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INTRODUÇÃO

SUMÁRIO: Mundialização/ Globalização

Os fenómenos da actualidade são dominados pela mundialização e globalização,


consequências e causas de múltiplas mudanças, directa ou indirectamente relacionadas com a
questão do desenvolvimento.

A mundialização refere-se a integração crescente das diferentes partes do mundo sob


o efeito da aceleração das trocas, do desenvolvimento das novas tecnologias da informação e
da comunicação, dos meios de transportes, etc.

Também podemos nos referir a mundialização, sobretudo, como um processo de


evolução da economia com profundas repercussões sociais, traduzidas essencialmente no
crescimento das exportações de captais e na divisão internacional do trabalho, o qual assume
actualmente a forma de deslocalização das unidades de produção e que abrange quase todos
os países do mundo.

A globalização refere-se a estratégia destinada a uniformizar os aspectos da


actividade económica à escala mundial, conduzindo à integração económica e tecnológica
dos países. A globalização é, em grande parte, devida à revolução das tecnologias da
informação e comunicação.

Após a II Guerra mundial, começaram a surgir os produtos que tornaram possível a


revolução da infrmação: BBC Internacional, TV nacionais, seguidos da TV satéli te, vídeo,
software, Internet.

Os actores da mundialização

Consequências da mundialização

Tarefa:

1. Explique como a mundialização e a globalização complementam-se.


2. Indica os actores da mundialização.
3. Enuncia as consequências da mundialização.
CAPÍTULO I – MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO

1.1 Os processos de mudança e os obstáculos à mudança

SUMÁRIO: Vários tipos e níveis de mudança

As sociedades modernas evoluem em grande parte, tendo em conta o condicionalismo


imposto pela mundializção e globalização. Mas as transformações ocorrem, ao nível do
comportamento social, das atitudes e dos valores partilhados pelo conjunto das sociedade
enquadradas pelas instituições que exercem o poder.

O conceito de mudança, tal como de desenvolvimento, constitui um elemento


estruturante, das abordagens e tratamento do desenvolvimento económico e social, cujo
obejectivo essencial é a compreensão da realidade complexa e mutável dos nossos dias.

A disciplina, Desenvolvimento Económico e Social, pressupõe o conhecimento de


determinados elementos de extrema importância para o entendimento da matéria estudada por
ela. Assim é imperioso não conhecer os conceitos de mudança e de desenvolvimento.

A mudança social

Devemos entender por mudança, como sendo a transformação duradoura, mais ou


menos rápida, de uma parte ou do conjunto de um sistema ao nível do seu funcionamento. É a
situação em que se verificam alterações significativas da estrutura social quando comparada a
uma outra situação que a antecede. Ou seja, é a transformação ocorrida entre o estado anterior
e o estado posterior de uma realidade. É um fenómeno sociocultural que ocorre numa dada
sociedade, num determinado momento histórico e que leva a transformações nas suas
estruturas. Por isso toda a mudança social é também uma mudança cultural.

Para que estejamos diante de uma mudança social é necessário que se observem as
seguintes condições:

1. Ser um fenómeno colectivo;


2. Ser identificável no tempo;
3. Ser permanente.

Tipos e níveis da mudança

Por vezes, confunde-se mudança com progresso. Progresso – é uma mudança que
contém sempre juízo de valor (valores sociais), desejável e, normalmente, ligado a
modernização. Quanto ao sentido ou orientação, as mudanças podem ser:

Mudança progressiva – quando ocorre num sentido de melhorar uma situação social
de acordo com determinadas referências sociológicas.

Mudança regressiva – quando se verifica a inversão, isto é, quando a mudança não


conduz a melhorias sociais.
É digno de notar que, a mudança é, també, diferente da evolução social. Evolução
social – é o conjunto de transformações sofridas por uma sociedade durante um período
longo, o qual pode exceder a vida de várias gerações. A evolução social é o resultado de
várias ou múltiplas mudanças.

Quanto as suas dinâmicas, as mudanças podem ser:

Mudanças internas – quando provêm da própria sociedade.

Mudanças externas – quando surgem das relações com o exterior, do contacto com
outras sociedades.

A mudança afecta diversos níveis da realidade social, implicando alterações nas


instituições sociais, o modo de elas se relacionarem, e os níveis podem ser:

 superfície morfológica
 as estruturas e as instituições
 a organização social
 os estatutos e os papéis sociais
 as normas e os comportamentos
 os costumes e as práticas sociais
 a cultura e os modelos culturais

Tarefa:

1. Define mudança (social). Explique por que ela é um fenómeno sociocultural.


2. Quais são os tipos de mudanças, quanto a orientação e a dinâmica, que foram
estudados?
3. Diferencie evolução de mudança social.
4. Diferencie progresso de mudança.
SUMÁRIO: Os diferentes ritmos e intensidade com que a mudança se manifesta

Ritmos e intensidades de mudança é a rapidez ou velocidade com que uma


mudança manifesta-se numa determinada sociedade, e o nível da sua abrangência. Pode ser
gradual ou lenta, progressiva, brutais e rápidas.

Mas numa mesma época histórica, sociedades de espaços diferentes podem apresentar
ritmos diferentes de evolução social. Isso deve-se a múltiplas circunstanciais, tais como: o
nível de alfabetização e instrução da população; o nível de desenvolvimento tecnológico; os
valores sociais dominantes; tipo de sistema político e o nível de abertura da sociedade ao
exterior (maior ou menor).

A globalização e a explosão informativa provocaram processos de mudança


acelerada, sendo, por vezes, difícil compreender o que se passava à nossa volta.

Mudança evolutiva – resultante do normal funcionamento da sociedade. Mudança


dirigida ou imposta – quando a direcção da evolução é planeada num determinado sentido.
Ou seja, resulta da aplicação de um plano de mudança, pré-estabelecido. A mudança planeada
pretende orientar a evolução da sociedade, concretizando a mudança numa certa direcção
que, pode ser evoluivo ou involutivo. Estes constituem uma evolução gradual normal de uma
sociedade.

Revolução – quando o processo de mudança se opera de forma brusca e afecta


profundamente as estruturas do sistema social. Pode-se referir, também, a mudanças que,
embora graduais e pacíficas, são de tal modo radicais (profundas) e abrangentes que vão
alterar toda a sociedade; temos o exemplo da revolução industrial ou a revolução tecnológica.

Processos de mudança

Os processos de mudança podem ser classificados em três: por justaposição, por


planificação e por aculturação.

Por justaposição – refere-se àquele processo de mudança que num determinado


momento de evolução da sociedade as instituições e organizações são obrigadas a adaptarem-
se a ela, fazendo alterações de modos a se adequar às novas necessidades sugeridas.

Por planificação – refere-se àquele processo cujo sentido e a orientação da mudança


baseia-se em um projecto ou plano de mudança. De modos que são criadas condições
propícias que orientam os processos de controlo social.

Por aculturação – refere-se àquele processo de mudança gerado pela interpenetração


de culturas devido ao contacto, directo ou indirecto, de duas ou mais culturas.

Na verdade, qualquer processo de mudança origina sempre o fim da “velha ordem” e


a criação de uma “ordem nova”.

No período de transição (processo de mudança), podem surgir dificuldades de


adaptação não só pessoal como institucional, dando origem a fenómenos de resistência
social. É que, para além dos eventuais benefícios que possam trazer, todas as mudanças têm
custos, e nem sempre se muda para melhor.

Tarefa:

1. O que entendes por ritmo e intensidade de mudança.


2. Explica como ambos podem variar ao longo de um processo de mudança.
3. Como podemos classificar os processos de mudança? Explique um.
4. Quando é que estamos perante a resistência social?
SUMÁRIO: Factores e condições de mudança

Factores de mudança: refere-se aos fenómenos que exercem fortes influências para a
mudança; As condições de mudança: são os aspectos facilitadores da mudança. Assim, uma
população instruída e informada tem mais facilidade em acompanhar a inovação tecnológica
e aderir as novas profissões ao aceitar novos modos de vida, atitude e valores.

Não é possível apresentar de uma forma exaustiva os factores de mudança. Podemos


apenas agrupar em:

 Factores Demográficos: envolve a expansão populacional e migrações.


 Factores Geográficos: secas, inundações, sismos, etc. Estes factores podem estar na
origem de êxodos populacional, potenciando situações de mudança.
 Factores Sociais: conflitos políticos, a luta de classes, a urbanização e outros
elementos constituem situações suscetíveis de despertar processos de mudança nas
sociedades onde ocorrem.
 Factores Culturais: o apelo a novidade e a discussão de ideias, as inovações e
invenções, a evolução tecnológica e os contactos culturais através da difusão moda ou
imitação constituem aspectos de ordem cultural e geradores de mudança.

Os factores de mudança das sociedades são muito influenciados pelas descobertas, invenções
e pela difusão.

Alguns dos mais importantes factores de mudança nas sociedades actuais são:

 A mundialização da economia e a interdependência económica;


 A difusão das novas tecnologias;
 A internacionalização dos conflitos;
 O planeamento demográfico e o planeamento familiar;
 A crescente intervenção social da mulher.

Tarefa:

1. Explique o que entendes por factores de mudança e por condições de mudança.


2. Explique como ambos afectam os processos de mudança.
SUMÁRIO: O papel da elites, dos movimentos sociais e dos grupos de pressão

As sociedades são dinâmicas e sujeitas a acção histórica , mas são os homens e as


mulheres que fazem esta história.

As elites

As elites – são compostas por indivíduos ou grupos que ocupam posições de


autoridade, de influência ou poder e que por essa razão influenciam de alguma maneira a
sociedade, quer pelas decisões tomadas, pelas ideias defendidas ou pela ou pela carga
simbólica que lhes é atribuído. Há autores que preferem distinguir entre a elite de poder e
elite de influência.

De acordo com o fundamento que assenta a sua autoridade ou influência, as elites


podem ser:

 Tradicionais (Aristocratas e Religiosas);


 De propriedade (grandes proprietários bancários);
 Tecnocrata (quadro superiores governantes);
 Carismática (Chegue Vara Napolião);
 Ideológica (movimentos contra colturais);
 Simbólicas (artistas, desportistas).

Os movimentos sociais

Um movimento social - é uma organização relactivamente estruturada, condicionada


pelas funções que pretende desempenhar que visa agrupar membros com vista a promoção e
defesa de certos interesses e objectivos definidos em regra conotação social.

Os movimentos sociais pelo número de pessoas que mobilizam e pela força


reivindicativa que apresentam, acabam por desempenhar importantes funções sociais:

 De mediação: os movimentos sociais são agentes socializadores, assumindo-se como


intermediários dos interesses que visam defender e conferindo maior impacto a essas
pretensões.
 De clarificação da consciência colectiva: contribuindo para um esclarecimento da
sociedade e despertando a consciência para a importância da defesa de certos
interesses.
 De pressão: através de diversos meios tais como: campanha de propaganda sobre
opiniões públicas, etc.

Os movimentos sociais podem surgir como um esforço para promover a mudança


como para lhe resistir. (tarefa: comente sobre esta afirmação)

Os grupos de pressão – visam especificamente influenciar as actividades


governamentais. A sua eficácia dependo do número dos seus membros, da sua capacidade
financeira e da sua organização.
Os grupos de pressão podem recorrer a diversos meios tais como: petições, ameaças,
boicotes, sabotagens, ou a acção directa (greves e manifestações). As organizações
profissionais, associações de consumidores e ambientais agem frequentemente como grupo
de pressão.

As elites, movimentos sociais e os grupos de pressão estão interligados. A sua


interligação consiste porque todos eles são agentes da socialização.

Tarefa:
1.2 Do crescimento ao desenvolvime nto

SUMÁRIO: Crescimento e desenvolvimento: dois aspectos da mesma realidade

O problema do crescimento é relactivamente moderno. Antes da Revolução Industrial


(R.I.) e da consolidação do sistema capitalista, as sociedades encontavam-se como que
estagnadas. Eram sociedades essencialmente agrículas, sem desenvolvimento técnicos
relevante, cuja evolução era lenta.

Com a R. I., surge a força mecânica, a produção fabril e o contínuo progresso técnico,
o que vai permitir a acumulação do capital e o desenvolvimento do capitalismo.

Depois da II Guerra Mundial, e com a independência dos países até aí colonizados,


passou a evidenciar-se as grandes desigualdades de desenvolvimento entre, por um lado, a
Europa e os Estados Unidos, que se tinham industrializados e, por outro, os territórios que
tinham sido colonizados, os quais, com os seus recursos naturais, haviam ajudado os
primeiros.

Assim, a questão do desenvolvimento surgiu ou começou a ganhar destaque na


segunda metade do século XX (a partir da década de 1950). Enquanto que o aumento do
desemprego, da exclusão social, da miséria, da violência e da fome fazia parte da realidade da
grande maioria dos países.

Em dezenas de países, milhões de pessoas vivem mais tempo e mais


confortavelmente, fazem estudos mais prolongados e produzem objectos mais sofisticados.
Essa era a realidade, embora o mundo encontrava-se num processo de modernização.

Desigualdade social: refere-se a diferença ou a distância qualitativa (crescente) entre


os países mais pobres e os mais ricos, entre aqueles que fazem parte do processo de
desenvolvimento e os que foram excluídos, quer a nível internacional, quer no seio das
diferentes sociedades.

Crescimento e desenvolvime nto

Os dois conceitos, crescimento e desenvolvimento, muitas vezes sinônimos,


exprimem realidades diferentes e devem ser clarificados.

O crescimento – é um fenómeno de natureza quantitativa, que define a evolução da


actividade económica. Ligado ao conceito de crescimento associa-se a quantidade de bens e
serviços produzidos numa determinada sociedade e posta à disposição das pessoas.

O desenvolvime nto – emana do conceito de crescimento. Os seus elementos etão


contidos no crescimento e são inerentes a este. No entanto, o desenvolvimento envolve
alterações qualitativas.

O desenvolvimento é um conceito amplo, que encontra os seus elementos no campo


extraeconómico, implicando combinações de transformações sociais e mentais de uma
população, tornando-a apta a fazer crescer continuamente e duradouramente o seu produto
real global, com tendência para difusão harmoniosa dos efeitos de crescimento em toda a
sociedade.

O mau desenvolvime nto – refere-se a situação de presença de expansão de


crescimento e ausência de transformações sociais e mentais da população. Ex.:
Desertificação, explosão demográfica, urbanização selvagem, etc.

Assim sendo, o crescimento não é um fim em si, mas um índice do ritmo do


desenvolvimento.

Tarefa:

1. Explique desigualdade social e indique como se manifestava depois da II Guerra


Mundial.
2. Enuncia o conceito de crescimento.
3. Explique o conceito de desenvolvimento e diferencie-o de crescimento.
4. Argumente a seguinte frase: “o crescimento não é um fim em si, mas um índice do
ritmo do desenvolvimento”.
SUMÀRIO: O carácter dinâmico do conceito de desenvolvimento

SUMÀRIO: Aspectos relevantes do desenvolvimento humano e do desenvolvimento


sustentável

SUMÀRIO: O direito ao desenvolvimento

SUMÀRIO: O problema da medição do desenvolvimento

SUMÀRIO: Desenvolvimento regional e local

CAPÍTULO II – DIVERSIFICAÇÃO E MUTABILIDADE DOS CENTROS DE


PODER E DECISÃO NO SÉCULO XX

2.1 A Europa e os estados Unidos na 1ª metade do século XX

SUMÁRIO: O papel da colonização e a expansão do poderio europeu

SUMÁRIO: A industrialização e o desenvolvimento tecnológico

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