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Manejo de Bacias Hidrográficas, por Henrique Chaves.

Aluna: Izadora Ventura dos Santos Nascimento matr: 16/0009120.

Resenha Crítica do livro - “Porque as nações fracassam?’’


Em “Porque as nações fracassam: a origem do poder, da prosperidade e da pobreza”,
os economistas Daron Acemoglu, do Massachusetts do instituto de tecnologia, e James
Robinson, da Universidade de Harvard, buscam explicar o processo de desenvolvimento ou
estagnação das nações.

Inicialmente o livro fala sobre a história de duas nações, o México e o Estados


Unidos, a origem e a raiz do poder e suas consequências, suas principais diferenças envolvem
instituições públicas e os incentivos que são dados de formas diferentes. Inicialmente o autor
cita como referências a cidade de Nogales, Arizona e ao norte e em contrapartida, o sul onde
se localiza a cidade de Nogales, Sonora, elas são separadas por uma única, mas possuem
mesmas características de solo, clima e morfologias, no entanto, suas populações carregam
distintas condições de vida. Ao norte, é possível usufruir de um sistema básico de saúde,
educação de qualidade, melhores expectativas de vida, segurança, saúde pública e em média a
renda familiar anual é de 30 mil dólares, enquanto que ao sul, há altas taxas de mortalidade,
não existe segurança ou saúde pública, há também altos índice de criminalidade e
desemprego. Bom, notavelmente há uma discrepância entre as duas cidades, a questão é: Por
qual motivo duas cidades vizinhas vivem de forma tão desigual? Qual a origem do problema?
Quando tudo começou a dar errado para um dos lados?
O contraste entre os países Estados Unidos e México constitui exemplo de grandes
personalidades que fazem história e teve um grande impacto em nossa sociedade, são eles os
homens mais ricos do mundo, Bill Gates, Carlos Slim e Warren Buffett que inovaram o
mercado tecnológico e as instituições econômicas, mas que conseguiram alcançar tais
patamares devido o incentivo das instituições, que compõem uma das variáveis mais
importantes para que uma nação se desenvolva. Entretanto, independentemente do estágio de
desenvolvimento de um país, as instituições econômicas e políticas são consequências das
escolhas da sociedade.
São várias as teorias, entre elas temos: A hipótese geográfica, onde as nações ricas se
situam em latitudes temperadas, por motivos de que habitantes de climas tropicais tendem a
terem hábitos mais preguiçosos e isso gerava uma série de motivos que os levam a pobreza.
No entanto, logo essa tese vai água abaixo quando países quentes como Cingapura, Malásia e
Botsuana apresentam avanços econômicos, outra justificativa são as doenças tropicais, como
a malária, que são tão adversas que afetam diretamente a produtividade da população. Essa
teoria não é o suficiente para explicar as desigualdades, tendo o clima e doenças tropicais
como tópico principal para explicar, existem países como por exemplo, o caso de Nogales, as
duas cidades possuíam mais condições climáticas e mesmo assim isso não mudou o fato de
uma dessas não se desenvolver economicamente.
Outra hipótese é a cultural, A hipótese cultura tem como base valores, ética e em
alguns tipos de crenças. Esse tipo de teoria levava algumas pessoas a crer que, por exemplo,
a África tinha um má economia porque não tinham boa ética de trabalho, pregando
preconceitos em sua cultura, e acreditando que eles não tinham novas tecnologias porque
preferiam crer em suas magias e feitiçarias. Entretanto, a hipótese cultural é insuficiente para
provar o motivo de haver desigualdade mundial, por que a cultura é algo de profunda
influência mas que constitui causas independentes. Torna-se evidente que a não adoção de
tecnologia tem como causa a falta de incentivo, o elevado risco de expropriação e tributação
em cima da produção.
E por fim, a última hipótese popular, a da ignorância, mas como autor cita “se foi a
ignorância que nos trouxe até aqui, basta contar com autoridades e governantes esclarecidos e
bem informados para sair deste lugar e, assim, ‘implementar’ a prosperidade e todo o mundo,
mediante a divulgação de orientações corretas e o convencimento dos políticos do que seria
uma economia de qualidade”. Entretanto, foi esclarecido que apenas essa linha de raciocínio
não era o suficiente. Com isso, o autor cita que o obstáculo deve-se à falta de incentivos e as
restrições existentes que são impostas por instituições políticas e econômicas.
Dessa forma, é esclarecedor que não é uma hipótese isoladamente que vai levar
nações à pobrezas ou as torná-las prósperas, uma série de decisões por parte das pessoas que
estão no poder que levam a decadência, muitas vezes, baseados no próprio interesse
egocentrista, de forma, que tais atos são propositais. E isso tudo possui um denominador
comum entre muitos países ao longo da história, que são os problemas políticos básicos que
acarretam em vários outros problemas, virando uma verdadeira bola de neve. Para entender
as desigualdades é preciso compreender os diferentes tipos de políticas e acordos sociais que
afetam os comportamentos e incentivos econômicos como o livro afirma.
Existe uma grande diferença entre instituições extrativistas e inclusivas. As
instituições econômicas inclusivas fomentam a atividade econômica, o aumento da
produtividade e a prosperidade da economia, enquanto que as extrativistas são totalmente ao
contrário, costumam concentrar o poder em mãos de uma uma pequena parcela da sociedade,
pessoal da elite e impõe poucas restrições ao exercício de seu poder. Sendo assim, é evidente
que instituições inclusivas deveriam ser a base para qualquer sociedade que deseja alavancar
sua prosperidade, elas possuem como base duas ferramentas muito importantes: a tecnologia
e a educação. Por isso, países com maior crescimento econômico são grandes investidores e
financiadores da educação, fornecendo assim, melhorias tecnológicas que permitem às
pessoas uma espécie de “mão de obra” e capital existentes, que seriam as condições físicas e
sociais de desenvolver e aumentar a produtividade. O que é bastante difícil de ver em países
como Coreia do Norte e países latinos, que muitas vezes, precisam escolher entre estudar e
trabalhar para garantir sua alimentação do dia, onde as escolas dispõem de poucos
investimento, e a saúde é escassa, o que acarreta em baixa escolaridade e inexistência de
mercado inclusivos. Sendo assim, o baixo nível educacional dos países pobres é causado por
instituições que são incapazes de gerar incentivos, induzir o governo a construir, financiar e
oferecer suporte aos empreendedores de pequenos e médios portes.
Em países onde existem instituições inclusivas é possível visualizar diversas
personalidades que se destacaram ao longo da história, por suas iniciativas e criações
tecnológicas, tudo isso resultado de um país que investiu e ofereceu liberdade de escolha a
eles, podemos mencionar personalidades como Bill Gates, Steve Jobs, Sergey Brin, Larry
Page e Jeff Bezos, entre outros diversos cientistas que fizeram descobertas fundamentais em
tecnologias da informação, energia nuclear, biotecnologia e os demais campos em que esses
empreendedores construíram seus negócios.
As instituições extrativistas possuem outras características além do óbvio, que é o
crescimento não sustentado, ocorre um crescimento econômico em algum momento mas esse
não perdura, uma forma é quando as elites conseguem alcançar recursos diretamente para
atividades de altos lucros e produtividades que elas têm o poder de controlar. Os exemplos
desse caso, são as ilhas do Caribe, em Barbados, Cuba também, onde a maioria de suas
populações eram escravizadas, a elite possuía todos os ativos, propriedades e os demais não
tinham direito algum. Mesmo essas ilhas estão localizadas e produzem açúcar para o
mercado mundial. Tal estratégia só durou até ser necessário realizar uma transição para novas
atividades econômicas, colocando em risco tanto o poder quanto a riqueza da elite
latifundiária. O crescimento também é muito delimitado pelo grau de centralização, pois é
isso que vai definir a coordenação de atividades econômicas a fim de canalizar recursos para
atrás de altas produtividade.
Uma das características centrais das instituições políticas extrativistas que são capazes
de promover o crescimento é, portanto, o grau de centralização política. No entanto, este não
é de longe uma forma sustentável. Quando as instituições política e econômica são
extrativistas, não há incentivo para avanço tecnológico e todos os processos são
intrinsecamente limitados.
As instituições extrativistas são incapazes de promover mudanças tecnológicas
sustentadas por duas razões: falta de incentivos econômicos e resistência das elites. Pois,
conforme é explicado uma vez que todos os recursos são mal utilizados, eles eram realocados
para a indústria, não restavam maiores ganhos econômicos adicionais a alcançar por decreto.
Conforme os exemplos dados, como de Cassai, a maioria das sociedades foram governadas
por instituições extrativistas, aquelas que se ousaram impor alguma medida de ordem em seus
territórios poderiam gerar algum crescimento mas de forma limitada – ainda que nenhuma
dessas sociedades extrativistas tenha conseguido obter crescimento sustentado.
Portanto, o crescimento proporcionado pelas instituições extrativistas é, porém, de
natureza completamente diferente daquele criado sob instituições inclusivas. Além de não ser
sustentável. Por sua própria natureza, as instituições extrativistas não abrem espaço para a
destruição criativa, propiciando, no máximo, níveis limitados de progresso tecnológico.
O desenvolvimento histórico de instituições em diferentes partes do mundo explica
porque em cada lugar tomou rumos específicos.
As instituições inclusivas necessitam mais que apenas implementar, é preciso fazer
manutenções, adaptá-las, monitorá-las para que sempre esse modelo seja usual, do contrário,
ele decairá e certas atitudes podem levar novamente para estaca zero, vários são os exemplos
de países que não conseguiram manter as instituições inclusivas.
Como exemplo, temos também os romanos que herdaram algumas tecnologias
básicas, como ferramentas e armas de ferro, escrita, arado e técnicas arquitetônicas. Nos
primórdios da república, inventaram outras: alvenaria com cimento, bombas e roda-d'água,
no entanto, a tecnologia permaneceu estagnada por toda a duração do Império Romano. Na
construção naval, por exemplo, houve poucas alterações no projeto ou cordame dos navios, e
os romanos nunca chegaram a desenvolver o leme de popa, governando suas embarcações
com remos. Sem inovação, foi possível algum nível de crescimento econômico, baseado na
tecnologia existente, porém, sem destruição criativa, não poderia perdurar.
Muitos desses países citados como exemplos tinham algo em comum, o crescimento
era insustentável, ocorrendo sob instituições que eram em parte inclusivas e, em parte,
extrativistas. Ainda que os cidadãos possuíssem direitos políticos e econômicos, a escravidão
era generalizada e muito extrativista, e a elite, a classe senatorial, dominava tanto a economia
quanto a política. Desse modo, o poder político permanecia nas mãos dos ricos proprietários
rurais da classe senatorial, os beneficiários das mudanças que se haviam dado no decorrer dos
dois últimos séculos. E a maioria deles não tinha a menor intenção de modificar o sistema
que era conveniente para eles..
As instituições políticas e econômicas cada vez mais extrativistas levaram à queda
dessas civilizações, em virtude dos conflitos internos e guerras civis causadas por elas. Tinha
como características a falta de qualquer noção eventualmente existente de igualdade perante a
lei e havia claras distinções entre os tipos de leis que se aplicavam a cada categoria de
cidadão. Além de evidências diretas do medo inspirado pelas consequências políticas da
destruição criativa, como o exemplo do vidro inquebravel, que foi uma inovação rejeitada
pela destruição criativa, não apenas por seu impacto econômico, mas, principalmente, por
receio de suas implicações políticas. Não era fomentado nada que proporcionasse inovação
tecnológica ou prosperidade para a sociedade como um todo.
A inovação tecnológica contribuiu para a prosperidade das sociedades humanas e
também implicou a substituição do antigo pelo novo, bem como a destruição dos privilégios
econômicos e do poder político de alguns.
De uma forma ou outra a sociedade teve algumas oportunidades de enriquecimento,
mas o processo de destruição criativa constituiu uma ameaça aos meios de subsistência
daqueles que trabalham com as antigas tecnologias. Acima de tudo, inovações significativas
como a máquina de tecer meias de Lee implicaram também a possibilidade de uma
reconfiguração do poder político.Depois de 1688, os direitos de propriedade tornaram-se bem
mais seguros, embora, em parte porque sua garantia estava de acordo com os interesses do
Parlamento, e as instituições pluralistas podiam ser influenciadas pelo mecanismo de
petições.
O pluralismo também sacramenta a noção de estado de direito, o princípio de que as
leis devem ser igualmente aplicadas a todos – algo impossível, naturalmente, sob uma
monarquia absolutista. Contudo, o estado de direito, por sua vez, significa que as leis não
podem ser usadas por determinado grupo para violar os direitos de outro. Ademais, o
princípio do estado de direito abre a possibilidade de maior participação no processo político
e de maior inclusão, à medida que introduz a ideia de que as pessoas devem ser iguais não só
diante da lei, mas também do sistema político. Esse foi um dos princípios que tornaram tão
difícil para o sistema político britânico resistir à imperiosa demanda por mais democracia ao
longo do século XIX, abrindo caminho para a gradual extensão do direito a voto a todos os
adultos.
Tais revoluções, sobretudo a Revolução Gloriosa implicou a emergência de um novo
regime, baseado na constitucionalidade e no pluralismo. Sem alguma espécie de pluralismo,
haveria o perigo de que um dos vários interesses em jogo usurpasse o poder, em detrimento
dos demais, isso significou um dos principais avanços que já aconteceu na história das
nações. Foi a Revolução Gloriosa que tornou o sistema político aberto e responsivo às
aspirações e necessidades econômicas da sociedade.
O absolutismo é uma forma que caracteriza uma instituição extrativista, mas o
absolutismo não é a única modalidade de instituição política extrativista e não foi o único
fator a impedir a industrialização. Instituições políticas e econômicas inclusivas requerem
algum grau de centralização política para que o Estado possa impor a lei e a ordem, defender
os direitos de propriedade e fomentar a atividade econômica, quando necessário, mediante o
investimento em serviços públicos. Mesmo hoje, porém, em diversos países – como
Afeganistão, Haiti, Nepal e Somália.
A centralização política é objeto de resistência pelo mesmo motivo pelo qual os
regimes absolutistas resistem à mudança em geral: o receio, quase sempre justificado, de que
ela desloque o eixo do poder político, transferindo-o dos que dominam hoje para as mãos de
novos indivíduos e grupos. Assim, do mesmo modo como o absolutismo bloqueia toda e
qualquer transformação no sentido do pluralismo e da mudança econômica, as elites e clãs
tradicionais dominantes, nas sociedades que não dispõem de Estado centralizado, agem no
mesmo sentido. Por conseguinte, as sociedades em que tal centralização era ainda inexistente
nos séculos XVIII e XIX estavam particularmente mal posicionadas para a era da indústria.
O absolutismo como conjunto de instituições políticas e as consequências econômicas
dele decorrentes não se restringiram à Europa e à Ásia. Fez-se presente também na África,
por exemplo, no Reino do Congo. Uma das consequências do absolutismo foi uma imensa
insegurança quanto aos direitos de propriedade, fruto da estratégia política do imperador.
As instituições políticas absolutistas impediram a industrialização nos mais diversos
lugares, quer de forma indireta, no modo como ajudaram a organizar a economia, ou direta,
como vimos nos casos do Império Austro-Húngaro e Rússia. Contudo, o absolutismo não é o
único obstáculo à emergência de instituições econômicas inclusivas.
● Conclusão
. É importante ressaltar que ao longo da história foi usado da força e violência para
subjugar nações e povos, o que atrapalhou sim no desenvolvimento desses, e enquanto não
houver um sistema de igualdade estabelecido nesses locais, uma compensação histórica,
livramento das mãos de tiranos que impõe ao povo a miséria para viver na regalia,
privando-os de seus direitos que deveriam ser básicos, como educação, saúde, segurança e
também lazer, continuará havendo desigualdades. Não menos importante na mudança da vida
dos povos oprimidos temos a intervenção dos países de forma pacífica, abrindo
oportunidades para a entrada na indústria e participação no mercado, incentivo a
especialização de mão de obra, e entre outras iniciativas que devem ser tomadas visando o
bem estar do povo e não uma possibilidade de explorar e extrair ainda mais, podendo assim
quem sabe abrir espaço para uma igualdade global. Afinal como vimos na história, e nos
exemplos citado no livro, houveram diversos conflitos por ouro, terras e insumos, e
constantemente foi ignorado o massacre de povos, etnias, culturas, o que é desesperador
principalmente na atualidade com tantas informações, possibilidades e exemplos que temos
disponíveis. Enfim, o livro aponta várias falhas que podem ocorrer no processo de formação
de uma sociedade, e também aponta possíveis caminhos que podem ser seguidos para a
prosperidade.
Conforme discutido, as instituições extrativistas ainda estão presentes, isso decorrente
a vários fatos históricos, mas outra razão, talvez a mais importante, é devido a mentalidade,
falta de incentivos e falta de educação da sociedade, essas variáveis acarretam em um ciclo
vicioso de pobreza. Portanto, nós como pertencentes a uma sociedade devemos nos expor
mais a outras oportunidades de educação, cultura para fazermos a diferença, além de
propagar conhecimento, pois uma nação mais educada é um nação mais rica e cheia de
abundância.

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