo, deve estimular um processo reflexivo, originado nas falas dos seus componentes.

A condução pode ser diretiva, usada em atividades grupais com objetivos muito específicos, ou
não diretiva, preferencialmente utilizada, em razão de ser mais propícia à reflexão e à autonomia do
grupo.

Os grupos podem ser abertos ou fechados. Nos abertos, pode entrar novos membros e a
duração não é programada, em relação ao inicio e fim, depende dos participantes do grupo.
Grupo fechado é delimitado o tempo e quantidade de participantes.
Para Moreira(2013) “refere os instrumentos que podem tornar os encontros mais interes-
santes e melhorar a comunicação de informações e sentimentos referentes a estratégias em-
pregadas anteriormente no serviço social de grupo, ou seja, as atividades coletivas e lúdicas
que contribuem para o interesse dos participantes e possibilitam uma reflexão critica, sobre
diversas questões. Em síntese, esses instrumentos tem a função de avaliar e favorecer a busca
do bem estar coletivo e individual.”

4. Visita Domiciliar
Instrumento que possibilita ao assistente social conhecer a realidade do usuário em vários
aspectos. Permite clarificar situações, considerar o caso na particularidade de seu contexto
sócio cultural e de relações sociais, complementar dados e informações já adquiridos utilizan-
do outros instrumentos (entrevistas, análise de dados, entre outros) que antecedeu a visita.
Subsidia a compreensão da complexidade das relações familiares, favorece a coleta de dados
e a análise da situação socioeconômico-familiar.
A visita domiciliar não é uma atribuição privativa do assistente social, e sim um instrumen-
to de trabalho para sua intervenção.
É importante considerar que a residência não pode ser reduzida à apenas um mero espa-
ço de moradia, ela deve corresponder a vários quesitos na construção da dignidade humana,
compreendendo que é no interior das residências que se estabelecem os laços de afetividade,
de divertimento e de descanso, no qual se projeta seus valores, desejos, sonhos e identidade,
fatores indispensáveis para a construção e segurança de uma vida digna ao sujeito.

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Visita domiciliar tem sido criticado como um meio de controle. A residência é um espaço
de expressão do poder do cidadão pode ser útil no sentido de averiguar irregularidades (ex.
bolsa família) subsidiar com dados para construção de laudos sociais e parecer. Pode signifi-
car um link entre o Estado e a vida familiar, e pode contribuir para estudos mais abrangentes
sobre família.
A visita domiciliar é importante e complementar nas avaliações que envolvem possível
situação de risco social, como por exemplo, o exercício inadequado da parentalidade, em si-
tuações de negligência, maus-tratos e todos os aspectos de vulnerabilidade da criança, do
adolescente e do idoso.
O surgimento da visita domiciliar foi relacionado ao nascimento da enfermagem na saúde
pública do Brasil, onde existiam enfermeiras visitadoras. Ao longo da história da prática do ser-
viço social, esse instrumento foi utilizado com diferentes finalidades como viés fiscalizatórios,
investigativo e/ou de prevenção, promoção e proteção, garantias de direitos humanos.
A visita domiciliar é instrumento utilizado na área da saúde, âmbito da assistência social,
previdência e campo sócio/jurídico.
Como os demais instrumentos, a visita domiciliar não é exclusividade do Assistente Social:
ela só é realizada quando o objetivo da mesma é analisar as condições sociais de vida e de
existência de uma família ou de um usuário – pois é esse “olhar” que determina a inserção do
Serviço Social na divisão social do trabalho.
De acordo com Souza(2008),

a visita domiciliar não é exclusividade do(a) assistente social: ela só é realizada por esse profissional
quando o objetivo é analisar as condições sociais de vida e de existência de uma família ou de um
usuário, pois é esse olhar que determina a inserção do serviço social na divisão social de trabalho.

A visita domiciliar como intervenção reúne no mínimo três técnicas já estudadas: a obser-
vação, a entrevista e a história ou relato oral. Tem como objetivo: articulação com o método
dialético-crítico, na perspectiva de compreender a realidade para além da sua aparência fe-
nomênica. Essas intervençōes devem possibilitar o fortalecimento da classe trabalhadora e
fazer com que a visita domiciliar seja um espaço privilegiado para formação de consciência
crítica e luta por direitos, e não de mera ação fiscalizatória.
Esse instrumento possibilita o assistente social conhecer de forma aprofundada a reali-
dade social que os usuários vivenciam, criar estratégias na direção da garantia de direitos da
população, intervenção visando o acesso os serviços das políticas públicas, ampliar o acesso
a direitos aos sujeitos, visualizar os padrões de solidariedade se desenvolvem no interior do
meio familiar e como estes podem contribuir para o processo de cuidado, cura ou recuperação
na família. Além de buscar a Identificação dessa funcionalidade familiar, a prática do trabalho
compreende ainda entender as funções sociais, econômicas, ideológicas de produção e repro-

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dução no educar/formar, na força de trabalho empreendida na sociedade e na forma como a


cultura vai sendo construída/incorporada ao longo do tempo (FRACOLLI; BERTOLOZZI)
Etapas importantes:
• PLANEJAMENTO- ato de planejar, nessa etapa o assistente social irá analisar todos os
instrumentos que irá utilizar, criar, metas e prazos.
• REALIZAÇÃO- praticar o que foi planejado, iniciar sua intervenção utilizando seu instru-
mentos tecnicos e metodologicos.
• REGISTRO- anotar, registrar, documentar tudo que está sendo feito referente ao atendi-
mento e intervenção.
• AVALIAÇÃO- analisar o trabalho desenvolvido, conseguiu atender a demanda que o usu-
ário apresentou.

5. Visita Institucional
Instrumento utilizado pelos Assistente Social para obter diversos objetivos específicos,
incluindo monitoramento e acompanhamento, da execução de políticas públicas. Possibilita
uma busca ativa, mapeamento de território, participação de outros profissionais com trabalho
interdisciplinar, ampliando rede de apoio e acesso de serviços sociais.
De acordo com Souza (2008, p;129) ‘existem três motivos que o assistente social é condu-
zido utilizar esse instrumento:
• O assistente social esta trabalhando em uma determinada situação singular, e resolve
visitar uma instituição com a qual o usuário mantém alguma espécie de vinculo;
• Quando o assistente social quer conhecer um determinado trabalho desenvolvido pela
instituição;
• Quando o assistente social precisa realizar uma avaliação da cobertura e da qualidade
dos serviços prestados por uma instituição.’

6. Reunião de Equipe
Instrumento técnico de acordo com Selma Magalhães, tem como objetivo solucionar pro-
blemas em equipe, discutir casos, redimensionar o trabalho realizado, solucionar problemas,
avaliar atividades ou simplesmente estudar.
Reunião em equipe assumem importante papel na superação dos traumas do cotidiano
institucional, pois abrem espaço para reflexão, para discussão dos atendimentos realizados
e para o estudo de temas relacionados ao trabalho que está sendo desenvolvido. Por meio
do estudo e da reflexão conjunta é possível planejar, assumir o sentimento de nós e, em con-
sequência, fortalecer a equipe. Tal fato contribui para evitar a alienação e a possibilidade de
supremacia do pessoal sobre o profissional.

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Importante o registro de atas com as informações tratadas durante a reunião. O tempo,


quantidade de encontros e participantes, deve ser definido de acordo com a demanda da ins-
tituição e profissionais. Assim como a dinâmica de grupo, as reuniões são espaços coletivos.
São encontros grupais, que têm como objetivo estabelecer alguma espécie de reflexão sobre
determinado tema. Mas, sobre- tudo, uma reunião tem como objetivo a tomada de uma deci-
são sobre algum assunto.

7. Mobilização de Comunidades
Segundo a definição de Souza, comunidade é um conjunto de grupos e subgrupos de uma
mesma classe social, que têm interesses e preocupações comuns sobre condições de vivên-
cia no espaço de moradia e que, dadas as suas condições fundamentais de existência, tendem
a ampliar continuamente o âmbito de repercussão dos seus interesses, preocupações e en-
frentamentos comuns.
Trabalhar em uma comunidade significa compreendê-la dentro de um contexto econômico,
social, político e cultural de uma sociedade dividida em classes sociais – e que ela não está
descolada da totalidade da realidade social. Trabalhar em projetos comunitários na perspec-
tiva ético-política defendida pelo Serviço Social, hoje, significa criar estratégias para mobilizar
e envolver os membros de uma população situada historicamente no tempo e no espaço nas
decisões das ações que serão desenvolvidas, uma vez que são eles o públicoalvo do trabalho
do Assistente Social. Assim, trata-se de um processo de mobilização comunitária.
O Assistente Social deve conhecer a comunidade, os atores sociais que lá atuam: os agen-
tes políticos, as instituições existentes, as organizações (religiosas, comerciais, políticas) e
como se constroem as relações de poder dentro da comunidade trabalhando em rede. Mas
também é necessário conhecer quais são as principais demandas e necessidades da comuni-
dade, de modo a propor principal objetivo conhecer as condições e modos de vida da popula-
ção usuária em sua realidade cotidiana, ou seja, no local onde ela estabelece suas relações do
dia a dia: em seu domicílio.

Precisamos ter uma análise crítica da atuação e uso de alguns instrumentos de trabalho utili-
zado pelo assistente social, algumas intervenções servem para reforçar como o sistema capi-
talista utiliza dos profissionais como forma de controle social e assistencialismo. Conforme
analise abaixo:

A visita domiciliar e a entrevista realizada nesse ambiente compõem o trabalho da/o assistente
social desde as origens da profissão, embora não seja um instrumento técnico operativo de exclu-
sividade dessa categoria. Nossa identidade profissional carrega a “marca” decorrente do legado do
Serviço Social tradicional e da perspectiva policialesca e fiscalizadora da vida privada de segmen-
tos subalternizados na sociedade de classes. A afirmação do projeto profissional, portanto, exige

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cotidianamente a demarcação de posição contrária frente a tal expectativa. Os estudos sociais em
demandas que envolvem crianças, adolescentes, idosos/as ou pessoas que, por alguma razão, de-
pendem de outros membros da família, pressupõem, muitas vezes, além das entrevistas realizadas
no ambiente institucional, o uso do instrumento técnico da visita domiciliar, que entendemos como
mais adequado denominar como entrevista no domicílio ou no território. Mas a sua utilização pre-
cisa se dar à luz dos referenciais ético-políticos contemporâneos, exigindo a revisão sobre o modo
como a reproduzimos no dia a dia de trabalho, por vezes sem a apreensão de que por meio dela rea-
lizamos a mediação da relação teoria-prática. O cotidiano nos espaços demarcados pela burocracia
e pelas normativas legais facilmente convoca profissionais a sucumbirem à reprodução mecânica
de atividades típicas da “lógica da razão instrumental”. Tal lógica, funcional e subordinada à raciona-
lidade institucional e capitalista, volta-se para resultados imediatos, contrapondo-se à perspectiva
emancipatória do projeto ético-político hegemônico na profissão, que defendemos (GUERRA, 2000,
p. 16).

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REFERÊNCIAS
BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 13. Ed. São Paulo: M Fontes, 2011.

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS (Org). O Estudo Social em Perícias, Laudos
e pareceres Técnicos: contribuição ao debate no Judiciário, no Penitenciário e na Previdência
Social. São Paulo: Cortez, 2003.

GARRET, A. A Entrevista Seus Princípios e Método. Editora: agir, 1981.

GUERRA, Y. A instrumentalidade do serviço social. São Paulo: Cortez, 2008.

IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e


questão social. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional.


São Paulo: Cortez, 1988.

MOREIRA, C.F.N. O trabalho com grupos em serviço social: a dinâmica de grupo como estraté-
gia para reflexão crítica. São Paulo: Cortez, 2013.

MAGALHAES, S. Avaliação e linguagem: Relatórios, laudos e pareces. Editora: Papel Social; 5ª


edição,2019.

__________Ações profissionais, procedimentos e instrumentos no trabalho dos assistentes so-


ciais nas políticas sociais. In: Sheila, SANTOS, C. M., BACKX, S., GUERRA, Y. (orgs.). A dimensão
técnico-operativa no Serviço Social: desafios contemporâneos. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2016.

SILVA, A. Instrumentalidade e instrumentais técnicos do serviço social. Curitiba: Editora Inter-


saberes, 2017.

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Professora, servidora pública e mestra em Direitos Humanos. Bacharel em Serviço Social pela Universidade
Federal de Sergipe (2011); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (2015); mestra em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2019).
Possui Espanhol Intermediário I pelo CONOCER (2015). Possui experiência no trabalho com comunidades
e Educação Ambiental Crítica. Trabalhou como assistente social do Programa de Desenvolvimento Social
do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras UO SE/AL da PETROBRAS entre os
anos de 2010 e 2012. Mulher negra integrante do sistema de justiça, é analista judiciária – assistente
social do quadro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esteve lotada no Setor Interdisciplinar
Penal (SIP) da Comarca de Goiânia de junho/2015 a abril/2018. No Juizado da Infância e Juventude da
Comarca de Goiânia, atuou no Programa Amparando Filhos de abril/2018 a janeiro/2019 e no Setor de
Acolhimento Institucional (SEAI) de janeiro/2019 a julho/2021. Atualmente, está lotada na Coordenadoria
Interdisciplinar Forense. É tutora em Educação a Distância na Escola Judicial de Goiás (EJUG). Membra do
Comitê de Igualdade Racial do TJGO. Membra do Coletivo Rosa Parks (UFG). Promotora Legal Popular. É
iniciada em Reiki Usui (nível 1).

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