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A G R U PA M E N TO D E E S C O L A S

FREI HEITOR PINTO

T RA B A LH O

TEMAS E PROBLEMAS DA CULTURA


CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
ESTILOS DE VIDA

CAROLINA, LARA, MARGARIDA E MARIA


ANO LETIVO 2020/21
INTRODUÇÃO

A cultura representa todas as formas de vida e de expressão de uma determinada sociedade,


como o modo de se vestir, religião, rituais, normas de comportamento e sistemas de crenças.
Podemos dizer que a cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta
a realidade e que confere sentido à vida dos seres humanos, simbolizando tudo o que é
aprendido e compartilhado pelos elementos de um certo grupo e que lhes confere uma
identidade dentro do seu grupo.
De outro ponto de vista, podemos dizer que cultura é informação, um conjunto de
conhecimentos teóricos - práticos que depois de adquiridos são transmitidos às gerações
seguintes.

Ao falarmos de cultura científica e tecnológica, pensamos logo na importância que a ciência


e a tecnologia têm nas mentalidades e no modo de viver da população.
A cultura científica é algo intrínseco. Desde o momento que vimos ao mundo, mesmo sem
compreender conceitos próprios das ciências, fazemos parte de um ambiente onde
convivemos com ela diretamente, introduzindo-a no nosso dia a dia sem nos apercebermos
muitas das vezes, tornando-se familiar e passando a fazer parte da forma como encaramos e
nos relacionamos com o mundo.

As ciências têm inúmeras aplicações seja na saúde, alimentação, materiais e máquinas com
as quais trabalhamos, na forma como nos comunicamos, estando presente na maioria das
coisas que fazemos no nosso quotidiano.

Na sociedade de hoje, é impensável viver sem eletrodomésticos, sem máquinas, muitas delas
frutos da Revolução Industrial, que com o passar do tempo foram evoluindo graças à ciência,
sem telemóveis, computadores, medicamentos e tantas outras coisas cujo desenvolvimento
apareceu graças ao avanço do conhecimento científico e tecnológico.
Algo que também mudou foi a maneira como nos alimentamos, devido ao desenvolvimento
de compostos e técnicas que permitem melhorar o sabor, a aparência e a consistência dos
alimentos.

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Porém nem todos os aspetos desta evolução são positivos, aspetos estes mais aprofundados
no seguimento do trabalho.

D E S E N V O LV I M E N TO – 1 ª PA R T E

Ao longo de toda a nossa história, estamos atualmente numa época marcada por profundas e
variadas mudanças. As comunicações, o armazenamento e processamento da informação, os
métodos de produção e distribuição de alimentos, a síntese de novos materiais e a melhoria
dos recursos médicos sofreram uma enorme evolução e, provavelmente única.

A sociedade em que estamos inseridos é muito diferente da de há milhões de anos e as


mudanças dão-se numa velocidade tão grande que os conhecimentos e técnicas aprendidas
numa geração já são sentidas como antiquados na geração seguinte, os conhecimentos
paternos já não têm tanta validade para a geração mais jovem, trazendo assim um
afastamento de gerações, principalmente nas suas formas de pensar.

 As várias vagas da sociedade durante a história

Segundo Alvin Toffler, existem três vagas:

A primeira vaga fixou os nossos antepassados à terra, ou seja, tornou-os sedentários,


deixando para trás o hábito de deslocação de território em território (nómadas); e
agricultores. Com a agricultura, o homem passou a ter maior controlo sobre o abastecimento
de alimentos, minimizando os efeitos de escassez sobre os alimentos obtidos. Desta forma, o
Homem abandonou a vida nómada, fixando-se e obtendo estabilidade, com uma “casa”. A
agricultura permitiu ainda o crescimento populacional de maneira acentuada, que levou a um
novo problema: produção de alimento para uma população maior. Surgiu então o
desenvolvimento técnico, fruto do maior número de pessoas e ideias, que permitiu que esse
problema fosse resolvido, o que por sua vez induziu um novo aumento da população. O
aumento populacional é assim uma causa e consequência do avanço cultural.

A segunda vaga caracteriza-se pela invenção da máquina e a formação de grandes centros


populacionais. É ainda marcada por características como a uniformização, a sincronização, a

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especialização, a concentração e o culto do grande. Os produtos, os edifícios, as medidas são
uniformes, existem horários para tudo que tem de ser cumprido por todos, as tarefas são
divididas de modo a aumentar a produtividade, as fábricas e as pessoas concentram-se nos
grandes centros, e aparecendo assim as grandes fábricas e edifícios. A segunda vaga permite
ao Homem usufruir de tratores, máquinas, automóveis, medicamentos, obtendo maior
longevidade. No entanto, a segunda vaga traz consigo consequências como a poluição, o
desemprego, os catástrofes tecnológicos e a instabilidade social.

Tudo isto deu origem a uma terceira vaga como reação à segunda. As características desta
terceira vaga serão a individualização, a possibilidade de escolha, a cooperação e
comunicação social, as novas áreas científicas e um novo estilo de vida.

As pessoas passam a ter novas opções, enquanto as máquinas garantem o salário, dando a
possibilidade às pessoas de trabalharem em casa com os computadores, passando o trabalho
a valer mais pela qualidade do que pela quantidade. A grande quantidade de informação
disponível permite a seleção preferencial e o computador permite ao Homem ter uma
memória adicional e estar em constante contacto com o resto do mundo. A biotecnologia e a
eletrónica serão decisivas no futuro próximo com o desenvolvimento de novos recursos e
medicamentos e os estilos de vida modificam-se. Mas nem este modelo está livre de
perigos. Toffler aponta para problemas como a manipulação genética, a invasão da
privacidade, a limitação da liberdade pelo uso do computador, o desemprego como
consequência da robotização e a incapacidade de evitar tensões sociais e resolver conflitos
políticos.

A sociedade de hoje caracteriza-se por não ser capaz de ver as consequências dos seus atos,
na maioria das vezes, entre elas, as tecnologias.

 A tecnociência

Atualmente vivemos numa cultura dominada pela tecnociência, em que a ciência é


valorizada pela sua vertente prática ou tecnológica. Esta tecnociência dá ao Homem um
poder quase ilimitado, para o bem e para o mal.

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Se na época do Renascimento a ciência era vista apenas como potenciadora do progresso e
motor de novas descobertas, a partir da Revolução Industrial com o desenvolvimento da
máquina, o Homem vê nela o meio para dominar e controlar a natureza. Porém, se explorar
sem controlo as possibilidades colocadas à sua disposição pela tecnociência, esta poder-se-á
virar contra si pondo em risco o planeta e levando à sua autodestruição. A tecnociência
apresenta, por isso, alguns problemas: os problemas ecológicos, os problemas da
globalização e, por último, os problemas da biologia.

- Problemas ecológicos:

Está associado ao equilíbrio e conservação da natureza. Industrializar implica explorar as


riquezas naturais, acabar com os recursos energéticos, levar à destruição das florestas, à
diminuição da atividade agrícola, comprometendo a oxigenação ambiental e,
consequentemente, a extinção da vida na Terra.

Este problema provém da vontade continua do Homem querer cada vez mais, tornando-se
um ser vaidoso, ganancioso, e por consequência consumista. Problemas como a poluição,
tiveram origem das infinitas possibilidades da tecnologia em fornecer materiais como o
plástico, incentivadores da poluição, criado para nos facilitar em inúmeras atividades do
quotidiano, associado novamente ao pensamento egoísta da sociedade, onde não vê os meios
utilizados para atingir o seu objetivo final.

A densidade urbana já atingiu limites ditos como críticos e ameaça invadir o território de
outras espécies e modificar o ambiente de tal forma que o tornará impróprio para a vida. A
única solução será o Homem inverter a sua tendência de explorar a Terra passando a cuidar
dela de forma a preservar a sua própria existência.

- Problema da globalização:

A Internet e os recursos tecnológicos estão a causar uma revolução comparável à revolução


industrial. As novas tecnologias da informação dão-nos a possibilidade de estar sempre
atualizados, em todo o lado e ao mesmo tempo. Assim conecta-se o fenómeno da
globalização que poderá ser considerado um problema da tecnociência na medida em que
torna possível a perda da nossa autonomia e identidade cultural.

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As principais características da globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a
expansão das corporações para regiões fora dos seus núcleos geopolíticos, a revolução
tecnológica nas comunicações, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais
regionais, a mistura entre culturas populares locais e uma cultura de massa "universal”.

A facilidade com que hoje em dia tudo circula entre países e continentes, o acesso fácil e
rápido à informação e aos bens são aspetos positivos. Mas é importante realçar que para as
classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos países em desenvolvimento,
esse acesso é dificultado pelo elevado custo.

Do ponto de vista dos direitos humanos, outro aspeto positivo é a força da comunicação
global, um género de despertador da consciência da população e política internacional.
Muitos dos casos de violação dos direitos humanos, são hoje resolvidos graças à denúncia
mediática. A comunicação social tem assim um lugar de destaque.

- Problemas da biologia:

Desde sempre, o Homem manteve uma preocupação em preservar a vida, e todas as suas
formas. Isto conduziu a uma sociedade preocupada com a assistência médica, os cuidados
com as crianças e os velhos.

Porém, hoje as investigações científicas, favorecidas pela revolução tecnológica, assumem


outros contornos. Anteriormente foi prevista, por Aldous Huxley, a possibilidade de criar
seres humanos em laboratório. Chamou a atenção das pessoas para a possibilidade da perda
da liberdade interior e do direito à sua individualidade, levando a temas atuais como a
clonagem humana, manipulação genética e biotecnologia, que representam formas únicas de
lidar com acontecimentos tão naturais como o nascimento, a vida e a morte.

Mas esta evolução tem de ter algo que lhe imponha limites, que não permita uma livre
expansão, sem controlo. Desta forma surge a bioética, ciência da sobrevivência humana.
Esta impôs-se com necessidade de discutir os problemas colocados pela evolução das novas
tecnologias, com o objetivo de estipular limites éticos que determinem se tudo o que a
tecnologia permite fazer no contexto da vida deve ou não ser feito. Um dos assuntos mais
controversos que exige tomadas de decisão nesta área prende-se com a manipulação genética

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que envolve a clonagem, a reprodução medicamente assistida, a escolha do sexo e a
alteração do genoma humano.

D E S E N V O LV I M E N TO – 2 ª PA R T E

De certa forma, a filosofia é uma ciência muito importante no nosso quotidiano, que por
vezes não chega a ser valorizada quanto à sua utilidade e objetivo, por não ser uma ciência
exata.
O homem é o principal objeto da filosofia. Esta ciência tem o objetivo de estimular a
consciência, o pensamento e principalmente fazer com que o homem tenha mais curiosidade
e interesse em saber a verdade. Mas, tendo em conta a sociedade atual, podemos concluir
que cada vez mais a filosofia é desvalorizada, devido ao medo de conhecer a essência da
verdade e à falta de sentido crítico que as pessoas apresentam.

Vivemos numa época de constante mudança, segundo Alvin Toffler, existem três vagas, que
explicam a evolução da humanidade, segundo a sua perspetiva , após a segunda vaga,
espera-nos uma outra dominada principalmente pela tecnociência que apresenta vários
riscos acrescidos tais como a própria destruição da humanidade. Por isso, podemos afirmar
que a cultura é inseparável da ciência, e ambas, de certa forma deviam ser inseparáveis da
filosofia.
Esta tecnociência dá ao Homem um poder quase ilimitado, para o bem e para o mal. Se o
homem ponderasse incluir a filosofia na sua vida, teria de mudar totalmente o seu dia a dia,
pois os seus conceitos deixariam de ser os mesmos, fazendo-o interrogar-se se estaria a ter a
atitude mais certa. No entanto, o medo do novo, do desconhecido e o comodismo da vida,
ligados aos problemas sociais e económicos do quotidiano, fazem com que a sociedade viva
continuadamente numa antifilosofia.
A filosofia encontra-se relacionada com problemas ecológicos, problemas da globalização,
problemas da biologia: O problema ecológico, está principalmente associado á ganância e
consumismo do Homem; Já o problema da globalização, está associado a aceleração de
inovações que muitas vezes, tornam possível a perda da nossa autonomia e identidade
cultural. Por último, o problema da biologia, está relacionado ao avanço da tecnologia, tal

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como, a clonagem e á possibilidade da perda da liberdade interior e do direito à
individualidade.
Todos estes problemas relacionados com a ciência em causa, fazem com que o homem perca
o seu sentido crítico para refletir, criticar e argumentar, deixando-se consumir por todos os
males do mundo incluindo principalmente a sua própria ganância sem que tenha uma
perspetiva mais clara da vida. Vive, constantemente a pensar que o amanhã será igual ao
hoje, levando a um pensamento não filosófico, que o leva a rejeitar uma oportunidade de
mudança sem se questionar e ponderar se ao mudar o seu pensamento e atitudes, poderia
tornar o mundo um lugar melhor.
Podemos concluir assim que, embora a filosofia, tenha sido consideravelmente desprezada e
vítima de preconceito esta iria abrir a mente das pessoas em geral, não se deixando iludir por
uma falsa sensação de confiança e considerar a hipótese de uma inevitável catástrofe letal,
que poderá extinguir a vida na terra.

CONCLUSÃO

Com a elaboração deste trabalho conseguimos dar resposta aos objetivos que nos foram
propostos. Com a caracterização da cultura científico-tecnológica foi demonstrado como no
nosso dia-a-dia dependemos dos bens que essa cultura nos trouxe, sem sequer nos
apercebermos do quanto faz parte de nós. Foram também exploradas as mudanças que nos
levaram até onde estamos hoje, que caracterizam o mundo atual. Hoje em dia a cultura é
inseparável da ciência. A ciência desempenha um papel determinante no contexto cultural da
atualidade, estando imensamente presente no ambiente em que vivemos. Nos dias de hoje
vivemos numa época de mudança intensa, com um ritmo muito acelerado, provavelmente,
nunca mais atingível.
A evolução da humanidade deu-se por vagas, denominadas, Segundo Toffler, como vagas de
mudança. A atual cultura científico-tecnológica corresponde à segunda vaga que surgiu com
a industrialização e nos proporcionou bens como os telemóveis, a televisão, os
computadores, a Internet e tantos outros sem os quais já quase não podemos viver apesar das
suas desvantagens. Porém, esta vaga está em crise, sendo que já se avista uma terceira vaga
dominada pela tecnociência. Esta dá ao homem um poder quase ilimitado, mas com riscos
que podem levar à sua própria destruição. Um desses riscos está ligado à globalização,

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representante de um dos processos de aprofundamento da integração social, económica e
cultural dos países do mundo, tornado possível pelos inúmeros recursos científico-
tecnológicos existentes atualmente. A globalização traz vantagens como a facilidade de
comunicação entre os povos, mas também desvantagens como a possível perda da nossa
identidade cultural.

Apesar de todos os benefícios que a ciência moderna e a tecnologia têm proporcionado aos
seres humanos, tem vindo a crescer o discurso crítico sobre o risco que elas podem causar no
cenário da sociedade moderna, embora seja um assunto refutado, já que trata do risco e não
do progresso.

Numa sociedade em que o desenvolvimento científico-tecnológico se tornou dominante, é


fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra perspetiva. O que temos visto é que o
progresso tecnológico não tem atendido às necessidades básicas da população e sim servido
para a promoção de interesses de poucos, como estratégia do sistema capitalista.

O crescimento da importância do conhecimento e a aceleração na produção de inovações faz


com que as assimetrias e desigualdades sociais estejam propensas a agravar-se na mesma
velocidade, ficando mais difícil superá-las e exigindo cada vez mais esforços na tentativa de
revertê-las.

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