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SERVIÇO SOCIAL

Investigação e Diagnóstico, Elaboração


de Projetos de Intervenção e Métodos e
Técnicas Qualitativas e Quantitativas

Livro Eletrônico
SERVIÇO SOCIAL
Investigação e Diagnóstico, Elaboração de Projetos de Intervenção e Métodos e
Técnicas Qualitativas e Quantitativas
Kamilla Santos

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Investigação e Diagnóstico, Elaboração de Projetos de Intervenção e Métodos e
Técnicas Qualitativas e Quantitativas.................................................................................................................5
1. Introdução ao Tema.....................................................................................................................................................5
2. Pesquisa e Investigação no Serviço Social...................................................................................................5
3. Diagnóstico Social......................................................................................................................................................5
4. Elaboração de Projetos de Intervenção.........................................................................................................6
5. Métodos e Técnicas Qualitativas e Quantitativas...................................................................................9
5.1. Métodos Qualitativos e Quantitativos..................................................................................................... 10
Resumo..................................................................................................................................................................................11
Referências.........................................................................................................................................................................14

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Bianca Santos - 09207579790, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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Apresentação
Oiiiiieeee, futura(o) concursada(o)!
Espero que esteja bem e com saúde! Bora estudar!!! Para quem ainda não me conhece, meu
nome é Kamilla Santos da Silva. Atualmente sou servidora efetiva da Equipe Interprofissional
Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mestra em Direitos Humanos pelo PPGIDH
da UFG, membra do Coletivo Rosa Parks (FCS/UFG), do Comitê de Igualdade Racial do TJGO e
faço parte do GRAN CURSOS, estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para
você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui “concurseira raiz” e digo pra você que é possível (SIM!) passar em um concurso,
façam diversas provas em diversas esferas e temas, isso é muito importante para o acúmulo de
seu repertório de concurso, encare toda prova como uma oportunidade de também aprender!
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
É por isso que esse material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de Serviço Social com afinco e planejamento. E acredite:
estudar serviço social também é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para
as provas sem ler esse material. Então, aproveite!

DICA
Experimente usar o método pomodoro de estudo que consiste
em dividir o seu tempo em blocos, para que vc tenha total con-
centração em cada um deles. Exemplos: 25 min de concentração
e 5 min de descanso; 30 minutos de concentração e 10 min de
descanso; 45 minutos de concentração e 15 minutos de des-
canso; 60 minutos de concentração e 20 minutos de descanso;
Organize o seu espaço de estudos;
Escolha um local iluminado;
Escolha um lugar reservado ou peça colaboração com o silêncio
enquanto você estuda;
Separe tudo o que vai precisar durante o bloco de tempo de estudo;
Mantenha bebidas e comidas distante (eu seiiiii, difícil né?);
Beba água;
Desligue ou coloque o celular em outro espaço;
Caso use o celular para pesquisa, desligue as notificações e
resista aquela olhadinha no whatsapp ou instagram você pode
fazer isso durante as pausas;)

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Utilize post-it para anotações, marcadores coloridos e anotações


em seu caderno e/ou apostilas;
Ouça músicas que te ajude na concentração;
Leia em voz alta;
LEMBRE-SE que não há método perfeito, cada um utiliza aqui-
lo que se adequa melhor e desenvolve aquele que se adequa
melhor ao seu perfil e modo de vida!

Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital, buscando sua sonhada
aprovação.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Vamos começar?
Com afeto,
Kamilla Silva
@kamormilla

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INVESTIGAÇÃO E DIAGNÓSTICO, ELABORAÇÃO DE


PROJETOS DE INTERVENÇÃO E MÉTODOS E TÉCNICAS
QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS

1. Introdução ao Tema
Galera, esse é um tema importante e presente nos concursos de Serviço Social. Aqui va-
mos falar sobre Pesquisa e Serviço Social: Investigação, diagnóstico, elaboração de projetos
de intervenção, métodos e técnicas qualitativas e quantitativas. Então, vamos lá!

2. Pesquisa e Investigação no Serviço Social


A pesquisa e a investigação são processos de suma importância para a área de serviço
social por possibilitarem o desvelamento das situações de vulnerabilidades e, portanto, nor-
tear a prática profissional de assistentes sociais.
A pesquisa é “a busca do conhecimento” e através dessa busca é possível informar e
conscientizar o público que se beneficia da pesquisa em questão (SETÚBAL, 2005, p.60).
Além disso, na pesquisa, é preciso fazer “[...] uso de instrumental técnico adequado, tendo
em vista a construção e reconstrução do conhecimento”, isto posto, a atualização de instru-
mentais é essencial para que a e o assistente social possam atuar nas diversas expressão
da questão social.
O Código de Ética Profissional do Serviço Social traz, em seus princípios fundamentais, o
“Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento
intelectual, na perspectiva da competência profissional”, para o qual a pesquisa e a investi-
gação são fundamentais.
Ademais, entre os deveres da/do assistente social está o de “contribuir para a criação
de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as usuários/as, no sentido
de agilizar e melhorar os serviços prestados”, o que torna imperioso o desenvolvimento de
instrumentais que auxiliem o processo de trabalho por meio da pesquisa e investigação.
Ainda sim, a pesquisa e a investigação em serviço social possibilitam a produção de co-
nhecimento a fim de propiciar “um atendimento com mais qualidade, de forma a aprimorar
a utilização dos recursos disponíveis e, consequentemente, resultar no atendimento de um
maior número de usuários” (NEVES,2009, p.1).

3. Diagnóstico Social
O termo diagnóstico origina-se da palavra grega diagnostikós, formado pelo prefixo dia,
“através” e gnosis, “conhecimento”, “apto para conhecer”. A palavra diagnóstico é utilizada

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em diferentes circunstâncias mas, sobretudo, como termo técnico-profissional há muitas


décadas difundido na medicina. Isto, naturalmente, generalizou o uso do termo que logo se
propagou a outros campos, particularmente ao das ciências sociais.
O primeiro livro que sistematiza os métodos de intervenção social foi publicado em 1917,
escrito por Mary Richmond, tinha o título de Social Diagnosis. É um marco na história do serviço
social e traz o diagnóstico social concebido segundo o modelo de atuação profissional da medici-
na, uma vez que Mary Richmond realizou boa parte do seu trabalho em parceria com um médico.
A necessidade de realizar um diagnóstico social (e a investigação que lhe serve de apoio),
está baseada no princípio de que é necessário conhecer para agir com eficácia. Isto posto,
qualquer diagnóstico social representa uma das fases iniciais e fundamentais do processo
de intervenção social.
O diagnóstico social representa o elo entre a investigação e o planejamento. Sem investi-
gação prévia, não pode haver diagnóstico minimamente sério e sem diagnóstico, não se pode
fazer um bom planejamento.
O diagnóstico integra o processo global dos métodos de intervenção social. Como é ampla-
mente conhecido, todas as formas ou modalidades de intervenção social estão configuradas
pela integração e fusão de diferentes fases ou momentos lógicos de uma estratégia de atuação.
Um diagnóstico social não é algo terminado, é um “instrumento aberto”, sempre em cons-
trução. Qualquer intervenção na realidade gera uma dinâmica que vai questionando novas
interrogações, vai reformulando problemas e vai fazendo luz sobre questões que não se tinham
considerado suficientemente ou eram simplesmente lacunas do diagnóstico.

4. Elaboração de Projetos de Intervenção


O projeto de intervenção sintetiza conhecimento e ação, assim deve ser precedido de
um diagnóstico, considerado como o momento em que se realiza uma apreciação crítica
das condições favoráveis e desfavoráveis para solucionar o problema e para identificar se a
solução considerada materializável em proposta atenderá aos anseios da população a ser
beneficiada. Para tal, são necessários dados e informações que devem ser obtidos a partir
do conteúdo investigativo exigido no exercício profissional.
A elaboração de projetos para a profissão não é um instrumento “asséptico”, neutro e
sim carregado de intenções, no qual está reproduzida a visão de mundo dos sujeitos que os
constroem. Sob o ponto de vista da sua construção, a sua inclusão no exercício do trabalho
reforça dois aspectos. O primeiro, de que os atuais modelos gerenciais não admitem a im-
provisação diante da exigência de altos níveis de eficiência, eficácia e efetividade das ações.
O segundo aspecto é entendido a partir da afirmação de Couto (2009): [..]ao apresentar
o projeto de trabalho, o assistente social estabelece parâmetros importantes da relação pro-
fissional dentro da instituição em que trabalha [...], indicando aquilo que é sua área de saber,
ou como afirma Iamamoto (2007, p. 417), “a natureza qualitativa da atividade profissional”,

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o conhecimento sobre a realidade institucional, seus limites e possibilidades; as demandas


dos usuários e a forma viável de atendê-las.
Assim a utilização desse instrumental no dia a dia faz com que o trabalho profissional se
qualifique permanentemente, pois favorece o acompanhamento das ações; sua avaliação,
não só do ponto de vista dos resultados institucionais esperados, mas dos compromissos
profissionais construídos.
A reflexão de Iamamoto (2007, p. 422) revela que, mesmo sob o peso do poder institucional,
a relativa autonomia, atribuída pela competência teórico-metodológica e pelas prerrogativas
legais da profissão, possibilita que o assistente social redirecione o seu trabalho para rumos
sociais distintos dos esperados pelos empregadores.
O projeto de intervenção como instrumental do Serviço Social não pode ser pensado sem
o resgate da discussão sobre Planejamento e sua importância na contemporaneidade. Para
uma aproximação, tomo como referência o conceito trabalhado por Baptista: [...] refere-se
ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se
colocam no mundo social. Enquanto processo permanente supõe ação contínua sobre um
conjunto dinâmico de situações em um determinado momento histórico. Como processo me-
tódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados
em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos e técnicos (2000, p.13).
O conhecimento da realidade, com seus limites e possibilidades, e a identificação dos
aspectos que conferem particularidade e especificidade à profissão são elementos essen-
ciais quando se constrói propostas sistematizadas para uma ação. Assim, o projeto reflete o
conhecimento teórico–crítico; o exercício profissional comprometido. Importantes aspectos
são exigidos para que esse patamar seja alcançado: o conhecimento do código de ética, das
legislações específicas dos campos de trabalho onde a intervenção se realiza, da instituição
contratante, das demandas da população atendidas e a leitura das produções que tratam de
questões que se colocam nos espaços de trabalho.
O projeto de intervenção sintetiza conhecimento e ação, assim deve ser precedido de
um diagnóstico, considerado como o momento em que se realiza uma apreciação crítica
das condições favoráveis e desfavoráveis para solucionar o problema e para identificar se a
solução considerada materializável em proposta atenderá aos anseios da população a ser
beneficiada. Para tal, são necessários dados e informações que devem ser obtidos a partir
do conteúdo investigativo exigido no exercício profissional.
A construção do projeto de intervenção deve ser precedida de perguntas básicas para sua
elaboração: O quê? Por quê? Para quê? Para quem? Como? Com que meios? Em que tempo?
• O quê corresponde ao problema que se quer superar. Ele se apresenta de uma forma
concreta. Nas instituições, eles são vários, e a discussão envolvendo equipe e usuários é
o caminho para identificar o problema central. Ressalto que esse problema para se tornar
foco de intervenção do serviço social deve estar relacionado às habilidades da profissão.

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É no o quê que se define a atividade principal para resolver aquilo que incomodao proble-
ma. Ela vai denominar o projeto.
• O Porquê relaciona-se à demonstração das razões, dos motivos e da importância do que
queremos fazer, indicando a relevância, a viabilidade e a exequibilidade da proposta. O
Porquê se expressa na justificativa. O para quê são os objetivos. Aonde queremos chegar
com a atividade. O que será alcançado. Eles positivam o problema.
• Para quem se refere ao grupo de pessoas que vai se beneficiar diretamente com o projeto,
indicando segmento populacional, faixa etária etc. Como é a organização das tarefas/ati-
vidades; é o que precisa ser feito para cumprir objetivos, devendo ser colocadas de forma
ordenada. Com que meios são recursos necessários para que a proposta se concretize.
Em que tempo indica o prazo de execução, definido por um cronograma que demonstra a
relação entre a atividade, prazo e quem a realiza. Além desses outros itens, devem estar
descritos no documento como orçamento e avaliação

4.1. Descrição do Projeto de Intervenção


Os itens que compõem o projeto estão registrados num modelo padrão, que pode sofrer
alterações ou adaptações de acordo com as instituições contratantes ou por exigência dos
financiadores para quem o projeto será apresentado.
Devem constar no Projeto de Intervenção:
• identificação (título, responsável pela elaboração),
• sumário da proposta,
• apresentação da instituição,
• justificativa,
• objetivos: geral e específicos,
• metas,
• população alvo,
• metodologia (detalhamento da proposta com procedimentos, descrição das atividades
a serem realizadas),
• cronograma (descrição das atividades, prazo e responsáveis),
• recursos (humanos, materiais, financeiros logísticos),
• orçamento,
• sistema de avaliação.

O projeto de intervenção ainda não é largamente utilizado pela categoria de assistentes


sociais, mesmo que seja um instrumento que possibilita a visibilidade do exercício profis-
sional nos diferentes espaços, expondo a dimensão ético política, teórico metodológica e
técnico-operativa, indissociáveis nas ações desenvolvidas para fortalecimento de direitos
nos espaços institucionais.

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5. Métodos e Técnicas Qualitativas e Quantitativas


A investigação quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz
dados, indicadores e tendências observáveis. A investigação qualitativa, ao contrário, trabalha
com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões (Minayo & Sanches, 1993).
As experiências das pesquisas de campo, baseadas em uma perspectiva mais pragmá-
tica e menos orientada para um sectarismo epistemológico, sugerem que da combinação
das duas abordagens (cada uma no seu uso apropriado) é possível obter ótimos resultados.
De fato, os métodos quantitativos são débeis em termos de validade interna (nem sempre
sabemos se medem o que pretendem medir), entretanto são fortes em termos de validade
externa: os resultados adquiridos são generalizáveis para o conjunto da comunidade. Ao
contrário, os métodos qualitativos têm muita validade interna (focalizam as particularida-
des e as especificidades dos grupos sociais estudados), mas são débeis em termos de sua
possibilidade de generalizar os resultados para toda a comunidade. É importante, portanto,
contar com dados obtidos com métodos qualitativos e quantitativos, que permitem garantir
um razoável grau de validez externa e interna.
A contraposição metodológica entre as abordagens qualitativa e quantitativa é abstrata,
na medida que não considera as seguintes categorias de análise: a orientação ao problema
e as finalidades da pesquisa.
A combinação dos dois métodos de pesquisa se revela estratégica, evidenciando uma
inegável riqueza de análises dos problemas estudado. A pesquisa qualitativa facilita a iden-
tificação dos contextos específicos. Uma vez que se aceite a complementaridade entre as
duas abordagens e a forma de propor alguma integração, a partir do reconhecimento das
especificidades de cada uma, é possível identificar de que maneira podem ser mais bem
incorporadas ao desenho da pesquisa.
Se o objeto de estudo está bem definido, já que outras pesquisas têm acumulado um corpo
suficiente de conhecimentos sobre o tema, trata-se então de verificar somente se este corpo de co-
nhecimentos vale em outras situações, ainda não exploradas empiricamente. Neste caso podem-se
utilizar métodos de pesquisa quantitativa como um questionário estruturado ou uma sondagem.
Os métodos qualitativos ajudam no trabalho de construção do objeto estudado, facilitam
na descoberta de dimensões não conhecidas do problema e permitem também formular e
comprovar novas hipóteses.
Os métodos qualitativos devem ser utilizados quando o objeto de estudo não é bem conhe-
cido. Por sua capacidade de fazer emergir aspectos novos, de ir ao fundo do significado e de
estar na perspectiva do sujeito, são aptos para descobrir novos nexos e explicar significados.
De fato, durante a pesquisa, frequentemente emergem relações entre variáveis, motivações e
comportamentos completamente inesperados, que não surgirão utilizando um questionário
estruturado, cuja característica técnica é a uniformidade do estímulo.

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Uma análise qualitativa completa interpreta o conteúdo dos discursos ou da fala cotidiana
dentro de um quadro de referência, onde a ação e a ação objetivada nas instituições permitem
ultrapassar a mensagem manifesta e atingir os significados latentes (Minayo & Sanches, 1993).

5.1. Métodos Qualitativos e Quantitativos


A par de admitir a complementaridade entre métodos qualitativos e quantitativos, é preciso
identificar as características e as especificidades de cada abordagem. Seguem as principais
características das duas perspectivas.
Métodos Qualitativos: Fenomenologia e Compreensão
• analisam o comportamento humano, do ponto de vista do ator, utilizando a observação
naturalista e não controlada;
• são subjetivos e estão perto dos dados (perspectiva de dentro, insider), orientados ao
descobrimento;
• são exploratórios, descritivos e indutivos;
• são orientados ao processo e assumem uma realidade dinâmica;
• são holísticos e não generalizáveis.

Métodos Quantitativos: Positivismo Lógico


• são orientados à busca da magnitude e das causas dos fenômenos sociais, sem interesse
pela dimensão subjetiva e utilizam procedimentos controlados;
• são objetivos e distantes dos dados (perspectiva externa, outsider), orientados à verifi-
cação e são hipotético-dedutivos;
• assumem uma realidade estática;
• são orientados aos resultados, são replicáveis e generalizáveis.

O primeiro aspecto a ser analisado e superado na dialética qualitativo-quantitativo é a


questão da sensibilidade, geralmente atribuída aos pesquisadores qualitativos. Cabe assinalar,
conforme explicita Cavalli (1996), que a particular sensibilidade do pesquisador ou aquela
que ele chama a penetração empática não é um método, mas uma capacidade subjetiva que
tem que ser rigorosamente distinta do método compreensivo. Uma vez que a sensibilidade é
um atributo necessário e desejável em todos os tipos de pesquisa social.
Em verdade, os métodos qualitativos são tão rigorosos quanto os quantitativos. Qualquer
método requer um conjunto de regras e procedimentos, que permitem controlar os componen-
tes subjetivos da interpretação (Cavalli, 1996). Do ponto de vista epistemológico, sublinham
Minayo & Sanches (1993), nenhuma das duas abordagens é mais científica do que a outra
(...) Uma pesquisa, por ser quantitativa, não se torna objetiva e melhor. Enfim, trata-se de duas
abordagens com características bem distintas, mas ambas dentro do mesmo método científico.

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RESUMO
• O Código de Ética Profissional do Serviço Social traz, em seus princípios fundamentais,
o “Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimo-
ramento intelectual, na perspectiva da competência profissional”, para o qual a pesquisa
e a investigação são fundamentais.
• A pesquisa e a investigação em serviço social possibilitam a produção de conhecimento
a fim de propiciar “um atendimento com mais qualidade, de forma a aprimorar a utilização
dos recursos disponíveis e, consequentemente, resultar no atendimento de um maior
número de usuários” (NEVES,2009, p.1).
• O termo diagnóstico origina-se da palavra grega diagnostikós, formado pelo prefixo dia,
“através” e gnosis, “conhecimento”, “apto para conhecer”. A palavra diagnóstico é utilizada
em diferentes circunstâncias, mas, sobretudo, como termo técnico-profissional há muitas
décadas difundido na medicina. Isto, naturalmente, generalizou o uso do termo que logo
se propagou a outros campos, particularmente ao das ciências sociais.
• A necessidade de realizar um diagnóstico social (e a investigação que lhe serve de apoio),
está baseada no princípio de que é necessário conhecer para agir com eficácia. Isto
posto, qualquer diagnóstico social representa uma das fases iniciais e fundamentais do
processo de intervenção social.
• O diagnóstico integra o processo global dos métodos de intervenção social. Como é
amplamente conhecido, todas as formas ou modalidades de intervenção social estão
configuradas pela integração e fusão de diferentes fases ou momentos lógicos de uma
estratégia de atuação.
• Um diagnóstico social não é algo terminado, é um “instrumento aberto”, sempre em cons-
trução. Qualquer intervenção na realidade gera uma dinâmica que vai questionando novas
interrogações, vai reformulando problemas e vai fazendo luz sobre questões que não
se tinham considerado suficientemente ou eram simplesmente lacunas do diagnóstico.
• O segundo aspecto é entendido a partir da afirmação de Couto (2009): [..]ao apresentar
o projeto de trabalho, o assistente social estabelece parâmetros importantes da relação
profissional dentro da instituição em que trabalha [...], indicando aquilo que é sua área
de saber, ou como afirma Iamamoto (2007, p. 417), “a natureza qualitativa da atividade
profissional”, o conhecimento sobre a realidade institucional, seus limites e possibilidades;
as demandas dos usuários e a forma viável de atendê-las.
• O projeto de intervenção sintetiza conhecimento e ação, assim deve ser precedido de um
diagnóstico, considerado como o momento em que se realiza uma apreciação crítica das
condições favoráveis e desfavoráveis para solucionar o problema e para identificar se a
solução considerada materializável em proposta atenderá aos anseios da população a

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ser beneficiada. Para tal, são necessários dados e informações que devem ser obtidos
a partir do conteúdo investigativo exigido no exercício profissional.
• Devem constar no Projeto de Intervenção: identificação (título, responsável pela elabo-
ração), sumário da proposta, apresentação da instituição, justificativa, objetivos: geral e
específicos, metas, população alvo, metodologia (detalhamento da proposta com pro-
cedimentos, descrição das atividades a serem realizadas), cronograma (descrição das
atividades, prazo e responsáveis), recursos (humanos, materiais, financeiros logísticos),
orçamento e sistema de avaliação.
• O projeto de intervenção ainda não é largamente utilizado pela categoria de assistentes
sociais, mesmo que seja um instrumento que possibilita a visibilidade do exercício profis-
sional nos diferentes espaços,expondo a dimensão ético política, teórico metodológica e
técnico-operativa, indissociáveis nas ações desenvolvidas para fortalecimento de direitos
nos espaços institucionais.
• A investigação quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz dados,
indicadores e tendências observáveis. A investigação qualitativa, ao contrário, trabalha com
valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões (Minayo & Sanches, 1993).
• Os métodos quantitativos são débeis em termos de validade interna (nem sempre sabe-
mos se medem o que pretendem medir), entretanto são fortes em termos de validade
externa: os resultados adquiridos são generalizáveis para o conjunto da comunidade. Ao
contrário, os métodos qualitativos têm muita validade interna (focalizam as particulari-
dades e as especificidades dos grupos sociais estudados), mas são débeis em termos
de sua possibilidade de generalizar os resultados para toda a comunidade. É importante,
portanto, contar com dados obtidos com métodos qualitativos e quantitativos, que per-
mitem garantir um razoável grau de validez externa e interna.
• A combinação dos dois métodos de pesquisa se revela estratégica, evidenciando uma
inegável riqueza de análises dos problemas estudado. A pesquisa qualitativa facilita a
identificação dos contextos específicos. Uma vez que se aceite a complementaridade
entre as duas abordagens e a forma de propor alguma integração, a partir do reconhe-
cimento das especificidades de cada uma, é possível identificar de que maneira podem
ser mais bem incorporadas ao desenho da pesquisa.
• Uma análise qualitativa completa interpreta o conteúdo dos discursos ou da fala cotidiana
dentro de um quadro de referência, onde a ação e a ação objetivada nas instituições permitem
ultrapassar a mensagem manifesta e atingir os significados latentes (Minayo & Sanches, 1993).
• A par de admitir a complementaridade entre métodos qualitativos e quantitativos, é pre-
ciso identificar as características e as especificidades de cada abordagem.
• Em verdade, os métodos qualitativos são tão rigorosos quanto os quantitativos. Qualquer
método requer um conjunto de regras e procedimentos, que permitem controlar os com-
ponentes subjetivos da interpretação (Cavalli, 1996). Do ponto de vista epistemológico,

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sublinham Minayo & Sanches (1993), nenhuma das duas abordagens é mais científica do
que a outra (...) Uma pesquisa, por ser quantitativa, não se torna objetiva e melhor. Enfim,
trata-se de duas abordagens com características bem distintas, mas ambas dentro do
mesmo método científico.

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REFERÊNCIAS
Ander-Egg, Ezequiel; Idáñez, Maria José Aguilar. Diagnóstico Social: conceitos e metodologias.
Disponível em http://www.eas.pt/wp-content/uploads/2014/01/diagnostico-social-Diagn%-
C3%B3stico-Social-conceitos-e-metodologias-Maria-Jos%C3%A9-Aguilar-Id%C3%A1%C3%B1e-
z-e-Ezequiel-Ander-Egg-.pdf Acesso em 18 nov de 2022.

BAPTISTA, Mirian V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras,


2000.

COUTO, Berenice R. Formulação de Projeto de Trabalho Profissional in: SERVIÇO Social: direitos
sociais e Competências Profissionais, Brasília: CFESS; ABEPSS, 2009. p. 652-663.

IAMAMOTO, Marilda V. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: capital financeiro, trabalho
e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.

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Epub 07 Out 2004. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/S1413-81232000000100016.

Kamilla Santos

Professora, servidora pública e mestra em Direitos Humanos. Bacharel em Serviço Social pela Universidade
Federal de Sergipe (2011); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (2015); mestra em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2019).
Possui Espanhol Intermediário I pelo CONOCER (2015). Possui experiência no trabalho com comunidades
e Educação Ambiental Crítica. Trabalhou como assistente social do Programa de Desenvolvimento Social
do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras UO SE/AL da PETROBRAS entre os
anos de 2010 e 2012. Mulher negra integrante do sistema de justiça, é analista judiciária – assistente
social do quadro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esteve lotada no Setor Interdisciplinar
Penal (SIP) da Comarca de Goiânia de junho/2015 a abril/2018. No Juizado da Infância e Juventude da
Comarca de Goiânia, atuou no Programa Amparando Filhos de abril/2018 a janeiro/2019 e no Setor de
Acolhimento Institucional (SEAI) de janeiro/2019 a julho/2021. Atualmente, está lotada na Coordenadoria
Interdisciplinar Forense. É tutora em Educação a Distância na Escola Judicial de Goiás (EJUG). Membra do
Comitê de Igualdade Racial do TJGO. Membra do Coletivo Rosa Parks (UFG). Promotora Legal Popular. É
iniciada em Reiki Usui (nível 1).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Bianca Santos - 09207579790, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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