Você está na página 1de 32

6

1. INTRODUÇÃO

Dentro do contexto histórico, a partir do século XX, houve-se


diversos avanços tecnológicos que contribuíram para um acelerado
crescimento da economia, fazendo alcançar bons desempenhos
macroeconômicos. Contudo, esse progresso trouxe consequências de
maneira alarmante, afetando os campos sociais e ambientais.

Grande parte dos estudiosos argumentam sobre a intensa


produção industrial, da qual gera grandes riquezas para determinados países,
principalmente o Brasil. Entretanto, esses recursos são distribuídos de
maneira desproporcional, na qual fica acumulado na mão de “minoria
socialmente privilegiada, que deverá repartir o ‘bolo’ para que os demais
sejam beneficiados” (Franco, p.53-54)

A razão fundamental para este fator é a desigualdade de renda,


que reduz o impacto de qualquer crescimento economico. As ações que
diminuem a desigualdade não só aumentam o crescimento, como melhoram o
seu impacto sobre as areas citadas, principalmente a social. Um maior acesso
à educação e um ensino de melhor qualidade são fatores determinantes na
qualidade do crescimento de um país...

Outro importante fator que é prejudicado é o campo ambiental, pois


a maior parte dos processos produtivos contribuem para o desequilibrio do
meio ambiente, elevando os danos ao mesmo, provocando intensos impactos
a comunidade em geral, caracterizada por ser uma sociedade consumista. Os
intensos desperdicios de recursos ambientais e desincentivos para
conservação afetam não apenas um determidado territorio, mas transcede
fronteiras e causa grandes repercuções em carater mundial.

Pensando nessas dircusssoes, elaboramos o presente trabalho,


apresentando as causas e consequencias dos desequilibros sociais e
ambientais que afetam a populacao mundial, assim como as soluções que
podem ser aplicadas a partir do estudo de teorias relativamente discutidas e
de como estao sendo executadas em organizações de grande renome na
atualidade, que pensaram na preservação e garantia de subsistencia das
gerações futuras e na participação das pessoas em uma sociedade mais justa
e igualitaria.
7

1.1 Problemas Sociais

Nos últimos tempos o mundo vem se desenvolvendo em diversos


campos da ciência e tecnologia, assim como tem conseguido grandes
avanços dessas ferramentas, onde, ate tempos atrás eram consideradas
apenas fruto de nossa imaginação ou apenas um sonho tão distante de ser
concretizado. A partir dessa “revolução” passamos a ter ampla comunicação,
acesso a alimentos distintos, maior entretenimento, mais saúde e educação,
mas também passamos a introduzir e aumentar muitos problemas que
afetam, de forma desagradável, a vida de todos os povos. Muitos deles
provocados por falta de politicas públicas, das quais as populações seriam as
grandes beneficiadas.

Segundo FREITAS (2015), as questões relacionadas às desigualdades


sociais podem ser identificadas em todos os países do mundo, mesmo
naqueles que se inserem no grupo de grandes nações, assim como nos
países que se configuram como subdesenvolvidos, nos quais essas questões
estão bem acentuadas, com fácil percepção. A maior parte dessas nações
possui essa classificação devido a seus fatos históricos decorrerem da
colonização europeia, na qual os problemas sociais nasceram nesse período
e se tornaram progressivos após suas independências. Um exemplo de país
que passou por esses momentos foi o Brasil, que, embora este tenha
passado por três períodos históricos que marcaram a constituição de seu
território e de sua identidade perante o mundo, os problemas sociais
continuaram a evoluir a cada tempo que passava.

Há tempos atrás se havia um equilíbrio entre o homem e o que


estava em sua volta, conservando seus objetos e seus instrumentos de vida.
Mas, nos últimos tempos, este mesmo homem passou a mudar de
comportamento fazendo criar novas invenções, a gerar riqueza, impulsionado
os mercados consumidores, possibilitando o aumento da qualidade de vida e
da população de forma ascendente, mas que por falta de instrumentos de
expansão dessas inovações, muitos não obtêm, com sucesso, dessas
tecnologias e progresso, fazendo com que o desenvolvimento pleno não
aconteça com eficácia.
Além disso, a relação do homem e do meio ambiente, no qual
propiciou aos nossos pais, avós e demais antepassados, a procriação, e a
obtenção de seu sustento diário, de forma que o impacto gerado não fosse
tão grande, entrou, com o avanço dos anos, em declínio, tendo como
consequências: a queda harmônica, o aumento da temperatura, a escassez
de água e energia, afetando diretamente as relações socioeconômicas.
8

Pode-se elencar uma série de possíveis causas e consequências


sociais em muitos países, porem os principais são (FREITAS, 2015):

 Distribuição de Renda – procedimento comum do sistema capitalista


vigente mundialmente, no qual ocorre a concentração e benefício da
riqueza nas mãos de uma parcela restrita da população. Nesse
contexto, há diversos movimentos que objetivam favorecer esses
povos (composta por pessoas com pouca instrução), facilitando o
acesso a produção e do capital, mas devido ao poder monopolista e
oligopolista, muitos não obtém êxito, trazendo como consequência o
decrescimento do desenvolvimento econômico.
 Baixos índices de escolaridade – A inexistência de recursos
financeiros e a carência de projetos educacionais por parte dos
governantes levam muitos indivíduos, principalmente crianças, a
integrarem o mercado de trabalho, de maioria informal, para contribuir
na renda familiar, mas que, assim que obtiverem a fase adulta terão
mais dificuldade para se colocar no mundo do trabalho, devido a baixa
qualificação obtida, fazendo-os a prestar serviços que exigem pouca
qualificação e que oferecem baixos salários.
 Moradia – Grande parte da população habitam em regiões
desprovidas de saneamento básico, saúde humana, segurança
pública, pavimentação e demais serviços básicos, regiões essas
conhecidas como marginalizadas. Muitas dessas populações, em
tempos passados, moravam em zonas urbanas das grandes cidades,
mas que tiveram que se mudar devido ao processo de urbanização
desses lugares, vindo a morar em pontos altos, como morros,
tornando-se favelas. Além disso, devido a grande expansão da
comunicação e pela oferta de empregos, muitas famílias vieram do
campo para as cidades em busca de condições de vida melhor, todavia
o mercado de trabalho não conseguiu absorver todos os interessados,
devido a sua baixa qualificação.
 A fome e a desnutrição – A população mundial cresce a cada dia que
a produção de alimentos e insuficiente para suprir as necessidades de
alimentação da população, fazendo com que muitas pessoas fiquem
sem se alimentar durante dias ou ingerem de forma desbalanceada, ou
seja, não consomem todos os alimentos indispensáveis para a
manutenção da saúde. Essa má distribuição de alimentos provoca a
intensificação de manifestações patológicas graves ou até mesmo o
óbito.
 Saúde – A saúde e um bem e direito fundamental de todos, desde que
haja garantias de uma boa alimentação, mas a maior parte da
população não possui condições sanitárias adequadas em suas
moradias e apresentam baixíssimos estoques de alimentos, assim
9

como os poderes públicos não planejam e realizam politicas de


integração e melhorias de problemáticas nessa ordem.
 Meio ambiente – A população precisa de instrumentos que posam
garantir sua sobrevivência, mas em vez de ser usado de maneira
consciente e de maneira controlada, torna-se de maneira desenfreada
e inconsequente. O mal uso dos recursos não renováveis pode
ocasionar em faltas futuras para as novas gerações, assim como a
população sentirá os efeitos dessa causa.

Estes e outros problemas sociais, além de contribuir para a


exclusão social, levam ao crescimento da mortalidade infantil, a falta de
desenvolvimento econômico e social, comprometendo a expectativa de vida
populacional presente e futura.

1.2 Problemas Ambientais

Conforme foi dito anteriormente, um das causas dos problemas


sociais é os danos ao meio ambiente, a qual remetemos aos problemas
ambientais.

De acordo com HORTENSE, POSSIGNOLO E MARDEGAN


(2015), estas questões surgiram quando o ser humano deixou de ser uma
parte integrante do meio ambiente e passou a conceber que o mesmo existe
para servi-lo, a partir do desenvolvimento de habilidade de controlar o fogo,
reconhecer e se proteger das mudanças de clima , assim como atividades
que foram utilizadas de forma intensa e rápida.

Esses fatos, ao longo dos anos, ocasionaram danos ao meio


ambiente, que foi modificado para dar lugar a diversos empreendimentos ou
concepções humanas, resultado da explosão populacional e de sua
necessidade de viver em um ambiente moderno e tecnológico, no qual era
sinônimo de bem estar, qualidade de vida e consumo. Isso pode ser
considerado como um impulso ao crescimento econômico, pois gera
inovações, empregos, conhecimento e outros fatores, mas leva a diminuição
dos habitats naturais, da contaminação do ar que respiramos, da água que
consumimos e do empobrecimento solos que propiciam nossos alimentos e
da extinção da diversidade biológica, não ocasionando um desenvolvimento.

A partir desse estudo, constata-se que a relação homem e meio


ambiente tornou-se desarmônica, tendo como estopim a utilização, por mãos
humanas, de forma indiscriminada dos recursos naturais, levando ao
desequilibro na cadeia de vida.
10

Este desequilíbrio ambiental, segundo CÂMARA (2008 p.178),


pode ser identificado através de seis variantes:

 Destruição de habitats;
 Caça, pesca ou matança deliberada em larga espécie;
 Introdução de predadores ou competidores;
 Introdução de elementos patogênicos;
 Poluição;
 Extermínio decorrente de extinções anteriores ou extinção em cascata.

A partir deste estudo, pode afirmar que a biodiversidade do


planeta está em risco de ser extinta. Dentro deste contexto, algumas ameaças
à sobrevivência de diversas espécies podem ser elencadas, tais como:

 Destruição, fragmentação e degradação de habitat;


 Exploração predatória;
 Introdução de espécies exóticas
 Aumento de pragas e doenças (PRIMACK 1995, p.66).

Dentre essas ameaças, a fragmentação é mais importante.


DOBSON (1985) nos passa a ideia que esta ultima faz parte de diversos
mecanismos no qual seu objetivo é a perda da área total de um ecossistema.
Suas consequências tornam-se um grande problema, pois não se há certeza
ate aonde pode alterar o funcionamento dos ecossistemas, o que pode levar
anos para isso ocorrer.

Diversos acontecimentos relacionados a problemas ambientais


estão ocorrendo em nosso cotidiano, afetando a vida de muitas pessoas e de
diversas organizações, que são influenciados em boa parte, por fenômenos
macro ambientais e por ações humanas. Cita-se os seguintes exemplos:

 Desmatamento – Devido ao aumento significativo da população, muitas


áreas urbanas precisam ser edificadas, tornando-se áreas de
convivência humana, assim como o reforço nas atividades
agropecuárias, e na produção de utensílios para uso em geral. Por
isso, muitas árvores são derrubadas para estes fins, mas não são
repostas, o que é considerado crime ambiental, (desde que tenha a
autorização por órgão regulador), fazendo com que a fauna e a flora
seje prejudicada como um todo, provocando no empobrecimento e
erosão do solo, no remanejamento de espécies para outras regiões do
planeta e etc..
11

 Aumento da temperatura – Os vegetais possuem importante


contribuição para a manutenção do clima térmico, respirando o
oxigênio, eliminado o gás carbônico, e recebendo a luz solar. Com a
retirada das arvores do seu habitat natural a temperatura ambiente
sobre progressivamente, afetando os seres vivos que necessitam de
ingerir aguas e demais líquidos constantemente. Além disso, o
aumento do efeito estufa, devido a grande emissão de dióxido de
carbono na atmosfera, está contribuindo para este fato.

 Poluição – As empresas em geral, assim como a população, produzem


substancias ou energias, sejam elas em estado sólido, liquido ou
gasoso, descartando-se as que não serão utilizadas. Mas a produção
da quantidade desses materiais indesejados é imensa que, quando
não há destino certo, eles são lançados no solo, na água e no ar, sem
passar por um devido tratamento, ocasionando a contaminação dos
mesmos, o surgimento e proliferação de doenças, elevação da
temperatura, a destruição da camada de ozônio, e outros, sendo que
estes efeitos são sentidos a longo prazo. Um exemplo plausível é o lixo
doméstico e o industrial, que quando não reciclado, provoca danos ao
meio externo e ao meio interno.

 Escasses de agua – A agua é um liquido essencial na vida de todos os


seres vivos. Ela regula a temperatura corporal, transporta moléculas,
auxilia no processo de digestão e absorção, Contudo, essa substância
é consumida de maneira excessiva e inconsequente, causada pelo
desperdício de agua, assim como na poluição de rios, lagos, e outros
locais que se encontra agua, nos quais lançam-se produtos químicos e
outras substancias nocivas ao meio ambiente, tendo como
consequência a falta de agua em diversas localidades.

 Extinção das espécies – Muitas espécies, devido a fragmentação de


ambientes naturais, a implantação de pastagens ou da agricultura
convencional, extrativismo desordenado, expansão urbana não
planejada e a caça ilegal estão em risco de serem eliminadas do meio
ambiente. A não perpetuação dessas espécies provoca uma
interrupção da equilibro da fauna, desencadeando a quebra da cadeia
alimentar.

Assim sendo, estes exemplos reforçam a forte ação que o ser humano tem
realizado no meio que vive, levando a alterações que resultem na sua
desarmonia e na diminuição de sua qualidade. O modelo atual de utilização à
exaustão dos recursos naturais é injustificado, sendo que, quando se há
carência desses recursos em caráter local, busca-se em outras regiões,
gerando mais impactos ambientais ainda mais profundos. Esse fato gera
preocupação dos gestores públicos e demais governantes, constituindo bases
12

para a elaboração de maneiras menos degradantes de desenvolvimento


(MARDEGAN E HORTENSE, 2015).
13

2. RESPONSABILIDADE

Segundo o Dicionário Aurélio, o termo responsabilidade significa a


obrigação de responder pelas ações próprias, pelas dos outros e pelas coisas
confiadas. Por outro lado, verifica-se o conceito de responsabilidade
relacionada com oportunidade, da qual, a partir dos conflitos ou problemas
existentes, pode-se obter grandes soluções para a resolução dos mesmos.
Portanto, a principal finalidade da responsabilidade não é somente de cunho
jurídico, mas também de cunho ideológico, colocando como base a realidade
de si próprio e da coletividade.

Dentro do campo socioambiental, existem dois tipos de


responsabilidade, amplamente discutidas em diversos meios de comunicação,
assim como em fontes acadêmicas.

Vejamos quais são essas responsabilidades logo adiante.

2.1- Responsabilidade Social

No cenário atual contemporâneo percebe-se inúmeras


transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua
vez, se adaptam aos novos modelos de relações entre instituições, mercados,
organizações e sociedade. Essas atuais tendências de relacionamento,
percebe-se a aproximação dos interesses das organizações e da sociedade
com a finalidade de resultar em esforços múltiplos para o cumprimento de
objetivos compartilhados.

Os primeiros estudos que discutem da responsabilidade social


tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos
60 . As primeiras manifestações sobre este tema surgiram, no início do
século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John
Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não receberam apoio, pois
foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953, nos Estados
Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard
Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço.

Na década de 70, surgiram associações de profissionais


interessados em estudar o tema, e a partir deste momento que a
14

responsabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se transforma


num novo campo de estudo, revelando-se então um fator decisivo para o
desenvolvimento e crescimento das empresas e com a sociedade em geral.

Ashley,(2002,p.6-7)

“O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade,


expresso por meio de atos e atitudes que a afetam positivamente, de modo
amplo, ou a alguma comunidade, de modo especifico, agindo proativamente e
coerentemente no que tange a seu papel especifico na sociedade e sua
prestação de conta para com ela.”

A Responsabilidade Social consiste num conjunto de iniciativas por


meio das quais as empresas buscam voluntariamente integrar - se as
considerações de natureza ética, social e ambiental às suas interações com
clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes, acionistas, governos e
comunidades as chamadas "partes interessadas" visando ao desenvolvimento
de negócios sustentáveis, tendo como único objetivo atingir de forma benéfica
a comunidade.
Podemos mencionar que a responsabilidade social pode ser
compreendida em dois níveis: o nível interno relaciona-se com os
trabalhadores e, a todas as partes afetadas pela empresa e que, podem
influenciar no alcance de seus resultados. O nível externo são as
consequências das ações de uma organização sobre o meio ambiente, os
seus parceiros de negócio e o meio em que estão inseridos.
Segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
(2012):
“Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação
ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona
e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as
gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das
desigualdades sociais”.

A questão da responsabilidade social é assumir compromissos e


responsabilizar-se socialmente com o coletivo, fazendo frente ás demandas
sociais, comprometendo- se com o futuro de pessoas e comunidades,
traduzindo isso em ações que envolvam a comunidade, organizações e seus
colaboradores.
15

Para Melo Neto et al(2001):

A Responsabilidade social de uma empresa consiste na decisão de participar,


apoiar o desenvolvimento da comunidade, preservar p meio ambiente, investir
no bem-estar dos funcionários e seus dependentes, apresentar uma
comunicação transparente, dar retorno aos acionistas, gerar sinergia entre o
parceiros e satisfazer os clientes e/ou consumidores.

Então podemos afirmar que a Responsabilidade social é quando as


empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais
justa e para um ambiente mais limpo, trazendo ações que contemple a
sociedade.
A responsabilidade social de uma empresa não deve ter por
objetivo apenas fazer lucro ou trazer benefícios financeiros às pessoas que
nela trabalham, mas deve contribuir socialmente para o meio a que pertence.
Desta forma, a responsabilidade social pode envolver outras
medidas como arte, cultura e boas condições para a sociedade.
A partir disso, podemos dizer que a responsabilidade social possui
quatro importâncias (FERREL, 2000):
* LEGAL – que acarreta o cumprimento de leis e regulamentos
promulgados ou baixados pelo governo para estabelecer padrões mínimos de
comportamento responsável;
* ÉTICA – refere-se a comportamentos e atividades que os membros
das organizações, a comunidade e a sociedade delas esperam, embora
talvez não estejam baseadas em leis;
* ECONÔMICA – diz respeito às maneiras que os recursos para a
produção de bens e serviços são distribuídos no sistema social,
fundamentada pelos impactos produzidos pela economia e a concorrência;
* FILANTRÓPICA – refere-se às contribuições das organizações para
a qualidade de vida e bem estar da sociedade. Dentro dessa dimensão está
inserida a expectativa de que as empresas contribuam para as comunidades
locais.

Quando se trata desse assunto, muitas organizações realizam


divulgações de suas marcas para poder lucro e crescimento perante o
mercado.
16

No entanto, nem sempre o que é transmitido é verdadeiro. Por isso,


a sociedade participa, ativamente, do processo de participação das
organizações no contexto da responsabilidade social, cobrando das empresas
mais seriedade e responsabilidade pelos seus processos produtivos, assim
como propagar suas ações em respeito ao meio ambiente e ao ser humano.
De acordo com Melo Neto e Froes (1999, p.76) a Responsabilidade
Social apresenta sete vetores:
* Apoio ao desenvolvimento da comunidade onde atua;
* Preservação do meio ambiente;
* Investimento no bem estar dos colaboradores e seus dependentes e
um ambiente de trabalho agradável;
* Comunidade transparente;
* Retorno aos acionistas;
* Sinergia com os parceiros;
* Satisfação dos clientes e/ou consumidores;

A partir desses princípios citados acima, as organizações buscam


técnicas para que seus produtos e/ou serviços sejam definidos e
reconhecidos como sustentáveis, baseando-se e alcançando selos verdes,
certificações e outras formas de desempenho, convencendo o consumidor a
adquirir determinado item. A partir disso, apresentamos como exemplo
algumas empresas que fazem essa politica sustentável;
A- Amanco – Uma das maiores fabricantes de tubos e conexões do
mundo mudou a fórmula de um adesivo plástico utilizado para unir
tubos e conexões. No lugar do tolueno, substância que causa
dependência química ao trabalhador que inala seus vapores, a
organização passou a utilizar solventes de menor impacto, que
emitem 50% do limite aceitável para a emissão de gases tóxicos.
Outra mudança foi a substituição dos estabilizantes a base chumbo
por outros que utilizam cálcio e zinco, eliminando os riscos de
intoxicação por metal pesado. Para não ocasionar aumento nos
custos, a fabricante ajustou as formulações, utilizou matérias-primas
alternativas e melhorou os processos produtivos. Isso só foi
possível devido a disponibilidade de um sistema de gerenciamento
17

para monitorar todas as matérias-primas utilizadas no processo de


produção. Com esse feito, a Amanco alcançou o selo ambiental
Sustentax, que atesta produtos sustentáveis. Para o presidente da
empresa, Marise Barroso, esse é um ótimo exemplo na incessante
busca de um equilíbrio socioambiental e econômico. “Sempre
buscamos esse triplo resultado”, diz Marise.
B- Bradesco – O banco lançou, no Morro Dona Marta, na cidade do
Rio da Janeiro, um seguro popular, de início, para pessoas de baixa
renda. Um dos moradores beneficiados, que sofreu prejuízos em
sua residência pela explosão de uma panela de pressão, afirma que
“será de grande ajuda o seguro, evitando prejuízos e acidentes
futuros, planejando melhor sua vida”. O seguro, que continha 45
paginas, foi reduzido para oito, e custo é de apenas R$ 9,90 ao ano,
e as indenizações chegam a R$ 10.000,00. A partir dos resultados
dessa experiência, o banco pretende expandir seu projeto para todo
o pais, “criando condições para a proteção do patrimônio pessoal e
da família, independentemente do perfil de renda”, afirma Luís
Trabuco Cappi, presidente do Bradesco.
C- Bunge – A fabrica de margaridas passou, desde 2009, a produzir
suas embalagens a partir da resina obtida da fermentação do milho,
antes produzida com plástico, de origem fóssil. Com essa mudança,
a embalagem passou a ser biodegradável, na qual pode se
decompor em 180 dias, mas o consumidor sentira o peso dessa
renovação, pois o produto é cerca de 20% mais cara que a
tradicional, sendo que “não pode ser usada em todos os produtos ,
devido ao custo e à falta de escala da resina, mas simboliza a
vontade da empresa de inovar para provocar menos impacto
ambiental”, afirma Pedro Parente, presidente da Bungue.
D- Itaú Unibanco – A organização bancária organiza, desde 2009, um
concurso para incentivar os funcionários a apresentar sugestões
sobre praticas sustentáveis, o chamado Banco de Ideias
Sustentáveis. Os autores que apontassem praticas viáveis e de
importância relevante serão premiados com viagens ou prêmios em
dinheiro. Com a maciça participação e interesse dos
18

colaboradores, o concurso foi redesenhado para motivar o que o


banco chama de “rede colaborativa de ideias”, tendo como objetivo
estimular a interação, de modo que o maior numero possível de
funcionários participe da formulação, avaliação e aperfeiçoamento
das sugestões. As mesmas são julgadas conforme os critérios do
concurso e são escolhida as 30 ideias mais criativas, que irão para
uma votação online para a escolha de cinco, que passarão para um
blog em que os colaboradores poderão dar opiniões e incrementos
para aperfeiçoar as ideias. São premiados não somente os autores,
mas também os que participaram do aperfeiçoamento. Para o
presidente executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, “O Banco
de Idéias sustentáveis é uma forma de manter acessa a chama,
fazendo com quem essa preocupação da sustentabilidade seja
incorporada ao dia a dia da organização”.
E- Natura – Sua preocupação com a sustentabilidade se dá desde
quando foi criada, há mais de 40 anos. Ela fabrica cosméticos com
matérias primas provenientes de fontes renováveis que tem seu
cultivo, extração e processo produtivo dentro das regras
sustentáveis. Um exemplo vem da produção de um sabonete, que é
fabricado a partir da extração de um óleo da palmeira chamada
murumuru, mas que para obter essa essência, essa palmeira era
queimada para tirar os espinhos que atrapalhavam a retirada dos
frutos, sendo caracterizada uma atitude incorreta. A ação da
empresa foi de conscientizar essas populações a não atear fogo na
localidade, resultando na preservação de mais de 3000 palmeiras e
na realização de negócios com 26 comunidades em todo o país,
“estabelecendo uma área para cuidar do relacionamento da
comunidade, desde o lançamento da linha de produtos Ekos”,
afirma Alessandro Carlucci, presidente da Natura
F- Suzano – A maior empresa de produção de papeis na atualidade se
tornou a primeira do mundo a calcular a pegada do carbono, no
qual e um dos causadores do efeito estufa. Para esse fato, e feito
um inventario corporativo, contabilizando as emissões deste
elemento, desde os fornecedores ate a porta do cliente, reduzindo
19

seus lançamento no ambiente externo. Com isso, a empresa


conquistou a certificação da Forest Stewardship Council, o selo
verde mais respeitado do mundo. A partir dessa conquista, o
numero de vendas ampliou, assim como o controle e rastreamento
dos produtos que contem o carbono. Além disso, a companhia
possui o programa de reflorestamento com o plantio de 400 000
arvores por dia. Para o presidente da Suzano, Antônio Maciel, “ as
empresas que adotam a pegada do carbono terão um diferencial
competitivo, sendo que se a comparação de preços for a mesma, os
clientes compram de quem tem a certificação”.
G- Walmart – A rede varejista mais prestigiada do mundo realizou um
projeto com o objetivo de convencer os fornecedores a reduzir os
padrões de confecção de seus produtos, assim como reduzir o
consumo de matéria prima e de energia. Um dos fornecedores que
aderiram a ideia, a Johnson & Johnson reduziu 18% no tamanho
das suas embalagens. A iniciativa faz parte do programa
Sustentabilidade de Ponta a Ponta, por meio do qual o Walmart tem
motivado seus fornecedores a reavaliar os processos produtivos de
uma maneira sustentável. “O Ponta a Ponta mostra que podemos
ser sustentáveis e, ao mesmo tempo, ganhar produtividade”, diz
Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil. Já a vice-presidente
de sustentabilidade da rede varejista afirma que “o projeto tem um
forte elemento multiplicador, pois envolve produtos lideres de
vendas”.

Essas foram alguns exemplos de organizações que praticam a


sustentabilidade, assim como realizam trabalhos sociais, mas existem
pequenas e médias empresas que realizam trabalhos e projetos referentes a
responsabilidade social, assm também como a ambiental, mas devido a
entraves burocráticos, elas não são conhecidas a amplo nível, devendo
também trabalhar na questão publicitária.
20

2.2- Responsabilidade Ambiental

Em nosso cotidiano se fala muito em preservação e conservação


do meio ambiente, devido o mundo se voltar para uma questão de suma
importância, ou seja, a sobrevivência da própria espécie, pois sabemos que o
meio ambiente não tem capacidade de auto renovação como se pensava em
tempos passados. Surge, a partir desse ponto, a ideia de proteção ambiental,
na qual se baseia de que não se pode adotar uma política extrativista
considerando o meio ambiente como uma fonte inesgotável de matéria prima.

Os primeiros estudos de proteção ambiental surgiram a partir do


início do século XIX, a partir dos estudos realizados por observadores,
segundo os quais já se preocupavam com o avanço da destruição dos
recursos naturais e com a quantidade de resíduos sólidos que a humanidade
estava produzindo.

Já na década de 1920 iniciou-se os movimentos ambientalistas,


que somente foram impulsionados a realizar lutas ambientais entre as
décadas de 1960 e 1970, a partir da inserção da era da responsabilidade,
configurando em uma conjuntura em que as empresas necessitam aceitar e
comprometer-se com as consequências e impactos de suas decisões e
ações, além de responder às demandas de todos os afetados pelas suas
atividades. Nesse período, a partir dos movimentos ecológicos, as
organizações dos países desenvolvidos e em desenvolvimento começaram a
compreender de que elas fazem parte da sociedade que as abriga e
condiciona sua existência, podendo ser responsabilizada não somente pelas
ações realizadas, mas também pelos resultados e consequências das
mesmas (Savitz, S. 2007).

Sendo assim, o papel dessas empresas é extrapolado para além


dos problemas sociais, envolvendo os impactos ambientais do negócio. A
partir daí, começa-se a implementar programas que trabalham e buscam
melhorias para este fim, assim como modificar suas concepções em relação
ao meio ambiente. Com isso, cada organização passou a adotar práticas de
responsáveis de manutenção e conservação do meio externo, possibilitando
as nossas gerações de usufruir dos bens naturais.
21

De acordo com MARDEGAN e HORTENSE (2015, p.28), com as


mudanças de mentalidade humana e empresarial e o desenvolvimento da
modernidade, mostrou-se cada vez mais crescente a ideia de se
compatibilizar as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Apenas com
essa mudança de mentalidade seria possível resolver o dilema entre o
crescimento econômico e seus efeitos sobre o homem e a preservação
ambiental. De um lado, grandes produtores e empresários mostram
hostilidade aberta ao movimento ambientalista. Já estes consideram o
desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo, sendo os empresários
seus agentes mais representativos.

Drucker (1996) define um posicionamento dessas organizações


defendidas por empresários adversos as mudanças ambientais. Lembra que
um dos conceitos mais abordados pela administração passada é o foco no
negócio, sendo que as organizações não podem atuar em áreas das quais
não é de sua competência. Mas, ao expor esse conceito não afirma ser contra
as empresas preocuparem com as questões socioambientais e sim devem
agir conforme o contexto competitivo, no qual foca-se na execução de
atividades que possam melhorar as condições sociais e econômicas, sem que
haja o comprometimento das condições ambientais.

A partir dessas questões surgem eventos de caráter mundial que


discutem o papel da sociedade em relação às mudanças do meio ambiente e
o que deve ser levado em pratica para amenizar os efeitos nocivos sobre o
mesmo.

Brasil (2015):

Responsabilidade Ambiental é o conjunto de atitudes, individuais ou


empresariais voltado para o desenvolvimento sustentável do
planeta, ou seja, atitudes que levem em conta o crescimento
econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e
para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade.

E importante salientar a importância da responsabilidade ambiental


em nossa atualidade, a partir da expressão de preocupação do público com o
comportamento socioambiental das empresas, que ganham destaque no
22

contexto internacional, exigindo maior envolvimento delas na solução dos


problemas, questionando, de certa forma, o papel das atividades empresarias
na preservação do meio ambiente.

Segundo ALGLERI (2009, p. 06) essas iniciativas, que são


discutidas e debatidas em eventos de grande divulgação nos meios
de comunicação, são traduzidas em padrões, acordos,
recomendações, códigos unilaterais e multilaterais que ajudam a
compreender e a situar a responsabilidade pelos impactos e
consequências como tema emergente para as organizações.

Todavia, vale afirmar que, a responsabilidade ambiental não pode


ser confundida com responsabilidade civil, haja vista que para que se tenha a
proteção ao meio ambiente não se pode permitir que primeiro ocorra
determinados impactos para depois fixar a condenação indenizatória em
dinheiro ou semelhante. As publicações de legislações para este fim são
imprescindíveis para que haja a proteção e o respaldo ao meio em que
vivemos. Segundo a legislação brasileira as pessoas jurídicas de direito
público ou privado podem ser responsabilizadas em caso de omissão ou
executoras de atos ilícitos, que prejudiquem o meio externo. Cabe ao Estado
o dever de preservar a saúde pública e ordenar as atividades
produtoras.Também as pessoas físicas podem sofrer sanções em relação a
crimes ambientais, conforme diz a lei 10.406/02 em seu art. 927.

Art.927. Aquele que, por ato ilícito (art.186 e 187),


causar dano a outrem, fica obrigado a repara-lo.

Parágrafo Único: Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do ano implicar, por sua natureza, risco para
os direitos de outrem.

A Constituição Brasileira em seus art. 225, §2º e 3º também mostra


afirmações sobre a omissão e pratica de atos desse tema

Art. 225 {...}

§ 1º {...}

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica


obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
23

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao


meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, a sanções penais administrativas,
independentemente da obrigação de reparar o dano.

Embora tudo deve ser considerado de acordo com lei, não basta
que as organizações apenas cumprem as mesmas e gerem lucro. As várias
demandas relativas à ecologia, tratamento igualitário de gêneros e minorias,
saúde e segurança dos empregados devem também ser satisfeitos
(ALIGLERI, 2009). Portanto busca-se novas estratégias de gestão e pratica
que visam manter um diálogo constante e transparente com a sociedade, de
modo a garantir o crescimento e a sustentabilidade organizacional, fazendo
conseguir alcançar vantagens competitivas ou também a redução de custos e
aumento dos ganhos a médio e a longo prazo.

No Brasil, vem aumentando o número de empresas que utilizam a


gestão ambiental em razão da exigência de uma resposta mais consciente e
responsável para a sociedade em geral. Elas utilizam métodos sustentáveis
com o objetivo de estimular a participação do meio interno, realizando
intensas modificações em seu cotidiano, aplicando atitudes sustentáveis e
que possam garantir grandes resultados.

As principais atitudes sustentáveis são:

 Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na


empresa;
 Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo;
 Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto
ambiental;
 Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou
com baixo índice de poluição;
 Criar sistemas de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa;
 Treinar e informar os funcionários sobre a importância da
sustentabilidade;
 Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que
também sigam os princípios da responsabilidade ambiental;
24

 Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente,


como, por exemplo, poluição de rios e desmatamento

Nessas atitudes destacam-se o papel dos stakeholders, que são


grupos, indivíduos ou outras organizações que tem interesse nas ações,
projetos, gerenciamento, mercado e produtos de uma empresa e que tem
habilidade para influenciá-las, sentindo-se parte interessada na atividade da
empresa. O trabalho desses sujeitos e fundamental, pois estabelece uma
rede de relacionamentos, construindo novas relações e que ambas busquem
benefícios mútuos.

Em muitas organizações, são adotados modelos de gestão


sustentáveis que visam o emprego de tecnologias limpas, produções mais
limpas e processamento de produtos ecoeficiêntes, fazendo reduzir o uso dos
recursos naturais e energia, além de diminuir os resíduos e emissões,
economizando insumos e minimizando desperdício de modo a integrar
interesses ambientais e econômicos. Para a United Nations Industrial
Development Organization (UNIDO) esses modelos englobam toda a cadeia
produtiva que não polui o meio ambiente, apresenta a alternativas de
reaproveitamento e a reciclagem que permita a reinserção de resíduos na
cadeia de consumo (Vergragt e Grootveld, 1994 apud Hart e Milstein, 2004).

A produção sustentável envolve um conjunto de medidas


relacionadas à produção e consumo como boas praticas
operacionais, uso racional dos insumos para evitar perdas,
armazenamento adequado de resíduos, redesenho de produtos e
processos produtivos e uso eficiente de recursos naturais, levando a
organização a implementar conceitos estratégicos e princípios para
a obtenção da vantagem competitiva (Gladwin, 1992).

Conforme dito, muitas empresas que desenvolvem inovações


relacionadas ao desenvolvimento sustentável tem como o objetivo o alcance
de certificações devidamente reconhecidas no âmbito mundial, devido a
necessidade, pela globalização, pelo diferencial competitivo, como forma de
melhorar seus processos produtivos, como maneira de controlar melhor seus
recursos humanos, por moda ou marketing (Stadle e Maioli, 2011). A maior
parte dessas certificações estão em uma série de normas chamadas ISO, que
contribuem para que as organizações conheçam as formas viáveis para a
25

condução do negócio, podendo apontar falhas de processos, indicando a


melhoria dos produtos ou adequação da organização as normas ambientais.

Dentre as normas ISO, as referentes a gestão ambiental são a


série ISO 14000, que norteia os princípios e objetivos da produção mais
limpa, além de objetivar a criação de um sistema de gestão ambiental na área
industrial e de serviços, o chamado SGA, além de estabelecer as diretrizes
para auditorias ambientais, avaliação de desempenho ambiental, rotulagem
ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos. No Brasil, as normas da
ISO 14000 são acrescentadas da palavra NBR, referente a Normas
Brasileiras, pertencente a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Vejamos as normas da ISO 14000

Normas NBR ISO 14000


NBR ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental – SGA –
Especificações e diretrizes para uso
NBR ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental –
Diretrizes Gerais: princípios, sistemas
e técnicas de apoio
NBR ISO 14010 Guias para Auditoria Ambiental –
Diretrizes Gerais
NBR ISO 14011 Guias para Auditoria Ambiental e
Procedimentos de Auditoria
NBR ISO 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental –
Critérios de qualificação de auditorias
NBR ISO 14020 Rotulagem Ambiental – Princípios
Gerais
NBR ISO 14021 Rotulagem Ambiental – Temas e
definições
NBR ISO 14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia
para rótulos
NBR ISO 14023 Rotulagem Ambiental – Testes e
metodologias de verificação
NBR ISO 14024 Rotulagem Ambiental Tipo 1 –
Princípios e procedimentos – análise
em múltiplos critérios
NBR ISO 14031 Gestão Ambiental – Avaliação de
desempenho ambiental – Diretrizes
NBR ISO 14032 Gestão Ambiental – Exemplos de
avaliação do desempenho ambiental
NBR ISO 14040 Análise do Ciclo de Vida – Princípios e
escrituras
NBR ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida – Objetivos e
escopo, definições e inventários
26

NBR ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida – Análise de


impactos
NBR ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida – Migração
dos impactos
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Estas normas, adotadas no mundo organizacional, servem para as


empresas repensarem suas ações, mudarem seus conceitos e processos
produtivos, fortalecendo sua marca, sua existência e melhorando a relação
entre ambiente e sociedade, de acordo com as normas, a ética e a
responsabilidade socioambiental.
27

3. ÉTICA E MORAL APLICADAS AO MARKETING SOCIOAMBIENTAL

Há muito tempo se fala e tem escrito sobre ética, valores, moral e


cultura, mas a ética na verdade é como educação de nosso caráter,
temperamento ou vontade pela razão, em busca de uma vida justa.

A ética também estuda e trata a responsabilidade do


comportamento moral, a decisão de agir numa dada situação concreta;
investiga se a pessoa pode ou não escolher e agir de acordo com a decisão
que tomou. Então podemos definir Ética e Moral como:

A ética vem como o estudo dos valores morais de uma sociedade


no qual estuda o comportamento das pessoas, frente a situações, indicando
escolhas entre o certo e o errado, justo e o injusto, bem e o mal, e não muda
com o tempo e é compreendida por todos.

E a Moral e um conjunto de regras, normas e valores de uma


cultura, povo ou de uma organização. Se não forem respeitadas devem ser
criadas leis que orientem a forma das pessoas agirem. A prática do dia a dia é
temporal, cultural e não compreendida por todos.

3.1 Ética Empresarial e sua Importância

A ética é um índice para que as organizações possam relacionar-


se de maneira correta com os clientes, fornecedores, colaboradores nas mais
diversas situações.

Temos que ter em vista que as organizações que levam o conceito


de ética a sério, pois está relacionada a conduzir de maneira a cumprir as leis,
colocando as ações em prática da melhor maneira possível.

A forma de nossa convivência na sociedade, as nossas condutas


está diretamente ligada ao desempenho das empresas que pertencemos ou
dos grupos no campo social ou individual, analisando suas condutas éticas e
moral e refletindo nas ações das organizações.

Segundo Nash (1993) com a preocupação que os executivos tem


com a forma de conduzir seus negócios real; a adoção de padrões morais
muito elevados fara com que os seus custos também se elevem e, por outro
28

lado, existe o temor de que, se a organização ou seus colaboradores não


adotarem uma postura ética, isto se refletira em um boicote pelos
consumidores e seus produtos ou serviços.

É de extrema necessidade nos dias de hoje a ética empresarial,


pois o senso coletivo onde se busca boas referências e práticas de interação
com o público. As empresas comprometidas com a transparência nas suas
atividades têm que saber que são geradoras de diferenciais nos negócios,
dando mais valor a sua marca, imagem e credibilidade a sua empresa.

3.2 Marketing Social

É a gestão estratégica do processo de inovações sociais a partir


da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas,
orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na
equidade social. Sendo uma ferramenta de comunicação que se aplica com o
critério e seriedade e com vantagens para as empresas.

São várias as vantagens do marketing social:

 Diferenciação da marca na mente dos consumidores;


 A diversificação de comunicação para melhor atingir o público;
 O posicionamento empresarial está ligado como socialmente
responsável, que não está interessado apenas na lucratividade;
 O investimento em ações sociais é visto como processo de
incremento e manutenção dos valores culturais da sociedade,
garantindo a imagem forte e bem posicionada a curto, médio e
longo prazo por meio da marca de forma consciente e inconsciente.

O receio das empresas é que o marketing social não resulte em


retorno financeiro. Mas um projeto social bem organizado e coordenado trás
uma série de benefícios.

3.3 Marketing Ambiental

Marketing ambiental ou marketing verde é o processo de venda de


produtos e serviços baseado nos benefícios ao meio ambiente com a
vinculação da marca de produtos, serviços e imagens ecologicamente
consciente.
29

A estratégia de marketing ambiental entende que uma pessoa que


tenha o mínimo de consciência ecológica, daria preferência aos produtos
citados. Um serviço ou produto pode demonstrar ser ambientalmente
responsável pela forma como é produzido, como é vendido ou embalado.

O marketing ambiental pode ser uma ferramenta extremamente


poderosa de gestão de mercado, Porém, ao mesmo tempo em que cresce o
número de consumidores conscientes, cresce também a desconfiança com
relação a propostas pretensamente “verdes”, mas que não passam de
promessas vazias que tentam explorar de forma irresponsável este novo filão
de mercado. Portanto as empresas têm de executar sua estratégia de
marketing ambiental de forma correta, sob pena da marca da empresa sofrer
danos muito sérios em sua credibilidade.

O Marketing verde não é apenas criar ações em cima de um


produto que é feito de material reciclável ou ainda biodegradável. Tem de ter
em mente que esse tipo de marketing vai muito além de um produto
ambientalmente correto. E isso é usado em seu benefício. Afinal, ações
podem ser mais bem vistas do que campanhas bem feitas.

3.4 Empresas com Projetos Socioambientais

NATURA: A empresa de cosméticos é uma das cinco citadas como


pioneiras do marketing verde no mundo.

Está atualmente na Campanha da cidade de Mariana e Governador


Valadares/Minas Gerais.

Iniciativa que precisa:

-Mobilização de outros voluntários;

-Doação/ transporte de materiais;

-Mobilização de recursos financeiros.

PHILIPS: No Brasil a um ciclo novo de programas voluntários e de


investimento social sobre o programa chamado de: Falando em Bem-
Estar. É voltado para a saúde e o bem-estar dos quais tem seis eixos: Ar,
água, luz, terra, movimento, saúde bocal.
30

PÃO DE AÇUCAR: A inciativa do Pão de Açúcar, têm como projeto


Caras do Brasil, que consiste em colocar produtos de pequenos
agricultores à disposição dos consumidores. Este projeto é citado pela
Organização das Nações Unidas (ONU), como uma das dez iniciativas de
grandes empresas, que, segundo o estudo, ainda não utilizam o marketing
verde em larga escala, mas já flertam com a proposta.

As empresas ao utilizar o chamado marketing verde, a estratégia


publicitária visa captar consumidores que levam em conta causas ambientais
e sociais, as empresas gastam menos por trabalhar próximo a organizações
da sociedade civil.
31

4. VANTAGENS, BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS DA RSA

A partir dos conceitos e estudos apresentados até o presente


momento, verificamos que a Responsabilidade Socioambiental é um fator
primordial no desenvolvimento das organizações, que passou a adotar
padrões de conservação e uso consciente a partir das exigências do mercado
externo.

Todavia é importante salientar, conforme MAIOLI (2012, P.99),


que, embora o crescimento econômico tenha avançado nos últimos tempos
em nosso país, as desigualdades existentes não decresceram, devido a
dificuldade de acesso aos principais serviços básicos, como saúde, educação,
segurança, trabalho, renda, entre outros.

Portanto, com a visão de contribuir para reverter esse cenário, as


empresas desenvolveram técnicas modernas de gestão de negocio, suprindo
as necessidades do público externo e interno e de comprometimento das
gerações futuras, deixando de ser apenas uma ação que era desenvolvida
sem uma política adequada, passando a ser aplicada por pessoas com boas
intenções, com conhecimento, habilidades, fazendo a organização olhar para
o seu futuro e da sociedade como um todo.

Através desse raciocínio, a realização das ações sociais e de


educação ambiental contribui para o alcance dos objetivos da
Responsabilidade Socioambiental e no crescimento da economia como um
todo, quebrando barreiras e superando desafios.

As ações de Compromisso Socioambiental são diferenciais em um


ambiente de mercado cada vez mais competitivo. Muitas empresas públicas
realizam programas de incentivo dos colaboradores a se engajarem em
determinadas causas e/ou atividades deste fim, resultando em participação
dos mesmos, reconhecimento por desempenharem tarefas importantes,
assim como a aquisição de aprendizado para ser praticado em quaisquer
lugares que comparecer. Sendo assim, as organizações, quando assumem
determinadas causas, terão grandes vantagens e benefícios, assim como
poderão encontrar, na proporção da aplicação do projeto, desvantagens que
32

podem ser utilizadas como oportunidade de mudança, para garantir melhor


desempenho.

Segue-se as principais vantagens e benefícios relacionadas a


Responsabilidade Socioambiental, segundo MAIOLI (2012, P.100), :

 Crescimento das Organizações – O interesse de tratar questões


como meio ambiente, educação, saúde e outras faz com que a
empresa busque alternativas que amenize as situações delicadas que
envolve seus colaboradores e a sociedade em geral, através de
politicas de incentivo, valorização e conscientização da importância de
cada ferramenta. Isso mostra que as empresas possui um importante
comportamento ético, ganhando reconhecimento das pessoas e outras
organizações e assumindo uma responsabilidade social que vai além
da própria empresa.
 Atração de talentos – O crescimento das empresas só é possível com
a geração de lucro e com a participação ativa de colaboradores
eficientes que muitos deles se tornam voluntários para executarem
tarefas relacionadas ao compromisso social e ambiental, juntamente
com a comunidade beneficiada. Com isso gera-se melhor
relacionamento, o clima organizacional se torna mais proveitoso e
comprometimento se torna fundamental.
 Transparência – A pratica socioambiental das organizações deve ser
abrangente, para que todos possam participar, assim como as
informações de condução dos negócios que deve ser informada
claramente, de acordo com seus princípios éticos, fazendo com que os
stakeholders posam interagir e confirmar essas informações.
 Imagem Favorecida junto ao Público – A partir das praticas
sustentáveis e sociais que favorecem os públicos como um todo fazem
com que os stakeholders realizem ações de divulgação dessas
atividades, objetivando a construção da credibilidade empresarial e
reduzindo gastos com publicidade.
 Aumento da Lucratividade – Muitas empresas disponibilizam
produtos e/ou serviços sustentáveis e de fácil acesso aos cidadão, que
necessitam destes. Esta pratica faz com que a lucratividade aumente,
33

assim como a sua participação na economia a partir do binômio mais


com menos, isto é, produzir mais com menos gastos, gerando também
uma lucratividade maior.
 Melhoria das Relações Organizacionais – A imagem positiva da
organização relacionada as suas praticas socioambientais leva, além
do reconhecimento, a um bom relacionamento com órgãos
governamentais e não governamentais, sindicatos e outros,
estabelecendo parcerias para a ampliação de seus projetos,
 Respeito ao meio Ambiente – A contribuição socioambiental
passam também pelas questões ambientais, mostrando a importância
da diversidade biológica, as maneiras das quais pode ser preservada e
de atitudes que podem resultar em grandes ganhos a longo prazo,
contruibuindo para um ambiente mais saudável.

Como citado no início, pode-se haver dificuldades em implementar


essas atividades sociais e ambientais, chamadas de desvantagens. Vejamos
quais são:

 Desequilíbrio financeiro – As empresas, para realizar as ações que


são do cunho socioambiental deverão realizar despesas para dar
andamento ao projeto, mas em algumas vezes, os gastos vão acima
do esperado e trazem prejuízos econômicos. Por isso a elaboração de
um orçamento e fundamental para não se haver problemas e dúvidas
relacionadas a este assunto, englobando o que tem em disponibilidade
e no que pode e quanto pode ser investido.
 Falta de planejamento – O projeto pode estar no papel, mas não se
tem local fixo para a realização, assim como há consenso por parte de
todo. A organização deve realizar reuniões para discutir bem o assunto
e fazer pesquisas para saber quais locais internos e externos serão
atendidos, mas que abrange o mais pessoas possíveis e que se atinja
os objetivos pretendidos.
 Falta de apoio externo – Muitas empresas buscam a parceria de
outras para poder realizar os projetos, mas encontram barreiras para
que se concretize o esperado ou não encontram organizações que
34

busquem a causa. É necessário que as organizações repensem em


suas decisões e proporcionem alianças com outras que também
possam fazer projetos de responsabilidade social e ambiental.

O que se quer deixar claro é que, dentro do contexto


organizacional, embora as dificuldades que passe para concretizar suas
ações, as praticas relacionadas ao meio social e ambiental são importantes
para a garantia de vivencia das gerações futuras e que as empresas devem,
constantemente, buscar por melhores caminhos para promover igualdade e
seriedade para todos, cumprindo com seus objetivos e alcançando o sucesso
empresarial, sem comprometer com o meio externo.
35

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo será aquilo que nós quisermos que seja, será melhor se
participarmos mais, se buscarmos soluções, se cobrarmos responsabilidade
de nossos representantes políticos e das organizações das quais somos
integrante.

Não podemos nos acomodar ou simplesmente esperarmos


grandes transformações, em nosso estilo de vida, pois somos os únicos
responsáveis por estas mudanças, temos de fazer a nossa parte e sermos
exemplos para nossos filhos e assim plantar desde pequenos a semente das
modificações no planeta.

Não existe solução simples ou milagrosa, seremos nós e as


gerações futuras que terá de planejar melhor e modicar o futuro. O futuro das
Organizações e das pessoas está ligada a forma como tentamos mudar a
nossa realidade e alteramos nossa percepção sobre as dificuldades atuais,
transformando a necessidade na oportunidade futura.

Desta forma percebemos que se as forças não se unirem (governo,


empresa e sociedade), para melhorar a gestão ambiental e responsabilidade
social, esta busca não irá se concretizar por completo, por menos que seja
nosso papel ê fundamental a participação de todos para esse
desenvolvimento e melhorias.
36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1- REZENDE, Debora. Os principais problemas sociais do Brasil :


Ebah, 2015. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfWLgAJ/os-principais-
problemas-sociais-brasil. Acesso em 08 de dez. de 2015

2- Freitas, Eduardo de. Países Subdesenvolvidos e os problemas


sociais: Mundo Educação, 2015. Disponível em:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/paises-
subdesenvolvidos-os-problemas-sociais.htm. Acesso em 08 de dez. de
2015

3- Colunista. Portal Educação, 2015. Disponível em:


http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/19309/relacao-do-
homem-x-natureza. Acesso em 08 de dez. de 2015

4- FURST, Omar. Problemas Ambientais Urbanos e Rurais. 2010.


Disponível em:
http://bibocaambiental.blogspot.com.br/2010/08/problemas-ambientais-
urbanos-e-rurais.html. Acesso em 08 de dez. de 2015

5- LÜDERS E TOVIANSK. Planeta Sustentável – Empresas modelo,


2010. Disponível em:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/empresa
s-modelo-melhores-alcoa-sustentavel-guiaexame-632936.shtml.
Acesso em 08 de dez. de 2015

6- Empresas Sustentaveis-Empresas Conscientes!Disponivel em :


http://www.atitudessustentaveis.com.br/socioambiental/empresas-
sustentaveis-empresas-conscientes/. Acesso em 08 de dez. de 2015

7- ALIGLERI, Lilian. Et. Al. Gestão Socioambiental: Responsabilidade e


Sustentabilidade do Negócio. São Paulo: Atlas, 2009.

8- ASHLEY, P.A. et al. Ética e Responsabilidade Social nos negócios


São Paulo: Saraiva,2002.
37

9- EON, Fábio. O que é Responsabilidade Social? Disponível em:


http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-responsabilidade-
social/. Acesso em 08 dez 2015.

10- MAIOLI, Marcos Rogério. Responsabilidade Social e Ambiental.


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.Educação a
Distância, Paraná: 2012.

11- MELO NETO, F.P.el al. Responsabilidade Social & Cidadania


Empresarial – Administração do Terceiro Setor.2.ed.Rio de Janeiro:
Qualitymark,2001.

12- RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Disponivel em:


http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/responsabilidade_ambient
al.htm. Acesso em 10 dez 2015

Você também pode gostar