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LICENCIATURA EM HISTÓRIA
1ª ATIVIDADE AVALIATIVA
ATIVIDADE 1: RESENHAS
SANTARÉM
2022
ALMEIDA, Maria Regina Celestino - Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas
aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003. p. 25 a
72.
RESENHA
É importante observar e destacar que o fato dos índios ceder, colaborar com
os colonizadores e se integrar à colonização também podia significar uma forma de
resistência. E essa integração permitia aos indígenas negociar com os seus
colonizadores, em busca melhorias e possíveis vantagens. Com essa busca vem
mostrar mais sobre essa extemporânea integração, o texto de Maria Regina se divide
em partes, discorrendo justamente sobre esses índios integrados, que são chamados
de Aldeados, o processo de construção das aldeias, sua política, analisando também
a vida dos povos aldeados diante do Império Português, mostrando com base, que
teve sim, muitos conflitos e disputas, e claro, houve resistência. Diante de
pensamentos e atitudes eurocêntricas, que se perpetuam até os dias de hoje, a autora
usa seu texto e todo o seu conhecimento para quebrar paradigmas existentes a muito
tempo, discutindo a respeito de identidade étnica e cultural. 1
1
Palavras-Chave: História indígena, Colonização, Aculturação.
MOISÉS, Beatriz Perrone, " Os princípios da legislação indígena do período colonial"
- História dos índios no Brasil. São Paulo. Cia das Letras, 1992. p 115-132
RESENHA
Ao olhar para a historiografia, não é comum encontrar livros que se dediquem
ao estudo da legislação indígena, no entanto, Beatriz Perrone Moisés através do livro
"História dos Índios no Brasil", traz uma perspectiva dos princípios da legislação
indigenista em meio a colonização. Em um primeiro olhar, a legislação dos indígenas
do Brasil colonial, era vista por muitos estudiosos como uma legislação contraditória,
hipócrita e oscilante, justamente porque em um momento a legislação declarava os
índios livres, depois permitia o cativeiro legal, os entregava aos colonos como mão-
de-obra indígena ou aos missionários, por esses motivos era possível ver a legislação
como oscilante. No entanto, Beatriz vem esclarecer justamente esse ponto, para que
seja possível entender a legislação colonial, ela descreve duas categorias de índios,
os índios livres e os índios escravos, ou melhor dizendo, os índios aldeados e os índios
inimigos. E a legislação se distinguia para cada categoria. Destaca ela como " [...] uma
linha de política indigenista que se aplica aos índios aldeados e aliados e uma outra,
relativa aos inimigos, cujos princípios se mantêm ao longo da colonização"
(PERRONE, 1992 p.117). Para então mostrar a base de seu texto, a partir desse ponto
ela trata primeiro sobre os índios aldeados, destacando como funcionava esse
conceito de índios livres, trazendo informações sobre o aldeamento, trabalho feito por
eles, o salário recebido por sua mão de obra, como deviam ser tratados, e os seus
direitos previstos na legislação. Sendo garantido a liberdade ao longo da colonização.
"Afirma-se desde o início, que, livres, são senhores de suas terras nas aldeias,
passíveis de ser requisitados para trabalharem para os moradores mediante ser muito
bem tratados. Deles dependem reconhecimento o sustento e defesa da
colonia."(PERRONE, 1992 p.117)
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Palavras-Chave: Legislação, colonização, Escravidão, Indígenas.
ALMEIDA, Maria Regina. Metamorfoses indígenas: identidades e culturas nas aldeias
coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Editora: FGV, 2013. Capítulo 4: “O
trabalho indígena” pp.217-249.
RESENHA
Embora em sua obra a autora aponte que esses indígenas aldeados no Rio de
Janeiro tinham voz ativa em seu trabalho, isso não significava necessariamente
liberdade plena sobre si mesmos. Uma das principais imposições que Almeida (2013)
cita é como o trabalho e dinheiro dentro de conceitos europeus foi implantado para os
indígenas de tal forma a passarem a fazer parte da vida dos aldeados. A autora aponta
que com o passar do tempo os indígenas passaram a trabalhar apenas para seu
sustento, não aceitando trabalhar obrigados, porém o desejo pelo dinheiro passou a
fazer parte do cotidiano dos aldeados, nesse contexto é notório o surgimento de um
pensamento indígena acerca de melhores salários, inclusive com a reivindicação
documental de aumento salarial como aponta Almeida (2013, p.222). A cultura
indígena antes baseada na cooperação, no coletivo passou a integrar um micro
sistema capitalista dentro das aldeias no Rio de Janeiro do século XVII, onde os que
antes viviam em liberdade plena, podendo exercer sua cultura sem se preocupar com
horário de trabalho ou salário, agora constituíam uma espécie de proletariado, posição
esta que lhe fora imposta pelo colonizador europeu. O trabalho indígena não significou
apenas uma exploração física, mas também uma exploração moral, com a imposição
de um sistema econômico sobre esses povos. Sobre isso Maria Regina Celestino de
Almeida aponta que:
Afinal, até o século XIX, os índios continuavam recusando serviços que não
lhes interessavam. Razões culturais, com certeza, ainda os estimulavam a
não trocar horas de lazer por trabalho quando não necessitavam dele para
sua manutenção. (ALMEIDA, 2013, p.223-224)
Mesmo com voz ativa, podendo negar certos trabalhos, esses indígenas já
estavam inseridos no contexto da necessidade de um salário para sobreviver, fugindo
ao que era seu costume e tendo que se adaptar ao que lhe fora imposto pelos
colonizadores.
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Palavras-Chave: Trabalho Indígena, Colonização, escravidão, Rio de Janeiro.
DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos. Colonização e relações de
poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão
Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000. Capítulo
5- “Formas de resistência: uma reavaliação das relações entre “dominantes” e
“dominados”. pp.249-295.
RESENHA
4
Palavras-Chave: Resistências; Indígenas; colonização; Aculturação.