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Metodologia

Unidade 3

da Pesquisa
INDEX QUEM FAZ
Objetivo 03

Introdução 04

A pesquisa quantitativa 05

A pesquisa qualitativa 07

A pesquisa quanti-qualitativa 08

Método x Metodologia e os vários


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métodos de investigação

Referências 13

Administração da UMC
PROF. MANOEL BEZERRA DE MELO
Chanceler

PROFª MSc. REGINA COELI BEZERRA DE MELO


Reitora

DRA. ROSELI DOS SANTOS FERRAZ VERAS


Vice-Reitora

PROF. DR. CLAUDIO JOSÉ ALVES DE BRITO


Pró-reitor de Graduação do Campus Sede

PROF. ANTONIO DE OLIVAL FERNANDES


Pró-reitor de Graduação de Campus Fora de Sede

Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão

Equipe de EAD
MARCOS ANTÔNIO DUCATTI
Coordenação EAD

CRISTIANE PANIAGUA
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CARLA TANGANELLI
SILVIA ARCADES
Revisor de Texto

PUBLICAÇÃO
Esta revista virtual (E-book) é uma publicação da

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

Av. Dr. Cândido Xavier de Almeida e Souza, 200.


Mogi das Cruzes - SP
Fone: (11) 4798-7000
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autorização prévia da Universidade.

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Objetivo
Figura 01

Apresentar as diferentes formas de levantamento e tratamento dos dados em


pesquisa.
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Introdução
A disciplina metodologia científica, que se expressa na composição da
metodologia do trabalho científico e da metodologia da pesquisa, deve
ser uma matéria instrumental a serviço de uma proposta de trabalho
universitário. A universidade precisa ser entendida como local crítico
por excelência do projeto dessa própria comunidade universitária.
Por meio da metodologia científica, cria-se ou estimula-se o
desenvolvimento do espírito crítico e observador do aluno, além da
disciplina nos estudos, para que ele possa ver a realidade com toda sua
nudez, analisando-a e refletindo sob à luz de concepções filosóficas e
teóricas.

Segundo Antonio Joaquim Severino, na introdução de seu livro


Metodologia do Trabalho Científico (1984), “toda atividade
desenvolvida no contexto da vida de estudos universitários deve
fundar-se numa disciplina lógica rigorosa”. Assim, pelo estudo da
metodologia científica, vão sendo apresentadas diretrizes para a
formação paulatina de hábitos de estudos científicos, uma vez que a
pesquisa e a reflexão são objetivos relevantes na vida universitária. A
proposta daqueles que militam na universidade deve ser a de aprender,
isto é, não adianta apenas transmitir uma série de informações, é
preciso aprender a fazer e aprender fazendo.

Na escolha do tema do trabalho a ser desenvolvido, sabe-se que seu


foco de estudo, seu objeto de análise, partirá, necessariamente, de um
Figura 02

problema. Imaginemos que você decida compreender o fenômeno da


falta de interesse dos alunos em relação a uma determinada disciplina.

Obviamente que você terá de escolher qual será o método que utilizará
para checar as causas envolvidas nessa problemática.

Afirma-se, dessa forma, que, dependendo da abordagem do problema,


a pesquisa pode se classificar como quantitativa ou qualitativa.
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A pesquisa quantitativa
Suponhamos que a intenção do pesquisador seja medir, quantificar, o
grau de satisfação dos habitantes de uma determinada cidade no que
se refere à administração do prefeito atual.

Em sua opinião, qual tipo de pesquisa ele deveria optar?

Clique AQUI para saber mais.

Partindo do princípio de que essa modalidade requer o uso de


estatísticas e de recursos, como, por exemplo, percentagens, média,
mediana, coeficiente de correlação, entre outros; como o objetivo é
o de apurar as opiniões explícitas dos entrevistados, o questionário
representa um dos meios mais eficazes para testar de forma precisa as
hipóteses levantadas.

Exemplo de pesquisa quantitativa.

Pesquisa divulgada no Portal UOL em 16 de julho de 2013

Por meio de questões do tipo “fechadas”, apresenta-se um conjunto


de alternativas de respostas no intuito de se obter aquela que melhor
representa o ponto de vista da pessoa entrevistada. Ao delinear
de forma precisa e clara o que se deseja, tal procedimento garante
uniformidade de entendimento por parte dos entrevistados, o que
contribui para a eficácia, a precisão e a padronização dos resultados.
Mediante tais postulados, consideram-se relevantes alguns
procedimentos, entre os abaixo:

• Quais serão os objetivos a serem alcançados com a pesquisa?


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• A população e a amostragem já se encontram definidas?

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• Os questionários foram elaborados a partir de um critério
estruturado, com base em perguntas claras e objetivas?

• O campo da coleta de dados já foi definido, ou seja, qual o local


escolhido para aplicar o teste: nas residências, em um ambiente
público, em uma empresa?

• Processamento dos dados (tabulação): as informações colhidas


fornecem base suficiente para que sejam analisadas?

Todos esses pressupostos, uma vez materializados, contribuirão para


que a apresentação dos resultados se dê de forma precisa.
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A pesquisa qualitativa
A pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser
mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis.
Assim sendo, quando se trata do sujeito, levam-se em consideração
seus traços subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores não
podem ser traduzidos em números quantificáveis.

Por exemplo: a intenção é analisar as causas do desinteresse dos alunos


em relação a uma determinada disciplina. Certamente que todo esse
processo contará com a participação mais efetiva do pesquisador, ou
seja, ele terá de observar o fenômeno mais de perto, isto é, deslocar-
se para a escola e presenciar as aulas daquele professor regente da
disciplina em questão. No caso do questionário aplicado aos alunos,
é claro que opiniões irão divergir – dada a individualidade do ser
humano.

Com base nesses princípios, afirma-se que a pesquisa qualitativa


tem um caráter exploratório, uma vez que estimula o entrevistado a
pensar e a se expressar livremente sobre o assunto em questão. Na Figura 03
pesquisa qualitativa, os dados, em vez de serem tabulados, de forma a
apresentar um resultado preciso, são retratados por meio de relatórios,
levando-se em conta aspectos tidos como relevantes, como as opiniões
e comentários do público entrevistado.

Diante do exposto, há de se considerar que ambas as modalidades não


podem ser consideradas como excludentes, ao contrário, apenas se
distinguem por apresentarem funções específicas.

Para ilustrar melhor, acompanhe alguns procedimentos da pesquisa


qualitativa.

a. Definição da proposta: para identificar um bom tema-problema,


você precisa ler sobre a área de seu interesse. Faça revisões de
literatura, principalmente em artigos e revistas científicas.

b. Formulação das hipóteses e do referencial teórico: o


pesquisador evita construir hipóteses a priori, elas são, na maioria
das vezes, desenvolvidas a posteriori.

c. Coleta de dados: o pesquisador é o instrumento de coleta de


dados. Neste sentido, um estudo-piloto (prévio, informal) se faz
necessário, pois a prática é decisiva para uma boa coleta.

d. Análise dos dados: é realizada durante e após a coleta de dados.

e. Redação do relatório: elaborada através da narrativa analítica,


a partir da qual o pesquisador propõe (defende) uma possível
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interpretação (significativa) para o fenômeno.

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A pesquisa quanti-qualitativa
O campo científico aponta uma tendência para o surgimento de um
novo paradigma metodológico. Um modelo que consiga atender
plenamente às necessidades dos pesquisadores.

Essa dicotomia positivista x interpretativa, quantitativa x qualitativa,


parece estar cedendo lugar a um modelo alternativo de pesquisa,
o chamado quanti-qualitativo, ou o inverso, quali-quantitativo,
dependendo do enfoque do trabalho.

Se por um lado, os pesquisadores das ciências naturais e exatas se


mostram aversos às metodologias qualitativas, por outro, os cientistas
sociais começam a criticar o enfoque positivista. Para Barros e Lehfeld
(2003, p. 32):

Ao tratarmos das ciências sociais, não podemos


adotar o mesmo modelo de investigação das ciências
naturais, pois o seu objeto é histórico e possui uma
consciência histórico-social. Isto significa que tanto
o pesquisador como os sujeitos participantes dos
grupos sociais e da sociedade darão significados e
intencionalidade às ações e às suas construções.

Apesar da clara oposição existente entre as duas abordagens


(quantitativa x qualitativa) muitos autores, especialmente os da área
social, colocam que o ideal é a construção de uma metodologia que
consiga agrupar aspectos de ambas perspectivas, como é o caso de
Demo (1995, p. 231) quando diz que “embora metodologias alternativas
facilmente se unilateralizem na qualidade política, destruindo-a em
consequência, é importante lembrar que uma não é maior nem melhor
que a outra. Ambas são da mesma importância metodológica”.

Essa polarização do mundo (bem x mal, amor x ódio, grande x


pequeno) é própria da ideologia positivista. Essa postura de extremos
parece ser danosa para a ciência, pois às vezes é dada ao objeto uma
característica que não condiz com sua realidade, mas com o que está
mais próximo dele.

Assim, como o ser humano é composto de duas dimensões, matéria


e espírito, também é clara a ideia de que todas as coisas mundanas
possuem, ao menos, uma representação objetiva e outra subjetiva.

A visão reducionista que tem imperado no campo científico ocasiona


uma diminuição da importância dos objetos. Esse aspecto meramente
pragmático da pesquisa quantitativa acaba subjugando o real valor dos
estudos.
Por outro lado, autores defendem que a utilização apenas de métodos
qualitativos não é indicada, pois seria muito penoso construir teorias
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abrangentes a partir de estudos isolados.
Assim, os aspectos objetivos são, por vezes, necessários à ciência.
Se tomarmos por conta o campo das ciências sociais, sobretudo
a administração, veremos que já é uma realidade a utilização de
abordagens “mistas”, ou seja, pesquisas que vêm fazendo uso de
ferramentas de ambas perspectivas. Um discurso recente defendendo
a importância dos dois enfoques é o de May (2004, p. 146):

[...] ao avaliar esses diferentes métodos, deveríamos


prestar atenção, [...], não tanto aos métodos
relativos a uma divisão quantitativa-qualitativa da
pesquisa social – como se uma destas produzisse
automaticamente uma verdade melhor do que a
outra -, mas aos seus pontos fortes e fragilidades
na produção do conhecimento social. Para tanto, é
necessário um entendimento de seus objetivos e da
prática

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Método x Metodologia: os vários métodos
de investigação
É importante saber que, para conhecer, precisamos planejar,
destacando a forma de utilização do método científico para o conhecer
e para o agir. Planejar significa elaborar um plano sobre o que deve
ser feito, medido ou avaliado, saber quais as questões que devem
ser analisadas e a maneira de conduzir a pesquisa em seus variados
aspectos, considerando as teorias, hipóteses, variáveis, recurso de
pessoal, de equipamentos e assim por diante.

Para entender a metodologia, é importante considerar três pontos:

1. a metodologia científica, relacionada com o modo de conhecer;

2. a metodologia, relacionada com o modo de planejar e agir;

3. a metodologia, relacionada com o modo de fazer ou know-how.

Tradicionalmente, a metodologia científica orientava a construção


da pesquisa teórica e prática. A parte teórica abordaria o problema
da natureza do conhecimento e do método científico, que estariam
referenciando e direcionando modelos analíticos de explicação da
realidade em questão. A parte prática compreenderia a produção
científica referente a técnicas e métodos operacionais necessários para
o estudo e compreensão da realidade ou do objeto de análise.

Convém ressaltar que é pouco recomendável estabelecer a cisão


entre teoria e prática, a qual é consequência da concepção positivista
do conhecimento, em que é colocada, de um lado, a ciência e, de
outro, ou como seu segmento, a técnica. Em um ângulo dialético, não
basta apenas inovar em teoria, desenvolvendo-se somente o espírito
crítico, mas é fundamental a competência articulada à capacidade de
intervenção.

Por conseguinte, é possível dimensionar a divisão da metodologia em


três aspectos interconectados, ou seja, o epistemológico, o lógico e o
técnico, elementos necessários à construção da ciência.

a. Epistemológico: refere-se ao estudo das questões que se podem


levantar na procura da verdade, discussão dos limites, alcance
e valor dos métodos científicos (estudo crítico dos métodos
científicos).

b. Lógico: supõe a organização lógica do raciocínio na prática da


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investigação e da ação científica.

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c. Técnico: é o uso das técnicas e dos procedimentos específicos
utilizados em contextos particulares das pesquisas temáticas
problematizadas nas diferentes ciências.

Podemos destacar que os objetivos da metodologia consistem em


analisar e avaliar as características dos vários métodos disponíveis,
observando suas limitações ou as implicações de sua utilização. Nesse
sentido, ela é uma disciplina que nos remete à avaliação crítica de
técnicas e procedimentos na condução de pesquisas.

Dessa forma, a metodologia nos conduz a conhecer os caminhos do


processo científico, problematizando criticamente os limites da ciência
com relação à capacidade de conhecer e de intervir na realidade.

O ser humano procura interpretar o mundo em que vive atribuindo


conceitos significativos à realidade. Esse conhecimento pode ter várias
representações para a humanidade, dependendo do modo como é
percebido. A compreensão desse fenômeno mostra-nos que existem
diferentes caminhos para se produzir conhecimentos.

Em nossa época, em que a ciência se converte em uma força produtiva


direta e a revolução cientifica-técnica alcança marcos cada vez mais
amplos, cresce nossos interesses, seja dos problemas da filosofia, da
sociologia, de ciências e da metodologia.

Toda a investigação científica, para aproximar-se do fenômeno


estudado, necessita de certas regras ou procedimentos gerais /
particulares que possibilitam, na integração, captação dos movimentos
dos fenômenos seus desenvolvimento e múltiplas contradições. Quer
dizer, toda investigação científica necessita de métodos que permitam
alcançar o fim que se procura: não é possível obter um conhecimento
racional sistemático e organizado, atuando de qualquer modo; é
necessário seguir algum método ou caminho concreto que nos
aproxime a essa meta.

Os métodos de investigação são, portanto, os diversos sistemas de


procedimentos que se utilizam para obter conhecimentos científicos,
os diversos modelos de trabalho ou sequências lógicas que ajudam Figura 04
a obtenção do conhecimento científico e orienta a investigação
científica.

Em resumo, método é o conjunto de determinadas normas que


devem ser satisfeitas, para que a investigação seja adequadamente
conduzida e capaz de levar a conclusões merecedoras da adesão pela
comunidade científica. A palavra método significa o traçado das etapas
fundamentais da investigação.

Já a investigação é um processo de construção de conhecimentos que


tem como metas principais gerar novos conhecimentos, colaborar ou
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refutar algum conhecimento preexistente.

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A palavra método significa o traçado das etapas
fundamentais da investigação.

Investigar é um processo de aprendizagem tanto do


indivíduo que a realiza, quanto da sociedade que se
desenvolve.

Em diversas obras de metodologia e pesquisa científica, encontramos


diferentes classificações sobre as fases do método de pesquisa. Há
autores que chegam a relacionar dez fases, outros as sintetizam em
quatro. Para nós, porém, é importante esclarecer que todo trabalho
científico nasce de uma dificuldade ou questionamento que deve ser
cuidadosamente formulado. É um problema que nasce de um tema
geral de estudo. O pesquisador inicia, assim, o planejamento de seu
estudo, do qual resultará um projeto de pesquisa.

O projeto de pesquisa serve essencialmente para responder as


seguintes perguntas:

a. O que fazer? (Definição do tema e problema)


b. Por que fazer? (Justificativa da escolha do problema)
c. Para que fazer? (Propósitos do estudo: objetivos)
d. Quando fazer? (Cronograma de execução)
e. Onde fazer? (Local: campo de pesquisa)
f. Com que fazer? (Recursos: custeio)
g. Como fazer? (Metodologia)
h. Feito por quem? (Pesquisadores)

O plano de pesquisa é a configuração do processo completo


da investigação. Pode incluir desde a formulação de hipóteses
até a descrição de procedimentos a ser utilizados para análise e
interpretação de dados. Em outras palavras, ele procura responder de
que forma (como) os objetivos da pesquisa serão alcançados.
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Referências
CERVO, Amado Luiz. Metodologia Científica. 4ª edição. São Paulo: Makron Books, 1996.

BARROS, Aidil J. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2004.

VILELA JUNIOR, Guanis de Barros. A pesquisa qualitativa. Disponível em: < http://issuu.com/guanis/docs/
livro__mec_2008-1>. Acesso em 19/08/13

DUARTE, Vânia Maria. Pesquisa quantitativa e qualitativa. Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso
em 20/08/13.

Figuras

Figura 01, pág 03. Disponível em: http://ads.tt/66CU. Acesso em: 18 de jun. 2013.

Figura 02, pág 04. Disponível em: http://goo.gl/yA4O2h. Acesso em: 17 de out. 2013.

Figura 03, pág 07. Disponível em: http://goo.gl/QwbhW8. Acesso em: 17 de out. 2013.

Figura 04, pág 11. Disponível em: http://goo.gl/Lze8BA. Acesso em: 17 de out. 2013.

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