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D.E.

S
Desenvolvimento Económico e Social

(12ª classe)

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TEMA I: A MUDANÇA NA SOCIEDADE E OS PERCURSOS DO


DESENVOLVIMENTO

Capítulo 1: Mudanças e desenvolvimento

Capítulo 2: Diversificação mutabilidade dos centros poder e decisão no século xx

TEMA II: QUESTÕES DE DESENVOLVIMENTO NO MUNDO ACTUAL

Capítulo 1: O papal das tecnologias no desenvolvimento das sociedades

Capítulo 2: A gestão dos recursos e a defesa do ambiente

TEMA III: CENÁRIOS DO FUTURO

Capítulo 1: Cenário de futuro no campo demográfico

Capítulo 2: Cenário de futuro no campo económico

Capítulo 3: Cenário de futuro no ordenamento do território

Capítulo 4: Cenário de futuro nos comportamentos e modos de vida

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TEMA I

CAPITULO 1: A MUDANÇA E O DESENVOLVIMENTO

1.1 - Os processos de mudanças e os obstáculos à mudança.

Definição de D.E.S: Como sendo um conjunto de acções continuas e consertadas que


os governos ou administrações públicas realizam no sentido de promover a saúde
económica social das regiões.

Nota: A origem deste termo, vêm da época intermédia do fim do feudalismo ao inicio
da era do capitalismo.

Introdução:

Haverá de certeza várias formas e ângulos de abordar para definir o DES, mais podemos
ter a convicção de que todas elas convergem no mesmo sentido, de ser um processo de
evolução progressivo na estrutura económica de um país ou região, de tal forma a
proporcionar o bem-estar da sua população que, na verdade este é o fim único de
qualquer estado. Desta forma, o desenvolvimento económico e social, propicia uma
melhor compreensão das economias dos países em desenvolvimento com vista a
melhorar as condições de vida da população mundial.

Quer isto dizer que, para se atingir tal desiderato, significa que tem de haver mudanças
na organização estrutural e no modo de vida da própria sociedade. Assim podemos
encontrar dois tipos de mudanças:

 Mudança positiva: São aquelas que trazem resultados benéficos. E


 Mudanças negativas: São aquelas que trazem resultados nefastos.

Todavia, é o propósito das mudanças e de quem os promove, que elas sejam sempre
positivas, mais nem sempre isto acontece.

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 A mudança Social, é um conjunto de transformações que ocorrem numa
sociedade num determinado período alterando a estrutura social.

1.1.1 – Vários tipos e níveis de mudanças

Devemos lembrar, que a mudança é um sinónimo de desenvolvimento, porque para se


atingir o desenvolvimento económico de um país deverá necessariamente ocorrer
mudanças estruturais significativas que devem observar um processo progressivo do
crescimento económico. Devemos no entanto ter em conta para não confundir o
crescimento económico e o desenvolvimento económico. O crescimento é tão-somente
o caminho certo para o desenvolvimento, lembrar que o primeiro acontece no curto e
médio prazo ao passo que o segundo só no longo prazo.

Definição de mudança social: Entende-se por mudança social, a transformação


ocorrida entre o estado anterior e o estado posterior de uma realidade social.

Para que seja considerada uma mudança social, é necessário que se observem as
seguintes condições:

 Ser um fenómeno colectivo


 Ser identificável no tempo e
 Ser permanente

- Tipos de mudanças.

Quanto a modernização as mudanças podem ser:

 Progressivas: quando ocorre no sentido de melhorar uma situação social e,


 Regressiva: quando ocorre no sentido de piorar uma situação social.

Quanto a evolução social as mudanças podem ser:

 Internas: quando provêm da própria sociedade e


 Externa: quando provêm das relações com o exterior.

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- Níveis de mudanças:

As mudanças afectam diversos níveis da realidade social:

 A superfície morfológica
 As estruturas e instituições
 A organização social
 Os estatutos e os papéis sociais
 As normas e os comportamentos
 Os costumes e as práticas sociais
 A cultura e os modelos culturais.

1.1.2 – Diferentes ritmos e intensidades com que a mudança se

manifesta

Nos dias de hoje, a revolução tecnológica, proporcionou factores adversos aos


comportamentos das sociedades, trazendo consigo novos paradigmas nas relações
sociais das pessoas. Estes factores, fizeram com que o mundo fosse reduzido num
espaço cibernético com facilidade interactiva de abordagem como de uma aldeia global
se tratasse.

Este modo vivende actual, alterou substancialmente a noção vulgar da distância que
ficou superada por intermédio de apenas um “click” a partir de um smart fone ou um
computador, eliminando assim as barreiras e fronteiras dos comportamentos sociais
adversos e encurtaram-se as distâncias. Este fenómeno todo resumisse numa única
palavra. Globalização.

Existem diferentes ritmos com que a mudança se manifesta, tais como: convulsões
sociais, descrédito das instituições, conflitos de valores, desemprego, exclusão social,
xenofobia, racismo, incertezas perante o futuro e tantos outros. Apesar de mudanças
significar rotura com o passado, lembrar que nem toda a mudança é para melhorar. Ela
tem custos inerente a sua realização que podem ser materiais, imateriais, moral e social.
Por estas razões acontecem em muitas situações em que se verificam resistências as
mudanças. Até nos dias de hoje, houve vários acontecimentos de mudanças que
marcaram o mundo, uma delas foi a revolução agrária, depois a revolução industrial isto

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é no âmbito socioeconómico. No âmbito político, foram as primeira e a segunda guerra
mundial, que terminou em 1945, estes acontecimentos trouxeram nova dinâmica no
plano económico e social com a implementação do plano Marchal para a reconstrução
da europa e enterrar as cinzas da guerra.

A civilização da Mudança

Mudanças
Mudanças Mudanças económicas tecnológicas
políticas

Mudanças Mudanças culturais


Mudanças ….
sociais

GLOBALIZAÇÃO

Competitividade Concorrência Produtividade

Transformações profundas a nível de:


- Funcionamento dos estados/ Governos
- Organizações/ Administração pública
- Trabalho
- Pessoas

Fim do estado Novas formas de Novos tipos de


providência Organização emprego

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1.1.3 – Factores e condições de mudanças

As várias teorias mono causais que tentaram explicar as mudanças sociais, mostraram-
se inadequadas, uma vez que para cada razão de mudanças existe uma causa associada a
ela que, pode estar ligada as condições sociais, económicas, culturais ou políticas.

Alguns factores de mudanças.

 Factor demográfico: expansão demográfica ou migração


 Factor geográfico: cataclismos, secas, inundações, ravinas, êxodo etc.
 Factores sociais: conflitos políticos, lutas de classes, etc.
 Factores culturais: inovações, evolução tecnológica, aculturação, etc.

São também factores de mudanças sociais: as elites, os movimentos sociais e os grupos


de pressão.

1.1.4 – O papel das elites, movimentos sociais e dos grupos de pressão

As elites: são aquelas entidades singulares ou colectivas que de forma directa ou


indirecta influencia a tomada de decisão por parte de quem dirige ou governa.

Os movimentos sociais: São grupos da sociedade civil cujas suas acções proporcionam
alteração de uma medida não satisfatória a sociedade que tenha sido tomada por parte de
quem dirige ou governa.

Grupos de pressão: São organizações populacionais limitadas ou não, que se


manifestam de forma pacífica ou não, com objectivo de atingir ou proteger seus
interesses de grupo, ou ainda repor um direito que esteja a ser violado por parte de uma
instituição pública ou governamental.

NB: Quando uma mudança se opera de forma brusca, chama-se REVOLUÇÃO.

ATT: ver quadro resumo da pag. 28 (Esquema – síntese)

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1. 2 - DO CRESCIMENTO AO DESENVOLVIMENTO

1.2.1 – Crescimento e Desenvolvimento, dois aspectos da mesma

realidade

O percurso do fundamento económico remonta milhares de anos atrás, onde as


sociedades tradicionais já procuravam dar resposta aos fenómenos económicos
usando os instrumentos, técnicas e teorias rudimentares. Todavia, os desafios do
desenvolvimento são relativamente moderno. Antes da revolução industrial e da
consolidação do sistema capitalista, as sociedades encontravam-se numa
situação de estagnação. Tratavam-se das sociedades essencialmente agrícolas,
sem desenvolvimento técnico de grande monta, o que tornava a evolução dos
processos económicos bastante lenta.

Com o surgimento da revolução industrial, surge a força mecânica, a produção


fabril e o contínuo progresso técnico, que vai permitir a acumulação de capital e
o desenvolvimento do capitalismo.
*(falar sobre o processo de acumulação primitiva de capital em Angola)

 Crescimento económico: é um fenómeno de natureza quantitativa que


define a evolução da actividade económica. Ela deve acontecer no curto
ou médio prazo.
 Desenvolvimento económico: é o resultado adquirido por via do
crescimento económico, envolvendo alterações qualitativas para a
população.

NB: O crescimento económico, não é o mesmo que desenvolvimento económico. Para


que haja um desenvolvimento económico sustentável, é preciso que ataxa de
crescimento económico de um país seja superior a taxa do crescimento da sua
população. (pag. 33)

PIB PER =

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1.2.2 – O caracter dinâmico do conceito de Desenvolvimento

Depois do término da segunda guerra mundial e o fim da colonização de vários países


entre eles, muitos eram do continente africano, os líderes e os dirigentes começaram a se
preocupar com o desenvolvimento económico. Após o plano Marchal para a europa,
este continente iniciou um processo de produção económica com propósito de se atingir
a prosperidade da sua população, pela via do PNB (produto nacional bruto) que servia
de indicativo bastante para aferir a saúde económica dos seus países. Lembrar que, os
EUA até os dias de hoje utilizam o PNB como indicativo de medição da sua riqueza,
enquanto a generalidade dos países incluindo Angola, adoptaram deste o início dos anos
60, o PIB (produto interno bruto) como indicador principal das suas economias.

No entanto, enquanto os países da europa e da américa do norte preocupavam-se com a


produção de bens e serviços para o desenvolvimento, os outros países (Ásia, África e
América latina), adoptaram políticas de governação ambíguas que não facilitou o
crescimento das suas economias. Assim, os países Africano dedicavam-se em exportar
matérias-primas e mão-de-obra barata para o ocidente, provocando assim o
desinvestimento e a consequente condenação dos seus povos para situação de pobreza
generalizada.

Depois de 1980, as nações unidas proclamavam este período como sendo a década do
desenvolvimento, mais ainda assim surgi o paradoxo, o fosso entre países ricos e pobres
aumentava de forma abismal, ou seja o mundo começou a registar desenvolvimento mas
o número de pobres aumentava assustadoramente. Logo, a partir do ano de 1990 as
nações unidas por intermédio da sua agência PNUD (programa das nações unidas para o
desenvolvimento), passou a emitir periodicamente um relatório do IDH (índice de
desenvolvimento humano) que serve para aferir a taxa de desenvolvimento económico
de um país.

É assim que hoje em dia, o conceito de desenvolvimento engloba necessariamente o


nível de qualidade de vida das populações e a sua sustentabilidade para as sociedades
vindouras.

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1.2.3 – Aspectos relevantes do desenvolvimento humano e do
desenvolvimento sustentável

 Desenvolvimento humano:

A pobreza não pode ser medida adequadamente através do rendimento entendida em


termos convencionais; o que é relevante não são os bens que um indivíduo possui mais
sim o que ele é, e o que pode fazer com estes bens.

Existem estudos fundamentados que indicam exemplos de países com altos níveis de
rendimento, mais com pobres padrões de educação e saúde, estes são tidos como
exemplos de crescimento sem desenvolvimento. Desta forma, para que se atinja o
desenvolvimento, o rendimento disponível para as populações tem de ser real ou seja
efectivo que cubra realmente com a sua função da satisfação plena das necessidades do
cidadão. Dito de forma diferente, a definição do desenvolvimento engloba a capacidade
disponível de atingir o fim último que terá de ser a realização da satisfação da pessoa
humana em todas suas dimensões designadamente a liberdade de escolher e realizar o
seu projecto próprio de desenvolvimento.

A avaliação do desempenho das economias terá de ser feita não apenas em termos de
crescimento económico, mais também quanto ao seu contributo para o desenvolvimento
humano, devendo as estratégias de crescimento económico inter - relacionar-se com as
estratégias do desenvolvimento das pessoas nos seus aspectos multidimensionais.

Para medir o desenvolvimento humano foi criado um indicador: IDH

O IDH: É um indicador composto que pretende medir as realizações médias do


desenvolvimento humano com base em 3 elementos essenciais da vida humana: a
longevidade, o saber (educação) e o nível de vida (saúde).

IDH = (IR + IEV + IE) ou IDH =

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IR: índice de rendimento

IEV: índice de esperança de vida

IE: índice de educação

O IDH é o fundamento para a análise da performance de boa governação segundo o


gráfico ou tabela do índice de Gini (IG), que avalia a boa distribuição da renda por parte
dos governos numa escala de 0 a 1.

IG <0,5 significa mau desempenho económico

IG = 0,5 significa desempenho económico razoável

IG> 0,5 significa bom desempenho económico

 Desenvolvimento Sustentável

Esta é uma modalidade que a humanidade optou para a salvaguarda da vida no planeta.
O desenvolvimento sustentável é aquele que permite dar resposta as necessidades da
geração presente, sem comprometer a possibilidade de desenvolvimento das gerações
futuras.

O desenvolvimento sustentável conta com dois conceitos básicos relevantes:

 O conceito de necessidade: que tem a ver com os problemas da economia


mundial que devem merecer atenção prioritária.
 O conceito de limites: que tem a ver com os níveis tecnológico ao serviço das
economias e a capacidade de dar resposta a satisfação das necessidades de hoje e
de amanhã.

Note-se que, a delapidação de recursos, a poluição, os problemas ambientais


(desertificação, emissão de gazes de efeito estufa, desflorestação, etc.), são provocados
por razões diversas consoante o grau de desenvolvimento de cada país. Enquanto nos
países subdesenvolvidos a pobreza e o rápido crescimento demográfico constituem as
principais ameaças, nos países ricos é a rápida industrialização e o modo de vida
moderno que constituem as ameaças mais significativas.

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Assim, partindo de princípio de que, para questões globais tem de haver soluções
globais, logo, a persecução do desenvolvimento sustentável exige:

 Um sistema político, que assegure a participação activa dos cidadãos.


 Um sistema económico, capaz de gerar excedentes e conhecimento e
conhecimento técnico numa base fiável e permanente.
 Um sistema social, que providencie soluções de combate as desigualdades.
 Um sistema de produção, que respeite a base ecológica para o desenvolvimento.
 Um sistema tecnológico, que procure sistematicamente novas soluções.
 Um sistema internacional, que fornece padrões sustentáveis de comércio e
financiamento.
 Um sistema administrativo, que tenha a flexibilidade e a capacidade necessária
para se autocorrigir.

Todavia, nos dias de hoje, as organizações mundiais do combate a factores de poluição


no mundo, possuem vários mecanismos para que se atinja o propósito do
desenvolvimento de forma sustentável, um dos quais é a P.P.P. (princípio poluidor
pagador).

O P.P.P no contesto de uma política de custo – efectivo no combate a poluição

Tarifa
Cm

𝑡 3

𝑡
2

𝑡 1

% Abate (ton/ano)
a b c

Cm = custo marginal

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“ Quanto maior for a percentagem de poluição ao meio ambiente, maior é a tarifa de
pagamento”

Este tipo de penalização, aos poluidores, é adoptado aos modelos de cálculos diferentes
de acordo com a ária do meio ambiente que foi poluído.

Att: esquema síntese pag. 39

1.2.4 – O direito ao desenvolvimento

Partindo do pressuposto de que o desenvolvimento económico deve ser medido com


base no IDH, conforme estudado na lição anterior e segundo regi a convecção
internacional das nações unidas que conferi o impacto que o mesmo traduz para a vida
do cidadão, nestes moldes, o consensual e sensato é que a pessoa humana desde o modo
que lhe é garantido o direito a vida, devesse-lhe também o direito ao desenvolvimento,
porque é este o mecanismo único que os governos têm para conferir o bem-estar da
população que no fundo é o fim último do seu desiderato governativo.

Assim sendo, no intervalo de 1787 e 1789 surgi no mundo a primeira geração dos
direitos humanos. Mais tarde, por volta dos anos de 1830 e 1840, começam a firmar-se
os direitos económicos e sociais que foi impulsionado pela revolução industrial, onde já
se consagrava o direito ao trabalho, a greve e a protecção social. Estava-mos assim em
plena 2ª geração dos direitos do homem, o que obrigou em 10 de Dezembro de 1948 a
assembleia geral das nações unidas a declaração universal dos direitos do homem.

No entanto, a partir dos anos 60, tomou-se consciência de que o crescimento económico
não podia alhear-se (estar alheio) do respeito pelo ambiente. Surgi assim a 3ª geração
dos direitos dos homens, que contemplava acima de tudo o direito a paz e a um
ambiente são.

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1.2.5 – O Problema da medição do desenvolvimento

A medição do desempenho da economia numa sociedade, é feita através de indicadores.


Durante o percurso dos processos de desenvolvimento no mundo ao longo dos anos,
constituiu sempre uma preocupação e necessidade de se medir o desenvolvimento
económico das sociedades. Na lição anterior vimos a introdução de um indicador muito
importante que era o IDH, além do PIB e do PNB. Existem outros indicadores fiáveis
para aferir o impacto do desenvolvimento na vida das pessoas, independentemente da
utilização de métodos econométricos para testar, medir ou prever a fiabilidade dos
modelos económicos que possam existir.

A expressão numérica de fenómenos económicos, demográficos, sociais e culturais


através destes, podemos formar ideias mais sólidas dos diferentes aspectos de uma
sociedade e da forma como a mesma foi evoluindo, permitindo-nos deste modo, fazer
estudos comparativos entre diferentes regiões ou países. Trata-se de instrumentos
indispensáveis ao estudo do crescimento e do desenvolvimento.

Durante algum tempo atrás até os dias de hoje, os principais indicadores da medição do
desenvolvimento foram e continuam a ser o PIB e o PNB, até chegarmos em 1990 foi
introduzido o IDH. Apesar desta inovação, ainda assim não se mostrava eficiência na
análise da questão do ponto de vista humano e social. Deste modo, a partir do ano de
1995, o relatório do desenvolvimento humano das nações unidas introduziram o IDG
(índice de desenvolvimento ao género), o MPG (medida de participação ao género) e o
IPH (índice de pobreza humana), este indicador evoluiu para uma outra versão o IPH2
que se destina a medição da pobreza nos países industrializados.

 Exemplos de indicadores mais usados

- Económicos: PNB e PNB per capita; PIB e PIB per capita; RN e RN per capita;
Consumo de energia; População activa e taxa de actividade; População desempregada e
taxa de desemprego.

- Demográficos: Taxa de natalidade; Taxa de mortalidade infantil; Esperança de vida a


nascença; Índice sintético de fecundidade; Taxa de emigração.

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- Sociais e culturais: Percentagem de população com água potável; Taxa de
analfabetismo/ escolaridade; Número de médicos/camas de hospital/por habitante;
Número de jornais/livros/televisores/por habitante.

- Compostos: IDH; IDG/ MPG e IPH

As escalas de análise:

Constituem um outro problema que tem a ver com a utilização dos indicadores
relacionados com as escalas de análise. Deste modo, os diversos acontecimentos
ganham ou perdem importância conforme são analisados de um ponto de vista próximo
ou mais distante. Esta proximidade pode ser perspectivada de diferentes formas;
espacial, temporal, social, cultural ou mesmo pessoal.

A escala de análise geográfica que utilizamos para observar os diferentes fenómenos é


igualmente importante dado que condiciona a forma como equacionamos as questões do
desenvolvimento, desigualdade e heterogeneidade.

1.2.6 – Desenvolvimento regional e local

A noção do desenvolvimento regional ou local, implica uma análise sistemática e


pluridisciplinar do espaço territorial na sua realidade geográfica, social, histórica e
económica. O processo de desenvolvimento, parte da interpretação e caracterização do
território quanto a sua história, paisagem, património, actividades dominantes, etc.
considera ainda que as soluções devem ser encontradas no interior dos territórios,
rejeitando as soluções exteriores que por vezes são demasiadas tecnicistas.

Com efeito, a questão do desenvolvimento regional e os modelos que os estruturam têm


sido fundamentados com base em duas visões: A visão Funcionalista e a
Territorialista.

Visão Funcionalista: Onde dominam os conceitos de crescimento polarizado e os


modelos “ Centro – periferia”. Esta visão, parte de princípio de que, o desenvolvimento

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desencadeado pelos sectores mais dinâmicos e tecnologicamente mais avançados,
localizados nos polos de crescimento, se difundem com o decorrer do tempo a outros
sectores e a outros territórios.

Visão Territorialista: ou também chamada de autocentrada, que se baseia em


pressupostos de integração territorial do desenvolvimento, refere-se a um conjunto de
iniciativas inovadoras. Estas iniciativas, alicerçam-se nas capacidades endógenas de
cada região e são desencadeadas a partir da base, envolvendo os agentes locais,
contrariado as lógicas centralizadas e uniformizadoras predominantes.

Nota: As políticas do desenvolvimento local ou regional, embora consideradas


fundamentais no combate as assimetrias regionais, nem sempre são pacíficas quando a
sua implementação mexe com interesses instalados e poderes estabelecidos sobre tudo
com o poder central.

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TEMA I

CAPÍTULO 2: DIVERSIFICAÇÃO E MUTABILIDADE DOS CENTROS DE


PODER E DECISÃO NO SÉCULO XX

2.1 – A EUROPA E OS ESTADOS UNIDOS NA 1ª METADE DO SÉCULO XX

2.1.1 - O Papel da colonização e a expansão do poderio europeu

A expansão europeia teve início nos finais do século XV. Mais, é no início do século
XIX que ela ganha maior consistência com o plano dos europeus das “Grandes
descobertas”, isto é a conquista de outras terras em busca de riqueza e de expandir o
comércio. Tinha assim início a primeira europeização do mundo, com fundamentos de
novas descobertas. Este plano, teve a cabeça Portugal e Espanha que chefiaram a
expansão marítima abrindo margens para o mercantilismo.

A segunda europeização, começa no decurso do século XIX, fruto da acumulação de


capital proporcionado pelo quase monopólio do comércio e pelas explorações das
riquezas dos territórios conquistados. Isto vai permitir a europa já enriquecida, a
aproveitar os inventos dos cientistas da época, desenvolver novas tecnologias que vau

revolucionar a indústria.

A caracterização fundamental das relações comerciais durante o século XIX, foi a


emergência da economia mundial. As maiores potências da europa criam impérios que
se estenderam muito além das suas fronteiras. Esses vastos territórios, alem de lhes
conferirem poder, desempenhavam simultaneamente duas funções:

 Fornecer matérias-primas para a suas indústrias.

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 Garantir novos mercados para os produtos acabados, uma vez que os seus
mercados internos começaram a ficar saturados.

O mercantilismo: é uma corrente de ideias e práticas económicas que floresceram na


europa entre 1450 a 1750. Esta prática adoptada pelos europeus fez-lhes entender que
uma sociedade para evoluir era necessário desenvolver o comércio.

Desenvolveu-se então o império, em poucas décadas a europa controla a quase


totalidade do planeta e o comércio mundial cresce continuamente. A expansão do
comércio mundial aparece como o motor do crescimento industrial da Grã-Bretanha e
dos outros países europeus e posteriormente os estados unidos da América. Este fluxo
comercial, não representava o único fenómeno económico nesta altura, houve também o
fluxo migratório sobre tudo da europa para América. Estes migrantes eram atraídos pela
oferta de emprego, essencialmente nas obras de construção dos caminhos-de-ferro,
fomentado acima de tudo pela procura do Ouro.

2.1.2 – A Industrialização e o Desenvolvimento Tecnológico

O desenvolvimento económico e social do mundo deveu-se e continuará a dever-se ao


aperfeiçoamento tecnológico. Na verdade, a revolução industrial trouxe para o mundo
profundas transformações sociais que se traduziram em autênticas reformas sociais
radicais que tiveram início na Grã- Bretanha no período entre 1755 a 1800 com a
invenção da máquina a vapor e mais tarde com o aparecimento das locomotivas que
rapidamente se alastraram pela europa a dentro, com a particularidade a França,
Belgica, Alemanhã, Itália e Russia. Esta indústria foi estimulada pela necessidade de
exploração de carvão, que nesta era, era a matéria-prima de grande valor comercial,
sobre tudo como combustível das próprias locomotivas.

Mas a expansão industrial atravessa o atlântico graças a invenção do barco a vapor, o


qual vai potenciar a rápida industrialização dos EUA, que acabam por atingir a liderança
da produção mundial. Do outro lado do mundo, outra futura potencia mundial o Japão
que inicia o seu processo de industrialização isto é nos finais do século XIX para no
século a seguir vir a firmar-se como a segunda maior economia do mundo depois dos

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EUA. No entanto, com a progressão da tecnologia, e com o abrandamento da economia
europeia por razões diversas tais como a geopolítica, imergi a China, fruto das
mudanças estruturais efectuadas no seu modelo económico de pendor ideológico
socialista, para o capitalista com a liberalização económica e a internacionalização das
suas marcas bem como o incentivo ao consumo em vez da poupança que caracterizava a
teoria anterior de um estado providência, e apostando seriamente nas tecnologias e
inovação, estimulando a conectividade económica, assim como tirando proveito de um
mercado de mais de um bilhão de consumidores, a China conseguiu pautar-se na alta
hierarquia do mercado mundial fazendo face a economia norte americana.

Logo, um período de acentuada prosperidade surgiu, fundado nos mais elementares


pressupostos das novas tecnologias estruturantes que dão origem a um novo mundo
industrial, foi a estreita aliança entre a ciência, tecnologia e a electricidade. As novas
tecnologias revolucionaram tudo. O modo de vida das populações transformou-se
radicalmente com a nova sociedade da comunicação e dos transportes.

Nota: Ver o ciclo das revoluções industria. Pag. 55

2.1.3 – A Ascensão dos estados unidos

Como já foi abordado nas lições anteriores, o fluxo de migração da europa para os
EUA, atraídos pela oferta da mão-de-obra, principalmente no processo da construção
dos caminhos-de-ferro. Estes realizações catapultaram os estados unidos da américa
numa grande potencia económica passando de colónia, para um estado autónomo e
próspero com espectativa da realização do (American dream), sonho americano.

A rápida industrialização e a criação do império industrial criaram o mito da


prosperidade permanente e do (American way of life), que na verdade se traduzia no sonho
americano, vários factores contribuíram para tal efeito: (acompanhar no livro.pag.56)

 A dimensão territorial: possui uma vasta superfície territorial.


 O dinamismo demográfico: tem uma população culturalmente diversificada.
 As redes de transportes e a mobilidade geográfica: o caminho-de-ferro vai
constituir um factor estruturante do seu desenvolvimento.

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 O redimensionamento dos mercados e a rapidez da difusão científico –
tecnológico: o seu vasto território foi na chave da sua industrialização.
 Poder financeiro da indústria: a indústria americana é dominada por empresas
gigantes, constituídos em clausteres.

2.1.4 – A afirmação da URSS

O império Russo, começa a se estabelecer com a primeira e poderosa tempestade


revolucionária que teve lugar em 1905 a 1907 dirigida pelo partido Bolchevique
(partido operário social democrata da Rússia).

A primeira tentativa de rebelião revolucionária culminou com uma derrota das forças da
aliança camponesa entre 1905 a 1907, e foi considerada como sendo um ensaio daquilo
que viria acontecer em Outubro de 1917 pelas mesmas razões de 1905/ 1907 que ainda
estavam presentes. Nesta altura, reinava na Rússia uma autocracia CZARISTA,
chefiada por Czar Nicolau II, era um território vasto, mas muito atrasado. A derrota do
Czarismo facilitou a manifestação revolucionária das massas, recorda-se que nesta
altura, a maioria da população era camponesa.

Todavia, na Rússia estavam-se a operar transformações resultantes de um processo de


industrialização acelerada, com uma classe operária muito explorada e mal paga, onde
reinava a mais – valia que favorecia a burguesia, estava-se a se transformar numa
poderosa força de luta contra o regime autocrático.

Depois do triunfo da revolução em Outubro de 1917, permitiu a criação do primeiro


estado socialista capaz de transformar um país atrasado como era a Rússia numa
potência económica, passado pouco mais de 10 anos.

A causa da revolução de Outubro, foi encontrando aderência de outros territórios que se


foram juntando em torno da causa da república Russa. Foi assim que em 1922 foi
proclamado a criação de um estado socialista soviético plurinacional a URSS (união das
repúblicas socialistas soviéticas).

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Em 1939, a URSS tornou-se a segunda potência industrial a seguir dos EUA e apostava
no objectivo de se tornar a maior potência militar do mundo. Durante as duas primeiras
décadas do século XX, as ideias comunistas polarizaram os políticos e as sociedades de
todo o mundo, incluindo a europa e o próprio estados unidos. A experiência do projecto
socialista entusiasmou o mundo. Assim com o fim da Iª guerra mundial em 11 de
Novembro de 1918, com a assinatura do tratado de armistício por parte da Alemanha,
lançaram-se num vertiginoso programa de industrialização usando a estratégia da
economia planificada e centralizada, este plano começava a dar resultados na industria
do ferro, do carvão, do aço, da electricidade e maquinaria. Este sucesso económico, fez
com que a URSS se encontrasse em situação industrialmente aceitável pelos aliados
quando eclodiu a 2ª guerra mundial em 1943 que no final desta, a URSS viria a ser
vencedora. Fruto deste sucesso, o modelo socialista viria a ser adoptada por vários
países do mundo, incluindo Angola.

Em 1991, este modelo económico, viria a ser posto em causa por razões geopolíticos e
económicos – sociais, sendo forçado a alteração e a adequação da sua matriz económica
ao contexto vigente pela política da PERESTROIKA implementada por Mikhail
Gorbatchev. Desta data em diante, a Rússia tem concertado esforços no sentido de ser o
contrapeso da geopolítica económica do mundo

2.1.5 – A estagnação do desenvolvimento europeu e as guerras imperialistas

2.1.5.1 – A Iª guerra Mundial

 Causa da guerra

As causas desta guerra têm a ver com a influência políticas relacionados com interesses
territoriais não resolvidos de conflitos anteriores e históricos – culturais. Reza a história
que a declaração do início da guerra, teve origem com o assassinato do Arquiduque
Austríaco Francisco Ferdinando1. A Iª guerra mundial teve início a 28 de Julho de 1914
e terminou a 11 de Novembro de 1918 com a assinatura do tratado de VERSALHES,
que os alemães consideraram como sendo um acordo imposto.

Com o abrandamento da economia europeia, no início do século XIX, a europa entrou


para o século seguinte dividida em dois blocos: de um lado a “tríplice aliança”
(Alemanha, Áustria – Hungria e a Itália) e do outro lado, a França, Inglaterra e Rússia
também chamada de “tríplice entente” Estes dois blocos lançaram-se numa corrida ao

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armamento. Surgi assim pela primeira vez o desenvolvimento da indústria armamentista
e a mobilização de efectivos para a guerra.

 Participantes

Faziam parte deste conflito, cerca de 30 países. De um lado a aliança da tríplice entente
que mais tarde vem a se juntar com os EUA e do outro a tríplice aliança e a Itália até
em 1917.

 Consequências

Mais de 9 milhões de soldados mortos e 21 milhões de feridos. Cerca de11% da


população da frança foi dizimada no conflito. Devido ao alto grau de mortalidade da
guerra, foram treinados cães e pombas para o transporte de mensagens e outras
correspondências.

 Fim do conflito

A guerra terminou ao 11 de Novembro de 1918, mais só no princípio de 1919 assinou-


se o tratado de paz que oficializava a vitória dos aliados. Para que isso ocorresse, foi
necessário obrigar a saída da Itália na aliança com a Alemanha e o império Austro-
húngaro a favor dos aliados. A Alemanha foi punida com multas e sanções militares.

2.1.5.2 – A IIª guerra Mundial

 Causas/ Razões da guerra

Após o tratado de versalhes, que pós fim a Iª guerra mundial, os alemães nunca se
conformaram com este acordo e consideravam-no uma imposição por parte dos aliados,
quando considerado que a SDN, que era uma organização criada com objectivo de
mediar os acordos de paz, se mostrou incapaz porque não detinha poderes nas tomadas
de decisões uma vez que exercia apenas uma pressão moral ao beligerantes. Desta
forma, a SDN perdeu a confiança por parte dos povos e no seu potencial como garante
da paz internacional, deixando que os próprios protagonistas do conflito fizessem entre
si acordo que os conduziu a paz. Este acordo firmado, pelos vencedores, penalizava

21
severamente os interesses e feria o orgulho alemão. Assim, o ressentimento pelas
condições impostas pelo tratado, fazia com que o povo alemão desejasse uma liderança
acutilante e decidida em dár soluções imediata aos problemas. É neste contexto que vai
ocorrer a subida dos nazis ao poder, e com ele o principal ideólogo do partido nazi,
Adolfo Hitler, cujo seu perfil natural de ódio combinava com as aspirações emocionais
do partido nesta altura, sendo por esta e outras razões ser nomeado como chanceler em
30 de Janeiro de 1933, para 2 anos depois anunciar ao mundo que a Alemanha estava a
se rearmar.

A guerra na europa teve a sua origem, como já vimos no reacender do poder militar
alemão e nas suas pretensões territoriais, acabando por ser uma espécie de continuação
da Iª guerra mundial. Lembrar que, os EUA entram na guerra em 1943 como já o tinha
feito em 1917 e 1918, vindo em auxílio dos aliados dando o seu contributo decisivo na
estabilização da europa ocidental, desta feita invocando razões de a sua base militar no
pacífico ter sido atacada pelo Japão que constituía junto com Roma e Berlin o chamado
triangulo do EIXO. Nesta altura a Alemanha encontrava-se completamente derrotada
pelos aliados da URSS e praticamente a guerra terminava, mais na europa do leste, a
guerra continuava com o Japão a dominar o senário da guerra alimentando o plano de
continuar com a sua incursão pela europa toda.

 Consequências/ Fim da guerra

Depois de sucessivas advertências para que o Japão parasse com a guerra, os EUA
assume o ónus da coisa, alegando o ataque em sua base, e querendo mostrar ao mundo o
seu poderio militar, decide atacar o Japão com bomba nuclear. Bombardeando a 6 de
Agosto de 1945 a Hiroxima e 3 dias depois Nagasaki, para 15 dias depois a guerra vir a
terminar.

Terminada que está a guerra de 1939 a 1945, esta afectou mais pessoas em todo o
mundo de forma mais directa duque qualquer outra antes vista. As alterações políticas
foram talvez as de maior alcance, com o fim da guerra, evidenciaram-se as diferenças
entre os países anteriormente aliados. Na europa as fronteiras foram alteradas, na áfrica
e na ásia o nacionalismo recrudesceu e as revoluções surgiram nas antigas colónias. Este
conflito global, resultou numa nova ordem mundial dominada por duas superpotências
vitoriosas que tão breve se tornaram rivais motivados principalmente por divergência
ideológicas e pela luta da hegemonia económica no mundo. EUA e a URSS.

22
2.2 – OS CONFLITOS E OS EQUILÍBRIOS NUM MUNDO BIPOLAR

2.2.1- Um mundo bipolar legado pela segunda guerra mundial

Com o fim da IIº guerra mundial, com a Alemanha capitulada pela coligação EUA –
URSS, veio a se desvendar os horrores dos feitos nazistas com o holocausto nos seus
campos de concentrações e uma europa completamente destruída e economicamente
fragilizada. Urgi então, a necessidade de se estabelecer uma nova ordem internacional,
sob a alçada dos dois aliados vencedores. Os EUA e a URSS. Mais por razões das suas
ideologias distintas, mais tarde ou cedo, viriam a por em causa esta aliança. Assim, o
equilíbrio geopolítico e geoestratégico organizado pelos vencedores desta segunda
guerra viria a constituir, um dado essencial na regulação do sistema mundo, pois deu
origem a dois subsistemas organizados a escala mundial. Estes dois subsistemas
representavam dois blocos, a do ocidente e a do leste, que preconizavam e defendiam
dois modelos sociopolíticos diferentes:

 O bloco ocidental, liderado pelos EUA; o capitalismo.


 O bloco do leste, liderado pela URSS; o comunismo

Os EUA e a URSS, aparecem então, como as grandes potências em torno das quais o
mundo irá girar. Deu-se início a concretização de uma nova forma de governo bipolar
que substituiu o poder da europa na governação do mundo.

Todavia, para o estabelecimento de uma nova ordem na europa, os vencedores EUA e


URSS, propõem uma conferência a ser realizada em Ialta na Crimeia (nesta altura
território afecto a URSS), para coordenar as ofensivas finais e de limpeza, e discutir o
destino da Alemanha e a da Polónia bem, como a criação de novas unidades militares
conjuntas uma vez que a guerra no leste da europa continuava. Esta conferência de Ialta
realizada em Janeiro de 1945, concordou-se em dividir a Alemanha em 4 zonas que
seriam administradas pelos EUA – Grã-Bretanha, França e URSS.

Em Agosto de 1945, realiza-se a conferência de Potsdam, nesta cimeira foram


ratificados os acordos estabelecidos em Ialta e definidos com precisão alguns acordos de
fronteiras. Lembrar que, nesta guerra, a URSS foi o país com o maior número de
vítimas mortais, com cerca de 20 milhões de cidadãos mortos.

23
Logo, e como já se previa, que esta aliança EUA – URSS não tinha pernas para
continuar numa administração geostratégica para a Europa por razões de ideologias
diferentes agravado com o ataque perpetrado pelos EUA ao Japão, foram motivos
bastantes e suficientes para a desintegração da aliança. Agora, as duas superpotências
lutam pela hegemonia do controle estratégico da europa. Após a guerra a velha Europa
ficou sem rumo nem prumo, sentia-se comprimida entre as duas potências, cada uma
delas pretendendo arrastar para o seu sistema económico-político-social. Ambas, se
arrogavam defensoras da liberdade; os EUA propunha-se defende-las do totalitarismo
soviético; a URSS propunha-se a libertar os povos da opressão do imperialismo
americano. Seja como for, ainda assim a pretensão destas duas potências, não se
limitavam apenas para a conquista da Europa, como também pretendiam alargar a sua
influência para todo o mundo.

2.2.2 – A radicalização ideológica e a guerra fria

Após a 2ª guerra mundial, o mundo continuou a sentir as consequências dela, traduzido


naquilo que o jornalista norte-americano Walter Lippman, viria a designar como “
guerra fria” que era nada mais do qui a relação antagónica que opunha os dois grandes
ex-aliados o EUA e a URSS. Este clima de tensão entre os dois blocos, implicava uma
corrida aos armamentos, como forma de demostração da força e de supremacia militar,
tendo obrigado uma grande mobilização popular para fazer face a este desafio. É por
esta razão que, estes países dedicavam bastantes recursos financeiros para tal feito.

Nesta altura, a URSS consagrava 10 a 17% do seu PIB para despesas militares,
enquanto os EUA disponibilizava 7% do seu PIB para o mesmo fim. Esta era a
importância capital que estes países davam a questão da defesa de seus territórios e a
prontidão militar que se empunha no momento.

Com o lançamento da bomba nuclear no Japão e consequentemente o fim da guerra, os


EUA, deram mostra do seu poderio militar, e que este gesto representou para si, o
sentimento do domínio hegemónico do mundo que o motivou a investir cada vez mais
no sector do armamento. Foi assim que, em Novembro de 1952, viria a surpreender o
mundo com a fabricação e consequente experimentação da bomba H (bomba de

24
hidrogénio), com uma potência mil vezes mais que aquela que arrasou o Japão. Este
feito, foi seguido pelo seu opositor da europa a URSS, que em pouco mais de um ano
consegue fabricar uma bomba de hidrogénio semelhante. Ora, este jogo de concorrência
entre os dois, dominou e continua até os dias de hoje a dominar o mundo, levando
mesmo este desafio a corrida aos armamentos tendo posto em causa o receio do
surgimento da 3ª guerra mundial. Foi por entre outras razões, o principal motivo do
surgimento de uma instituição internacional que acautelasse este risco. Assim em 1942
é criada a ONU (organização das nações unidas), que entre outras obrigações, o
desencorajamento para qualquer país que queira encontrar nas guerras, uma razão para
defender ou impor seus interesses.

 O plano Marshal

Com uma europa completamente destruída, chegou o momento de se reerguer das


cinzas em que se encontra, cabendo a aqueles que ajudaram a destruir, participarem na
sua reconstrução. Em 1947 o presidente dos estados unidos da América Truman dizia”
temos a obrigação de ajudar os povos livres a escolher o seu próprio destino com inteira
liberdade”, tendo em seguida apresentado um conjunto de princípios orientadores da
política externa do seu país que ficaram conhecidos como a “ doutrina Truman”. É com
base nesta doutrina, que pouco depois o secretário de estado para os assuntos externos,
George Marshall, propôs um programa para a reconstrução da europa que ficou
conhecido por “Plano Marshall”, que viria a tirar a europa do marasmo em se
encontrava.

Esta doutrina Truman e o plano Marshall, constituíram importantes instrumentos da


estratégia americana para conter a expansão soviética pela europa ocidental e promover
o liberalismo político. Este gesto teve efeito político geoestratégico contrário, em vez de
evitar a divisão da europa, acabou por cimenta-la.

 Da guerra fria a coexistência pacífica

Apôs a morte de Estaline, em 1953, e sobre tudo a partir do 20º congresso do PCUS
(partido comunista da união soviética), em 1956, abriu-se o caminho para a redução da
tensão entre as duas superpotências. Nos EUA a condenação pelo senado de Joseph
MacCarthy o carrasco dos comunistas na América, ajudou a criar um clima mais
favorável nas relações entre os dois países.

25
A procura do desanuviamento e do progressivo estabelecimento de relações normais
entre as superpotências não foi linear, sendo por vezes abalada por incidentes. A política
de coexistência pacífica traduz-se num conjunto de medidas que visavam eliminar
gradualmente as relações internacionais os elementos que constituíam um perigo de
guerra directa, promovendo a cessação da corrida aos armamentos e o desarmamento
progressivo e controlado e o fim da guerra fria.

O início das negociações SALT (strategic arms limitation treaty), em 1968, e a


conferência de Helsínqui, em 1975, constituem marcos importantes no desenvolvimento
da política de coexistência pacífica. A acta final da conferência de Helsíquia, para além
dos princípios da não ingerência e do não recurso a força, confirmou também a
inviolabilidade das fronteiras como factores essenciais da segurança europeia.

2.2.3 – A constituição de organizações políticas – militar

No âmbito da bipolarização do mundo, e motivados pela supremacia na correlação de


forças no capítulo militar, as duas então superpotências chamam para si dois blocos
militares antagónicos concorrentes na partilha da europa para defesa dos seus interesses
estratégicos de um lado a OTAN ou NATO (organização do tratado do atlântico norte),
liderado pelos EUA com um asseguramento na ordem de 57% das despesas e o PACTO
de VARSÓVIA com um asseguramento da URSS com cerca de 90% das suas despesas.

 A formação da NATO (ver pag, 76)


 A organização da Europa oriental e Uma bipolaridade planetária (ver pag. 78)

26
2.2.4 – Um equilíbrio geopolítico instável.

As repercussões provenientes do conflito de interesses entre os dois blocos na sequência


da guerra fria, se expandiu pelo mundo inteiro, isto trouxe consigo a vaga das
independências da maioria dos países colonizados até esta altura com maior incidência
ao continente Africano, sob pressão da própria ONU. Nisto, era necessário que os
governos destes países fizessem opções ideológicas de pendor capitalista ou então
socialista/comunista, recebendo destes toda ajuda e protecção necessária,
principalmente políticas, económica, militar e acima de tudo o asseguramento e
formação dos seus exércitos militares. Este era uma política expansionista
principalmente da então URSS em forma de apadrinhamento dos países que se reviam
nas suas ideologias políticas. Por sua vez, os EUA não se coibiam de apoiar qualquer
governo ou movimento nem que fosse rebelde que não se revia na ideologia socialista/
comunista. Em muitos dos casos, chegou mesmo em apoiar grupos rebeldes para
perpetuar golpes de estados ou derrubar governos legítimos dos países que se alinhavam
na ideologia socialista/comunista.

 A proliferação de conflitos

Encontrando-se a europa já reconstruida e dona do seu próprio destino, as


consequências das rivalidades entre as duas superpotências, se estendem como
tentáculos de um polvo para o resto do mundo, como na África, Ásia e América latina,
onde os interesses destes se faziam sentir. A influência destes dois blocos se faziam
reflectir nos mais diversos conflitos regionais onde cada um deles apoiava abertamente
o seu protegido. A guerra foi assim transferida da europa para outros continentes, tais
são os casos da Coreia, Vietname, Iémen, Angola e tantos outros conflitos, que muitos
deles ainda permanecem como são os casos do médio oriente, com o destaque da guerra
entre a Palestina e o Israel e mais recentemente a guerra na Síria.

27
2.2.5 – O papel da ONU na procura do desanuviamento e na consolidação dos
frágeis equilíbrios emergentes do pós-guerra

Terminada que está a guerra militarizada, agora em plena maré da guerra fria, pairava
no ar o medo do ressurgimento da 3ª guerra mundial. Com propósito de se erradicar
uma vez por todas os fantasmas da guerra, nasce em 1 de Janeiro de 1942, a
formalização da declaração da carta que veio a se constituir naquilo que é hoje a ONU.

Esta é sim um produto da guerra vivida, cuja denominação derivava da aliança militar
entre os EUA-URSS e a Grã- Bretanha e mais 23 países. Embora o objectivo inicial a
luta contra a Alemanha e o Japão, esta já afirmava como prioridade, a criação de um
organismo mundial para a defesa da paz.

Foi na conferência de Dumbarton Oaks de 21 de Agosto a 7 de Outubro de 1944, em


que tomaram parte os EUA, a Inglaterra, a URSS e a China, que foram traçadas as
linhas gerais do que viria a ser a ONU. E quando, em Fevereiro de 1945, Roosevelt,
Churchill e Estaline se reúnem em IALTA, além de tratarem da repartição das zonas de
influência, defenderam um papel preponderante para as grandes potências e
manifestaram a vontade da convocação de uma conferência das nações unidas.

A carta das nações unidas foi finalmente assinada em S. Francisco, pelos delegados de
50 países, tendo em entrado em vigor em 24 de Outubro de 1945. O preâmbulo da carta
das nações unidas proclamava a determinação unânime dos signatários em:

 Salvaguardar as gerações vindouras do flagelo da guerra


 Reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais
 Criar condições para a manutenção da justiça e o respeito pela lei internacional
 Promover o progresso social

Notar mais uma vez que, a ONU, surgi neste formato, por inoperância da SDN,
privilegiando os instrumentos democráticos nas suas decisões, mais acima de tudo,
dando primazia as grandes potências vencedoras da guerra.

28
OS ÓRGÃOS DA ONU E ORGANIZAÇÕES ESPECIALIZADAS

 Conselho de segurança
 Conselho económico e social
 Conselho de tutela (extinto)
 Tribunal internacional de justiça
 Secretariado

Algumas organizações especializadas

 UNESCO: (organização educacional científica e cultural da ONU – sede Paris.


França)
 OMS: (organização mundial da saúde – sede Genebra. Suiça)
 FAO: (fundo alimentar e agricultura – sede Roma. Itália)
 FMI: (fundo monetário internacional – sede Washington. EUA)
 BIRD: (banco internacional de reconstrução e desenvolvimento- sede
Washington. EUA)
 OIT: (organização internacional do trabalho – sede Genebra. Suíça)
 OACI: (organização de aviação civil – sede Montreal. Canadá)
 UPU: (união postal universal – sede Berma. Suíça)

Constituição do conselho de segurança

O conselho de segurança é constituído por 15 membros, 5 permanentes (EUA, Rússia,


Inglaterra, França e China) e 10 membros não permanentes eleitos pela assembleia geral
de acordo com um critério político e geográfico. Ao conselho de segurança, cabe a
responsabilidade principal da manutenção da paz e da segurança internacional.

 Os equilíbrios na ONU

A rivalidade das duas grandes potências, herdados da guerra fria, foi transportada por
estes nas suas tomadas de decisões no conselho de segurança através de um instrumento
constitucional chamado “ Direito de Veto”. Este instrumento, permite a qualquer um
dos cincos membros, inviabilizar uma decisão que se queira tomar, para tal, muitas são
as vezes que o poder de veto é accionado apenas quando o interesse geopolítico de um
ou de outro, esteja em causa, mesmo que esta decisão implicar prejuízo para um grupo
ou povo de um determinado país membro ou não da ONU. (ver pag.87;88).

29
2.3 – A REAFIRMAÇÃO DA EUROPA E A CONSOLIDAÇÃO DO JAPÃO

2.3.1 – O processo de integração e o ressurgimento da europa como potência


mundial

Depois da europa ressuscitar do flagelo da guerra com o plano Marshall, cada um dos
países europeus, procurou com essa ajuda o melhor destino a dar em função da sua
realidade social vigente. Essa necessidade de procurar o melhor rumo, deu origem ao
surgimento da consciência europeia. Assim sendo, a analogia económica, levava o
pensamento de que, só a liberalização das trocas económicas internacionais facilitaria a
saída da crise e o consequente desenvolvimento económico. Desta feita, empunha-se
que na europa, fosse criado um espaço económico alargado onde a liberdade de tráfego
de mercadorias, fosse uma realidade em detrimento de pequenos espaços de mercados
nacionais.

Assim, e com o objectivo claro de apelar pela ajuda americana, foi criada a OECE que
não é mais do que, (organização europeia de cooperação económica) que funcionou
como uma agência norte americana de fiscalização das aplicações dos créditos
concedidos. Mais tarde, em 1961, este organismo evoluiu para a sigla OCDE
(organização de cooperação e desenvolvimento económico) com os seguintes
objectivos:

 Articulação das políticas económicas e sociais


 Apoio a expansão económica dos países membros e a promoção do
desenvolvimento da economia mundial através da ajuda aos países
subdesenvolvidos.

Todavia, este esforço na abordagem dos critérios de ajuda americana para os povos
europeus, originou o projecto da integração europeia. Foi assim, que depois de vários
ensaios, de projectos de integração como é o caso da BENELUX (bélgica, holanda e
Luxemburgo), teve então em 1957 o processo de integração da europa, com a assinatura
do tratado de Roma, embora os acordos começassem apenas pelo sector energético, que
mais tarde evoluiu para a CEE (comunidade económica europeia).

A criação da CEE, constituiu uma dupla abertura comercial que, acelerou


consideravelmente as trocas comerciais no mercado comunitário. Entre 1958 a 1977 as
trocas entre os países membros multiplicaram-se com o resto do mundo. A celebração

30
dos acordos de Lomé, abriu exclusivamente a via a um novo tipo de relação entre países
industrializados e países subdesenvolvidos, colocando-as sob o signo da inter
dependência, para além da especificidade das relações que a comunidade europeia
estabelece com os países do terceiro mundo.

Desta forma foram estabelecidas 6 formas de integração: (vide pag.93;doc 3)

1. Sistemas de preferência aduaneira: Existem alguns acordos de cedências


2. Zona de comércio livre: Nem tudo é livre, existem apenas algumas cedências.
3. União aduaneira: Abolição das barreiras aduaneira. Harmonização da pauta
aduaneira.
4. Mercado comum: Há formalização do mercado comum (livre circulação de
pessoas e capitais, facilidades de serviços)
5. União económica: Harmonização das políticas comerciais, económicas e
cambiais (moeda única), e sociais.
6. Integração económica total: Criação de uma governação supranacional.

2.3.2 – A modernização do Japão

Após a segunda guerra mundial, o Japão sai completamente destruído e acima de tudo
obrigado a pagar pesadas indeminizações de guerra, bem como foi obrigado a receber os
seus cidadãos que residiam no exterior. Ora, com todos esses constrangimentos, como é
que o japão conseguiu em curto espaço de tempo, guindar-se no topo da economia
mundial? Mais uma vez, a visão estratégica dos EUA, entra em acção, vendo que o
comunismo se estabelece triunfalmente na china, e tendo em conta os feitos da guerra
fria na coreia, resolve fazer-se aliado do japão devolvendo-lhe a soberania e
arquitectando-lhe um plano específico semelhante ao plano Marshall que consistia em
ajuda económica, financeira, técnica, fornecimento de matéria-prima, etc. Este
designou-se de Plano DODGE, aliado a sua identidade homogenia étinico-linguistica
que contribuíram para tal sucesso. Desta forma, esta característica particular agrega ao
japonês, um sistema de valores, principalmente na conjugação e preservação do velho e
o novo, a tradição e a modernidade, factores estes que o encorajam a investir na
continuidade, mais não descorando a inovação. É assim, que os japoneses apostaram na
educação, (investindo seriamente no homem) e na elevada capacidade produtiva
(apostando na competitividade).

31
2.3.3 – A rápida modernização do Japão e a inovação tecnológica

O Japão foi o primeiro país asiático a modernizar a sua economia através de uma
industrialização acelerada e surpreendente, principalmente nos sectores da indústria,
comercio, finanças, agricultura e todos outros ramos da economia moderna. Deste
modo, o japão elegi como principal matéria-prima disponível e abundante, os seus
recursos humanos que soube perfeitamente mobiliza-los e pôr a disposição do
desenvolvimento, fazendo da educação um bem público. Assim, o Japão conseguiu em
menos de 20 anos, multiplicar por 10 o seu PNB e o seu modelo económico, serviu de
exemplos para muitos países do mundo. Alem dos factores históricos – culturais e
geostratégicos que explicam o modelo de desenvolvimento do Japão, podem apontar-se
os seguintes:

1. Factores político-económico: Estes factores estavam directamente relacionados


por duas situações:
 Taxas de investimento singular; Proporcionada pela elevada capacidade
de poupança da população, que permitiu canalizar volumosos capitais
para o investimento.
 Forte ligação estado-empresa: articulação do estado com as empresas de
tal modo que os grandes grupos empresariais estão representados no
governo de modo que se confundem entre si.
2. Rápida e plena assimilação tecnológica: O Japão não se limitava a copiar e a
adquirir patentes no estrangeiro. Apropriava-se da tecnologia introduzindo
melhoramento e inovações. Cresce assim a “indústria da inteligência”
3. Formas originais de gestão e organização do trabalho: as relações entre o capital
e o trabalho, privilegiam o consenso, assumindo-se a empresa como uma micros
sociedade.
4. A dolorosa abertura dos mercados nipónicos: a liderança tecnológica
nipónica, parecia imbatível e chegou a crer-se que, o século XXI pertenceria ao
Japão. Assim sendo, com este modelo económico, o japão chegou a ser a
segunda maior economia do mundo depois dos EUA, mais no final dos anos 90,
o Japão mergulha numa fase de crise, para só em 1998 começar um processo de
reformas, visando o relançamento económico. As duas grandes medidas, foram a
alteração da estrutura financeira do estado e a redução da carga fiscal, que era
muito elevada. (vide pag.106)

32
2.4 – A QUESTÃO DO TERCEIRO MUNDO

2.4.1 – Os reflexos da (des)colonização

O título sugestivo desta lição, [(des)colonização], é denotativo sobre o maleficio do


processo de colonização e subsequentemente o da descolonização, que de uma forma
directa, deixaram para os países colonizados marcas indeléveis de desestruturação em
todos os sectores da vida social de cada um destes países, tais como no plano
demográfico, económico, cultural e na organização interna dos seus territórios.

Como é sabido, este processo durou vários anos ou mesmo séculos, e que nunca é
demais recordar, que o mesmo tive início com o período da expansão europeia no
decurso do século XV, e que perdurou até aproximadamente ao século XX. Segundo
alguns autores, estes procuram explicar o fim da coloniza

ção quando os países colonizados começam na prática a se tornarem independentes e


não em função de um decreto oficial. Por sua vez, trazem a terreiro, duas formas de
abordagem desta temática. A primeira acontece no século XIX e a segunda no século
XX ou seja, na também chamada de “década das independências”, com maior ênfase no
continente africano.

 A herança de um passado colonial

De facto, os povos colonizadores não eram mais ricos nem civilizados que os povos
colonizados. Antes da expansão das sociedades europeias através das cruzadas os povos
encontrados (autóctones),tinha a sua civilização e suas riquezas ao contrário do que
muitas vezes se pretendeu fazer crer. Deste modo, os povos colonizados herdaram do
colonizador duas características económicas fundamentais do subdesenvolvimento:

- As relações de dependência económica face aos países industrializados, resultam


em grande parte de uma herança das ligações da era colonial.
- Apôs a descolonização, as antigas colonias, mantidas no seu papel de periferias,
perpetuam a sua dependência económica do centro.

33
 A (des)colonização criou obstáculos ao desenvolvimento

Durante o período da colonização houve vários processos de transformações em


diversos domínios da vida social tais como:

- Reprodução das estruturas políticas existentes: o poder na mão de uma elite.


- Grande dependência: depender das economias de outros países.
- Comunicações e meios de transporte rudimentares: degradação dos meios de
transporte por falta de investimento neste sector.
- Níveis de alfabetização, educação e capacidade técnica muito baixo: falta de
investimento nos recursos humanos.
- Rápido aumento da população: grande taxa do crescimento populacional.
- Urbanização acelerada: aumento controlado/descontrolado de habitações, por
razões do crescimento exponencial da população.
- Insuficientes capacidades administrativas e financeiras: deficiente capacidade de
planeamento económico.
- Enormes desigualdades de rendimentos: a sociedade está dividida em classes.
- Agravamento das tensões sociais: provocadas por injustiças sociais e lutas de
puderes etc.
- Guerras civis e internacionais: lutas de poder internas e tensões entre governos
estaduais.

2.4.2 – Os fluxos Norte/Sul

Apôs a restruturação da economia europeia, do flagelo da 2ª guerra mundial, e com o


fim da colonização, o mundo económico ficou dividido em dois hemisférios; o norte
(desenvolvido), constituído por países da europa, norte da ásia e américa, e o sul
(subdesenvolvido), composto pelos países do sul da ásia e américa e os países africanos.

Deste modo, surgiu uma nova visão de abordagem do mundo económico, classificando
os países em função do seu nível de desenvolvimento, sendo que, de um lado estão
aqueles mais industrializados, chamados de desenvolvidos e do outro lado, aqueles não
industrializados ou seja, não desenvolvidos ou simplesmente subdesenvolvidos.
Todavia, com a dinâmica do progresso económico-social, foram surgindo outras
classificações intermédias.

34
Não obstante, interessa-nos abordar a relação do comércio entre o norte e o sul, ou seja
o fluxo comercial entre estes dois extremos. Este deve ser medido em função da
capacidade que os países têm em produzir e exportar os seus bens e serviços.

Para tal, devemos observar cuidadosamente a razão de troca (T) entre os países na
relação do comércio internacional, regido pelos princípios estabelecidos pela OMC
(organização mundial do comercio), este fluxo do norte e sul, apresentam vários
constrangimentos devido a desproporcionalidade de desenvolvimento entre si tais como;

 A degradação dos termos de troca: em função do país cujo os produtos


exportados tem maior valor em relação aos produtos do país a que se destina.
 Défices comercias e endividamento do sul: a falta de produção e investimentos,
obriga as solicitações constantes de empréstimos.
 As multinacionais por via do IDI (investimento directo internacional): o
investimento directo estrangeiro ou internacional, é um dos mecanismo utilizado
para a entrada de divisas, aumento de mão-de-obra e transferência do know how.
 O papel das instituições internacionais à dívida: estas instituições com
relevância as do bretton wood, vêm em auxílio dos países subdesenvolvidos
mais tirando proveito próprio e regra geral aumentando cada vez mais a dívida
do países solicitante por via dos juros ou das medidas macroeconómicas que são
exigidas.
 Reajustamento das trocas comerciais: são na verdade, os países pobres que
acabam financiando os países ricos.

35
2.4.3 – Ajuda internacional

Por razões já evocados nas lições anteriores, um dos factores abordados com maior
enfoque, na questão do terceiro mundo é a problemática da dívida. Isto porque a
característica genérica destes países, é de estar sempre envolvido em dívidas,
comprometendo assim o processo de desenvolvimento dos respectivos países. Esta
situação tem obrigado a mobilização de esforços por parte dos países ricos, no sentido
de prestação de ajudas a estes países necessitados.

 Objectivos das ajudas

Estas ajudas aos países pobres, concorrem para alguns objectivos como são:

- Compensar as elevadas dívidas externas


- Melhorar o nível de vida
- Ajudar as populações afectadas por catástrofes.

 Tipo de ajudas ao terceiro mundo

Existem para o efeito vários tipos de ajuda, entre as quais destacam-se 3 tipos:

- Ajuda Bilateral: Quando os recursos são transferidos directamente dos países


ricos para os pobres.
- Ajuda Multilateral: Quando é prestado pelas organizações internacionais como
as diversas agências da ONU.
- Ajuda Voluntárias: Quando estas ajudas são prestadas pelas organizações não-
governamentais.

 Obstáculos e problemas internos e externos

Inúmeros obstáculos e problemas se colocam a ajuda ao desenvolvimento, que podem


ser vistas de dóis ângulos distintos:

1. No caso dos países em desenvolvimento, são de referir o seguinte;


- Por dificuldades inerentes as deficientes comunicações e transporte.
- Por regimes ditatoriais.
- Por razões de ser encarada como dinheiro fácil e imediato.
- As populações rurais são em geral pouco beneficiadas.

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- Por razões de agravamento dos problemas urbanos.
- Por razões de incapacidade técnica e política dos dirigentes.

2. No caso dos países desenvolvidos podem ser;


- O insuficiente montante da ajuda.
- A forma como é distribuída pelos diferentes países.
- A ajuda nem sempre se destina a projectos que beneficiem de facto as
populações.
- A cooperação técnica e a implementação de projectos nem sempre se adequam
as necessidades de quem as recebe.
- Uma boa parte da ajuda reverte frequentemente a favor do pagamento dos
salários aos técnicos estrangeiros.
 A ajuda para quem? E para quê.

Tendo sido notado muitas das vezes que, as ajudas prestadas por países ricos para os
pobres, não servir aos desígnios inicialmente definidos, faz com que, os países doadores
concedam este tipo de ajuda, nos termos que lhes são mais favoráveis (ex. linha de
crédito), desta forma a ajuda deverá conduzir;

- A Melhoria do nível de formação.


- Ao desenvolvimento da agricultura.
- Ao desenvolvimento de indústrias sustentáveis.
- A melhoria das redes de abastecimento de água e saneamento.
- A correcção ou diminuição das pressões que os países ajudados sofrem do
mercado mundial.

2.4.4 – Do movimento dos não – alinhados ao projecto NOEI

Uma das consequências marcantes do fim da segunda guerra mundial, além da


proliferação dos conflitos é, sem margens para dúvidas a guerra fria. Este
acontecimento, proporcionou a divisão do mundo em dois hemisférios, o norte e o sul,
desequilibrando profundamente as razões de troca entre as duas regiões, relegando
assim o sul para a classificação do grupo dos países do terceiro mundo, estando sujeito a
todo o tipo de descriminação no contexto socioeconómico.

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Deste modo, e no âmbito da NOEI, surge o movimento dos não-alinhados, com o intuito
de proteger em forma de bloco todos os países do terceiro mundo, contra esta forma de
descriminação em que estavam votados. Apesar de tudo, nem todos os países do terceiro
mundo fizeram parte deste movimento, bem como muitos dos países do norte (ricos)
que se reviam nesta causa aderiram ao movimento.

Os grandes percursores deste movimento foram; Tito (Jugoslávia), Nasser (Egipto),


Nehru (Índia) e ainda o Sucarno (indonésia). Este projecto viria a sobreviver cerca de 40
anos desde a data da sua criação, tendo entrado em desuso desde o momento que ficou
esvaziado no tempo, as razões da sua criação, assim importa destacar 3 fases marcantes
dos MNA a saber:

1. Da independência política a independência económica: Os países do MNA,


procuram afirmar o seu neutralismo face aos dois blocos, e representar uma
terceira via, demarcando-se da rivalidade Este – Oeste.
2. A Crise de identidade do movimento: O MNA não conseguiu unir
politicamente os países do terceiro mundo.
3. O futuro do movimento: Têm um futuro assombrado, porque deixaram de
receber as benesses dos países industrializados, em detrimento do leste europeu
e aos países das Ex união soviética.

Logo, com o desaparecimento do MNA, nasce a nova ordem económica internacional


NOEI, que passa a ser vista em 3 momentos a saber:

1. O projecto da NOEI domina os anos 70 do século XX: Depois da década das


independências (anos 60), começa a generalizar-se a ideia de ser necessário
alterar as regras do jogo económico mundial.
2. O projecto da NOEI não se concretiza: Por razões do contínuo alargamento do
fosso entre o norte e o sul.
3. A procura de uma nova NOEI contínua actual: Apesar de muitos avanços nas
relações de cooperação entre o norte e o sul, continua actual a necessidade de
reforma do sistema económico internacional.

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2.4.5 – Da formação do sistema – mundo a emergência das semi - periferias

Seguindo a lógica de interpretação e compreensão de um novo paradigma na abordagem


dos fenómenos socioeconómicos, surge o que veio a se chamar do projecto NOEI, com
base nisto, nasce a ideia da virtualização da formação do sistema-mundo, com toda sua
envolvente económica. Deste modo, diz-se que o sistema-mundo se estabeleceu
efectivamente a partir da altura em que todas as terras foram distribuídas pelos estados
territoriais e os seus prolongamentos coloniais. Assim, este facto obriga a abordagem
dos fenómenos da seguinte forma:

1. As semiperiferias, intermédias entre o centro e a periferia: Se a justifica num


mercado marginal para as exportações do centro, representando assim o
intermédio entre os países mais industrializados e os menos industrializados.
2. As semiperiferias, intermediarias entre o centro e a periferia: Se justifica
nesta condição de relações de dependência cruzadas com relações de dominação,
e está presente uma função de intermediação no comercio entre o centro e a
periferia.
3. A diferenciação do terceiro mundo: Consiste nas formas de poder no seio de
economia mundial e a evolução da divisão internacional do trabalho que
produziram um quadro actual complexo.
4. As estratégias de industrialização do NPI: Encontra-se actualmente fundado
em várias estratégias de industrialização como são os casos da industrialização
baseada na agricultura especulativa ou seja indústrias industrializastes
(industrias viradas para o desenvolvimento interno; promotoras do
desenvolvimento), a substituição das importações e promoção das exportações.

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2.4.6 – Os NPI da Ásia: Factores de sucesso e limitações

No contesto dos NPI (novos países industrializados), surge na ásia um acontecimento


relevante no que tange ao processo de desenvolvimento dos países desta região do
planeta. Nas últimas décadas, os estados da costa asiática do pacífico tem feito crescer o
seu peso na economia mundial. A Coreia do sul, Taiwan, Hong-Kong e Singapura, os
quatro tigres e mais recentemente a Indonésia, a Malásia, a Tailândia e a promissora
China, têm conhecido um crescimento espectacular. No sul da Ásia, a Índia e o
Paquistão parecem ter despertado. Nesta região da Ásia, o futuro se mostra promissor.

Deste modo, pode ser analisado o contesto deste processo de desenvolvimento em


diferentes visões.

1. A geoeconomia dos NPI asiáticos

Neste ângulo de visão, destaca-se a influência do Japão que contagiou a onda de


crescimento a todo sudoeste asiático, baseadas nas zonas económicas transnacionais ou
ao que se designou de “ Triângulo de crescimento”.

2. Factores de sucesso dos NPI da primeira geração

Deste ponto de vista, os quatros primeiros NPI asiáticos tiram partido de um conjunto
de factores comuns que explicam a prosperidade alcançada, sendo:

 Condições geográficos favoráveis.


 Características de abundância de mão-de-obra disciplinada e com baixos
salários.
 Ênfase na educação.
 Forte enquadramento político do estado.
 Forte empenhamento nas exportações.

3. Limitações dos NPI asiáticos

Visto deste ângulo, as rápidas transformações que ocorreram nos NPI asiáticos geraram
desequilíbrios e tensões internas nos seguintes planos: político, social, ambiental e a
nível económico.

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2.4.7 – NPI da América Latina e da África

No contesto de abordagem no sentido comparativo, os pergaminhos porque passou e


ainda passam os países da América latina e da Africa, respectivamente aos seus
processo de crescimento e desenvolvimento económico, na perspectiva dos NPI, deve
ser visto em função dos seus feitos e desempenho.

Desde o momento da conjugação de esforços na direcção estatal do proteccionismo e


substituição das importações, da industrialização, do clientelismo e participações, das
emergência e classes médias, da mobilização de massas, das reformas agrárias, da
integração nacional e modernização, podendo ser analisado nas seguintes situações:

 A industrialização por substituição de importações

Por esta via, a escassez de produtos importados, foram substituídos pela produção local
e por produtos manufacturados, criando oportunidade ao investimento dos empresários
locais que, desta forma conseguiram substituir pela produção nacional os bens de
importação.

 A crise dos anos 60 do século XX

Foi o resultado da conjugação de dois factores:

1. O modo de financiamento da industrialização, que fica dependente da


possibilidade de acesso das empresas as divisas exigidas para a importação de
bens e equipamentos necessários.
2. As dimensões do mercado interno e com o nível de rendimento médio da
população, que não permite rentabilizar a produção de bens a preços unitários
elevados.
 A afirmação actual dos NPI da América Latina só o futuro dirá

Apesar da situação conturbada nos países desta região, motivados por vários factores
como são os casos do ciclo vicioso das dívidas, a hiperinflação, a fuga de capitais,
corrupção, problemas de propriedades, violência urbana, desvalorização da moeda e
muitos problemas políticos, ainda assim, existe uma esperança motivadora
impulsionada pelo MERCOSUL, com o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai no
comando, devolvendo uma encorajadora esperança para a economia desta região.

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 Economias emergentes em África

Apesar do esforço desempenhado pelos países africanos no processo de


desenvolvimento, há ainda muitos obstáculos de instabilidade política em várias regiões
do continente que têm impedido a afirmação de muitos países com potencialidades
económicas invejáveis.

Todavia, existem vários países que se destacam na fileira do progresso, como são os
casos da; Africa do sul, Nigéria, Gana, Costa do marfim, Camarões, Ruanda e muitos
outros que de forma isolada ou integrados como é o caso da SADC (south afric
developed coutry), têm evidenciado esforços para um futuro promissor.

Att: (ver esquema síntese pag. 152)

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2.5 – DESAFIOS E CONSENSOS NUM MUNDO MULTIPOLAR

2.5.1 – Europa do leste: Reflexos da fragmentação e da reorganização

Após a década de 80 do século XX (com todos os desafios do desenvolvimento


económico a ele inerente), um novo paradigma na forma como foram surgindo os
acontecimentos desafiantes em vários territórios dos blocos do leste e do oeste, ou seja,
no contesto da guerra fria, as suas consequências marcaram de forma indelével, a
memória da história dos povos, tudo se confundia entre a democracia e o mercado livre.

Assim, o mundo foi registando marcos importantes tanto no âmbito político, económico
e social. Deste modo podemos analisa-los nas seguintes vertentes:

 Da queda do muro de Berlim à degradação da URSS


 Resume-se no “princípio” do fim do comunismo. (vide doc; 1; 2 e 3).
 Da “guerra fria” à hegemonia única.
 O desaparecimento do comunismo, acabou com a bipolarização do
mundo.
 O fim do comunismo, significou a vitória do modelo capitalista liberal.
 A reorganização geopolítica do leste.
 O ressurgimento do comunismo com uma nova “roupagem”, o
capitalismo selvagem.
 A reorganização geoeconómica do leste.
 Uma nova europa em construção.
 Implicações dos “ventos de leste” no terceiro mundo.
 As atenções das relações económicas entre a europa do leste e o do
ocidente, estreitam-se por entre várias razões; a proximidade geográfica
e sociocultural.
 Degradação das relações com o sul.
Obs: Algumas razões que explicam esta preferência entre o norte e o leste da europa. (pag:162 anti penúltimo parágrafo)

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2.5.2 – Os desafios da construção Europeia

Após a reorganização do bloco Europeu, ultrapassado que está os receios e as incertezas


da coabitação entre o leste e o ocidente Europeu, surge um novo desafio sobre a
reconstrução do projecto Europa. Esse desafio, vai ser fundamentado essencialmente em
três grandes pilares, para o alcance dos objectivos preconizados;

 1º Pilar: As 3 comunidades (CEE, CECA e a CEEA ou EURATOM).


 2º Pilar: A política externa e de segurança comum (PESC).
 3º Pilar: A cooperação na justiça e dos assuntos internos.

Assim, estes 3 pilares, são resultante de entre outros esforços no mesmo sentido, pelos
acordos ou tratados, que o bloco foi conseguindo no sentido de consolidar os objectivos
almejados. Neste âmbito e mais recentemente podemos destacar os mais recentes
tratados que já tinham em linha de conta, a visão moderna do processo de
desenvolvimento isto é, após o ano de 1990, ou seja, começa aqui os desafios do futuro.
(Vide doc.24, pag.164). Onde pode-se destacar, o tratado de Maastrict (1992), Amsterdão
(1997), tratado de Nice (2000), todos eles tinham em conta o futuro da Europa, tendo
em conta os novos desafios, impulsionados acima de tudo de um lado pelos EUA, a
própria EU e do outro lado o Japão.

Deste modo, a realidade da EU, aconselha a tomada de medidas efectivas que


respondam entre outras as seguintes exigências e necessidades:

 A maior interligação entre estados – membros.


 A coesão económica e social.
 A implementação com sucesso da moeda única.
 A conjugação dos objectivos políticos – económicos.
 O reforço do seu papel de potência política e económica.
 O reforço do seu papel na cooperação e ajuda ao desenvolvimento.

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 As novas geografias da Europa no século XXI

As mudanças ocorridas a leste criaram uma nova responsabilidade à EU: Ao seduzir os


povos do leste à democracia pluralista e à economia de mercado, a Europa tem, de certa
forma, a obrigação moral de não lhes fechar as portas. Foi assim, em Junho de 1993, o
conselho Europeu, reunido em Copenhaga (Dinamarca), adoptou os critérios de
adesão:

 Instituições estáveis que garantam a democracia, o estado de direito, o


respeito pelos direitos humanos e a protecção das minorias;
 A existência de uma economia de mercado operante, bem como a
capacidade de enfrentar a pressão da concorrência e as forças do
mercado na união.
 A capacidade de cumprir as obrigações decorrentes da adesão, incluindo
a partilha de objectos da união política, económica e monetária.

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Notas

1) Francisco Ferdinando, foi assassinado a 28 de Junho de 1914, nos conflitos


étnicos dos antigo império Austro – Hungria entre os povos Servios e Bosnios,
na ragião de Sarajevo (Bosnia) Herzegovina, nesta época era uma provincia
sobre controle da Austria –Hungria desde 1878. Este acto, teve como objectivo
político, provocar o rompimento das províncias Eslavas da Austria – Hungria.

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BIBLIOGRÁFIA

Desenvolvimento económico e social ------------------------------- Livro da cadeira da 12ª


classe

Apontamentos do curso de licenciatura em economia ---- Durante o curso de


licenciatura

M. Iuervi ---------------------------- O partido Bolchivique na revolução socialista

Samuelso; Nordhaus ---------------- Economia 19e

Jloficial.blogspot.com --------------- Internet

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