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IDEAIS CENTRAIS
Adequação da escola para o novo projeto societal que se implantava e
consolidar a revolução, Pistrak propõe uma escola gerida por um coletivo infantil
que permitia a auto-organização dos alunos. O ensino desenvolvido por meio do
método dos complexos que consistia num agrupamento de conhecimentos num
tema principal (algo semelhante encontramos em Freire em seus temas
geradores) que levaria o corpo docente coletivo a uma ação prática sobre a
realidade. Isso por meio de uma integração intrínseca entre ensino e trabalho
que os leva ao conhecimento concreto da realidade social. Suas preocupações
eram com problemas mais concretos e de ordem práticas da escola, conectando-
os com problemas mais amplos da sociedade soviética que era a construção de
uma nova sociedade.
TEORIA E PRÁTICA
[..] “a pedagogia marxista é e deve ser antes de tudo uma teoria de
pedagogia social, ligada ao desenvolvimento dos fenômenos sociais atualmente
dados e interpretados do ponto de vista marxista[...] p18.
O TRABALHO NA ESCOLA
Fabrica
[...] “A fábrica aparece assim não como um fenômeno isolado a ser
estudado sem grande interesse pela escola, mas como um núcleo onde se
concentra toda a realidade atual considerada em suas principais manifestações”
[...] p.62.
[...] Apenas o contato direto e constante com a fábrica em sua vida
cotidiana, com o operário, com o aprendiz - e desde que o aluno venha à fábrica,
não na qualidade de espectador ou de excursionista, mas na qualidade de
trabalhador que tenta compreender praticamente o trabalho fabril - apenas um
contato semelhante, reafirmamos, pode provocar as emoções necessárias à
educação social: caso contrário, o ensino não terá alma, digamos assim, ou seja,
a educação escolar estará mutilada de sua metade essencial.[...] p.65.
O trabalho improdutivo
[...] “trata-se de formas de atividade que não produzem valores materiais;
Se colocarmos a questão nesse nível, será evidente que os “ trabalhos
improdutivos” devem estar integrados na escola enquanto elementos da
educação social”[...] p.69.
O ENSINO
[...] “Na escola devemos apenas ensinar o que pode ser útil mais tarde”[...]
[...]”Programa de estudos e “plano de vida escolar”[...] p.95.
O complexo
[...] “A primeira interpretação do método nos leva a tomar um objeto e
analisá-lo do ponto de vista de uma disciplina qualquer ou de um conjunto de
disciplinas próximas; por exemplo, o poço, que é analisado do ponto de vista do
ciclo das ciências naturais, o tanque, a floresta enquanto vegetação etc. No
mesmo nível se coloca a escolha do relógio, da aurora e do crepúsculo, do
fogareiro, em relação à física etc”.[...]. p. 107.
[...] “Daí deriva a necessidade de organizar as disciplinas do programa em
complexos, na medida em que este é o único sistema que garante uma
compreensão da realidade atual de acordo com o método dialético. A partir
dessa compreensão, o sistema do complexo deixa de ser para nós simplesmente
uma boa técnica de ensino, para ser um sistema de organização do programa
justificado pelos objetivos da escola”.[...] p.109.
[...] “Aqui se coloca uma série de questões de ordem prática: primeiro, a
escolha do objeto do complexo (tema do complexo) e a relação entre os
complexos; segundo, a forma de estudar cada tema de complexo; terceiro, a
organização do ensino segundo o sistema dos complexos; quarto, a organização
do trabalho das crianças para o estudo dos temas segundo o sistema dos
complexos. Trata-se, na mesma medida, de questões de ordem metodológica e
de questões de pedagogia social”. [...] p.109.
[...]“A seleção dos temas fundamentais não poderia ser determinada, a
nosso ver, pela preocupação de construir um curso sistemático nessa ou naquela
disciplina. A seleção do tema deve ser determinada unicamente pelas
tendências do esquema de programa oficial. Cada complexo proposto aos
alunos não deve ser algo de fortuito, nem um fenômeno ou um objeto
insignificante (seja qual for, num dado momento, a importância propriamente
escolar deste objeto), mas, ao contrário, um fenômeno de grande importância e
de alto valor, enquanto meio de desenvolvimento da compreensão das crianças
sobre a realidade atual”[...]. p.110.
[...] “a organização das disciplinas de ensino segundo o sistema do
complexo só tem sentido e valor na medida em que for compreendida pelos
alunos. Se ela está apenas presente no espírito do pedagogo, ou está bem
organizada apenas no papel, e se o encadeamento interno do ensino não é
evidente para os alunos, é melhor renunciar ao complexo” [...] p.124.
[...] “no sistema dos deveres escolares que desagrada a todo o mundo,
substituindo-o por um outro sistema que não exige muito tempo do professor. E.
Parkhurst, comentando o plano Dalton, afirma: “O método de laboratório de
Dalton destrói sem piedade a organização do tempo. A organização do tempo é
uma verdadeira maldição para a criança. A abolição da organização do tempo é,
na realidade, o primeiro passo no sentido da libertação do aluno” [...] p.13.