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SOCIOLOGIA

FICHA DE AULA
Série: 3º ANO Turma:
Aluno:
Professor: Jefferson Góes Data:

MUDANÇA SOCIAL

 Definição: “Transformações na vida e no funcionamento da sociedade [...] Podem


ocorrer em diversos níveis [...]: no nível das instituições, no dos costumes e da
conduta, ou seja, no nível cultural, no nível da estrutura social etc.”
 Embora a mudança social represente o confronto entre o moderno e o arcaico, e nesse
sentido provoque uma ruptura com o antigo, esta ruptura não é radical e absoluta.
Alguns elementos do passado sobrevivem à mudança social, às vezes de maneira
intacta, às vezes adaptado ao novo tempo.
 Atenção: o conceito de mudança social é diferente do de evolução social. O primeiro
refere-se a mudanças em breves períodos e o segundo ao acúmulo de mudanças no
período mais longo.
 Exemplos de mudanças sociais: abolição da escravidão →trabalho assalariado
→transformações nas estruturas sociais e nas relações sociais.
 O ritmo das mudanças sociais varia de sociedade para sociedade (as sociedades
sempre estão mudando). Nas sociedades comunitárias (sociedades tradicionais) tende
a ser mais lento. Já nas sociedades societárias (sociedades industriais e pós-
industriais), a mudança social costuma ser mais acelerada.
 Fatores que influem no ritmo das mudanças sociais: a)contato entre sociedades
diferentes; b) desenvolvimento dos meios de comunicação; c) características do
modelo político etc.
 Mudanças sociais são mais rápidas em alguns setores do que em outros. Por exemplo:
mudanças nos bens materiais costumam ser mais rápidas do que nas crenças.
 Fatores que provocam mudança social: fatores geográficos, fatores econômicos,
fatores sociais e fatores culturais.
 Fatores geográficos: apesar de o homem não ser produto do meio, as condições
geográficas podem transformar as relações sociais. Exemplo: as migrações dos
nordestinos em virtude da seca.
 Fatores econômicos: fatos como a Revolução Industrial provocam mudanças nas
estruturas sociais e nas relações sociais. Algumas vezes, por exemplo, possibilitam uma
maior mobilidade social.
 Fatores sociais: guerras, revoltas, revoluções provocam mudanças sociais significativas.
A título de exemplo, a Revolução Francesa reduziu o prestígio político da nobreza e
aumentou o da burguesia.
 Fatores culturais: o surgimento de novas crenças ou de novas idéias científicas.
 Há duas forças que provocam a mudança social: forças internas (endógenas) e
externas (exógenas).
 Forças endógenas: a principal força endógena é a invenção. Invenções como as da
lâmpada, da bomba atômica, do telefone, da televisão, do computador provocam
mudanças sociais significativas.
 Forças exógenas: através do mecanismo de difusão cultural uma sociedade passa a ter
acesso a novos elementos culturais provenientes de outras sociedades. Com o
processo de globalização, esse fenômeno ocorre com maior freqüência.
 Obstáculos e resistências: obstáculos são barreiras originadas na própria estrutura
social que tornam difícil a mudança social; resistências são reações conscientes que
tentam impedir alguma mudança social. Exemplo de obstáculo: com relação à abolição
da escravidão no Brasil, um obstáculo era a substituição da mão-de-obra escrava.
Exemplo de resistência: a oposição dos proprietários de escravos que não desejavam
ver os seus interesses ameaçados. Outro exemplo de resistência: Revolta da Vacina
(1904).
 Atitudes com relação à mudança social:
a) Atitude conservadora (tradicionalista; centro direita)
b) Atitude reacionária (defesa do status quo; extrema direita)
c) Atitude reformista ou progressista (centro esquerda; esquerda moderada)
d) Atitude revolucionária (extrema esquerda; revolucionários)
 Graus de mudança social: reforma (mudança parciais/ gradativas, que não mudam as
instituições, mas as aprimoram); revolução (mudança radical/acelerada, muitas vezes
violenta que altera as instituições – desorganiza a estrutura social e depois dá uma
nova organização).

Pobreza e desenvolvimento

 Nas décadas de 1950 e 1960, os países pobres eram chamados de subdesenvolvidos.


Nas de 1970 e 1980, de Terceiro Mundo. Atualmente, de países emergentes ou em
desenvolvimento. Exemplo de países emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC).
Outros países emergentes: Argentina, Chile, África do Sul, México.
 Características comuns a todos os países pobres (algumas dessas características
também podem ser atribuídas aos países emergentes ou em desenvolvimento): baixa
renda per capita; dependência econômica e tecnológica; grandes desigualdades na
distribuição de renda; taxas elevadas de mortalidade infantil; altos índices de
analfabetismo; má distribuição da propriedade da terra; dívida externa elevada;
economia controlada parcial ou totalmente por empresas multinacionais; grandes
índices de corrupção; desrespeito aos direitos humanos.
 Em resumo, países pobres têm baixos níveis de desenvolvimento humano, econômico
e social.
 O antigo conceito de subdesenvolvimento (que é diferente de não-desenvolvimento
ou de pouco desenvolvimento) tem como principal característica o desenvolvimento
perverso, que é o crescimento econômico e social de apenas uma parcela da
população, o que acirra as desigualdades.
 Um dos referenciais para classificar o nível de desenvolvimento e a qualidade de vida
de um país é o índice desenvolvido pela ONU conhecido como IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano). Ele leva em consideração a expectativa de vida da
população, a renda per capita, a taxa de alfabetização da população e o número de
matrícula no ensino fundamental, médio e superior. Em 2006, o Brasil estava na
posição nº 70 do ranking que continha 177 países, perdendo inclusive para o Panamá
(62º), Cuba (51º), Uruguai (46º) e Chile (40º).
 Principais indicadores vitais de pobreza ou de subdesenvolvimento: consumo
insuficiente de calorias (mínimo 1000 calorias; ideal 2240 calorias); vulnerabilidade às
doenças (principalmente doenças decorrentes da má alimentação e da falta de
saneamento básico); altas taxas de natalidade (falta de informação sobre os métodos
de controle da natalidade; cada filho aumenta em potencial a renda da família);
predomínio de jovens (países ricos têm baixa taxa de natalidade e expectativa de vida
alta; inversamente, países pobres têm alta taxa de natalidade e baixa expectativa de
vida).
 Um país pode ser caracterizado como maduro (quando a Revolução Industrial
aconteceu há dois séculos ou mais – neles as condições socioeconômicas são boas
para a maioria da população), os jovens (países que se industrializaram mais
recentemente e cuja população é jovem) e os países em transição (que aos poucos vão
melhorando os índices de desenvolvimento).
 Principais indicadores socioeconômicos de pobreza: baixa renda per capita (divisão da
renda nacional – PIB menos os pagamentos externos, a depreciação e os impostos
indiretos – pela população do país; em 2005, Burundi tinha a menor renda per capita
do mundo – 100 –, enquanto o Brasil tinha 3890 $ e a Noruega 60890 $); predomínio
do setor primário sobre o secundário (agricultura, pecuária, pesca, extrativismo
vegetal, mineração etc.); concentração da propriedade da terra e baixa produtividade
na agricultura (relação entre produto e quantidade de trabalho utilizado para obtê-lo);
concentração de renda (medida pelo Índice de Gini; quanto mais próxima de 1,
maiores as desigualdades; é considerado razoável um índice em torno de 0,45; em
2005, o índice obtido pelo Brasil foi de 0,57: os 10 % mais pobre ficam com 0,8 da
renda e os 10 % mais ricos ficam com 44 % da renda nacional; o país com a menor grau
de concentração de renda é a Islândia: 0,195); subemprego ou desemprego disfarçado
(empregos de remuneração incerta e atividades não regulamentadas em lei: camelôs,
bóias-frias etc.)
 A alternativa de desenvolvimento deve ser o desenvolvimento sustentável:
crescimento econômico e combate à pobreza, melhor distribuição de renda e de terra
e respeito ao equilíbrio ecológico.

Bibliografia: OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. Editora Ática, 2008.

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