II O TRABALHO DOCENTE NO ATUAL CONTEXTO DO CAPITALISMO E DAS
REFORMAS EDUCACIONAIS
As mudanças provocadas por novos processos produtivos advindos do modelo
de acumulação de produção flexível no interior do sistema produtor de mercadorias capitalista é marcado pela introdução de tecnologias no campo da telemática, robótica e microeletrônica cuja características marcantes no mundo do trabalho é a substituição do trabalho morto pelo trabalho vivo, formas de relações de trabalho mais flexíveis e a incrementação de novas formas de gestão do Estado sob uma nova fase do capitalismo na forma neoliberal. Essas novas configurações implicam alterações substanciais na natureza e relações de trabalho da classe trabalhadora, conformando, numa nova dinâmica em que os trabalhadores vêm perdendo os postos de trabalho tradicionais em consoante com a intensificação das formas de trabalho ainda existentes, haja vista, que se elimina apenas uma parcela do trabalho vivo, porém, nunca o elimina por completo em substituição pelo trabalho morto enquanto perdurar o sistema capitalista.
Para Antunes, o capital diante de tais desafios propõe-se:
Aumentar a utilização e a produtividade do trabalho de modo a intensificar as formas de extração do sobretrabalho em tempo cada vez mais reduzido. Portanto, uma coisa é ter a necessidade imperiosa de reduzir a dimensão variável do capital e a conseqüente necessidade de expandir sua parte constante. Outra, muito diversa, é imaginar que eliminando o trabalho vivo o capital possa continuar se reproduzindo. (ANTUNES, 2007, p.218).
As mudanças na organização e flexibilização das relações de trabalho foram
facilitadas pelo Estado por meio da regulação de legislações que tornaram possíveis essas mudanças no mundo do trabalho. Tais mudanças representam no âmbito internacional adaptações de cenários locais e formas especificas da organização e relações de trabalho ao contexto de crise estrutural do capital que precisa se reinventar constantemente para fugir de crises e manter suas margens vantajosas de lucro. Portanto, o capital internacional subordina os estados em torno de seus interesses, cabendo aos estados normatizar através de dispositivos jurídicos novas formatações dos envelhecidos processos dominação e exploração dos trabalhadores no mundo mantendo a hegemonia das classes burguesas no sistema capitalista. A ressignificação das formas de dominação e exploração do capital internacional representado por agenciais e organismos transnacionais se constituiu na redefinição da atuação do papel do estado perante o provimento das suas políticas públicas. Certamente a desconstrução da importância do papel do estado nas políticas públicas girou em torno de um terrorismo ideológico pregado pelos agentes do capital com o discurso da ineficiência, improdutividade, falta de transparência e burocratização dos serviços ofertados pelo estado. Mediante o ataque ideológico ao papel do estado foram estimuladas novas práticas de gestão da coisa pública compartilhada com a sociedade civil e iniciativa privada alterando significativamente a relação público- privado e a diminuição do papel do estado. A nova gestão pública na prática significou a gestão privada da coisa pública, uma vez que segundo as orientações dos organismos internacionais o mercado por meio da iniciativa privada teria ferramentas mais eficientes e sofisticadas, e neutralidade no trato da coisa pública. Criou-se discursos com dicotomias em torno de um estado que gastava muito, burocrático, e ineficiente, marcado por privilégios de um lado, contra a iniciativa privada, eficiente, racionalizada, e pretensamente neutra do outro. Dessa forma, a redução dos gastos públicos, a abertura do mercado para iniciativa privada seja por meio de privatizações, concessões, compartilhamento e a mercantilização dos serviços públicos até então ofertados unicamente pelo estado seria a saída para uma melhora de produtividade, equidade social e desenvolvimento econômico, construindo-se num novo paradigma de organização da gestão do estado. Todas essas mudanças na esfera da produção e na nova gestão pública sob o estado neoliberal resultaram na intensificação das formas de trabalho por meio de uma extração sofisticada do sobretrabalho através da mais valia relativa como forma de superação da crise estrutural do capital na retomada de suas margens de lucro. Diante deste cenário a intensificação do trabalho passa ser um mecanismo presente nas regulações referentes ao campo do trabalho ajustadas as novas demandas requeridas pelo capital com o discurso de melhor prestação de serviços e garantia de empregos numa época de competição e desemprego estrutural. São características da intensificação do trabalho ampliação das jornadas de trabalho, flexibilização e precarização nas contratações de contratos de trabalho, diminuição de salários e direitos trabalhista entre outros. Essa conjuntura repercutiu em reformas alterando substancialmente as relações e instituições sociais impactando diretamente as escolas e trabalhadores docentes. As reformas no campo da educação básica estimulada pelos organismo internacionais, em grande medida o BM, com a retórica de educação para todos, equidade social, na realidade tinha como norteamento orientações pró mercado como forma de gestar adaptação dos trabalhadores ao novo cenário da produção, contenção das lutas sociais e domesticação da pobreza dos países periféricos subordinados aos ditames dos organismos internacionais e capital internacional. As reformas na educação básica no Brasil compreendida como regulação da educação impactaram o trabalho docente. Elas tinham como orientações adaptar os trabalhadores as novas demandas do mundo do trabalho, especialmente a partir dos anos 2010, quando o foco das orientações indicadas pelo BM passavam a ser não mais a educação para todos, mas a aprendizagem para todos, valorizando o desenvolvimento de competências e habilidades, tendo como características, polivalência, liderança, proatividade, multifuncionalidade, entre outras. Essas novas características demandadas concretiza a intensificação do trabalho. Essa inclinação do foco afeta diretamente a escola e o trabalhador docente que passam a exercer múltiplas funções, demandas, e atividades inexistentes em outros momentos da educação brasileira. Como as regulações adotadas pelo estado brasileiro a partir dos anos 1990 são marcadas pela estimulo e incrementação da nova gestão pública representada pelo reforma do estado, visando boas práticas de gestão, as reformas educacionais, seguiram à risca, e incorporaram tais práticas, atendendo as recomendações dos organismos internacionais pró mercado. O contraste e impactos que as reformas na educação representaram no trabalho docente se deu inicialmente com os objetivos e metas que o pacto estabelecido em Jomtien, de educação para todos preconizava, num cenário de uma nova gestão pública racionalizada, buscando maior eficácia e eficiência. Tratava-se de aumentar a oferta da educação básica, sobretudo, ensino fundamental, visando uma educação de “qualidade” sem que aumentasse, contudo, o investimento financeiro para suprir essa expansão e atendimento do padrão de qualidade. A saída para essa questão foi descentralizar o poder e responsabilidades atribuídas ao estado, como o financiamento, para a escola e comunidade entorno dela. A escola ganharia um novo status empreendedorista tendo a autonomia para captar recursos através de projetos e parcerias com a iniciativa privada, e administra-los, ficando responsável pelo cumprimento de metas e objetivos estabelecidos por órgãos reguladores do estado, demarcando o novo papel do estado regulador e gerencialista. Também foi estimulado o voluntarismo ampliando e compartilhando a responsabilidade da escola e professores com membros da sociedade civil, organização não governamentais (ONGS) e a iniciativa privada no cumprimento das metas e objetivos. Portanto, a escola passou a ser o núcleo estratégico da gestão e planejamento educacional operando nos moldes na nova gestão pública. Amplia a ideia, portanto, que o estado e ineficiente no provimento das políticas educacionais, sobretudo, por não saber administrar seus recursos, por falta de uma racionalidade que buscasse melhores resultados e eficiência. Foi a partir desse discurso e terrorismo ideológico acerca da ineficiência do estado na capacidade de prover e administrar os recursos da educação atendendo os resultados desejados pelo padrão de qualidade referidos pelos organismos internacionais que abriu-se espaço para incrementação do terceiro setor, e das parcerias pública- privado no campo da educação brasileira, estabelecidas a partir da reforma do estado e da nova gestão pública, que em última instancia significaria gestão privada dos recursos e coisa pública. Visando uma melhor administração dos recursos parcerias e convênios foram firmados entre Ongs e empresas privadas na educação afim de racionalizar melhor tais recursos e a organização do processo escolar redefinindo a atuação da escola pública e do trabalho docente. Nesse sentido, a escola pública e o trabalhador docente atuariam, conforme, os imperativos da gestão privada, que tem como particularidade marcante nas relações de produção capitalista a extração ao máximo do sobretrabalho, caracterizada pela intensificação do trabalho. Exigir-se-ia uma performance tanto da escola por meio de indicadores satisfatórios medidos por avaliações em larga escala, quanto, o do trabalhador docente, que deveria a qualquer custo escolher os melhores meio disponíveis para sua formação para produção em massa de alunos aprovados, cabendo tanto a este como a escola pelos resultados insatisfatórios ocorridos no cumprimento de metas e objetivos. Com isso há uma culpabilização da escola e dos docentes dela pelos péssimos resultados, medidos restritamente aos aspectos quantitativos, e não com a totalidade da realidade social que permeia a educação brasileira. Nota-se que há transferência das reponsabilidades do que antes era atribuição da estado, para a escola, comunidade e o docente. Na busca do cumprimento de metas e objetivos estabelecidos pelas agências reguladoras, tendo em vista o ataque ideológico, da ineficiência daquilo que é público, cria-se um grande mercado, na prestação de serviços, para auxiliar a gestão e organização da escola e trabalho docente visando resultados satisfatórios no cumprimento de metas e objetivos estabelecidos com as agências reguladoras por meio das avaliações em larga escala. Tem se nisso a produção de apostilas, auxiliando, na organização curricular voltadas para as provas em larga escala, retirando a autonomia do professor que passa a ter seu trabalho voltado unicamente na operacionalização e reprodução de conteúdo e e aplicação de simulados destes modelos avaliativos. Assim como a gestão segue os mesmos preceitos de uma empresa privada, limitando a autonomia dos gestores, coordenadores e doentes quanto a organização da escola, curricular e planejamento educacional. Na pratica as performances da escola e do docente ficam voltadas as avaliações em larga escala, e estas representam por meio de um ranqueamento, -criado sobretudo, por parâmetros que atendem os critérios de padrão de qualidade dos organismos internacionais, que giram em torno do desenvolvimento das competências e habilidades em favor das novas relações do mercado de trabalho- o instrumento legitimador da entrada e proliferação da relação público-privado na educação brasileira. Destarte, essas alterações provocaram mudanças na dinâmica e cultura da escola, e na identidade do trabalhador docente que tem seu trabalho e sua identidade docente ressignificada e reorientada por novas demandas e finalidades da educação a uma lógica pragmática direcionada ás novas relações de produção. Nesse sentido, conforme, destaca Oliveira (2004) temos um processo de reestruturação do trabalho docente marcado flexibização, intensificação, e precarização do trabalho docente diante das mudanças operadas a partir das reformas educacionais sob as orientações dos organismos internacionais voltado aos interesses do capital internacional. III TRABALHO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: tensões e impasses As repercussões provocadas pelas mudanças das reformas educacionais no Brasil reconfigurou a identidade e a natureza do trabalho docente. Na medida que são inseridas novas relações de trabalho do trabalho docente e processos organizativos dentro da escola a partir da racionalização da nova gestão pública incorporada nas instituições de ensino público, o trabalho docente sofre uma ampliação significativa na sua atuação, para além do ato de ensinar, ao adquirir novas funções antes desconhecidas e estranhadas a figura do professor como captação de recursos, gestão e planejamento escolar. Somado a isso, através das regulamentações do estado acerca dos contratos e direitos no âmbito das relações de trabalho o trabalhador docente teve sua atividade flexibilizada e ampliada, assinalada, com redução de direitos trabalhistas, aumento da jornada de trabalho, contratos precários de trabalho, caracterizando a desprofissionalização docente marcado pela intensificação e precarização das condições do trabalho docente. Na medida que este cenário aumenta a despersonalização do trabalho docente se apresenta com maior frequência em virtude da perda de sentido e significado que essa atividade vivenciava em anos anteriores. A despersonalização e desprofissionalização do trabalho docente é marcado substancialmente por nossas exigências em sua atividade. A ressiginificação cambiando pra intensificação de seu trabalho diante de condições precárias repercute circunstancialmente em adoecimentos seja de ordem somática ou psicossomática (GASPARINI, BARRETO, ASSUNÇÃO, 2005, OLIVEIRA, XXXX, DUARTE, XXXX, MAUÉS XXXX, CODO, 2015). III TRABALHO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: tensões e impasses As reformas na educação básica no Brasil foram processadas a partir de inúmeras conferencias internacionais sobre educação estimuladas e patrocinadas pelos organismos internacionais entre eles BM, OMC, OCDE, UNESCO, tendo como marco referencial a conferencia Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, Tailândia, em 1990, com a participação em massa dos países em desenvolvimento, da qual o Brasil foi membro signatário, comprometendo-se em cumprir as metas e objetivos estabelecidas no documento final desta conferência. Os apontamentos indicados nas metas e objetivos no documento final da conferencia, de Jomtien, ressaltava a centralidade do papel da educação básica como elemento essencial para equidade social, com o discurso calcado na justiça social em que a educação cumpriria o papel de gestão da pobreza, e adaptação dos trabalhadores aos novos processos produtivos do mundo do trabalho. Para garantir a equidade social através da educação para todos como mecanismo para obter a “justiça social” a descentralização e a gestão democrática foram saídas apontadas e condicionadas pelos organismos internacionais como formas adaptativas da escola a nova gestão pública na tentativa da universalização do ensino básico, sobretudo, do ensino fundamental. Neste sentido a política de descentralização da educação tanto no aspecto financeiro quanto na questão da gestão se fizeram presentes. A criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental – FUNDEF- assim como o compartilhamento da gestão com a sociedade civil nas demandas da escola implicou em práticas voluntarias da comunidade em torno da escola, que passa assumir através da gestão participativa e democrática as decisões pertinentes aos problemas da escola e compartilhando suas responsabilidades, com objetivo de efetuar boas práticas na gestão escolar e conseguir garantir a universalizar a educação do ensino fundamental. Nota-se que todo fracasso escolar dos alunos recaem sob a responsabilidade da escola e dos atores que constituem ela, sendo a figura docente, a mais culpabilizada nesse processo uma vez que todo fracasso era compreendido como um problema de gestão da escola e do trabalho docente. As reformas na educação básica no Brasil deve ser compreendida como um processo dinâmico em constante movimento dentro de uma totalidade concreta. É somente a partir disso que é possível compreender que entre as metas e objetivos estipulados pelas reformas educacionais e as condições reais de trabalho em que se encontra o trabalho docente são marcadas por relações tensas e contraditórias assinaladas por intensificação e precarização das condições de trabalho do trabalho docente (OLIVEIRA, 2010). Para Oliveira (2010), as condições de trabalho é um conjunto de recursos necessários para realização de uma determinada atividade. São recursos necessários os materiais de apoio, insumos, instalações físicas, equipamentos e qualquer outro elemento indispensável para tal. Para mesma autora (Idem) além dos recursos necessários para a realização de determinada atividade as condições de trabalho envolvem também aspectos financeiros, recursos humanos e relações de trabalho, que repercutem circunstancialmente na atividade docente. Quando os recursos financeiros, humanos, insumos, estrutura adequada, e relações de trabalho no tocante aos direitos dos docentes, são mínimos, altera-se significativamente as condições do trabalho docente implicando em intensificação, precarização e adoecimento do trabalhador docente (OLIVEIRA, 2010) e os resultados obtidos não são satisfatórios daquilo que lhe é esperado. Se por uma lado houve estimulo para expansão da educação básica no Brasil, especialmente no ensino fundamental, na busca por uma “educação de qualidade” cumprindo metas e objetivos orientados pelas convenções internacionais sobre educação, do outro caiu sob a responsabilidade da escola e do trabalhador docente a efetivação dessa expansão e resultados obtidos pelos alunos que atendessem os “supostos padrões mínimos de qualidade”, em um cenário marcado por novas exigências atribuídas a escola e ao papel do professor diante de uma nova gestão pública com estado mínimo para financiar políticas educacionais e com processo de descentralização deslocando a responsabilidade da questão educacional para os atores presentes na e fora da comunidade escolar. Assunção e Oliveira (2009) ressaltam que não são especificados nitidamente como serão garantidos e assegurados os objetivos e metas para expansão da educação básica, na obtenção de resultados que atendam os padrões mínimos de qualidade criando um sentimento de culpabilização do docente quando isso não é alcançado. Dessa forma há uma sobrecarga tanto física quanto emocional em torno do trabalho docente, que tem seu trabalho intensificado e precarizado nessa conjuntura resultando no mal estar e adoecimento docente (ESTEVES, 2005) em decorrência das novas exigências ao papel do professor. Há um grande paradoxo, marcado por contradições entre as exigências que são feitas ao professor e as condições de trabalho oferecidas cotidianamente que lhe são oferecidas na educação básica pública brasileira, gerando um grande conflito e desafios nesse processo conforme destaca (DUARTE, et al., 2015) entre o sucesso escolar e condições precárias de trabalho em que o professor vivencia em seu ambiente de trabalho. Portanto, a forma como se constituiu as reformas da educação básica no Brasil a partir dos anos 1990 em consoante com as orientações pactuadas nas conferencias internacionais sobre educação e organismos internacionais, tendo a Educação para Todos como principal norteamento visando a expansão da educação básica no pais, correspondeu no alargamento das responsabilidades e atribuições docentes na educação básica brasileira. Tendo como resultante ampliação do trabalho do professor que para atender aos objetivos e metas desejadas necessitar de mais tempo para organização e execução do seu trabalho, que estão conectados aos novos paradigmas de acumulação incrementando pela introdução de novas tecnologias do processo produtivo incorporado na sua prática docente como preencher relatórios em sistema online, utilizar e montar materiais e diversas plataformas de ensino etc que ampliam o trabalho docente para atividades inexistentes anteriormente, atividades que expande ao ato de ensinar e da escola, dessa forma este tem seu trabalho intensificado. Além disso muitos docente se deparam com espaços inadequados e com materiais escassos para utilização em suas aulas. Com condições precárias de trabalho o professor se vê diante da sobrecarga física e mental na sua pratica docente uma vez que internaliza a responsabilidade do fracasso ou êxito da escola e seus alunos, tendo como resultante a intensificação, mal estar e adoecimento docente (OLIEIRA, E ASSUNÇÃO, 2009, DUARTE, et al., 2015). Duarte, et al, (2015) destacam que essa ampliação do trabalho docente está intimamente ligado ao processo de regulação do estado e da educação brasileira incorporadas nas políticas e reformas do pais como a descentralização da educação que com o pretenso discurso de autonomia da escola e docente, não representaram uma liberdade e flexibilidade na atividade docente, ao contrário provocou engessamento e novas responsabilidades ao papel do professor e gestão da escola a serem cumpridas podendo sofrer sanções caso não atendam as metas e objetivos estipuladas pelas reformas educacionais do sistema de ensino. Este panorama de reformas da educação, em que o trabalho docente passa a ter novas responsabilidades e exigências, estão profundamente articuladas com as mudanças envolvidas no sistema produtor de mercadorias que tem na educação uma importante ferramenta para superação de sua crise estrutural através da abertura e exploração de um novo nicho de mercado mercantilizando a educação, e adaptação dos trabalhadores aos novos processos produtivos e desemprego estrutural da sociedade capitalista.