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A prática da Contabilidade Comercial

A Contabilidade pode ser definida como uma ciência aplicada e social que
possui como objeto de estudo o patrimônio, permitindo o controle de sua
movimentação, dentro da empresa, e possibilitando a geração de informações para o
processo de tomada de decisão, gestão e controle das entidades. A partir deste
conceito, podemos afirmar que a contabilidade esta presente em todos os setores de
quaisquer empresas, pois é a partir da ocorrência de fatos contábeis de determinados
setores é que os usuários poderão saber sobre a evolução da natureza econômica,
financeira, física e da produtividade da organização como um todo, permitindo a
construção de um sistema de informações gerencial útil e confiável e propiciando a
elaboração de relatórios contábeis, instrumento de auxilio no direcionamento de
decisões favoráveis para o desenvolvimento organizacional.

De acordo com o tipo de empresa, é empregado um ramo da Contabilidade.


Assim, a empresa comercial aplica a Contabilidade Comercial, a empresa industrial,
a Contabilidade Industrial, e assim por diante. Mas podemos perguntar: Existem
diversas Contabilidades? Não. A Contabilidade é uma só, com seus princípios
fundamentais. O que existe são ramificações da Contabilidade, criadas de forma a
permitir a cada empresa a aplicação adequada dos princípios contábeis, segundo suas
características próprias. A Contabilidade Comercial, por exemplo, além de gerar,
informar, auxiliar na tomada de decisão e seguir fundamentações contábeis, visa o
lucro, as receitas e os bons resultados da entidade, além de orienta-la no processo de
inicio das atividades comerciais e na evolução e continuidade do patrimônio.

Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades, é


preciso que estejam devidamente constituídas e legalizadas por meio de registros nos
órgãos competentes (Junta Comercial, RFB, Prefeituras, Secretaria da Fazenda, DRT,
etc.). Além disso, deve conter livros próprios onde devem estar registrados,
diariamente, os fatos contábeis (livros fiscais, livros contábeis e livros sociais) e o
plano de contas, onde estão previstos todas as contas que serão utilizadas nas
operações contábeis comerciais.

Um dos grandes desafios da Contabilidade Comercial são as operações de


compra e venda de mercadorias, que estão ligados com o estoque de
mercadorias, os impostos inerentes, os abatimentos, os descontos e
devoluções. Esses procedimentos são essenciais na continuidade da vida contábil de
uma empresa comercial, possibilitando a melhor visão da organização, o
aprimoramento das tomadas de decisão e o controle dos gastos para conseguir
maximizar os seus lucros. A compra de mercadorias pode ser entendida como uma
operação de aquisição de produtos, sendo que este pode ser revendido ou
armazenado no estoque para ser vendido futuramente. Para esta operação deve ser
analisada a melhor forma de pagamento (deve esta de acordo com a disposição
orçamentária da empresa), pois este influencia na politica de descontos e de tributos
estabelecidos pelo fornecedor, o que pode ser definido no Custo Total de
Mercadorias, que é composto pelo valor das mercadorias mais o valor do frete e
seguros (despesas acessórias). Portanto, é fundamental que a empresa compradora
avalie a facilidade de aquisição dos produtos e da maneira na qual irá pagar pelo
mesmo ( a vista ou a prazo). O Estoque de Mercadorias define o custo das
mercadorias estocadas, a partir do uso do valor pago pelas aquisições de tais
mercadorias acrescidas pelas despesas acessórias, o que pode acontecer em datas
diferentes. Para isso, utilizam-se alguns métodos: Preço Especifico, PEPS (Primeiro
que Entra, Primeiro que Sai), UEPS (Último que Entra Primeiro que Sai), Média
Ponderada Móvel (MPM), entre outros.

O preço especifico consiste em atribuir a cada unidade do estoque o preço


efetivamente pago por ele. Este critério é apenas utilizado pelas mercadorias de fácil
identificação física, como por exemplo, imóveis para revenda, veículos usados, etc. Já
o método PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) consiste que “o primeiro
elemento que entrou no estoque é o primeiro que deve ser baixado dos estoques por
ocasião das vendas, com seu respectivo valor de incorporação”. (BASSO, 2011, p.
174), enquanto o UEPS (Último que Entra Primeiro que Sai), segundo Basso (2011,
p. 175) considera que “as unidades vendidas são as últimas adequadas, e as que
permanecerem um estoque são as mais antigas”. Por fim, a Média Ponderada Móvel
é o “Intermediário entre o PEPS e o UEPS”, realizando a divisão do valor de aquisição
do estoque atual, mas os novos estoques adquiridos, pela quantidade em estoque de
determinada mercadoria, possibilitando a se chegar ao Lucro Bruto.

A partir dos conceitos apresentados acima, podemos afirmar que o controle do


estoque, com a adoção dos métodos descritos, é fundamental para todas as
empresas, pois a verificação de entradas, saídas e saldos de mercadorias mantém,
aperfeiçoa e deixa transparente a gestão da empresa e avalia o processo como um
todo, influenciando nas decisões a serem tomadas na melhoria da produtividade
empresarial.

As Demonstrações Financeiras, outro instrumento utilizado na Contabilidade


Comercial, são ferramentas adotadas pelas empresas para analisarem a sua situação
financeira e patrimonial. Previstas na lei 6404/76, elas devem ser elaboradas ao fim de
cada exercício social e registradas em seus livros contábeis, além de serem
complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações
contábeis necessárias ao bom esclarecimento da situação patrimonial e dos
Resultados do Exercício. Citamos como exemplo o Balanço Patrimonial
(demonstração destinada a evidenciar, resumidamente, o Patrimônio da entidade,
assim como deve compreender todos os Bens e Direitos, as Obrigações e o
Patrimônio Liquido da entidade), a Demonstração do Resultado do Exercício (pode
ser verificado nesta o resultado que a empresa obteve – lucro ou prejuízo – no
desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente
igual a um ano), a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (evidencia o
lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como os eventos que modificaram o
saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como, por exemplo, correção
monetária, ajustes e reversões de reserva), etc.

Assim sendo, podemos concluir que a Contabilidade Comercial é


extremamente de fundamental importância para vida de uma empresa comercial. Além
disso, a participação de um profissional da área (contador) deve ser conjunta ao do
proprietário, trabalhando em equipe, para que problemas e perguntas que surgirem
sejam solucionados de maneira consensual, sejam na interpretação dos dados
referentes às demonstrações financeiras, sejam ao controle do estoque, que deve ser
conferido e avaliado periodicamente, tanto na qualidade do produto oferecido, quanto
ao preço destinado ao consumidor final. É a partir da aplicação dos seus princípios e
métodos é que a organização poderá ter melhores decisões e alcançará seus
objetivos e metas, elevando o seu desenvolvimento.

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