Você está na página 1de 4

PROF YGOR MAIA LEIROS

DESIGUALDADE SOCIAL NO MUNDO GLOBALIZAÇÃO


Globalização econômica vincula-se à exclusão social a partir do momento
em que a expansão massiva dos meios tecnológicos e de informação não
atinge de forma democrática toda a população do planeta, favorecendo o
acúmulo de riqueza para os mais ricos e dificultando, assim, a
emancipação social dos mais pobres.
A Globalização econômica consolidou-se no mundo a partir de meados do
século XX com a III Revolução Industrial, também chamada de Revolução
Técnico-Científica. Entretanto, o seu surgimento está vinculado ao período
das grandes navegações europeias do final do século XV e início do século
XVI.
Durante esse período, intensificou-se o processo de colonização. Desse
modo, as nações colonizadoras impuseram sobre os povos colonizados
sua cultura e o seu modo de ver o mundo. Além disso, esses países foram
responsáveis pela exploração maciça das riquezas naturais e sociais
daquilo que viria a ser mais tarde chamado de “mundo subdesenvolvido”.
Como produto, emergiu a exclusão social predominante nos países mais
pobres.
A Globalização, nos moldes atuais, é comandada pelas grandes
multinacionais e pelo neoliberalismo. Assim, grandes corporações se
instalam em muitos países subdesenvolvidos em busca de matéria-prima
abundante e mão de obra barata. Essa mão de obra barata não encontra
alternativa a não ser a de se sujeitar a receber baixos salários, o que, em
termos gerais, acaba configurando a origem da miséria em todo mundo.
Outro problema que se configura nesse processo é a grande dependência
econômica dos países mais pobres para com os mais ricos, ocasionada não
só pela colonização, mas também pelo imperialismo. Isso acontece
justamente por conta da integração econômica mundial, que sempre
acompanhou a globalização. Sendo assim, essas nações não apresentam
condições de oferecer infraestrutura, moradia e educação para a maioria
da população, o que também contribui para a intensificação da exclusão
social.
Por conta dessa realidade, existem muitos movimentos antiglobalização
que, apesar do nome, não lutam necessariamente pelo fim da
Globalização, mas sim para que ela ocorra de uma forma diferente, em
que haja a inclusão das classes sociais menos favorecidas e que o
conhecimento e os bens de consumo não sejam privilégio de poucos. O
principal movimento de contestação da Globalização é o Fórum Social
Mundial.
Atualmente vivemos em um mundo globalizado, tal realidade tem
interferido diretamente em nossas vidas, mesmo que não percebamos,
diversas mudanças acontecem. Sem dúvida, as tecnologias com as quais
contamos hoje geram muitos benefícios para cotidiano das pessoas, uma
vez que a sociedade atual tem acesso a uma série de produtos e serviços
que facilitam sua vida, além disso, a todo instante novos produtos são
criados para satisfazer as necessidades que vão surgindo.

Diante do conforto e facilidades que desfrutamos, que são provocados


pela globalização, fica claro que esse processo é irreversível, uma vez que
o homem não vai regredir. Mas, o modelo de globalização que vigora tem
desencadeado resultados trágicos a maioria da população mundial.

Uma das principais consequências desse processo são as desigualdades


entre os países, visto que as diferenças vêm crescendo de forma
significativa. Há uma grande disparidade econômica, tecnológica e social
entre os países do planeta, ao longo do tempo o processo de globalização
tem contribuído de maneira direta para o aumento em massa da pobreza,
excluindo um número cada vez maior de pessoas. Estima-se que,
atualmente, cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem, ou melhor,
sobrevivem com uma renda diária que não ultrapassa 1 dólar.

Outro problema provocado pela globalização é o aumento acelerado do


índice de desemprego em todo o mundo, resultado dos avanços
tecnológicos que tiram inúmeros postos de trabalho.

Apesar do crescimento mundial na produção, o mesmo não acontece com


o consumo, uma vez que esse cresce somente em países desenvolvidos ou
em populações elitizadas de países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, ou seja, em uma restrita parcela dos habitantes do
planeta.
O grupo de países mais ricos do mundo detém, juntos, aproximadamente
25% da população mundial, porém são responsáveis por cerca de 80% dos
recursos extraídos da natureza.
Desenvolvido e subdesenvolvidos, centro e periferia
global, primeiro e terceiro mundo: todos estes são termos usados para dar
referência ao fenômeno da desigualdade global. Eles retratam as
persistentes diferenças de riqueza entre os países do mundo. Esta
desigualdade na distribuição global das riquezas tem por consequência
populações que, habitando diferente nações, possuem também um
desigual acesso à boas condições de trabalho, saúde, alimentação
adequada, moradia digna, educação de qualidade, saneamento básico,
entre outros aspectos que contribuem para a sua qualidade de vida.
O Banco Mundial divide os países nas categorias de alta, média e baixa
renda levando em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
Isso é, o valor total de toda a riqueza produzida pelo país em um período
determinado de tempo dividida pela população média do país neste
mesmo período. Segundo o levantamento do Banco Mundial, no início do
século XXI, 40% da população global viva em países de baixa renda,
enquanto apenas 15% habitava os países de renda alta. No entanto, estes
países ricos concentravam o total de 80% das riquezas mundiais,
enquanto os países de baixa renda representam apenas 3% desse mesmo
montante. No levantamento de 2014, a lista que classifica os países
segundo sua renda per capita, mostra Luxemburgo ocupando o primeiro
lugar, enquanto o Malawi ficava por último. O Brasil aparecia na 59ª
posição, sendo considerado um país de renda média.
Ainda que estes dados fornecidos pelo Banco Mundial sejam de extrema
importância, medir a desigualdade global pode ser uma tarefa muito
complexa. Em primeiro lugar, observamos que nem todos os países do
mundo conseguem fornecer dados exatos sobre seus PIBs. Em segundo
lugar, o índice não leva em consideração particularidades de cada país,
como o seu custo de vida e a possibilidade de nele acessar bens e serviços
- como alimentação e a saúde - de forma gratuita. Por fim, o PIB per capita
tampouco considera as desigualdades internas dos países. Isso significa
que uma nação pode gerar muita riqueza - e por consequência ter um PIB
alto - mas essa riqueza estar super concentrada em uma parcela muito
pequena da população. Esta última observação é particularmente
relevante quando constatamos que nas últimas décadas temos visto um
aumento das desigualdades internas em praticamente todas as regiões do
globo, incluídos aí os países de alta renda. Portanto, ao pensar a
desigualdade global, devemos levar em consideração outros indicadores,
como a distribuição interna da renda e o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH).
Outro debate complexo diz respeito às causas da desigualdade global.
Segundo o sociólogo britânico Anthony Giddens, as chamadas Teorias
Orientadas pelo Mercado defendem que a causa do subdesenvolvimento
é o excesso de intervenção governamental nas economias dos países de
baixa renda. Por outro lado, a Teoria da Dependência e a Teoria dos
Sistemas Mundiais postulam que a pobreza de muitos países tem como
raiz os processos de colonização e sua continuidade a partir da exploração
perpetrada por corporações multinacionais. Deste ponto de vista, os
países da periferia global se mantém em posição de subalternidade e
endividamento por permanecerem como territórios cuja a principal
função é oferecer matéria prima e mão de obra barata para as economias
centrais.

Você também pode gostar