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ORIENTAÇÕES
PARA
ELABORAÇÃO
DE ESTUDO
DE REVISÃO
INTEGRATIVA
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
CDD 370
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APRESENTAÇÃO
O que nós
propomos?
Desenvolvido por:
Raquel Costa Albuquerque ¹
Juliana Fonseca de Queiroz Marcelino ¹
Maria Gisele Cavalcanti de Oliveira ²
Lais Rafaely da Silva Soares²
Vinícius Barbosa de Freitas Silva ²
Marina Maria Teixeira da Silva³
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SUMÁRIO
05 1. ENTENDENDO A REVISÃO INTEGRATIVA
05 2. O ESTADO DA ARTE
15 5. BASE DE DADOS
16 6.1 FLUXOGRAMA
19 REFERÊNCIAS
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1. ENTENDENDO A REVISÃO
INTEGRATIVA
A Revisão Integrativa (RI)1 é um dos desenhos de revisão de literatura.
O propósito das revisões de literatura é reunir conhecimentos sobre um
tópico, ajudando nas fundamentações de um estudo.
2. O ESTADO DA ARTE:
Após entender o que é uma Revisão Integrativa (RI) e quais são seus ob-
jetivos, podemos definir os passos que serão utilizados para a sua cons-
trução. Provavelmente quem pensa em fazer uma RI, já possui um tópi-
co de pesquisa em mente para ser estudado. Esse tópico refere-se a um
tema, uma ideia central da pesquisa, fruto da curiosidade do pesquisa-
dor a respeito de uma demanda específica (CRESWELL, 2010).
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Vamos considerar o tópico da pesquisa na caixa de exemplos:
1
Pesquisar as bases de dados, revistas e periódicos que abor-
dam temas a respeito de deficiência, contexto escolar e tec-
nologia;
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Fazer buscas bibliográficas (revisão de mapeamento) em pla-
taformas mais generalistas que apresentem variedades de da-
dos como, por exemplo, o Google Acadêmico;
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Verificar nos resultados apresentados quais os idiomas que
mais aparecem nas publicações (isso pode influenciar na es-
colha dos descritores).
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O Estado da Arte proporciona ao autor a experiência necessária para
expandir sua perspectiva a respeito do Tópico a ser estudado, quais suas
atuais demandas científicas, quais as lacunas deixadas por outros auto-
res em outros estudos, conhecimentos indispensáveis para o próximo
passo da RI.
3. ELABORAÇÃO DA PERGUNTA
CONDUTORA
A pergunta condutora, problema de pesquisa ou pergunta norteadora
tem a função de esclarecer uma dificuldade específica com o tópico de
pesquisa que se pretende responder por intermédio do estudo. Ela deve
ser clara, objetiva, viável e expressar o problema que será “solucionado”
por meio da pesquisa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Dica1:
Para a formulação de uma pergunta condutora que seja viável, também é in-
teressante conversar com profissionais e pesquisadores da área, além de fazer
buscas e leituras incessantes, para que a pergunta inicial, geralmente mais
ampla, torne-se cada vez mais uma pergunta específica e fundamentada na
literatura.
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Quando um objeto de estudo é muito escasso na literatura, talvez seja
necessário ampliar um pouco mais a pergunta para que se obtenha re-
sultados que possam ser discutidos. Essa pergunta irá direcionar os des-
critores, os termos livres e os filtros a serem utilizados para a busca das
obras literárias científicas.
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Podemos filtrar um objeto ou um sujeito da pesquisa limitando-o por
meio de adjetivos explicativos e restritivos que apontam qualidades, es-
tados, condições e características. Vejamos novamente:
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1 - Quais
Quais os softwares existentes para adolescentes com deficiên-
cia visual no contexto escolar?
2 - Quantos
Quantos softwares são utilizados por professores, durante a
aula, para adolescentes com deficiência visual?
3 - Como
Como os adolescentes com deficiência visual avaliam os sof-
twares desenvolvidos para o uso na escola?
A busca e a seleção dos artigos devem ser planejadas a partir dos crité-
rios de inclusão e exclusão do estudo, de modo a responder a pergun-
ta condutora. Assim, posteriormente, na divulgação científica dos acha-
dos, a apresentação do fluxograma de seleção dos artigos demonstrará
o quanto o estudo é confiável. Conforme Souza, Silva e Carvalho (2010),
os critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da
amostra, sendo importantes indicadores da confiabilidade e da fidedig-
nidade dos resultados.
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Dica 2:
Tendo em vista a importância do estabelecimento de critérios para a busca
de artigos, é importante seguir a ordem de definição dos descritores, das pa-
lavras-chave, dos critérios de amostragem e da seleção das bases de dados.
Dica 3:
Nesse exemplo, AND foi o operador booleano escolhido, pois a associação dos
descritores delimita os achados, evitando ou minimizando a possibilidade de
aparecerem obras que fogem à pergunta de pesquisa.
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Quanto aos operadores booleanos, eles são conectores utilizados para
ligar os termos de interesse da pergunta da pesquisa, formando a estra-
tégia de busca.
ORIENTAÇÃO EXEMPLO
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Pergunta condutora: “Quais os softwares existentes para
adolescentes com deficiência visual no contexto escolar?”
GRUPO 4
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3
DEFICIÊNCIA
ESCOLA CEGUEIRA BAIXA VISÃO
VISUAL
Escola X Sistemas Cegueira X Sistemas Baixa visão X Siste- Deficiência visual X Siste-
computacionais computacionais mas computacionais mas computacionais
Escola X Software Cegueira X Software Baixa visão X Softwa- Deficiência visual X Sof-
de aplicativos de de aplicativos de re de aplicativos de tware de aplicativos de
computador computador computador computador
Escola X Programas Cegueira X Progra- Baixa visão X Progra- Deficiência visual X Pro-
de computador e mas de computa- mas de computador gramas de computador
programação dor e programação e programação e programação
Escola X Programas Cegueira X Progra- Baixa visão X Progra- Deficiência visual X Pro-
de computação mas de computa- mas de computação gramas de computação
ção
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Escola X Tecnologia Cegueira X Tecnolo- Baixa visão X Tecno- Deficiência visual X Tec-
da informação gia da informação logia da informação nologia da informação
Escola X Recursos Cegueira X Recursos Baixa visão X Recur- Deficiência visual X Re-
de acessibilidade ao de acessibilidade ao sos de acessibilidade cursos de acessibilidade
computador computador ao computador ao computador
Escola X Tecnologia Cegueira X Tecnolo- Baixa visão X Tecno- Deficiência visual X Tec-
da informação e gia da informação e logia da informação nologia da informação e
comunicação comunicação e comunicação comunicação
Dica 4:
Com possibilidade de se encontrar mais estudos sobre o assunto abordado
nessa revisão, sugerimos a possibilidade de cruzar os descritores selecionados
inicialmente, não apenas com o descritor chave (o objeto de estudo - softwa-
re), mas também com os seus sinônimos, para que não houvesse perda de
nenhum estudo que abordasse o tema em questão
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Em outras palavras: se público adolescente foi delimitado na pergunta
condutora (a partir do Estado da Arte), o descritor “adolescente” não pre-
cisa obrigatoriamente estar entre os descritores para a busca. Pode-se,
inicialmente, colocar como critério de exclusão: artigos que não abor-
dem o público adolescente e, após a busca, excluir tais artigos.
5. BASE DE DADOS
A busca de estudos de revisão deve ser ampla. As bases de dados se-
lecionadas para a busca devem estar extrinsecamente relacionadas ao
assunto que se está pesquisando. Por exemplo: pesquisas que envolvam
saúde devem contemplar para a busca de artigos base de dados da
saúde (BVS, PubMed, Scielo, dentre outras). Na educação, por exemplo,
a Redalyc. No Design/Tecnologia Assistiva ou mais geral, por exemplo,
Scopus, Web of Science, ScienceDirect, Compendex, Capes. Essa última
também possui registros de teses e dissertações.
Dica 5:
Pode-se fazer uso de pesquisa complementar pelo Google Acadêmico e tam-
bém por metabuscadores que são importantes numa determinada área de
estudo, mas não são indexados numa base de dados científica. Portanto, esse
mesmo critério para a busca nas bases de dados procede para estudos que
envolvam as demais áreas.
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Dica 6:
A busca nas bases de dados não impede que o pesquisador realize busca
direta em periódicos. Caso a obra selecionada seja apresentada apenas no
formato de resumo, é possível que o pesquisador entre em contato com os
autores ou bibliotecários de instituições de ensino superior, para aquisição da
obra completa.
6.1 FLUXOGRAMA
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É importante que se contemplem também, no fluxograma, os motivos
de exclusão das obras. Na primeira fase já é possível excluir obras por
repetição, porém a exclusão pode ocorrer em fases posteriores como,
por exemplo, na situação em que um artigo referente a uma tese não é
apenas recorte dela, mas tem o mesmo conteúdo, e isso, muitas vezes,
somente é confirmado na leitura completa das obras.
Dica 7:
Descrever, em seus resultados, variáveis como: título, autores, ano de publica-
ção, desenho do estudo, participantes, objetivo, instrumentos e procedimen-
tos e resultados obtidos.
Na apresentação dos resultados, para que ela não fique tão extensa (es-
pecialmente se estiver representada em quadro), faz-se necessário focar
no objeto de estudo. Por exemplo, se o objeto de estudo é o software,
e se ele foi o motivo da obra ter sido incluída no estudo, serão descritos
no quadro a abordagem e os resultados relacionados ao software, e não
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sobre todas as outras tecnologias usadas, a não ser que haja uma relação
entre elas indispensável para a compreensão e para a resposta à pergun-
ta da pesquisa.
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REFERÊNCIAS
BRANDAU, R; MONTEIRO, R; BRAILE, D. M. Importância do uso correto
dos descritores nos artigos científicos. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc , v. 20 n
1, VII-IX, 2005.
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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Terapia Ocupacional
Grupo de Pesquisa em Saúde Infantil e Prevenção de Agravos