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Nota de aula - 2

NA SUA TRAJETÓRIA ESCOLAR,


VOCÊ JÁ VIU ESTA IMAGEM?

INTRODUÇÃO

A Educação formal desenvolvida em qualquer tempo e espaço sempre é influenciada por aspectos

políticos, econômicos, sociais, epistemológicos, filosóficos e psicológicos. Para entender a

estrutura educacional vigente no Brasil é necessário conhecer a sua História, a qual está

intimamente vinculada com o contexto geral.

Algumas questões que merecem uma REFLEXÃO:

a)Que acontecimentos são marcantes na Educação brasileira?


b) Qual é o papel da legislação na melhoria da Educação brasileira?
c) Como está estruturada a Educação brasileira?
d)Que tipo de formação docente é necessária para atender as demandas da sociedade
brasileira?
e) As políticas educacionais podem modificar o quadro educacional brasileiro? -
f) A gestão do processo educativo tem alguma relação com a sua qualidade?
g)Quais são as fontes dos recursos financeiros investidos na Educação?
h)Qual é a importância de avaliar o sistema escolar brasileiro? Quais são os instrumentos
utilizados atualmente?

A Educação Brasileira na Colônia

Os Jesuítas foram os primeiros a criar uma rede, de alcance mundial, de espaços específicos

com 0princípios pedagógicos amplamente divulgados e aplicados. Desde que chegaram ao Brasil,

em 1549, com Manoel da Nóbrega e seus companheiros, eles contribuíram para a inculcação de

valores e crenças sob a perspectiva do colonizador. Essa característica, infelizmente, parece que

ainda permanece no imaginário da nossa Educação, apesar da nacionalidade daquele ter

mudado...
Havia uma acentuada distinção entre a Educação destinada aos descendentes dos c

olonizadores – com uma forte influência escolástica, com o fito de seguirem fielmente os preceitos

da Igreja e de formação da elite colonial – e aos nativos – reduzida a dois aspectos:

1º Aspecto

Religioso, para a formação de novos adeptos do catolicismo.

2º Aspecto

Econômico, para a docilização da mão de obra.

IMPORTANTE SABER!

Os negros, quando chegaram, não receberam dos educadores qualquer atenção. Freire

(1993, p. 32/40) declara que a educação empreendida pelos Jesuítas era permeada por uma

ideologia de interdição do corpo, tanto em virtude das barreiras criadas para que mulheres, índios

e negros pudessem participar da vida social através das dificuldades de terem acesso à educação,

como a proibição de que homens e mulheres manifestassem a sua sexualidade.

ESCOLA COMO MEIO PARA A CONVERSÃO AO CATOLICISMO

A instituição das escolas de ler e escrever possibilitou aos Jesuítas um fácil, prático e

eficiente método de conversão das crianças indígenas para os ideários defendidos por eles.

Acrescente-se a isso o fato de que os colégios eram construídos com a ajuda dos índios (FRANÇA,

1994, p. 65).

As normas para funcionamento das escolas e dos estudos dirigidos pelos jesuítas constavam

em manual específico e deveria ser rigorosamente seguido.

Após a promulgação, em 1599, da Ratio Studiorum (Ordem dos Estudos) – normas

(burocráticas e pedagógicas) e conteúdos a serem cumpridos por todas as escolas vinculadas à

Companhaia de Jesus, visando à formação uniforme dos seus estudantes – que se pautava na
tríade estudar, repetir e competir, a Educação nacional privilegiou os cursos de Filosofia, Teologia

e Humanidades, estruturados sobre o latim e o grego, relegando a 2º plano o ensino elementar,

do qual a maioria da população necessitava.

A educação na Colônia era:

Incipiente em razão da pequena clientela atendida e do conteúdo lecionado, e

vários países europeus procediam a reformas nos seus modelos educacionais,


Isolada do restante do mundo
enquanto Portugal se fechava às mudanças com a defesa dos valores medievais.

Acrescente-se, ainda, a distância da Colônia em relação à Metrópole e a necessidade de se

deslocar daqui para lá para concluir os estudos, tendo como destino, na maioria das vezes, a

Universidade de Coimbra, dirigida também pelos Jesuítas.

Se o quadro já não era muito positivo, imagine o que aconteceu quando, Sebastião José de

Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, em 1759, determinou, mediante Alvará, a

expulsão dos Jesuítas de todas as colônias portuguesas. Ele desejava, inspirado pelos ideais

iluministas, "[...] tirar Portugal do atraso cultural e econômico em que este submergia desde o

domínio espanhol, quase há dois séculos, e dar um passo adiante para a modernização." (FREIRE,

1993, p. 46), formando um Estado forte, independente da Igreja, tendo sob seu controle o poder

econômico detido por aquela e formando estudantes para servir primordialmente aos interesses do

País e não aos da religião.

O Alvará de 28 de junho de 1759:

i) proibiu o ensino público ou privado que não tivesse a autorização do diretor geral dos estudos;

ii) determinou a inspeção das escolas e dos professores e a necessidade desses prestarem exames, o que
representou um avanço;

iii) reestruturou o ensino médio em aulas avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, desmontando o curso
regular instituído pelos Jesuítas, o que foi um retrocesso.
Com a vinda da corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, D. João VI criou a Impressão
Régia, a Biblioteca Pública, o Jardim Botânico e o Museu Nacional, tendo em vista a imperiosa
necessidade de dotar a Colônia de uma infraestrutura mínima. Neste período, foram instaladas
algumas instituições educacionais, nos diferentes níveis, em vários locais do País, para
atendimento das exigências dessa nova sociedade. Em razão da defesa do território, são criadas a
Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar. A demanda por médicos e cirurgiões
possibilitou a instauração, no Rio de Janeiro, dos cursos de Cirurgia, Anatomia e Medicina
(RIBEIRO, 1989, p. 40). Registre-se, também, a instauração, na Bahia, dos cursos de Cirurgia,
Economia, Agricultura, Química e Desenho Técnico.

O ensino primário continuava restrito a ler e escrever, que possibilitava que o estudante
ocupasse pequenos cargos burocráticos e se preparasse para o ensino secundário, que, ainda
estruturado nas aulas régias, teve a implantação de outras modalidades: Desenho, Francês,
História, Inglês e Matemática.

Para verificação da Aprendizagem:

1. No que se refere à participação dos Jesuítas no cenário educacional brasileiro, responda:

i) por que eles vieram para o Brasil?


ii) que currículo eles adotaram?
iii) que tipo de Educação eles ofereciam a brancos, índios e negros?
iv) por que eles foram expulsos?

2. O que é a Ratio Studiorum? Explique a sua importância na Educação Jesuítica.

3. Em relação à Reforma Pombalina, responda:

i) quando e quem a instituiu?


ii) quais foram as suas motivações?
iii) como ficou organizado o ensino no Brasil?
iv) como era o seu currículo e o seu corpo docente?
v) em relação à Educação Jesuítica, ela foi um avanço ou um retrocesso? Justifique.

4. O que aconteceu com a Educação nacional com a vinda da Coroa Portuguesa em 1808?

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