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2018
Apostila SScq – Capital Fetiche e Serviço Social – 2018 - AMOSTRA.
Serviço Social Comentado em Questões - Sarah Mesqnezes
E-mail: sscomentadoemquestoes@gmail.com Whatsapp 85987337191
O livro Capital Fetiche de Marilda Villela Iamamoto não está disponível em formato pdf,
gratuitamente, para podermos comentar ponto a ponto dele, contudo, aqui, neste
arquivo, eu vou ensinar como estudar um tema, mesmo não tendo acesso a livros. Esse
método é ensinado por mim desde o início dos meus conteúdos. ANOTEM:
RESPONDA as questões de provas a partir de textos gratuitos na internet e PROCURE as
falas mais importantes dos autores nestes textos.
Gabarito: a.
Justificativa: Corre-se o risco de cair na pulverização e fragmentação das questões sociais,
atribuindo unilateralmente aos indivíduos e suas famílias a responsabilidade pelas dificuldades
vividas, o que deriva na análise dos “problemas sociais” como problemas do indivíduo isolado e
da família, perdendo-se a dimensão coletiva e isentando a sociedade de classes da
responsabilidade na produção das desigualdades sociais4 . Por uma artimanha ideológica,
elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a a uma
dificuldade do indivíduo. A pulverização da “questão social”, típica da ótica liberal, resulta na
autonomização de suas múltiplas expressões – as várias “questões sociais”,- em detrimento da
perspectiva de unidade. Impede-se, assim, o resgate da origem da “questão social” imanente à
organização social capitalista, o que não elide a necessidade de apreender as múltiplas
expressões e formas concretas que assume.
Assim, a concepção de “questão social”, presidida pelas relações de classe que orienta a
presente análise, distingue-se da perspectiva sociológica que a apreende como disfunção ou
ameaça à coesão e à ordem social, inspirada na tradição de E. Durkheim, típica da escola
francesa. Distingue-se ainda daqueles que consideram a existência de uma “nova questão
social” resultante da “inadaptação de antigos métodos de gestão do social”, produto datado da
“crise do Estado Providência” (ROSANVALLON, 1995; 1997; FITOUSSI; ROSANVALLON, 1997).
Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FaPa1Oy8kQ65voJ4T345.pdf
A “questão social” condensa múltiplas desigualdades mediadas por disparidades nas relações
de gênero, características étnico-raciais, relações com o meio ambiente e formações regionais,
colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização.
Dispondo de uma dimensão estrutural – enraizada na produção social contraposta à
apropriação privada dos frutos do trabalho, a “questão social” atinge visceralmente a vida dos
sujeitos numa luta aberta e surda pela cidadania (IANNI, 1992), no embate pelo respeito aos
direitos civis, políticos e sociais. Esse processo é denso de conformismos e rebeldias,
expressando a consciência e luta que acumule forças para o reconhecimento das necessidades
de cada um e de todos os indivíduos sociais. Foram as lutas sociais que romperam o domínio
privado nas relações entre capital e trabalho, extrapolando a questão social para a esfera
pública. Ela passa a exigir a interferência do Estado no reconhecimento e a legalização de
direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos, consubstanciados nas políticas e nos serviços
sociais, mediações fundamentais para o trabalho do assistente social.
O atual contexto neoliberal exige que o Assistente Social tenha competência para decifrar
“os fetiches desses tempos presididos pelas finanças”, o que requer
Gabarito: b.
Justificativa: Assistentes Sociais, ao se inserirem em processos de trabalho, conseguem
materializar, no cotidiano profissional, o Projeto Ético-Político da profissão, na assertiva de que
a consolidação hegemônica deste predispõe que o exercício profissional exija, conforme
Iamamoto (2006) um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com
a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e
atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais para buscar apreender, no
movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem
apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (p. 12).
Disponível em:
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoJ/051e164af7a930be9ed3Francisco_
Henrique.pdf
Gabarito: b.
Justificativa: Mesmo vivendo sob condições adversas, a mesma classe apresenta vias de
resistência a essa estrutura social quando reivindica sua inserção nos serviços mantidos pela
rede de proteção social como uma das formas de enfrentamento para suprir suas necessidades.
Nesse sentido, é essencial pensar a questão social não somente como cenário onde o exercício
profissional do assistente social se materializa, mas também nela mesma e em suas expressões
como dimensões constitutivas desse exercício. O objeto de intervenção do Serviço Social é
historicamente determinado e sua análise deriva da perspectiva histórica e política assumida
pelo assistente social a partir dos determinantes do projeto ético-político profissional. Dessa
análise, decorre o exercício profissional cujo caminho e direcionamento pode ser o de assumir o
objeto construído pela organização em que o assistente social atua como dele mesmo, como
pode ser construído a partir das determinações decorrentes da correlação de forças entre
conjuntura, contexto institucional, demandas do usuário, demandas organizacionais e o projeto
ético-político construído pelos profissionais. Ainda assim, é preciso reforçar que o exercício
profissional não ocorre de maneira tão linear: configura-se aí um embate entre aqueles
profissionais que entendem que, para o Serviço Social construir respostas profissionais, é
preciso fortalecer as atribuições determinadas pela organização e outros profissionais que
entendem serem os caminhos para a construção de respostas profissionais indicados pelo
projeto ético-político, pelos usuários e pela realidade social.
Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/ssrevista/pdf/2009/2009_2/85_As%20multiplas%20dimensoes%20presentes%20no%
20exercicio%20profissional%20do%20assistente%20social%20artigo%20ultima%20versao_publicar.pdf
Gabarito: a.
Justificativa: A particularidade sócio-histórica do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, em
sua fase monopólica, destaca-se pelo seu perfil tardio e pela natureza da burguesia brasileira
reacionária, além de uma “[...] debilidade histórica da democracia no Brasil, que se expressa no
fortalecimento do Estado e na subalternidade da sociedade civil [...].” (IAMAMOTO, 2008, p.
134).
Nessas condições, se evidencia nas relações sociais capitalistas uma “[...] imensa fratura entre o
desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social e as relações sociais que o
sustentam.” (IAMAMOTO, 2008, p. 164).
Tal fratura se denomina como a questão social. [...] a questão social condensa o conjunto das
desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento contraditório das
relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de capital
fetiche. As configurações assumidas pela questão social integram tanto determinantes históricos
objetivos que condicionam a vida dos indivíduos sociais, quanto dimensões subjetivas, fruto da
ação dos sujeitos na construção da história. Ela expressa, portanto, uma arena de lutas políticas
e culturais na disputa entre projetos societários, informados por distintos interesses de classe na
Apostila SScq – Capital Fetiche e Serviço Social – 2018 - AMOSTRA.
Serviço Social Comentado em Questões - Sarah Mesqnezes
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condução das políticas econômicas e sociais, que trazem o selo das particularidades históricas
nacionais. (IAMAMOTO, 2008, p. 156, grifo do autor).
05 - Ano: 2011 Banca: FESMIP-BA Órgão: MPE-BA Prova: Analista - Serviço Social
Acerca da intervenção profissional do Serviço Social, Marilda Iamamoto (2007) afirma que,
em tempos de capital e fetiche, existem tensas relações entre o proj eto ético-político
profissional e o estatuto assalariado do Assistente Social, ou seja, existe uma relativa
autonomia na condução de suas ações profissionais.
Com base no pensamento da autora, pode-se considerar como desafio posto aos
assistentes sociais o indicado em
Gabarito: a.
Justificativa: Verifica-se uma tensão entre projeto profissional, que afirma o assistente social
como um ser prático-social dotado de liberdade e teleologia, capaz de realizar projeções e
buscar implementá-las na vida social; e a condição de trabalhador assalariado, cujas ações são 9
submetidas ao poder dos empregadores e determinadas por condições externas aos indivíduos
singulares, os quais são socialmente forjados a subordinar-se, ainda que coletivamente possam
rebelar-se. Em outros termos, repõe-se, nas particulares condições do trabalho do assistente
social profissional, o clássico dilema entre causalidade e teleologia, entre momentos de
estrutura e momentos de ação, exigindo articular, na análise histórica, estrutura e ação do
sujeito. Esse dilema tende a ser subjetivamente apreendido pelos profissionais de campo, ao
nível da percepção cotidiana, de forma dualista, expressa no reincidente reclamo do
“distanciamento entre projeções e realidade, entre teoria e prática”. Mas essa “denúncia” aponta
duas questões da maior relevância: (a) a existência de um campo de mediações que necessita
ser considerado para realizar o trânsito da análise da profissão ao seu exercício efetivo na
diversidade dos espaços ocupacionais em que ele se inscreve; (b) a exigência de ruptura de
análises unilaterais, que enfatizam um dos polos daquela tensão transversal ao trabalho do
assistente social, destituindo as relações sociais de suas contradições. Assim, um desafio é
romper as unilateralidades presentes nas leituras do trabalho do assistente social com vieses ora
fatalistas, ora messiânicos, tal como se constata no cotidiano profissional (IAMAMOTO, 1992).
As primeiras superestimam a força e a lógica do comando do capital no processo de (re)
produção, submergindo a possibilidade dos sujeitos de atribuírem direção às suas atividades.
Com sinal trocado, no viés voluntarista, a tendência é silenciar ou subestimar os determinantes
histórico-estruturais objetivos que atravessam o exercício de uma profissão, deslocando a
ênfase para a vontade política do coletivo profissional, que passa a ser superestimada,
correndo-se o risco de diluir a profissionalização na militância stricto sensu.
Disponível em:
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servicosocial/Texto_introdutorio_Marilda_Iamamoto.pdf