Ailton Krenak relata sobre como é difícil para os povos Indígenas vivem
e sobreviverem em um país desigual, preconceituoso e racista como o Brasil.
Relata com profunda tristeza a história do fim da Etnia dos Butucuns, pois a família toda havia sido destruída pelos fazendeiros, que ocuparam o Vale do Rio Doce onde eles moravam, e os poucos que ainda restaram foram levados para outros regiões. Então, Krenak relata que ele nasceu nesse contexto, de perseguição. Fugia, se escondia, porque não havia outra saída. Somente fugir para não morrer, mas, um dia, aos 17 anos, Krenak decidiu que não irá mais fugir, decidiu então lutar pelos seu povo, pela sua família e por todos as etnias Indígenas; foi a partir daí que ele decidiu fundar um movimento militante para lutar pelos direitos dos povos Indígenas. O líder Indígena aponta ainda que depois que ele começou a lutar pelos diretos do seu povo algumas coisas foram "tomando forma", aos poucos ele pôde observar que os Indígenas forma ganhando espaço, passos lentos, mas era um começo... diz também que a Constituição de 88 foi um marco para esse início de lutas, pois a partir disso, eles fundam a Nações da União Indígenas: um movimento puramente Indígenas, pelos diretos Indígenas e sem nenhuma interferência de qualquer outra instituição. Krenak aponta que os Indígenas lutam pela sua Identidade e liberdade de poder viverem em suas Terras. Terras essas que sempre às pertenceram. Que eles nao querem nada de ninguém, somente a liberdade de poderem existir, sem medo da morte, sem precisar fugir, e para que isso seja possível, Líderes Indígenas como ele precisaram, e ainda precisam se levantar contra as àqueles que mascracam a História dos povos tradicionais da floresta. Krenak diz que para continuar viva a História dos povos Indígenas, e de outros povos como os Negros, é preciso deixar que não caia no esquecimento, que essas lutas sejam constantes pois o Brasil não é um país de União, de Inclusão é um país de segregação, uma Nação gananciosa, que é capaz de tudo por dinheiro, e que essa realidade gananciosa do povo brasileiro é fruto do capitalismo instalado no país. O Líder Indígena diz que colonização significa destruição da floresta etnocídio e genocídio! Que a história de colonização do Brasil é uma marcha sobre os territórios indígenas e a edificação sobre cemitérios indígenas. E é uma tristeza imaginar uma nação construída em cima do cemitério da outra, e que: "A memória te autoriza a narrar uma história sobre o mundo que você vive. Se você não tem memória, você vai ficar citando bibliografia [...]”. (KRENAK, 2019)"