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SERVIÇO SOCIAL

Políticas Sociais Setoriais e Respectivas


Legislações: Educação, Habitação,
Trabalho, Políticas Urbanas e Rurais, Meio
Ambiente

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
SERVIÇO SOCIAL
Políticas Sociais Setoriais e Respectivas Legislações:
Educação, Habitação, Trabalho, Políticas Urbanas e Rurais, Meio Ambiente
Kamilla Santos

Sumário
Políticas Sociais Setoriais e Respectivas Legislações..............................................................................3
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Introdução.............................................................................................................................................................................4
Legislações...........................................................................................................................................................................6
Saúde........................................................................................................................................................................................7
Estratégia Saúde da Família (ESF).........................................................................................................................8
Educação................................................................................................................................................................................9
Habitação..............................................................................................................................................................................11
Trabalho...............................................................................................................................................................................12
Políticas Urbanas/Políticas Rurais. . ....................................................................................................................15
Resumo.................................................................................................................................................................................17
Referências.........................................................................................................................................................................18

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Kamilla Santos

POLÍTICAS SOCIAIS SETORIAIS E RESPECTIVAS


LEGISLAÇÕES
Apresentação
Oiiiiieeee, futura(o) concursada(o)!
Espero que esteja bem e com saúde! Bora estudar!!! Para quem ainda não me conhece,
meu nome é Kamilla Santos da Silva. Atualmente sou servidora efetiva da Equipe Interprofis-
sional Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mestra em Direitos Humanos pelo
PPGIDH da UFG, membra do Coletivo Rosa Parks (FCS/UFG), do Comitê de Igualdade Racial
do TJGO e faço parte do GRAN CURSOS, estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro
digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui “concurseira raiz” e digo pra você que é possível (SIM!) passar em um concurso,
façam diversas provas em diversas esferas e temas, isso é muito importante para o acúmulo
de seu repertório de concurso, encare toda prova como uma oportunidade de também apren-
der! Façam muitaaaas questões e se errarem busquem entender onde erraram, afinal é com os
erros que aprendemos!
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
É por isso que esse material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de Serviço Social com afinco e planejamento. E acredite:
estudar serviço social também é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para
as provas sem ler esse material. Então, aproveite!

FICA A DICA!
Experimente usar o método pomodoro de estudo que consiste
em dividir o seu tempo em blocos, para que vc tenha total con-
centração em cada um deles. Exemplos: 25 min de concen-
tração e 5 min de descanso; 30 minutos de concentração e 10
min de descanso; 45 minutos de concentração e 15 minutos
de descanso; 60 minutos de concentração e 20 minutos de
descanso;
Organize o seu espaço de estudos;
Escolha um local iluminado;
Escolha um lugar reservado ou peça colaboração com o silên-
cio enquanto você estuda;

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Separe tudo o que vai precisar durante o bloco de tempo de


estudo;
Mantenha bebidas e comidas distante (eu seiiiii, difícil né?);
Beba água;
Desligue ou coloque o celular em outro espaço;
Caso use o celular para pesquisa, desligue as notificações e
resista aquela olhadinha no whatsapp ou instagram você pode
fazer isso durante as pausas;)
Utilize post-it para anotações, marcadores coloridos e anota-
ções em seu caderno e/ou apostilas;
Ouça músicas que te ajude na concentração;
Leia em voz alta;
LEMBRE-SE que não há método perfeito, cada um utiliza aquilo
que se adequa melhor e desenvolve aquele que se adequa me-
lhor ao seu perfil e modo de vida!

Introdução
Indiferente ao sistema político ou econômico, governos produzem políticas públicas e es-
tas impactam diretamente a vida do cidadão. Elas estão segmentadas enquanto políticas
• Distributivas.
• Constitutivas.
• Regulatórias.
• Redistributivas.

Nesta aula iremos abordar as políticas públicas redistributivas que são também conheci-
das como aquelas que mais se aproximam do cotidiano social, as políticas sociais setoriais.
A função primordial desse tipo de política é a garantia da inserção dos sujeitos na chamada
cidadania, ou seja, garantir o acesso a saúde, educação, moradia, saneamento, segurança en-
tre outras demandas socias.
Pode-se, então, resumir política pública como o campo de conhecimento que busca, ao
mesmo tempo, ‘colocar o governo em ação’ e/ou analisar esta ação (variável independente) e,
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente).
A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos
traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão re-
sultados ou mudanças no mundo real” (SOUSA, 2006, p. 26).
Mas antes, vamos falar mais um pouco sobre as políticas públicas. Segundo Souza (2006):

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[...] do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral e a política social em particular
são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública
e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias
construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia (SOUZA, 2006).

Isto posto, podemos passar a reflexão dos processos em que se dão as políticas públicas.
Vocês sabem como se dá o ciclo de políticas públicas? Não?! Então se liguem no organo-
grama abaixo:

FONTE: DINIZ, 2019.

Para que uma política pública consiga atingir os 3 E (Eficiência – Eficácia – Efetividade)
o primeiro ponto deve ser conseguir reconhecer, dentre as inúmeras demandas, qual o ponto
constitutivo central do problema. Desta forma pode se estabelecer diretrizes para alcançar
a solução. Por conseguinte, é importante formular um conjunto de alternativas possíveis e a
partir da análise dos cenários apresentados na formulação chegar à tomada de decisão. Em
seguida se tem a implementação da proposta mais viável que deve passar por monitoramento
e avaliação (DINIZ, 2019).
Esse ciclo ocorre tanto na escala federal, quando as políticas desenvolvidas são nacionais,
quanto nas esferas estadual e municipal. Teoricamente, sendo o Brasil uma república federati-
va e por conceito o federalismo garante a diversidade nas ações empregadas nas unidades fe-
derativas, todavia as políticas públicas nacionais tem por marca a uniformidade o que é em si
mesmo uma contraversão. Contudo, a dimensão continental, a heterogeneidade populacional
bem como as inúmeras desigualdades existentes em nosso país não só conseguem justificar,
o que à primeira vista, poderia parecer paradoxal, como também carecem de uma colaboração
mais abrangente, agregando o poder público ao privado e ao terceiro setor para a efetivação
dos resultados.
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Legislações

Como já mencionado em nosso país temos políticas públicas que são desenvolvidas nas
diversas esferas de governo. Contudo, é importante ressaltar que a execução das políticas
públicas se dá através dos três poderes. Sendo o Poder Legislativo e o Executivo os entes res-
ponsáveis pelas Políticas Públicas Constitutivas. Já o Judiciário faz o controle da lei criada e
confirma se ela é adequada para cumprir o objetivo (MACÊDO, 2018).
O texto constitucional de 1988 é a principal base para a promoção de políticas públicas,
bem como das políticas sociais, compreendendo que ali estão estabelecidos os princípios
de garantia da dignidade humana. Anteriormente, dos anos 1920 a 1980 as políticas públicas
descritas preocupavam-se especialmente com o desenvolvimento econômico sem o retorno
necessário a população, ou seja, as questões sociais não ganhavam peso nas agendas políti-
cas dos gestores. Segundo Bacelar (2003) citado por Resende (2017),

Em muito menor grau, o Estado brasileiro também facultou serviços sociais, de segurança e justi-
ça[...] na era Vargas, o Estado interveio para regular a relação trabalho-capital.

Na era Vargas, foi desenvolvida a legislação trabalhista e os mecanismos de regulação en-


tre o trabalhador da cidade e seu empregador. Já a partir da constituição de 1988 o Brasil con-
seguiu consolidar a descentralização dos três níveis de governo, estabelecendo competências
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comuns e concorrentes, as regras e normas do jogo e qual a responsabilidade de cada ente na


execução das políticas sociais.

 Obs.: O Brasil é um dos países mais ricos do mundo, mas com uma das maiores fragilida-
des sociais, em meio à tanta necessidade que a população brasileira possui, precisa
ter seus direitos concretizados sob a forma de políticas setoriais, já que fornece os
salários mais baixos, educação pública de má qualidade, saúde pública precária, entre
outros setores (RESENDE, 2017).

Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e eco-
nômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igua-
litário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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O sistema de saúde brasileiro, além de ser uma das políticas públicas com melhor organi-
zação, sendo referência para muitos outros países, é também a política de maior capilaridade
e impacto, pois sua atuação é transversalizada, constituindo programas de atenção ao cidadão
em parceria com outros órgãos e instituições governamentais.
No desenvolvimento de pesquisas sociais e mapeamento situacional da população é um
dos órgãos mais procurados, pois mantém o maior e mais confiável banco de dados do país.
Abriga o maior número de políticas sociais pensadas através da Secretária de Atenção Primá-
ria a Saúde. Igualmente, é um dos melhores exemplos visíveis da descentralização do poder
proposto pela Constituição Federal de 1988, a partir do programa Estratégia Saúde da Família
(ESF) que reorganizou a atenção básica no país e aproximou a saúde pública das demandas
comunitárias.
Tendo em vista o grande número de programas desenvolvidos historicamente para garan-
tir, a partir do Sistema Único de Saúde (SUS), o direito ao acesso a saúde pública em sua ampli-
tude, nesse tópico iremos abordar o ESF. Conquanto este corresponde a uma política pública
nacional com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos
da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas
e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Estratégia Saúde da Família (ESF)


Foi em outubro de 2011 que se aprovou a Política Nacional de Atenção Básica através da
portaria que dava origem ao programa Estratégia Saúde da Família (ESF)e ao Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Considerando a Portaria n. 204, de 29 de janeiro de
2007, que regulamenta o financiamento e a transferência de recursos federais para as ações
e serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com respectivo monitoramento
e controle.
O modelo da ESF propicia a aproximação da unidade de saúde das famílias; proporcionar
o acesso aos serviços, a criação do vínculo entre a equipe de atenção primária e os usuários,
a continuidade do cuidado e aumentar, por meio da corresponsabilização da atenção, a capa-
cidade de resolutividade dos problemas de saúde mais comuns, produzindo maior impacto na
situação de saúde local.
Tem como diretrizes a integralidade e a equidade da atenção, a coordenação e longitudina-
lidade do cuidado das famílias e das pessoas sob sua responsabilidade.

 Obs.: Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional (equipe de


Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo: (I) médico generalista, ou especia-
lista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro gene-
ralista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e

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(IV) agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os


profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde
da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal (BRASIL, 2022).

A organização do trabalho das equipes deve estar centrada nas necessidades dos usuários
e na busca contínua de melhoria da qualidade dos serviços ofertados à população. O trabalho
das equipes ESF tem base territorial. Assim, para conhecimento da área de abrangência onde
atuam, devem realizar o mapeamento dos recursos existentes e a avaliação de dados demo-
gráficos e epidemiológicos locais. Este conhecimento subsidia a construção de um diagnós-
tico local e um plano de intervenção que prevê prioridades, responsabilidades e prazos, capaz
de detectar e atuar sobre fatores determinantes dos agravos à saúde mais prevalentes. Dentro
das propostas de trabalho no território, destacam-se as ações Intersetoriais que potencializam
as iniciativas da equipe (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2013).
O grande diferencial dessa proposta se dá na ligação que o Agente Comunitário de Saúde
(AGC) estabelece com as famílias atendidas, tendo em vista a visita mensal realizada a cada
domicílio cadastrado no programa ESF e no mapeamento de cada área. Os estudos de Couti-
nho e Saddi (2019) entre outros, afirmam a importância do AGC inclusive no enfrentamento a
violência contra a mulher, pois são residentes da região aonde atuam, conhecendo a comuni-
dade local. Constituindo-se aliados na identificação, na prevenção e na assistência às vítimas.

Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Além do texto constitucional o Brasil possui duas legislações nas quais se amparam as po-
líticas educacionais, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é a legislação que regulamenta o sistema educacional,
seja ele público ou privado desde a educação básica até o ensino superior. Todos os níveis de
governo se pautarão na LDB e no PNE para que a educação nacional se desenvolva. Em seu
artigo 1º afirma:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na con-
vivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do
ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

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Nesse sentido a LDB tem por objetivo assegurar o direito social à educação a todos os
estudantes brasileiros. Essa legislação da subsídios para a garantia de vagas nos espaços
educacionais de maneira gratuita em seu art. 5º § 3º, em que:

Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cida-
dão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra
legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. (Redação
dada pela Lei n. 12.796, de 2013)
...
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no
Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito
sumário a ação judicial correspondente.

Nesse sentido também se estabelece a Lei Federal 8.069, de 13.6.1990, que é o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), inclusive matrícula e frequência obrigatória em estabeleci-
mento oficial de ensino fundamental (art. 101, III, do ECA).
O PNE, por sua vez, reforça aspectos observados na sociedade brasileira que precisam de
atenção e destinação de recurso, tais como metas a serem atingidas. Suas diretrizes são:
• I – Erradicação do analfabetismo;
• II – Universalização do atendimento escolar;
• III – Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidada-
nia e na erradicação de todas as formas de discriminação;
• IV – Melhoria da qualidade da educação;
• V – Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éti-
cos em que se fundamenta a sociedade;
• VI – Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
• VII – Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
• VIII – Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades
de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
• IX – Valorização dos (as) profissionais da educação;
• X – Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sus-
tentabilidade socioambiental.

São exemplos de políticas sociais setoriais que visam o acesso universal a educação no
ensino superior o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universida-
des Federais (REUNI), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financia-
mento ao Estudante do Ensino Superior (FIES).

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Outro exemplo de política social é programa Segundo Tempo foi criado no ano de 2003,
com o objetivo de democratizar o acesso à prática esportiva no país, de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens como fator de formação da cida-
dania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social. No
ano de 2009 passou por uma ampliação conseguindo aumentar ainda mais o seu volume de
atendimentos. Em uma terceira roupagem foi nomeado de Programa Segundo Tempo Padrão
e alocado no Ministério da Cidadania. O programa é dividido em três vertentes: Padrão – crian-
ças e adolescentes de 6 a 17 anos; paradesporto – pessoas com deficiência a partir de 6 anos
de idade; e universitário – discentes de universidades.
Muitas vezes as políticas públicas são implementadas a nível de governo e não de Esta-
do, desta forma na ocorrência de mudança de gestão, deixam de existir ou sofrem mudanças
como uma nova roupagem e nomenclatura. Na educação, o programa Casa Brasil, é um bom
exemplo de proposta criada para a promoção das diversas formas do saber que não obteve
continuidade.
O programa Casa Brasil propiciava a conexão de múltiplos saberes. As atividades desen-
volvidas nos espaços da Casa articulavam temas e ações diversas. Sua estrutura contava com
telecentro, sala de leitura, auditório, laboratórios de divulgação das ciências naturais e exatas,
laboratório para o ensino prático de montagem e manutenção de equipamentos de informáti-
ca, estúdio multimídia e oficina de rádio.

Habitação
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]
IX – Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico

Constituindo se como uma das políticas setoriais que antecede a constituição de 1988,
sendo de 1964 a legislação que instituía o Plano Nacional de Habitação nos moldes do Ban-
co Nacional da Habitação (BNH). O banco deveria ser o gestor e financiador de uma política
destinada a “promover a construção e aquisição da casa própria, especialmente pelas classes
de menor renda”, bem como a ampliar as oportunidades de emprego e dinamizar o setor da
construção civil. O BNH foi extinto em 1986, sendo substituído pela Caixa Econômica Federal,
anos depois com a Constituição de 1988 o direito voltou a ser garantido.
Contudo, visando apenas a eficiência muitas habitações foram construídas pelo país de
maneira desconectada com os princípios da dignidade humana, haja visto que as moradias
foram construídas nas periferias das cidades com deficiências, sem acesso a deslocamento,
a serviços de escola e de saúde. Somente em 2001 com a criação do Estatuto da cidade pôde
se dizer que o acesso dos cidadão ao direito à moradia foi garantido de maneira digna, conec-

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tando os direitos que envolvem a vida urbana, tais como trabalho, saúde, educação e tantos
outros serviços que são imprescindíveis.

 Obs.: A Justiça tem prestigiado o direito à moradia, em consonância com a Constituição


da República, buscando resguardar a residência do cidadão. Basta observar o que
determina a Lei de Impenhorabilidade do Bem de Família e a sua recorrente aplicação
quando do afastamento da penhorabilidade de imóvel em detrimento de dívidas con-
traídas pelo devedor/morador”(DUTRA, 2018).

No ano de 2009 foi promulgada a lei n. 11.977, de7 de julho de 2009, que dispõe do Progra-
ma Minha casa, Minha vida (PMCMV) e que regulariza assentamentos localizados em áreas
urbanas. Já em 2010 o Ministério das Cidades publicou o Plano Nacional de Habitação – Pla-
nHab, Pacto Nacional pela Moradia Digna, que se estenderia até o ano de 2023, visando suprir
o déficit habitacional acumulado e à demanda que surgiria com a existência de novas famílias
de uma década a outra, bem como regulamentar a atuação do PMCMV.
O Programa Minha Casa Minha Vida foi criado em conjunto com o Programa de Acelera-
ção do Crescimento e durou no Brasil 18 anos ininterruptos, contribuindo também para a efe-
tividade de outras políticas, como o combate a fome, tendo em vista o direito à alimentação
(A Lei Federal 11.346, de 15.9.2006, chamada de Lei Organização da Segurança Alimentar e
Nutricional (LOSAN), criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e
por sua vez o Programa Fome Zero via Decreto 1.366, de 12.1.1995). Apesar de serem políticas
distintas suas operações funcionavam de maneira conjunta, ao passo que as famílias benefi-
ciarias do PMCMV também participavam de programas de redistribuição de renda tais como
o Bolsa Família.
Um dos grandes diferenciais deste programa nos termos das políticas de habitação foi a
preocupação com as mulheres responsáveis pela unidade familiar, o atendimento a famílias de
que façam parte pessoas com deficiência e as pessoas que viviam e trabalhavam no campo,
seja o trabalhador rural ou o agricultor familiar.

Trabalho
Art. 7º
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condi-
ção social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-

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ne, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, fa-
cultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho; (Vide Decreto-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do nor-
mal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do con-
trato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000).
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

O trabalho não apenas é um direito de todo cidadão como também compõe as bases do
Estado Democrático de Direito sendo um de seus fundamentos. Neste sentido, cabe aos gover-
nos em todos os níveis a geração de emprego e renda como garantia da dignidade da pessoa

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humana. A legislação constitucional é extensa ao abordar os direitos dos trabalhadores do


campo e da cidade contendo só no Art. 7 º 34 incisos.
Para além desses aspectos, há ainda o direito do trabalhador de se sindicalizar no Art. 8º, o
direito de greve no Art. 9º, a participação em colegiados dos órgãos públicos em que seus in-
teresses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão em seu Art. 10 e o direito
de eleger de um representante em empresas com mais de 200 empregados no Art. 11.
A existência do direito ao trabalho não garante, todavia, o acesso de todas as pessoas a
esse mercado, cada vez mais seletivo e exigente. Leis são destinadas ao amparo dos traba-
lhadores e de suas famílias, para minimizar danos decorrentes de atividades insalubres ou
perigosas, adoção de salário possivelmente justos, embora ainda aquém de garantir uma vida
realmente digna e saudável.
Para tanto é preciso que o Estado, em todos os níveis de governo, promova condições de
qualificação profissionalizante aos trabalhadores brasileiros. No Brasil, a partir da última déca-
da do séc. XX as políticas desenvolvidas para a qualificação profissional visaram primordial-
mente o combate à pobreza e a pobreza extrema.
Foi nesse sentido que nasceu o Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (Planfor)
em 1995. O plano foi amadurecido em 2003 ganhando outra nomenclatura, Plano Nacional de
Qualificação (PNQ). Desta sorte, em 2011 nasce o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec).
No mesmo ano em que o PQN foi instituído, nasceu também o Programa Nacional de Estí-
mulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE) articulado com as ações voltadas ao aumen-
to da escolarização e da inserção de jovens no mercado de trabalho. Trata-se de uma política
voltada à inserção no mercado de trabalho para jovens de 16 a 24 anos, pertencentes a famí-
lias com renda mensal per capita de até (meio) salário mínimo (SILVA; DAMASCENA, 2021).
Apesar de ser percebido pela maior parcela da população como um programa redistributi-
vo, o Bolsa Família nos anos de 2009 e 2010, também foi um impulsionador das qualificações
profissionais, principalmente com ofertas de cursos para ocupações da construção civil e nas
áreas de turismo.
Outro mecanismo para a garantia do acesso ao trabalho e consequentemente a renda é a
criação de postos de trabalho por meio do empreendedorismo. Para tanto, é necessário que
os gestores realizem articulações que permitam a emancipação econômica autossustentada,
como por exemplo, investindo em obras de infraestrutura viária, logística e social.
Igualmente, é possível investir na geração de postos de trabalho a partir do fortalecimento
de incubadoras, associações e cooperativas com foco no empreendedorismo e/ou na econo-
mia solidária. Foi em 2012 a criação da Lei n. 12.690 que modificou a legislação a respeito das
cooperativas fortalecendo-as, até então as cooperativas não geravam vínculo empregatício.
Contudo, para além de garantir o acesso ao trabalho é necessário respaldar dignamente as
pessoas que perderam seus empregos. Nesse sentido, o Programa do Seguro Desemprego e o

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abono salarial integra a seguridade social e objetiva prover a assistência financeira temporária
do trabalhador desempregado involuntariamente, sem justa causa. Objetiva, ainda, por meio
das ações de qualificação profissional, auxiliá-lo na busca de novo emprego.

Políticas Urbanas/Políticas Rurais


Como temos visto nessa aula para a garantia dos direitos sociais é necessário um grande
movimento que engloba atores governamentais e muitas vezes parcerias público-privada. As
políticas Sociais Setoriais Urbanas e as Rurais dizem respeito as ações estabelecidas distin-
guindo-se os territórios e as populações que ali residem, visando a garantia dos direitos e da
dignidade da pessoa humana.
Mantendo ainda o ritmo do debate realizado no tópico anterior, o universo do trabalho,
como um dos exemplos na abordagem as políticas sociais desenvolvidas nas cidades e no
campo, é importante lembrar que os desafios postos pelo plano Brasil Sem Miséria (BSM), sob
o Decreto n. 7.492, de 2 de junho de 2011, as ações no campo da inclusão produtiva passaram
a ter dois focos, um na área rural e outro na urbana, com ações diferenciadas.
Na área rural as ações visam aumentar a produção no campo, com o intuito de dar suporte
ao trabalhador e mantê-lo em suas atividades por meio do incentivo à comercialização e à pro-
dução para o autoconsumo. Na área urbana, as atividades têm como principal foco qualificar
a mão de obra, ampliar o microcrédito e identificar as oportunidades de geração de trabalho e
renda (SILVA; DAMASCENA, 2021).
Para além destes aspectos as políticas urbanas são facilmente associadas ao direito a cida-
de, a moradias dignas, ao saneamento básico, ao transporte urbano de qualidade e a participa-
ção social. Um dos mecanismos de participação social é o chamado Orçamento Participativo.
O orçamento participativo é um instrumento importantíssimo para que os cidadãos e
cidadãs estejam próximos do destino orçamentário de sua cidade. Através de assembleias
abertas (organizadas pelo poder público e/ou conselhos participativos) a população tem
espaço para decidir sobre as prioridades dos recursos públicos quanto aos investimentos
em obras e serviços por parte das prefeituras municipais. Além disso, o mecanismo permite
maior transparência dos gastos públicos e reforça a importância da prestação de contas por
parte dos gestores (DINIZ, 2018).
Outra preocupação constante ao se discutir políticas urbanas é o saneamento básico. O
saneamento básico é uma política que se pretende universal, devendo ser levada também as
discussões do território não urbano.

 Obs.: Para o caso do saneamento básico, foi construído o Plano Nacional de Saneamento
Básico – PLANSAB, Lei Nacional do Saneamento Básico (Lei n.. 11.445, de 5 de janei-
ro de 2007). As previsões e metas apontam para: a) definição de objetivos e metas
nacionais e regionalizadas e o engajamento de todos os entes federados pela uni-

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versalização do saneamento básico nas áreas urbana e rural; b) superação das desi-
gualdades e inclusão social por meio da universalização do saneamento básico – em
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e
manejo de águas pluviais – que deve garantir, independentemente de classe social e
capacidade de pagamento – qualidade, integralidade, continuidade, inclusão social e,
ainda, contribuir para a superação das diferentes formas de desigualdades sociais e
regionais, em especial as desigualdades de gênero e étnico-raciais; c) cumprimento
de metas no sentido de reduzir à metade, até 2015, o número de pessoas sem acesso
ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário (Ministério das Cidades, 2008).

Ao pensarmos em políticas sociais setoriais rurais, outros debates tem maior destaque.
Como a questão da agricultura familiar, dos modelos de produção agroflorestal e o atendimen-
to as necessidades básicas como a distribuição e o acesso a energia elétrica. São exemplos
de Políticas Públicas voltadas para o campo o Programa Nacional de Educação na Reforma
Agrária (Pronera); Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (Pronaf) e o
Programa luz para todos.

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RESUMO
Nessa aula nós abordamos brevemente as políticas públicas, sua perspectiva teórico-con-
ceitual e os processos existentes desde o reconhecimento do problema até a sua avaliação.
Demos enfoque as políticas públicas redistributivas em diálogo com as políticas constitu-
tivas e regulatórias. Em seguida fizemos uma pequena viagem no tempo nos recordando das
primeiras legislações importantes para a garantia dos direitos e da dignidade humana.
Explanamos sobre os arranjos institucionais na execução das políticas sociais setoriais
buscando apresentar os temas: Saúde, Educação, Habitação, Trabalho E Políticas Urbanas/
Políticas Rurais.
A partir do tema saúde, nessa aula, nós aprendemos sobre o funcionamento da política
de atenção básica e o principal exemplo de descentralização da gestão através o programa
Estratégia Saúde Familiar (EFS). Mostramos a magnitude do sistema de saúde pública e sua
capacidade de atendimento transversal as populações em suas comunidades.
Ao abordarmos a educação compreendemos as legislações que regulamentam o ensino
e os programas que visam garantir o acesso à educação gratuita e de qualidade. Ainda nesse
tópico abordamos a diferença entre as políticas de governo e as políticas de estado, sendo a
segunda a garantidora de estabilidade e manutenção dos programas desenvolvidos.
Nada obstante a ausência de entendimento populacional da moradia digna enquanto um
direito inalienável, no tópico habitação abordamos as legislações e suas mudanças ao longo
do tempo. Sua importância estratégica para o combate a fome, a miséria e a violência.
Igualmente, percebemos no tópico seguinte, Trabalho, que este além de um dos fundamen-
tos constitucionais no Brasil, compõe o imaginário popular, seja enquanto sonho profissional,
seja enquanto preocupação cotidiana pela ausência de postos de trabalho. Foi abordado gran-
de parte da sua legislação para ninguém ficar na mão do empregador. Os mecanismos de
fomento a geração de renda e mão de obra qualificada enquanto uma das principais políticas
públicas desse tópico.
Por fim, trabalhamos o conceito de políticas urbanas e rurais, suas diferenças e metas.
Nesta aula, não só mostramos a importância das políticas sociais setoriais para a redu-
ção das desigualdades no Brasil, como também a existência de marcos legais e diretrizes
formuladas para a criação de programas com vistas as transformações necessárias a vida em
sociedade.
Ainda que haja desigualdade de acesso a justiça, importa que conheçamos os nossos di-
reitos constitucionais.
Lembrem-se sempre:
“CONSTITUIÇÃO, REPÚBLICA FEDERATÍVA DO BRASIL DE 1988. É VERDADE ESSE BILHETE!”

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do Federal: Centro Gráfico, 1988.

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MEC, 2001c.

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Disponível em << https://web.archive.org/web/20090504154418/http://www.casabrasil.gov.
br/index.php?option=com_content&task=view&id=275&Itemid=74 >>. Acesso em 21 set 2022.

BRASIL, LEI N. 11.977, DE 7 DE JULHO DE 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha
Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas;
altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de
1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho
de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providên-
cias. Disponível em << http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.
htm#art1p >>. Acesso em: 20 set 2022.

BRASIL, Plano Nacional de Habitação. Versão para debates Brasília: Ministério das Cidades/
Secretaria Nacional de Habitação Primeira impressão: maio de 2010. 212 p. Disponível em
<< https://urbanismo.mppr.mp.br/arquivos/File/Habitacao/Material_de_Apoio/PLANONACIO-
NALDEHABITAO.pdf >>. Acesso em 25 set 2022.

BRASIL. Programa Segundo Tempo oferece oficinas em busca de talentos. Brasília, Ministé-
rio da Educação, 2010. Disponível em << http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/se-
gundo-tempo#:~:text=Programa%20Segundo%20Tempo%20ºferece%20ºficinas%20em%20
busca%20de%20talentos&text=Aulas%20de%20futebol%2C%20basquete%2C%20atletis-
mo,as%20escolas%20da%20rede%20federal. >>. Acesso em 21 set 2022.

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BRASIL. Moradia: Constituição garante e reforça concretização do direito. Constituição 30


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Professora, servidora pública e mestra em Direitos Humanos. Bacharel em Serviço Social pela Universidade
Federal de Sergipe (2011); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Brasileira de
Educação e Cultura (2015); mestra em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2019).
Possui Espanhol Intermediário I pelo CONOCER (2015). Possui experiência no trabalho com comunidades
e Educação Ambiental Crítica. Trabalhou como assistente social do Programa de Desenvolvimento Social
do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras UO SE/AL da PETROBRAS entre os
anos de 2010 e 2012. Mulher negra integrante do sistema de justiça, é analista judiciária – assistente
social do quadro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esteve lotada no Setor Interdisciplinar
Penal (SIP) da Comarca de Goiânia de junho/2015 a abril/2018. No Juizado da Infância e Juventude da
Comarca de Goiânia, atuou no Programa Amparando Filhos de abril/2018 a janeiro/2019 e no Setor de
Acolhimento Institucional (SEAI) de janeiro/2019 a julho/2021. Atualmente, está lotada na Coordenadoria
Interdisciplinar Forense. É tutora em Educação a Distância na Escola Judicial de Goiás (EJUG). Membra do
Comitê de Igualdade Racial do TJGO. Membra do Coletivo Rosa Parks (UFG). Promotora Legal Popular. É
iniciada em Reiki Usui (nível 1).

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