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Segundo Perreira (1980:23) “a Contabilidade é uma ciência de natureza económica cujo objecto
é a realidade económica passada, presente e futura, de qualqu er entidade pública ou privada,
analisada em termos quantitativos e por métodos específico com o fim de obter informações
económico-financeiras indispensáveis à gestão dessa entidade, nomeadamente ao conhecimento
dasituação patrimonial e dos resultados obtidos e ao planeamento e controlo da sua actividade”.
Recon
hecimento: conjunto de critérios que determinam quando um elemento deve ser
evidenciado nas demonstrações financeiras (reconhecimento ou mensuração inicial).
Mensuração: conjunto de critérios para valorizar esses elementos após terem sido
reconhecidos nas demonstrações financeiras (mensura ção subsequente). Mensuração
é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das
demonstrações financeiras devem ser reconhecidos e inscritos no balanço e na
demonstração dos resultados.
Assim, o contabilista deverá estar dotado de grandes competências para poder controlar todos os
processos correntes da contabilidade e ser um suporte de valor acrescentado na definição da
estratégia empresarial e financeira dos negócios e empresas.
2. Empresa.
Você já percebeu que diariamente as empresas fazem parte de nossas vidas à medida que
demandamos produtos e serviços e, por outro lado, ofertamos nosso trabalho? Mas oque seria
uma empresa? Para Maximiano (2006, p.6), “a empresa é uma iniciativa que tem o objetivo de
fornecer produtos e serviços para atender à necessidade de pessoas, ou de mercados, e com isso
obter lucro”. Nesse sentido, as empresas nascem com a finalidade de produzir produtos e/ou
serviços que possam servir à sociedade. Essa empresas são compostas por pessoas que trabalham
em conjunto, operacionalizam funções e exploram algum mercado e, por isso, são consideradas
também, organizações sociais. Essa relação citada acima é de dependência, ou seja, precisamos
das empresas para pagar nossos salários e, por outro lado, necessitamos delas para suprir nossas
necessidades básicas. Por isso, o desempenho das empresas é muito importante para todos nós.
Se as empresas possuem problemas, isso afeta os funcionários, acionistas, proprietários e a
comunidade em geral que de uma forma, ou de outra, estão ligados a ela. O desempenho positivo
também beneficia inúmeras pessoas, seja pelo desenvolvimento da sociedade através da geração
de emprego e renda ou pelo simples retorno dado aos seus sócios.
Dada a importância das empresas em nossas vidas, Chiavenato (2002), considera a empresa uma
das invenções mais maravilhosas e complexas dentre as criações do homem. Sua funcionalidade
exige experiência, conhecimento e, principalmente, demandam ferramentas administrativas
eficazes para o bom resultado das mesmas. Com base nas informações acima, conhecer o
funcionamento das empresas, bem como sua classificação, objetivos e a aplicação das funções
administrativas se torna indispensável para poder melhor gerenciar e obter resultados positivos.
Para atingir os objetivos a que se propõem, segundo Maximiano (2006, p.7), as empresas
precisam: “adquirir recursos, estruturar um sistema de operações e assumir o compromisso com a
satisfação do cliente”.
3. Tipos de Empresas
O empresário titular da EIRELI poderá responder com seu patrimônio pessoal por obrigações da
empresa nas mesmas hipóteses previstas para as Sociedades Limitadas.
Microempresa (ME)
Caso a pretensão seja um pouco maior e houver necessidade de uma equipe mais reforçada para
desenvolver o seu produto ou serviço, a alternativa seguinte é abrir uma microempresa (ME).
Neste caso, o facturamento bruto anual deve ser igual ou inferior a R$ 360 mil.
Empresas de Pequeno Porte (EPPs) são empresas que faturam entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões
anualmente. Com relação à tributação a situação não fica mais complicada, não. EPPs podem
também se enquadrar no Simples, desde que não atuem como bancos comerciais, de
investimento e desenvolvimento, sociedade de crédito, corretora de valores, entre outras opções
deste segmento.
Se os seus planos são de faturar mais, ter mais funcionários e mais sócios, com um futuro bem
ousado, mas ao mesmo tempo cuidadosamente planejado, é possível enquadrar a sua empresa em
um modelo de sociedade limitada.
Neste caso, é necessário ter no mínimo dois sócios, que se inscrevam na Junta Comercial
estadual para abrir o negócio. O contrato social irá definir quantos e quem são os sócios da
empresa e como as cotas de capital serão distribuídas. A participação e a responsabilidade de
cada um em relação à empresa são limitadas à proporção das cotas.
Capital Fechado: Essas empresas não emitem ações. Os sócios fazem parte de um grupo
fechado. Isso acontece por escolha ou porque o negócio não tem o facturamento mínimo exigido
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Capital Aberto: São as companhias que negociam suas ações na Bolsa de Valores. Assim,
investidores podem comprar partes dessas empresas para ajudá-las a captar recursos e fazer
investimentos. É necessário haver registro na CVM.
4. Receitas e Despesas.
4.1. Receita – Definições:
• Receita – Aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil, originado no curso
das atividades usuais da entidade, na forma de fluxos de entrada ou aumentos nos ativos ou
redução nos passivos que resultam em aumento no patrimônio líquido, e que não sejam
provenientes de aportes dos participantes do patrimônio.
– Curso das atividades usuais da entidade ,Entrada ou aumentos nos ativos ou redução nos
passivos que resultam;
Segundo, Sprouse & Moonitz (1962): Receita de uma empresa durante um período de tempo
representa a mensuração do valor de troca dos produtos (bens ou serviços) durante aquele
período.
Sentido amplo: Aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos
do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos
proprietários da entidade.
– As receitas (sentido amplo) englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos.
– Ganhos - representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não
surgir no curso das atividades ordinárias da entidade.
A entidade deve reconhecer receitas quando (ou à medida que) a entidade satisfizer à obrigação
de desempenho ao transferir o bem ou o serviço (ou seja, um ativo) prometido ao cliente.
• O ativo é considerado transferido quando (ou à medida que) o cliente obtiver o controle desse
ativo.
4.2. Despesas - Definições
• Iudícibus (2004):
• IASB/CPC:
– Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma
de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em
decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários
da entidade.
Reconhecimento de Despesas:
• Imediatamente no resultado - quando não produz benefícios econômicos futuros ou quando não
se qualificam para reconhecimento no balanço patrimonial como um ativo.
Analisando a definição:
(2) a entidade controla a sua utilização porque pode definir a forma de utilização dos
equipamentos, o preço e a modalidade de venda das mercadorias, o destino a dar ao
dinheiro que possui (deposita a prazo ou à ordem, mantém no cofre, faz aquisições, etc.).
Resposta: Não. Quando se contrata uma pessoa para trabalhar, apesar de ser um recurso
(humano), a entidade não o controla, pois, a pessoa contratada não se submete a todo o tipo de
ordens e pode rescindir o contrato de trabalho quando o pretender.
Continuando com a análise da definição:
(3) a entidade espera que os elementos ativos gerem benefícios económicos futuros ou seja,
que da venda ou utilização se obtenham rendimentos e fluam para ela fluxos (entradas) de caixa
resultantes dos recebimentos da venda dos bens e serviços proporcionados por esses ativos.
Exemplo: Um computador pode ser usado isoladamente, sem ser necessário mais nenhum
equipamento, ou pode ser usado em combinação com uma impressora.
Exemplo: Uma entidade tem uma viatura que já não serve as suas necessidades. Pode trocá-la
por um ativo similar ou outro diferente.
A empresa Comércio, Lda. adquiriu um computador a crédito de 90 dias para afetar à sua área
administrativa. Pretende utilizá-lo para emitir as faturas de vendas, realizar o expediente geral e
controlar os stocks dos produtos que comercializa. Deste modo, é sua expectativa ter melhor
controlo dos artigos que vende, evitando aquisições desnecessárias ou rotura de stocks,
aumentando desta forma a eficiência na gestão dos mesmos.
• Espera-se que gere benefícios económicos futuros pela melhoria de eficiência das áreas
referidas (faturação atempada, melhor conhecimento dos bens em stock, minimização das roturas
de stock, etc.). Desta forma os benefícios económicos poderão fluir para a entidade pela
antecipação de recebimentos dos clientes, pela diminuição dos prejuízos resultantes da rutura de
stocks, etc.
em síntese:
Ativo:
– É um recurso
– É controlado
5.2. PASSIVO
Quando as entidades vão ao exterior adquirir os recursos de que necessitam, contraem dívidas
que têm a obrigação de pagar, o que implica a saída (exfluxo) de recursos, em regra com
pagamentos em dinheiro (que inclui não só o pagamento em moeda mas também de outros
meios, como o cheque, transferência bancária, etc.).
Contudo, a liquidação (ou extinção) de um passivo pode ser feita por diversas formas,
nomeadamente, por transferência de outros ativos (exemplo: pagamento em mercadorias),
prestação de serviços, substituição dessa obrigação por outra ou pelo perdão da dívida por parte
do credor.
Analisando a definição:
Admita-se que, no âmbito de uma campanha de marketing, uma dada empresa compro- mete-se
publicamente a devolver o preço dos produtos comprados se o cliente encontrar mais barato na
concorrência.
Resposta: Sim. Como há a promessa pública da restituição do valor das compras, se qualquer
cliente invocar essa promessa, deverá ser honrada. A entidade criou uma obrigação construtiva
para com os seus clientes. Como a empresa desconhece quais e quando os clientes poderão
reclamar, deverá ser feita uma estimativa, baseada na sua experiência ou na de outras empresas.
Este passivo é relevado contabilisticamente como uma provisão.
Exemplo: Liquidação de uma dívida com entrega de dinheiro, cheque ou transferência bancária
Exemplo: A entidade ABC deve à entidade XPTO, que por sua vez deve à DEF; estas entidades
podem acordar entre si que a ABC pagará diretamente à DEF.
Resposta: Sim. De acordo com a negociação estabelecida com o fornecedor, o pagamento será a
90 dias. Ou seja, a empresa tem 90 dias para pagar esta aquisição, o que significa que tem
uma obrigação presente perante o fornecedor. Esta obrigação vai implicar saídas da entidade,
que, de acordo com a terminologia utilizada na Estrutura Conceptual, implica exfluxo de
recursos (o mais comum será o pagamento em dinheiro), que “consomem” os benefícios
económicos gerados pela entidade (diminui o dinheiro existente, à data do pagamento).
Em síntese:
Passivo:
– É uma obrigação
processo de mensuração carece da escolha de uma base, dentro das permitidas pelo
enquadramento contabilístico da entidade. Podemos determinar dois momentos de atribuição de
valor:
1) O custo histórico
O custo histórico é a base de mensuração mais utilizada, não só porque é do ponto de vista técnico mais
simples de aplicar, como também porque é a opção que as diferentes normas contabilísticas mais
privilegiam, particularmente as normas mais simplificadas dirigidas às entidades de menor dimensão34.
Esta base de mensuração implica reconhecer o ativo e o passivo pelas quantias que constam no
documento de suporte ao mesmo (fatura, contrato ou outro documento da operação), após dedução
dos descontos e abatimentos comerciais obtidos.
Esta quantia (preço de compra) é acrescida de outras despesas associadas à transação, designadamente:
– Direitos de importação
Resposta: De acordo com esta base de mensuração – custo histórico, deve ser efetuado o seguinte
Preço de compra = 15 000 (supondo IVA não reembolsável) +Custos de registo = 2 000 : Total 17 000
A entidade JC, SA adquiriu uma fotocopiadora por 1000 €, acrescidos de 230 € de IVA.
Resposta: De acordo com esta base de mensuração – custo histórico –, deve ser efetuado o seguinte
Nota: Supondo que o IVA é recuperado, não faz parte do custo de aquisição do equipamento.
2) Justo valor.
O custo corrente, o valor realizável (de liquidação) e o justo valor são bases de mensuração que
implicam uma avaliação, que deve ser efetuada ou por peritos ou por terceiros não interessados.
Nestas opções, os registos das quantias não estão relacionados com o custo de aquisição (como
acontece o custo histórico), mas sim relacionados com os valores de mercado desses itens.
A entidade RD, SA tem um edifício adquirido há dois anos cuja quantia registada (escriturada)
na contabilidade é de 500 000 €. A administração entendeu avaliar o edifício recorrendo aos
serviços de um perito. Segundo o relatório deste, apresentado em dezembro do ano N, o edifício
foi avaliado em 610 000 €.
Suponha que existe uma dívida no montante de 1000 € a um fornecedor. De acordo com o
contratado, essa dívida deveria ser liquidada no prazo de 6 meses. Como o fornecedor pretende
receber mais cedo, no prazo de um mês, pois necessita de dinheiro, está disposto a considerar a
dívida liquidada por 900 €.
Resposta: Se a entidade devedora utilizar como base de mensuração o custo corrente, deverá
diminuir a quantia em dívida em 100 €, para deste modo refletir os 900 € necessários para a
liquidar no novo prazo.
Admita que uma entidade tem um veículo de passageiros, escriturado por 7500 €. Para
determinar o valor dessa viatura, contactou vários stands de carros usados. Segundo a
informação recolhida, apurou que o melhor preço para este ativo correspondia a 7000 €.
Resposta: Se a entidade estivesse a aplicar como método de mensuração, o valor realizável (de
liquidação) deveria diminuir a quantia escriturada deste item em 500 €.
5) Valor presente.
No que se refere ao valor presente, implica que se calcule o valor temporal do dinheiro com
referência a uma determinada data, pois o valor do dinheiro ao longo do tempo não é o mesmo.
Um dos fatores que influencia esse valor é a inflação anual, que diminui o poder de compra.
Imagine-se o valor de 100 €, daqui a 10 anos.
Logo, o valor presente dos 15 000 € a liquidar daqui a 5 anos é cerca de 11 753 €, então
nesta base de mensuração é esta a qu antia a considerar em N.
Nos pontos anteriores referimos o conceito de ativo e passivo e que a estes deve ser atribuída
uma quantia monetária. Quando se pretende quantificar o valor de um património, deduz-se, ao
valor dos ativos, o dos passivos, obtendo-se o património líquido. Este valor é sempre reportado
a uma determinada data de referência, o que significa que, se pretendermos determinar o valor do
património em 31 de dezembro do ano N, deverão ser considerados os ativos e passivos
existentes e mensurados nessa data.
O balanço é uma das demonstraç ões financeiras obrigatória. É um mapa que nos dá a posição
financeira da empresa, ou seja, permite-nos identificar os elementos do ativo, passivo e do
capital próprio, agrupados em rubricas predefinidas.
Capital próprio ou Património líquido = valor dos ativos – valor dos passivos
Considere que o total do Activo é de 136.500 e do passivo é de 66.100 de uma dada sociedade à
data de 31 de dezembro de 201x: