Globalização econômica vincula-se à exclusão social a partir do momento em que a expansão massiva dos meios tecnológicos e de informação não atinge de forma democrática toda a população do planeta, favorecendo o acúmulo de riqueza para os mais ricos e dificultando, assim, a emancipação social dos mais pobres. A Globalização econômica consolidou-se no mundo a partir de meados do século XX com a III Revolução Industrial, também chamada de Revolução Técnico-Científica. Entretanto, o seu surgimento está vinculado ao período das grandes navegações europeias do final do século XV e início do século XVI. Durante esse período, intensificou-se o processo de colonização. Desse modo, as nações colonizadoras impuseram sobre os povos colonizados sua cultura e o seu modo de ver o mundo. Além disso, esses países foram responsáveis pela exploração maciça das riquezas naturais e sociais daquilo que viria a ser mais tarde chamado de “mundo subdesenvolvido”. Como produto, emergiu a exclusão social predominante nos países mais pobres. A Globalização, nos moldes atuais, é comandada pelas grandes multinacionais e pelo neoliberalismo. Assim, grandes corporações se instalam em muitos países subdesenvolvidos em busca de matéria-prima abundante e mão de obra barata. Essa mão de obra barata não encontra alternativa a não ser a de se sujeitar a receber baixos salários, o que, em termos gerais, acaba configurando a origem da miséria em todo mundo. Outro problema que se configura nesse processo é a grande dependência econômica dos países mais pobres para com os mais ricos, ocasionada não só pela colonização, mas também pelo imperialismo. Isso acontece justamente por conta da integração econômica mundial, que sempre acompanhou a globalização. Sendo assim, essas nações não apresentam condições de oferecer infraestrutura, moradia e educação para a maioria da população, o que também contribui para a intensificação da exclusão social. Por conta dessa realidade, existem muitos movimentos antiglobalização que, apesar do nome, não lutam necessariamente pelo fim da Globalização, mas sim para que ela ocorra de uma forma diferente, em que haja a inclusão das classes sociais menos favorecidas e que o conhecimento e os bens de consumo não sejam privilégio de poucos. O principal movimento de contestação da Globalização é o Fórum Social Mundial. Atualmente vivemos em um mundo globalizado, tal realidade tem interferido diretamente em nossas vidas, mesmo que não percebamos, diversas mudanças acontecem. Sem dúvida, as tecnologias com as quais contamos hoje geram muitos benefícios para cotidiano das pessoas, uma vez que a sociedade atual tem acesso a uma série de produtos e serviços que facilitam sua vida, além disso, a todo instante novos produtos são criados para satisfazer as necessidades que vão surgindo.
Diante do conforto e facilidades que desfrutamos, que são provocados
pela globalização, fica claro que esse processo é irreversível, uma vez que o homem não vai regredir. Mas, o modelo de globalização que vigora tem desencadeado resultados trágicos a maioria da população mundial.
Uma das principais consequências desse processo são as desigualdades
entre os países, visto que as diferenças vêm crescendo de forma significativa. Há uma grande disparidade econômica, tecnológica e social entre os países do planeta, ao longo do tempo o processo de globalização tem contribuído de maneira direta para o aumento em massa da pobreza, excluindo um número cada vez maior de pessoas. Estima-se que, atualmente, cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem, ou melhor, sobrevivem com uma renda diária que não ultrapassa 1 dólar.
Outro problema provocado pela globalização é o aumento acelerado do
índice de desemprego em todo o mundo, resultado dos avanços tecnológicos que tiram inúmeros postos de trabalho.
Apesar do crescimento mundial na produção, o mesmo não acontece com
o consumo, uma vez que esse cresce somente em países desenvolvidos ou em populações elitizadas de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, ou seja, em uma restrita parcela dos habitantes do planeta. O grupo de países mais ricos do mundo detém, juntos, aproximadamente 25% da população mundial, porém são responsáveis por cerca de 80% dos recursos extraídos da natureza. Desenvolvido e subdesenvolvidos, centro e periferia global, primeiro e terceiro mundo: todos estes são termos usados para dar referência ao fenômeno da desigualdade global. Eles retratam as persistentes diferenças de riqueza entre os países do mundo. Esta desigualdade na distribuição global das riquezas tem por consequência populações que, habitando diferente nações, possuem também um desigual acesso à boas condições de trabalho, saúde, alimentação adequada, moradia digna, educação de qualidade, saneamento básico, entre outros aspectos que contribuem para a sua qualidade de vida. O Banco Mundial divide os países nas categorias de alta, média e baixa renda levando em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Isso é, o valor total de toda a riqueza produzida pelo país em um período determinado de tempo dividida pela população média do país neste mesmo período. Segundo o levantamento do Banco Mundial, no início do século XXI, 40% da população global viva em países de baixa renda, enquanto apenas 15% habitava os países de renda alta. No entanto, estes países ricos concentravam o total de 80% das riquezas mundiais, enquanto os países de baixa renda representam apenas 3% desse mesmo montante. No levantamento de 2014, a lista que classifica os países segundo sua renda per capita, mostra Luxemburgo ocupando o primeiro lugar, enquanto o Malawi ficava por último. O Brasil aparecia na 59ª posição, sendo considerado um país de renda média. Ainda que estes dados fornecidos pelo Banco Mundial sejam de extrema importância, medir a desigualdade global pode ser uma tarefa muito complexa. Em primeiro lugar, observamos que nem todos os países do mundo conseguem fornecer dados exatos sobre seus PIBs. Em segundo lugar, o índice não leva em consideração particularidades de cada país, como o seu custo de vida e a possibilidade de nele acessar bens e serviços - como alimentação e a saúde - de forma gratuita. Por fim, o PIB per capita tampouco considera as desigualdades internas dos países. Isso significa que uma nação pode gerar muita riqueza - e por consequência ter um PIB alto - mas essa riqueza estar super concentrada em uma parcela muito pequena da população. Esta última observação é particularmente relevante quando constatamos que nas últimas décadas temos visto um aumento das desigualdades internas em praticamente todas as regiões do globo, incluídos aí os países de alta renda. Portanto, ao pensar a desigualdade global, devemos levar em consideração outros indicadores, como a distribuição interna da renda e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Outro debate complexo diz respeito às causas da desigualdade global. Segundo o sociólogo britânico Anthony Giddens, as chamadas Teorias Orientadas pelo Mercado defendem que a causa do subdesenvolvimento é o excesso de intervenção governamental nas economias dos países de baixa renda. Por outro lado, a Teoria da Dependência e a Teoria dos Sistemas Mundiais postulam que a pobreza de muitos países tem como raiz os processos de colonização e sua continuidade a partir da exploração perpetrada por corporações multinacionais. Deste ponto de vista, os países da periferia global se mantém em posição de subalternidade e endividamento por permanecerem como territórios cuja a principal função é oferecer matéria prima e mão de obra barata para as economias centrais.