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O futuro chegou – Domenico de Mais

Capítulo 14

SINTOMAS DE UMA TERCEIRA ONDA

Berkeley.

 Em 1964, os estudantes da Universidade da California, em Berkeley, a universidade


mais rico do estado mais rico do país mais rico, dedicaram se a combater a proibição
burguesa de praticar atividades politicas no campus, em favor do direito de liberdade
de expressão dos alunos e a liberdade de ensino para os professores.
 Em suma, uma luta contra o autoritarismo travada no coração do capitalismo que não
pedia um ordem radicalmente nova, e sim uma revisão do velho sistema da alienação,
da desigualdade, do autoritarismo, e outros males da sociedade industrial
 Uma luta em nome da liberdade sexual, do igualitarismo, das necessidades
fundamentais.
 Desse momento em diante toda repressão se tornou uma oportunidade, todos
estavam unidos na coletividade diluída do movimento
 Uma sociedade que antes estava acostumada com uma cultura produzida por poucos
e destinada a muitos, agora experimentava uma cultura produzida por muitos e
destinada a todos.
 Uma epopeia comum elaborada pela coletividade, que ocorrerá mais tarde em
diversas maneiras como a Wikipédia.

Paris, Berlin, Roma.

 O movimento ganhava força com uma grande mistura de referências (autores,


cantores, diretores) e atravessou o Atlântico tingindo-se de marxismo e maoísmo
 Os alvos das revoltas estudantis eram as autoridades acadêmicas repressivas, sempre
prevalecendo nos jovens a vitalidade, a experimentação e a vontade de colocar a
criatividade no poder aqui e agora

Os movimentos se aquietam.

 Nos EUA taxaram a revolta de cunho anticapitalista de perigos subversivos comunistas


POST IT 3
o Sem uma sólida base teórica e uma organização duradoura o movimento
acabou não resistindo
 Na França o movimento foi derrotado em 3 ações:
o Uma imensa contramanifestação do povo moderado
o Reforça universitária
o Massacrante vitória eleitoral
 Na Itália e na Alemanha o movimento teve vitórias em questões voltadas a liberdade
pessoal, sexual e familiar
 Tanto na Itália como na Alemanha, a união com o mundo operário foi um movimento
letal, pois uma vez que a sociedade industrial já havia acabado, e a terceirização estava
dominando, agora a força da exploração incidia sobre os trabalhadores intelectuais ,
dessa forma, o erro foi atribuir força a união de uma classe que já havia se extinguido.

A SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL

Sem centro e sem nome.

 Para nós está claro que essa nova sociedade não se caracteriza mais pelo modo de
produção industrial, porém ainda não está claro o fator ou processo que poderia
caracterizar essa nova sociedade
 Para alguns autores será o setor de serviços – a informação – o conhecimento ou a
estrutura da personalidade – a incidência da programação – desestruturação do
tempo e do espaço – virtualidade
 Pode ser também que o período pós-industrial não seja caracterizado por apenas um
elemento, e sim por um conjunto

Os traços essenciais.

 A sociedade industrial era voltada a produção de bens materiais produzidos em série,


já a pós-industrial é voltada a produção de bens imateriais, como serviços,
informações, símbolos e valores
 O desenvolvimento demográfico continua veloz com o aumento da expectativa de vida
o Em média para todo indivíduo, o tempo de não trabalho já é 10x maior que o
de trabalho
 Surgem novos sujeitos sociais chamados de digitais, que já são habituados a
informática e a ideias e comportamentos novos que os sujeitos tradicionais não se
identificam
 Os aspectos mais valorizados são a inteligência, a criatividade, o conhecimento, a
informação, os networks
o Assim a produção de ideias, os serviços de saúde, a formação e o tempo livre
constituem setores de primeira importância
 Os setores econômicos dominantes são aqueles voltados a produção de ideias,
fornecimento de serviços valorizados
o As instituições chaves são: bancos, bolsas, redes virtuais, laboratórios de
pesquisa, produções das mídias
 Na sociedade industrial os atores principais eram os homens, empreendedores,
operários, sindicalistas e os militares; na sociedade pós-industrial os protagonistas são
as mulheres, cientistas, técnicos, artistas, gestores de informação, intelectuais e
trabalhadores do lazer
 A autonomia da esfera política é cada vez mais estimulada pela economia, sistema
financeiro e pelas mídias
 Os locais que se destacam são os não-lugares: a internet, LAN house, a
teleconferência, fábrica multifragmentada, os lugares de transito e as mídias
 Os principais desafios e apostas estão relacionados a saúde do planeta, saúde dos
indivíduos, precisão e projeção do futuro, qualidade de vida, trabalho e tempo livre,
redução do estresse e satisfação
 Na sociedade pós-industrial os conflitos englobam desafetos, bullying, movimentos
sociais, lutas urbanas, microconflitos, guerrilhas, terrorismo e guerras locais
o Durante a sociedade industrial o conflito se traduzia na luta de classes
 Na relação com o tempo prevalece a orientação para o futuro, autogestão dos ritmos,
construção do cenário a médio-longo prazo e os feedbacks em tempo real
 Vantagens do pós-industrial:
o Maior longevidade e disponibilização do tempo livre
o Educação de massa
o Fácil acesso as informações
o Possibilidade de inventar novos objetos, necessidades, prazeres, estilos de
vida
 Desvantagens do pós-industrial:
o Maior perigo de manipulação
o Heterodireção
o Heterocontrole
o Abstração excessiva
o Violação da privacidade
o Massificação
o Marginalização
o Desemprego
o Exclusão digital
o Estresse
 Globalização
o Transferência de mercadorias e pessoas é acelerado por meios de transporte
que nunca foram tão rápidos
o Transferência de informação ocorre em tempo real
o Processos de interação social são agilizados pelas redes sociais

A CULTURA PÓS-MODERNA

Um espaço cheio de tempo.

 A sociedade industrial produziu a cultura moderna, a sociedade pós-industrial


produziu a cultura pós-moderna, a qual foi marcada pelo contraste entre delírio de
onipotência e senso de crise

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