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Faculdade de Educação

Licenciatura em Organização e Gestão da Educação

Módulo: História da Educação em Moçambique

4º Ano Pós-laboral 3˚ Grupo

Tema: A Organização do Ensino na era Colonial:

Ensino de adaptação e a Evolução do ensino Rudmentar ou de Adaptação

Discentes:
Graça Rogério Chicuamba
Melcina Simões Tomás
Neusia Elisa Banze
Sarifa Sales Salência

Docente:
Mestre Kombo Ernesto

Maputo, Março de 2023


Índice
1. Introdução..................................................................................................................................3
1.1. Objectivos..............................................................................................................................3
a) Geral......................................................................................................................................3
b) Específicos.............................................................................................................................3
1.2. Metodologia.......................................................................................................................3
2. A Organização do Ensino na era Colonial.................................................................................4
2.1. Ensino de adaptação ou Rudimentar......................................................................................5
2.2. Características do ensino colonial em Moçambique..............................................................6
2.3. Evolução do Ensino Rudimentar ou de Adaptação................................................................7
3. Conclusão..................................................................................................................................8
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................9
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema central a Organização do Ensino na era Colonial onde
iremos abordar os seguintes aspectos: O Ensino de Adaptação e a Avolução do Ensino
Rudmentar ou de Adaptação.

A educação passou por várias transformações de acordo com os períodos que ela atravessou,
visto que com a chegada dos portugueses deixou de ser o que era, isto é, tomou uma nova
visão. Neste período Moçambique conseguiu libertar outras zonas, onde conseguiu também
impor um outro modelo de educação e em fim depois a educação conheceu já uma grande
evolução, pois muitos moçambicanos que não tinham acedido a educação passaram a ter.

1.1. Objectivos

a) Geral
 Abordar sobre a Organização do Ensino na era Colonial em Moçambique.

b) Específicos
 Identificar como era o Ensino de Adaptação em Moçambique;
 Descrever as Características Ensino na era Colonial em Moçambique;
 Explicar sobre a Avolução do Ensino Rudmentar ou de Adaptação em Moçambique.

1.2. Metodologia

Para este trabalho usou se como metodologia a pesquisa bibliográfica, onde elaboramos o
trabalho apartir de um material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos, as
técnicas de pesquisa usadas consistiram em leituras, análises de várias obras bibliográficas,
em seguida que culminou com a compilação de dados em trabalho final.

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2. A Organização do Ensino na era Colonial

O ensino colonial em Moçambique data da primeira metade do século XIX e vai até aos
finais do século XX (1845-1974), sendo marcado por uma educação de dominação, alienação
e cristianização. Foi a partir desse ano que o governo português começou a regulamentar o
ensino e criou escolas públicas nas colônias. O governo colonial estabeleceu a estrutura do
ensino seguindo o modelo de organização de ensino ministrado pelas entidades religiosas
(Basilio, 2010).

Com a assinatura dos acordos missionários (A cordada em 1940 e o Estatuto missionário em


1941), que o governo impôs uma política rigorosa de educação e assimilação em
Moçambique. Com a assinatura da e do Estatuto Missionário, o Estado transferiu para a
igreja a sua responsabilidade sobre o ensino rudimentar, comprometendo- se a dar um apoio
financeiro às missões e às escolas católicas, enquanto nas zonas rurais os moçambicanos
dispunham de escolas das missões, os centros administrativos dispunham de escolas oficiais
e particulares para os brancos e assimilados.

A organização escolar de Moçambique e os respectivos programas curriculares obedeciam ao


plano de ensino nacional seguido em todos os territórios do Portugal dessa época. O Governo
Central impôs que os programas do ensino primários aplicados na Metrópole, aprovados pelo
Decreto-Lei no 42994 de 28/05/1960, fossem taxativamente aplicados nas Províncias
Ultramarinas.

As razões principais dessa aplicação taxativa dos programas às províncias foram:

 Tácita obediência a uma viscosa tradição;


 Comodidade burocrática devida à incompreensão da diversidade natural dos alunos.

Durante o período colonial havia dois sistemas de ensino: um para os indígenas e outro para
europeus e assimilados. Havia o Ensino Rudimentar, para os africanos, dirigido pelas missões
católicas, e o Ensino Oficial era para os europeus e assimilados. Os dois géneros de ensino na
colónia visavam, segundo Almeida (1979), citado por Gómez (1999), formar a força de
trabalho braçal, necessária para os projectos económicos coloniais (ensino rudimentar) e
formar quadros e técnicos para a administração e gestão económica colonial (ensino oficial).

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2.1. Ensino de adaptação ou Rudimentar

Em 1966 o ensino rudimentar passou a chamar-se de adaptação, com isso sem alterar os
objectivos preconizados no estatuto de indígena . Nesse ensino compreendiam as seguintes
regras:

 ensino primário funcionava como ensino de adaptação;


 Obrigatoriedade escolar compreende o ensino da adaptação;
 As matérias ministradas até 2ª classe do ensino comum inclusive, eram distribuídas no
ensino de adaptação por três classes, segundo programas adaptados pelos governadores,
em cada província;
 Às raparigas eram ministradas a educação femenina como a culinária, consturas
bordados e malhas.

O ensino rudimentar tinha como objectivo conduzir gradualmente o indígena duma vida
selvagem a uma vida civilizada, esta educação visava doutrinar os filhos dos nativos
moçambicanos negros, assegurando assim a edificação e formação duma população dócil,
obediente e leal a Portugal. A educação para os indígenas não visava promover uma
utilização racional dos recursos materiais, humanos e sociais. Os programas do ensino de
adaptação foram aprovados pela portaria no 14837 de 04/03/1961 e as matérias ministradas
até à 2 classe do ensino primário comum eram distribuídas por três classes do ensino de
adaptação.

O ensino rudimentar, para os africanos estruturava-se:

a) Pré-primária (iniciação), 1ª e 2ª Classes rudimentares;

b) Ensino primário: 3ª e 4ªclasses- preparação para o ensino secundário;

c) Exame de admissão ao ensino técnico-profissional;

d) Ensino técnico-profissional e ensino secundário, o ensino técnico-profissional indígena


desenvolvia-se nas escolas de artes e ofícios, geralmente gerido pelos padres, além disso,
havia o ensino normal, também gerido pelas missões podia se equiparar ao ensino técnico-
profissional para os indígenas;

e) Outro ensino era dado normalmente nos seminário (Gómez, 1999).


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2.2. Características do ensino colonial em Moçambique

Segundo Golias (1993), a pedagogia colonial, apresentava seguintes características:

 A existência de dois tipos de educação: um para indígenas e a educação de elite para o


colonizador e o assimilado. Este primeiro tipo de ensino, era destinado ao povo
colonizado, e limitava-se a uma instrumentação técnica (o aprender a ler e a
escrever)e a domesticação, por sua vez, o segundo tipo, o destinado a elite, estava
organizado atender os valores e padrões aristocráticos;
 Tinha um carácter discriminatório: isto porque, havia uma grande discrepância na
quilo que eram os dois tipos de ensino, o destinado a população negra e a outra
destinadas a brancos ou assimilados.
 Limitação de acesso na escola: visto que o número de vagas para o ingresso a escola
primária oficial e nos níveis superiores eram poucas e existiam alguns factores por se
satisfazer para a inserção ao ensino, a idade por exemplo era uma dos aspectos a se ter
em consideração;
 Unidade entre a igreja e o ensino: o ensino estava estreitamente ligado a religião e
adirecção e controlo do ensino para indígena era confiada aos missionários. O
processo de assimilação e aculturação dos moçambicanos era feita na sua maioria
através da educação moral cristã e por consequência o ensino da religião e moral era
obrigatória em quase todas escolas e níveis de ensino;
 A diversificação de escolas: uns estudavam para trabalhar como subalternos e
outros,como dirigentes, e deste modo garantir, a partir da escola, a organização da
actividadedo sector industrial e comercial, e a unidade linguística e social na colónia;
 Complexo de superioridade do branco em relação ao negro patente em livros deleitura
usados nas escolas;
 Devido a limitação dos ingressos na escola, na base da idade, a escolarização dita
obrigatória era de carácter fictício. a existência de uma rede escolar insuficiente e
inadequações nas áreas de ocupação colonial, eram outros factores inibidores da
política colonial de escolaridade obrigatória para todos.

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A carência de familiares,elevadas taxas de escolarização, as normas discriminatórias no
recenseamento escolar e a proibição de inscrição de crianças não recenseadas, eram outros
factores quetornavam fictícia a escolarização obrigatória.

2.3. Evolução do Ensino Rudimentar ou de Adaptação

Com a abolição do indigenato, o governo português suprimiu formalmente o ensino para


indígenas e o para civilizados e criou-se o ensino elementar para todos com mesmo nível de
exigências.

O ensino rudimentar ou de adaptação evolui bastante em termos numéricos dos alunos,


contudo, considerando o crescimento anual da população moçambicana esse crescimento não
foi da vontade do governo português pois eram poucos os moçambicanos que conseguiam
continuar no ensino secundário e universitário.

Como se referiu anteriormente, o ensino rudimentar ou de adaptação estava confiado aos


missionários. E na década de 1951 a 1961 estima- se que ensino evoluiu bastante, com
efeito, o número de estabelecimentos subiu de mil para mais de 3 mil, a população escolar
atingiu cerca de 400mil alunos e o número de professores e monitores escolares aumentou,
no mesmo período, de 1119 para 3311.

até 1950, em Moçambique existiam apenas 4554 africanos formados com estatuto de
assimilados. Alguns destes desprezavam sua própria língua materna (a primeira língua que o
individuo aprende a falar, nos primeiros anos de vida). Como a unidade política parte da
unidade moral e social os portugueses deram grande importância a religião católica. A
unidade e ligação espiritual entre a terra-mãe, a metrópole e as províncias ultramarinas era
uma exigência forte para se assegurar a missionação e formação de africanos aportuguesados,
por isso, a educação da maior parte dos africanos foi realizada nas missões católicas,
subsidiadas pelo Estado (Mondlane, 1995).

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3. Conclusão

Chegado ao fim do trabalho concluímos que Moçambique passou por momentos críticos na
era colonial em todos aspectos, particularmente na educação dos indígenas, na era colonial
muitos moçambicanos tiveram dificuldades de ter acesso a educação, visto que, a educação
de qualidade estava reservada para os colonos e seus filhos.

O sistema de educação colonial em Moçambique, era coerente com os objectivos


económicos, políticos e culturais do sistema, onde impôs uma condução que visava a
reprodução de exploração e de opressão e a continuidade das estruturas colonial capitalistas
de dominação. A educação tinha por função modelar o homem servil, despersonalizando
alienado das realidades do seu povo, ela devia favorecer a formação de um homem tão
estranho ao seu próprio povo que pudesse vir a ser, mais tarde, instrumento do poder
colonial para a dominação dos seus irmãos, o sistema de ensino colonial foi sofrendo
reformas, mas adequadas as circunstâncias histórico económicas e a conjuntura política
internacional.

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4. Referências Bibliográficas

 Basilio, G.(2010). O Estado e A Escola na Construção da Identidade Politica


Moçambicana. Pontificia Universidaade de São Paulo.
 Castiano, J , Ngoenha, S e Berthoud, G (2005). A longa marcha de uma educação para
todos em Moçambique. Maputo: Imprensa Universitária.
 Gasperini, L (1989). Moçambique: educação e desenvolvimento rural. Roma: Edizioni
Lavoro.
 Golias, M. (1993). Sistema de Ensino em Moçambique. Maputo.
 Gomez, B. M.(1999). Educação Moçambicana - História de um processo (1962-1984).
Maputo: Livraria Universitária.
 Mazula, B. (1995). Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique: 1975-1985. S/L:
Edições Afrontamento e Fundo Bibliográfico de Lingua Portuguesa.
 Mondlane, J. (1995). The Mozambicain Institut. Dar-es-Salam. Maputo
 Mussa, C. (2006). Les Conflits au Mozambique: La Longue Marche Vers la Liberté
(1930-1990). Tese de Doutoramento para obtenção do Grau de Doutor em História
Contemporânea, Apresentado a Université de Poitiers, UFR Sciences Humaines et
ArtsGERHICO. Poitires.

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