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Escola Estadual Professor Carlo Casadio

Professora: Mª Selene
Componente Curricular: geografia
Série 9º 01.02 do ensino fundamental
Habilidade: EF09GE13
Período de duração: 01 a 26.11.21
Aluno: ---------------------------------
Turma: ---------------
Percurso: 06 Sociedade urbano-industrial e a importância da agropecuária
Páginas do livro didático: 52 a 56 ATIVIDADE 08.

Participação da agropecuária no comércio mundial


A agropecuária reúne atividades de cultivo e criação de animais voltadas à produção de alimentos, matérias-primas e também
para produção de combustíveis e geração de energia elétrica (biomassa). Com o crescimento da população urbana no mundo, a
agropecuária passou a ter uma importância ainda maior. Especialmente a partir da década de 1960, diante da acelerada urbanização
também dos países de industrialização tardia, houve a necessidade de produzir mais alimentos para atender ao crescente número de
habitantes das cidades. É nesse contexto que se insere o aumento da capacidade de produção do setor agropecuário. Segundo dados
da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), observa-se que a produção mundial de alimentos tem
crescido constantemente nas últimas décadas, assim como o comércio internacional de produtos agropecuários. O gráfico da figura
5, que mostra o aumento da produção e exportação de cereais no mundo, exemplifica esse processo de transformação do campo.
Mais recentemente, um relatório publicado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) indica que, apenas entre 2006 e 2016, a
exportação de produtos agrícolas apresentou aumento de 70%.

As commodities
O comércio mundial de produtos agropecuários abrange tanto os produtos alimentícios (cereais, frutas, carne, laticínios etc.)
como as matérias-primas para a indústria e o setor energético. Essa comercialização acontece principalmente na forma de
commodities, cujos preços são estabelecidos em escala internacional nas bolsas de mercadorias, como as de Chicago e Nova York,
nos Estados Unidos, e Londres, no Reino Unido. A variação dos preços das commodities reflete em toda a economia, já que são
matérias-primas utilizadas para fabricação de diversos produtos. Em caso de elevação, os alimentos ficam mais caros, prejudicando
os consumidores — especialmente a população mais pobre, em geral, que destina grande parte de sua renda para a aquisição de
alimentos. O mercado mundial de commodities é controlado por um restrito conjunto de tradings companies, que são,
principalmente, transnacionais. Elas possuem grande poder, influenciam a formação de preços no mercado internacional, o valor dos
fretes marítimos para transportá-las etc. No Brasil, as tradings de commodities atuam na comercialização de soja, milho, açúcar e
álcool, café, algodão e outros produtos e, nos últimos anos, têm atuado na aquisição de usinas de açúcar e álcool e no financiamento
de sementes, agrotóxicos e fertilizantes para o agronegócio. a seguir, quais são os principais exportadores e importadores de
commodities agropecuárias no mundo segundo a OMC. Países que são grandes exportadores de produtos agropecuários, mas que,
ao mesmo tempo, não se destacam enquanto produtores e exportadores de produtos industrializados estão mais suscetíveis e
vulneráveis à oscilação dos preços das commodities. Essa característica se aplica principalmente aos países em desenvolvimento,
como também aos emergentes, que em geral são economias dependentes da produção e exportação de commodities, como é o caso
do Brasil.

Commodities agropecuárias, uso da terra e indústria de alimentos


O uso da terra em diversos países é influenciado pelo mercado internacional de commodities agropecuárias. Áreas que eram
usadas para produção de alimentos tradicionais, visando atender às necessidades de suas populações, foram substituídas pela
agricultura comercial, voltada à produção de commodities para o mercado externo. No Brasil, por exemplo, além desse fato, deve-se
considerar que a expansão da fronteira agropecuária em direção ao Cerrado e à Floresta Amazônica, nas regiões Centro-Oeste e
Norte, ocorreu também pela grande procura por essas commodities nos mercados interno e externo soja, algodão, milho, carne etc.
O comércio mundial de commodities agropecuárias se destina, sobretudo, a abastecer a indústria de alimentos, e não à
venda in natura. A indústria as transforma em diversos produtos, os alimentos industrializados — enlatados, empacotados e
engarrafados —, que são comercializados junto à crescente população urbana. Daí decorre a importância da agropecuária para a
sociedade urbano-industrial. Nas cidades, então, a obtenção de produtos alimentícios é realizada principalmente por meio de relações
comerciais mediadas pelo dinheiro, isto é, aqueles são comprados por quem possui poder de compra; diferentemente, portanto, de
relações no campo, onde o produtor pode plantar ou criar animais para o seu próprio sustento e da sua família – e comercializar o
excedente. O crescimento populacional e a urbanização, por conseguinte, têm exigido aumento da produção agropecuária, que
tem ocorrido com apoio do desenvolvimento científico e tecnológico aplicado à produção rural.

Desigualdade mundial de acesso a alimentos


Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, a população mundial, em pleno século XXI, ainda sofre com a desigualdade de
acesso aos alimentos ou com a insegurança alimentar — situação em que pessoas não têm acesso a alimentos em quantidade e
qualidade adequadas, gerando desnutrição e fome. Segundo a FAO, a produção de alimentos no mundo é suficiente para atender às
necessidades de 2.500 quilocalorias e 65 gramas de proteínas por dia a toda a população mundial. No entanto, em 2017, mais de
820 milhões de pessoas, cerca de 11% da população mundial, foram dormir todas as noites sem ter ingerido alimentos em quantidade
e qualidade suficientes para manter a saúde. De acordo com o relatório Níveis e tendências da mortalidade infantil (2017), publicado
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 15 mil crianças entre 0 e 5 anos de idade morreram, em média, a
cada dia de 2017. Observe na tabela 4 as projeções da ONU para as taxas de mortalidade infantil do mundo e do Brasil no período de
2015 a 2020. A maioria dessas crianças poderia ser salva se elas tivessem as condições mínimas de alimentação adequada e os
cuidados médicos e sanitários básicos. As mortes dessas crianças não apontam como causa direta a fome ou desnutrição, mas, sim, a
desidratação, a tuberculose, a pneumonia, o sarampo, a malária e outras doenças, que, ao se instalarem em organismos debilitados
em decorrência da desnutrição, causam óbitos, o que é menos provável em crianças bem alimentadas.

Causas da insegurança alimentar


Não há apenas uma causa ou fator particular que explique a fome ou a desnutrição no mundo, mas sim um conjunto deles,
em que se destacam:
• as guerras e os conflitos internos em países que, inclusive, dificultam ou impedem que a ajuda humanitária e alimentos cheguem
ao seu destino;
• o desperdício de alimentos, desde o transporte até o consumo pelas famílias, pelos restaurantes, pelas lanchonetes etc., que
poderiam alimentar aqueles que não têm possibilidades de adquiri-los;
• as mudanças climáticas que afetam a produção da agropecuária em determinadas áreas, comprometendo o abastecimento de
alimentos;
• a substituição de produtos alimentares in natura pelos industrializados, que, geralmente ao ficarem mais caros, limitam sua compra
pelas pessoas mais pobres;
• a substituição da agricultura de produtores alimentares pela agricultura comercial de exportação, como vimos anteriormente.
Entretanto, a principal causa da desigualdade de acesso aos alimentos ou recursos alimentares é a pobreza em que vivem
milhões de pessoas em todo o mundo, tanto nas áreas rurais como nas urbanas. A existência da fome no mundo, ainda nos dias atuais,
é uma situação vergonhosa para toda a humanidade.
A agricultura urbana
Há alguns anos vem se tornando comum a prática da agricultura urbana. Com ou sem apoio dos órgãos
de administração pública municipais, grupos de pessoas de comunidades urbanas estão se
aproveitando de terrenos ociosos ou sem construções para o plantio de frutas e a criação de animais
de pequeno porte. Já implantada, inclusive em várias cidades do Brasil, essa prática possibilita a
ampliação do acesso a alimentos a quem precisa, além de permitir trocas, doações e comercialização.
Assim, cumpre o objetivo de melhorar a alimentação, como também, no caso da comercialização, de aumentar a renda de quem
necessita para que possa adquirir produtos de primeira necessidade.
ATIVIDADE
1.Existe relação entre a importância da agropecuária e o processo de urbanização em curso no mundo?

2.Aponte a relação entre elevação dos preços das commodities agropecuárias, indústria de alimentos e população de baixa renda,

3.Ha relação entre procura no mercado mundial pelas commoditties agropecuárias e o uso da terra rural?

4.Explique o que é insegurança alimentar, suas consequências e aponte qual é a sua abrangência entre a população mundial.

5.Segundo o Unicef, qual foi, em média, o número diário de mortes de crianças entre 0 e 5 anos de idade, em 2017? Como se poderia
evitar parte desses óbitos?

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