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Apostila SScq

Capital Fetiche e Serviço Social

2018
Apostila SScq – Capital Fetiche e Serviço Social – 2018 - AMOSTRA.
Serviço Social Comentado em Questões - Sarah Mesqnezes
E-mail: sscomentadoemquestoes@gmail.com Whatsapp 85987337191

Capital Fetiche e Serviço Social?


Iamamoto trata do processo de re(produção) das relações sociais
no movimento global do capital que rende juros, capital fetiche,
ou fetichezado.
Estabelece fundamentos para a emergência do Serviço Social no
desenvolvimento capitalista, sobre seu processo de acumulação
e expansão neoliberal, como a questão social nasce e as políticas
sociais são contraditórias. E, como tudo isso reflete no projeto
profissional do assistente social, atualmente.
.
Porém, não estaremos presos SÓ ao livro e sim aos temas.

O livro Capital Fetiche de Marilda Villela Iamamoto não está disponível em formato pdf,
gratuitamente, para podermos comentar ponto a ponto dele, contudo, aqui, neste
arquivo, eu vou ensinar como estudar um tema, mesmo não tendo acesso a livros. Esse
método é ensinado por mim desde o início dos meus conteúdos. ANOTEM:
RESPONDA as questões de provas a partir de textos gratuitos na internet e PROCURE as
falas mais importantes dos autores nestes textos.

Nesta apostila você verá uma revisão comentada dos termos:


- Emergência do Serviço Social na fase monopólica; Fetiche Financeiro;
- Capitalismo e neoliberalismo; Políticas Sociais;
- Questão Social; Projeto Profissional;
- Iamamoto e outros autores; Mudanças no mundo do trabalho.

01 - Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Venda Nova do Imigrante – ES


Prova: Assistente Social

Sobre a questão social, fundamentando-se na análise de Iamamoto (2008) acerca do


serviço social em tempo de capital fetiche, é INCORRETO afirmar que:

a) Se identifica com a exclusão social.


b) A sua pulverização, típica da ótica liberal resulta na autonomização de suas múltiplas
expressões.
c) É expressão da “disfunção” ou “ameaça” à ordem e à coesão social, segundo a tradição
sociológica de E. Durkheim.
d) Expressa as desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas
por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais.

Gabarito: a.
Justificativa: Corre-se o risco de cair na pulverização e fragmentação das questões sociais,
atribuindo unilateralmente aos indivíduos e suas famílias a responsabilidade pelas dificuldades
vividas, o que deriva na análise dos “problemas sociais” como problemas do indivíduo isolado e
da família, perdendo-se a dimensão coletiva e isentando a sociedade de classes da
responsabilidade na produção das desigualdades sociais4 . Por uma artimanha ideológica,
elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a a uma
dificuldade do indivíduo. A pulverização da “questão social”, típica da ótica liberal, resulta na
autonomização de suas múltiplas expressões – as várias “questões sociais”,- em detrimento da
perspectiva de unidade. Impede-se, assim, o resgate da origem da “questão social” imanente à
organização social capitalista, o que não elide a necessidade de apreender as múltiplas
expressões e formas concretas que assume.

Disponível em: http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-2.pdf


Apostila SScq – Capital Fetiche e Serviço Social – 2018 - AMOSTRA.
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Assim, a concepção de “questão social”, presidida pelas relações de classe que orienta a
presente análise, distingue-se da perspectiva sociológica que a apreende como disfunção ou
ameaça à coesão e à ordem social, inspirada na tradição de E. Durkheim, típica da escola
francesa. Distingue-se ainda daqueles que consideram a existência de uma “nova questão
social” resultante da “inadaptação de antigos métodos de gestão do social”, produto datado da
“crise do Estado Providência” (ROSANVALLON, 1995; 1997; FITOUSSI; ROSANVALLON, 1997).
Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FaPa1Oy8kQ65voJ4T345.pdf

A “questão social” condensa múltiplas desigualdades mediadas por disparidades nas relações
de gênero, características étnico-raciais, relações com o meio ambiente e formações regionais,
colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização.
Dispondo de uma dimensão estrutural – enraizada na produção social contraposta à
apropriação privada dos frutos do trabalho, a “questão social” atinge visceralmente a vida dos
sujeitos numa luta aberta e surda pela cidadania (IANNI, 1992), no embate pelo respeito aos
direitos civis, políticos e sociais. Esse processo é denso de conformismos e rebeldias,
expressando a consciência e luta que acumule forças para o reconhecimento das necessidades
de cada um e de todos os indivíduos sociais. Foram as lutas sociais que romperam o domínio
privado nas relações entre capital e trabalho, extrapolando a questão social para a esfera
pública. Ela passa a exigir a interferência do Estado no reconhecimento e a legalização de
direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos, consubstanciados nas políticas e nos serviços
sociais, mediações fundamentais para o trabalho do assistente social.

Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FaPa1Oy8kQ65voJ4T345.pdf

02 - Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL Prova: Assistente Social

O atual contexto neoliberal exige que o Assistente Social tenha competência para decifrar
“os fetiches desses tempos presididos pelas finanças”, o que requer

a) um piso salarial mínimo coerente com as atividades profissionais e a carga horária de


trabalho.
b) a apreensão, na realidade, das tendências e possibilidades a serem transformadas em
projetos de trabalho profissional.
c) o combate à precarização do trabalho do Assistente Social, a fim de que este possa
desenvolver programas sociais.
d) o investimento institucional em assessorias que busquem um diagnóstico para propor ações
de trabalho.
e) um maior comprometimento das entidades representativas dos assistentes sociais.

Gabarito: b.
Justificativa: Assistentes Sociais, ao se inserirem em processos de trabalho, conseguem
materializar, no cotidiano profissional, o Projeto Ético-Político da profissão, na assertiva de que
a consolidação hegemônica deste predispõe que o exercício profissional exija, conforme
Iamamoto (2006) um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com
a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e
atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais para buscar apreender, no
movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem
apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (p. 12).

Disponível em:
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoJ/051e164af7a930be9ed3Francisco_
Henrique.pdf

03 - Ano: 2012 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: MPE-AL Prova: Assistente Social

Iamamoto (2007), ao se referir à pós-graduação e aos rumos da pesquisa na obra Serviço


Social em tempo de capital fetiche , aponta para a incorporação da atitude investigativa e
da pesquisa como

a) dimensões complementares, tanto da formação quanto do exercício profissional.


b) dimensões constitutivas, tanto da formação quanto do exercício profissional.
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c) dimensões particulares, tanto da formação quanto do exercício profissional.


d) dimensões determinantes, tanto da formação quanto do exercício profissional.
e) dimensões mediadoras, tanto da formação quanto do exercício profissional.

Gabarito: b.
Justificativa: Mesmo vivendo sob condições adversas, a mesma classe apresenta vias de
resistência a essa estrutura social quando reivindica sua inserção nos serviços mantidos pela
rede de proteção social como uma das formas de enfrentamento para suprir suas necessidades.
Nesse sentido, é essencial pensar a questão social não somente como cenário onde o exercício
profissional do assistente social se materializa, mas também nela mesma e em suas expressões
como dimensões constitutivas desse exercício. O objeto de intervenção do Serviço Social é
historicamente determinado e sua análise deriva da perspectiva histórica e política assumida
pelo assistente social a partir dos determinantes do projeto ético-político profissional. Dessa
análise, decorre o exercício profissional cujo caminho e direcionamento pode ser o de assumir o
objeto construído pela organização em que o assistente social atua como dele mesmo, como
pode ser construído a partir das determinações decorrentes da correlação de forças entre
conjuntura, contexto institucional, demandas do usuário, demandas organizacionais e o projeto
ético-político construído pelos profissionais. Ainda assim, é preciso reforçar que o exercício
profissional não ocorre de maneira tão linear: configura-se aí um embate entre aqueles
profissionais que entendem que, para o Serviço Social construir respostas profissionais, é
preciso fortalecer as atribuições determinadas pela organização e outros profissionais que
entendem serem os caminhos para a construção de respostas profissionais indicados pelo
projeto ético-político, pelos usuários e pela realidade social.

Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/ssrevista/pdf/2009/2009_2/85_As%20multiplas%20dimensoes%20presentes%20no%
20exercicio%20profissional%20do%20assistente%20social%20artigo%20ultima%20versao_publicar.pdf

04 - Ano: 2016 Banca: Prefeitura de Fortaleza – CE Órgão: Prefeitura de Fortaleza – CE


Prova: Assistente Social

Assinale a opção correta no que tange à questão social em tempos contemporâneos

a) Um conjunto de desigualdades e lutas sociais produzidas e reproduzidas no movimento


contraditório das relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo
de capital-fetiche.
b) Um conjunto de problemas sociais e lutas sociais produzidas e reproduzidas no movimento
contraditório das relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo
de capital-fetiche.
c) Um conjunto de desigualdades e lutas sociais produzidas e reproduzidas no movimento
contraditório do capital, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de
capital-fetiche.
d) Um conjunto de problemas sociais e de questões produzidas e reproduzidas no movimento
contraditório do capital, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de
capital-fetiche.

Gabarito: a.
Justificativa: A particularidade sócio-histórica do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, em
sua fase monopólica, destaca-se pelo seu perfil tardio e pela natureza da burguesia brasileira
reacionária, além de uma “[...] debilidade histórica da democracia no Brasil, que se expressa no
fortalecimento do Estado e na subalternidade da sociedade civil [...].” (IAMAMOTO, 2008, p.
134).
Nessas condições, se evidencia nas relações sociais capitalistas uma “[...] imensa fratura entre o
desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social e as relações sociais que o
sustentam.” (IAMAMOTO, 2008, p. 164).
Tal fratura se denomina como a questão social. [...] a questão social condensa o conjunto das
desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento contraditório das
relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de capital
fetiche. As configurações assumidas pela questão social integram tanto determinantes históricos
objetivos que condicionam a vida dos indivíduos sociais, quanto dimensões subjetivas, fruto da
ação dos sujeitos na construção da história. Ela expressa, portanto, uma arena de lutas políticas
e culturais na disputa entre projetos societários, informados por distintos interesses de classe na
Apostila SScq – Capital Fetiche e Serviço Social – 2018 - AMOSTRA.
Serviço Social Comentado em Questões - Sarah Mesqnezes
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condução das políticas econômicas e sociais, que trazem o selo das particularidades históricas
nacionais. (IAMAMOTO, 2008, p. 156, grifo do autor).

Disponível em: http://www.cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/14/14511ed4-4b30-46ce-8c04-


275d8030e0ee.pdf

05 - Ano: 2011 Banca: FESMIP-BA Órgão: MPE-BA Prova: Analista - Serviço Social

Acerca da intervenção profissional do Serviço Social, Marilda Iamamoto (2007) afirma que,
em tempos de capital e fetiche, existem tensas relações entre o proj eto ético-político
profissional e o estatuto assalariado do Assistente Social, ou seja, existe uma relativa
autonomia na condução de suas ações profissionais.

Com base no pensamento da autora, pode-se considerar como desafio posto aos
assistentes sociais o indicado em

a)Necessidade de rompimento das unilateralidades presentes nas leituras do trabalho do


Assistente Social com vieses ora fatalistas, ora messiânicos.
b) Retomada do papel de militante político do Assistente Social, possibilitando a sua condição
de protagonista na luta pela construção de uma nova ordem societária.
c) Desprezo pela análise histórica da sociedade, passando a ter uma visão mais pragmática e
objetiva, possibilitando um avanço nas técnicas de intervenção presentes na
contemporaneidade.
d) Necessidade, no seio da categoria, de construção de estudos e pesquisas sobre a pobreza, a
interdisciplinaridade, deixando para um segundo momento as questões ligadas ao trabalho do
Assistente Social.
e) Realização da mediação entre capital e trabalho como único profissional que, através da sua
formação generalista, possui competências e habilidades para atuar nesse binômio.

Gabarito: a.
Justificativa: Verifica-se uma tensão entre projeto profissional, que afirma o assistente social
como um ser prático-social dotado de liberdade e teleologia, capaz de realizar projeções e
buscar implementá-las na vida social; e a condição de trabalhador assalariado, cujas ações são 9
submetidas ao poder dos empregadores e determinadas por condições externas aos indivíduos
singulares, os quais são socialmente forjados a subordinar-se, ainda que coletivamente possam
rebelar-se. Em outros termos, repõe-se, nas particulares condições do trabalho do assistente
social profissional, o clássico dilema entre causalidade e teleologia, entre momentos de
estrutura e momentos de ação, exigindo articular, na análise histórica, estrutura e ação do
sujeito. Esse dilema tende a ser subjetivamente apreendido pelos profissionais de campo, ao
nível da percepção cotidiana, de forma dualista, expressa no reincidente reclamo do
“distanciamento entre projeções e realidade, entre teoria e prática”. Mas essa “denúncia” aponta
duas questões da maior relevância: (a) a existência de um campo de mediações que necessita
ser considerado para realizar o trânsito da análise da profissão ao seu exercício efetivo na
diversidade dos espaços ocupacionais em que ele se inscreve; (b) a exigência de ruptura de
análises unilaterais, que enfatizam um dos polos daquela tensão transversal ao trabalho do
assistente social, destituindo as relações sociais de suas contradições. Assim, um desafio é
romper as unilateralidades presentes nas leituras do trabalho do assistente social com vieses ora
fatalistas, ora messiânicos, tal como se constata no cotidiano profissional (IAMAMOTO, 1992).
As primeiras superestimam a força e a lógica do comando do capital no processo de (re)
produção, submergindo a possibilidade dos sujeitos de atribuírem direção às suas atividades.
Com sinal trocado, no viés voluntarista, a tendência é silenciar ou subestimar os determinantes
histórico-estruturais objetivos que atravessam o exercício de uma profissão, deslocando a
ênfase para a vontade política do coletivo profissional, que passa a ser superestimada,
correndo-se o risco de diluir a profissionalização na militância stricto sensu.
Disponível em:
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servicosocial/Texto_introdutorio_Marilda_Iamamoto.pdf

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