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Realidade Sócio-política

na perspectiva juvenil|

ESCOLA VOCACIONAL
“Na minha época...”

Exercício:
O jovem de ontem
O jovem de hoje
“Toda experiência geracional é
historicamente inédita.”
Comparar sociedades e não
gerações!
JUVENTUDES
• A especificidade dos jovens resulta dos processos
de socialização nos quais eles estão inseridos

• É importante considerar os processos de


socialização nos quais eles se inserem, o que lhes
confere uma posição determinada no espaço
social e nas relações sociais
• Juventudes: cada categoria de
jovem pode definir o que é ser
jovem diferenciando-se não apenas
de outras faixas de idade mas
dentro da mesma

(GROPPO, A.; NOVAES, R.;


ABRAMO, H.; PAIS, J...)
• “na realidade, não há tanto uma
juventude e sim jovens, enquanto
sujeitos que experimentam e
sentem segundo determinado
contexto sociocultural onde se
inserem”
(Dayrell)
Especificidades da juventude

• Ampliação das relações sociais: do privado (família)


para o público (outras instituições)

• Assume-se novos papéis e posições sociais

• Passagem de um estado de dependência para a


autonomia/cidadania plena: semidependência (o
entrave atual);
Especificidades da juventude

• Estatuto: emancipação e promoção social

• Enfraquecimento dos marcadores externos de e a


importância dos marcadores internos, subjetivos
Especificidades da juventude

• Constituição histórica: reclusão a espaços privados ou


pré-políticos (família e escola)

• Invisibilidade no espaço público

• Os jovens das classes populares visibilizam-se no


espaço público, mas em seu próprio detrimento, pois a
eles se atribuiu o estigma de “problema social”
Ritos de passagem a
Ritos de impasse

• Geração ioiô: trajetórias marcadas pelo provisório, por


ritos reversíveis

• Os projetos de vida são sempre marcados por variáveis


societais. E os jovens de hoje vivem sua condição sob o
signo do risco
Vídeo e debate
Algumas marcas de
nossa época
1. Centralidade do mercado: capitalismo improdutivo

2. Ruptura da relação entre governantes e governados: a


desconfiança nas instituições deslegitima a representação
política e nos deixa órfãos de um abrigo que nos proteja
em nome do interesse comum.

3. Guerras culturais produzindo polarizações políticas

4. Aumento das desigualdades (de toda a riqueza gerada no


mundo em 2017, 82% foi parar nas mãos do 1% mais rico
do planeta. Enquanto isso, a metade mais pobre da
população global – 3,7 bilhões de pessoas – não ficou
com nada)

5. Distopia totalitária (tudo já foi feito, não tem saída)


Conjuntura de crise

• O que se observa é que mesmo em um contexto


favorável, as desigualdades duráveis que marcam nossa
sociedade persistem.

• A conjuntura de crise reforça as desigualdades estruturais

• Em momentos de crise, os jovens são os primeiros a


perder o emprego, por causa dos baixos custos da
demissão

• Peculiaridades do período 2000 a 2013, que sofrem


refluxo:

- expansão do acesso escolar


- expansão de oportunidades ocupacionais
- expansão da participação social
Transformações culturais e econômicas...
• Baixa taxa de crescimento
econômico

• Abertura comercial e financeira


2004-2013 • Recessão econômica

desregulada • Diminuição dos postos


• Crescimento econômico
• Crescimento da PEA • Políticas de ajuste-fiscal, com
• Mercado de trabalho aquecido
• Redução da importância do impacto nas políticas sociais
• Políticas de transferência de
emprego industrial e renda
privatizações
• Aumento da renda das famílias
• Expansão da educação básica que compõem a base da 2014-atual
pirâmide

1990-2003
Transformações sociais e o mundo juvenil

1. Maior capital escolar das novas gerações:


Desqualificação estrutural da geração (mais
escolarização, menos inserção profissional)

2. Separação entre educação e o mundo do trabalho


(rápidas transformações e exigência de formação)

3. Reestruturação produtiva (mundo do trabalho mutante


versus desemprego e precarização)

4. Rápidas transformações tecnológicas (novas maneiras de


ser e estar no mundo)
Transformações sociais e o mundo juvenil

5. Jovens “nem nem” como retrato de trajetórias


irregulares e descontinuadas

6. Dependência da família (jovens “cangurus”) =


reprodução de desigualdades

7. Aumento da violência e da sensação de (medo de


morrer)
ALGUNS DADOS
• 48 milhões de jovens (15 a 29 anos)

• 28% dos jovens estão desempregados – entre adultos a


taxa é 13%

• 23% dos jovens no Brasil nem estudam nem trabalham.

• Morrem cerca de 19 mil jovens por ano

• Enquanto entre a população geral, a taxa de homicídio é


de 29 por 100 mil habitantes, entre os jovens esse
número sobe para 57,6 para cada 100 mil
ALGUNS DADOS
• Enquanto entre a população geral, a taxa de homicídio é
de 29 por 100 mil habitantes, entre os jovens esse número
sobe para 57,6 para cada 100 mil

• O risco de um jovem negro morrer assassinado é 130%


maior do que o de um jovem branco

• Mais de 60 jovens negros são assassinados por dia

• No Brasil, que tem a terceira maior população carcerária


do mundo, 60% dos presos são jovens de 18 a 29 anos
(apesar de os jovens representam apenas 26% da
população total do país)

• 67% das pessoas presas são negras.


Tendências geracionais em religião

Enfraquecimento da transferência intergeracional da religião:


ênfase na escolha individual gerando maior disposição para a
reafirmação pessoal do pertencimento institucional;

Desinstitucionalização religiosa: desenvolvimento de religiosidade


sem vínculos institucionais; deixam de encontrar nas grandes religiões
tradicionais narrativas plausíveis e passam a ter uma experiência do
sagrado sem a mediação de instituições religiosas.

Adesão simultânea, provisória e trânsito religioso: forte disposição


para mudança de religião e experimentações entre diferentes
alternativas religiosas.

Aumento dos sem religião


Características da condição juvenil contemporânea
• Marcados por uma cultura amplamente digitalizada – altera a
relação espaço-temporal, percepção de si, do próximo e do mundo,
maneiras de se comunicar, aprender, se relacionar, rezar

• Demanda por projetar o futuro – numa sociedade em que os riscos


e as incertezas se aprofundam, projetar a vida é um modo de
encontrar sentido da continuidade biográfica e evitar se tornar um
nômade do presente.

• Práticas políticas pré-figurativas: antecipar a nova sociedade nas


práticas atuais (sentido mais imediato para as lutas socias)

• Rejeição das mediações institucionais

• Ação direta e radicalização da ação política

• Identidades – consolidação de uma nova narrativa que reforça a


reafirmação das identidades culturais e a valorização do lugar de
fala
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