Um centro de responsabilidade é uma unidade organizacional da empresa responsável por seus próprios custos, ganhos e lucros, como se fosse uma empresa autônoma, auxiliando na tomada de decisões estratégicas dos gestores. Existem quatro tipos: centro de custos, centro de resultados, centro de proveitos e centro de investimentos.
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Reconhecer o papel da contabilidade de gestão numa organização
Um centro de responsabilidade é uma unidade organizacional da empresa responsável por seus próprios custos, ganhos e lucros, como se fosse uma empresa autônoma, auxiliando na tomada de decisões estratégicas dos gestores. Existem quatro tipos: centro de custos, centro de resultados, centro de proveitos e centro de investimentos.
Um centro de responsabilidade é uma unidade organizacional da empresa responsável por seus próprios custos, ganhos e lucros, como se fosse uma empresa autônoma, auxiliando na tomada de decisões estratégicas dos gestores. Existem quatro tipos: centro de custos, centro de resultados, centro de proveitos e centro de investimentos.
Reconhecer o papel da contabilidade de gestão numa organização
a) Divisões da contabilidade (financeira e de gestão)
A contabilidade tem a flexibilidade de se adaptar à natureza da actividade que a empresa desenvolve. Nos dias que correm e onde é necessária cada vez mais informação em tempo real a contabilidade financeira e de gestão são preponderantes na tomada de decisões e como tal aliadas ao desenvolvimento da empresa. Em termos teóricos a contabilidade financeira ou externa, também conhecida como contabilidade geral trata essencialmente de relatar a parte financeira (posição, desempenho financeiro) da empresa através das demonstrações financeiras, informação essa que tem como principais utentes os accionistas, investidores, fornecedores, clientes, entre outros interessados. A elaboração da contabilidade financeira é obrigatória por Lei, actualmente normalizada pelo sistema de normalização contabilístico e tem por base princípios contabilísticos geralmente aceites. A sua periodicidade de apresentação pode ser mensal, trimestral ou anual consoante as necessidades da empresa. Por outro lado surge a contabilidade de gestão ou interna, também conhecida como contabilidade analítica, tem como principal objectivo a gestão dos custos dos produtos vendidos e serviços prestados, assim como fornecer informação que não se encontra na contabilidade financeira, por norma esta informação reporta apenas aos directores e chefias, não chegando até aos accionistas. Não é uma contabilidade obrigatória por Lei, nem estão definidos princípios contabilísticos para a mesma, baseia-se essencialmente em relatórios internos que têm como foco a estratégia e desempenho da empresa. b) A Contabilidade Analítica ou Contabilidade de Gestão Diz-se ser a contabilidade interna de uma empresa permitindo analisar os seus custos – custos de produção, e proveitos. É dirigida aos gestores das empresas e tem como principal finalidade a tomada de decisões, bem como a análise e planeamento de uma organização. Os responsáveis pela gestão de uma empresa têm de conhecer os custos e os proveitos/resultados, relacionados com os seus objectivos. Esta necessidade não se aplica somente às empresas, mas também a outras organizações. A Contabilidade Analítica estabelece um sistema de informação, tendo em vista a medida e análise dos custos, proveitos e resultados, relacionados com os objectivos que as organizações pretendem seguir. É importante ainda referir as questões mais utilizadas na tomada de decisão, os elementos constituintes da contabilidade analítica e os sistemas que a integram, de modo a orientar os gestores das empresas. Questionário de contabilidade analítica De seguida apresentamos um questionário de contabilidade analítica usadas nas tomadas de decisão, de modo, a auxiliar a sua organização e tornar a sua gestão mais eficiente. Confira: Deve-se produzir ou adquirir? É necessário investimento? O transporte e respectiva manutenção dos equipamentos deverá ser interno ou externo? Quais os produtos a ser fabricados bem como as suas quantidades O preço e tipos de venda a adoptar? Quais as zonas geográficas mais favoráveis para a sua venda? A resposta a estas questões é uma mais valia para a Contabilidade de Gestão, uma vez que permitirá ajudar os empresários a tomar decisões acertadas e a diminuir os erros e os desvios financeiros na Gestão e assim beneficiar o seu negócio. Objectivos da Contabilidade de Gestão/Analítica Objectivos da Contabilidade de Gestão/Analítica É cordialmente aceitável que a Contabilidade de Gestão tem como principal objectivo fornecer informações para o processo de tomada de decisões económicas com a finalidade de promover a eficiência global da organização, os sistemas de medida que se utilizem e os modelos de decisão que se apliquem em critérios económicos. Segundo a IFAC, (1999, referido por Bernardes 2001) a Contabilidade de Gestão tem como objectivo auxiliar na tomada de decisões estratégicas nomeadamente no que diz respeito aos métodos de produção, produtos, serviços, comercialização e demais aspectos a longo prazo. Deve ainda ajudar no planeamento e tomada de decisões no que refere à substituição de equipamento, gerir cash-flows, compra de materiais, estabelecer preços, entre outros. É uma ferramenta útil de controlo e gestão operacional no que respeita à identificação de operações ineficientes e serve como base de distribuição de incentivos aos gestores. Este sistema auxilia a preparação de demonstrações de resultados no que se refere à correcção da avaliação das existências e dos activos, em conformidade com as exigências do relato financeiro. c) Elementos da Contabilidade Analítica (Demonstrações financeiras mais usadas) Os elementos da contabilidade analítica estão referênciados abaixo: Mapas de fluxos de caixa Quadros Demonstração de Resultados – por funções d) Entenda o que são os Centros de Responsabilidade Hoje é quase impossível que um gestor seja capaz de definir o preço de venda somente a partir do valor dos custos. Tornou-se fundamental que a contabilidade analítica informe também os custos das diferentes actividades e operações que ocorrem em toda a empresa. É somente depois disso que se pode definir o preço final de um produto ou serviço. Em qualquer tipo de empresa, a gestão desempenha um conjunto variado de funções, ou melhor, assume um conjunto de responsabilidades. Em negócios maiores, a cada função está associada uma determinada estrutura de meios (humanos e materiais), que se divide em departamentos ou unidades. Naquelas de menor dimensão, embora essa estrutura física não seja evidente, as diversas funções são igualmente desempenhadas. Estes departamentos são responsáveis pelos seus próprios custos, ganhos e, consequentemente, pelos seus próprios lucros. Geralmente, os seus gestores têm grande liberdade para tomar decisões, como o nível de produção, a forma de produzir e a melhor maneira de comercializar, gerindo seus respectivos sectores como se fossem uma empresa autónoma. A cada uma dessas unidades podemos chamar de Centros de Responsabilidade, também conhecidos como Centros de Análise ou Centros de Lucro. Há 4 tipos diferentes de Centros de Responsabilidade. Eles são identificados conforme o tipo de controlo realizado sobre as entradas e os resultados. São eles: Centro de Custos, Centro de Resultados, Centro de Proveitos e Centro de Investimento Centro de Custos O Centro de Custos está relacionado principalmente ao que as empresas desembolsam. Para criá- lo é necessário organizar unidades ou actividades de um determinado sector da empresa e categorizar as despesas e os desembolsos de cada uma delas de forma eficiente. Isso optimiza a análise dos componentes do negócio, pois ao dividir a empresa em segmentos, pode-se notar, de modo preciso, o quanto é investido e desembolsado em cada departamento. Centro de Resultados De maneira geral, a ideia de Centro de Resultados é similar a de Centro de Custos, com a diferença de que o Centro de Resultados é avaliado pela margem de lucro. Isso quer dizer que o gestor dessa área tem o controlo e a responsabilidade tanto sobre os custos directos quanto os indirectos e que os dois podem ser medidos monetariamente. Por isso, podemos dizer que uma unidade ou departamento cuja gestão é feita nesse modelo funciona quase como um negócio autónomo e proporciona mais motivação e empenho por parte do gestor. Porém, para promover um Centro de Custos a Centro de Resultados, é necessário cumprir alguns critérios: O gestor precisa ter poder de decisão e capacidade de definir os recursos que entram e saem do caixa da unidade; A unidade deve ter clientes, internos ou externos, interessados nos produtos ou serviços oferecidos por ela; Os produtos ou serviços precisam ser relevantes, para que sua transferência interna não os torne obsoletos; Deve haver um equilíbrio de custo-benefício, dedicando esforço extra para medir os custos indirectos. Centro de Proveitos Um Centro de Proveitos é utilizado quando o gestor é avaliado somente pelos proveitos obtidos. Exemplos típicos podem ser encontrados nas áreas de venda ou comercial, pois nelas, geralmente, os gestores são avaliados pelo volume de vendas. Centro de Investimentos O gestor de um Centro de Investimentos é avaliado pelos resultados, tendo em conta não só os custos e os proveitos, mas também os investimentos efetuados e o custo do respectivo capital. Um exemplo interessante são as empresas agrícolas, tendo em vista que é bastante comum encontrarmos casos de investimentos que se realizam durante um longo período e, o que é mais importante, utilizando recursos do próprio negócio. Vantagens Maior agilidade no processo de tomada de decisão, pois muitas delas deixam de depender da gestão geral da empresa; Maior objectividade, na medida em que as decisões são tomadas por quem está mais próximo do ponto de decisão; Maior motivação por parte do gestor, pelo fato de que assumir responsabilidades é um importante factor de incentivo; Maior eficiência no controle dos lucros, dado que é a forma mais simples e fácil de monitorar a eficiência de um determinado departamento. Desvantagens Menor controle da gestão geral, na medida em que as decisões ficam mais descentralizadas; Risco de menor qualidade nos processos de tomada de decisão, caso a capacidade e competência do gestor for baixa; Possibilidade de maior competição interna dos diversos departamentos em busca de recursos e de acesso ao mercado; Risco de conflitos internos no que se refere à definição de preços de transferência ou da repartição dos custos comuns entre as diferentes direcções; Aumento dos custos, ao passo em que obriga a criação de estruturas adicionais para apoio à gestão, registros adicionais e outras tarefas necessárias para manter cada departamento. Resumo: Um centro de responsabilidade é uma unidade da organização chefiada por um gestor que é responsável pelas suas actividades. Por outras palavras, uma unidade organizativa pode ser considerada um centro de responsabilidade se: é chefiada por um gestor; tem objectivos próprios, que orientam as suas actividades; o gestor tem poder de decisão sobre os recursos necessários à realização dos objectivos.
Contabilidade e Gestão de Unidades de Negócio: Preços de transferência (transfer pricing), centro de serviços compartilhados (shared services), sistemas de recompensas